Este documento resume 9 perguntas e respostas sobre a relação entre endometriose e gravidez. A endometriose pode causar infertilidade ao provocar aderências nos órgãos femininos que dificultam o encontro entre óvulo e espermatozóide. A gravidez ajuda a controlar a endometriose mas não a cura. Algumas cirurgias e técnicas de reprodução assistida podem aumentar as chances de gravidez para mulheres com endometriose.
9 perguntas e respostas sobre endometriose e gravidez
1. 9 perguntas e respostas
sobre endometriose e gravidez
Dr. Marco Aurelio Pinho de Oliveira
www.pinhodeoliveira.com.br
2. De que maneira a endometriose
causa infertilidade?
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A doença pode causar aderências extensas entre os órgãos,
ou seja, deixá-los grudados uns nos outros, o que faz com
que ocorra o fechamento ou entupimento das tubas uterinas,
impedindo o encontro entre o óvulo e o espermatozóide. Além
disso, por conta das aderências, a tuba e o ovário podem ficar
fixos ou distantes um do outro, o que impede a captação do
óvulo produzido pelo ovário. A receptividade do embrião no
endométrio — local em que ele se implanta — também sofre
alterações graças à ação de substâncias produzidas pela doença.
3. A gravidez é benéfica para
quem tem endometriose?
2
Como muitas pacientes com endometriose tem queixa
de infertilidade, a gestação sempre costuma ser
bem-vinda. Durante a gravidez existe a produção da
progesterona, hormônio que dificulta o crescimento dos
focos de endometriose, mas essa produção hormonal
não é capaz de eliminar os focos de endometriose.
Portanto, ainda que a gravidez seja benéfica para quem
tem endometriose, ela não é capaz de curar a doença,
apenas deixa os focos sem crescimento.
4. Mulheres com
endometriose têm maior
risco de sofrer aborto?
3
Não necessariamente. Alguns estudos
relacionam a doença a um maior risco
de abortamento, no entanto, vários
especialistas discordam, pois há causas
mais relevantes que levam ao aborto, como
malformações uterinas. A endometriose
aumenta o risco de gravidez ectópica
(que ocorre fora do útero). No entanto, caso
a mulher tenha um histórico de abortos
recorrentes, o especialista pode indicar a
retirada dos focos de endometriose por
meio de cirurgia.
5. O bebê de quem tem endometriose
corre o risco de nascer com problemas?
4
Não. Nenhum estudo comprova que exista qualquer relação entre a
endometriose e a chance de ter um bebê com problemas. O risco de
malformações e problemas genéticos é igual ao de uma mulher que não
tem a doença.
6. Gravidez de quem tem endometriose
é considerada de alto risco?
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Não. A gestação é semelhante a da não portadora da doença. Como
o hormônio da gravidez (progesterona) dificulta o crescimento dos
focos da endometriose, a gestação protege a mulher da doença,
ainda que não seja capaz de curá-la. No entanto, em casos graves
de endometrioses extensas que atinjam o intestino ou os ureteres,
é possível que a gestante precise passar por uma cirurgia de
urgência para desobstruir o intestino ou as vias urinárias.
7. O exame para detectar endometriose
aumenta as chances de gravidez natural?
6
A HSG (histerossalpingografia) é feita em centros radiológicos e avalia se a cavidade e as tubas
uterinas estão comprometidas pela endometriose. As mulheres que fazem o exame costumam
ter mais chance de engravidar até seis meses depois do procedimento. O médico introduz uma
pequena cânula no colo do útero e injeta uma substância radioativa que percorre o interior do útero
e das tubas. Quando as tubas estão abertas, o líquido cai dentro da barriga, o que é comprovado
na radiografia. Nessa avaliação, ocorre uma espécie de “lavagem” do interior da tuba, que pode
desobstruir pequenas aderências. Além disso, a própria substância utilizada traz benefícios para as
células das tubas, facilitando o encontro do espermatozóide com o óvulo.
8. O uso de hormônios
aumentam as chances
de engravidar?
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Não. Nenhum hormônio é capaz de
aumentar as chances de engravidar
naturalmente nas pacientes com
endometriose, porém o uso de
análogos do GnRH (hormônio
liberador de gonadotrofina) antes da
fertilização in vitro aumentam as taxas
de gravidez no tratamento.
9. Quais opções de tratamento
para a infertilidade da mulher
com endometriose?
8
Há dois tipos de tratamento: a cirurgia ou as técnicas de reprodução
assistida. A cirurgia para retirar os focos de endometriose deve ser
realizada preferencialmente por laparoscopia —
procedimento minimamente invasivo — e a taxa de gravidez natural
chega a 50% dos casos. Nas técnicas de reprodução assistida, há
as opções de inseminação artificial ou FIV (fertilização in vitro). No
caso das mulheres que não apresentam nenhum problema nas tubas
uterinas, a inseminação artificial — colocação dos espermatozoides
no útero — é uma boa opção. No entanto, caso a paciente tenha
uma endometriose profunda, a indicação é a FIV. Nela os embriões
já fecundados são inseridos no útero, pois a doença dificulta o
processo de captação do óvulo pelas tubas uterinas.
10. Fertilização in
vitro prejudica a
endometriose?
9
Não necessariamente. Para realizar a
fertilização in vitro é necessário um
grande estímulo dos ovários, levando
a um aumento acentuado dos níveis
do estrogênio, o que pode fazer
com que os focos de endometriose
cresçam mais rapidamente. Caso a
paciente tenha uma lesão grave no
intestino ou nas vias urinárias, podem
ocorrer obstruções nesses órgãos,
quadro considerado grave.
11. 9 perguntas e respostas
sobre endometriose e gravidez
Estas e outras informações relevantes sobre endometriose
podem ser encontradas no site www.pinhodeoliveira.com.br
Fontes:
Arnaldo Cambiaghi, diretor do Centro de Reprodução Humana do IPGO
(Instituto Paulista de Ginecologia Obstetrícia e Medicina da Reprodução), e
Marco Aurelio Pinho de Oliveira, chefe do Ambulatório de Endometriose
do HUPE-UFRJ (Hospital Universitário Pedro Ernesto da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro) e autor do livro “Endometriose Profunda — O
que Você Precisa Saber” (editora DiLivros).