Esta apresentação tem como objectivos:
_ Identificar tensões entre a pretensão universalista do valor em saúde como ele é entendido no modelo CSBV e a variabilidade cultural e pessoal do valor em saúde; e
_ Explorar a vantagem do uso de alguns conceitos centrais na antropologia do valor para analisar essas tensões e propor a realização de uma etnografia das capacidades críticas como método para as gerir.
1. O documento discute a avaliação da qualidade na saúde de forma multidimensional, considerando os diferentes pontos de vista dos atores no sistema de saúde.
2. Ele revisa a literatura sobre o desenvolvimento do conceito de qualidade na saúde ao longo de três etapas: o interesse inicial dos sociólogos pelos usuários dos serviços, a garantia da qualidade e, mais recentemente, a abordagem multidimensional.
3. O autor propõe uma definição multidimensional de qualidade na saúde e estratégias para aproxim
Gestao qualidade saude_melhorando_assistencia_clienteMárcia BEM
O documento discute a gestão da qualidade na saúde e como melhorar a assistência ao cliente. Ele apresenta conceitos de qualidade aplicados à saúde, incluindo planejamento e execução, e algumas metodologias de avaliação de qualidade usadas em instituições de saúde públicas e privadas, como acreditação e certificação.
Dialnet processo deinstitucionalicaodehabitose-rotinasdecont-4043158OTutorial2
1) O documento discute o processo de institucionalização de hábitos e rotinas de controladoria em uma empresa familiar através de um estudo de caso.
2) A pesquisa analisou relatórios de administração de 1998 a 2007 e entrevista com o controller, identificando mudanças que exigiram alterações nos processos de controle.
3) Os resultados mostraram que o processo de institucionalização ocorreu de acordo com as etapas propostas por Burns e Scapens (2000) de codificação de normas, incorporação e reprodução até a instit
1) O documento discute os conceitos de satisfação do usuário, responsividade, humanização e direitos do paciente no contexto da avaliação da qualidade dos serviços e sistemas de saúde.
2) As pesquisas de satisfação surgiram na década de 1970 para medir a experiência do paciente, enquanto o conceito de responsividade da OMS em 2000 focou nos aspectos não-médicos do cuidado.
3) Os conceitos convergem para dar maior protagonismo ao usuário e reconhecê-lo como sujeito de direitos,
Este documento discute o processo de construção do seminário "Humanização do SUS em Debate" e como ele se conecta aos desafios atuais do SUS e às proposições da Política Nacional de Humanização. O seminário teve como objetivo promover um amplo debate sobre a humanização do SUS por meio de círculos de conversação com profissionais envolvidos na formação de trabalhadores do SUS.
Este documento discute perspectivas sobre a avaliação da promoção da saúde. Apresenta três principais referências: 1) um livro da OMS de 2001 que atualiza o estado da arte sobre avaliação da promoção da saúde, 2) uma iniciativa da OPAS com foco em avaliação participativa, e 3) um projeto da UIPES sobre evidências e efetividade. Argumenta que a avaliação da promoção da saúde deve levar em conta valores e princípios e não deve estar isenta deles.
A Avaliação como Profissão e Qualidade das AvaliaçõesPatricia Valerio
Este documento discute a profissão emergente de avaliador e como os princípios orientadores ou "standards" podem maximizar a qualidade das avaliações. Identifica cinco principais standards: utilidade, viabilidade, propriedade, precisão e responsabilização. Embora cada avaliação seja única, os standards fornecem uma estrutura para assegurar a qualidade e contribuir para a melhoria contínua.
O documento discute a importância da gestão hospitalar no desempenho das instituições de saúde. A pesquisa exploratória mostrou que uma gestão profissional e baseada em ferramentas administrativas pode melhorar o atendimento e a satisfação dos pacientes. No entanto, médicos donos de hospitais nem sempre aceitam a autoridade dos administradores, colocando os interesses individuais acima dos da instituição e arriscando sua estabilidade.
1. O documento discute a avaliação da qualidade na saúde de forma multidimensional, considerando os diferentes pontos de vista dos atores no sistema de saúde.
2. Ele revisa a literatura sobre o desenvolvimento do conceito de qualidade na saúde ao longo de três etapas: o interesse inicial dos sociólogos pelos usuários dos serviços, a garantia da qualidade e, mais recentemente, a abordagem multidimensional.
3. O autor propõe uma definição multidimensional de qualidade na saúde e estratégias para aproxim
Gestao qualidade saude_melhorando_assistencia_clienteMárcia BEM
O documento discute a gestão da qualidade na saúde e como melhorar a assistência ao cliente. Ele apresenta conceitos de qualidade aplicados à saúde, incluindo planejamento e execução, e algumas metodologias de avaliação de qualidade usadas em instituições de saúde públicas e privadas, como acreditação e certificação.
Dialnet processo deinstitucionalicaodehabitose-rotinasdecont-4043158OTutorial2
1) O documento discute o processo de institucionalização de hábitos e rotinas de controladoria em uma empresa familiar através de um estudo de caso.
2) A pesquisa analisou relatórios de administração de 1998 a 2007 e entrevista com o controller, identificando mudanças que exigiram alterações nos processos de controle.
3) Os resultados mostraram que o processo de institucionalização ocorreu de acordo com as etapas propostas por Burns e Scapens (2000) de codificação de normas, incorporação e reprodução até a instit
1) O documento discute os conceitos de satisfação do usuário, responsividade, humanização e direitos do paciente no contexto da avaliação da qualidade dos serviços e sistemas de saúde.
2) As pesquisas de satisfação surgiram na década de 1970 para medir a experiência do paciente, enquanto o conceito de responsividade da OMS em 2000 focou nos aspectos não-médicos do cuidado.
3) Os conceitos convergem para dar maior protagonismo ao usuário e reconhecê-lo como sujeito de direitos,
Este documento discute o processo de construção do seminário "Humanização do SUS em Debate" e como ele se conecta aos desafios atuais do SUS e às proposições da Política Nacional de Humanização. O seminário teve como objetivo promover um amplo debate sobre a humanização do SUS por meio de círculos de conversação com profissionais envolvidos na formação de trabalhadores do SUS.
Este documento discute perspectivas sobre a avaliação da promoção da saúde. Apresenta três principais referências: 1) um livro da OMS de 2001 que atualiza o estado da arte sobre avaliação da promoção da saúde, 2) uma iniciativa da OPAS com foco em avaliação participativa, e 3) um projeto da UIPES sobre evidências e efetividade. Argumenta que a avaliação da promoção da saúde deve levar em conta valores e princípios e não deve estar isenta deles.
A Avaliação como Profissão e Qualidade das AvaliaçõesPatricia Valerio
Este documento discute a profissão emergente de avaliador e como os princípios orientadores ou "standards" podem maximizar a qualidade das avaliações. Identifica cinco principais standards: utilidade, viabilidade, propriedade, precisão e responsabilização. Embora cada avaliação seja única, os standards fornecem uma estrutura para assegurar a qualidade e contribuir para a melhoria contínua.
O documento discute a importância da gestão hospitalar no desempenho das instituições de saúde. A pesquisa exploratória mostrou que uma gestão profissional e baseada em ferramentas administrativas pode melhorar o atendimento e a satisfação dos pacientes. No entanto, médicos donos de hospitais nem sempre aceitam a autoridade dos administradores, colocando os interesses individuais acima dos da instituição e arriscando sua estabilidade.
1) O documento discute os conceitos e métodos de avaliação na área da saúde, comparando avaliação normativa e pesquisa avaliativa.
2) A avaliação normativa julga uma intervenção comparando seus resultados, processo e estrutura a critérios e normas.
3) A pesquisa avaliativa estuda as relações entre os componentes de uma intervenção - objetivos, recursos, serviços, efeitos e contexto - de forma científica.
Este capítulo discute a organização da atenção à saúde com foco na atenção primária como eixo estruturante. Aborda as necessidades de saúde de uma população com base em fatores sociais, ambientais e individuais. Também discute os conceitos de demanda, integralidade e continuidade da atenção, com ênfase na importância de dar voz aos usuários para adequar as ações de saúde às suas necessidades reais.
Este documento discute a gestão de recursos humanos em saúde. Primeiramente, destaca a importância central dos profissionais de saúde na prestação de serviços de saúde e os desafios da gestão deste setor. Em seguida, analisa problemas comuns como desequilíbrios na distribuição de pessoal e formação inadequada. Por fim, defende que novas políticas de recursos humanos são essenciais para melhorar o acesso, eqüidade e qualidade dos sistemas de saúde.
Apresentação do assessor técnico do Conass, Nereu Henrique Mansano, no seminário "O futuro do Sistema Único de Saúde: a contribuição da Planificação da Atenção à Saúde" e a Reunião Conjunta das Câmaras Técnicas de Atenção à Saúde, Atenção Primária à Saúde e Epidemiologia
1) O documento discute a reorganização dos serviços de educação especial em Portugal, particularmente a criação de Centros de Recursos para a Inclusão.
2) Argumenta-se que tal reorganização deve basear-se em princípios de avaliação inclusiva, colaboração entre serviços e foco na qualidade de vida e autodeterminação dos indivíduos.
3) A conceptualização proposta por Schalock (2004) para esses centros é mais abrangente do que a fornecida nas orientações do Ministério da Educação português.
O documento discute a qualidade e avaliação dos serviços de saúde e enfermagem. Aborda a evolução histórica da gestão da qualidade no setor da saúde desde a inspeção até modelos mais modernos como a Qualidade Total e acreditação. Também descreve ferramentas para avaliação da qualidade como indicadores, normas ISO, e programas brasileiros de acreditação hospitalar.
1) O documento discute conceitos fundamentais sobre Sistema de Informação em Saúde, incluindo a importância de um SIS, definições de sistema, dado, informação, situação de saúde e indicador.
2) Ele explica que um SIS deve fornecer informações para apoiar o processo de gestão do sistema de saúde e identificar seus principais usuários.
3) O documento também introduz os passos fundamentais para a organização e implantação de um SIS eficiente.
1) O documento discute conceitos fundamentais sobre Sistema de Informação em Saúde, incluindo a importância de um SIS, definições de sistema, dado, informação, situação de saúde e indicador.
2) O objetivo é propiciar a apreensão destes conceitos e introduzir referências para organização e utilização de um SIS, considerando sistemas de abrangência nacional.
3) Um SIS é importante para subsidiar o processo de gestão do sistema de saúde, diminuindo a incerteza sobre situações de saúde e apoi
O acesso aos serviços públicos de saúde - Elementos para a realização de uma ...José Pinto da Costa
O documento discute como as transformações nos sistemas de saúde, como a medicina de precisão, saúde digital e cuidados baseados em valor, podem afetar a equidade no acesso à saúde no futuro. Apresenta as três discursividades e como contribuem para a eficiência, mas também podem aumentar os custos e dificultar o acesso. Conclui que é preciso antecipar os impactos destas transformações nas populações para promover a equidade no acesso aos cuidados.
O documento discute a importância e construção de indicadores sociais para medir os resultados de projetos. Indicadores são parâmetros que sinalizam se os objetivos de um projeto foram alcançados. Devem ser definidos no planejamento inicial para permitir monitoramento e aprendizado. Exemplos demonstram como indicadores podem medir aspectos tangíveis e intangíveis de uma realidade social complexa.
1) O documento discute a diferença entre avaliação da qualidade e avaliação qualitativa no cuidado em saúde, argumentando que não devem ser considerados como rótulos intercambiáveis.
2) A avaliação qualitativa se concentra nas dimensões subjetivas que escapam aos indicadores quantitativos, como as perspectivas e experiências dos usuários.
3) Compreender essa distinção entre os tipos de avaliação é importante para o desenvolvimento de abordagens avaliativas que superem perspectivas tradicionais e excludentes.
Este documento discute a integralidade e a construção de novas profissionalidades no contexto dos serviços substitutivos de saúde mental no Brasil. As novas estratégias de saúde mental adotam uma abordagem integral dos pacientes e requerem novos valores e habilidades profissionais. Os serviços atuais enfrentam crises em responder adequadamente às necessidades dos usuários e em assumir a responsabilidade pela demanda de forma contínua. A integralidade é um conceito fundamental para a construção de novos modelos assistenciais nessa área.
1) O documento discute o trabalho coletivo em saúde e as dificuldades em construir e gerir equipes de trabalho, considerando a teoria da ergologia e do processo de trabalho.
2) Aborda o trabalho como uma atividade humana complexa que envolve normas prescritas e subjetividade dos trabalhadores.
3) Conclui que a gestão de equipes de saúde deve levar em conta essa complexidade do trabalho para implementar um novo modelo assistencial centrado na integralidade.
Abbes e maassaro acolhimento com classificação de riscoJozy Anne Aguiar
O documento discute o conceito e importância do acolhimento e classificação de risco em serviços de saúde. O acolhimento deve ser uma postura ética que envolve escutar e responder às necessidades dos usuários de forma humanizada. A classificação de risco identifica os pacientes que precisam de tratamento imediato de acordo com seu risco ou sofrimento, a fim de descongestionar serviços e melhorar o atendimento. Juntos, o acolhimento e a classificação de risco podem melhorar o acesso, a qualidade da assistência
O documento discute a gestão da clínica no Sistema Único de Saúde brasileiro. Aponta que o atual modelo é fragmentado e hospitalocêntrico, enquanto a gestão da clínica visa integrar os pontos de atenção à saúde para fornecer cuidados coordenados e de qualidade. Isso é feito por meio de instrumentos como diretrizes clínicas, gestão de patologias, gestão de casos e prontuário eletrônico, que buscam melhorar a assistência e a eficiência do sistema.
1) O documento discute os aspectos importantes dos instrumentos de medição de qualidade de vida e apresenta indicadores e instrumentos utilizados no Brasil.
2) São apresentados modelos com indicadores como os da OMS, IDH, Calvert-Henderson e FIB. Instrumentos genéricos e específicos são descritos.
3) É importante que os instrumentos tenham boa validade, confiabilidade e sejam culturalmente adaptados para o Brasil.
Este documento descreve a implementação do processo de "acolhimento" em uma unidade de saúde em Betim, Minas Gerais. O acolhimento visa reorganizar o trabalho para centrar-se na equipe multiprofissional e garantir acesso e resolução de problemas de saúde para todos. Após a implementação, a produtividade não-médica aumentou e a acessibilidade melhorou, com a equipe resolvendo 50% dos problemas de saúde.
Civilização 2.0? Reflexão sobre a montagem transcultural da saúde digitalJosé Pinto da Costa
Leitura, por convite, do colóquio de encerramento do i Curso Bruno Latour no Sertão, da Escola Multicampi de Ciências Médicas (EMCM) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), coordenado por Raquel Litterio de Bastos
O documento discute os avanços recentes no combate à pobreza e desigualdade no Brasil à luz da teoria das capacitações de Sen. Apesar de indicadores mostrarem redução da pobreza e desigualdade, questiona-se se as estratégias brasileiras são consistentes com desenvolvimento humano de longo prazo, considerando limitações das medidas tradicionais e a diversidade humana.
Impactos sociais esperados da digitalização em saúde - Testemunhos nacionais....José Pinto da Costa
Apresentação do subgrupo Saúde Digital, do grupo NOVAsaúde, na II International Conference Health Systems and Policies - Universidade Nova de Lisboa, Reitoria da Universidade Nova de Lisboa, 28/02/2023
Experiência e Expetativa - O futuro como objeto de estudo em antropologia.PPTXJosé Pinto da Costa
Este documento discute três grupos de stakeholders envolvidos na cocriação dos cuidados de saúde do futuro e seus discursos: 1) Coligações de defesa promovem a promessa da medicina de precisão, mas seu alto custo pode limitar o acesso. 2) Comunidades epistêmicas apontam desafios como a falta de interoperabilidade de dados. 3) Círculos instrumentais defendem modelos baseados em valor, porém a inclusão da diversidade de percepções de valor é ilusória.
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3) A pesquisa avaliativa estuda as relações entre os componentes de uma intervenção - objetivos, recursos, serviços, efeitos e contexto - de forma científica.
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Este documento discute a gestão de recursos humanos em saúde. Primeiramente, destaca a importância central dos profissionais de saúde na prestação de serviços de saúde e os desafios da gestão deste setor. Em seguida, analisa problemas comuns como desequilíbrios na distribuição de pessoal e formação inadequada. Por fim, defende que novas políticas de recursos humanos são essenciais para melhorar o acesso, eqüidade e qualidade dos sistemas de saúde.
Apresentação do assessor técnico do Conass, Nereu Henrique Mansano, no seminário "O futuro do Sistema Único de Saúde: a contribuição da Planificação da Atenção à Saúde" e a Reunião Conjunta das Câmaras Técnicas de Atenção à Saúde, Atenção Primária à Saúde e Epidemiologia
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O documento discute a qualidade e avaliação dos serviços de saúde e enfermagem. Aborda a evolução histórica da gestão da qualidade no setor da saúde desde a inspeção até modelos mais modernos como a Qualidade Total e acreditação. Também descreve ferramentas para avaliação da qualidade como indicadores, normas ISO, e programas brasileiros de acreditação hospitalar.
1) O documento discute conceitos fundamentais sobre Sistema de Informação em Saúde, incluindo a importância de um SIS, definições de sistema, dado, informação, situação de saúde e indicador.
2) Ele explica que um SIS deve fornecer informações para apoiar o processo de gestão do sistema de saúde e identificar seus principais usuários.
3) O documento também introduz os passos fundamentais para a organização e implantação de um SIS eficiente.
1) O documento discute conceitos fundamentais sobre Sistema de Informação em Saúde, incluindo a importância de um SIS, definições de sistema, dado, informação, situação de saúde e indicador.
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3) Um SIS é importante para subsidiar o processo de gestão do sistema de saúde, diminuindo a incerteza sobre situações de saúde e apoi
O acesso aos serviços públicos de saúde - Elementos para a realização de uma ...José Pinto da Costa
O documento discute como as transformações nos sistemas de saúde, como a medicina de precisão, saúde digital e cuidados baseados em valor, podem afetar a equidade no acesso à saúde no futuro. Apresenta as três discursividades e como contribuem para a eficiência, mas também podem aumentar os custos e dificultar o acesso. Conclui que é preciso antecipar os impactos destas transformações nas populações para promover a equidade no acesso aos cuidados.
O documento discute a importância e construção de indicadores sociais para medir os resultados de projetos. Indicadores são parâmetros que sinalizam se os objetivos de um projeto foram alcançados. Devem ser definidos no planejamento inicial para permitir monitoramento e aprendizado. Exemplos demonstram como indicadores podem medir aspectos tangíveis e intangíveis de uma realidade social complexa.
1) O documento discute a diferença entre avaliação da qualidade e avaliação qualitativa no cuidado em saúde, argumentando que não devem ser considerados como rótulos intercambiáveis.
2) A avaliação qualitativa se concentra nas dimensões subjetivas que escapam aos indicadores quantitativos, como as perspectivas e experiências dos usuários.
3) Compreender essa distinção entre os tipos de avaliação é importante para o desenvolvimento de abordagens avaliativas que superem perspectivas tradicionais e excludentes.
Este documento discute a integralidade e a construção de novas profissionalidades no contexto dos serviços substitutivos de saúde mental no Brasil. As novas estratégias de saúde mental adotam uma abordagem integral dos pacientes e requerem novos valores e habilidades profissionais. Os serviços atuais enfrentam crises em responder adequadamente às necessidades dos usuários e em assumir a responsabilidade pela demanda de forma contínua. A integralidade é um conceito fundamental para a construção de novos modelos assistenciais nessa área.
1) O documento discute o trabalho coletivo em saúde e as dificuldades em construir e gerir equipes de trabalho, considerando a teoria da ergologia e do processo de trabalho.
2) Aborda o trabalho como uma atividade humana complexa que envolve normas prescritas e subjetividade dos trabalhadores.
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O documento discute o conceito e importância do acolhimento e classificação de risco em serviços de saúde. O acolhimento deve ser uma postura ética que envolve escutar e responder às necessidades dos usuários de forma humanizada. A classificação de risco identifica os pacientes que precisam de tratamento imediato de acordo com seu risco ou sofrimento, a fim de descongestionar serviços e melhorar o atendimento. Juntos, o acolhimento e a classificação de risco podem melhorar o acesso, a qualidade da assistência
O documento discute a gestão da clínica no Sistema Único de Saúde brasileiro. Aponta que o atual modelo é fragmentado e hospitalocêntrico, enquanto a gestão da clínica visa integrar os pontos de atenção à saúde para fornecer cuidados coordenados e de qualidade. Isso é feito por meio de instrumentos como diretrizes clínicas, gestão de patologias, gestão de casos e prontuário eletrônico, que buscam melhorar a assistência e a eficiência do sistema.
1) O documento discute os aspectos importantes dos instrumentos de medição de qualidade de vida e apresenta indicadores e instrumentos utilizados no Brasil.
2) São apresentados modelos com indicadores como os da OMS, IDH, Calvert-Henderson e FIB. Instrumentos genéricos e específicos são descritos.
3) É importante que os instrumentos tenham boa validade, confiabilidade e sejam culturalmente adaptados para o Brasil.
Este documento descreve a implementação do processo de "acolhimento" em uma unidade de saúde em Betim, Minas Gerais. O acolhimento visa reorganizar o trabalho para centrar-se na equipe multiprofissional e garantir acesso e resolução de problemas de saúde para todos. Após a implementação, a produtividade não-médica aumentou e a acessibilidade melhorou, com a equipe resolvendo 50% dos problemas de saúde.
Civilização 2.0? Reflexão sobre a montagem transcultural da saúde digitalJosé Pinto da Costa
Leitura, por convite, do colóquio de encerramento do i Curso Bruno Latour no Sertão, da Escola Multicampi de Ciências Médicas (EMCM) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), coordenado por Raquel Litterio de Bastos
O documento discute os avanços recentes no combate à pobreza e desigualdade no Brasil à luz da teoria das capacitações de Sen. Apesar de indicadores mostrarem redução da pobreza e desigualdade, questiona-se se as estratégias brasileiras são consistentes com desenvolvimento humano de longo prazo, considerando limitações das medidas tradicionais e a diversidade humana.
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Impactos sociais esperados da digitalização em saúde - Testemunhos nacionais....José Pinto da Costa
Apresentação do subgrupo Saúde Digital, do grupo NOVAsaúde, na II International Conference Health Systems and Policies - Universidade Nova de Lisboa, Reitoria da Universidade Nova de Lisboa, 28/02/2023
Experiência e Expetativa - O futuro como objeto de estudo em antropologia.PPTXJosé Pinto da Costa
Este documento discute três grupos de stakeholders envolvidos na cocriação dos cuidados de saúde do futuro e seus discursos: 1) Coligações de defesa promovem a promessa da medicina de precisão, mas seu alto custo pode limitar o acesso. 2) Comunidades epistêmicas apontam desafios como a falta de interoperabilidade de dados. 3) Círculos instrumentais defendem modelos baseados em valor, porém a inclusão da diversidade de percepções de valor é ilusória.
Este documento discute a implementação da saúde digital em Portugal. Apresenta os objetivos da investigação, que incluem identificar as instituições envolvidas, os instrumentos regulatórios, os obstáculos e impactos da saúde digital em Portugal. Também descreve a abordagem metodológica compreensiva utilizada e os principais resultados, que apontam desafios como a exclusão digital, a necessidade de financiamento e proteção de dados na saúde digital.
Apresentação sobre a relação entre One Health e Digital Health
apresentada no Seminário CRIA "Abordar a complexidade: encontro(s) de ecologia política" - ISCTE 25-25 fevereiro de 2022.
O documento resume a implementação da saúde digital em Portugal, abordando: 1) Os objetivos e metodologia da investigação sobre o tema; 2) Uma breve história da saúde digital em Portugal e na UE; 3) Os atuais e futuros planos e estratégias de Portugal para a saúde digital.
O documento discute a tradução do discurso global sobre saúde digital para Portugal, destacando que: (1) iniciou-se em 2008 com planos para saúde digital, porém faltava liderança; (2) em 2012 surgiram avanços como o Portal da Saúde, porém a integração entre organizações é difícil; (3) para sucesso futuro é necessário padronização, interoperabilidade e estratégia de longo prazo cuidadosamente implementada.
Este documento descreve os impactos da segunda vaga da pandemia COVID-19 no acesso aos cuidados de saúde em Portugal para pacientes não-COVID. Apresenta dados mostrando reduções significativas em consultas médicas, cirurgias, exames e outros serviços. Argumenta que esses impactos resultaram das políticas de austeridade que enfraqueceram o sistema de saúde, tornando-o menos resiliente para lidar com a crise. Defende maiores investimentos para tornar os sistemas de saúde mais inclusivos e capazes de responder a emer
Visões de vanguarda, imaginários sociotécnicos e imaginação social: Uma refle...José Pinto da Costa
Sheila Jasanoff identificou três questões fundamentais que interferem na coprodução dos futuros no contexto da economia política da promessa que estimula as vanguardas sociotécnicas a projetarem os imaginários sociotécnicos: a predominância de organizações privadas na articulação e propagação dos imaginários; a existência de tensões sobre a definição dos futuros desejáveis; e a qualidade dos imaginários enquanto tradutores dos entendimentos de uma sociedade sobre o bem e o mal.
Na presente comunicação, convido a partirmos destas três questões para refletir sobre as implicações da economia política da promessa da nova biomedicina na produção dos futuros imaginados.
Mutatio. Duplicidades da epistemologia cívica global sobre a COVID-19José Pinto da Costa
Este documento discute como a epistemologia cívica global sobre a COVID-19 é dupla, direcionando os governos para a imunidade de grupo ou confinamento. A governança da pandemia acabou por responsabilizar os indivíduos através de estratégias de "nudging", seguindo a ideologia paternalista liberal das elites. Embora os países tenham adotado abordagens diferentes inicialmente, todos acabaram por impor a ideia do que significa ser civilizado durante a pandemia, ampliando seus impactos biossociais.
Personalizing medicine: Discourses, practices, itinerariesJosé Pinto da Costa
This document announces a panel at the 2017 EASA Medical Anthropology Network Biennial Conference in Lisbon, Portugal titled "Personalizing Medicine: Discourses, Practices, Itineraries." The panel will reflect on the discourses, practices, and experiences of individuals and populations as precision medicine seeks to prevent and treat diseases according to genetic variability and socio-environmental contexts. Three presentations will be given on the discourses around precision medicine, how personalized medicine creates infrastructures of solidarity, and how bodies are conceptualized in a Portuguese biobank.
Speaking precision medicine preliminary results from the analysis of the di...José Pinto da Costa
1) The document summarizes the preliminary results of a discourse analysis conducted at a conference on biomedical applications of biotechnology.
2) Three main stages structured the event: formal presentations in the auditorium, informal discussions during coffee breaks, and regulated but informal conversations during lunch. The most insightful information was captured during informal settings.
3) The conference aimed to promote synergies between research and industry by discussing new scientific ideas and translating science into commercial products. However, investors struggle to understand this translation process.
Para uma autoetnografia dos estados de vulnerabilidade: ensaio num caso de di...José Pinto da Costa
Este documento discute a importância da autoetnografia para compreender experiências pessoais de vulnerabilidade. O autor relata sua própria experiência procurando ajuda médica após perder a função da tireoide, como um estudo de caso para argumentar que os antropólogos devem incluir a si mesmos como objeto de estudo. A autoetnografia permite misturar abordagens lógicas e emocionais para descrever experiências humanas de forma completa.
O tufão e a borboleta uma auto-etnografia de uma experiência de doença da t...José Pinto da Costa
Comunicação apresenta no VI Congresso APA (Coimbra, 3 de Junho de 2016), sobre o tema da auto-etnografia em estados de vulnerabilidade provocados por doença.
Concepção, gravidez, parto e pós-parto: perspectivas feministas e interseccionais
Livro integra a coleção Temas em Saúde Coletiva
A mais recente publicação do Instituto de SP traça a evolução da política de saúde voltada para as mulheres e pessoas que engravidam no Brasil ao longo dos últimos cinquenta anos.
A publicação se inicia com uma análise aprofundada de dois conceitos fundamentais: gênero e interseccionalidade. Ao abordar questões de saúde da mulher, considera-se o contexto social no qual a mulher está inserida, levando em conta sua classe, raça e gênero. Um dos pontos centrais deste livro é a transformação na assistência ao parto, influenciada significativamente pelos movimentos sociais, que desde a década de 1980 denunciam o uso irracional de tecnologia na assistência.
Essas iniciativas se integraram ao movimento emergente de avaliação tecnológica em saúde e medicina baseada em evidências, resultando em estudos substanciais que impulsionaram mudanças significativas, muitas das quais são discutidas nesta edição. Esta edição tem como objetivo fomentar o debate na área da saúde, contribuindo para a formação de profissionais para o SUS e auxiliando na formulação de políticas públicas por meio de uma discussão abrangente de conceitos e tendências do campo da Saúde Coletiva.
Esta edição amplia a compreensão das diversas facetas envolvidas na garantia de assistência durante o período reprodutivo, promovendo uma abordagem livre de preconceitos, discriminação e opressão, pautada principalmente nos direitos humanos.
Dois capítulos se destacam: ‘“A pulseirinha do papai”: heteronormatividade na assistência à saúde materna prestada a casais de mulheres em São Paulo’, e ‘Políticas Públicas de Gestação, Práticas e Experiências Discursivas de Gravidez Trans masculina’.
Parabéns às autoras e organizadoras!
Prof. Marcus Renato de Carvalho
www.agostodourado.com
A unidade da diversidade: Um olhar antropológico sobre os processos de implementação do modelo de cuidados de saúde baseados em valor
1. A UNIDADE DA
DIVERSIDADE
Um olhar antropológico sobre os
processos de implementação do modelo
de cuidados de saúde baseados em
valor
José Carlos Pinto da Costa
(CRIA/FCSH-NOVA)
Humanidades em emergência: saúde e reconstrução social
6º Congreso Internacional de Antropología AIBR, 28-31 Julho, 2020. Edição online
2. INTRODUÇÃO
A implementação do modelo de cuidados de saúde
baseados em valor (CSBV) promete trazer eficiência e
sustentabilidade aos sistemas nacionais de saúde. O
modelo redesenha toda a lógica da operacionalidade dos
sistemas e propõe que os orçamentos discriminem
positivamente as instituições que mais produzem valor
para o paciente. Para esse fim, os autores do modelo
entendem 'valor para o paciente' como uma relação entre
os resultados dos tratamentos e dos cuidados esperados e
desejados pelo/a paciente e o dinheiro que ele/a e o
sistema gastam para os atingir.
3. OBJETIVOS GERAIS
Identificar tensões entre a pretensão
universalista do valor em saúde como ele é
entendido no modelo CSBV e a variabilidade
cultural e pessoal do valor em saúde
Explorar a vantagem do uso de alguns
conceitos centrais na antropologia do valor
para analisar essas tensões e propor a
realização de uma etnografia das capacidades
críticas como método para as gerir
4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Identificar tensões entre a pretensão universalista do valor em saúde como ele é
entendido no modelo CSBV e a variabilidade cultural e pessoal do valor em saúde
Apresentar o modelo CSBV
Apresentar exemplos de tensões resultantes da implementação do modelo
Explorar a vantagem eventual do uso de alguns conceitos centrais na
antropologia do valor para analisar essas tensões e propor a realização de uma
etnografia das capacidades críticas como método para as gerir
Refletir sobre a adequação dos conceitos de “sistema de ideias”, de Louis
Dumont, de “atos performativos de valor”, de Michael Lambek no
desenvolvimento dos processos de implementação do modelo CSBV
Apresentar os elementos para a realização de uma etnografia das capacidades
críticas durante os processos de implementação do modelo CSBV
5. O MODELO CSBV
O valor em saúde como
a medida da relação
entre os resultados
alcançados com os
cuidados e o dinheiro
gasto para o paciente
beneficiar deles (Porter
& Teisberg, 2006).
Fonte: Porter 2010
7. TENSÕES RESULTANTES DA IMPLEMENTAÇÃO DO
MODELO
Unir a diversidade é diferente de anular a
diversidade
O valor não depende de o que é avaliado, mas sim de quem
avalia (Pendleton, 2018), já que orienta sempre para as
dimensões psicossocial e sociopolítica, as quais são específicas
ao contexto em que cada indivíduo vive em condições comuns
com o seu grupo de outros significativos.
As diferenças de perceção sobre o valor dos resultados dos
cuidados de saúde observam-se entre todos os stakeholders
8. Mesmo entre o médico e o paciente as diferenças são significativas.
Por exemplo, ao tratarem os dados de um questionário realizado no
estado do Utah, nos Estados Unidos, Robert Pendleton e os seus
colegas constataram que 45% dos pacientes situavam o preço dos
tratamentos como a primeira medida de valor, e apenas 32% a
melhoria do seu estado de saúde. Os mesmos resultados indicavam
ainda que, quando os pacientes foram convidados a escolherem um
grupo de cinco características mais importantes do valor, em 90% dos
casos as combinações de respostas diferiam das combinações
selecionadas pelos médicos: “em geral, o custo e o serviço eram de
longe as características mais importantes para os pacientes, e não o
eram para os médicos” (Pendleton, 2018).
Resultados semelhantes foram encontrados por Nilsson e seus
colegas (2017) nas entrevistas que realizaram ao longo de dois anos
aos representantes dos projetos piloto de implementação do modelo
CSVB num hospital universitário sueco. Os informantes dividiam as
suas opiniões entre “como profissionais, nós pensávamos que
sabíamos o que o valor é para os pacientes, mas não temos de facto
essa competência”; “[os representantes dos pacientes] deram visões
concretas sobre a educação dos pacientes e sobre como medir o que
acontece aos pacientes, como é que eles se sentem, etc. [ideias] que
9. Jennifer Bright e Mark Linthicum (2018, p. 2) identificam claramente o
que está em causa aqui: “As características dos pacientes e os fatores
que afetam as suas escolhas de cuidados são altamente relevantes
para os resultados de um tratamento, e, apesar disso, essa
informação falta muitas das vezes nos modelos de determinação do
valor porque esses dados não estão sempre registados nos processos
clínicos. Assim, a «resposta » acerca do valor de um tratamento
negligencia informação vital sobre subpopulações (e.g., etnia, idade,
género, ou subtipo de doença). Mais, os benefícios da escolha
alargada do paciente não são considerados quando modelos
sofisticados… apenas medem benefícios clínicos, riscos e custos para
o paciente médio. Um passo na direção certa consiste em incorporar
melhor a voz do paciente nas medidas do valor.”
Esta conclusão é partilhada por Nilsson e colegas, quando referem
que prestar “… atenção à voz do paciente é uma preocupação muito
importante e é também uma chave para aumentar o envolvimento dos
médicos e dos cuidadores para a realização de um melhor trabalho”
(Nilsson et al., 2017, p. 1). O facto é que pouco entendimento tem
havido sobre como desenvolver processos que meçam “o que os
pacientes valorizam verdadeiramente nos cuidados de saúde” (Bright
& Franklin, 2018, p. 1).
10. OS CONCEITOS DAANTROPOLOGIA DO VALOR
“Sistema de ideias” e “hierarquia de valores” (L. Dumont)
O valor encontra-se “imbricado na concepção do mundo [e] na própria
configuração das ideias” (Dumont, 1992, p. 245-259).
David Graeber lembra a linguística estrutural de Ferdinand de Saussure
que demonstra que “o significado de um termo só pode ser
compreendido no contexto de um sistema total” (2005, p. 447).
Este importante aspeto significa duas coisas aparentemente contrárias.
Primeiramente, que, os valores dos resultados dos cuidados de saúde
atribuídos pelos pacientes e pelos desenhadores do modelo CSBV são
apenas comparáveis face ao fundo semântico que os une, ou seja, num
plano de comparabilidade que dilua as diferenças entre as duas
culturas epistémicas. Em segundo lugar, significa que para
entendermos o significado de valor para cada um dos agentes da
interação é necessário situá-lo no fundo semântico total em que cada
um dos agentes exprime a sua discursividade particular.
11. Figura 1 –
Estágios
material-
semióticos
envolvidos na
avaliação da
saúde em um
determinado
sistema social de
ideias
* inclui outros
ecossistemas
socialmente
organizados
** inclui outras
interações
relacionadas à
saúde
institucionalment
e organizadas) (Elaboração
própria)
12. “Atos performativos de valor” (M. Lambek)
A hierarquização dos valores é o fundamento da
diferenciação das expressões dos sistemas de ideias
em forma de desejos. Deste modo, valor e hierarquia
são o mesmo (Dumont, 1992, p. 269), pois as ideias
valorizam hierarquicamente as prioridades numa lógica
de organização da própria ação.
Michael Lambek entende que os atos ordinários “não
são redutíveis à economia, mas, pelo contrário, são
constitutivos de ética… são cultural e semioticamente
moldados e mediados” (Lambek, 2013, p. 145).
Carregados de sentido, “os atos geram as suas
próprias formas de valor. Na medida em que este valor
se torna objetivado, isto é, se separa do que se faz…
pode ter as suas propriedades específicas, distintas do
13. Mesmo os atos situados na esfera da produção material e da troca
realizam valor (ético). Os atos que realizam valor ético (ação)
distinguem-se dos atos que produzem valor material (produção).
Devido à sua diferente natureza e resultados, estes dois tipos de atos
remetem para diferentes formas de atribuição de valor. Enquanto o
valor material é comensurável, o valor ético é incomensurável, e isto
“leva a dois tipos diferentes de avaliação – a escolha, no caso do valor
de mercado e o juízo, no caso do valor ético – e é necessário
estabelecer um equilíbrio entre valores incomensuráveis” (Otto &
Willerslev, 2013, p. 5).
Outro aspeto importante desta teoria é que o valor ético precisa de
circular por via das atividades humanas, pelas quais é objetivado, sob
pena de perder o seu valor performativo e normativo. Pelas
atividades, o valor ético objetiva-se e, por exemplo, a dádiva,
enquanto objetivação de atos como dar e receber constitui um ato
performativo por excelência. Da mesma forma que as mercadorias
objetivam o trabalho, a dádiva objetiva os atos performativos (Otto &
Willerslev, 2013, p. 6).
Os atos, por mais ordinários que sejam (Lambek, 2013), fazem valor,
são locais de realização de um ethos, de um comportamento, que é
julgado pela sociedade contra um fundo de sentido cultural.
14. UMA ETNOGRAFIA DAS CAPACIDADES CRÍTICAS NOS PROCESSOS DE
IMPLEMENTAÇÃO DO MODELO CSBV
Os cuidados são atos performativos; eles objetivam um valor que tanto os
prestadores de cuidados como os pacientes conhecem e reconhecem, isto é,
ambos os agentes da relação de cuidado formulam juízos sobre os atos de
cuidado. E esta formulação é uma avaliação de natureza diferente daquela que é
pedida aos pacientes quando questionados sobre que resultados eles valorizam
mais nos cuidados de saúde. Os pacientes assumem um papel de juízes e não de
avaliadores, e isto pode ser determinante da perceção que os pacientes e os
prestadores têm sobre o valor dos cuidados de saúde. E é aqui que surge a
justificação para a realização de uma etnografia das capacidades críticas.
Uma sociologia das capacidades críticas move o foco da crítica denunciatória para
a consideração de que as sociedades são críticas, isto é, que os “atores [sociais]
dispõem de capacidades críticas, têm todos acesso, sem dúvida em graus
desiguais, a recursos críticos e usam-nos quase em permanência no decurso da
sua vida social” (Boltanski, 1990:130). A atenção da antropologia a este facto
contribui para retirar ao cientista social o direito de exclusividade da análise
crítica.
No contexto específico dos processos de implementação do modelo CSBV, a
etnografia das capacidades críticas deve ser realizada onde são tecidas as várias
discursividades que irão dar a forma final às políticas que sancionarão essa
implementação: o subsistema político.
15. Um “subsistema político” é um “grupo
de atores normalmente
indiferenciados originários de
diferentes áreas do estado e da
sociedade que estão unidos por uma
preocupação mútua e um
conhecimento sobre uma área política
específica.” (Béland et al., 2018:1-2).
O subsistema é formado por três
grupos funcionais de atores: as
coligações de advocacia, as
comunidades epistémicas e os
círculos instrumentais. Os atores
principais do primeiro grupo são os
políticos e estruturam a
discursividade política, os do segundo
são os experts e os técnicos e
estruturam a discursividade da
problematização, e os do último são
os utilizadores e desenvolvem
atividades que requerem soluções e
envolvem-se na formulação destas, e
Fonte: Costa, 2020
16. Uma etnografia das capacidades críticas realizada no
âmbito dos processos de implementação do modelo CSBV
deve:
1) ser ela própria uma etnografia crítica (cf. Marcus & Fischer, 1999);
2) ser uma etnografia multi-situada, seguindo o objeto de estudo pela sociedade,
ligando locais de produção de conhecimento e de produção de dramas tecnológicos
(cf. Marcus, 1995);
3) ser uma etnografia colaborativa e experimental, que permita obter dados de
círculos de expertise e permita a emergência de espaços terceiros (cf. Fischer, 2007;
Marcus, 2010);
4) ser uma etnografia estratégica (cf. Williams & Pollock, 2009), que permita
investigar as relações entre a tecnologia e a sociedade a múltiplos níveis e espaços
temporais, que seja dinâmica na sua geometria;
5) ser uma etnografia que envolva um elemento de surpresa (cf. Hess, 2007; Guyer,
2013);
6) ser uma etnografia que informe uma antropologia aplicada à análise do desenho
dos imaginários sociotécnicos;
7) ser uma etnografia que demonstre a responsabilidade política do investigador,
isto é, que reflita a responsabilidade do investigador em promover formas a nível
subpolítico (cf. Hess, 2007); e
8) ser uma etnografia que permita a realização de uma interpretação figural (cf.
17. CONCLUSÃO
A EFICIÊNCIA E SUSTENTABILIDADE DOS SISTEMAS NACIONAIS DE SAÚDE
NÃO DEVE SER O ÚNICO OBJETIVO DA IMPLEMENTAÇÃO DO MODELO
CSBV. SE A EFICÁCIA DO MODELO CONSISTE NO AJUSTAMENTO DOS
RESULTADOS DOS CUIDADOS AO VALOR DESTES PARA OS PACIENTES, É
NECESSÁRIO QUE, NA FORMULAÇÃO DAS POLÍTICAS FINAIS QUE
SUPORTEM ESSA IMPLEMENTAÇÃO, SEJA CONCEDIDO UM LUGAR
CENTRAL À VOZ DOS PACIENTES.
A CENTRALIDADE DA VOZ DOS PACIENTES NO DESENHO FINAL DAS
POLÍTICAS AJUDARÁ A TORNAR OS SISTEMAS DE SAÚDE NÃO APENAS
EFICIENTES MAS TAMBÉM EFICAZES. PARA ISTO, É NECESSÁRIO QUE AS
FRONTEIRAS ENTRE AS DISCURSIVIDADES DOS AGENTES ENVOLVIDOS NA
COPRODUÇÃO DESSAS POLÍTICAS SEJAM AJUSTADAS EM FAVOR DOS
PACIENTES.
A REALIZAÇÃO DE UMA ETNOGRAFIA DAS CAPACIDADES CRÍTICAS DOS
AGENTES ENVOLVIDOS NO DESENHO DAS POLÍTICAS DE SAÚDE NO
ÂMBITO ESPECÍFICO DA IMPLEMENTAÇÃO DO MODELO CSBV PODERÁ
AJUDAR A ESSE AJUSTAMENTO.
18. REFERÊNCIAS CITADAS
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