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ANAIS DO SIMPÓSIO REGIONAL MULTIDISCIPLINAR DE NEFROLOGIA E
SAÚDE PÚBLICA, v. 1, n. 1, p. 32-35, 2015.
A MÚSICA E A PESSOA COM DOENÇA DE ALZHEIMER
Fernanda Soares de Amorim. Acadêmica do 7º semestre de Enfermagem. Universidade do
Estado da Bahia. Guanambi, Bahia. E-mail: nandaamorimm@hotmail.com.
Fabiana Késia Ferreira Pedroso. Acadêmica do 7º semestre de Enfermagem. Universidade do
Estado da Bahia. Guanambi, Bahia.
Iêda Santana da Silva. Acadêmica do 7º semestre de Enfermagem. Universidade do Estado da
Bahia. Guanambi, Bahia.
Joab Barbosa da Silva. Acadêmico do 5º semestre de Enfermagem. Universidade do Estado
da Bahia. Guanambi, Bahia.
Karen Luise Soares Magalhães. Acadêmica do 7º semestre de Enfermagem. Universidade do
Estado da Bahia. Guanambi, Bahia.
Luana Machado Andrade. Mestre em Enfermagem. Universidade do Estado da Bahia.
Guanambi, Bahia.
INTRODUÇÃO
Com a crescente melhora na qualidade de vida, e a diminuição na taxa de fecundidade,
a população idosa tem crescido significativamente, culminando no aumento da incidência e
prevalência de doenças, relacionadas a faixa etária¹. Atualmente estima-se haver cerca de 35,5
milhões de pessoas com demência no mundo. Segundo a Organização Mundial de Saúde
(OMS) em estudo realizado junto a associação Internacional de Doença de Alzheimer (ADI),
a cada 20 anos esse número tende a dobrar, chegando a 65,7 milhões em 2030².
Numerosas são as condições que podem ocasionar a síndrome demencial ou demência,
sendo a doença de Alzheimer (DA) uma das causas mais importantes3
. A DA é um distúrbio
neurológico degenerativo, irreversível e progressivo, que geralmente se inicia de maneira
insidiosa e tem como características perdas graduais da função cognitiva e distúrbios no
comportamento e afeto4
.
A música tem sido muito usada desde os primórdios da medicina, e no tocante as
estratégias de tratamento não farmacológico tem sido uma das intervenções mais utilizadas
nos últimos anos. Os elementos que a compõe, possuem a capacidade de tocar todos os níveis
do nosso Ser, dinâmicos, psicológicos e fisiológicos, e são ainda capazes de estruturar e
comunicar pensamentos e emoções nos âmbitos da vida individual e coletiva, o que a confere
o cunho terapêutico5
.
ANAIS DO SIMPÓSIO REGIONAL MULTIDISCIPLINAR DE NEFROLOGIA E
SAÚDE PÚBLICA, v. 1, n. 1, p. 32-35, 2015.
Desse modo, o estudo objetiva verificar a produção de conhecimento científico acerca
dos efeitos da música no idoso portador da doença de Alzheimer.
MATERIAIS E MÉTODOS
Trata-se de um estudo exploratório, descritivo, do tipo revisão sistemática, realizada
no mês de setembro de 2015, através da biblioteca virtual em saúde (BVS- BIREME) nas
bases de dados: Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde (LILACS) e Medical
Literature Analysisand Retrieval System Online (MEDLINE).
Utilizaram-se as seguintes etapas na revisão: identificação do tema e seleção da
questão norteadora; estabelecimento dos critérios para a seleção da amostra; definição das
informações a serem extraídas dos estudos selecionados, interpretação dos resultados e
apresentação da revisão.
Realizou-se uma busca na Biblioteca Virtual em Saúde com os seguintes descritores:
“alzheimer” e “música” , utilizando o operador boleano “AND”. Dessa maneira foram
identificados 85 artigos. Visando delimitar o objeto de estudo e o campo de investigação,
optou-se por estabelecer critérios para seleção das pesquisas, como: artigos com textos
completos disponíveis eletronicamente, nos idiomas português, inglês e espanhol; pesquisas
realizadas sobre a temática e divulgadas no período de 2010 a 2015.
Após filtragem encontraram-se 28 estudos, no qual através da leitura criteriosa dos
resumos disponíveis excluíram-se 21 artigos por não contemplarem o conteúdo de interesse.
Ao final obteve-se sete artigos que foram lidos na íntegra e utilizados para construção desta
revisão.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os estudos trouxeram que a música familiar pode ser considerada como uma
importante potencializadora da auto consciência em idosos portadores da DA, bem como
possui importante contribuição na melhora no estado cognitivo geral. Foi observado que,
quando comparados com as memórias evocadas em silêncio, as memórias evocadas na
presença de música familiar vieram acompanhadas por mais emoção, rapidez e impacto sobre
o humor 6
.
A DA em um grau de moderado a grave, além de provocar perturbações da memória,
dificulta a interação entre o eu e o mundo e povoca distúrbios da linguagem7
. Nesse contexto,
a música mostrou auxiliar na desinibição do idoso no que diz respeito à interação, pois
ANAIS DO SIMPÓSIO REGIONAL MULTIDISCIPLINAR DE NEFROLOGIA E
SAÚDE PÚBLICA, v. 1, n. 1, p. 32-35, 2015.
quando o teor da conversa se referia a música escutada durava um tempo maior, além de
apresentar riqueza de detalhes e emoções quando comparada a uma conversa de outro teor6
.
A música possui capacidade de produzir alterações fisiológicas no organismo ao agir
objetivamente sobre as células e subjetivamente nas emoções, influenciando funções
corporais como: atividade muscular, respiração, pressão sanguínea, frequência cardíaca,
metabolismo, digestão e o sistema imunológico5,8
.
Um estudo descreveu que as expressões faciais foram a primeira alteração corporal
demonstrada após estimulação através da música. Todos os idosos apresentaram essas
mudanças de expressões e compreendeu-se que as mesmas foram significativas, uma vez que
a música desviou os pensamentos do sofrimento momentâneo, deixando-os por alguns
momentos aliviados das aflições9
.
A experiência da música é universal, direta ou indiretamente todos capazes de ouvi-la,
contém algum conhecimento musical10
. Os resultados dos estudos sugerem uma análise
clínica mais detalhada no que concerne os benefícios, relacionados não apenas ao resgate de
memórias, bem como à qualidade de vida e relacionamento familiar das terapias baseadas em
música sob medida tanto para o Alzheimer quanto para os outros tipos de demência.
CONCLUSÃO
O tratamento de pacientes com DA já é um problema de saúde pública, devido a
limitada eficácia das terapias farmacológicas. Deste modo, a busca por tratamentos
complementares que visem uma melhora na qualidade de vida dos pacientes, tais como
intervenções musicais, tornou-se uma necessidade. Ainda são poucos e limitados os estudos
nessa área, o que dificulta determinar o impacto das intervenções musicais em pacientes com
demência. Faz-se necessário o estímulo a produção de novos conhecimentos envolvendo esta
relação, principalmente no que tange as pesquisas de intervenção nacionais. Apesar do grande
número de idosos em nosso país poucas são as pesquisas voltadas para o uso de novas
tecnologias de cuidado à pacientes com processos demenciais, seja ele em qualquer estágio,
sendo a música uma alternativa acessível, eficaz e que contempla o ser humano em sua
totalidade.
DESCRITORES: Idoso. Doença de Alzheimer. Música.
REFERÊNCIAS
ANAIS DO SIMPÓSIO REGIONAL MULTIDISCIPLINAR DE NEFROLOGIA E
SAÚDE PÚBLICA, v. 1, n. 1, p. 32-35, 2015.
1- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 2012. Síntese de Indicadores
Sociais Uma Análise das Condições de Vida da População Brasileira. [página na
internet]. 2012. [acessado 2015 set 20]. Disponível em:
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminim
os/sinteseindicsociais2012/default.shtm.
2- Alzheimer’s Disease International. Demência - uma prioridade de saúde pública.
[página na internet]. 2012. [acessado 2015 set 20]. Disponível em:
http://www.alz.co.uk/WHO-dementia-report.
3- Nitrini R, Caramelli P, Bottino CMC, Damasceno BP, Brucki SMD, Anghinah R.
Diagnóstico de doença de Alzheimer no Brasil. Arq Neuropsiquiatr.2005; 63(3-A):
713-9.
4- Eliopoulos C. Enfermagem Gerontológica.7th ed. Porto Alegre: Artmed; 2010. 568.
5- Ziv N, Granot A, Hai S, Dassa A, Haimov I. The effect of background stimulative
music on behavior in Alzheimer's patients. J Music Ther. 2007; 44(4): 320-43.
6- Arroyo-Anlló EM, Díaz JP, Gil R. Familiar Music as an Enhancer of Self-
Consciousness in Patients with Alzheimer's Disease. Biomed Res Int. 2013; 1-10.
7- Gil R, Arroyo-Anllo EM, Ingrand P, Gil M, Neau JP, Ornon C. Self-consciousness
and Alzheimer’s disease. Acta Neurologica Scandinavica. 2011; 104(5): 296-300.
8- Gagnon L, Peretz I, Fülöp T. Musical structural determinants of emotional judgments
in dementia of the Alzheimer type. Neuropsychology. 2009; 23(1): 90-97.
9- Albuquerque MCS, Nascimento LO, Lyra ST, Figueredo Trezza MCS, Brêda MZ. Os
efeitos da música em idosos com doença de Alzheimer de uma instituição de longa
permanência. Rev. Eletr. Enf. 2012; 14(2): 404-13.
10- Omar R, Hailstone JC, Warren JE, Crutch, SJ, Warren JD. The cognitive organization
of music knowledge: a clinical analysis. Brain. 2010; 133 (4): 1200-13.
Eixo Temático 4: Tratamentos convencionais, inovadores, paliativos e tecnológicos.

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Música e Alzheimer: benefícios cognitivos e qualidade de vida

  • 1. ANAIS DO SIMPÓSIO REGIONAL MULTIDISCIPLINAR DE NEFROLOGIA E SAÚDE PÚBLICA, v. 1, n. 1, p. 32-35, 2015. A MÚSICA E A PESSOA COM DOENÇA DE ALZHEIMER Fernanda Soares de Amorim. Acadêmica do 7º semestre de Enfermagem. Universidade do Estado da Bahia. Guanambi, Bahia. E-mail: nandaamorimm@hotmail.com. Fabiana Késia Ferreira Pedroso. Acadêmica do 7º semestre de Enfermagem. Universidade do Estado da Bahia. Guanambi, Bahia. Iêda Santana da Silva. Acadêmica do 7º semestre de Enfermagem. Universidade do Estado da Bahia. Guanambi, Bahia. Joab Barbosa da Silva. Acadêmico do 5º semestre de Enfermagem. Universidade do Estado da Bahia. Guanambi, Bahia. Karen Luise Soares Magalhães. Acadêmica do 7º semestre de Enfermagem. Universidade do Estado da Bahia. Guanambi, Bahia. Luana Machado Andrade. Mestre em Enfermagem. Universidade do Estado da Bahia. Guanambi, Bahia. INTRODUÇÃO Com a crescente melhora na qualidade de vida, e a diminuição na taxa de fecundidade, a população idosa tem crescido significativamente, culminando no aumento da incidência e prevalência de doenças, relacionadas a faixa etária¹. Atualmente estima-se haver cerca de 35,5 milhões de pessoas com demência no mundo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) em estudo realizado junto a associação Internacional de Doença de Alzheimer (ADI), a cada 20 anos esse número tende a dobrar, chegando a 65,7 milhões em 2030². Numerosas são as condições que podem ocasionar a síndrome demencial ou demência, sendo a doença de Alzheimer (DA) uma das causas mais importantes3 . A DA é um distúrbio neurológico degenerativo, irreversível e progressivo, que geralmente se inicia de maneira insidiosa e tem como características perdas graduais da função cognitiva e distúrbios no comportamento e afeto4 . A música tem sido muito usada desde os primórdios da medicina, e no tocante as estratégias de tratamento não farmacológico tem sido uma das intervenções mais utilizadas nos últimos anos. Os elementos que a compõe, possuem a capacidade de tocar todos os níveis do nosso Ser, dinâmicos, psicológicos e fisiológicos, e são ainda capazes de estruturar e comunicar pensamentos e emoções nos âmbitos da vida individual e coletiva, o que a confere o cunho terapêutico5 .
  • 2. ANAIS DO SIMPÓSIO REGIONAL MULTIDISCIPLINAR DE NEFROLOGIA E SAÚDE PÚBLICA, v. 1, n. 1, p. 32-35, 2015. Desse modo, o estudo objetiva verificar a produção de conhecimento científico acerca dos efeitos da música no idoso portador da doença de Alzheimer. MATERIAIS E MÉTODOS Trata-se de um estudo exploratório, descritivo, do tipo revisão sistemática, realizada no mês de setembro de 2015, através da biblioteca virtual em saúde (BVS- BIREME) nas bases de dados: Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde (LILACS) e Medical Literature Analysisand Retrieval System Online (MEDLINE). Utilizaram-se as seguintes etapas na revisão: identificação do tema e seleção da questão norteadora; estabelecimento dos critérios para a seleção da amostra; definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados, interpretação dos resultados e apresentação da revisão. Realizou-se uma busca na Biblioteca Virtual em Saúde com os seguintes descritores: “alzheimer” e “música” , utilizando o operador boleano “AND”. Dessa maneira foram identificados 85 artigos. Visando delimitar o objeto de estudo e o campo de investigação, optou-se por estabelecer critérios para seleção das pesquisas, como: artigos com textos completos disponíveis eletronicamente, nos idiomas português, inglês e espanhol; pesquisas realizadas sobre a temática e divulgadas no período de 2010 a 2015. Após filtragem encontraram-se 28 estudos, no qual através da leitura criteriosa dos resumos disponíveis excluíram-se 21 artigos por não contemplarem o conteúdo de interesse. Ao final obteve-se sete artigos que foram lidos na íntegra e utilizados para construção desta revisão. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os estudos trouxeram que a música familiar pode ser considerada como uma importante potencializadora da auto consciência em idosos portadores da DA, bem como possui importante contribuição na melhora no estado cognitivo geral. Foi observado que, quando comparados com as memórias evocadas em silêncio, as memórias evocadas na presença de música familiar vieram acompanhadas por mais emoção, rapidez e impacto sobre o humor 6 . A DA em um grau de moderado a grave, além de provocar perturbações da memória, dificulta a interação entre o eu e o mundo e povoca distúrbios da linguagem7 . Nesse contexto, a música mostrou auxiliar na desinibição do idoso no que diz respeito à interação, pois
  • 3. ANAIS DO SIMPÓSIO REGIONAL MULTIDISCIPLINAR DE NEFROLOGIA E SAÚDE PÚBLICA, v. 1, n. 1, p. 32-35, 2015. quando o teor da conversa se referia a música escutada durava um tempo maior, além de apresentar riqueza de detalhes e emoções quando comparada a uma conversa de outro teor6 . A música possui capacidade de produzir alterações fisiológicas no organismo ao agir objetivamente sobre as células e subjetivamente nas emoções, influenciando funções corporais como: atividade muscular, respiração, pressão sanguínea, frequência cardíaca, metabolismo, digestão e o sistema imunológico5,8 . Um estudo descreveu que as expressões faciais foram a primeira alteração corporal demonstrada após estimulação através da música. Todos os idosos apresentaram essas mudanças de expressões e compreendeu-se que as mesmas foram significativas, uma vez que a música desviou os pensamentos do sofrimento momentâneo, deixando-os por alguns momentos aliviados das aflições9 . A experiência da música é universal, direta ou indiretamente todos capazes de ouvi-la, contém algum conhecimento musical10 . Os resultados dos estudos sugerem uma análise clínica mais detalhada no que concerne os benefícios, relacionados não apenas ao resgate de memórias, bem como à qualidade de vida e relacionamento familiar das terapias baseadas em música sob medida tanto para o Alzheimer quanto para os outros tipos de demência. CONCLUSÃO O tratamento de pacientes com DA já é um problema de saúde pública, devido a limitada eficácia das terapias farmacológicas. Deste modo, a busca por tratamentos complementares que visem uma melhora na qualidade de vida dos pacientes, tais como intervenções musicais, tornou-se uma necessidade. Ainda são poucos e limitados os estudos nessa área, o que dificulta determinar o impacto das intervenções musicais em pacientes com demência. Faz-se necessário o estímulo a produção de novos conhecimentos envolvendo esta relação, principalmente no que tange as pesquisas de intervenção nacionais. Apesar do grande número de idosos em nosso país poucas são as pesquisas voltadas para o uso de novas tecnologias de cuidado à pacientes com processos demenciais, seja ele em qualquer estágio, sendo a música uma alternativa acessível, eficaz e que contempla o ser humano em sua totalidade. DESCRITORES: Idoso. Doença de Alzheimer. Música. REFERÊNCIAS
  • 4. ANAIS DO SIMPÓSIO REGIONAL MULTIDISCIPLINAR DE NEFROLOGIA E SAÚDE PÚBLICA, v. 1, n. 1, p. 32-35, 2015. 1- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 2012. Síntese de Indicadores Sociais Uma Análise das Condições de Vida da População Brasileira. [página na internet]. 2012. [acessado 2015 set 20]. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminim os/sinteseindicsociais2012/default.shtm. 2- Alzheimer’s Disease International. Demência - uma prioridade de saúde pública. [página na internet]. 2012. [acessado 2015 set 20]. Disponível em: http://www.alz.co.uk/WHO-dementia-report. 3- Nitrini R, Caramelli P, Bottino CMC, Damasceno BP, Brucki SMD, Anghinah R. Diagnóstico de doença de Alzheimer no Brasil. Arq Neuropsiquiatr.2005; 63(3-A): 713-9. 4- Eliopoulos C. Enfermagem Gerontológica.7th ed. Porto Alegre: Artmed; 2010. 568. 5- Ziv N, Granot A, Hai S, Dassa A, Haimov I. The effect of background stimulative music on behavior in Alzheimer's patients. J Music Ther. 2007; 44(4): 320-43. 6- Arroyo-Anlló EM, Díaz JP, Gil R. Familiar Music as an Enhancer of Self- Consciousness in Patients with Alzheimer's Disease. Biomed Res Int. 2013; 1-10. 7- Gil R, Arroyo-Anllo EM, Ingrand P, Gil M, Neau JP, Ornon C. Self-consciousness and Alzheimer’s disease. Acta Neurologica Scandinavica. 2011; 104(5): 296-300. 8- Gagnon L, Peretz I, Fülöp T. Musical structural determinants of emotional judgments in dementia of the Alzheimer type. Neuropsychology. 2009; 23(1): 90-97. 9- Albuquerque MCS, Nascimento LO, Lyra ST, Figueredo Trezza MCS, Brêda MZ. Os efeitos da música em idosos com doença de Alzheimer de uma instituição de longa permanência. Rev. Eletr. Enf. 2012; 14(2): 404-13. 10- Omar R, Hailstone JC, Warren JE, Crutch, SJ, Warren JD. The cognitive organization of music knowledge: a clinical analysis. Brain. 2010; 133 (4): 1200-13. Eixo Temático 4: Tratamentos convencionais, inovadores, paliativos e tecnológicos.