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Marcelo Augusto Pirateli 1* e José Joaquim Pereira Melo 2
1
 Av. Euclides da Cunha, 1447, Zona 5, 87015 -180, Maringá, Paraná, Brasil. 2Departamento de Fundamentos da Educação,
Universidade Estadual de Maringá, Av. Col ombo, 5790, 87020-900, Maringá, Paraná, Brasil. *Autor para correspondência.
e-mail: marcelopirateli@bol.com.br
1
 O estoicismo, que teve sua gênese em Atenas no fim do século IV a.C., foi a
maior das escolas filosóficas da época helenísticas. Como Zenão de Cítio,
fundador da escola, não era cidadão aten iense, não possuía direito de adquirir
um prédio. Com isso, Zenão põe -se a ministrar suas aulas em um pórtico, stoa
                                                                                  2
em grego (στοά пοιχίλη), daí o nome de escola estóica. O pórtico em que Zenão      Designa os seres humanos que são dignos de serem chamados de homens e
ensinava era conhecido como Pórtico Pœcile (pœcile significa coberto de           não bárbaros, inumanos, i ncultos. Vai além do significado de cultura e virtude de
pinturas), pois era decorado com a coleção de pinturas de Polignoto, que          humanidade, pois também designa um estado de civilização. Diferencia o
quisera, através desses ornamentos, purific ar o local, porque no tempo dos       homem civilizado do homem (selvagem) que vive do cultivo da terra e, o homem
Trinta Tiranos foi testemunha do massacre de mais de mil cidadãos (Reale e        bem educado e literato dos integrantes com pouca in strução da classe poderosa
Antiseri, 1990; Hegel, 1997; Vergez; Huisman, 1982).                              que desonram sua classe por sua falta de cultura (Veyne, 1992).
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 O mos maiorum, desde o início até o declínio do Império Romano, constituía uma das
bases da vida social e política; mesmo com o desenvolvimento da legislação escrit a o
mos maiorum não perdeu sua importância permanecendo ora como fonte do direito,
                                                                                        4
ora como princípio de interpretação das leis (Studer, 2002).                            Ad Serenum de Constantia sapientis , XIX, 2.
ά άθεια


          5
           Cf. Consolação a Márcia, X, 5 e XII, 6. Cf. Consolação a Políbio, XI, 2-3. Cf.
          Sobre a tranqüilidade da alma , I, 14. Cf. Sobre a brevidade da vida , III, 4.
θυητός          βροτός
         θεός




                         6
                         Naturalium quaestionum libri septem ad Lucilium , VII, 32, 4-6.
                         7
                         Cf. Carta 24.
8
Ad Novatum de Ira, V, 15.
9
Cf. Carta 70, 4-5.
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  • 1. Marcelo Augusto Pirateli 1* e José Joaquim Pereira Melo 2 1 Av. Euclides da Cunha, 1447, Zona 5, 87015 -180, Maringá, Paraná, Brasil. 2Departamento de Fundamentos da Educação, Universidade Estadual de Maringá, Av. Col ombo, 5790, 87020-900, Maringá, Paraná, Brasil. *Autor para correspondência. e-mail: marcelopirateli@bol.com.br
  • 2. 1 O estoicismo, que teve sua gênese em Atenas no fim do século IV a.C., foi a maior das escolas filosóficas da época helenísticas. Como Zenão de Cítio, fundador da escola, não era cidadão aten iense, não possuía direito de adquirir um prédio. Com isso, Zenão põe -se a ministrar suas aulas em um pórtico, stoa 2 em grego (στοά пοιχίλη), daí o nome de escola estóica. O pórtico em que Zenão Designa os seres humanos que são dignos de serem chamados de homens e ensinava era conhecido como Pórtico Pœcile (pœcile significa coberto de não bárbaros, inumanos, i ncultos. Vai além do significado de cultura e virtude de pinturas), pois era decorado com a coleção de pinturas de Polignoto, que humanidade, pois também designa um estado de civilização. Diferencia o quisera, através desses ornamentos, purific ar o local, porque no tempo dos homem civilizado do homem (selvagem) que vive do cultivo da terra e, o homem Trinta Tiranos foi testemunha do massacre de mais de mil cidadãos (Reale e bem educado e literato dos integrantes com pouca in strução da classe poderosa Antiseri, 1990; Hegel, 1997; Vergez; Huisman, 1982). que desonram sua classe por sua falta de cultura (Veyne, 1992).
  • 3. 3 O mos maiorum, desde o início até o declínio do Império Romano, constituía uma das bases da vida social e política; mesmo com o desenvolvimento da legislação escrit a o mos maiorum não perdeu sua importância permanecendo ora como fonte do direito, 4 ora como princípio de interpretação das leis (Studer, 2002). Ad Serenum de Constantia sapientis , XIX, 2.
  • 4. ά άθεια 5 Cf. Consolação a Márcia, X, 5 e XII, 6. Cf. Consolação a Políbio, XI, 2-3. Cf. Sobre a tranqüilidade da alma , I, 14. Cf. Sobre a brevidade da vida , III, 4.
  • 5. θυητός βροτός θεός 6 Naturalium quaestionum libri septem ad Lucilium , VII, 32, 4-6. 7 Cf. Carta 24.
  • 6.
  • 7.
  • 8. 8 Ad Novatum de Ira, V, 15. 9 Cf. Carta 70, 4-5.