Sheila Jasanoff identificou três questões fundamentais que interferem na coprodução dos futuros no contexto da economia política da promessa que estimula as vanguardas sociotécnicas a projetarem os imaginários sociotécnicos: a predominância de organizações privadas na articulação e propagação dos imaginários; a existência de tensões sobre a definição dos futuros desejáveis; e a qualidade dos imaginários enquanto tradutores dos entendimentos de uma sociedade sobre o bem e o mal.
Na presente comunicação, convido a partirmos destas três questões para refletir sobre as implicações da economia política da promessa da nova biomedicina na produção dos futuros imaginados.
1) O documento discute como a sociologia econômica e a teoria das convenções podem ajudar a entender os micro e pequenos empreendimentos agroindustriais no Brasil.
2) Essas teorias fornecem conceitos como "enraizamento" e "redes sociais" que ajudam a explicar o dinamismo desses mercados e como eles podem conquistar novos mercados.
3) A análise das redes sociais e das normas e padrões dos mercados oferece uma perspectiva mais completa do que a teoria
1) O documento discute as relações entre tecnologia e sociedade, refutando a ideia de neutralidade tecnológica. 2) Aborda teóricos como Marx, Gandhi e a Teoria da Tecnologia Apropriada, que enfatizaram fatores sociais na produção tecnológica. 3) A sociologia da tecnologia construtivista mostra que a tecnologia é socialmente construída e influenciada por grupos relevantes.
Relação entre o ensino música e os contextos sociais em que ela se inserefredericocardim
1) O documento discute a relação entre o ensino de música e os contextos sociais onde ocorre, argumentando que as práticas locais de ensino musical devem ser consideradas para aproximar a escola da realidade dos alunos.
2) Grandes corporações promovem a homogeneização cultural através da indústria de comunicação, ameaçando saberes musicais locais. Métodos como a pesquisa sociopoética buscam dar voz a esses saberes marginais.
3) Pesquisas participativas visam superar a relação de pes
O documento discute a complexidade envolvida na formulação de políticas públicas, desde sua elaboração até implementação, e como diferentes atores sociais influenciam este processo de acordo com seus interesses. A formulação de políticas é determinada principalmente pelos interesses das elites econômicas globais e classes dominantes nacionais, que buscam apropriar recursos públicos para seus objetivos.
O julgamento do mensalão e as redes sociais de interpretação. Pistas para uma...claudiocpaiva
1. O documento discute o julgamento do mensalão e sua projeção nas redes sociais, oferecendo pistas para uma interpretação hermenêutica deste fenômeno político a partir da comunicação e cultura midiática compartilhada.
2. Analisa como as redes sociais permitiram o monitoramento do julgamento e a formação de um espaço público digital, contribuindo para novos agenciamentos ético-políticos.
3. Defende uma abordagem interdisciplinar que considere as interfaces entre informação, comunicação e política
1. O documento discute o julgamento do mensalão e sua projeção nas redes sociais, que permitiram novas formas de interpretação e participação dos cidadãos.
2. As redes sociais distribuíram amplamente as informações sobre o julgamento e permitiram que os usuários interagissem e debatessem o processo.
3. Isso representou novos agenciamentos ético-políticos e democráticos na discussão do caso, que teve grande relevância para a história política brasileira.
TRUQUENOLOGIA – ELEMENTOS PARA SE PENSAR UMA TEORIA DA GAMBIARRA TECNOLÓGICAmarketinghacker
1) O documento discute as relações entre tecnologia e sociedade, refutando a visão de neutralidade tecnológica. Aponta que fatores sociais influenciam o desenvolvimento tecnológico.
2) Apresenta diferentes teorias sobre como a tecnologia é socialmente construída, como a Teoria do Construtivismo Social.
3) Discutem autores como Marx, Gandhi e a Teoria Crítica da Tecnologia que enfatizam o caráter não neutro da tecnologia e seu impacto social.
Pressupostos para a construção de uma sociologia das redes sociaisLeonor Alves
Este artigo discute os pressupostos para o desenvolvimento de uma sociologia especializada em análise de redes sociais. Aborda conceitos-chave como redes sociais, paradigma, estruturas sociais e como a análise de redes pode fornecer novas perspectivas para entender fenômenos sociais. Também discute a evolução histórica do estudo de redes sociais e sua relação com disciplinas como antropologia, sociologia e matemática.
1) O documento discute como a sociologia econômica e a teoria das convenções podem ajudar a entender os micro e pequenos empreendimentos agroindustriais no Brasil.
2) Essas teorias fornecem conceitos como "enraizamento" e "redes sociais" que ajudam a explicar o dinamismo desses mercados e como eles podem conquistar novos mercados.
3) A análise das redes sociais e das normas e padrões dos mercados oferece uma perspectiva mais completa do que a teoria
1) O documento discute as relações entre tecnologia e sociedade, refutando a ideia de neutralidade tecnológica. 2) Aborda teóricos como Marx, Gandhi e a Teoria da Tecnologia Apropriada, que enfatizaram fatores sociais na produção tecnológica. 3) A sociologia da tecnologia construtivista mostra que a tecnologia é socialmente construída e influenciada por grupos relevantes.
Relação entre o ensino música e os contextos sociais em que ela se inserefredericocardim
1) O documento discute a relação entre o ensino de música e os contextos sociais onde ocorre, argumentando que as práticas locais de ensino musical devem ser consideradas para aproximar a escola da realidade dos alunos.
2) Grandes corporações promovem a homogeneização cultural através da indústria de comunicação, ameaçando saberes musicais locais. Métodos como a pesquisa sociopoética buscam dar voz a esses saberes marginais.
3) Pesquisas participativas visam superar a relação de pes
O documento discute a complexidade envolvida na formulação de políticas públicas, desde sua elaboração até implementação, e como diferentes atores sociais influenciam este processo de acordo com seus interesses. A formulação de políticas é determinada principalmente pelos interesses das elites econômicas globais e classes dominantes nacionais, que buscam apropriar recursos públicos para seus objetivos.
O julgamento do mensalão e as redes sociais de interpretação. Pistas para uma...claudiocpaiva
1. O documento discute o julgamento do mensalão e sua projeção nas redes sociais, oferecendo pistas para uma interpretação hermenêutica deste fenômeno político a partir da comunicação e cultura midiática compartilhada.
2. Analisa como as redes sociais permitiram o monitoramento do julgamento e a formação de um espaço público digital, contribuindo para novos agenciamentos ético-políticos.
3. Defende uma abordagem interdisciplinar que considere as interfaces entre informação, comunicação e política
1. O documento discute o julgamento do mensalão e sua projeção nas redes sociais, que permitiram novas formas de interpretação e participação dos cidadãos.
2. As redes sociais distribuíram amplamente as informações sobre o julgamento e permitiram que os usuários interagissem e debatessem o processo.
3. Isso representou novos agenciamentos ético-políticos e democráticos na discussão do caso, que teve grande relevância para a história política brasileira.
TRUQUENOLOGIA – ELEMENTOS PARA SE PENSAR UMA TEORIA DA GAMBIARRA TECNOLÓGICAmarketinghacker
1) O documento discute as relações entre tecnologia e sociedade, refutando a visão de neutralidade tecnológica. Aponta que fatores sociais influenciam o desenvolvimento tecnológico.
2) Apresenta diferentes teorias sobre como a tecnologia é socialmente construída, como a Teoria do Construtivismo Social.
3) Discutem autores como Marx, Gandhi e a Teoria Crítica da Tecnologia que enfatizam o caráter não neutro da tecnologia e seu impacto social.
Pressupostos para a construção de uma sociologia das redes sociaisLeonor Alves
Este artigo discute os pressupostos para o desenvolvimento de uma sociologia especializada em análise de redes sociais. Aborda conceitos-chave como redes sociais, paradigma, estruturas sociais e como a análise de redes pode fornecer novas perspectivas para entender fenômenos sociais. Também discute a evolução histórica do estudo de redes sociais e sua relação com disciplinas como antropologia, sociologia e matemática.
O documento discute a crise de legitimidade do Estado moderno e propõe a comunicação pública e a democracia deliberativa como modelos para reconfigurar as relações entre Estado e sociedade. Apresenta a governança pública e as redes de políticas públicas como novas formas de interação que envolvem diversos atores na definição e implementação de políticas, superando o modelo estatal centralizado.
Este documento discute as relações entre o corpo, identidade e avatar no contexto dos jogos digitais e da cibercultura contemporânea. O autor argumenta que os jogos permitem novas formas de experiência corporal através da criação e customização de avatares, expandindo nossas noções de identidade.
Habilidade Social e a Teoria dos Campos por FligsteinFlávia Galindo
Esta é uma apresentação da obra de Fligstein, cuja referência a ser utilizada é: Fligstein, N. “Habilidade social e a teoria dos campos”. In: Martes, Ana Cristina Braga (org.) Redes e Sociologia Econômica. São Carlos: Ed. UFSCar, 2009 (p.69-103)
O documento discute a configuração do campo da comunicação na América Latina nas décadas de 1970 e 1980. Apresenta os desafios de estabelecer uma teoria crítica da comunicação que considere as condições de produção, circulação e consumo do discurso. Também aborda como os meios de comunicação de massa transformam eventos em espetáculos e como isso afeta a percepção social da realidade.
[1] O texto discute o capítulo "O papel da sociedade civil e da esfera pública política" do livro "Direito e Democracia" de Jürgen Habermas. [2] Habermas analisa o papel da sociedade civil e da esfera pública na consolidação da democracia e circulação do poder político. [3] Ele defende que a democracia requer a demanda vir da periferia para o centro, com a sociedade civil tematizando problemas e introduzindo-os no sistema político.
Este documento analisa a atuação subjacente dos grupos de interesses na política e no poder no Brasil. Discute como as elites detentoras do poder historicamente dominaram as massas de variadas formas, e como atualmente utilizam técnicas sofisticadas de manipulação linguística e midiática para manter as condições ideais de dominação. Também examina a origem do patrimonialismo no Brasil e como os grupos de interesses se formaram dentro deste contexto histórico para promover seus próprios interesses através do Estado.
O documento inicialmente aborda conceitos de poder e suas formas de manifestação, destacando a importância da informação como suporte e alavanca do poder. Em seguida, analisa a "anatomia do poder" e como organizações exercem poder internamente e externamente. Por fim, discute a responsabilidade do Estado em evitar desequilíbrios sociais e garantir a cidadania na sociedade da informação.
A tecnologia evolui através do tempo, uma análise sobre o tema mostra como ocorre e elucida que tecnologia vai muito além dos aparelhos eletrônicos vistos atualmente. Nessa perspectiva é possível debater com o alunos sobre as tecnologias de cada época e o impacto que cada uma delas apresentou na sociedade para que resultasse no mundo de hoje. Pensando nisso pode-se debater sobre os pontos positivos e negativos das tecnologias atuais e sobre formas de conscientizar para o bom uso de cada uma delas.
02 magda e viritiana-os paradigmas da análise politicaSérgio Braga
O documento discute três paradigmas da análise política - elitismo, pluralismo e marxismo - e como eles explicam a relação entre democracia e economia. O elitismo argumenta que o poder é concentrado nas elites. O pluralismo defende que o poder emana da capacidade de convencimento de grupos. O marxismo vê o poder como determinado pelas relações econômicas de classe.
O documento discute o capítulo "O papel da sociedade civil e da esfera pública política" do livro "Direito e Democracia" de Jürgen Habermas. Habermas defende que a sociedade civil e a esfera pública desempenham um papel importante na democracia ao introduzirem novos assuntos e problemas sociais no sistema político e ao possibilitarem a formação democrática da opinião e da vontade.
Sociedade civil, participação e cidadania.de que estamos falandoAlvaro Gomes
1) O documento discute como o projeto neoliberal e o projeto democrático-participativo no Brasil resultaram em uma "confluência perversa", apesar de apontarem em direções opostas, pois ambos requerem uma sociedade civil ativa.
2) Isso criou um dilema para os atores da sociedade civil sobre qual projeto estão realmente fortalecendo ao participar dos espaços públicos.
3) O texto argumenta que é necessário analisar os diferentes projetos políticos em disputa e como eles deslocam os significados de noções
O documento discute as Organizações Sociais (OS) na área da saúde no Brasil e seus impactos no direito à saúde universal. Analisa como as OS estão ligadas a um movimento internacional de reforma do Estado para reduzir gastos sociais e privatizar serviços públicos, enfraquecendo os princípios do Sistema Único de Saúde brasileiro. Conclui que as OS acabam por cooptar setores da população e enfraquecer o direito à saúde como um direito universal e equitativo de todos.
O documento discute a emergência de uma cultura cívica pluralista no contexto da crise do estado, do liberalismo e da desigualdade social. Afirma que novos movimentos de resistência surgiram na sociedade civil para responder a esses processos, enfatizando questões identitárias e a relação entre pluralismo e identidade. Explora como a identidade é construída culturalmente e pode se tornar politizada, levantando questões sobre cidadania.
Este documento discute a relação entre identidade, cidadania e cultura cívica no contexto das novas democracias. Apresenta três processos que condicionam a emergência de uma cultura cívica pluralista: a crise do estado, o acirramento do liberalismo e a desigualdade e violência persistentes. Explora como a sociedade civil tem respondido a esses processos através da afirmação da identidade e da defesa de direitos.
Este documento discute a importância do planejamento estratégico de relações públicas nas organizações contemporâneas complexas. A sociedade globalizada e em constante mudança exige novas abordagens de comunicação por parte das organizações. O planejamento estratégico fornece uma análise do ambiente externo e interno da organização para guiar decisões de comunicação. As relações públicas devem desempenhar um papel estratégico na gestão da comunicação organizacional de forma transparente e alinhada com os públicos.
Seminário capital social moyano estradaRafael Farias
Este documento discute o conceito de capital social e sua utilidade para analisar dinâmicas de desenvolvimento. Apresenta as origens intelectuais do conceito de capital social e analisa duas abordagens principais para estudar desenvolvimento a partir deste conceito. Finalmente, apresenta o modelo síntese de Woolcock para combinar níveis micro e macro na análise do capital social e dinâmicas de desenvolvimento.
O documento discute os fundamentos e princípios da Teia Social, que visa integrar informações e conhecimentos de diversas áreas para apoiar soluções sustentáveis a problemas públicos complexos. A Teia Social propõe uma abordagem colaborativa, transparente e centrada nos resultados para melhorar a atuação do poder público brasileiro e enfrentar problemas como irregularidades, desigualdades e ineficiências.
1) O documento discute conceitos importantes de filosofia e sociologia para o ENEM, incluindo movimentos sociais, ação social, estado de natureza e contrato social.
2) Apresenta pensadores como Sócrates, Platão, Aristóteles, Hobbes, Locke, Rousseau e conceitos de Marx.
3) Discutem temas como ética, política, estado e igreja.
1) O documento discute conceitos importantes de filosofia e sociologia para o ENEM, incluindo movimentos sociais, ação social, filósofos clássicos e teorias sociológicas.
2) Apresenta conceitos de Weber, Hobbes, Locke, Rousseau, Marx e Durkheim sobre ação social, estado de natureza, contrato social e solidariedade.
3) Discutem-se filósofos como Sócrates, Platão, Aristóteles, São Tomás de Aquino e teorias como o materialismo históric
O documento discute as políticas sociais e o papel do serviço social. Apresenta diferentes perspectivas sobre políticas sociais, ora vistas como conquista dos trabalhadores, ora como mecanismo de manutenção do sistema. Também aborda desafios como a garantia dos direitos sociais e a legitimidade do serviço social. Resgata questões sociais do filme Gandhi, como discriminação, segregação e luta por igualdade, utilizando a não-violência como método.
Impactos sociais esperados da digitalização em saúde - Testemunhos nacionais....José Pinto da Costa
Apresentação do subgrupo Saúde Digital, do grupo NOVAsaúde, na II International Conference Health Systems and Policies - Universidade Nova de Lisboa, Reitoria da Universidade Nova de Lisboa, 28/02/2023
Experiência e Expetativa - O futuro como objeto de estudo em antropologia.PPTXJosé Pinto da Costa
Este documento discute três grupos de stakeholders envolvidos na cocriação dos cuidados de saúde do futuro e seus discursos: 1) Coligações de defesa promovem a promessa da medicina de precisão, mas seu alto custo pode limitar o acesso. 2) Comunidades epistêmicas apontam desafios como a falta de interoperabilidade de dados. 3) Círculos instrumentais defendem modelos baseados em valor, porém a inclusão da diversidade de percepções de valor é ilusória.
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[1] O texto discute o capítulo "O papel da sociedade civil e da esfera pública política" do livro "Direito e Democracia" de Jürgen Habermas. [2] Habermas analisa o papel da sociedade civil e da esfera pública na consolidação da democracia e circulação do poder político. [3] Ele defende que a democracia requer a demanda vir da periferia para o centro, com a sociedade civil tematizando problemas e introduzindo-os no sistema político.
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A tecnologia evolui através do tempo, uma análise sobre o tema mostra como ocorre e elucida que tecnologia vai muito além dos aparelhos eletrônicos vistos atualmente. Nessa perspectiva é possível debater com o alunos sobre as tecnologias de cada época e o impacto que cada uma delas apresentou na sociedade para que resultasse no mundo de hoje. Pensando nisso pode-se debater sobre os pontos positivos e negativos das tecnologias atuais e sobre formas de conscientizar para o bom uso de cada uma delas.
02 magda e viritiana-os paradigmas da análise politicaSérgio Braga
O documento discute três paradigmas da análise política - elitismo, pluralismo e marxismo - e como eles explicam a relação entre democracia e economia. O elitismo argumenta que o poder é concentrado nas elites. O pluralismo defende que o poder emana da capacidade de convencimento de grupos. O marxismo vê o poder como determinado pelas relações econômicas de classe.
O documento discute o capítulo "O papel da sociedade civil e da esfera pública política" do livro "Direito e Democracia" de Jürgen Habermas. Habermas defende que a sociedade civil e a esfera pública desempenham um papel importante na democracia ao introduzirem novos assuntos e problemas sociais no sistema político e ao possibilitarem a formação democrática da opinião e da vontade.
Sociedade civil, participação e cidadania.de que estamos falandoAlvaro Gomes
1) O documento discute como o projeto neoliberal e o projeto democrático-participativo no Brasil resultaram em uma "confluência perversa", apesar de apontarem em direções opostas, pois ambos requerem uma sociedade civil ativa.
2) Isso criou um dilema para os atores da sociedade civil sobre qual projeto estão realmente fortalecendo ao participar dos espaços públicos.
3) O texto argumenta que é necessário analisar os diferentes projetos políticos em disputa e como eles deslocam os significados de noções
O documento discute as Organizações Sociais (OS) na área da saúde no Brasil e seus impactos no direito à saúde universal. Analisa como as OS estão ligadas a um movimento internacional de reforma do Estado para reduzir gastos sociais e privatizar serviços públicos, enfraquecendo os princípios do Sistema Único de Saúde brasileiro. Conclui que as OS acabam por cooptar setores da população e enfraquecer o direito à saúde como um direito universal e equitativo de todos.
O documento discute a emergência de uma cultura cívica pluralista no contexto da crise do estado, do liberalismo e da desigualdade social. Afirma que novos movimentos de resistência surgiram na sociedade civil para responder a esses processos, enfatizando questões identitárias e a relação entre pluralismo e identidade. Explora como a identidade é construída culturalmente e pode se tornar politizada, levantando questões sobre cidadania.
Este documento discute a relação entre identidade, cidadania e cultura cívica no contexto das novas democracias. Apresenta três processos que condicionam a emergência de uma cultura cívica pluralista: a crise do estado, o acirramento do liberalismo e a desigualdade e violência persistentes. Explora como a sociedade civil tem respondido a esses processos através da afirmação da identidade e da defesa de direitos.
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O documento discute os fundamentos e princípios da Teia Social, que visa integrar informações e conhecimentos de diversas áreas para apoiar soluções sustentáveis a problemas públicos complexos. A Teia Social propõe uma abordagem colaborativa, transparente e centrada nos resultados para melhorar a atuação do poder público brasileiro e enfrentar problemas como irregularidades, desigualdades e ineficiências.
1) O documento discute conceitos importantes de filosofia e sociologia para o ENEM, incluindo movimentos sociais, ação social, estado de natureza e contrato social.
2) Apresenta pensadores como Sócrates, Platão, Aristóteles, Hobbes, Locke, Rousseau e conceitos de Marx.
3) Discutem temas como ética, política, estado e igreja.
1) O documento discute conceitos importantes de filosofia e sociologia para o ENEM, incluindo movimentos sociais, ação social, filósofos clássicos e teorias sociológicas.
2) Apresenta conceitos de Weber, Hobbes, Locke, Rousseau, Marx e Durkheim sobre ação social, estado de natureza, contrato social e solidariedade.
3) Discutem-se filósofos como Sócrates, Platão, Aristóteles, São Tomás de Aquino e teorias como o materialismo históric
O documento discute as políticas sociais e o papel do serviço social. Apresenta diferentes perspectivas sobre políticas sociais, ora vistas como conquista dos trabalhadores, ora como mecanismo de manutenção do sistema. Também aborda desafios como a garantia dos direitos sociais e a legitimidade do serviço social. Resgata questões sociais do filme Gandhi, como discriminação, segregação e luta por igualdade, utilizando a não-violência como método.
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Apresentação do subgrupo Saúde Digital, do grupo NOVAsaúde, na II International Conference Health Systems and Policies - Universidade Nova de Lisboa, Reitoria da Universidade Nova de Lisboa, 28/02/2023
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O acesso aos serviços públicos de saúde - Elementos para a realização de uma ...José Pinto da Costa
O documento discute como as transformações nos sistemas de saúde, como a medicina de precisão, saúde digital e cuidados baseados em valor, podem afetar a equidade no acesso à saúde no futuro. Apresenta as três discursividades e como contribuem para a eficiência, mas também podem aumentar os custos e dificultar o acesso. Conclui que é preciso antecipar os impactos destas transformações nas populações para promover a equidade no acesso aos cuidados.
Este documento discute a implementação da saúde digital em Portugal. Apresenta os objetivos da investigação, que incluem identificar as instituições envolvidas, os instrumentos regulatórios, os obstáculos e impactos da saúde digital em Portugal. Também descreve a abordagem metodológica compreensiva utilizada e os principais resultados, que apontam desafios como a exclusão digital, a necessidade de financiamento e proteção de dados na saúde digital.
Apresentação sobre a relação entre One Health e Digital Health
apresentada no Seminário CRIA "Abordar a complexidade: encontro(s) de ecologia política" - ISCTE 25-25 fevereiro de 2022.
O documento resume a implementação da saúde digital em Portugal, abordando: 1) Os objetivos e metodologia da investigação sobre o tema; 2) Uma breve história da saúde digital em Portugal e na UE; 3) Os atuais e futuros planos e estratégias de Portugal para a saúde digital.
Civilização 2.0? Reflexão sobre a montagem transcultural da saúde digitalJosé Pinto da Costa
Leitura, por convite, do colóquio de encerramento do i Curso Bruno Latour no Sertão, da Escola Multicampi de Ciências Médicas (EMCM) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), coordenado por Raquel Litterio de Bastos
O documento discute a tradução do discurso global sobre saúde digital para Portugal, destacando que: (1) iniciou-se em 2008 com planos para saúde digital, porém faltava liderança; (2) em 2012 surgiram avanços como o Portal da Saúde, porém a integração entre organizações é difícil; (3) para sucesso futuro é necessário padronização, interoperabilidade e estratégia de longo prazo cuidadosamente implementada.
Este documento descreve os impactos da segunda vaga da pandemia COVID-19 no acesso aos cuidados de saúde em Portugal para pacientes não-COVID. Apresenta dados mostrando reduções significativas em consultas médicas, cirurgias, exames e outros serviços. Argumenta que esses impactos resultaram das políticas de austeridade que enfraqueceram o sistema de saúde, tornando-o menos resiliente para lidar com a crise. Defende maiores investimentos para tornar os sistemas de saúde mais inclusivos e capazes de responder a emer
Mutatio. Duplicidades da epistemologia cívica global sobre a COVID-19José Pinto da Costa
Este documento discute como a epistemologia cívica global sobre a COVID-19 é dupla, direcionando os governos para a imunidade de grupo ou confinamento. A governança da pandemia acabou por responsabilizar os indivíduos através de estratégias de "nudging", seguindo a ideologia paternalista liberal das elites. Embora os países tenham adotado abordagens diferentes inicialmente, todos acabaram por impor a ideia do que significa ser civilizado durante a pandemia, ampliando seus impactos biossociais.
A unidade da diversidade: Um olhar antropológico sobre os processos de implem...José Pinto da Costa
Esta apresentação tem como objectivos:
_ Identificar tensões entre a pretensão universalista do valor em saúde como ele é entendido no modelo CSBV e a variabilidade cultural e pessoal do valor em saúde; e
_ Explorar a vantagem do uso de alguns conceitos centrais na antropologia do valor para analisar essas tensões e propor a realização de uma etnografia das capacidades críticas como método para as gerir.
Personalizing medicine: Discourses, practices, itinerariesJosé Pinto da Costa
This document announces a panel at the 2017 EASA Medical Anthropology Network Biennial Conference in Lisbon, Portugal titled "Personalizing Medicine: Discourses, Practices, Itineraries." The panel will reflect on the discourses, practices, and experiences of individuals and populations as precision medicine seeks to prevent and treat diseases according to genetic variability and socio-environmental contexts. Three presentations will be given on the discourses around precision medicine, how personalized medicine creates infrastructures of solidarity, and how bodies are conceptualized in a Portuguese biobank.
Speaking precision medicine preliminary results from the analysis of the di...José Pinto da Costa
1) The document summarizes the preliminary results of a discourse analysis conducted at a conference on biomedical applications of biotechnology.
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Para uma autoetnografia dos estados de vulnerabilidade: ensaio num caso de di...José Pinto da Costa
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O tufão e a borboleta uma auto-etnografia de uma experiência de doença da t...José Pinto da Costa
Comunicação apresenta no VI Congresso APA (Coimbra, 3 de Junho de 2016), sobre o tema da auto-etnografia em estados de vulnerabilidade provocados por doença.
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Visões de vanguarda, imaginários sociotécnicos e imaginação social: Uma reflexão crítica sobre a economia política da promessa da nova biomedicina
1. Uma reflexão
crítica sobre a
economia
política da
promessa da
nova
biomedicina
José Carlos Pinto da Costa
(CRIA/FCSH-NOVA)
Visões de
vanguarda,
imaginários
sociotécnicos e
imaginação
social
Humanidades em emergência: saúde e reconstrução social
6º Congreso Internacional de Antropología AIBR, 28-31 Julho, 2020. Edição online
2. Introdução
Sheila Jasanoff identificou três
questões fundamentais que interferem
na coprodução dos futuros no contexto
da economia política da promessa que
estimula as vanguardas sociotécnicas a
projetarem os imaginários
sociotécnicos: a predominância de
organizações privadas na articulação e
propagação dos imaginários; a
existência de tensões sobre a definição
dos futuros desejáveis; e a qualidade
dos imaginários enquanto tradutores
dos entendimentos de uma sociedade
sobre o bem e o mal.
Na presente comunicação, convido a
partirmos destas três questões para
refletir sobre as implicações da
economia política da promessa da nova
biomedicina na produção dos futuros
imaginados.
3. Conceitos
Visões de vanguarda são…
… visões sociotécnicas particulares do futuro projetadas
por “pequenas comunidades que formulam e agem
intencionalmente para as construir e que terão ainda que
ser aceites pelas comunidades mais amplas, como as
nações” (Hilgartner, 2015: 34).
Imaginários sociotécnicos são…
“…visões de futuros desejáveis coletivamente mantidas,
institucionalmente estabilizadas e publicamente
praticadas, animadas por entendimentos partilhados de
formas de vida social e de ordem social atingíveis através
de, e apoiantes de avanços na ciência e na tecnologia”
(Jasanoff, 2015: 4).
Imaginação social é...
…a projeção potencialmente coletiva de contingências com
potencial hegemónico e organizador da vida social.
A economia política da promessa…
… adota a promessa científica das visões de vanguarda
como ideologia e como instrumento de transformação
social e de antecipação de futuros possíveis. Este aspeto é
especialmente visível nas transformações sociotécnicas
projetadas no âmbito da biomedicina.
Dramas tecnológicos são…
… lugares de confronto de discursividades sobre as
tecnologias desejáveis num dado período e num dado
espaço.
4. Predominância
de organizações
privadas na
articulação e
propagação dos
imaginários (1/2)
Dado que as tecnologias são
desenvolvidas em empresas, e que estas
são entidades financeiras (Birch, 2017), o
seu valor é determinado não pela sua
utilidade social, mas sim pela
potencialidade de reverterem em ativos
financeiros. Este aspeto torna as
tecnologias e a ciência e a engenharia que
lhes está na origem como elementos cujo
valor é determinado pelos agentes que
percebem essa reversibilidade.
Por força desta lógica de assetização
(assetization, cf. Birch, 2017) e
financeirização do conhecimento, as
instituições e os laboratórios científicos
vêem-se na necessidade de ajustar a
oferta à procura dos investidores. E isto
transforma os imaginários tecnocientíficos
e as visões de vanguarda em
instrumentos de propagação de poderes
potencialmente hegemónicos.
5. Predominância
de organizações
privadas na
articulação e
propagação dos
imaginários (2/2)
Aplicado esta realidade no contexto da economia política
da nova biomedicina, deparamo-nos com dois factos
fundamentais (não necessariamente novos):
1. Não é possível aos utentes dos serviços de saúde
compreenderem os termos em que determinada
tecnologia foi produzida ou em que as tecnologias
ausentes ou alternativas a essa não chegaram a ser
produzidas ou a sua produção foi interrompida.
Este efeito dos mercados, conhecido como
aprisionamento sociotécnico (sociotechnical lock-in,
cf. Callon & Rabeharisoa, 2008) enviesa as
potencialidades de criação das vanguardas
sociotécnicas e esconde ou fecha numa caixa negra
(cf. Whitley, 1970) as condições de possibilidade da
emergência das tecnologias do cuidado.
2. O resultado é a conformação do imaginário
sociotécnico com os interesses dos poderes
hegemónicos, com a “privatização normativa-
interpretativa da contingência” (Rommetveit &
Wynne, 2017: 139) na biopolítica atual,
diminuindo-se aos políticos e às populações o poder
de dirigirem a história.
6. Existência de
tensões sobre a
definição dos
futuros
desejáveis
(1/2)
A segunda ideia salientada da citação
de Sheila Jasanoff apresentada
anteriormente é a da existência de
tensões sobre a definição dos futuros
desejáveis. A existência destas
tensões é um sintoma da ausência de
ligação entre os imaginários sociais e
a ciência e a tecnologia, embora estas
condicionem aqueles.
De acordo com Sheila Jasanoff (2015:
5), essa ausência é desconcertante,
“porque as dimensões performativas
da autorreprodução de uma
sociedade – a promulgação e re-
promulgação dos seus imaginários –
dependem grandemente da
experimentação e da demonstração,
práticas que estão intimamente
ligadas à ciência e à tecnologia”.
7. Existência de
tensões sobre a
definição dos
futuros
desejáveis
(2/2)
A ausência de ligação entre as lógicas das práticas
sociais em geral e a lógica da indagação científica é
uma construção da modernidade. Ela radica em
grande parte na tentativa de manutenção do
exercício de purificação discursiva, traduzido pela
separação entre o natural e o humano (Latour,
1993) e que teria estado na base do processo de
desencantamento do mundo iniciado com o
Iluminismo e preconizado pelos filósofos
racionalistas do século XVII.
Apesar dos sinais de obsolescência da separação
entre a natureza e o humano, devido ao aumento
gradual da proximidade entre a ciência e a política
observada especialmente no nosso século, os
esforços de purificação discursiva, em particular
nas biociências, mantêm-se bem vivos.
A tensão essencial entre a confusão dos
imaginários e a sua separação permanece através
desta resistência da clivagem cartesiana, e é por
isso que é necessário envolver os públicos nos
debates sobre os modelos biopolíticos a
implementar.
8. Os imaginários
enquanto
tradutores dos
entendimentos
de uma
sociedade sobre
o bem e o mal
(1/2)
Na realização dos imaginários sociotécnicos são
envolvidos sistemas de ideias e de práticas cujos
desenho e definição exprimem os imaginários dos
desenhadores e dos definidores particulares.
Os imaginários são performativos (Rommetveit &
Wynne, 2017). Neles estão mais ou menos
implícitos os sistemas de ideias que suportam as
posições mais ou menos explícitas dos agentes no
decorrer dos dramas tecnológicos (cf. Pfaffenberger,
1992).
Durante estes dramas, o uso das estruturas de
contingência (cf. Marcus, 1995), como as
infraestruturas tecnológicas, o conhecimento, o
dinheiro ou até a própria lei, é desequilibrado,
porque os agente possuem recursos diferentes,
quer em qualidade quer em quantidade. Isto faz
com que os dramas tecnológicos sejam na verdade
jogos de poder, onde são jogados os entendimentos
sobre o que significa “valor”, ou sobre o que é
valorizado como bem e o que é valorizado como
mal.
9. Os imaginários
enquanto
tradutores dos
entendimentos
de uma
sociedade sobre
o bem e o mal
(2/2)
Uma das formas de identificar e analisar os níveis de
convergência entre as posições dos atores envolvidos
nos dramas é procurando mecanismos de coligação de
discursos. As coligações de discursos aludem para a
associação dos elementos das figuras da economia
política do conhecimento numa composição de visões
parciais sobre as tecnologias em apreço. É esta a lógica
da própria coprodução, que supostamente acaba por
acautelar a continuação do imaginário democrático
(Ezrahi, 2004).
Em síntese, as coligações de histórias particulares sobre
um futuro prometido e esperado configuram não apenas
o imaginário e as visões sociotécnicas, mas igualmente a
sua materialização em estruturas de concretização de
uma filosofia do desejo de suplantação das limitações, o
qual é demasiado antigo para ter sido inventado (Bloch,
1983). Este é o contexto em que a emergência da nova
biopolítica poderá contribui para o cumprimento de uma
função antropológica radical: o controlo das
contingências.
10. O jogo de poderes reflete os
termos em que a tensão
essencial entre o imaginário
tecnocientífico e o imaginário
social são entretecidos num
dado imaginário sociotécnico
por via da imposição ou
aceitação de uma dada
discursividade. Na figura, o
subsistema politico aparece
como o campo onde a
economia política da promessa
da nova biomedicina se joga.
A meu ver, o estudo dos modos
como este jogo conforma ou
não com a função
antropológica do conhecimento
de controlar as contingências
deve figurar como uma
necessidade maior na agenda
de investigação da
antropologia sobre a
coprodução dos imaginários
sociotécnicos.
Figura – Jogo entre os diversos stakeholders envolvidos
nos processos de coprodução dos imaginários
sociotécnicos
11. Conclusão
(1/2)
A promulgação dos interesses privados pelo
imaginário tecnocientífico tem como
consequência fundamental a privatização do
imaginário sociotécnico e, por arrastamento,
do imaginário social.
A tensão entre os imaginários tecnocientífico
e social encontra-se radicada na
diferenciação dos sistemas de ideias que
lhes são subjacentes, nos quais as ideias
são hierarquizadas em função do seu valor
social e cultural, estejamos nós a referir-nos
a culturas no sentido etnológico ou a
culturas epistémicas.
Por esta razão, a tensão entre o imaginário
tecnocientífico e o imaginário social reflete
uma diferença de natureza sobre o que se
entende por bem e mal – ou por socialmente
bom e socialmente mau – no contexto
desses sistemas.
O problema maior consiste em alinhar os
sistemas de ideias de forma a convergirem
num mesmo entendimento sobre o bem e o
mal no âmbito do desenvolvimento dos
dispositivos de regulação biopolítica. O
cerne do problema é, portanto, uma matéria
de preocupação sobre aquilo que se
considera ter valor, e não uma matéria de
facto, conforme referia Bruno Latour (2004).
12. Conclusão
(2/2)
A análise deste problema implica considerar
o plateau científico e tecnológico como o
plano de problematização adequado para
indagar sobre a economia política da
promessa da nova biomedicina.
Neste plateau, as matérias de preocupação
fundamentais implicarão saber: i) como é
que as visões sociotécnicas das vanguardas
interagem com os imaginários sociotécnicos
e estes com elas; ii) até que ponto e por que
modos o imaginário social ajuda a moldar o
conteúdo das visões das vanguardas; e iii)
quais e como são jogadas as capacidades
críticas dos atores envolvidos nos dramas
tecnológicos para efeitos de elaboração de
coligações discursivas tendentes à
materialização dos imaginários sociotécnicos,
nomeadamente, os relativos à saúde.
Estas questões remetem para a necessidade
de se analisar os processos de
biomedicalização, que estão centralizados no
jogo de discursividades entre perspetivas
dominantes e perspetivas subordinadas que
tem lugar no contexto dos subsistemas
políticos.
Tal análise poderá abrir ao escrutínio os
mecanismos de justificação dos diversos
imaginários, revelando os interesses que lhes
estão subjacentes, potenciando, assim, a
democratização dos processos de coprodução
dos imaginários sociotécnicos.
13. Referências citadas
BIRCH, K. (2017), Rethinking Value in the Bio-economy: Finance,
assetization, and the management of value. «Science, Technology,
& Human Values», vol. 42(3), pp. 460-490.
BLOCH, E. (1983), The dialectical method. «Man and World», vol.
16, pp. 281-313.
CALLON, M. & RABEHARISOA, V. (2008), The Growing
Engagement of Emergent Concerned Groups in Political and
Economic Life: Lesson from the French Association of
Neuromuscular Disease Patients. «Science, Technology, & Human
Values», vol. 33(2), pp. 230-261.
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contemporary democracies. In JASANOFF, S. (ed.) «States of
Knowledge: The Co-Production science and social order», pp. 254-
273. New York: Routledge.
HILGARTNER, S. (2015), Capturing the imaginary: Vanguards,
visions and the synthetic biology revolution. In HILGARTNER, S.;
MILLER, C. & HAGENDIJK, R. (eds.), «Science and Democracy:
Making knowledge and making power in the biosciences and
beyond», pp. 33-55. New York and London: Routledge.
JASANOFF, S. (2015), Future Imperfect: Science, Technology, and
the Imaginations of Modernity. In JASANOFF, S. & KIM, S.-H.
(eds.), «Dreamscapes of Modernity: Sociotechnical Imaginaries and
the Fabrication of Power», pp. 1-33. Chicago and London:
University of Chicago Press.
LATOUR, B. (1993), We Have Never Been Modern. Cambridge, MA:
Harvard
LATOUR, B. (1993), We Have Never Been Modern. Cambridge, MA:
Harvard University Press.
LATOUR, B. (2004), Politics of Nature: How to Bring the Sciences
into Democracy. Cambridge, MA: Harvard University Press.
MARCUS, G. (1995), Introduction. In MARCUS, G. (ed.),
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Memoirs», pp. 1-10. Chicago: University of Chicago Press.
PFAFFENBERGER, B. (1992), Technological Dramas. «Science,
Technology & Human Values», vol. 17(3), pp. 282-312.
ROMMETVEIT, K. & WYNNE, B. (2017), Technoscience, imagined
publics and public imaginations. «Public Understanding of
Science», vol. 26(2), pp. 133-147. DOI:
10.1177/0963662516663057.
WHITLEY, R. (1970), Black boxing and the sociology of science: A
discussion of the major developments in the field. «Sociological
Review», May, pp. 61-92.