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A origem da
filosofia em debate
Contrastando a filosofia grega e a filosofia africana
O consenso
histórico
• Por muito tempo, a tese do milagre
grego foi amplamente aceita e
reproduzida pelos manuais de
introdução à filosofia.
• Essa tese é fundamentada em uma
ideia de que apenas na Grécia foram
reunidas as condições necessárias para
a sistematização de um pensamento:
(I) as viagens marítimas, a invenção do
calendário e da moeda, o surgimento
da vida urbana, a criação de uma
escrita alfabética e a invenção da
política (Marilena Chauí).
O consenso
histórico
• A tese do milagre grego ganha corpo e
se solidifica no pensamento ocidental
na era moderna, graças,
principalmente, à influência do filósofo
alemão G. F. W. Hegel:
• “A África não é parte histórica do
mundo; ela não tem movimento ou
desenvolvimento para exibir. [...] O
Egito […] não pertence ao espírito
africano” (HEGEL, Filosofia da História).
Uma origem
africana da
filosofia?
• A data consensual da origem grega da
filosofia é o século VI a.E.C., quando
Tales teria iniciado uma busca por
explicações da natureza que não
dependessem dos mitos.
• Os textos filosóficos do Egito antigo
datam de muito antes do suposto
surgimento da filosofia no mundo
helênico.
Uma origem
africana da
filosofia?
• Textos egípcios como as Máximas, de
Ptahhotep, ou os Ensinamentos, de
Amen-em-ope datam,
respectivamente, dos séculos XXV e
XIV a.E.C. Ambos os textos foram
preservados e estão à mostra no
Museu Britânico.
• Diversos filósofos célebres da Grécia
antiga estudaram na África. Pitágoras
provavelmente estudou no Egito por
cerca de 22 anos, assim como Tales
de Mileto viajou ao país com o intuito
de estudar.
Advertência
• Os pensadores que questionam o
nascimento da filosofia na Grécia não
objetivam questionar a relevância da
filosofia ocidental; o que se busca é o
reconhecimento da importância de
saberes filosóficos originados em
outros contextos, como a África ou a
Ásia. Não se trata de uma tentativa de
substituição ou exclusão, mas sim de
inclusão.
Perspectiva
inclusiva
• “O espírito das filosofias Chinesa,
Indiana, Africana, Europeia e Maia
podem diferir muito em seus
tratamentos de um sujeito, mas a
filosofia sempre lida com o
conhecimento humano e a elevação da
a mente. A futura filosofia do mundo
deve então levar em conta os grandes
sistemas especulativos de toda a
humanidade” (Théophile Obenga,
Egito: história antiga da filosofia
africana).
Perspectiva
pluriversal da
filosofia
• “A questão é simples, como podemos
considerar que, apenas, uma
perspectiva particular seja base da
universalidade? Por que a Grécia tem
direito a fazer da sua particularidade
um exercício universal do pensamento
e outras culturas não tem esse direito?
Se a filosofia é universal por que
precisa ter uma origem específica?”
(Renato Noguera, A ética da
serenidade)

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  • 1. A origem da filosofia em debate Contrastando a filosofia grega e a filosofia africana
  • 2. O consenso histórico • Por muito tempo, a tese do milagre grego foi amplamente aceita e reproduzida pelos manuais de introdução à filosofia. • Essa tese é fundamentada em uma ideia de que apenas na Grécia foram reunidas as condições necessárias para a sistematização de um pensamento: (I) as viagens marítimas, a invenção do calendário e da moeda, o surgimento da vida urbana, a criação de uma escrita alfabética e a invenção da política (Marilena Chauí).
  • 3. O consenso histórico • A tese do milagre grego ganha corpo e se solidifica no pensamento ocidental na era moderna, graças, principalmente, à influência do filósofo alemão G. F. W. Hegel: • “A África não é parte histórica do mundo; ela não tem movimento ou desenvolvimento para exibir. [...] O Egito […] não pertence ao espírito africano” (HEGEL, Filosofia da História).
  • 4. Uma origem africana da filosofia? • A data consensual da origem grega da filosofia é o século VI a.E.C., quando Tales teria iniciado uma busca por explicações da natureza que não dependessem dos mitos. • Os textos filosóficos do Egito antigo datam de muito antes do suposto surgimento da filosofia no mundo helênico.
  • 5. Uma origem africana da filosofia? • Textos egípcios como as Máximas, de Ptahhotep, ou os Ensinamentos, de Amen-em-ope datam, respectivamente, dos séculos XXV e XIV a.E.C. Ambos os textos foram preservados e estão à mostra no Museu Britânico. • Diversos filósofos célebres da Grécia antiga estudaram na África. Pitágoras provavelmente estudou no Egito por cerca de 22 anos, assim como Tales de Mileto viajou ao país com o intuito de estudar.
  • 6. Advertência • Os pensadores que questionam o nascimento da filosofia na Grécia não objetivam questionar a relevância da filosofia ocidental; o que se busca é o reconhecimento da importância de saberes filosóficos originados em outros contextos, como a África ou a Ásia. Não se trata de uma tentativa de substituição ou exclusão, mas sim de inclusão.
  • 7. Perspectiva inclusiva • “O espírito das filosofias Chinesa, Indiana, Africana, Europeia e Maia podem diferir muito em seus tratamentos de um sujeito, mas a filosofia sempre lida com o conhecimento humano e a elevação da a mente. A futura filosofia do mundo deve então levar em conta os grandes sistemas especulativos de toda a humanidade” (Théophile Obenga, Egito: história antiga da filosofia africana).
  • 8. Perspectiva pluriversal da filosofia • “A questão é simples, como podemos considerar que, apenas, uma perspectiva particular seja base da universalidade? Por que a Grécia tem direito a fazer da sua particularidade um exercício universal do pensamento e outras culturas não tem esse direito? Se a filosofia é universal por que precisa ter uma origem específica?” (Renato Noguera, A ética da serenidade)