SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 37
ABDOME AGUDO
GINECOLÓGICO
André Luis F Santos
Mestre e Doutor pela UNICAMP
Disciplina de Ginecologia
UNITAU / 2011
DEFINIÇÃO
 Características
 Cronologia
 Localização
 Etiologia
DOR PÉLVICA
AGUDA
Lesão orgânica de fácil diagnóstico:
DIP
Cisto
Prenhez tubária
Abortamento
Degeneração miomatosa
Ovulação
Não ginecológica
DOR PÉLVICA AGUDA
URGÊNCIA MÉDICA (ABDOME AGUDO)
DOR PÉLVICA AGUDA
ABORDAGEM
• Objetiva
• Intensidade da dor
• Presença de massa pélvica
• Estado hemodinâmico
• Sinais de irritação peritoneal
INTERNAÇÃO: CLÍNICO OU CIRÚRGICO
DOR PÉLVICA AGUDA
ABORDAGEM
• Anamnese
• Exame físico completo
• Investigação mínima: hemograma, B-HCG, urina
• Rotina de abdome agudo
• Ultrasson
• Cirurgia (VIDEOLAPAROSCOPIA)
CONDUTA
 Quadro clínico-hemodinâmico
 Dúvida diagnóstica
 Maioria dos casos é cirúrgico
 A laparoscopia é ideal para diagnóstico e
tratamento do abdome agudo ginecológico
QUANDO SER CONSERVADOR?
QUANDO TRATAR CLINICAMENTE?
DIAGNÓSTICO PRECISO E QUADRO
CLÍNICO ESTÁVEL:
 Ovulação
 DIP
 Gravidez ectópica íntegra
DIP
 Bem definido o grau
 Conhecimento dos agentes normalmente envolvidos
 Conduta em função da presença do ATO
Exame clínico e USG
DIAGNÓSTICO
 critérios maiores: dor pélvica, dor à palpação e à
mobilização no toque
 critérios menores: temp 37,8 – corrimento – VHS - ptn.
C Reat – cultura – hemograma
 critérios elaborados: histológico – imagem -
laparoscópico
60% assintomáticos – Silenciosa
(SWEET et al., 2002)
CLASSIFICAÇÃO
 Estágio I
 Estágio II
 Estágio III
 Estágio IV
DIP SEM IRRITAÇÃO PERITONEAL
TRATAMENTO AMBULATORIAL
 Sem diferença nos resultados reprodutivos com tratamento
ambulatorial x hospitalar (Rec B)
(NESS, 2002)
DIP SEM IRRITAÇÃO PERITONEAL
TRATAMENTO AMBULATORIAL
Esquemas: CDC (2002)
 Ofloxacin 400 2x dia + metronidazol 500 2x dia: 14 dias
FEBRASGO (2004)
 Ceftriaxona 250 mg IM, dose única + doxiciclina 100 mg 2 x
dia: 14 dias
DIP C/ IRRITAÇÃO PERITONEAL S/ ATO
TRATAMENTO PARENTERAL
 Internação
 Cobertura polimicrobiana
 Vários esquemas c/ sucesso
 Manter por 24 a 48h após melhora clínica
CDC (2002)
Regime A
 Cefoxitina 2g ev 4x dia
Doxiciclina 100mg ev 2x dia
 Alta c/ doxiciclina vo por 14 dias
CDC (2002)
Regime B
 Clindamicina 900mg ev 3x dia
Gentamicina 1,5mg/kg ev/im 3x dia
 Alta c/ doxiciclina ou clindamicina vo por 14 dias
FEBRASGO (2004)
 Penicilina G cristalina 5 milhões UI ev 4/4h
Gentamicina 1,5mg/kg ev/im 3x dia
 Alta c/ doxiciclina vo por 14 dias
DIP COM ATO
 Presentes anaeróbios não responsivos à penicilina (Bacterioides
fragilis)
 Polimicrobiano: E. coli, proteus, estreptococos e peptostreptococcus
 Chlamydia e Neisseria frequentes na DIP, são raros no ATO
 Inicia-se terapêutica e observa-se a evolução
 Provável intervenção cirúrgica
(RIVLIN et al., 1999; LIVENGOOD, 2004)
DIP COM ATO
MANEJO CONSERVADOR X CIRÚRGICO
 Falta de resposta: 72 a 96h
 Suspeita de ruptura
 Abscesso bilateral
 Abscesso > 10cm
 Possibilidade de drenagem guiada USG
Taxas de gestações semelhantes
DIP COM ATO
TRATAMENTO PARENTERAL
CDC (2002)
 Clindamicina 900mg ev 3x dia
Gentamicina 1,5mg/kg ev/im 3x dia
FEBRASGO (2004)
 Penicilina G cristalina 5 milhões UI ev 4/4h
Gentamicina 1,5mg/kg ev/im 3x dia
Metronidazol 500mg 3x dia
GRAVIDEZ ECTÓPICA ÍNTEGRA
 O tratamento conservador não deve ser empregado no
abdome agudo, apenas nos casos de pouca dor e
hemodinamicamente estável
GRAVIDEZ ECTÓPICA ÍNTEGRA
QUANDO SER CONSERVADOR?
 Ausência de dor significativa
 Beta-HCG < 1000mUI/ml: expectante sucesso de 88% (Rec B)
 Taxas de gravidez semelhantes após tto expectante x clínico x
cirúrgico (Rec C)
GRAVIDEZ ECTÓPICA ÍNTEGRA
QUANDO SER CONSERVADOR?
 Randomizado comparando methotrexate x salpingotomia
laparoscópica: igualmente efetivos: taxa de sucesso de 74 a
84% (Rec B)
 Após tto clínico: 62 a 70% tópicas x 8% ectópicas(Rec B)
(TRIO et al., 1995; ZOHAV et al., 1996; RANTALA e MÄKINEN, 1997; YAO e TULANDI,
1997; CARABALLO e DONOZO, 1998; ROYAL COLLEGE, 2002)
CONDIÇÕES MÍNIMAS PARA SER
CONSERVADOR
 Pouca dor
 Hemodinamicamente estável
 Massa anexial < 3,5cm
 Ausência de embrião vivo
 Doppler com fluxo até 2/3 da massa
(HAAJNEIUS et al., 2002; NAZAC et al., 2003; POTTER et al., 2003)
CONDIÇÕES MÍNIMAS PARA SER
CONSERVADOR
 Títulos baixos de beta-HCG: < 3000mUI/ml
 Queda dos títulos em 24h > 15%: expectantes
 Dose do Methotrexate: 50 mg/m2 IM: dose única x
múltiplas (melhores resultados) – controverso
 Seguimento clínico e laboratorial
(HAAJNEIUS et al., 2002; NAZAC et al., 2003; POTTER et al., 2003)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 Abordagem sindrômica
 Conduta deve ser baseada em evidências
 Sistematizar o atendimento
 Bom senso
aasantosnovo@hotmail.com

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Câncer ginecológico 2017 revisado em agosto
Câncer ginecológico 2017 revisado em agostoCâncer ginecológico 2017 revisado em agosto
Câncer ginecológico 2017 revisado em agostoangelalessadeandrade
 
Laparoscopia em Uro-ginecologia
Laparoscopia em Uro-ginecologiaLaparoscopia em Uro-ginecologia
Laparoscopia em Uro-ginecologiaUrovideo.org
 
Estudo de caso
Estudo de casoEstudo de caso
Estudo de casoAna Moraes
 
Prolapso pelvico
Prolapso pelvicoProlapso pelvico
Prolapso pelvicoKetinlly
 
Prolapso de Órgãos Pélvicos - Manejo Videolaparoscópico
Prolapso de Órgãos Pélvicos - Manejo VideolaparoscópicoProlapso de Órgãos Pélvicos - Manejo Videolaparoscópico
Prolapso de Órgãos Pélvicos - Manejo VideolaparoscópicoGuilherme Behrend Silva Ribeiro
 
Mola Hidatiforme completa
Mola Hidatiforme completaMola Hidatiforme completa
Mola Hidatiforme completaThiago Henrique
 
Gastrosquise - relato de dois casos
Gastrosquise - relato de dois casosGastrosquise - relato de dois casos
Gastrosquise - relato de dois casosMonica Carneiro
 
Reparação Laparoscópica de fístula Retouretral e Retovesical
Reparação Laparoscópica de fístula Retouretral e Retovesical Reparação Laparoscópica de fístula Retouretral e Retovesical
Reparação Laparoscópica de fístula Retouretral e Retovesical Urovideo.org
 

Mais procurados (20)

Aula dor pélvica (1)
Aula dor pélvica (1)Aula dor pélvica (1)
Aula dor pélvica (1)
 
Urgência e Incontinência Urinária
Urgência e Incontinência UrináriaUrgência e Incontinência Urinária
Urgência e Incontinência Urinária
 
Apendicite
ApendiciteApendicite
Apendicite
 
Doença diverticular
Doença diverticularDoença diverticular
Doença diverticular
 
Câncer ginecológico 2017 revisado em agosto
Câncer ginecológico 2017 revisado em agostoCâncer ginecológico 2017 revisado em agosto
Câncer ginecológico 2017 revisado em agosto
 
Laparoscopia em Uro-ginecologia
Laparoscopia em Uro-ginecologiaLaparoscopia em Uro-ginecologia
Laparoscopia em Uro-ginecologia
 
Estudo de caso
Estudo de casoEstudo de caso
Estudo de caso
 
Prolapso Genital
Prolapso GenitalProlapso Genital
Prolapso Genital
 
Dorabdominal[1]
Dorabdominal[1]Dorabdominal[1]
Dorabdominal[1]
 
Prolapso pelvico
Prolapso pelvicoProlapso pelvico
Prolapso pelvico
 
Prolapso de Órgãos Pélvicos - Manejo Videolaparoscópico
Prolapso de Órgãos Pélvicos - Manejo VideolaparoscópicoProlapso de Órgãos Pélvicos - Manejo Videolaparoscópico
Prolapso de Órgãos Pélvicos - Manejo Videolaparoscópico
 
Gastrosquise: seguimento pós-cirúrgico
Gastrosquise: seguimento pós-cirúrgicoGastrosquise: seguimento pós-cirúrgico
Gastrosquise: seguimento pós-cirúrgico
 
Mola Hidatiforme completa
Mola Hidatiforme completaMola Hidatiforme completa
Mola Hidatiforme completa
 
Hemorragias na gestação
Hemorragias na gestaçãoHemorragias na gestação
Hemorragias na gestação
 
Cirurgia Neonatal - Onfalocele e Gastrosquise
Cirurgia Neonatal - Onfalocele e GastrosquiseCirurgia Neonatal - Onfalocele e Gastrosquise
Cirurgia Neonatal - Onfalocele e Gastrosquise
 
Gastrosquise - relato de dois casos
Gastrosquise - relato de dois casosGastrosquise - relato de dois casos
Gastrosquise - relato de dois casos
 
Gravidez ectópica
Gravidez ectópicaGravidez ectópica
Gravidez ectópica
 
placenta prevevia
placenta prevevia placenta prevevia
placenta prevevia
 
Prenhez tubária
Prenhez tubáriaPrenhez tubária
Prenhez tubária
 
Reparação Laparoscópica de fístula Retouretral e Retovesical
Reparação Laparoscópica de fístula Retouretral e Retovesical Reparação Laparoscópica de fístula Retouretral e Retovesical
Reparação Laparoscópica de fístula Retouretral e Retovesical
 

Destaque (11)

Abd agudo
Abd agudoAbd agudo
Abd agudo
 
Abdomen Agudo y Embarazo Ectópico
Abdomen Agudo y Embarazo EctópicoAbdomen Agudo y Embarazo Ectópico
Abdomen Agudo y Embarazo Ectópico
 
Abdomen Agudo
Abdomen AgudoAbdomen Agudo
Abdomen Agudo
 
Abdomen agudo en el embarazo
Abdomen agudo en el embarazoAbdomen agudo en el embarazo
Abdomen agudo en el embarazo
 
Dolor abdominal en la embarazada
Dolor abdominal en la embarazadaDolor abdominal en la embarazada
Dolor abdominal en la embarazada
 
Abdomen Agudo Ginecológico
Abdomen Agudo GinecológicoAbdomen Agudo Ginecológico
Abdomen Agudo Ginecológico
 
Dolor ginecológico
Dolor ginecológicoDolor ginecológico
Dolor ginecológico
 
Abdomen agudo gineco obstetrico
Abdomen agudo gineco obstetricoAbdomen agudo gineco obstetrico
Abdomen agudo gineco obstetrico
 
Dolor PéLvico En GinecologíA
Dolor PéLvico En GinecologíADolor PéLvico En GinecologíA
Dolor PéLvico En GinecologíA
 
Semiologia 18 cirurgia abdominal - abdome agudo pdf
Semiologia 18   cirurgia abdominal - abdome agudo pdfSemiologia 18   cirurgia abdominal - abdome agudo pdf
Semiologia 18 cirurgia abdominal - abdome agudo pdf
 
Abdomen agudo en el embarazo
Abdomen agudo en el embarazoAbdomen agudo en el embarazo
Abdomen agudo en el embarazo
 

Semelhante a Abordagem do abdome agudo ginecológico

Assistência de Enfermagem em Cirurgias via Biliares e Pâncreas
Assistência de Enfermagem em Cirurgias via Biliares e PâncreasAssistência de Enfermagem em Cirurgias via Biliares e Pâncreas
Assistência de Enfermagem em Cirurgias via Biliares e PâncreasBruno Cavalcante Costa
 
Guia do plantonista 05 ginecologia 2013
Guia do plantonista 05   ginecologia 2013Guia do plantonista 05   ginecologia 2013
Guia do plantonista 05 ginecologia 2013thiagoaugusto_100
 
Cancerdemama sergiomendes-111105-120717132029-phpapp02
Cancerdemama sergiomendes-111105-120717132029-phpapp02Cancerdemama sergiomendes-111105-120717132029-phpapp02
Cancerdemama sergiomendes-111105-120717132029-phpapp02Claudia Tanaami
 
Doenca inflamatoria-e-nutricao
Doenca inflamatoria-e-nutricaoDoenca inflamatoria-e-nutricao
Doenca inflamatoria-e-nutricaoMab Davilla
 
Aula de endometriose versao 3
Aula de endometriose versao 3Aula de endometriose versao 3
Aula de endometriose versao 3Loury Souza
 
Anticoncepção hormonal (métodos contraceptivos hormonais)
Anticoncepção hormonal (métodos contraceptivos hormonais)Anticoncepção hormonal (métodos contraceptivos hormonais)
Anticoncepção hormonal (métodos contraceptivos hormonais)Patricia de Rossi
 
medicamentos+periodonti medicamentos+periodontia
medicamentos+periodonti medicamentos+periodontiamedicamentos+periodonti medicamentos+periodontia
medicamentos+periodonti medicamentos+periodontiaGabrieliCapeline
 
35 vias alternativas de alimentação - quando indicar e como prescrever
35   vias alternativas de alimentação - quando indicar e como prescrever35   vias alternativas de alimentação - quando indicar e como prescrever
35 vias alternativas de alimentação - quando indicar e como prescreverONCOcare
 
Hemorragia genital de_causa_obstetrica_e_ginecologica[1]
Hemorragia genital de_causa_obstetrica_e_ginecologica[1]Hemorragia genital de_causa_obstetrica_e_ginecologica[1]
Hemorragia genital de_causa_obstetrica_e_ginecologica[1]EDSON ALAN QUEIROZ
 
A epidemia de dengue no continente Latino Americano
A epidemia de dengue no continente Latino AmericanoA epidemia de dengue no continente Latino Americano
A epidemia de dengue no continente Latino AmericanoIrisnara Nunes Silva
 
Anticoncepção Hormonal.pdf
Anticoncepção Hormonal.pdfAnticoncepção Hormonal.pdf
Anticoncepção Hormonal.pdfPatriciadeRossi1
 
Neutropenia Febril E Fungemia
Neutropenia Febril E  FungemiaNeutropenia Febril E  Fungemia
Neutropenia Febril E Fungemiagalegoo
 

Semelhante a Abordagem do abdome agudo ginecológico (20)

Patologia obstetricia 2016
Patologia obstetricia  2016Patologia obstetricia  2016
Patologia obstetricia 2016
 
Assistência de Enfermagem em Cirurgias via Biliares e Pâncreas
Assistência de Enfermagem em Cirurgias via Biliares e PâncreasAssistência de Enfermagem em Cirurgias via Biliares e Pâncreas
Assistência de Enfermagem em Cirurgias via Biliares e Pâncreas
 
Guia do plantonista 05 ginecologia 2013
Guia do plantonista 05   ginecologia 2013Guia do plantonista 05   ginecologia 2013
Guia do plantonista 05 ginecologia 2013
 
Cancerdemama sergiomendes-111105-120717132029-phpapp02
Cancerdemama sergiomendes-111105-120717132029-phpapp02Cancerdemama sergiomendes-111105-120717132029-phpapp02
Cancerdemama sergiomendes-111105-120717132029-phpapp02
 
Cancer de mama-sergio_mendes-111105
Cancer de mama-sergio_mendes-111105Cancer de mama-sergio_mendes-111105
Cancer de mama-sergio_mendes-111105
 
Abordagem sindrômica das ds ts 26.9
Abordagem sindrômica das ds ts 26.9Abordagem sindrômica das ds ts 26.9
Abordagem sindrômica das ds ts 26.9
 
Doenca inflamatoria-e-nutricao
Doenca inflamatoria-e-nutricaoDoenca inflamatoria-e-nutricao
Doenca inflamatoria-e-nutricao
 
Aula de endometriose versao 3
Aula de endometriose versao 3Aula de endometriose versao 3
Aula de endometriose versao 3
 
Anticoncepção hormonal (métodos contraceptivos hormonais)
Anticoncepção hormonal (métodos contraceptivos hormonais)Anticoncepção hormonal (métodos contraceptivos hormonais)
Anticoncepção hormonal (métodos contraceptivos hormonais)
 
Caso Clinico NR pré-termo
Caso Clinico NR pré-termoCaso Clinico NR pré-termo
Caso Clinico NR pré-termo
 
Simposio 2006 Hrvp Ovario2
Simposio 2006 Hrvp Ovario2Simposio 2006 Hrvp Ovario2
Simposio 2006 Hrvp Ovario2
 
medicamentos+periodonti medicamentos+periodontia
medicamentos+periodonti medicamentos+periodontiamedicamentos+periodonti medicamentos+periodontia
medicamentos+periodonti medicamentos+periodontia
 
35 vias alternativas de alimentação - quando indicar e como prescrever
35   vias alternativas de alimentação - quando indicar e como prescrever35   vias alternativas de alimentação - quando indicar e como prescrever
35 vias alternativas de alimentação - quando indicar e como prescrever
 
Cartaz manejo das dst
Cartaz manejo das dstCartaz manejo das dst
Cartaz manejo das dst
 
Hemorragia genital de_causa_obstetrica_e_ginecologica[1]
Hemorragia genital de_causa_obstetrica_e_ginecologica[1]Hemorragia genital de_causa_obstetrica_e_ginecologica[1]
Hemorragia genital de_causa_obstetrica_e_ginecologica[1]
 
Protocolo antibioticoprofilaxia
Protocolo antibioticoprofilaxiaProtocolo antibioticoprofilaxia
Protocolo antibioticoprofilaxia
 
A epidemia de dengue no continente Latino Americano
A epidemia de dengue no continente Latino AmericanoA epidemia de dengue no continente Latino Americano
A epidemia de dengue no continente Latino Americano
 
Nutricao em cirurgia
Nutricao em cirurgiaNutricao em cirurgia
Nutricao em cirurgia
 
Anticoncepção Hormonal.pdf
Anticoncepção Hormonal.pdfAnticoncepção Hormonal.pdf
Anticoncepção Hormonal.pdf
 
Neutropenia Febril E Fungemia
Neutropenia Febril E  FungemiaNeutropenia Febril E  Fungemia
Neutropenia Febril E Fungemia
 

Abordagem do abdome agudo ginecológico

  • 1. ABDOME AGUDO GINECOLÓGICO André Luis F Santos Mestre e Doutor pela UNICAMP Disciplina de Ginecologia UNITAU / 2011
  • 4. Lesão orgânica de fácil diagnóstico: DIP Cisto Prenhez tubária Abortamento Degeneração miomatosa Ovulação Não ginecológica
  • 5.
  • 6. DOR PÉLVICA AGUDA URGÊNCIA MÉDICA (ABDOME AGUDO)
  • 7. DOR PÉLVICA AGUDA ABORDAGEM • Objetiva • Intensidade da dor • Presença de massa pélvica • Estado hemodinâmico • Sinais de irritação peritoneal INTERNAÇÃO: CLÍNICO OU CIRÚRGICO
  • 8. DOR PÉLVICA AGUDA ABORDAGEM • Anamnese • Exame físico completo • Investigação mínima: hemograma, B-HCG, urina • Rotina de abdome agudo • Ultrasson • Cirurgia (VIDEOLAPAROSCOPIA)
  • 9. CONDUTA  Quadro clínico-hemodinâmico  Dúvida diagnóstica  Maioria dos casos é cirúrgico  A laparoscopia é ideal para diagnóstico e tratamento do abdome agudo ginecológico
  • 10.
  • 11.
  • 12.
  • 13.
  • 14.
  • 15.
  • 16.
  • 17.
  • 18. QUANDO SER CONSERVADOR? QUANDO TRATAR CLINICAMENTE?
  • 19. DIAGNÓSTICO PRECISO E QUADRO CLÍNICO ESTÁVEL:  Ovulação  DIP  Gravidez ectópica íntegra
  • 20. DIP  Bem definido o grau  Conhecimento dos agentes normalmente envolvidos  Conduta em função da presença do ATO Exame clínico e USG
  • 21. DIAGNÓSTICO  critérios maiores: dor pélvica, dor à palpação e à mobilização no toque  critérios menores: temp 37,8 – corrimento – VHS - ptn. C Reat – cultura – hemograma  critérios elaborados: histológico – imagem - laparoscópico 60% assintomáticos – Silenciosa (SWEET et al., 2002)
  • 22. CLASSIFICAÇÃO  Estágio I  Estágio II  Estágio III  Estágio IV
  • 23. DIP SEM IRRITAÇÃO PERITONEAL TRATAMENTO AMBULATORIAL  Sem diferença nos resultados reprodutivos com tratamento ambulatorial x hospitalar (Rec B) (NESS, 2002)
  • 24. DIP SEM IRRITAÇÃO PERITONEAL TRATAMENTO AMBULATORIAL Esquemas: CDC (2002)  Ofloxacin 400 2x dia + metronidazol 500 2x dia: 14 dias FEBRASGO (2004)  Ceftriaxona 250 mg IM, dose única + doxiciclina 100 mg 2 x dia: 14 dias
  • 25. DIP C/ IRRITAÇÃO PERITONEAL S/ ATO TRATAMENTO PARENTERAL  Internação  Cobertura polimicrobiana  Vários esquemas c/ sucesso  Manter por 24 a 48h após melhora clínica
  • 26. CDC (2002) Regime A  Cefoxitina 2g ev 4x dia Doxiciclina 100mg ev 2x dia  Alta c/ doxiciclina vo por 14 dias
  • 27. CDC (2002) Regime B  Clindamicina 900mg ev 3x dia Gentamicina 1,5mg/kg ev/im 3x dia  Alta c/ doxiciclina ou clindamicina vo por 14 dias
  • 28. FEBRASGO (2004)  Penicilina G cristalina 5 milhões UI ev 4/4h Gentamicina 1,5mg/kg ev/im 3x dia  Alta c/ doxiciclina vo por 14 dias
  • 29. DIP COM ATO  Presentes anaeróbios não responsivos à penicilina (Bacterioides fragilis)  Polimicrobiano: E. coli, proteus, estreptococos e peptostreptococcus  Chlamydia e Neisseria frequentes na DIP, são raros no ATO  Inicia-se terapêutica e observa-se a evolução  Provável intervenção cirúrgica (RIVLIN et al., 1999; LIVENGOOD, 2004)
  • 30. DIP COM ATO MANEJO CONSERVADOR X CIRÚRGICO  Falta de resposta: 72 a 96h  Suspeita de ruptura  Abscesso bilateral  Abscesso > 10cm  Possibilidade de drenagem guiada USG Taxas de gestações semelhantes
  • 31. DIP COM ATO TRATAMENTO PARENTERAL CDC (2002)  Clindamicina 900mg ev 3x dia Gentamicina 1,5mg/kg ev/im 3x dia FEBRASGO (2004)  Penicilina G cristalina 5 milhões UI ev 4/4h Gentamicina 1,5mg/kg ev/im 3x dia Metronidazol 500mg 3x dia
  • 32. GRAVIDEZ ECTÓPICA ÍNTEGRA  O tratamento conservador não deve ser empregado no abdome agudo, apenas nos casos de pouca dor e hemodinamicamente estável
  • 33. GRAVIDEZ ECTÓPICA ÍNTEGRA QUANDO SER CONSERVADOR?  Ausência de dor significativa  Beta-HCG < 1000mUI/ml: expectante sucesso de 88% (Rec B)  Taxas de gravidez semelhantes após tto expectante x clínico x cirúrgico (Rec C)
  • 34. GRAVIDEZ ECTÓPICA ÍNTEGRA QUANDO SER CONSERVADOR?  Randomizado comparando methotrexate x salpingotomia laparoscópica: igualmente efetivos: taxa de sucesso de 74 a 84% (Rec B)  Após tto clínico: 62 a 70% tópicas x 8% ectópicas(Rec B) (TRIO et al., 1995; ZOHAV et al., 1996; RANTALA e MÄKINEN, 1997; YAO e TULANDI, 1997; CARABALLO e DONOZO, 1998; ROYAL COLLEGE, 2002)
  • 35. CONDIÇÕES MÍNIMAS PARA SER CONSERVADOR  Pouca dor  Hemodinamicamente estável  Massa anexial < 3,5cm  Ausência de embrião vivo  Doppler com fluxo até 2/3 da massa (HAAJNEIUS et al., 2002; NAZAC et al., 2003; POTTER et al., 2003)
  • 36. CONDIÇÕES MÍNIMAS PARA SER CONSERVADOR  Títulos baixos de beta-HCG: < 3000mUI/ml  Queda dos títulos em 24h > 15%: expectantes  Dose do Methotrexate: 50 mg/m2 IM: dose única x múltiplas (melhores resultados) – controverso  Seguimento clínico e laboratorial (HAAJNEIUS et al., 2002; NAZAC et al., 2003; POTTER et al., 2003)
  • 37. CONSIDERAÇÕES FINAIS  Abordagem sindrômica  Conduta deve ser baseada em evidências  Sistematizar o atendimento  Bom senso aasantosnovo@hotmail.com