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Frente 1            Módulos 9 e 10: Ortografia I e II<br />-> “Por que”, “Por quê”, “Porque” e “Porquê”:<br />• “Por que”: Preposição (por) + pronome relativo ou interrogativo (que). Pode ser substituído por: ‘por qual motivo’, ‘por qual razão’ e ‘pelo qual’.<br />• “Por quê”: Final de frase ou antes de pontuação (vírgula, ponto-e-vírgula...)<br />• “Porque”: Conjunção de causa ou explicação ou finalidade. Pode ser substituído por: ‘pois’, ‘já que’, ‘uma vez que’, ‘como’, ‘para que’ e ‘a fim de’.<br />• “Porquê”: como se fosse substantivo (substantivado); acompanhado de artigo ou pronome (palavra determinante: o, um...)<br />-> “Aonde” e “Onde”:<br />• “Aonde”: indica a idéia de movimento ou aproximação; usado com verbos de movimento.<br />• “Onde”: indica o lugar em que está ou passa algum fato; usado com verbos que exprimem estado ou permanência (verbos estáticos).<br />• “Aonde você vai? / Onde você está?”<br />-> “Se não” e “Senão”:<br />• “Se não”: Pode retirar a negação (não) que o valor do ‘se’ não altera.“Perguntou se não iria à festa.  <br />                                                Perguntou se iria à festa.”<br />• “Senão”: Pode ser preposição (substituí ‘com exceção de’, ‘exceto’, ‘salvo’, ‘ser’), conjunção alternativa (substituí ‘ou’, ‘de outro modo’, ‘do contrário’), conjunção aditiva (substituí ‘mas sim’, ‘mas também’), conjunção adversativa (substituí ‘mas’, ‘porém’) e substantivo (substituí ‘falha’, ‘defeito’, ‘mácula’, ‘obstáculo’).<br />-> “Há” e “a”:<br />• “Há”: indica tempo passado e pode ser substituído por ‘faz’. (‘havia’ por ‘fazia’)<br />• “A”: indica distância ou tempo futuro.<br />-> “Mau” e “Mal”:<br />• “Mau”: é adjetivo com significado “ruim, de má índole e de má qualidade”. Oposto de ‘bom’.<br />• “Mal”: é advérbio (irregularmente, erradamente, de forma inconveniente ou desagradável), conjunção temporal (quando, assim que, no momento em que) e substantivo (artigo ou pronome). Oposto de ‘bem’.<br />Frente 2<br />Módulos 17 a 20: Segunda Geração Modernista (Jorge de Lima, Vinícius de Moraes e Cecília Meireles)<br />-> Jorge de Lima (1898-1953):<br />• “Menino de engenho”... Foi influenciado pelo Parnasianismo e pelo Simbolismo.<br />• Foi-se desenvolvendo ao aderir o Modernismo e realizar uma poesia nordestina. Falou sobre a região do nordeste; sobre o memorialismo e o folclore negro. Teve inspiração católica e bíblica. As poesias eram com temas neobarrocas e surrealistas.<br />-> Vinícius de Morais (1913-1980):<br />• “‘Poeta e diplomata, o branco mais preto do Brasil, na linha de Xangô. Saravá!’ transitou pela mística, metafísica, classicizante, participante e pela música popular, sem perder a substância lírica, a ternura ardente, a paixão pela vida e a comunicabilidade com todos os níveis de leitores.”<br />• Sempre procurou pelo Supremo Impossível, o amor absolto e a mulher ideal.<br />• Primeira fase: Os ecos do simbolismo. Teve a poesia aproximada no catolicismo francês, no tom grave, exaltado e cheio de ressonâncias.<br />• O desejo de transcendência (busca do sublime) cede lugar à aceitação da imanência (encontro do cotidiano).<br />• Segunda Fase: O cotidiano, a comunicabilidade e a ternura. Na poesia, temas como: Cotidiano, humor, ironia. Versos curtos e incisivos; jogos verbais, estilo engenhoso e ao mesmo tempo simples (poder de síntese e concisão).<br />• Paixão do amor e da vida: a mulher é o principal foco de interesse. A mulher e a experiência amorosa podem ocupar o lugar da crença e da religiosidade. Divinização da mulher, como um ser superior. Lembra o platonismo amoroso dos trovadores medievais. Presença de sensualismo e erotismo.<br />-> Cecília Meireles (1901-1964):<br />• “... distanciamento do real imediato, a predileção pelo indefinido, pela sombra, o sentimento de ausência e a musicalidade fazem de sua obra uma atualização do simbolismo...”... “intimidade com a Morte (...) relação entre o Efêmero e o eterno...”<br />• Representante da vertente espiritualista (intimista) do modernismo, temas como sombra, indefinição, sentimento de ausência e do nada. É herdeira do Simbolismo, temas como fuga, fluidez, melancolia, serenidade. Como constantes fundamentais: o oceano, o espaço e a solidão.<br />• Versos curtos, ritmo leve e ligeiro; uma visão própria do mundo através do cromatismo (associação sensorial, sinestesia), musicalidade, misticismo lírico, culto a beleza imaterial e da abstração.<br />• O Mundo (espaço) dela é um mundo: das terras; dor mares; das estrelas; dos homens; das crianças; das flores; um mundo limitado; ou seja, é um mundo total.<br />• O Mar (oceano) significa várias coisas, como uma unidade só. Significa vento, terra e ar.<br />• A Solidão; a poeta desliga-se do mundo exterior para ‘voar’ e na solidão, esperar nascer algo grande.<br />• Diversas poesias estão ligadas à música, principalmente os títulos. Nas poesias não há rimas nem versos; as poesias são cantadas; é um canto doce, sugestivo, evocado e sozinho. É marcada por ritmos naturais e redondilhas maiores (influência do Simbolismo). As poesias também são fluidas, místicas e misteriosas.<br />Frente 3      Módulos 9 e 10: Análise de Textos<br />-> Rosário (Antologia Poética, Vinícius de Morais):<br />E eu era um menino puro / Não fui perder minha infância / No mangue daquela carne! / Dizia que era morena / Sabendo que era mulata / Dizia que era donzela / Nem isso não era ela                                                             (...)<br />Era minha namorada / Primeiro nome de amada / Primeiro chamar de filha...  /Grande filha de uma vaca! / Como não me seduzia / Como não me alucinava / Como deixava, fingindo / Fingindo que não deixava!      (...)<br />Lembro dos seus anos vinte / Junto aos meus quinze deitados / Sob a luz verde da lua.                            (...)<br />Era uma dança morena / Era uma dança mulata / Era o cheiro de amarugem / Era a lua cor de prata / Mas foi só naquela noite! / Passava dando risada / Carregando os peitos loucos / Quem sabe para quem, quem sabe? / Mas como me seduzia / A negra visão escrava / Daquele feixe de águas / Que sabia ela guardava / No fundo das coxas frias! / Mas como me desbragava / Na areia mole e macia! / A areia me recebia / E eu baixinho me entregava/Com medo que Deus ouvisse / Os gemidos que não dava! / Os gemidos que não dava... / Por amor que ela dava / Aos outros de mais idade / Que a carregaram da ilha / Para as ruas da cidade / Meu grane sonho da infância / Angústia da mocidade.<br />- amarugem: gosto amargo, desgosto<br />- desbragava: levava à loucura<br />• Está sublinhada de verde a prostituição de mulheres.<br />• As negações sublinhadas de azul afirmam o comportamento de sedução, que atiçava o desejo do adolescente.<br />• Sabe-se que na época (1928) não havia mais escravidão; portanto a “negra visão escrava” revela que mesmo após a abolição, as mulheres negras e mulatas eram objetos sexuais.<br />• No tempo do enunciado, o personagem é um adolescente apaixonado. No tempo da anunciação, o narrador é um homem feito de olhar crítico sobre o passado.<br />• Em Dom Casmurro, o narrador é um homem maduro e crítico em relação à mulher amada e a si mesmo no passado.<br />-> Cor de Prata (Lamartine Babo):<br />A lua vem saindo / Cor de prata / Cor de Prata / Cor de Prata / Que saudades da mulata<br />Minha mulata / Foi-se embora da cidade / Vejam só que crueldade / Foi com outro e me deixou / Abandonado / Pela estrada do passado / Vou perdendo a mocidade / Na saudade que ficou<br />Eu fui pra roça / Construir minha palhoça / Lá no alto da montanha / Perto de Nosso Senhor / E quando a lua /Lá na mata me acompanha /Sinto o cheiro da mulata /Na montanha tudo é flor.<br />• Tanto “Cor de Prata” quanto “Rosário”, ambos apresentam em comum a sensualidade da mulata que vai embora com outro e deixa sofrendo o eu lírico. Isso é retomado no que está grifado de vermelho.<br />• As mulheres apresentadas nesses dois, são semelhantes aos do O Cortiço (Rita Baiana) e Memórias de um Sargento de Milícias (Vidinha); são mulatas de objeto sexual.<br />-> O Grande Clandestino (Aníbal Machado):<br />Eu me distraio muito com a passagem do tempo. / Chego às vezes a dormir. O tempo aproveita e passa escondido, Mas com que velocidade! / Basta ver o estado das coisas depois que desperto: quase todas fora do lugar, ou desaparecidas; outras, com uma prole imensa.       (...)<br />O que é preciso é nunca dormir, e ficar vigilante, para obrigá-lo ao menos a disfarçar a evidência de suas metamorfoses.    (...)<br />Contudo, não se deve ligar demasiada importância ao tempo. Ele corre de qualquer maneira. / E é até possível que não exista. / Seu propósito evidente é envelhecer o mundo; / Mas a resposta do mundo é renascer sempre para o tempo.<br />-> O Tempo e os Relógios (Cecília Meireles):<br />Creia-se ou não, todo mundo sente que o tempo passa. Não precisamos olhar para o espelho nem para nenhum relógio: o tempo está em nosso coração, e ouve-se; o tempo está em nosso pensamento, e lembra-se. “Vou matando o tempo, enquanto o tempo não me mata” – respondia-me na Índia um grande homem amigo meu, cada vez que perguntava como ia passando.   (...)<br />Em todo caso, esses são os tempos grandes. O tempo pequeno é o dos nossos relógios.<br />• Tanto o O Grande Clandestino quanto O Tempo e os Relógios falam sobre o tempo, da forma como ele age sobre as pessoas e como elas o sentem. Impossível fugir à ação do tempo. (Grifado de roxo).<br />-> Humildade (Cecília Meireles):<br />Tanto que fazer! / Livros que não se leem, cartas que não se escrevem, / línguas que não se aprendem, / amor que não se dá / tudo quanto se esquece. / Amigos entre adeuses, /crianças chorando na tempestade, / cidadãos assinando papéis, papéis, papéis... / até o fim do mundo assinando papéis.<br />E os pássaros detrás de grades da chuva, / os mortos em redoma de cânfora.<br />(E uma canção tão bela.)<br />Tanto que fazer! / E fizemos apenas isto. / E nunca soubemos quem éramos / nem para quê.<br />• O contexto grifado de azul pode ser interpretado como o aprisionamento e a inércia do homem.<br />• À idéia de que pouco foi feito, acrescenta-se, na estrofe final, o desconhecimento da própria essência e finalidade da vida.<br />• O poema opõe a necessidade de fazer à constatação do que se deixa de fazer.<br />• Aquele que fala no poema já passou por um modo de existência que ele próprio lamenta.<br />• O verso “Tanto que fazer” se coloca em oposição ao verso “E fizemos apenas isto”; expressa pelo uso dos termos tanto e apenas.<br />
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  • 1. Frente 1 Módulos 9 e 10: Ortografia I e II<br />-> “Por que”, “Por quê”, “Porque” e “Porquê”:<br />• “Por que”: Preposição (por) + pronome relativo ou interrogativo (que). Pode ser substituído por: ‘por qual motivo’, ‘por qual razão’ e ‘pelo qual’.<br />• “Por quê”: Final de frase ou antes de pontuação (vírgula, ponto-e-vírgula...)<br />• “Porque”: Conjunção de causa ou explicação ou finalidade. Pode ser substituído por: ‘pois’, ‘já que’, ‘uma vez que’, ‘como’, ‘para que’ e ‘a fim de’.<br />• “Porquê”: como se fosse substantivo (substantivado); acompanhado de artigo ou pronome (palavra determinante: o, um...)<br />-> “Aonde” e “Onde”:<br />• “Aonde”: indica a idéia de movimento ou aproximação; usado com verbos de movimento.<br />• “Onde”: indica o lugar em que está ou passa algum fato; usado com verbos que exprimem estado ou permanência (verbos estáticos).<br />• “Aonde você vai? / Onde você está?”<br />-> “Se não” e “Senão”:<br />• “Se não”: Pode retirar a negação (não) que o valor do ‘se’ não altera.“Perguntou se não iria à festa. <br /> Perguntou se iria à festa.”<br />• “Senão”: Pode ser preposição (substituí ‘com exceção de’, ‘exceto’, ‘salvo’, ‘ser’), conjunção alternativa (substituí ‘ou’, ‘de outro modo’, ‘do contrário’), conjunção aditiva (substituí ‘mas sim’, ‘mas também’), conjunção adversativa (substituí ‘mas’, ‘porém’) e substantivo (substituí ‘falha’, ‘defeito’, ‘mácula’, ‘obstáculo’).<br />-> “Há” e “a”:<br />• “Há”: indica tempo passado e pode ser substituído por ‘faz’. (‘havia’ por ‘fazia’)<br />• “A”: indica distância ou tempo futuro.<br />-> “Mau” e “Mal”:<br />• “Mau”: é adjetivo com significado “ruim, de má índole e de má qualidade”. Oposto de ‘bom’.<br />• “Mal”: é advérbio (irregularmente, erradamente, de forma inconveniente ou desagradável), conjunção temporal (quando, assim que, no momento em que) e substantivo (artigo ou pronome). Oposto de ‘bem’.<br />Frente 2<br />Módulos 17 a 20: Segunda Geração Modernista (Jorge de Lima, Vinícius de Moraes e Cecília Meireles)<br />-> Jorge de Lima (1898-1953):<br />• “Menino de engenho”... Foi influenciado pelo Parnasianismo e pelo Simbolismo.<br />• Foi-se desenvolvendo ao aderir o Modernismo e realizar uma poesia nordestina. Falou sobre a região do nordeste; sobre o memorialismo e o folclore negro. Teve inspiração católica e bíblica. As poesias eram com temas neobarrocas e surrealistas.<br />-> Vinícius de Morais (1913-1980):<br />• “‘Poeta e diplomata, o branco mais preto do Brasil, na linha de Xangô. Saravá!’ transitou pela mística, metafísica, classicizante, participante e pela música popular, sem perder a substância lírica, a ternura ardente, a paixão pela vida e a comunicabilidade com todos os níveis de leitores.”<br />• Sempre procurou pelo Supremo Impossível, o amor absolto e a mulher ideal.<br />• Primeira fase: Os ecos do simbolismo. Teve a poesia aproximada no catolicismo francês, no tom grave, exaltado e cheio de ressonâncias.<br />• O desejo de transcendência (busca do sublime) cede lugar à aceitação da imanência (encontro do cotidiano).<br />• Segunda Fase: O cotidiano, a comunicabilidade e a ternura. Na poesia, temas como: Cotidiano, humor, ironia. Versos curtos e incisivos; jogos verbais, estilo engenhoso e ao mesmo tempo simples (poder de síntese e concisão).<br />• Paixão do amor e da vida: a mulher é o principal foco de interesse. A mulher e a experiência amorosa podem ocupar o lugar da crença e da religiosidade. Divinização da mulher, como um ser superior. Lembra o platonismo amoroso dos trovadores medievais. Presença de sensualismo e erotismo.<br />-> Cecília Meireles (1901-1964):<br />• “... distanciamento do real imediato, a predileção pelo indefinido, pela sombra, o sentimento de ausência e a musicalidade fazem de sua obra uma atualização do simbolismo...”... “intimidade com a Morte (...) relação entre o Efêmero e o eterno...”<br />• Representante da vertente espiritualista (intimista) do modernismo, temas como sombra, indefinição, sentimento de ausência e do nada. É herdeira do Simbolismo, temas como fuga, fluidez, melancolia, serenidade. Como constantes fundamentais: o oceano, o espaço e a solidão.<br />• Versos curtos, ritmo leve e ligeiro; uma visão própria do mundo através do cromatismo (associação sensorial, sinestesia), musicalidade, misticismo lírico, culto a beleza imaterial e da abstração.<br />• O Mundo (espaço) dela é um mundo: das terras; dor mares; das estrelas; dos homens; das crianças; das flores; um mundo limitado; ou seja, é um mundo total.<br />• O Mar (oceano) significa várias coisas, como uma unidade só. Significa vento, terra e ar.<br />• A Solidão; a poeta desliga-se do mundo exterior para ‘voar’ e na solidão, esperar nascer algo grande.<br />• Diversas poesias estão ligadas à música, principalmente os títulos. Nas poesias não há rimas nem versos; as poesias são cantadas; é um canto doce, sugestivo, evocado e sozinho. É marcada por ritmos naturais e redondilhas maiores (influência do Simbolismo). As poesias também são fluidas, místicas e misteriosas.<br />Frente 3 Módulos 9 e 10: Análise de Textos<br />-> Rosário (Antologia Poética, Vinícius de Morais):<br />E eu era um menino puro / Não fui perder minha infância / No mangue daquela carne! / Dizia que era morena / Sabendo que era mulata / Dizia que era donzela / Nem isso não era ela (...)<br />Era minha namorada / Primeiro nome de amada / Primeiro chamar de filha... /Grande filha de uma vaca! / Como não me seduzia / Como não me alucinava / Como deixava, fingindo / Fingindo que não deixava! (...)<br />Lembro dos seus anos vinte / Junto aos meus quinze deitados / Sob a luz verde da lua. (...)<br />Era uma dança morena / Era uma dança mulata / Era o cheiro de amarugem / Era a lua cor de prata / Mas foi só naquela noite! / Passava dando risada / Carregando os peitos loucos / Quem sabe para quem, quem sabe? / Mas como me seduzia / A negra visão escrava / Daquele feixe de águas / Que sabia ela guardava / No fundo das coxas frias! / Mas como me desbragava / Na areia mole e macia! / A areia me recebia / E eu baixinho me entregava/Com medo que Deus ouvisse / Os gemidos que não dava! / Os gemidos que não dava... / Por amor que ela dava / Aos outros de mais idade / Que a carregaram da ilha / Para as ruas da cidade / Meu grane sonho da infância / Angústia da mocidade.<br />- amarugem: gosto amargo, desgosto<br />- desbragava: levava à loucura<br />• Está sublinhada de verde a prostituição de mulheres.<br />• As negações sublinhadas de azul afirmam o comportamento de sedução, que atiçava o desejo do adolescente.<br />• Sabe-se que na época (1928) não havia mais escravidão; portanto a “negra visão escrava” revela que mesmo após a abolição, as mulheres negras e mulatas eram objetos sexuais.<br />• No tempo do enunciado, o personagem é um adolescente apaixonado. No tempo da anunciação, o narrador é um homem feito de olhar crítico sobre o passado.<br />• Em Dom Casmurro, o narrador é um homem maduro e crítico em relação à mulher amada e a si mesmo no passado.<br />-> Cor de Prata (Lamartine Babo):<br />A lua vem saindo / Cor de prata / Cor de Prata / Cor de Prata / Que saudades da mulata<br />Minha mulata / Foi-se embora da cidade / Vejam só que crueldade / Foi com outro e me deixou / Abandonado / Pela estrada do passado / Vou perdendo a mocidade / Na saudade que ficou<br />Eu fui pra roça / Construir minha palhoça / Lá no alto da montanha / Perto de Nosso Senhor / E quando a lua /Lá na mata me acompanha /Sinto o cheiro da mulata /Na montanha tudo é flor.<br />• Tanto “Cor de Prata” quanto “Rosário”, ambos apresentam em comum a sensualidade da mulata que vai embora com outro e deixa sofrendo o eu lírico. Isso é retomado no que está grifado de vermelho.<br />• As mulheres apresentadas nesses dois, são semelhantes aos do O Cortiço (Rita Baiana) e Memórias de um Sargento de Milícias (Vidinha); são mulatas de objeto sexual.<br />-> O Grande Clandestino (Aníbal Machado):<br />Eu me distraio muito com a passagem do tempo. / Chego às vezes a dormir. O tempo aproveita e passa escondido, Mas com que velocidade! / Basta ver o estado das coisas depois que desperto: quase todas fora do lugar, ou desaparecidas; outras, com uma prole imensa. (...)<br />O que é preciso é nunca dormir, e ficar vigilante, para obrigá-lo ao menos a disfarçar a evidência de suas metamorfoses. (...)<br />Contudo, não se deve ligar demasiada importância ao tempo. Ele corre de qualquer maneira. / E é até possível que não exista. / Seu propósito evidente é envelhecer o mundo; / Mas a resposta do mundo é renascer sempre para o tempo.<br />-> O Tempo e os Relógios (Cecília Meireles):<br />Creia-se ou não, todo mundo sente que o tempo passa. Não precisamos olhar para o espelho nem para nenhum relógio: o tempo está em nosso coração, e ouve-se; o tempo está em nosso pensamento, e lembra-se. “Vou matando o tempo, enquanto o tempo não me mata” – respondia-me na Índia um grande homem amigo meu, cada vez que perguntava como ia passando. (...)<br />Em todo caso, esses são os tempos grandes. O tempo pequeno é o dos nossos relógios.<br />• Tanto o O Grande Clandestino quanto O Tempo e os Relógios falam sobre o tempo, da forma como ele age sobre as pessoas e como elas o sentem. Impossível fugir à ação do tempo. (Grifado de roxo).<br />-> Humildade (Cecília Meireles):<br />Tanto que fazer! / Livros que não se leem, cartas que não se escrevem, / línguas que não se aprendem, / amor que não se dá / tudo quanto se esquece. / Amigos entre adeuses, /crianças chorando na tempestade, / cidadãos assinando papéis, papéis, papéis... / até o fim do mundo assinando papéis.<br />E os pássaros detrás de grades da chuva, / os mortos em redoma de cânfora.<br />(E uma canção tão bela.)<br />Tanto que fazer! / E fizemos apenas isto. / E nunca soubemos quem éramos / nem para quê.<br />• O contexto grifado de azul pode ser interpretado como o aprisionamento e a inércia do homem.<br />• À idéia de que pouco foi feito, acrescenta-se, na estrofe final, o desconhecimento da própria essência e finalidade da vida.<br />• O poema opõe a necessidade de fazer à constatação do que se deixa de fazer.<br />• Aquele que fala no poema já passou por um modo de existência que ele próprio lamenta.<br />• O verso “Tanto que fazer” se coloca em oposição ao verso “E fizemos apenas isto”; expressa pelo uso dos termos tanto e apenas.<br />