A campanha "Marcela e Marina Sem Censura" surgiu como reação aos cortes de cenas do primeiro beijo gay na teledramaturgia brasileira. O movimento organizou-se em redes sociais na internet para lançar um abaixo-assinado contra a censura homofóbica e mobilizar usuários a enfrentá-la, fazendo uso da convergência midiática.
MEMEALIZANDO A VIDA
Criatividade vernacular e novos letramentos através dos memes de Girl From Rio
Trabalho apresentado no II Encontro Virtual da ABCIBER 2021
22 E 23/06/2021
GT Literacias: comunicação e cidadania
Este documento analisa o surgimento de um novo modelo de trabalho comunitário nas favelas do Rio de Janeiro, onde moradores se organizam através de organizações do terceiro setor para promover a cidadania. O documento foca no grupo "Meninas e Mulheres do Morro" da favela da Mangueira, que emergiu como um exemplo deste novo modelo baseado na valorização da cultura local, uso de novas tecnologias e negociação com outros setores da sociedade.
A charge retrata a percepção negativa de parte da população em relação à segurança pública no Brasil, sugerindo que as pessoas não distinguem claramente policiais de criminosos e temem ambos.
O livro analisa a violência urbana no Brasil, definindo-a como um problema intensificado pelas desigualdades sociais. Ele descreve como a violência atinge principalmente os pobres, especialmente jovens, nas grandes cidades. Por fim, argumenta que é necessária maior participação cidadã e inovações legislativas para prevenir a violência.
O documento discute o conceito de racismo e políticas racistas. Define racismo como a crença de que a raça influencia o desenvolvimento de um povo e que a diversidade étnica e cultural deve ser mantida. Aponta que políticas como fomento da natalidade nacional e proteção da cultura tradicional são exemplos de políticas racistas, mas não políticas agressivas contra outros grupos. Critica a imigração em massa e a visão de uma sociedade multirracial como mistura total das raças.
Representações do discurso de ódio nas redes sociais análise sociológica das ...Leandro Santos
As formas de violências hoje ultrapassam as fronteiras do ambiente real e encontram um terreno fértil para se desenvolver dentro do ciberespaço, onde o combate às formas de violação dos direitos ainda são incipientes. Nessa perspectiva, o presente trabalho analisa como se manifesta o discurso de ódio no Facebook, tomando como base o episódio em que um jovem teve a testa tatuada após uma suposta tentativa de roubo. Como metodologia para o desenvolvimento da pesquisa, foi feito um levantamento bibliográfico e analisados os comentários de vários usuários nas notícias sobre episódio postadas na fanpage do portal G1. O objetivo foi verificar como se caracterizou o discurso de ódio e o modo como ele gerou engajamento junto aos outros usuários.
Este documento apresenta um resumo de um livro sobre notícias de violência homofóbica no Brasil. O livro analisa como as notícias enquadram e representam esses casos, tanto para mapear a violência quanto para construir versões sobre as vidas LGBT. As narrativas jornalísticas tendem a atenuar a homofobia e focar nos procedimentos legais sem dar voz às vítimas. Isso influencia como o sofrimento dessas pessoas é dado a ver e compreendido.
O documento discute as causas da pobreza e da criminalidade na sociedade, argumentando que a desigualdade é inerente à humanidade e que a pobreza é incômoda devido aos ideais de igualdade e progresso modernos. Também analisa as razões da criminalidade ligada à pobreza, como o estigma e a falta de proteção das classes subalternas.
MEMEALIZANDO A VIDA
Criatividade vernacular e novos letramentos através dos memes de Girl From Rio
Trabalho apresentado no II Encontro Virtual da ABCIBER 2021
22 E 23/06/2021
GT Literacias: comunicação e cidadania
Este documento analisa o surgimento de um novo modelo de trabalho comunitário nas favelas do Rio de Janeiro, onde moradores se organizam através de organizações do terceiro setor para promover a cidadania. O documento foca no grupo "Meninas e Mulheres do Morro" da favela da Mangueira, que emergiu como um exemplo deste novo modelo baseado na valorização da cultura local, uso de novas tecnologias e negociação com outros setores da sociedade.
A charge retrata a percepção negativa de parte da população em relação à segurança pública no Brasil, sugerindo que as pessoas não distinguem claramente policiais de criminosos e temem ambos.
O livro analisa a violência urbana no Brasil, definindo-a como um problema intensificado pelas desigualdades sociais. Ele descreve como a violência atinge principalmente os pobres, especialmente jovens, nas grandes cidades. Por fim, argumenta que é necessária maior participação cidadã e inovações legislativas para prevenir a violência.
O documento discute o conceito de racismo e políticas racistas. Define racismo como a crença de que a raça influencia o desenvolvimento de um povo e que a diversidade étnica e cultural deve ser mantida. Aponta que políticas como fomento da natalidade nacional e proteção da cultura tradicional são exemplos de políticas racistas, mas não políticas agressivas contra outros grupos. Critica a imigração em massa e a visão de uma sociedade multirracial como mistura total das raças.
Representações do discurso de ódio nas redes sociais análise sociológica das ...Leandro Santos
As formas de violências hoje ultrapassam as fronteiras do ambiente real e encontram um terreno fértil para se desenvolver dentro do ciberespaço, onde o combate às formas de violação dos direitos ainda são incipientes. Nessa perspectiva, o presente trabalho analisa como se manifesta o discurso de ódio no Facebook, tomando como base o episódio em que um jovem teve a testa tatuada após uma suposta tentativa de roubo. Como metodologia para o desenvolvimento da pesquisa, foi feito um levantamento bibliográfico e analisados os comentários de vários usuários nas notícias sobre episódio postadas na fanpage do portal G1. O objetivo foi verificar como se caracterizou o discurso de ódio e o modo como ele gerou engajamento junto aos outros usuários.
Este documento apresenta um resumo de um livro sobre notícias de violência homofóbica no Brasil. O livro analisa como as notícias enquadram e representam esses casos, tanto para mapear a violência quanto para construir versões sobre as vidas LGBT. As narrativas jornalísticas tendem a atenuar a homofobia e focar nos procedimentos legais sem dar voz às vítimas. Isso influencia como o sofrimento dessas pessoas é dado a ver e compreendido.
O documento discute as causas da pobreza e da criminalidade na sociedade, argumentando que a desigualdade é inerente à humanidade e que a pobreza é incômoda devido aos ideais de igualdade e progresso modernos. Também analisa as razões da criminalidade ligada à pobreza, como o estigma e a falta de proteção das classes subalternas.
O documento discute o racismo e o preconceito no Brasil desde a época da escravidão até os dias atuais. Ele destaca que apesar de 53,6% da população brasileira ser negra, apenas 17% dos negros são parte da parcela mais rica do país. Além disso, aponta que o racismo e o preconceito estão enraizados na sociedade brasileira e se manifestam de forma velada, mas também em atos explícitos como violência policial contra negros. Finalmente, defende a implementação de políticas públic
Este artigo discute (1) a cultura e indústria do medo no Brasil através da relação entre juventude e violência segundo a mídia, (2) como a incerteza do futuro e violência social excluem os jovens aumentando a cultura do medo, (3) e como os altos investimentos na indústria privada de segurança fortalecem essa cultura do medo.
Carta de intenções aos pré candidatos municipais 2012 - mclgbtalbertinarosso
O documento propõe um termo de compromisso para candidatos municipais apoiarem propostas do movimento LGBT catarinense visando a cidadania plena de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. As propostas incluem implementar o "Tripé da Cidadania LGBT" composto por um plano municipal LGBT, uma coordenadoria municipal LGBT e um conselho municipal LGBT, além de outras ações como datas comemorativas e legislação antidiscriminação.
O documento discute ações das bibliotecas municipais da região norte de São Paulo para fortalecer a visibilidade LGBT, incluindo encontros e exposições sobre o tema. Essas ações seguem diretrizes como a promoção da inclusão cultural e respeito à diversidade aprovadas em conferências municipais. Colocando acervos e eventos LGBT, as bibliotecas cumprem seu papel social de dar visibilidade a esses grupos e temas.
Parada do Orgulho LGBT: uma estratégia de visibilidade cultural e midiáticaDiego Cotta
Este trabalho visa tipificar, explicar e entender um dos caminhos escolhido pelo Movimento de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais – a Parada do Orgulho LGBT -, para gerar visibilidade a suas demandas, cultura e reivindicações por direitos civis. A partir da análise do traço político-estratégico do Movimento LGBT, que perpassa pela espetacularização de sua cultura, o trabalho conseguirá entender os motivos dessa escolha e sugerir novos formatos.
A reportagem principal relata que grupos estrangeiros estão se apropriando do etanol brasileiro, ameaçando o controle nacional sobre este combustível renovável. Outras matérias discutem a real profundidade da reforma política proposta e como as empresas de telefonia manobram com bens públicos. Há também análises da militarização em São Paulo e da luta indígena por uma universidade.
O documento discute o impacto das redes sociais no Brasil, onde mais de 70 milhões de brasileiros acessam pelo menos uma rede social diariamente. Isso democratizou o acesso à informação, mas também a propagação de opiniões. O texto usa o exemplo da Arezzo retirando uma linha de produtos após protestos online em menos de 24 horas para argumentar que a causa LGBT não pode deixar de lutar pelos seus direitos nas redes sociais.
Este documento resume a minissérie "Queridos Amigos" exibida pela Rede Globo em 2008, que retrata a geração de 1968 no Brasil através da história de um grupo de amigos. A minissérie aborda temas como a ditadura militar, a abertura política e a queda do Muro de Berlim, além de tratar de questões como passagem do tempo, sentido da fraternidade e politização da vida cotidiana.
O documento discute três tópicos principais: 1) A data de 17 de maio como Dia Nacional de Combate à LGBTfobia e a importância de se promover a inclusão e respeito às pessoas LGBTQIA+; 2) A proposta da linguagem inclusiva e neutra e como isso expressa respeito; 3) Os desafios enfrentados pela população LGBTQIA+ durante a pandemia como piora na saúde mental e aumento da violência.
O poema expressa o desejo do autor por liberdade de pensamento, ação e expressão. Questiona se terá que fugir ou agir para obter essa liberdade, ou se nem mesmo a hora de sua morte poderá escolher. Expressa a necessidade de desabafar e se encontrar para voar e ir a lugares inacessíveis sem ser julgado. Conclui questionando se a liberdade é possível ou apenas um sonho de adolescente.
O autor descreve as "várias mortes" da cidade do Rio de Janeiro ao longo dos anos, resultando em um cenário atual em que o tráfico de drogas e milícias controlam territórios nas favelas, enquanto a sociedade civil perdeu confiança no Estado para garantir segurança.
Discussão maioridade penal e internação compulsória sérgio botton barcellosUFPB
O documento discute as políticas de internação compulsória e redução da maioridade penal no Brasil. Argumenta que essas políticas criminalizam a pobreza e os jovens e são usadas para "higienizar" as cidades para os megaeventos esportivos, violando direitos humanos. Também aponta que a violência atinge mais os jovens negros e pobres, que são as principais vítimas, não os causadores dos problemas.
Este artigo analisa como moradores de quatro favelas do Rio de Janeiro percebem o impacto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). As UPPs foram implementadas como uma nova forma de policiamento nas favelas. O artigo explora como as UPPs afetam a vida cotidiana dos moradores, a imagem da favela, as relações com o resto da cidade e a vida associativa. Os achados empíricos permitem uma reflexão sobre os desafios, limites e potencialidades das UPPs e seu efeito na cidadania nas
O documento discute os fatores que contribuem para a violência urbana no Brasil, incluindo o crescimento desordenado das cidades, desigualdade social, uso de drogas, preconceito e falhas no sistema educacional e familiar. A violência atinge desproporcionalmente negros e jovens de baixa renda e está associada a taxas crescentes de homicídios e ataques físicos. Embora a repressão seja necessária, a prevenção da criminalidade exige uma abordagem mais ampla baseada na inclusão social, econôm
O documento discute os principais movimentos sociais no Brasil e a autossuficiência do país em petróleo. Apresenta também questões sobre a Praça dos Três Poderes em Brasília e a promulgação da Constituição de 1988.
- O livro reúne artigos sobre conjugalidades, parentalidades e identidades lésbicas, gays e travestis no Brasil e América Latina.
- Aborda temas como a construção da homoconjugalidade masculina, influência do preconceito internalizado em relacionamentos homossexuais, experiência de assumir a homossexualidade em relacionamentos heterossexuais e amor e ódio em relações conjugais entre pessoas do mesmo sexo.
- Também discute
Folhetim do Estudante - Ano II - Núm. XXValter Gomes
O documento discute a evolução histórica dos direitos humanos no Brasil. Apesar de a Constituição de 1988 garantir esses direitos, na prática eles ainda não são totalmente respeitados, como demonstram os altos índices de violência, pobreza e desigualdade social. É um desafio diminuir as incongruências entre o discurso sobre direitos e a realidade vivida no país.
1) A maioria das agressões contra religiões de matrizes africanas ocorre em locais públicos como ruas e transporte público. Isso não faz parte de uma sociedade democrática porque restringe a liberdade de credo.
2) A língua serve como um símbolo de solidariedade social entre aqueles que a falam.
3) No início do século XX, o jornal promovia normas de civilidade e convivência para crianças.
Tensões da política pública para empoderamento juvenil na Baixada Fluminense-RJBaixadaparaCima
Este artigo discute uma ação para promoção da cidadania de jovens em situação de vulnerabilidade da Baixada Fluminense, região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, assim como as ações do projeto Baixada para Cima em relação ao tema.
Defending Fire Claims 101_ InvestigationBrian Benoit
Early involvement in fire investigations is important for defending claims. A thorough investigation of the fire scene can help identify culpable parties, preserve evidence, and determine whether claims are frivolous. It is important to request preservation of the scene as soon as notice is received and to conduct investigations with a certified fire investigator according to NFPA and ASTM standards. Attending the scene investigation allows gathering first-hand knowledge of the facts and players involved to inform defense strategies.
O documento discute o racismo e o preconceito no Brasil desde a época da escravidão até os dias atuais. Ele destaca que apesar de 53,6% da população brasileira ser negra, apenas 17% dos negros são parte da parcela mais rica do país. Além disso, aponta que o racismo e o preconceito estão enraizados na sociedade brasileira e se manifestam de forma velada, mas também em atos explícitos como violência policial contra negros. Finalmente, defende a implementação de políticas públic
Este artigo discute (1) a cultura e indústria do medo no Brasil através da relação entre juventude e violência segundo a mídia, (2) como a incerteza do futuro e violência social excluem os jovens aumentando a cultura do medo, (3) e como os altos investimentos na indústria privada de segurança fortalecem essa cultura do medo.
Carta de intenções aos pré candidatos municipais 2012 - mclgbtalbertinarosso
O documento propõe um termo de compromisso para candidatos municipais apoiarem propostas do movimento LGBT catarinense visando a cidadania plena de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. As propostas incluem implementar o "Tripé da Cidadania LGBT" composto por um plano municipal LGBT, uma coordenadoria municipal LGBT e um conselho municipal LGBT, além de outras ações como datas comemorativas e legislação antidiscriminação.
O documento discute ações das bibliotecas municipais da região norte de São Paulo para fortalecer a visibilidade LGBT, incluindo encontros e exposições sobre o tema. Essas ações seguem diretrizes como a promoção da inclusão cultural e respeito à diversidade aprovadas em conferências municipais. Colocando acervos e eventos LGBT, as bibliotecas cumprem seu papel social de dar visibilidade a esses grupos e temas.
Parada do Orgulho LGBT: uma estratégia de visibilidade cultural e midiáticaDiego Cotta
Este trabalho visa tipificar, explicar e entender um dos caminhos escolhido pelo Movimento de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais – a Parada do Orgulho LGBT -, para gerar visibilidade a suas demandas, cultura e reivindicações por direitos civis. A partir da análise do traço político-estratégico do Movimento LGBT, que perpassa pela espetacularização de sua cultura, o trabalho conseguirá entender os motivos dessa escolha e sugerir novos formatos.
A reportagem principal relata que grupos estrangeiros estão se apropriando do etanol brasileiro, ameaçando o controle nacional sobre este combustível renovável. Outras matérias discutem a real profundidade da reforma política proposta e como as empresas de telefonia manobram com bens públicos. Há também análises da militarização em São Paulo e da luta indígena por uma universidade.
O documento discute o impacto das redes sociais no Brasil, onde mais de 70 milhões de brasileiros acessam pelo menos uma rede social diariamente. Isso democratizou o acesso à informação, mas também a propagação de opiniões. O texto usa o exemplo da Arezzo retirando uma linha de produtos após protestos online em menos de 24 horas para argumentar que a causa LGBT não pode deixar de lutar pelos seus direitos nas redes sociais.
Este documento resume a minissérie "Queridos Amigos" exibida pela Rede Globo em 2008, que retrata a geração de 1968 no Brasil através da história de um grupo de amigos. A minissérie aborda temas como a ditadura militar, a abertura política e a queda do Muro de Berlim, além de tratar de questões como passagem do tempo, sentido da fraternidade e politização da vida cotidiana.
O documento discute três tópicos principais: 1) A data de 17 de maio como Dia Nacional de Combate à LGBTfobia e a importância de se promover a inclusão e respeito às pessoas LGBTQIA+; 2) A proposta da linguagem inclusiva e neutra e como isso expressa respeito; 3) Os desafios enfrentados pela população LGBTQIA+ durante a pandemia como piora na saúde mental e aumento da violência.
O poema expressa o desejo do autor por liberdade de pensamento, ação e expressão. Questiona se terá que fugir ou agir para obter essa liberdade, ou se nem mesmo a hora de sua morte poderá escolher. Expressa a necessidade de desabafar e se encontrar para voar e ir a lugares inacessíveis sem ser julgado. Conclui questionando se a liberdade é possível ou apenas um sonho de adolescente.
O autor descreve as "várias mortes" da cidade do Rio de Janeiro ao longo dos anos, resultando em um cenário atual em que o tráfico de drogas e milícias controlam territórios nas favelas, enquanto a sociedade civil perdeu confiança no Estado para garantir segurança.
Discussão maioridade penal e internação compulsória sérgio botton barcellosUFPB
O documento discute as políticas de internação compulsória e redução da maioridade penal no Brasil. Argumenta que essas políticas criminalizam a pobreza e os jovens e são usadas para "higienizar" as cidades para os megaeventos esportivos, violando direitos humanos. Também aponta que a violência atinge mais os jovens negros e pobres, que são as principais vítimas, não os causadores dos problemas.
Este artigo analisa como moradores de quatro favelas do Rio de Janeiro percebem o impacto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). As UPPs foram implementadas como uma nova forma de policiamento nas favelas. O artigo explora como as UPPs afetam a vida cotidiana dos moradores, a imagem da favela, as relações com o resto da cidade e a vida associativa. Os achados empíricos permitem uma reflexão sobre os desafios, limites e potencialidades das UPPs e seu efeito na cidadania nas
O documento discute os fatores que contribuem para a violência urbana no Brasil, incluindo o crescimento desordenado das cidades, desigualdade social, uso de drogas, preconceito e falhas no sistema educacional e familiar. A violência atinge desproporcionalmente negros e jovens de baixa renda e está associada a taxas crescentes de homicídios e ataques físicos. Embora a repressão seja necessária, a prevenção da criminalidade exige uma abordagem mais ampla baseada na inclusão social, econôm
O documento discute os principais movimentos sociais no Brasil e a autossuficiência do país em petróleo. Apresenta também questões sobre a Praça dos Três Poderes em Brasília e a promulgação da Constituição de 1988.
- O livro reúne artigos sobre conjugalidades, parentalidades e identidades lésbicas, gays e travestis no Brasil e América Latina.
- Aborda temas como a construção da homoconjugalidade masculina, influência do preconceito internalizado em relacionamentos homossexuais, experiência de assumir a homossexualidade em relacionamentos heterossexuais e amor e ódio em relações conjugais entre pessoas do mesmo sexo.
- Também discute
Folhetim do Estudante - Ano II - Núm. XXValter Gomes
O documento discute a evolução histórica dos direitos humanos no Brasil. Apesar de a Constituição de 1988 garantir esses direitos, na prática eles ainda não são totalmente respeitados, como demonstram os altos índices de violência, pobreza e desigualdade social. É um desafio diminuir as incongruências entre o discurso sobre direitos e a realidade vivida no país.
1) A maioria das agressões contra religiões de matrizes africanas ocorre em locais públicos como ruas e transporte público. Isso não faz parte de uma sociedade democrática porque restringe a liberdade de credo.
2) A língua serve como um símbolo de solidariedade social entre aqueles que a falam.
3) No início do século XX, o jornal promovia normas de civilidade e convivência para crianças.
Tensões da política pública para empoderamento juvenil na Baixada Fluminense-RJBaixadaparaCima
Este artigo discute uma ação para promoção da cidadania de jovens em situação de vulnerabilidade da Baixada Fluminense, região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, assim como as ações do projeto Baixada para Cima em relação ao tema.
Defending Fire Claims 101_ InvestigationBrian Benoit
Early involvement in fire investigations is important for defending claims. A thorough investigation of the fire scene can help identify culpable parties, preserve evidence, and determine whether claims are frivolous. It is important to request preservation of the scene as soon as notice is received and to conduct investigations with a certified fire investigator according to NFPA and ASTM standards. Attending the scene investigation allows gathering first-hand knowledge of the facts and players involved to inform defense strategies.
Nursing home manager performance appraisaldollyramie
This document provides information and resources for evaluating the performance of a nursing home manager. It includes a 4-page sample performance evaluation form that rates managers on various performance factors like administration, knowledge, communication, and customer service. It also gives examples of positive and negative phrases to use in evaluations for attributes such as attitude, problem-solving, and teamwork. Finally, it lists the top 12 methods that can be used for performance appraisals, such as management by objectives, critical incident reporting, and 360-degree feedback. The overall document serves as a guide for nursing facilities to properly assess and develop their managerial staff.
El documento discute la compatibilidad entre el embarazo y la escolaridad, señalando que aunque el embarazo puede ser un tropiezo en la vida de una mujer, existen leyes que resguardan el derecho inalienable de las mujeres embarazadas a continuar con sus estudios.
Este documento resume las principales causas de deserción escolar en Bolivia, incluyendo repetir el año escolar, falta de apoyo familiar, falta de recursos económicos, embarazo a temprana edad, trabajo infantil y violencia escolar. Plantea que la sociedad debe tomar medidas para combatir este problema.
Este documento describe el proceso de producción de bebidas gaseosas en una planta procesadora. Explica los pasos para producir el jarabe, carbonatar el agua, embotellar y empaquetar las bebidas. Además, detalla la capacidad de producción de la planta, los requerimientos de materias primas, mano de obra, instalaciones y equipos.
How Boeing is Using AWS to Transform Commercial Aviation (ENT213) | AWS re:In...Amazon Web Services
In a highly regulated, safety-critical industry like commercial aviation, information sharing is of paramount importance, even when competitive relationships also exist. To solve this problem, Boeing has built a vendor-neutral platform where the players can securely work together to maximize safety and operational efficiency. Leveraging the best-of-industry offerings from AWS, Boeing and other companies can launch innovative applications on the platform with data governance that secures competition-sensitive information from the wrong eyes. In this session, we explore the business drivers behind the project and the challenges met and overcome during design and implementation.
Este documento describe los pasos para elaborar un molde con resina de poliester. Primero, se prepara la pieza original limpiándola y cubriendo agujeros. Luego, se aplica cera desmoldeadora y fibra de vidrio impregnada con resina de poliester catalizada. Finalmente, una vez seco el molde, se puede usar para fabricar piezas idénticas a la original.
CONCESSÕES DE INFRA-ESTRUTURA NO BRASIL - FIESP/CCRPLANORS
O documento discute as concessões rodoviárias no Brasil. Resume a história das concessões desde os anos 1990, quando o governo não tinha recursos para manter as estradas e iniciou o programa de concessões. Apresenta os resultados positivos das concessões como redução de acidentes, melhorias na qualidade das estradas e benefícios econômicos para os usuários. Ainda discute desafios como ampliar a base de pagantes e compatibilizar investimentos com o tráfego.
Presente perfecto (present perfect ) luis schaelluis_schael
Este documento explica el uso del tiempo verbal Presente Perfecto en inglés. El Presente Perfecto se usa para acciones que ocurrieron en un pasado reciente y que tienen relación con el presente. Para construirlo se usa el verbo auxiliar "to have" en presente simple junto con el verbo principal en participio pasado.
Este documento lista las nominaciones para diferentes categorías de los Premios de la Academia (Oscars) de 2013. Entre las películas más nominadas se encuentran Lincoln, Los miserables y El lado luminoso de la vida. También se nombran a los actores y actrices nominados como Daniel Day-Lewis, Jessica Chastain y Anne Hathaway.
El documento presenta un modelo de persuasión que describe los procesos psicológicos involucrados en cómo los medios de comunicación masiva influyen en las actitudes. Explica que la persuasión puede ocurrir a través de una ruta central basada en la reflexión cognitiva o una ruta periférica basada en señales externas. También discute que los cambios de actitud no siempre van acompañados de cambios en el conocimiento y viceversa.
El documento trata sobre las actividades laborales de Alejandro Bravo como estudiante en el Municipio de Ibarra. Se investigarán las tareas que realiza para la municipalidad y cómo estas contribuyen a su formación académica.
The document discusses the benefits of exercise for mental health. Regular physical activity can help reduce anxiety and depression and improve mood and cognitive functioning. Exercise causes chemical changes in the brain that may help protect against mental illness and improve symptoms.
Taller practico herramientas informaticasMartin Alonso
Este documento contiene una serie de letras desordenadas. Propone encontrar animales domésticos ocultos en el texto. También presenta dos crucigramas con pistas sobre deportes y juegos. Por último, muestra un gráfico circular y una tabla con datos sobre la cantidad de libros por asignatura en una biblioteca escolar.
Este documento resume los principales acontecimientos de la Edad Moderna entre los siglos XVI y XVII. Durante este periodo, los turcos tomaron Constantinopla en 1453 poniendo fin al Imperio Bizantino. En el siglo XVI hubo importantes descubrimientos geográficos y la hegemonía española. En el siglo XVII hubo una crisis económica, social y religiosa en Europa, y Francia alcanzó la hegemonía. La Revolución Francesa en 1789 derrocó a la monarquía absoluta
O documento descreve a evolução do movimento LGBT no Brasil desde a década de 1970, destacando as mudanças nas siglas utilizadas ao longo do tempo para representar o grupo e as principais conquistas ao longo dos anos no que se refere aos direitos da comunidade.
Influenciando a moral - Ética e legislação publicitáriaJulia Travaglini
O documento discute uma campanha do Ministério da Saúde de 2003 para prevenção da AIDS voltada para homossexuais masculinos. O CONAR suspendeu um dos filmes da campanha por considerá-lo imoral e estimular o homossexualismo. O documento analisa os argumentos pró e contra a veiculação do filme, discutindo a relação entre AIDS e homossexualidade na sociedade brasileira.
O documento discute a história da homofobia no Brasil e no mundo, desde a Idade Média até os dias atuais. Apresenta como a homossexualidade foi vista de forma positiva em algumas sociedades antigas e como passou a ser reprimida e criminalizada ao longo dos séculos, principalmente sob influência religiosa. Também descreve os altos índices de violência contra homossexuais no Brasil atualmente e algumas alternativas para o combate à homofobia.
A mídia contribui para a propagação de estereótipos e preconceitos sociais ao retratar a violência de forma tendenciosa, associando-a à pobreza. Pesquisas mostram que a maioria das notícias sobre favelas enfatizam a criminalidade, ignorando suas complexidades. Isso influencia a percepção pública e dificulta a desconstrução de conceitos preconceituosos enraizados.
A mídia contribui para a propagação de estereótipos e preconceitos sociais ao retratar a violência de forma tendenciosa, associando-a à pobreza. Pesquisas mostram que a grande imprensa tende a se distanciar das classes mais baixas e a retratar moradores de favelas apenas como criminosos. Entrevistas com estudantes revelaram que a visão estereotipada de favelas como locais de violência está enraizada devido à atuação da mídia.
Carta de intenções aos pré candidatos municipais 2012 - mclgbtalbertinarosso
Este documento propõe um termo de compromisso para candidatos municipais em 2012 apoiarem a cidadania e os direitos da população LGBT. Ele descreve a discriminação e violência enfrentadas por este grupo e propõe a implementação de políticas públicas como um Plano Municipal LGBT e uma Coordenadoria responsável por estes direitos. Candidatos são convidados a assinar o termo em apoio a estas propostas.
All out um caso de sinergia entre a mobilização virtual e a mobilização urba...Camilla Martins
O documento discute o caso da organização All Out, que usa mobilização virtual, como redes sociais e petições online, para defender os direitos LGBT em todo o mundo. A All Out tem conseguido resultados importantes, como coletar 70 mil assinaturas online contra leis anti-homossexuais na Rússia. A mobilização virtual pode organizar protestos e influenciar opiniões, criando uma sinergia com a mobilização urbana real.
Este documento apresenta um projeto de conclusão de curso para a criação de uma revista digital voltada para o público LGBT. A revista chamada Queen Magazine terá edição mensal em formato de tablet e atualizações semanais. O objetivo é preencher a necessidade deste público por um veículo de comunicação que fale sua linguagem e aborde assuntos do seu interesse, identificando os homossexuais como cidadãos. O documento revisa a história da imprensa LGBT no Brasil desde os anos 1960 e a necessidade atual por este tipo de veí
O documento propõe uma redação sobre a intolerância causada pelo medo do novo ou diferente, defendendo a conscientização social e respeito aos direitos humanos. Apresenta dois textos motivadores sobre a intolerância religiosa contra as religiões de matriz africana e a violência homofóbica no Brasil que matou mais de 3 mil homossexuais desde 1980.
O documento discute a violência contra a população LGBTT no Brasil, incluindo agressões físicas, discriminação, assassinatos e dificuldades no mercado de trabalho. Apesar de avanços nos direitos, muitos ainda vivem com medo de assumir sua orientação sexual publicamente. O documento também aborda o papel dos psicólogos em não patologizar a homossexualidade.
O documento discute a presença da violência nos meios de comunicação de massa. Apresenta diferentes tipos de violência como verbal, física e psicológica e discute como essas violências se manifestam na mídia, incluindo televisão, jornais e internet. Também analisa o papel da mídia na disseminação e normalização da cultura da violência na sociedade.
O documento fornece uma lista de perguntas frequentes sobre homofobia, definindo-a como intolerância contra orientações sexuais diferentes da heterossexualidade e descrevendo como afeta homossexuais, bissexuais e transgêneros. Também discute a origem do termo, como influencia a luta contra HIV/AIDS e onde e como ocorre a discriminação.
Posicionamento da sociedade civil sobre cidades seguras, cidades inclusivas e...Alice Junqueira
O documento defende o reconhecimento e combate à violência de gênero em espaços públicos na Nova Agenda Urbana. Afirma que as mulheres, meninas e pessoas LGBTQ+ sofrem constante assédio e violência ao transitarem em locais públicos, o que as priva do direito de usar esses espaços com segurança. Também pede que o conceito de "cidades inclusivas" garanta a igualdade de acesso a oportunidades e infraestrutura urbanas, respeitando a diversidade de grupos e estilos de vida.
Educomunicação para a cidadania juvenil fernando coelho da silvaLuara Schamó
[1] O documento discute a situação da juventude brasileira, especialmente os jovens pobres e negros, que enfrentam violência, abandono e estereótipos negativos na mídia. [2] A educação no Brasil historicamente negligenciou a infância e juventude, e problemas como desigualdade social persistem. [3] A mídia exerce grande influência na construção da identidade juvenil e tende a retratar os jovens de periferia apenas em termos de violência, sem dar voz a essa população.
O documento discute a luta histórica da APEOESP em defesa da comunidade LGBT e celebra os 50 anos da Revolta de Stonewall. Também aborda a decisão do STF de criminalizar a homofobia e traz pesquisas acadêmicas sobre identidade docente e sexualidade na educação.
Este artigo analisa as desigualdades raciais no Brasil por meio de indicadores sociais. As desigualdades afetam negros em todas as etapas da vida, desde a infância até o mercado de trabalho, resultando em piores condições de vida. Embora o Brasil nunca teve segregação legal, persistem grandes diferenças entre brancos e negros em acesso à educação, infraestrutura e renda. O artigo discute também os desafios para políticas públicas lidarem com a discriminação racial.
Esse guia prático esclarece as principais dúvidas sobre termos e questões relativas aos movimentos LGBT. Explicações detalhadas mas de fácil entendimento dos principais termos relativos a pessoas lésbicas, gays, bissexuais e trans são úteis para comunicação jornalística e para uniformização das ações dos vários movimentos sociais ligados a sigla LGBT
Semelhante a #SEMCENSURA: o duplo vínculo entre a comunicação midiática e as redes digitais na discussão da censura homofóbica (20)
2. Rafael Soares Krambeck
Introdução
Na atual conjuntura sociocultural brasileira, muito
se tem debatido quanto a temáticas referentes à população
LGBT, como o projeto de lei que pune a homofobia ou o
reconhecimento dos casais homoafetivos. Contudo, pouco é efetivamente realizado de forma a garantir alguma
cidadania a essa população. Nesse contexto, a mídia tem
sido uma das principais articuladoras destas discussões,
seja através da inserção da temática em ficções seriadas,
seja provocando verdadeiros debates.
Ao considerar a grande faculdade das telenovelas
para suscitar a discussão de temas considerados polêmicos,
surgiu a campanha “Marina e Marcela Sem Censura”, que
visa a combater a censura homofóbica de cenas de casais
gays nas telenovelas brasileiras. O movimento surgiu como
uma reação à recriminação do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) às cenas do casal Marcela e Marina, interpretado
pelas atrizes Luciana Vendramini e Giselle Tigre respectivamente, depois que elas protagonizaram o primeiro beijo
entre pessoas do mesmo sexo na teledramaturgia brasileira.
Ao organizar-se em redes sociais na internet e
fazer uso da convergência midiática, a campanha lançou
um abaixo-assinado que tinha como objetivo alertar o
SBT de que tais cortes eram mal vistos por uma parcela
da população. Enfim, neste artigo, buscou-se mapear as
estratégias utilizadas pelo movimento para fazer uso das
tecnologias da comunicação para promover uma discussão
do caso e mobilizar usuários para um enfrentamento da
censura homofóbica2.
Um apagado colorido
brasileiro
Era uma quente noite de verão nova-iorquino, e
os policiais iniciavam mais uma rotineira blitz em um
dos bares da cidade. Mas o que seria mais uma vistoria
corriqueira tornou-se o mais conhecido episódio de luta
pelos direitos da comunidade LGBT, o Stonewall Riot.
O confronto entre policiais e gays, lésbicas, travestis e drag
queens se estendeu por três dias e deu origem ao grupo
Gay Liberation Front (GLF) (Simonetti, 2009, p. 24).
O GLF agia de modo radical: o grupo costumava invadir
estúdios de TV como uma forma de reclamação de falta
de uma devida cobertura noticiosa de suas manifestações.
Contudo, no final da década de 1970, o movimento
deixou para trás parte do seu espírito revolucionário, se
politizando, assim tomando uma postura legal. Em grande
parte, o movimento LGBT vai adotar a atitude de buscar
por uma política de visibilidade. Tal política é entendida
aqui enquanto a postura adotada pelas, atualmente, agigantadas paradas da diversidade sexual como uma espécie
de dizer “estamos aqui, existimos e queremos direitos assegurados”. No Brasil, o primeiro grupo de defesa LGBT, o
“Somos: Grupo de Afirmação Homossexual”, foi fundado
em 1978 (Green, 2000, p. 396) e, em 1995, é fundada a
Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais3 (ABGLT).
Mesmo que o Brasil conte com a maior parada gay
e o maior festival gay do mundo (Ripardo, 2008), o número
de assassinatos motivados por homofobia no país vem crescendo alarmantemente. Em 2009, foram 198 assassinatos
de pessoas homossexuais, enquanto, no ano de 2010, mais
de 250 gays, lésbicas, transexuais e travestis foram mortos
em razão de sua orientação sexual. Isso significa que, a cada
um dia e meio, um homossexual é assassinado4.
Inegavelmente, hoje, mais do que nunca, os ataques motivados por homofobia no Brasil têm encontrado
espaço entre as notícias da imprensa nacional, tendo sido
apontada como causas de frequentes agressões e possíveis
mortes. No entanto, o simples noticiar não é suficiente para
combater esse tipo de crime, até mesmo porque a mídia
costuma abordar o tema como “um tempero picante usado
nos momentos apropriados, garantindo o crescimento da
audiência, de maneira calculada” (Trevisan, 2007, p. 306).
Assim, o Brasil permanece empunhando seu desagradável
troféu de país mais homofóbico do mundo5.
2
O termo “censura homofóbica” tem sido empregado como denominação de um fenômeno de algumas culturas empreenderem
esforços no sentido de suprimir quaisquer menções à homossexualidade. Ver mais em: Norton (s.d.).
3
Uma rede nacional de 237 organizações afiliadas criada em 31 de janeiro de 1995. É a maior rede LGBT na América Latina.
4
Dados parciais obtidos do Relatório Anual elaborado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), ainda em fase de conclusão e será apresentado oficialmente em março (Barros, 2011).
5
Segundo o fundador do GGB, o antropólogo Luiz Mott “Juntando todos os países onde há pena de morte para os homossexuais,
as execuções não chegam a 20 por ano. O Brasil tem uma pena de morte diluída e, na prática, muito mais severa do que as praticadas
nos países mais homofóbicos do mundo” (Barros, 2011).
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revista Fronteiras - estudos midiáticos
3. #SEMCENSURA: o duplo vínculo entre a comunicação midiática e as redes digitais
Desta forma, no cenário brasileiro, podemos considerar que há uma grande homofobia de estado, visto que,
apesar de muitas ações afirmativas do governo, através
do Programa Brasil sem Homofobia, da Conferência
Nacional LGBT, da criação do Conselho Nacional LGBT,
ainda há uma postura de Estado que se omite do combate
à discriminação, à hostilidade e à reprovação em relação
aos homossexuais (ABGLT, 2010). Ou seja, no Brasil,
após mais de sessenta anos da Declaração dos Direitos
Humanos, práticas injustas que excluem os homossexuais
dos direitos básicos continuam ocorrendo.
A cultura da telenovela e a
cultura da homofobia
Para entender a problemática da discussão travada
pela campanha, é necessário que se perceba a televisão
enquanto uma ferramenta midiática que pode acarretar
uma reprodução de representações que, por sua vez, reportam múltiplas nuances de disparidade e discriminação na
sociedade contemporânea6. Ainda, no Brasil tal capacidade
é agigantada pela ampla penetrabilidade que esse meio de
comunicação tem nos lares brasileiros. Assim, os sujeitos
de distintas classes sociais, gerações, sexo, raça e regiões
irão se reconhecer em tais representações midiáticas.
Contudo, diferentes receptores irão se posicionar de forma
diversa frente a tais representações, uma vez que eles interagirão com a mensagem por meio de suas competências
culturais, conforme já indicaram Hall (2003), com seu
modelo de codificação/decodificação, e Martín-Barbero
(1987), com sua ideia de mediações culturais.
Nesse contexto, podemos inserir a teledramaturgia
como um espaço midiático apropriado ao estímulo da discussão pública das mais diversas temáticas. Dessa forma,
a telenovela, ao representar determinados grupos sociais,
seja de forma estereotipada ou não, irá, além de expressar
uma cultura, tematizar assuntos a serem debatidos.
Segundo Colling (2007), a teledramaturgia brasileira apresenta três possíveis categorias de enquadramentos
dos personagens homossexuais nas novelas: criminosos,
vinculados à marginalidade e ao crime; afetados, concebidos a partir da estereotipia e da caricatura; e heterossexualizados, aqueles que, em nome de uma “discrição”, são
6
inseridos em uma lógica heteronormativa. Esses últimos
são resultados de uma nova contextualização social e, em
grande parte, de pressões de diversos grupos sociais.
Uma série de autores se empenhou em fazer mapeamentos em relação à representação dos personagens
homossexuais nas telenovelas nas décadas de 1970 (Peret,
2005), 1980 (Gomide, 2006), 1990 (Colling, 2007) e 2000
(Grijó e Sousa, 2011); assim, pode-se traçar um rápido
levantamento sobre a evolução delas.
Segundo Peret (2005), durante a década de 1970,
a ditadura militar e a censura da produção cultural induziu que apenas cinco novelas trouxessem no elenco
personagens homossexuais, sendo que, em duas, eles
eram marginalizados e criminalizados. Já nos anos 1980,
segundo Gomide (2006), num contexto social que deixava
a censura, nove novelas trouxeram personagens homossexuais, tendo grande repercussão.
Já na década de 1990, mesmo com o fim do regime militar, o número continuou o mesmo, porém, nessa
década, insere a “narrativa da revelação”. Tal formato de
narrativa consiste em apresentar um personagem sem
quaisquer traços de sua homossexualidade, no entanto, no
decorrer da historia, sua sexualidade é revelada. Contudo,
no final da década de 1990, na novela Torre de Babel,
de Sílvio de Abreu, Christiane Torloni e Sílvia Pfeiffer
interpretaram o polêmico casal lésbico Rafaela e Leila.
Devido à alta rejeição do público, o casal foi eliminado
na explosão do shopping que norteou o enredo da novela.
Na década de 2000, os autores localizaram cerca
de 20 novelas que trataram da temática gay. Dessa maneira, Grijó e Sousa (2011) indicam que a inserção de
personagens homossexuais em novelas foi mais constante
nessa década, além de temáticas sociais como a questão
da homofobia, adoção de crianças por casais do mesmo
sexo e as barreiras sociais e jurídicas existentes. No entanto,
as categorias de afetados e heterossexualizados, acusadas
por Colling (2007), ainda se fazem presentes nas produções da teledramaturgia brasileira, além de “gays, lésbicas
e bissexuais serem “mostrados como sujeitos bonitos e
financeiramente bem sucedidos, algo que não expressa
totalmente a realidade dos homossexuais brasileiros”
(Grijó e Sousa, 2011, p. 11).
Portanto, o aumento do número de personagens
homossexuais deve ser observado com temperança, visto
que as novelas estão inseridas em uma lógica de mercado
que vai contaminar tais representações/inserções. Então, não
há porque esperar personagens que ultrapassem o “modo
Para uma discussão mais aprofundada sobre televisão e telenovelas ver Lopes (2009).
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4. Rafael Soares Krambeck
asséptico” (Trevisan, 2007) de não escandalizar a audiência,
mas há de esperar os resultados proveitosos ou desastrosos
dessas representações contaminadas, uma vez que cada
consumidor interage de forma diferente à mensagem.
Novas formas de
interpretação social
Não é de hoje que inúmeros pesquisadores de comunicação afirmam que as tecnologias comunicacionais
têm um impacto relevante nas formas sociais contemporâneas. Por um lado, a interação mediada por computador
vai ser o grande impulsionador de distintas formas de
sociabilidade que irão resgatar o conceito de redes sociais, uma vez que a observamos como uma “geradora de
relações sociais” (Recuero, 2009) e, consequentemente,
criadora de laços sociais que tecem verdadeiras redes na
internet. Segundo Fragoso et al. (2011), um estudo estruturalista é capaz de apreender concepções sobre os grupos
então observados como redes sociais. Por outro lado, os
novos meios tecnológicos de comunicação resultantes da
“convergência midiática” ( Jenkins, 2008) permitem a um
mesmo conteúdo repercutir nas mais diversas plataformas,
assim sendo diferentes recepções.
Dessa forma, mesmo que inseridos em “teias de
significação preestabelecidas” (Mendonça, 2007), os sujeitos
irão operar em tais teias construindo novos sentidos. Hoje
em dia, em um contexto de “sociedade em rede” (Castells,
2009) pode-se identificar que tais construções de sentido
irão ser contaminadas pelas redes. Sendo assim, gera-se um
“novo processo de semiose instalado pelas redes sociais: a
participação coletiva na construção de sentidos encontrou
agora uma materialidade exuberante” (Henn, 2011, p. 6).
Conforme Jenkins (2008), a cultura da convergência vai se desenvolvendo nas sociedades atuais como
um processo que provoca uma alteração nas relações
estabelecidas por instituições, mercados, tecnologias, públicos e produtores de conteúdo, ou seja, a convergência
se impõe à sociedade contemporânea como “uma transformação tanto na forma de produzir quanto na forma
de consumir os meios de comunicação” ( Jenkins, 2008,
p. 44). Na sociedade da convergência, o sujeito é posto
em interação com diversos conteúdos nas mais variadas
mídias; contudo, o autor ressalta que os consumidores
terão um papel fundamental na circulação dos produtos
midiáticos. Em relação às redes sociais, Recuero faz uma
observação semelhante ao afirmar que “os atores atuam
de forma a moldar as estruturas sociais, através da interação e da constituição de laços sociais” (Recuero, 2009,
p. 25). Portanto, a ação dos sujeitos no contexto vai ser
de suma importância para os processos sociais, visto que
se originam dela as reformulações e reconstruções sociais.
Mesmo que, atualmente, num contexto no qual
os limites entre mídias velhas/novas, corporativas/
alternativas e produtores/receptores estejam borrados,
Scherer-Warren (2006) faz um relevante apontamento
ao afirmar que “a sociedade civil nunca será isenta de
relações e conflitos de poder, de disputas por hegemonia
e de representações sociais e políticas diversificadas e
antagônicas”. É nessa sociedade marcada por disputas de
distintas ordens que se insere a campanha a ser estudada,
uma vez que tais conflitos “ultrapassam as esferas sociais,
políticas e econômicas e incluem esferas culturais e simbólicas, dando profundidade às lutas por reconhecimento”
(Martins, 2009, p. 401). A inserção da campanha nesse
contexto se faz necessária por entender que a campanha
funciona como um movimento social que vai tematizar a
discussão sobre o correto/incorreto sobre casais homoafetivos em telenovelas. Assim, o movimento realizado pela
rede de atores vai desconstruir certos “códigos culturais
naturalizados” (Mendonça, 2007).
Conforme Mendonça (2007), tais movimentos
surgem da articulação entre um grupo de atores sociais,
impulsionados por dadas subjetividades, e um contexto
socioeconômico-cultural. Refletindo tais subjetividades,
esses grupos apresentam novos “quadros interpretativos”
da então conjuntura, de tal modo a propor a refundação da
sociedade. Contudo, para que tal movimento se cumpra,
“tais movimentos precisam construir coletiva e intersubjetivamente outros sentidos sobre si mesmos, sobre o mundo
e sobre as relações sociais” (Mendonça, 2007, p. 133).
Portanto, é do coletivo que surge o “poder de sugestão/interpretação”, de maneira que aqui poderíamos pensar
nas redes de atores articulados em torno de um objetivo em
comum, facilitadas pelas tecnologias da comunicação, até
mesmo porque, como bem lembra Castells, “quem detém
o poder são, também, redes. Não redes abstratas e inconscientes nem automáticas: se trata de seres humanos organizados em torno de seus projetos e interesses7” (2009, p. 91).
7
Tradução livre feita pelo autor do original: “quienes ostentan el poder son, también, redes. No redes abstractas e inconscientes ni
autómatas: se trata de seres humanos organizados alrededor de sus proyectos e intereses”.
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5. #SEMCENSURA: o duplo vínculo entre a comunicação midiática e as redes digitais
Portanto, a expressão das redes de atores vai agir nos
contextos sociais, culturais, simbólicos, etc., vai funcionar
como um legítimo desestabilizador das construções sociais
naturalizadas, uma vez que tal expressão visa expor perspectivas que admitem novas interpretações do contexto.
Aliadas ao desenvolvimento das novas tecnologias da
comunicação, que reduzem custos da produção, facilitam a
distribuição etc., a relação dos usuários, organizados em redes
sociais, com a comunicação midiática se altera fortemente,
pois o receptor confunde-se com o produtor midiático e,
assim, formas “alternativas” de percorrer distintos conteúdos
circulam na rede. Jenkins, ao tratar disso, afirma que:
consumidores estão aprendendo a utilizar as diferentes tecnologias para ter um controle mais completo
sobre o fluxo de mídia e para interagir com outros
consumidores. As promessas desse novo ambiente de
mídia provocam expectativas de um fluxo mais livre
de ideias e conteúdos. Inspirados por esses ideais, os
consumidores estão lutando pelo direito de participar
mais plenamente de sua cultura (2008, p. 46).
Assim, o público formado pelos atores sociais em
rede vem se utilizando das novas tecnologias da comunicação para se organizar em redes a fim de alcançar objetivos
como a desconstrução de “códigos culturais naturalizados”
para discutir tais legitimidades. Assim, os movimentos
realizados pelo público colocam-no como um participante
ativo na constituição da cultura social.
A mobilização online contra
a censura homofóbica
Há alguns anos, algumas telenovelas brasileiras têm
desenvolvido a estratégia mercadológica de gerar grande
expectativa junto ao público devido a possibilidades de
exibição de possíveis cenas de um polêmico beijo entre um
casal de homoafetivos. Dentre as produções da Rede Glo-
bo de televisão, isso aconteceu em duas delas, em Mulheres
Apaixonadas (2003), com o casal Clara (Aline Moraes)
e Rafaela (Paula Picarelli), e em América (2005), com o
casal Júnior (Bruno Gagliasso) e Zeca (Erom Cordeiro).
No entanto, foi o Sistema Brasileiro de Televisão
(SBT) que levou ao ar a primeira cena de beijo entre pessoas do mesmo sexo, protagonizado por Marcela (Luciana
Vendramini) e Marina (Giselle Tigre), na novela Amor
e Revolução (2011), causando polêmica e repercutindo
na mídia nacional. Apesar de toda a polêmica, a novela
apenas alcançou um pico de audiência (9 pontos) no dia da
exibição, logo retornando à baixa audiência (4/5 pontos).
Porém, logo após o episódio histórico da dramaturgia
brasileira, o SBT passou a emitir ordens de não exibir mais
cenas que mostrassem carícias entre casais do mesmo sexo,
sob a justificativa de “preocupação com alas conservadoras
da sociedade”, mesmo que esas cenas já tivessem sido
gravadas ou fossem previstas no roteiro8. Em meio a um
clima de dissimulação e justificativas contraditas9, surgiu
a campanha Marcela e Marina Sem Censura.
A campanha tem como foco o combate às censuras
e aos cortes realizados pelas empresas de comunicação
quando o assunto tratado é a exibição de cenas homoafetivas, o que caracterizo aqui como a “censura homofóbica”.
Como forma de reação à censura, foi organizado um
abaixo-assinado em um site (PeticaoPublica.com.br) que
fornece hospedagem online para petições públicas. O documento é endereçado ao SBT, Sílvio Santos (proprietário
da rede de TV), Tiago Santiago (autor da telenovela) e
Reynaldo Boury (diretor da telenovela), e questiona quais
seriam os valores de uma “ala conservadora” que assiste
a cenas de machismo, traições, torturas e até mesmo
estupros, mas não aceita cenas de carícias homoafetivas.
Atualmente, a petição conta com mais de 1659
assinaturas; algumas delas possuem, além da adesão à
solicitação, comentários. Os comentários fazem apologia à
campanha, elogiam/criticam a novela e a rede de comunicação, irão condenar a homofobia etc. Neste artigo, preferi
destacar dois10 que irão indicar possíveis características da
rede de assinantes do abaixo-assinado no site. O primeiro
comentário é o postado por Priscila Mathias:
8
Já havia sido gravada mais uma cena de beijo entre as mulheres. O autor da telenovela Tiago Santiago afirmou ter escrito uma cena
de beijo gay masculino entre os personagens Jeová (Lui Mendes) e Chico (Carlos Artur Thiré) (Caras Online, 2011).
9
De acordo com a coluna Zapping, do jornal Agora São Paulo, o diretor da telenovela Reynaldo Boury teria dito que não haviam sido
gravadas mais cenas com beijo gay, no entanto, um vídeo no qual as personagens voltam a protagonizar um beijo “caiu” na internet.
Além disso, a própria Luciana Vendramini confirmou a filmagem (Terra, 2011).
10
Trata-se de uma opção meramente metodológica diante a limitação imposta pelo tamanho do artigo, contudo, os demais comentários são, em grande maioria, elogios à iniciativa da campanha ou à telenovela.
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6. Rafael Soares Krambeck
assinem o abaixo-assinado contra a homofobia em
SJCAMPOS pois um vereador aprovou uma lei que
multa com mil reais qualquer manifestação da homossexualidade e agora nossa esperança é pressionar para
que o prefeito vete essa barbaridade. assine
http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoListaSignatarios.aspx?pi=P2011N13349
Aqui, vemos que o comentário inserido junto à
assinatura procura divulgar um segundo abaixo-assinado
de temática afim, ou seja, o comentário vai buscar gerar
conexões entre a rede de assinantes da primeira solicitação
com a rede de outra demanda, de forma a aumentar os
signatários desta. Já o segundo comentário de dada relevância é postado por alguém que se identifica como Pela
Moral e Pelos Bons Costumes:
Não tenho discriminação com Gays, mas tenho consciência de que eles necessitam de ajuda psicológica e
neurológica. Todos os gays tem formação familiar,
psicologica e neurológicas extremamente alteradas.
Isto está cientificamente comprovado, e estatísticamente está muito claro. Basta que se observe caso a
casoç; praticamente não existe excessão à esta regra.
Geralmente apresentam problemas de relacionamento
paternal, ou não possuem pai. Conclusão da Ciência
é que Gay é Doença e precisa ser tratada. Ser Gay
não é questão de “Opção Sexual”, É Doença. Até hoje
ninguém conseguiu constestar as verdades históricas
Bíblicas e, Deus no passado mandava “exterminar do
meio do povo de Israel” a todo homem que se deitasse
com homem, como se fora mulher. Estaria por acaso
Deus errado: Não! Deus jamais errou e jamais erra.
Aceitar procedimentos homossexuais no meio da sociedade é como participar socialmente de ambientes
corruptos, como o passar do tempo tudo parece normal,
MAS NÃO É!!! SEM PAIS, MÃES E FILHOS,
NÃO EXISTIRIA A HUMANIDADE!!! DEUS
ABENÇOE A FAMILIA BRASILEIRA: COM
PAIS, MÃES E FILHOS!!! PELA MORAL E
PELOS BONS COSTUMES. É UM DIREITO
DE TODO CIDADÃO RESPONSÁVEL!!!
O comentário é visivelmente homofóbico, uma
vez que considera homossexualidade como doença, além
de buscar na Bíblia justificativas para condenar a inserção
de casais homoafetivos na vida social. Mas, mais do que
isso, tal texto, caso inserido em um fórum de discussões do
gênero, causaria grande discussão, além de uma violenta
resposta. No entanto, no site PeticaoPublica.com.br, isso
não acontece, o que indica que poucos (se é que algum)
usuários costumam ler as assinaturas, até mesmo porque
os links divulgados pela campanha direcionam a outra
página, na qual existem, dentre coisas irrelevantes, dois
links na parte superior (Ver atuais Assinaturas | ASSINAR
este abaixo-assinado11) e, logo abaixo do texto, um botão
com a expressão “Assinar o abaixo-assinado Marcela E
Marina Sem Censura”. Assim, pode-se concluir que, ao
confrontar-se com a página aberta pelo link, o usuário
não será induzido a clicar no “link sem graça” de ver atuais assinaturas. Portanto, os comentários tornam-se mais
arquivo de mensagens que propriamente uma interação,
conforme presumia o comentário de Priscila Mathias.
Para impulsionar a empreitada, a coordenadora do
projeto, Joyce Nascimento, e as principais colaboradoras,
Cilla Noronha, Giselle Oliveira e Anna Antunes, criaram
um site homônimo à campanha. Na página inicial do site,
um breve texto que esclarece a situação e a relaciona a
questões legais, como o artigo 5º da Constituição Federal,
e também há outros casos em que as novelas “demoraram”
a arriscar-se, como no caso da primeira protagonista negra interpretada por Taís Araújo em Da Cor do Pecado
(2004). No final da mensagem, há um link para a petição
organizada.
O layout simples do site ainda comporta cinco
links: Amor e Revolução, que irá remeter ao site da novela;
Personagens, que direciona o usuário a dois textos que
comentam sobre as personagens e as atrizes, apresentando
links para a artigos da Wikipédia sobre elas; Vídeos e Fotos,
que logicamente refere-se a uma galeria de fotos do casal
e links para dois canais do Youtube: Marcela e Marina
[OFICIAL], um arquivo de cenas do casal, e Brasil SEM
preconceito, um arquivo de cenas diversas que possam
interessar à campanha e é originalmente ligado ao site
homônimo; Sobre a Campanha conecta à uma página que
contém uma breve explicação da campanha e o link para
o abaixo-assinado; Contato, irá exibir o e-mail disponível
para mais informações.
Entretanto, é no site de redes sociais Facebook que
a campanha vai ter uma densidade bem maior de conteúdo.
A fan page12 Marcela e Marina tornou-se a plataforma mais
11
Grafia mantida na forma original, de forma que se possam perceber quais letras estão em caixa alta.
Uma interface específica para a divulgação de uma empresa, produtos, marca, artista, causas, negócios, organizações, instituições,
etc. em redes sociais.
12
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7. #SEMCENSURA: o duplo vínculo entre a comunicação midiática e as redes digitais
movimentada da campanha, constituindo-se como uma
convergência entre uma espécie de produtora e distribuidora de conteúdo, um clipping daquilo que era dito sobre a
campanha e centro mobilizador da campanha. No histórico
da página, podem ser encontradas diversas informações que
de alguma forma terão algum vínculo com a campanha.
Grande parte dos conteúdos postados faz referência ao
acompanhamento da novela, como se a página convidasse
usuários à uma discussão dos acontecimentos da trama,
sendo um dos principais assuntos a total renegação do
grupo ao possível romance de Marina com Mário.
Outros assuntos que serão habitualmente trazidos
à discussão no grupo serão tangenciais à campanha; muitos
deles dizem respeito a outros trabalhos realizados pelas
atrizes, ou mesmo sobre a vida pessoal delas. É perceptível
que as atrizes, enquanto assuntos, irão se fazer constantemente presentes, visto que na página há links para que
o usuário possa “curtir” as fan pages pessoais delas. Outro
tema que tangencia a campanha, mas de forma muito
próxima, são as outras empreitadas realizadas em busca
de direitos LGBT. Assim, outros movimentos sociais
de caráter semelhante se utilizam da rede de atores da
mobilização Marcela e Marina para se divulgar. Também
podemos ver um link para que o usuário possa “curtir” a
fan page do Brasil Sem Preconceito.
Após a campanha adquirir dada notoriedade
dentre meios de comunicação massivos, principalmente
naqueles direcionados ao público LGBT, a fan page passou
a desempenhar também um papel de clipping do material que era publicado sobre ela, de tal forma que muitas
postagens serão compartilhamentos de reportagens e
notícias que abordem a campanha. Por último, destacamos
as postagens de produção de conteúdo próprio, pois, no
contexto da campanha, surge uma gama de produtos midiáticos feitos pelos usuários, tais como fotomontagens, tiras
humorísticas, vídeos editados, fan fics13 etc., que muitas
vezes visavam apenas o entretenimento. Contudo, dentre
tais produções, o vídeo oficial da campanha merece ênfase,
principalmente, em seu processo de criação, pois, através
da página, os usuários foram mobilizados, inicialmente,
a enviarem fotos suas, nas quais estivessem segurando
um cartaz com a frase “Marcela e Marina Sem Censura”.
O vídeo final foi um resultado de uma colagem
de reportagens sobre casos de homofobia, dados sobre a
influência da TV/telenovela, notícias e entrevistas sobre
o beijo gay, vídeos e fotos enviados por usuários (inclusive
uma foto em que as atrizes mostram apoiar a campanha).
Além disso, em partes, o vídeo é embalado por uma música
feita especialmente para a campanha pela colaboradora
Carla Batista. Dessa forma, o produto midiático que viria
a ser o principal produto da campanha foi possível de ser
realizado a partir da mobilização dos atores da rede social
conformada sob o signo da campanha.
Já no Twitter, a campanha até criou a hashtag14
#MarcelaeMarinaSemCensura. Contudo, foi o máximo
que a campanha se desenvolveu, não significando que
não tenha tido notoriedade, mas que aconteceu de forma
efêmera, até porque se utilizou do Twitter do Brasil Sem
Preconceito, sem se colocar como uma identidade de fato.
No Orkut, a campanha não teve grande desenvolvimento
por semelhante atitude: não encontrou-se comunidade
sobre a mobilização, apenas postagens nas comunidades
dedicadas às atrizes. Enquanto na comunidade “Giselle
Tigre” a postagem foi ignorada, na comunidade “Luciana
Vendramini” poucos usuários comentaram a postagem,
que logo foi esquecida.
Conclusão
Ao mapear os movimentos realizados pela campanha Marcela e Marina Sem Censura, pode-se perceber
que a inserção do “beijo gay” na telenovela funcionou, aos
olhos de uma parcela de espectadores, como uma espécie
de contrato de comprometimento com a causa LGBT.
Inegavelmente, a exibição de tal cena representou uma
posição ousada do sistema televisivo; contudo, as atuações
do mesmo após o acontecido, tais como cortes e censuras
às cenas do casal, demonstraram que tal atitude pode ser
enquadrada mais como uma estratégia de marketing da
empresa que uma real preocupação sociocultural.
Além disso, a análise desenvolvida demonstrou
como a organização de atores sociais em redes sociais na
internet vai inaugurar uma nova forma de recepção do
produto midiático. A rede que se formou em torno de tal
fato evidencia que os usuários de meios de comunicação
massivos estão a interagir com o produto não mais passivamente, mas o sujeito irá buscar nas novas tecnologias
13
Trata-se de contos ou romances escritos por terceiros, não fazendo parte do enredo oficial do livro, filme ou história em quadrinhos
a que faz referência.
14
Palavras-chave (relevantes) ou termos associado a uma informação, utilizados como “rótulos” no Twitter.
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revista Fronteiras - estudos midiáticos
59
8. Rafael Soares Krambeck
modos de interpretar e, até mesmo, influenciar o desenvolvimento dele.
Assim, a expressão “duplo vínculo” é explorada no
sentido de caracterizar o processo que a pesquisa procurou
delinear. Tal processo trata-se da articulação estabelecida
contemporaneamente entre aquela mídia tradicional e
mais linear com as mídias digitais de conformação em
rede. As comunicações digitais colocam os atores sociais
em uma potencial interação e, logo, em uma virtual organização que possibilita a mobilização de grandes massas,
assim suscitando a discussão pública e mesmo atraindo a
atenção da mídia tradicional. A essa articulação estabelecida em dupla via que se denomina aqui como “duplo
vínculo entre comunicação midiática e redes digitais”.
As diversas plataformas online que estão disponíveis aos sujeitos irão ofertar distintas articulações em torno
de um mesmo objeto. O site PeticaoPublica.com.br, por
exemplo, vai funcionar mais como um arquivo online de
assinaturas e considerações dos usuários, pois mesmo que
potencialmente se disponha à discussão, questões como o
layout e ainda o próprio uso feito pelos usuários, vai ignorar
tal disponibilidade.
Já o Facebook, por sua natureza mais voltada à
interação/comunicação, vai ter um papel principal de
articulação da campanha. O site de redes sociais, articulado ao Youtube, vai gerar uma legítima cultura em torno
da campanha, que irá incluir desde produtos providos da
mídia tradicional, quanto à produção cultural do próprio
grupo. O site da campanha, por ser simplificado em demasia, vai praticamente ser esquecido. No contexto geral
da campanha, podemos ver que há uma falta de articulação
entre grande parte das ferramentas utilizadas; contudo,
isso não irá afetar relevantemente o movimento.
Portanto, ao percorrer os movimentos realizados
pela campanha, podem-se caracterizar algumas formas
pelas quais o ator social contemporâneo vai se articular
à mídia em uma relação de duplo vínculo, ou seja, como
receptor, mas também como um instituidor/distribuidor
de novos produtos midiáticos e interpretações socioculturais derivados da telenovela.
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Submetido: 01/03/2012
Aceito: 24/08/2012
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