O documento discute a emancipação da alma e a segunda vista. Ele explica que a segunda vista é a visão da alma quando está mais livre do corpo, e que pode ser desenvolvida através do exercício. Circunstâncias como doenças ou emoções fortes também podem desencadear a segunda vista.
3. 447 – Os fenômenos designados sob o nome de segunda vista
têm alguma relação com o sonho e o sonambulismo?
Tudo isso não é senão uma mesma coisa. O que tu chamas
segunda vista é ainda o Espírito que está mais livre, ainda que o
corpo não esteja adormecido. A segunda vista é a vista da alma.
3
4. 448 – A segunda vista é permanente?
A faculdade, sim; o exercício, não. Nos
mundos menos materiais que o vosso,
os Espíritos se desprendem mais
facilmente e entram em comunicação
apenas pelo pensamento, sem excluir,
todavia, a linguagem articulada.
Também a dupla vista, aí, é para a
maioria uma faculdade permanente.
Seu estado normal pode ser
comparado ao dos vossos sonâmbulos
lúcidos e é ainda a razão pela qual eles
se manifestam a vós mais facilmente
que os que estão encarnados em
corpos mais grosseiros.
4
5. 449 – A segunda vista se
desenvolve espontaneamente ou
à vontade daquele que dela está
dotado?
O mais frequentemente ela é
espontânea, mas, muitas vezes,
também a vontade aí exerce um
grande papel. Assim, toma, por
exemplo, certas pessoas
chamadas adivinhos e das quais
algumas têm certo poder, e verás
que é a vontade que as ajuda a
entrar nessa segunda vista, a que
chamas visão.
5
6. 450 – A segunda vista é
suscetível de se desenvolver
pelo exercício?
Sim, o trabalho conduz sempre
ao progresso e o véu que cobre
as coisas torna-se menos
compacto.
450.a) Essa faculdade prende-
se à organização física?
Certamente, a organização
desempenha aí um papel.
Existem organizações que são
refratárias.
6
7. 451 – Por que a segunda vista parece hereditária em certas
famílias?
Semelhança de organização que se transmite como as outras
qualidades físicas e, pois, desenvolvimento da faculdade, por
uma espécie de educação, que se transmite também de um
para outro.
7
8. 452 – É verdade que certas circunstâncias
desenvolvem a segunda vista?
A doença, a aproximação de um perigo, uma
grande comoção pode desenvolvê-la. O
corpo está algumas vezes em um estado
particular que permite ao Espírito ver o que
não podeis ver com os olhos do corpo.
Allan Kardec:
As épocas de crise e de calamidades, as
grandes emoções, todas as causas que
superexcitam o moral provocam, algumas
vezes, o desenvolvimento da segunda vista.
Parece que a providência, na presença de
um perigo, nos dá o meio de conjurá-lo.
Todas as seitas e partidos perseguidos nos
oferecem numerosos exemplos. 8
9. 453 – As pessoas dotadas
da segunda vista têm
dela sempre consciência?
Nem sempre; é para elas
uma coisa muito natural e
muitos creem que se todo
mundo se observasse,
cada um deveria ser a
mesma coisa.
9
10. 454 – Poder-se-ia atribuir a uma
espécie de segunda vista a perspicácia
de certas pessoas que, sem nada
terem de extraordinário, julgam as
coisas com mais precisão que outras?
É sempre a alma que irradia mais
livremente e que julga melhor que sob
o véu da matéria.
454.a) Essa faculdade, em certos casos,
pode dar a presciência das coisas?
Sim; dá também os pressentimentos,
porque existem vários graus nessa
faculdade, e a mesma pessoa pode ter
todos os graus, ou apenas alguns.
10
12. CRÉDITOS:
•Formatação: Marta Gomes P. Miranda
•Referências:
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Salvador
Gentile. 182ª Ed. Araras – SP: IDE, 2009. Pág. 159 à 160.
KARDEC, Allan. A Gênese: Os Milagres e as Predições
Segundo o Espiritismo. Tradução de Salvador Gentile. 52ª
Ed. Araras – SP: IDE, 2008.
KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução De Salvador
Gentile. 85ª Ed. Araras – SP: Ide, 2008.
XAVIER, Chico. Nos Domínios Da Mediunidade. 36ª Ed.
Brasília: Feb, 2018. Pelo Espírito André Luiz.
XAVIER, Chico & Vieira, Waldo. Mecanismos Da
Mediunidade. 28ª Ed. Brasília: Feb, 2018. Pelo Espírito
André Luiz.
PERALVA, Martins. Estudando a Mediunidade. Rio De
Janeiro: FEB, 2009.
TAVARES, Clovis. Mediunidade dos Santos. 1.ª ed. Brasília:
FEB, 2012.
12