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Editora Árvore da Vida
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Edição para a Língua Portuguesa
© Editora Árvore da Vida
Título do original em Inglês
Further Talks on the Church Life
4ª Edição – Novembro / 1990
5ª Edição – Maio / 1992
6ª Edição – Agosto/1993 – 2.000 exemplares
7ª Edição – Novembro / 1994 – 5.000 exemplares
8ª Edição – Outubro / 2000 - 5.000 exemplares
Traduzido e publicado com a devida autorização do
Living Strean Ministry e todos os direitos reservados
para a língua portuguesa pela Editora Árvore da Vida.
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ÍNDICE
Capítulo Página
Introdução....................................................................03
Prefácio ….....................................................................04
O Problema da Base da Igreja..........................................06
A Igreja numa Cidade e a Igreja numa Casa......................20
O Conteúdo da Igreja.....................................................31
O Problema da Unidade da Igreja.....................................45
O Serviço da Igreja........................................................81
O Caminho para a Obra Doravante….................................92
INTRODUÇÃO
Entre os que falam a língua portuguesa, o irmão Watchman Nee é bastante
conhecido, face às várias edições de seus livros "Paz, Ação e Firmeza" (edição
esgotada), "A Vida Normal da Igreja Cristã ", "O Obreiro Cristão Normal" e "A Vida
Cristã Normal".
Recentemente, quando a segunda edição desse último foi publicada, os editores
o consideraram um "eloqüente apóstolo chinês de nossa época" e "um daqueles
grandes embaixadores". Isto não só é digno de toda aceitação, como também
devemos ainda salientar o fato de que tudo o que foi visto pelo irmão Nee na Bíblia
Sagrada não serviu somente para seu país , nem, certamente, para estabelecer seu
próprio nome, mas serviu para a edificação do Corpo de Cristo, ao qual amou,
entregando-se por ele.
Este livro é, por assim dizer, uma continuação de seu primeiro livro "A Vida
Normal da Igreja Cristã"; todavia, com um destaque: o primeiro foi fruto da
revelação do Senhor a este irmão no início de seu ministério, e este segundo é o
resultado dessa revelação posta verdadeiramente em prática e testada por mais de
vinte anos .
Nestes últimos dias, quando o Corpo de Cristo está dividido em mais de mil
pedaços, quando todos os esforços humanos para uni-Lo através de movimentos,
convenções, denominações, associações, organizações, etc...etc... só têm produzido
mais e mais divisões, cremos que "Palestras Adicionais Sobre a Vida da Igreja" vem
ao encontro desta ardente necessidade.
O Senhor falou de "um corpo", "uma fé " e "uma unidade do Corpo de
Cristo". Em "Palestras Adicionais...", vemos que ele já providenciou a maneira de
tornar isso possível.
Ao entregar este livro aos irmãos de língua portuguesa, oramos para que
muitos dos que buscam o Senhor com simplicidade e pureza de coração possam ver
o que Ele tem preparado para o Seu Corpo — A Igreja !
Efetuamos a tradução para o português com o maior senso de fidelidade às
idéias apresentadas pelo autor, para que ficasse o mais perto possível do original
Chinês. Assim, quando você ler este livro , com um coração aberto e um espírito
sincero para com o Senhor , receberá as idéias do autor tão claras e precisas como
na ocasião em que foram originalmente proferidas. Também respeitamos
cuidadosamente a linguagem , para que , assim pudéssemos expressar , em
português correto , o irmão Watchman Nee.
Os editores
PREFÁCIO
Esta publicação é uma coletânea de mais algumas palestras proferidas pelo
irmão Watchman Nee sobre a vida da Igreja, no período entre 1948 e 1951, mais
de dez anos após a publicação das mensagens contidas no livro intitulado
"Concernente à Nossa Missão", cujo título atual é "Vida Normal da Igreja Cristã". A
palestra sobre a unidade da igreja, impressa no quarto capítulo do presente livro,
foi proferida no ano de 1951, pouco tempo antes do seu aprisionamento, o que
ocorreu no começo de 1952.
Em uma dessas palestras, o irmão Nee enfatizou que a luz referente à igreja —
que o Senhor lhe dera antes do ano de 1937, e que fora dada a conhecer a todos
os seus cooperadores nesse mesmo ano, sendo publicada no livro "Concernente à
Nossa Missão" — não podia ser mais clara, mesmo após dez anos de experiências
e testes. Noutra palestra, declarou, nítida e definitivamente, crer ainda mais
naquilo que vira anteriormente. Portanto, estas palestras não são apenas uma
prova suficiente de que, até os últimos anos do seu ministério, o irmão Nee ainda
mantinha o mesmo ponto de vista, como sempre teve durante todo tempo com
relação à vida da igreja, a qual ministrou ao corpo de Cristo, antecedendo um longo
período de experiência.
O ministério do irmão Nee sempre teve dois lados: o lado espiritual e o lado
prático. Através da publicação de alguns de seus livros, que foram traduzidos para
a língua inglesa, o lado espiritual de seu ministério tem-se tornado razoavelmente
conhecido, constituindo-se em grande ajuda para o povo de Deus nos países de
língua inglesa. Já que o presente mover do Senhor em Sua restauração se tem
propagado vitoriosamente, mais e mais, no mundo ocidental, nós, que somos alguns
dos cooperadores do irmão Nee, recebemos o profundo encargo de publicar vários de
seus livros sobre o lado prático de seu ministério, livros esses que podem ajudar
aqueles já beneficiados pelo lado espiritual
a terem uma perspectiva integral e uma visão equilibrada de todo o ministério que
lhe foi comissionado pelo Senhor para o Seu Corpo. Cremos plenamente que, na
situação atual, quando há muita confusão e um grande número de contrariedades e
distrações, este livro suprirá a necessidade urgente de tantos que O buscam entre
os Seus filhos.
A palestra do primeiro capítulo sobre a questão da base da igreja é um verdadeiro
remédio para a perplexidade de hoje. Neste, ele afirma que a base da igreja é
composta por dois elementos básicos — a autoridade do Espírito e o limite da
localidade. Hoje em dia, existe uma ênfase considerável para com a autoridade do
Espírito, mas uma negligência quase que completa quanto ao limite da localidade.
A questão da localidade é até propositadamente refutada por alguns, e
maliciosamente debatida. Ela, porém, é um teste à realização adequada da prática
da vida da igreja.
Enquanto a palestra do segundo capítulo esclarece a definição da igreja numa
casa (lar), e confirma o princípio de uma localidade com apenas uma igreja, a
palestra do capítulo terceiro revela que uma igreja genuína, em qualquer localidade,
tem de ser inclusiva. Deve ter capacidade para incluir e conter todos os tipos de
verdadeiros cristãos e todas as coisas positivas das Escrituras; caso contrário,
perderá a sua base.
A palestra do capítulo quarto é uma grande revelação! Enfatiza que a unidade
genuína da igreja é a unidade de todo o Corpo de Cristo, expressa em genuínas
igrejas locais. Todos os outros tipos de unidades são unidades de divisões.
Em resumo, os quatro primeiros capítulos dizem-nos clara, enfática e
francamente, que as denominações são erradas e que as igrejas são locais.
Qualquer denominação, qualquer seita, qualquer divisão é condenada por Deus.
Não há desculpa em caso algum. Uma igreja tem de ser local, permanecendo sobre
a base da unidade, disposta a acolher todos os filhos de Deus e pronta para incluir
todas as coisas bíblicas.
Estas palestras são palavras fiéis de alguém que jamais "deixou de anunciar coisa
alguma que fosse proveitosa à igreja" e nunca "procurou agradar a homens". As
oposi-ções que encontrou e as perseguições que sofreu (foram, na maioria, devidas à
sua fidelidade em seu ministério, quanto ao lado prático da vida da igreja. Se jamais
"deixou de anunciar coisa alguma, como poderemos nós, seus cooperadores, que
estamos com ele no interesse do Senhor, deixar de anunciar algo, não nos mantendo
fiéis à incumbência do Senhor, como ele o foi durante todo o tempo?
O Senhor é soberano e vitorioso! Defendeu Seu caminho no passado, bem em
face da oposição e do ataque do inimigo sutil. Que Ele aumente a Sua defesa
continuamente, concedendo Sua abundante bênção sobre o caminho determinado
por Ele para Sua igreja, caminho este tomado pelos Seus fiéis nestes últimos dias! Ele
é gracioso, digno de toda a confiança e capaz! Cumprirá o que prometeu. Mas "quem
tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz". "A sabedoria é justificada pelos seus filhos".
Estas mensagens foram publicadas originalmente em língua chinesa,
exatamente como foram proferidas. A presente tradução para a língua inglesa,
principalmente os quatro primeiros capítulos, é feita tão literalmente quanto
possível, para apresentar aos leitores, de maneira bem precisa, o pensamento
genuíno do autor. Portanto, na tradução, foi dispensada mais atenção ao sentido
do que à linguagem.
WITNESS LEE
Los Angeles, Califórnia, U.S.A. 20 de dezembro de 1968.
CAPÍTULO UM
O PROBLEMA DA BASE DA IGREJA
(Palestra proferida aos irmãos e irmãs em Xangai, a 1° de abril de 1950, e publicada
em "A Porta Aberta", a 30 de junho de 1950).
Qual é a verdadeira base da igreja? Esta questão é muito importante, pois, na
Bíblia, o Senhor nos mostrou explicitamente que a igreja tem sua base definida.
Presumo que todos reconheçamos que a bênção de Deus, o Espírito Santo de Deus,
a luz de Deus e ainda a própria vida do Senhor Jesus estão todos na igreja. Ainda
que comumente possamos dar ênfase à vida do Senhor nos indivíduos, o fato é que
a Sua vida está na igreja. Por haver Deus comissionado à igreja tantas coisas
espirituais, é uma questão muito importante saber se uma assim chamada "igreja"
é realmente uma igreja. Se Deus nos tivesse dado individualmente muitas coisas
espirituais, o problema não seria tão grande. Mas Ele nos mostrou na Bíblia que
colocou todas as coisas espirituais na igreja. Portanto o fato de o grupo a que
pertenço ser ou não a igreja é um assunto muito sério! Se tenho comunhão com
irmãos e irmãs que não são a igreja, tal será uma grande perda.
Por exemplo, algumas das irmãs que trabalham no laboratório do hospital usam
lâminas de vidro para exames bacteriológicos. Para esta finalidade, uma lâmina de
vidro tem utilidade. Todavia, se um irmão for visitá-las, uma lâmina de vidro não
poderá ser usada para servir um refrigerante. A lâmina de vidro tem sua função
vital no laboratório, mas não serve para servir refrigerantes. O visitante não é um
gafanhoto ou um pardal, que se satisfazem com um pingo d'água numa lâmina.
Você deverá servi-lo em um copo. Há muitos problemas que jamais poderão ser
resolvidos por meio de uma lâmina de vidro. Mas um copo feito por muitas lâminas
poderá facilmente ser usado para solucionar o problema da sede.
Uma superfície plana tem uma capacidade muito menor que um objeto
tridimensional. Não estamos hoje procurando anular o que, como indivíduos,
alguns têm conseguido espiritualmente diante de Deus. Um indivíduo pode desfrutar
de muitas coisas espirituais e, às vezes, alcançar o mais elevado nível espiritual.
Deus, entretanto, tem posto mais coisas espirituais na igreja; portanto, quando uma
pessoa as procura individualmente, não as consegue. Isto não quer dizer que um
indivíduo não tenha bênção alguma, mas sim que você não pode obtê-la por meio
de sua busca individual. Hoje, as riquezas de Deus estão na igreja, a qual é um
objeto tridimensional, exatamente como um copo. Você, como indivíduo, precisa
tornar-se parte deste copo antes de poder tocar a Água Viva. Só a igreja pode
conter os muitos itens espirituais.
Precisamos ver claramente, diante de Deus, que muitas coisas espirituais estão
na igreja, e não com os indi víduos. A palavra do Senhor "sobre esta rocha edificarei
a minha igreja" (grego) é muito clara e maravilhosa. O resultado disso é que "as
portas do inferno não prevalecerão contra ela". Esta promessa destina-se à igreja, e
não aos indivíduos. Muitas vezes, é bastante difícil aos indivíduos resistir ao inimigo;
mas, assim que aparece a igreja, Satanás é imediatamente derrotado. Na verdade,
os indivíduos realmente têm bênçãos; elas, porém, são limitadas. Somente na igreja
as bênçãos são ilimitadas e ricas. Portanto, tão logo uma pessoa deixe o caminho da
igreja, a presença de Deus e as bênçãos se tornam limitadas. (Não estou dizendo
"nulas", mas, na verdade, "limitadas"). Além disso, tal pessoa não será capaz de
tocar muitas coisas espirituais diante de Deus. Perdoem-me, por favor, por falar
tão francamente. Principalmente nesses últimos dez anos, tenho procurado ver se
as pessoas sabem o que é a igreja.
É bastante estranho que muitos irmãos que têm conhecido o Senhor por vinte ou
trinta anos não conheçam a igreja de Deus. Até mesmo aquilo que eles um dia
obtiveram desvaneceu-se gradativamente; e mesmo aquilo que pensam ter não
pode ser conservado intacto. Ao mesmo tempo, há outros irmãos que conhecem a
igreja de Deus; conseqüentemente, as riquezas do Cabeça passam a ser as
riquezas deles, e assim são capazes de prosseguir continuamente.
Desejo, portanto, que todos os irmãos e irmãs jovens percebam que um cristão
não deve preocupar-se apenas com seu próprio proveito espiritual, mas também
deve preocupar-se com saber se os irmãos com os quais tem comunhão são ou não
a igreja. Lembrem-se de que cada pessoa é apenas um indivíduo. Dois podem ser a
igreja, ou apenas podem ser dois indivíduos, e não a igreja. Não presuma que um
grupo de quinhentas pessoas reunidas, ou mesmo mil, seja a igreja. Esta pode não
ser verdadeira. Graças a Deus, mil pessoas podem tornar-se a igreja, mas mil
pessoas podem ser somente mil indivíduos. Serão, assim, apenas mais indivíduos,
mas não ainda a igreja. Existe aqui uma grande diferença. Os filhos de Deus, hoje,
percebem que uma pessoa não pode ser a igreja, mas não reconhecem que mil
pessoas podem ser talvez apenas mil indivíduos, e não a igreja. Lembrem-se, por
favor, de que mesmo dez mil pessoas podem ainda assim permanecer como dez
mil indivíduos, e não serem a igreja. Esta, perante Deus, tem outros requisitos.
Nós, portanto, como Seus filhos, devemos dar especial atenção à base da igreja.
DOIS REQUISITOS BÁSICOS
Deixem-me hoje expor dois assuntos. Ambos devem ocorrer antes que possa
haver a igreja. O Novo Testamento claramente nos revela dois requisitos básicos: 1)
A autoridade do Espírito Santo; 2) O limite da localidade.
A. A AUTORIDADE DO ESPIRITO SANTO
Devemos observar que, onde não há o Espírito Santo, não há igreja. A igreja não
é, absolutamente, Witness Lee, nem é Yu-Tsé Chang, nem Ching-Hwa Yu; a igreja
deve ser apenas o Espírito Santo. Em outras palavras, a igreja, do princípio ao fim,
só pode ter uma autoridade, um poder e uma vida, que é o Espírito Santo. Só há
uma vida, a do Espírito Santo; só há um poder, o do Espírito Santo; e só há uma
autoridade, a do Espírito Santo.
Temos, por exemplo, muitos irmãos idosos, hoje, aqui. O irmão Yu poderá dizer:
"Já que estou na igreja há vinte anos, posso fazer uma sugestão ou iniciar alguma
coisa". Veja, existe aqui algo extra, que veio à tona para perturbar. Quando este
irmão aparece, não temos o Espírito Santo nem a igreja. Lembrem-se, por favor,
de que, onde o Espírito Santo não está, também a igreja não existe. A igreja é um
corpo, por meio do qual o Espírito do Senhor pode expressar Seus desejos sem
impedimento algum. Assim como o Senhor Jesus usou o corpo que a virgem Maria
Lhe deu quando estava na terra, da mesma maneira Ele, hoje, no Espírito Santo, usa
a igreja. Esta, em seu estado mais elevado, é ainda o Corpo de Cristo. Noutras
palavras, somente aquilo que é capaz de expressar a mente do Espírito Santo
pode ser chamado de igreja.
Só o Espírito Santo Tem Autoridade
Prosseguirei um pouco mais, falando primeiro aos irmãos mais velhos. Vocês
sabem mais ou menos o que é autoridade, e dizem aos irmãos jovens que se
submetam à autoridade. A questão básica, hoje, é esta: vocês obedecem à
autoridade; mas de quem é esta autoridade a que vocês obedecem? Deixem-me
dizer que, do mesmo modo como os irmãos jovens se tornam um distúrbio quando
falam por si mesmos, também os irmãos mais velhos se tornam um distúrbio
quando falam por si mesmos. Os jovens que falam por si mesmos são uma
perturbação, e os idosos que falam por si mesmos também o são. Somente a autoridade
do Espírito Santo é autoridade. Por que é que, então, os irmãos mais jovens precisam
obedecer aos mais idosos? É porque os idosos têm aprendido mais diante de Deus e
conhecem mais da Sua autoridade; conseqüentemente, o Espírito Santo pode fluir mais
facilmente através deles. São como um cano de água através do qual esta tem fluído há
anos, sem nenhuma interrupção. Os jovens devem obedecer aos idosos, não porque
estes sejam a autoridade, mas porque é fácil ao Espírito Santo falar através dos mais
velhos. Pelo fato de terem trabalhado para o Senhor por muitos anos, é fácil ao Espírito
Santo fluir deles. Eu aprendo a me submeter aos irmãos idosos, porque eles estão
investidos da autoridade do Espírito Santo. Quando não obedeço, facilmente perco a
autoridade do Espírito Santo sobre mim. Não estamos, de modo algum, instituindo a
autoridade dos irmãos mais velhos, mas sim a autoridade do Espírito Santo, que flui
facilmente dos mesmos. Em outras palavras, a única autoridade na igreja é a autorida-
de do Espírito Santo. Não há autoridade alguma que emane de determinados
indivíduos. Os presbíteros não têm autoridade, os irmãos mais velhos não têm
autoridade, e os espirituais também não têm autoridade. Somente o Espírito Santo
tem autoridade. A isto se dá o nome de "Corpo de Cristo".
Um Canal para a Autoridade do Espírito Santo
Recentemente, vi o que aconteceu a um irmão cuja mão carregara há vários anos
um objeto muito pesado por uma distância muito grande. Depois disso, sua mão ficou
inflamada. Agora, piorou tanto, que mal pode movê-la! Este irmão finalmente disse:
"Todo o meu corpo me pertence, exceto esta mão. Este membro parece pertencer a
outra pessoa e, ao mesmo tempo, parece lutar comigo". Eu jamais ouvira alguém
falar algo assim. Sou alguém que adoece freqüentemente, e sei que toda vez que
sinto a existência de certo membro, este, certamente, deve apresentar alguma
enfermidade. Quando o corpo humano está em perfeitas condições, não se tem
consciência de sua existência. Sempre que sentimos os pulmões respirarem, então
eles devem estar doentes. Sempre que sentimos bater o coração, ele deve estar
enfermo. Desde o meu nascimento até a minha mocidade, jamais tive consciência de
meus dentes; mas, no dia em que os senti, não pude dormir a noite inteira. O
corpo é muito natural e espontâneo. Não é harmonioso no sentido de que você sinta
a sua existência, mas é tão harmonioso, que parece nem existir. Hoje, talvez, você
não sinta que tem alguns dedos. Você acharia engraçado se eu lhe perguntasse:
"você sente que tem dedos?". Mas, se um de seus dedos estivesse quebrado, você
se sentiria incomodado o dia todo. Sempre que sente algo, então, algo está errado
com você. Toda vez que o corpo não pode usar um de seus membros, ele está
enfermo. O Espírito Santo deve ter completa autoridade na igreja; então o Corpo
inteiro se moverá como desejar, sem qualquer empecilho. Quando há um obstáculo
em certa parte, o Corpo inteiro fica doente. Quando cada um está sob a autoridade
do Espírito Santo, Ele pode usar a todos; então não há qualquer impedimento no
Corpo. Tudo caminha muito suavemente. Quando a autoridade opera suave-
mente, esse é o momento em que o Corpo está sadio. Quando cada um pode ser
usado pelo Espírito Santo, Este, então, tem autoridade, e tudo é muito natural e
espontâneo. A autoridade completa do Espírito Santo é a base da igreja, na qual
está o Corpo de Cristo.
Um grupo hoje pode ter irmãos e irmãs que estejam debaixo da autoridade do
Espírito Santo e outros irmãos e irmãs que não estejam debaixo dessa autoridade.
Imediatamente, você poderá ver que lá não existe base alguma da igreja. A base
desta é o Espírito Santo. Toda vez que Ele é contrariado, a base da igreja se perde.
Não é pelo fato de todos os irmãos e irmãs terem tomado hoje uma decisão, que
teremos aí o Corpo de Cristo. Não é por haver mil e seiscentas pessoas, e todas
terem levantado as mãos para tomar uma resolução, que teremos a igreja. Não é
questão de haver mil e seiscentas pessoas, mas sim de estar sendo ou não exercida
a autoridade do Espírito Santo. Onde não há autoridade do Espírito Santo, não
existe qualquer base para a igreja. Somente quando cada um se submete à
autoridade do Espírito Santo, é que a igreja tem a sua base.
Que é o corpo? É aquilo que você pode usar livremente, movendo-se dentro dele.
Não apresenta conflitos nem dificuldades. Tudo o que você quiser que ele faça, ele
fará. Aquilo que luta contra você não é o corpo. Uma igreja local pode ou não ser
manifestada; tudo depende de ela ser ou não capaz de submeter-se ao Espírito
Santo. Quando tal tipo de submissão é manifestado, a igreja é manifestada.
Lembrem-se, portanto, de que, se um irmão gosta de falar e tomar decisões por
conta própria, a autoridade do Espírito Santo fica danificada, o Corpo de Cristo
sofre danos, e a igreja sofre perdas. Conseqüentemente, não há igreja nesse lugar.
Não é por haver um edifício com uma placa afixada, que temos a igreja, mas sim
pelo fato de os irmãos e irmãs abandonarem suas próprias idéias e se sujeitarem à
autoridade do Espírito Santo, e esta autoridade poder fluir através deles sem
nenhum impedimento; aí, então, teremos a igreja.
Você que serve a Deus e tem responsabilidade na obra, precisa lembrar-se de
uma coisa: após vinte ou trinta, ou mesmo cinqüenta ou sessenta anos, quando
todos os seus cabelos já estiverem brancos, você ainda será apenas um transmissor
da autoridade, um canal, ou um porta-voz da autoridade — você mesmo não será a
autoridade. Sempre que você se tornar a autoridade, tudo estará terminado. Os
irmãos e irmãs cooperadores devem conhecer minuciosamente o que é autoridade do
Espírito Santo. Não pense que, ao menos hoje, você possa fazer alguma sugestão.
Permita-me dizer-lhe que sua sugestão não serve. O Senhor jamais lhe deu
autoridade para dar suas próprias sugestões. Você só pode ser o canal da
autoridade, mas nunca a própria autoridade. Ainda que vivesse cem anos, e tivesse
seguido o Senhor durante todo esse tempo, não pense que poderia fazer algumas
sugestões. É pelo fato de o meu espírito ter sido treinado e ter aprendido algo, que
a percepção dele pode ser mais aguda, que eu posso ter mais luz, que os princípios
básicos de Deus puderam ser mais tocados por mim, que estou familiarizado com a.
palavra de Deus; portanto é mais fácil fluir a autoridade do Espírito Santo.
Usamos a autoridade para servir os irmãos e irmãs, não para governá-los. A
autoridade é apenas uma parte do nosso serviço. Espero que todos os responsáveis
pelas casas onde há reuniões tomem nota disto. A autoridade se relaciona ao seu
ministério, e é só um dos seus muitos ministérios. Não existe para que você governe
os outros, mas para que possa supri-los. Em certo assunto, outros irmãos talvez não
vejam, mas eu vejo; é possível que não compreendam, mas eu consigo compreender.
Como entendo o desejo do coração de Deus, comunico-lhes o Seu desejo dizendo-
lhes: "Irmãos, vocês não devem fazer isso dessa maneira; eu sei que não vai dar
certo. Se fizerem assim, violarão a autoridade de Deus; portanto devem deixar esse
assunto de lado". Isso não é exercitar a autoridade para governar os irmãos, mas é
suprir e servi-los. Estamos, diante de Deus, aprendendo a ser o canal da autoridade
do Espírito Santo para suprir os irmãos. Não estamos governando-os. Estamos
aprendendo a deixar que a autoridade de Deus flua como suprimento, e não a
estabelecer a nossa própria autoridade.
Não importa que tipo de posição um irmão possa ocupar, seja ele um supervisor,
um apóstolo ou um diácono; sempre que estabelecer ou manifestar sua própria
autoridade, perderá e arruinará toda a base da igreja. Esta se estabelece sobre a
autoridade do Espírito Santo. Sempre que a autoridade do Espírito Santo for
afrontada, a base da igreja se acabará.
Quando toda a igreja está sob a autoridade do Espírito Santo, é como se o
Senhor usasse o Seu próprio corpo que Maria Lhe deu quando estava nesta terra,
falando, escutando e caminhando conforme desejava. O corpo que Maria Lhe
preparou não poderia ser mais apropriado. Tinha tanta coordenação, que era como
se ele não estivesse lá, e no entanto era o próprio Senhor. Era muito harmonioso,
muito unido, não tinha nenhuma dificuldade ou conflito, em absoluto. Não era
como se alguém precisasse das mãos e não pudesse usá-las; ou como se os olhos
fossem solicitados e não pudessem funcionar; ou a língua fosse necessária, e
estivesse ferida; ou fosse requerida a cabeça, e ela se mostrasse incapaz de pensar.
A igreja, de semelhante modo, pode chegar também a esse ponto, ou seja: ela
existe e, no entanto, é como se não estivesse lá: somente se percebe Cristo. O
Senhor pode mover-Se espontaneamente e passar através dela livremente. E tão
harmoniosa, tão em unidade, tão espontânea, que é como se o Senhor não
estivesse passando. A autoridade do Espírito Santo passa através da igreja tão
livremente, tão harmoniosamente, que é como se Ele não estivesse passando em
seu meio. Quando a autoridade do Espírito Santo pode passar completamente,
então temos a igreja. Sempre que houver resistência ou obstáculo, tal não será a
igreja. Sempre que o Espírito Santo não puder mover-Se, sempre que os indivíduos
sobressaírem, haverá algum problema, e a igreja sofrerá danos, a ponto de não
poder mais chamar-se igreja.
Hoje, há muitas opiniões de homens, muitas decisões de homens, muitos
métodos humanos, muitas organizações criadas pelos homens, muitos nomes de
homens e muitas tradições humanas nos grupos que invocam o nome do Senhor.
Não gostaria de falar mais sobre isso. Do começo ao fim, desde que fomos chamados
pelo Senhor, há uma base fundamental, isto é, devemos obedecer à autoridade do
Espírito Santo na igreja e estabelecê-la, destruindo a nossa própria autoridade. Peço
ao Senhor que me perdoe por dizer isso, pois a autoridade do Espírito Santo não
precisa ser estabelecida pelo homem. Desculpem-me por usar a seguinte ilustração
para o bem dos irmãos jovens. Amanhã, se eu soltasse um tigre na rua, seria
necessário enviar guardas a protegê-lo? Não, o tigre não necessita de nenhuma
proteção; ele pode se proteger. Do mesmo modo, o Espírito não necessita do nosso
apoio. A autoridade do Espírito Santo está na igreja, não precisando de nosso zelo
para estabelecê-la. A única coisa necessária é que os filhos de Deus estejam
dispostos a consagrar-se e entregar-se, para que a autoridade do Espírito Santo
possa manifestar-se continuamente. A questão, agora, é se estamos ou não prontos
a nos consagrar. Sempre que os filhos de Deus desobedecem, a autoridade do
Espírito Santo não pode manifestar-se. A questão básica, hoje, é se nós nos temos ou
não consagrado adequadamente.
Espero que nos consagremos novamente diante de Deus, tendo em vista a
autoridade do Espírito Santo. Devemos orar: "Senhor, Tu és o Cabeça da igreja.
Concede-me a graça, para que eu não seja alguém que entrave nem alguém que
resista, que eu não tenha nada meu...". Você precisa perceber que sempre que tiver
algo seu introduzido na igreja, a despeito de quão bom isso venha a ser, haverá algo
extra adicionado à igreja, e isso será um empecilho. Meu corpo só pode consistir em
seus próprios membros. Não posso permitir que coisas de outros lhe sejam adicio-
nadas. Mesmo as melhores coisas dos outros não podem ser colocadas em meu
corpo. O que é do meu corpo deve ser de mim mesmo. As coisas dos outros podem
ser preciosas, mas, uma vez que sejam acrescentadas ao meu corpo, podem
tornar-se venenosas. Preciso aprender diante de Deus a não trazer as minhas
próprias coisas para dentro da igreja. Algumas dessas coisas podem ser muito boas,
mas, se não forem do Espírito Santo, não poderão ser colocadas na igreja. Uma vez
colocadas dentro da igreja, esta perderá sua base. Na igreja, há somente um Espírito
Santo, uma autoridade, um poder, uma comunhão, um Nome. Qualquer coisa
colocada nela, que não seja do Espírito Santo, arruinará a sua base, e, então, ela
acabará.
O que não é Iniciado pelo Espírito Santo não é Igreja
Em Xangai, muitas pessoas podem estabelecer uma missão de pregação do
evangelho, um seminário, um Instituto Bíblico, ou ainda uma escola de estudos
bíblicos. O erro, em tais casos, é menor. Mas ninguém pode estabelecer uma igreja!
Se você não for capaz de obedecer ao Espírito Santo, e forem introduzidas a
autoridade e as coisas humanas, então não haverá igreja! Se não for iniciada pelo
Espírito Santo, não será igreja. Não sei se você percebe a seriedade disto! E possível
que alguns de nós montem uma fábrica, com a direção do Espírito Santo; mas isso
será impossível com relação à igreja. Não faz diferença se você é um cristão ou não, se
tem a vida de Deus ou não; — você não pode estabelecer uma igreja. Se não for iniciada
pelo Espírito Santo, não será uma igreja. Este é um assunto muito sério. Ninguém
pode começar a estabelecê-la, pois, desde o princípio, tal pessoa não terá a autoridade
do Espírito Santo. Se não há autoridade do Espírito, não há a igreja. Seja qual for a
situação, se o Espírito Santo não começar, você não poderá estabelecer uma igreja.
Primeiramente, temos que perguntar: E o início? Se o Espírito Santo não começar a
igreja, não haverá uma maneira de iniciarmos. Devemos submeter-nos ao poder
grandioso do Espírito Santo e colocar-nos sob a autoridade determinada por Deus,
totalmente restringidos, sem procurar nossa própria liberdade. Devemos permitir
que a autoridade do Espírito Santo passe livremente através de cada um de nós.
B. O LIMITE DA LOCALIDADE
Uma igreja também requer uma segunda base. Sem essa, tampouco, haverá
base para a igreja. Você, provavelmente, perguntará: já que todos expressamos a
autoridade do Espírito Santo e vivemos debaixo dela, isso não basta para se
estabelecer uma igreja? Não, não basta! A Bíblia claramente nos mostra duas
coisas que devem existir, para que se estabeleça uma igreja: 1°) a autoridade do
Espírito Santo; 2°) o limite da localidade. Se você não o enxergar, não poderá
compreender a base da igreja. Você está surpreso? Isso parece uma queda de três
mil metros, lá do céu para a terra, não parece? Sim, de fato, a igreja também está
sobre a terra. Ela está parcialmente no céu e parcialmente na terra. A parte celestial
diz respeito à autoridade do Espírito Santo; a parte terrena refere-se ao limite da
localidade. Este é um assunto muito maravilhoso na Bíblia. A Bíblia claramente nos
mostra isto: que a igreja pertence totalmente a uma localidade. Tal como a igreja
em Jerusalém, Jerusalém é um lugar; a igreja em Corinto, Corinto é um lugar; a
igreja em Antioquia, Antioquia é. uma cidade; a igreja em Éfeso, Éfeso é um porto
marítimo. Na Bíblia, a base da igreja é a localidade onde está a igreja. As igrejas
todas tomam a localidade por limite.
Aqui está um ponto importante; por favor, prestem atenção. Se os irmãos e
irmãs de Xangai, por exemplo, desejarem posicionar-se sobre a base da igreja, só
poderão fazê-lo sobre a base do Espírito Santo e de Xangai. Devem posicionar-se
sobre a base do Espírito Santo, mas também devem posicionar-se sobre a base de
Xangai, porque Xangai é a localidade onde moram. Uma vez mudada a localidade,
imediatamente você perderá a base da igreja. Vamos a algumas ilustrações.
A Igreja e as Igrejas
Primeira Tessalonicenses 2:14 diz: "igrejas... na Judéia". A igreja mencionada aqui
está no plural em grego, inglês e chinês. São as igrejas na Judéia. Por que está no
plural? É porque, naquela época, a Judéia era uma província de Roma. Como numa
província existem muitas localidades, conseqüentemente existem muitas igrejas. Por
isso, não se fala em "igreja na Judéia", mas "igrejas na Judéia". Nas Escrituras, há
somente a igreja local e não a igreja provincial. O mesmo acontece com a Galácia,
que era uma província constituída de muitas localidades; portanto se diz: "às igrejas
da Galácia" (l Co 16:1). Éfeso era um porto marítimo, uma localidade; por isso a
"igreja em Éfeso" está no singular (Ap 2:1). Este ponto está muito claro na Bíblia.
Filadélfia, por exemplo, era uma cidade, e só existia uma igreja lá (Ap 3:7). A Ásia,
hoje conhecida como Ásia Menor, era uma grande província; portanto a Bíblia diz: "às
sete igrejas... na Ásia" e não "à igreja... na Ásia" (Ap 1:4, 11).
Somente uma Igreja em uma Localidade
Há uma coisa que todos precisamos observar: o mundo não tem uma só igreja; a
Igreja Católica Romana, portanto, é errada. Um país não tem uma igreja; portanto a
Igreja Anglicana (Igreja da Inglaterra ou Igreja Episcopal) é errada. Uma província
não tem uma igreja, tampouco uma raça. Na Bíblia, somente a menor unidade
administrativa tem uma igreja, somente uma localidade ou uma cidade tem uma
igreja. A igreja de uma localidade não pode unir-se com a igreja de outra
localidade, para ambas se tornarem uma igreja. Cada cidade só pode ser ajustada a
uma igreja, assim como um esposo só pode ser combinado com uma esposa.
Portanto, em Antioquia, temos a igreja de Antioquia" e não as "igrejas de
Antioquia" (At 13:1). Seria errado dizer as "igrejas de Antioquia". De acordo com a
determinação de Deus, uma localidade só pode ser combinada com uma igreja,
nunca com muitas igrejas. Na Bíblia você jamais encontrará as igrejas em Corinto,
ou as "igrejas de Antioquia". Mas a Bíblia, na verdade, diz: a "igreja de Antioquia", a
"igreja... em Corinto" (l Co 1:2), a "igreja em Filadélfia", todas no singular. Não havia
"igrejas" em Antioquia, em Corinto ou em Filadélfia.
A determinação de Deus para a igreja é: a autoridade do Espírito Santo, no lado
espiritual, e o limite da localidade, em sua aparência externa. Quando a igreja em
Corinto teve a tendência de dividir-se em quatro facções, Paulo imediatamente os
repreendeu, por serem facciosos e carnais. Quando os coríntios estavam a ponto de
dividir-se em muitas pequenas igrejas — uma de Paulo, outra de Cefas, outra de
Apoio e outra de Cristo — o Espírito Santo falou-lhes que aquilo era carnal. Cada
cidade, cada localidade só pode ser combinada com uma igreja. Sempre que
aparecer mais de uma, tal será uma divisão, uma seita, o que é rejeitado por
Deus. Do ponto de vista de Deus, a igreja em Corínto tornou-se carnal. Por quê?
Porque só pode haver uma igreja em uma localidade; uma segunda não pode ser
estabelecida. Quando uma igreja já está estabelecida, a segunda, então, é uma
divisão, e é carnal. Nunca poderá haver mais de uma igreja em uma localidade.
Alguns dizem que desejam suprir os outros com alimento espiritual, mas alimento
espiritual não é base suficiente para se estabelecer uma igreja. Outros dizem que
querem ajudar as pessoas a entender a Bíblia, mas ajudar os outros a entender a
Bíblia também não é base suficiente para se estabelecer uma igreja. Tampouco
ensinar os outros a conhecer o Espírito Santo é base adequada para se
estabelecer uma igreja. Alguns dizem que precisamos de um reavivamento, e que
uma igreja de reavivamento deveria ser estabelecida. Recentemente, em certo
lugar, alguém estabeleceu uma "Igreja do Reavivamento", com o único objetivo
de reavivamento espiritual; mas, com o reavivamento, também não existe base
para se estabelecer uma igreja. Os homens não podem estabelecer uma igreja,
porque eles não têm a base para estabelecer a igreja. Paulo não tinha base para
estabelecer a igreja; tampouco Cefas ou Apoio. Éfeso tem a base para estabelecer
uma igreja, mas Paulo não é igual a Éfeso! Corinto tem a base para estabelecer
uma igreja, mas Paulo não é igual a Corinto, tampouco o é Cefas ou Apoio; eles
todos não eqüivalem a Corinto. Não tinham a base e não eram qualificadas a
estabelecer uma igreja, porque cada igreja deve ser combinada com uma locali-
dade. Se não se combinar com uma localidade, será impossível estabelecer-se
uma igreja. Se não há localidade, não há igreja. É mais do que evidente que Deus
toma por base o limite da localidade.
Só Pode Haver uma Igreja em Xangai
Nós, em Xangai, temos uma igreja que não se posiciona sobre nenhuma base de
denominação, nenhuma base de sectarismo, e nenhuma base de qualquer outra
coisa, mas sobre a base de Xangai. Esta é a igreja em Xangai. Suponhamos que eu
tivesse uma desavença com o irmão Chang; então o deixaria fazendo suas reuniões
na Rua Nan-Yang, enquanto eu acharia um lugar na Rua Szechwan para as minhas
reuniões. É como se você fosse para o sul, e eu, por isso, fosse para o norte,
totalmente opostos um ao outro. Na Rua Szechwan, prego o evangelho, e um grupo
de pessoas são salvas. O local de reuniões da Rua Nan-Yang pode acomodar 2.400
pessoas; eu construo um maior na Rua Szechwan para acomodar 2.600. Lá
também prego o evangelho. Mas deixem-me dizer-lhes algo: posso conduzir muitos
à salvação, posso dar mensagens, posso edificar os santos, mas jamais poderei
tornar-me a igreja. Por quê? Porque a qualificação para tomar Xangai como base da
igreja já foi tomada por outros.Por isso, não estou qualificado a estabelecer outra
igreja, pois só pode haver uma igreja em Xangai.
Uma Igreja Pode Ser Estabelecida em uma Localidade Onde não
Existe Igreja
Atualmente, por exemplo, em Pi-Chieh, na província de Kweichow ninguém até
agora tomou a posição de estabelecer uma igreja sobre a base da localidade. Se
alguém deseja fazê-lo, então está bem, que ele vá a Pi-Chieh e o faça, porque, em
uma localidade, só pode haver uma igreja local. Se uma igreja adicional aparecer
por lá, Deus a considerará uma divisão. É como uma mulher unindo-se a um
homem. Se casar com um homem solteiro, será sua esposa. Se ele já for casado, como
poderá ela tornar-se sua esposa? Ela só poderá unir-se a um homem que não tem
esposa. Todo o Novo Testamento fala-nos uma coisa: a igreja é local. Precisamos ver
que ela é local. Nas epístolas, observamos a igreja em Corinto (l Co 1:2), a igreja em
Cencréia (Rm 16:1). Em Apocalipse notamos as sete igrejas na Ásia (Ap 1:4). Em cada
localidade, há somente uma igreja. A igreja não pode desvincular-se da localidade e
ser independente.
Lembrem-se, por favor, de que uma igreja só pode ser estabelecida em uma
localidade onde não há igreja. Se já existe uma igreja em uma localidade, só
poderemos unir-nos a ela; não poderemos estabelecer uma outra. Uma vez
estabelecida outra, tal será uma divisão, que é seita condenada por Deus. Qual é a
diferença entre uma esposa e uma concubina? Tudo é o mesmo, exceto a posição!
Só a base é diferente; no resto, tudo é o mesmo. Embora exteriormente possam
parecer iguais, algo falta a uma delas, isto é, a base.
Que é Divisão?
Divisão significa falta de base, e o estar sem a base é condenado por Deus! Por
favor, desculpem-me por usar novamente Pi-Chieh, província de Kweichow, como exem-
plo. Qual é a diferença entre você ir a Pi-Chieh pregar o evangelho, salvar pessoas,
edificar os santos; e ir à Rua Szechwan, em Xangai, e lá fazer o mesmo? Exteriormente,
não há diferença alguma! Isso não significa que, quando você prega o evangelho na
Rua Szechwan, as pessoas não possam ser salvas; não quer dizer que, quando você
prega o evangelho na Rua Szechwan, as pessoas não possam receber a vida eterna;
tampouco vem indicar que as pessoas da Rua Szechwan vão abandonar sua
experiência de salvação. A verdade do evangelho ainda é a mesma, e as mensagens
podem ser dadas de uma maneira muito clara, como se tudo fosse o mesmo. Mas
você não pode estabelecer outra igreja na Rua Szechwan. Se você for até lá para
estabelecer uma igreja, tal será uma divisão. As mensagens que você prega em Pi-
Chieh, província de Kweichow, podem ser exatamente as mesmas que você prega
na Rua Szechwan, em Xangai. Nas duas diferentes localidades, porém, existem duas
bases distintas. Em Pi-Chieh, província de Kweichow, poderá existir uma igreja, ao
passo que na Rua Szechwan existirá uma divisão. A mesma mensagem é pregada
nestas duas localidades, mas que grande diferença! Suponhamos que você
estabeleça a Mesa do Senhor em Pi-Chieh, isto é, a Ceia do Senhor, o Partir, do Pão.
Um dia, você muda essa mesma Mesa com todos os participantes de Pi-Chieh para a
Rua Szechwan, em Xangai. Aqui você ora, estuda a Bíblia e louva ao Senhor da
mesma maneira como fazia antes. Nestas coisas não há diferença alguma. Mas, em
Pi-Chieh, você é uma igreja, enquanto na Rua Szechwan você será uma divisão.
Quando uma mulher casa com um homem solteiro, ela é sua esposa; mas, se casar
com um homem já casado, ela não será sua esposa. Quando vamos a um lugar
onde não há igreja, podemos estabelecer uma igreja. Mas, num lugar onde já
existe uma igreja, só podemos unir-nos a ela; não podemos estabelecer outra.
Este é um princípio básico na Bíblia. Se você não der importância ao limite da
localidade, tudo estará terminado. Se o menosprezar, então você não terá a
base.
Espero que, diante de Deus, você compreenda estes dois pontos: 1) a igreja de
Deus é estabelecida sobre a autoridade do Espírito Santo; 2) a igreja de Deus é
estabelecida sobre o limite da localidade. A base da igreja é estabelecida na direção
do Espírito Santo. Você não pode dizer: "É por direção do Espírito Santo que
estamos nos reunindo na Rua Szechwan". Se realmente fosse a direção do Espírito
Santo, a primeira coisa que Ele argumentaria é que o lugar onde você se reúne é
errado. Conseqüentemente, você violou e contrariou a primeira limitação Dele;
você, portanto, não tem a base sobre a qual posicionar-se. Dizer apenas que você
tem o Espírito Santo não é suficiente; também deve considerar a jurisdição da
localidade, que é estabelecida pelo Espírito Santo. A localidade é a jurisdição da qual
você jamais pode afastar-se; você só pode submeter-se. Os homens não têm
liberdade alguma quanto à jurisdição da localidade estabelecida pelo Espírito Santo.
A Localidade Restringe a Formação de Divisões
Espero que os irmãos e as irmãs se apeguem firmemente a esse princípio
básico, para que possam ver clara e minuciosamente as assim chamadas
denominações, igrejas, grupos e organizações. Se qualquer grupo não estiver
edificado sobre a base da localidade, você saberá que ele não é a igreja. Está claro?
Você acha estranho? Eu o acho estranho, quando leio na Palavra. Ir da autoridade
do Espírito Santo para o limite da localidade parece-se com cair de três mil metros
de altura, numa queda só, do céu para a terra! A Bíblia realmente nos revela que a
base da igreja é a autoridade do Espírito Santo. A Bíblia, todavia, também nos
mostra que só ter o Espírito Santo não é suficiente; precisamos, também, que a
isto se acrescente a base da localidade. Esses dois requisitos, colocados juntos,
produzem a igreja. À medida que olhamos para trás, vamos ficando mais claros e
mais louvamos a Deus. Se, nos últimos dois mil anos, as pessoas da igreja
estivessem dispostas a ser limitadas pela localidade, não teria havido tantas
dificuldades e tanta confusão. Se o homem tivesse se submetido à autoridade de
Deus, tanto o Catolicismo quanto o Protestantismo jamais poderiam estabelecer-
se. Tampouco teriam sido estabelecidas as mais de cem denominações na China,
e as mais de seiscentas grandes organizações e cinco mil organizações menores em
todo o mundo. Todas teriam sido restringidas pelo limite da localidade.
A Localidade nunca Muda
Perdoem-me por usar termos políticos. Uma dinastia pode mudar, mas uma
localidade nunca muda; um partido político pode mudar, mas uma localidade não;
até mesmo um país pode mudar, mas ainda assim uma localidade permanecerá a
mesma. Xangai sempre foi Xangai, e Chang-Chun sempre foi Chang-Chun. Durante
a dinastia Ching, Xangai era Xangai; durante a República, ainda era Xangai; até
agora, continua sendo Xangai. Durante a guerra sino-japonesa, quando o país quase
passou a fazer parte de outro, a localidade permaneceu a mesma. Todas as coisas
mudarão, mas a localidade nunca mudará. Deus deseja a localidade como base
para a igreja. Podemos ter a igreja na localidade de Roma, mas nunca a igreja do
Império Romano. O nome é o mesmo, mas, na realidade, são diferentes. A igreja na
cidade de Roma é reconhecida pelo Espírito Santo, mas a igreja do Império Romano
não. Por esse motivo, precisamos aprender diante de Deus a não perder esta
base da localidade.
Por favor, lembrem-se disto: a igreja deve posicionar-se sobre a base da
localidade. Por muitos anos, nós nos temos posicionado sobre essa base, rejeitando
tudo o que não está de conformidade com ela, rejeitando todos os outros rótulos.
Qualquer grupo que não toma Xangai como base, não é a igreja em Xangai. O
trabalho que aqui temos é realizado com a esperança de edificar a igreja em Xangai.
Se alguém de fora perguntar sobre esse assunto, você deverá deixar-lhe claro que a
igreja interiormente tem a autoridade do Espírito Santo como conteúdo, e,
exteriormente, o limite da localidade. A autoridade do Espírito Santo mais o limite
da localidade formam uma igreja. Se não houver autoridade do Espírito Santo inte
riormente e se não houver o limite da localidade, tal não será uma igreja.
A Base da Igreja e as Bênçãos Espirituais
Quanto mais clara é a base da igreja, mais ricas são as bênçãos espirituais.
Principalmente nesses últimos dois anos, temos visto que Deus definitivamente
abençoou a base da igreja. Muitos irmãos e irmãs começaram a perceber a
diferença entre o caminho do individualismo e a base da igreja.
Você pode ver a bênção do Senhor, porque a autoridade do Espírito Santo está
em todos os membros, levando-os a servir a Deus em coordenação, e não em
atividades individuais. Em algumas igrejas locais, o número de membros aumentou
duas vezes, cinco vezes e dez vezes, tudo em múltiplos.
Originalmente, havia em Taipé aproximadamente trinta membros, mas agora
aumentaram para mais de mil (Nota dos tradutores: Em 1977, a igreja em Taipé
contava com mais de vinte e três mil membros). Enviamos a essa cidade alguns
irmãos, que trabalham muito diligentemente. Deus continua a abençoar, e o
número de membros continua aumentando. Quando estava em Hong-Kong (na
primavera de 1950 - editor), recebi uma carta de um irmão, através da qual pude
sentir que ele realmente conhecia o que era a igreja, e isto devido ao seguinte
incidente. A igreja em Taipé esperava que o irmão Witness Lee fosse responsável pela
campanha de evangelização, por ocasião do Ano Novo chinês. Depois de estar tudo
acertado, o irmão Lee precisou vir até Hong-Kong, para resolvermos alguns
assuntos. Eles ficaram realmente desapontados, pensando que não poderiam
realizar tal campanha. O irmão Lee disse-lhes: "Para mim, ter um irmão Lee é
apenas ter um irmão a mais; perder um irmão Lee é simplesmente perder um irmão".
Se houvesse uma igreja em Taipé, ter ou perder o irmão Lee seria uma questão de
ter ou perder um irmão. Todavia, se não houvesse igreja em Taipé, então, quando
o irmão Lee se fosse, metade de Taipé também se iria. Não obstante, o resultado
daquela campanha de evangelização foi maravilhoso! Alguns dos irmãos que vocês
suporiam incapazes de pregar o evangelho o fizeram contra toda expectativa. Como
resultado, mais de mil e quatrocentos pessoas receberam o Senhor. Nas reuniões
dos dois dias seguintes, duzentos e vinte e oito foram batizadas. Não faz diferença
se um irmão é tirado ou acrescentado, porque lá existe a igreja. Voltando agora à
carta do irmão, estou contente pela sua afirmação: "Acredito que, se nós, irmãos,
aprendêssemos a servir o Senhor de uma maneira coordenada, mesmo que
houvesse três mil ou dez mil convertidos, seríamos capazes de digeri-los e absorvê-
los". Quando a igreja vem à existência e começa a funcionar, então, se vierem
quinhentos, quinhentos serão digeridos; se vierem mil, mil serão digeridos. Esta é a
igreja de Deus.
Um Vaso Necessário para Conter a Bênção de Deus
Alguns de nós oramos ao Senhor, pedindo-Lhe que nos abençoe da mesma
maneira como abençoou a igreja durante o Pentecoste. Mas, se o Senhor realmente
respondesse às nossas orações, o que faríamos? Se Ele realmente nos concedesse a
bênção de Pentecoste, o que faríamos? Se o Senhor nos desse três mil ou cinco mil
pessoas, o que faríamos? Se vários milhares de pessoas subitamente enchessem o
nosso local de reuniões, você imediatamente veria que não seríamos capazes de
digerir a todos eles. Por exemplo, se em Xangai três mil pessoas fossem acrescenta-
das de uma só vez, não seríamos capazes de digeri-las. Não saberíamos como batizá-
las, como distribuí-las nas várias casas onde há reuniões para ter a Mesa do Senhor,
como edificá-las e como visitá-las. Todavia, quando Deus abençoa e a igreja é forte,
podemos facilmente digeri-las. Não importa quantos venham: não ficaremos nos
arrastando, sem saber como conduzi-las adequadamente. Temos aqui cerca de mil e
quinhentos irmãos e irmãs entre nós, e a nossa comunhão ainda não é adequada. O
que faríamos se outros mil nos fossem acrescentados? Ser-nos-ia difícil carregá-los,
se Deus nos abençoasse assim. Não estamos falando de uma organização, mas de
um organismo que possa suportar as bênçãos de Deus. Se Deus nos abençoasse,
dando-nos três mil, e dois mil desaparecessem depois de dois dias, isso não seria a
igreja. Se Deus nos desse tantas pessoas, poderíamos nem sequer notar que elas
desapareceram. Se não percebermos quando as pessoas vêm e quando elas vão,
isso não é igreja. A igreja é um organismo com tal capacidade, que pode conter a
bênção de Deus. Espera-se que a igreja atinja um ponto tal, que, quando Deus
abençoar abundantemente, haja um vaso capaz de conter essa bênção. Quando
todo o corpo de irmãos e irmãs obedecem ao Espírito Santo, todos têm parte no
serviço e todos são abençoados. Ninguém do corpo introduzirá suas próprias
opiniões, mas todos estarão ocupados em servir; é nesse momento que surge a
igreja de Deus.
Digo-lhes que, se vocês não se estão preparando para a obra do Espírito Santo,
Ele não agirá. Vocês todos devem preparar-se para a obra Dele. Sempre devemos
preparar mais lugares, preferindo deixar o Senhor trazer as pessoas a deixá-lo levá-
las embora. Quando o Espírito Santo começar a agir, você verá que não haverá
lugares suficientes. Precisamos preparar-nos para a obra do Espírito Santo,
providenciando um local de reuniões maior e ampliando a nossa capacidade; então o
Senhor abençoará. Precisamos preparar homens para o serviço; então o Senhor
abençoará. Se não prepararmos cada um para o serviço, o Espírito Santo não terá
meios para agir.
Todos Precisamos Aprender a Servir
Espero que os irmãos e as irmãs vejam que a base da igreja fundamenta-se na
localidade e na autoridade do Espírito Santo. Uma vez que a autoridade do
Espírito Santo se faz presente, isso significa que cada um começa aprendendo a
libertar-se de suas próprias idéias e a submeter-se à autoridade de Deus. À medida
que cada um começa aprender a servir, a igreja de Deus aparece. Na igreja, não é
suficiente que as nossas opiniões pessoais não sejam introduzidas, mas também, do
lado positivo, é necessário que cada um se submeta à autoridade do Espírito Santo.
Uma vez que as pessoas se submetam à autoridade do Espírito Santo, imediatamente a
Sua autoridade começará a nos dirigir e fará com que todos comecem a servir; e,
assim, todos servirão.
Vocês, irmãos responsáveis pelas casas onde há reuniões, perdoem-me por dizer
as seguintes palavras: a responsabilidade básica que vocês têm diante de Deus é que
vocês mesmos precisam servir; mas isso não é suficiente. Se vocês podem fazer, mas
não conseguem levar os outros a fazer, estão fracassados. O Espírito Santo deseja
levar todos a servir. Do lado negativo, não introduza suas próprias idéias; do lado
positivo, deixe que o Espírito Santo faça com que cada um sirva. A autoridade do
Espírito Santo significa que Ele pode fluir através de cada um, que Ele pode dirigir
cada um. Portanto aquele que só pode servir por si mesmo, mas não pode confiar
responsabilidades a outros, é alguém que fracassa. Aquele que não conserva a
responsabilidade nas suas próprias mãos, mas a distribui aos irmãos e irmãs, para que
eles tenham parte na obra, é aquele a quem Deus usará.
Não pense que, quando as necessidades surgirem, será seu direito fazer tudo. Se,
quando as necessidades surgem, você as resolve rapidamente, conservando-as em
suas mãos, sem distribuí-las, isso bloqueia a obra do Espírito Santo. As
responsabilidades devem ser distribuídas; não devem ser retidas em suas próprias
mãos. Retê-las é sempre um obstáculo. As responsabilidades não devem estar presas a
você. Quando a autoridade do Espírito Santo tem liberdade na igreja, não importa se é
você quem faz ou não, mas é uma questão de permitir que o Espírito Santo tenha
liberdade para liberar-Se. Quando a autoridade Dele age, move-se e é liberada em todo
o Corpo, então temos a igreja.
O trabalho sempre deve ser distribuído; distribuir é um princípio. Sempre que
algo lhe aparece, você o distribui imediatamente. Quando algo pode ser feito por
uma pessoa e também pode ser feito por cinco pessoas, é melhor distribuí-lo entre
as cinco. Sempre procure fazê-lo levando outros consigo. Quando proceder assim,
você estará treinando os irmãos e levando-os a fazer as coisas, de modo que todos
estejam aprendendo a servir.
O irmão Witness Lee e eu passamos um longo tempo buscando o Senhor e
conversando (Nota dos editores: em fevereiro e março de 1950, em Hong-Kong).
Cremos ainda mais naquilo que vimos antes. Nos dias vindouros, Deus certamente
usará o caminho da migração. Portanto cada irmão precisa aprender a ser treinado.
Vocês não devem esperar que, no futuro, um grupo de irmãos migrem para Nan-
Chang, e que lá a igreja em Nan-Chang vá treiná-los por vocês. Temos que treiná-los
agora! Temo que os irmãos e irmãs não tenham aprendido o suficiente diante de
Deus e que, quando chegar a época da migração, tais irmãos não possam sair e
migrar. Portanto cada um deve aprender algo referente à igreja. Precisamos,
porém, aprender muito mais diante do Senhor sobre o serviço de todo o Corpo.
Assim haverá um caminho para que Deus flua de nós.
CAPÍTULO DOIS
A IGREJA NUMA CIDADE E A IGREJA NUMA CASA
(Palestra proferida aos irmãos em Xangai, a 1° de abril de 1950, e publicada em "A Porta
Aberta", a 30 de junho de 1950).
Com referência à base da igreja, dissemos que, em uma cidade, deve haver
somente uma igreja, pois deve haver apenas uma unidade. Mas algumas pessoas
dizem que "a igreja em uma casa" — tomando por base as Escrituras — "é uma
unidade adicional à localidade". O que querem dizer é que a igreja pode ter várias
unidades numa localidade. O que dizer sobre tal tipo de afirmação? O Novo
Testamento, em quatro lugares diferentes, menciona a igreja em uma casa, isto é,
num lar.
1. Romanos 16:5:"Saudai, igualmente a igreja que se reúne na casa deles..."
"Deles se refere a Priscila e Áqüila, do versículo terceiro. Aqui o fato é simples. A
igreja em Roma, como centenas e milhares de outras igrejas, começou,
primeiramente, na casa de um irmão. Isso significa que os principais membros da
casa desse irmão já eram irmãos no Senhor. Ao mesmo tempo, não havia muitos
membros na igreja; usavam, portanto, a casa deste irmão como seu local de
reuniões. Este é um fato histórico, e não doutrinário. É possível justificar uma
doutrina; mas o mesmo não ocorre com a História, pois acontecimentos históricos
são fatos. Qualquer pessoa que esteja familiarizada com a História sabe que
centenas e milhares de igrejas, primeiramente, se iniciaram em lares. A igreja
num determinado lugar, portanto, tornou-se a igreja na casa de uma certa pessoa.
A igreja em Roma era a igreja na casa de Priscila e Aqüila.
Alguns podem perguntar: "Uma vez que Paulo enviou saudações tanto à igreja em
Roma como à igreja em uma casa, mostrando assim não haver somente a igreja
local, mas também a igreja numa casa, não existiriam, conseqüentemente, duas
igrejas?"
Vamos devagar: Temo que você não tenha ouvido a Palavra de Deus
cuidadosamente. O livro de Romanos jamais menciona o termo "a igreja em
Roma". Como, então, o apóstolo pode ter saudado a igreja em Roma? O livro de
Romanos, ao enviar saudações, não o faz claramente à "igreja em Roma", mas sim a
igreja em casa". Está implícito, entretanto, que a saudação enviada à igreja em casa
de Priscila e Aqüila é a saudação enviada à igreja em Roma, a qual se reunia em casa
de Priscila e Aqüila. Assim a igreja em Roma era a igreja na casa deles.
Presumo que a dificuldade daqueles que discutem sobre isso advenha do fato de
que, após o versículo quinto, Paulo novamente menciona vários nomes. Acredito que
todos os expositores da Bíblia sabem que, após ter saudado a igreja no versículo
quinto, Paulo mencionou propositadamente um bom número de pessoas
importantes, e especialmente as saudou uma a uma. Isto não significa, todavia, que
tais pessoas estivessem fora da igreja em casa, mas sim que eram as pessoas, dentro
da igreja em casa, às quais Paulo especialmente enviava suas saudações. Algumas,
além de estarem incluídas nas saudações gerais à igreja, necessitavam de uma
atenção especial. Não cometam o erro de pensar que, pelo fato de estarem todos
incluídos nas saudações gerais à igreja, seja desnecessário acrescentar-lhes outras
saudações feitas individualmente. Isto não é afeição santa nem tampouco o que
ocorreu. Paulo não fez isto e nem mesmo nós o faríamos.
A prova disto está no versículo terceiro. Se a saudação enviada à igreja
automaticamente incluía a todos, e não havia necessidade de saudá-los novamente,
mencionando certos nomes, então Paulo não deveria ter saudado a Priscila e Áqüila no
versículo terceiro. Ele deveria saudar apenas "a igreja que se reúne na casa deles"
[de Priscila e Áqüila] (versículo quinto). O fato de haver saudado a "igreja que se
reúne na casa deles" [de Priscila e Áqüila já não significava a inclusão de ambos?
A saudação a toda a igreja naturalmente, inclui a cada um individualmente.
Mencionar estes indivíduos, todavia, além de saudar a igreja, não significa que eles
não sejam membros da igreja, ou que sejam membros de um outro grupo. Se assim
fosse, então Priscila e Áqüila não seriam da igreja que se reunia em sua própria casa!
Você percebe agora? Paulo saudou a Priscila e Áqüila no versículo terceiro; e, no
versículo quinto, prosseguiu saudando a igreja que estava na casa de Priscila e
Áqüila. Se a menção dos nomes de alguns indivíduos, além da saudação à igreja,
significa que tais indivíduos não eram desta igreja, e que existia uma outra igreja na
cidade, então até mesmo Priscila e Áqüila, cujos nomes Paulo também mencionou
separadamente em sua saudação, não pertenciam à igreja que estava em sua
própria casa!
O fato é que a igreja na casa de Priscila e Áqüila era a igreja em Roma. A igreja
em Roma, naquela época estava na casa de Priscila e Áqüila. Da mesma maneira
que os indivíduos mencionados antes do versículo quinto — tais como Priscila e
Áqüila — eram desta igreja, assim os muitos indivíduos nomeados após o versículo
quinto também eram desta igreja. E, além disso, muitos outros indivíduos não
mencionados também eram desta mesma igreja.
Nos versículos décimo e décimo - primeiro, mais duas casas são mencionadas, nas
quais também havia o povo do Senhor. Entretanto Paulo não disse: "saudai a igreja
na casa de Aristóbulo" ou "saudai a igreja na casa de Narciso". Somente no
versículo quinto ele realmente disse: "Saudai igualmente a igreja que se reúne na
casa deles" [a de Priscila e Áqüila]. Embora toda a casa de Aristóbulo tenha crido
no Senhor, em Roma havia apenas uma igreja — a igreja que estava na casa de
Priscila e Aqüila. Portanto, embora houvessem cristãos na família de Aristóbulo, eles
não podiam tornar-seuma igreja. Apesar de muitos da casa de Narciso serem cristãos,
estes de sua casa não podiam tornar-se uma igreja independente. Só havia uma
igreja em Roma, que era a igreja na casa de Priscila e Aqüila. Por isso a Bíblia não
menciona a igreja na casa de Narciso. A casa de Aqüila, a casa de Aristóbulo e a casa
de Narciso, todas pertenciam à igreja em Roma. Embora houvesse três casas de
cristãos, não eram três igrejas. Havia somente uma igreja. Roma era uma
localidade; tinha, portanto, apenas uma igreja — a que estava na casa de Priscila e
Aqüila.
Além disso, a História nos conta que, à época do Senhor, Roma já era uma
cidade muito grande. Mas, no início, os cristãos em Roma eram poucos. Por ser
grande a cidade e estarem espalhados os cristãos por toda a cidade, era natural que
Paulo acrescentasse saudações pessoais às saudações enviadas à igreja em Roma, a
qual se reunia na casa de Priscila e Aqüila. Por isso mencionou especialmente: "Saudai
a Asíncrito, Flegonte, Hermes, Pátrobas, Hermas e aos irmãos que se reúnem com
eles" (versículo catorze), e também: "Saudai a Filólogo e a Júlia, a Nereu e sua irmã,
a Olimpas e a todos os santos que se reúnem com eles (versículo quinze). Tais
santos estavam espalhados por lugares distantes uns dos outros, através de toda a
cidade de Roma, assim como os irmãos, hoje, na igreja em Xangai, que moram em
Young Shu Pó e Kiang Wan. Mas Paulo nos diz que havia somente uma igreja na cidade
de Roma, e que tal era aquela que se reunia em casa de Priscila e Aqüila. Embora
estivessem espalhados, e alguns irmãos se reunissem com aqueles que moravam
perto, Paulo, contudo, não os chamou de igreja; chamou-os somente de "irmãos que
se reúnem com eles" ou "todos os santos que se reúnem com eles". Só pode existir
uma igreja em uma localidade.
2. Primeira Coríntios 16:19: "No Senhor muito vos saúdam Aqüila e Priscila e,
bem assim, a igreja que está na casa deles". Esta saudação foi enviada em 59 d.C,
quando Áqüila e Priscila moravam em Éfeso (At 18:18-19). Como a igreja em Éfeso
se reunia na casa deles, foi, portanto, chamada de "igreja que está na casa deles".
Isso não significa que houvesse uma igreja na cidade de Éfeso e outra, na casa de
Áqüila e Priscila, mas que a igreja na cidade de Éfeso era a igreja na casa de Áqüila e
Priscila. Tal fato histórico de maneira alguma pode ser mudado.
Mais tarde esses dois retornaram a Roma, e, mais uma vez, abriram sua casa
para local de reuniões da igreja em Roma. Eram realmente um casal fiel e amável.
3. Colossenses 4:15-16: "Saudai aos irmãos que estão em Laodicéia. e a Ninfa e
à igreja que está em sua casa. E, quando esta epístola tiver sido lida entre vós,
fazei que também o seja na igreja dos laodicenses..." (VRC) (a palavra "e", usada
duas vezes no versículo quinze, é a mesma palavra em grego).
Podemos descobrir, por meio da História, que a igreja em Laodicéia se reunia em
casa de um irmão chamado Ninfa, um cristão de Laodicéia, não de Colossos.
(Verifique isso, por favor, nos escritos de Moore, Alfred, Earle e Finley). Paulo,
portanto, chamou à igreja de Laodicéia de "igreja que estava na casa de Ninfa", isto
é, "a igreja de Laodicéia na casa de Ninfa". Tal é um fato, e está bem evidente
nesta passagem.
É possível que os irmãos mencionados no versículo quinze sejam diferentes da
igreja? Não, é impossível! Paulo mencionou três categorias de pessoas: 1) os
irmãos, 2) Ninfa, 3) a igreja.
Se os irmãos e a igreja não são os mesmos, então onde colocar Ninfa? O
versículo diz: "os irmãos e Ninfa". A expressão "os irmãos" inclui "Ninfa" ou não?
Não importa quem você seja; tem de reconhecer que "os irmãos" inclui "Ninfa".
Logo tanto "os irmãos" quanto "Ninfa" pertencem ao mesmo grupo. Embora
ambos sejam do mesmo grupo, todavia, depois de ter saudado os irmãos (isto é,
após Ninfa ter sido incluído na saudação aos irmãos), Paulo especialmente
destacou Ninfa dentre eles, saudando-o pessoalmente.
Além disso, com relação às categorias (2) Ninfa, e (3) a "igreja que está em sua
casa" [de Ninfa], podemos dizer que a "igreja que está em sua casa" inclui Ninfa? É
claro que sim, a igreja o inclui. Assim sendo, por que não é suficiente que Paulo
diga: "saudai a igreja que está em casa de Ninfa"? Embora a igreja em sua casa
inclua Ninfa, Paulo ainda assim diz: "Saudai... a Ninfa e à igreja que está em sua
casa". Ele saúda a igreja, mas principalmente a Ninfa.
Nestas três categorias de pessoas, Ninfa é parte de cada uma delas. Da mesma
maneira, "os irmãos" e "a igreja são idênticos. Portanto Paulo não pára com a
saudação aos "irmãos de Laodicéia", mas prossegue, saudando a um irmão em
particular chamado "Ninfa". Já que a reunião da igreja se fazia em casa de Ninfa,
Paulo continua, saudando a "igreja que está em sua casa". "Os irmãos" se refere a
indivíduos; "a igreja" se refere a todo o grupo. Mas eles são idênticos. Paulo
primeiramente saúda os indivíduos, depois saúda toda a igreja.
Qual é o relacionamento existente entre a igreja na casa de Ninfa (versículo
quinze) e a igreja em Laodicéia (versículo dezesseis)? O versículo quinze é uma
saudação, enquanto o versículo dezesseis refere-se à leitura da epístola. O versículo
quinze fala da saudação aos irmãos em Laodicéia, os quais eram a igreja que se
reunia em casa de Ninfa. No versículo dezesseis, espontaneamente, sem qualquer
explicação, Paulo informa aos colossenses que os irmãos em Laodicéia (a quem
saudou no versículo quinze) eram a igreja que se reunia em casa de Ninfa, e que
tal igreja era a igreja em Laodicéia. Então, solicitou aos irmãos em Laodicéia que
providenciassem que a epístola fosse lida aos colossenses (Colossos distava apenas
20 km de Laodicéia). Lendo esses dois versículos cuidadosamente, você perceberá
que a igreja em casa de Ninfa, em Laodicéia (versículo quinze), é a própria igreja em
Laodicéia (versículo dezesseis). Pedro é Cefas, e Cefas é Pedro: os dois são
permutáveis. O mesmo ocorre aqui.
4. Filemom 1-2: a "...Filemom... Afia, e a Arquipo... e à igreja que está em tua
casa". Filemom era um cristão que morava em Colossos e era um cooperador do
apóstolo Paulo. A igreja em Colossos reunia-se em sua casa; a frase "à igreja que
está em tua casa", conseqüentemente, indica a igreja em Colossos. Isto é a História!
Teotóno afirma que, até o século quinto, sempre que visitavam Colossos, os
turistas freqüentemente consideravam a casa de Filemom como um ponto histórico.
Sendo famoso lugar histórico, era ponto turístico obrigatório aos que iam a Colossos.
Tal se devia ao fato de que a igreja em Colossos se reunia naquela casa em
particular.
A igreja na casa de Filemom era a igreja em Colossos, pois a igreja em Colossos se
reunia na casa de Filemom. Todas as igrejas na Bíblia, portanto, tomam a localidade
como a unidade: a casa jamais pode ser a unidade para a igreja.
A CASA, UMA UNIDADE INSUFICIENTE
Já vimos que o Novo Testamento menciona quatro vezes a igreja em uma casa.
O que tudo isso, na verdade, significa? Devemos observar essa questão por um
outro ângulo, e ver se a casa é ou não a unidade para a jurisdição de uma igreja. Não
sei se você compreende ou não o que se chama de "unidade de jurisdição". Quando
pesamos alguma coisa, por exemplo, usamos o quilo como unidade; assim o quilo é
a "unidade de peso". Quando medimos coisas, usamos o metro como unidade;
assim o metro é a "unidade de comprimento". O quilo é a unidade de peso, e o
metro, a unidade de comprimento. É uma casa a "unidade de jurisdição" para a
igreja? Como já disse antes, em outros lugares, a unidade de jurisdição para a
igreja é uma cidade ou localidade. Isto se baseia nos ensinamentos de Deus.
Por que uma cidade ou uma localidade pode tornar-se a unidade? É porque Éfeso,
Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia, todas eram localidades, e
apenas uma igreja posicionava-se em cada localidade. A questão agora é que, se
Deus não tivesse tomado a localidade como a unidade de jurisdição da igreja,
então não deveria haver sete igrejas nestas sete localidades. Por que não deveria
haver uma igreja para todas as sete localidades? Ou, se a localidade não fosse
mantida como unidade, por que não deveria haver mais de sete igrejas? Mas, na
Bíblia, Deus nos disse que havia sete localidades e que também havia sete igrejas!
Elas eram as "sete igrejas na Ásia", não "a igreja na Ásia"; eram "as igrejas", não "a
igreja"; eram as "ecclesiae", não a "ecclesia". Não somente existiam sete igrejas
diferentes nesta terra, mas também havia sete candelabros no santo lugar, diante
do Senhor. Havia sete, não um. Sem dúvida, está evidente que as pessoas devem
obedecer àquilo que Deus nos mostrou quanto à questão de tomar a localidade
como unidade de jurisdição para uma igreja.
Permitam-me perguntar novamente: pode a casa tornar-se a unidade para a
igreja? Para responder a esta pergunta, precisamos ter uma mente bastante clara;
caso contrário, cometeremos erros. Precisamos compreender a diferença entre a
casa mencionada na Bíblia e a casa mencionada por aqueles que, hoje, defendem
a igreja numa casa. A casa ensinada na Bíblia é o lugar onde a igreja se reunia
naquela localidade. A igreja na casa de uma pessoa, portanto, é também a igreja
naquela localidade. A igreja na casa de Aqüila era a igreja em Roma, a igreja na casa
de Ninfa era a igreja em Laodicéia, e a igreja na casa de Filemom era a igreja em
Colossos.
Mas, e hoje? As pessoas ensinam que Roma é uma localidade, mas que pode
haver lá duas igrejas: uma em uma rua e outra em uma casa. Em Colossos, pode
haver três igrejas: uma em uma rua, duas em duas diferentes casas. Portanto as
pessoas ensinam que a igreja em uma casa é uma igreja menor do que a
jurisdição de uma localidade; isto é, na mesma localidade, pode haver muitas
igrejas. Utilizam a palavra "casa" da Bíblia para entenderem que a unidade da
igreja nas Escrituras não está limitada a uma localidade, mas a uma casa. Por isso
vocês devem atentar em que a "casa" mencionada na Bíblia e a casa proposta por
algumas pessoas têm significados completamente diferentes.
Agora, a questão é: existe na Bíblia uma unidade menor do que a localidade
para o limite, para a jurisdição da igreja? O homem diz que sim, porém Deus diz
que não! Essa pergunta é bem fácil de se responder. Já vimos que só havia uma
igreja em Roma, uma igreja em Colossos e uma igreja em Laodicéia. O livro de
Apocalipse claramente nos mostra que a igreja em Laodicéia está no singular, o que
também corresponde a um candelabro de ouro nos céus.
O exemplo mais evidente foi a igreja em Jerusalém, que, àquela época, era a
igreja com o maior número de pessoas. Todos os que estudam a Bíblia sabem que
as reuniões da igreja em Jerusalém eram realizadas em diferentes casas. A Bíblia
diz: "Diariamente persevera-vam unânimes no templo... de casa em casa..." (At
2:46). A palavra "casa" aqui não é meramente uma casa. Atos 5:42 também diz:
"...no templo e de casa em casa...". Aqui também não é meramente uma casa.
Mais tarde, quando Pedro saiu da prisão, foi para a "casa de Maria" (At 12:12),
que era uma entre muitas casas. Agora a questão é se esse tipo de casa pode ser
a unidade de jurisdição para a igreja. A História nos mostra que, entre todas as
outras igrejas, Jerusalém teve o maior número de membros e o maior número de
reuniões em lares. Se Deus tivesse qualquer intenção de tomar a casa como
unidade da igreja, então Jerusalém teria sido a localidade mais qualificada e o
exemplo mais típico. Se em Jerusalém, onde havia muitos membros e muitas
casas, Deus não usou a casa para ser a esfera, a jurisdição da igreja, concluímos
então ser totalmente impossível encontrar em qualquer outro lugar o fato de que
uma casa seja a esfera da igreja.
Qual é, então, a realidade? Havia muitas casas em Jerusalém, mas Deus tinha
somente uma igreja em Jerusalém, a Cada vez que mencionou a igreja em
Jerusalém, o Espírito Santo usou convictamente a palavra "igreja" no singular, e
nunca 'igrejas" no plural. A Bíblia registra somente o termo "a igreja em Jerusalém",
e não "as igrejas em Jerusalém". Ela jamais declara: "cada igreja em cada casa em
Jerusalém". É possível que tenha havido muitas casas de reuniões, mas, mesmo
assim, elas eram a única igreja em Jerusalém. Qualquer idéia de tomar a casa como
unidade para a igreja é um conceito humano e não o ensinamento da Bíblia. Só
esta frase "a igreja em Jerusalém" (At 8:1). Já é suficiente para impossibilitar a
qualquer um que deseje o estabelecimento de uma igreja isolada, independente,
individualista e solitária em uma casa.
Podemos também comparar Atos 14:23 com Tito 1:5, isto é: "...promovendo-lhes
em cada igreja a eleição de presbíteros..." e "...em cada cidade, constituísses
presbí-teros...". Esses dois versículos se correspondem e concordam um com o
outro. "Cada igreja" está em "cada cidade". Está em "cada cidade", e não em cada
casa. A casa pode ser usada como um local de reuniões, e a igreja pode ser
chamada de igreja na casa de certa pessoa; mas a igreja na casa de Ninfa ainda era
a igreja em Laodicéia. A cidade ou a localidade — jamais a casa — é o limite, a
jurisdição e unidade da igreja.
DOIS ERROS
Os dois maiores erros cometidos pelo homem são: 1. Querer ter uma igreja maior
do que a cidade ou a localidade; querer unir muitas igrejas em diferentes loca-
lidades e fazer delas uma grande igreja, maior do que a localidade. Jamais
pensaram que, nas Escrituras, não se registra um termo equivalente a "igreja na
China". Quantos são capazes de perceber que o termo "a igreja na China" não é
bíblico? Todos os filhos de Deus devem compreender que, nas Escrituras, não
há uma igreja unida maior do que a localidade.
Temos, por exemplo, 'às igrejas da Galácia", e não "à igreja da Galácia" (Gl
1:2). Temos "as igrejas aos gentios", e não a "igreja dos gentios" (Rm 16:4). Temos
as "igrejasde Deus... na Judéia" (uma província), e não a "igreja de Deus... na
Judeía" (l Ts 2:14). Temos "às sete igrejas... na Ásia", e não "à igreja... na Ásia"
(Ap 1:4). Temos ainda "as igrejas" na Síria e Cilícia (distritos) e não "a igreja" na
Síria e Cilícia (Atl5:41).
Portanto o limite, a jurisdição da igreja sobre a terra, está restrito a uma
localidade. Ainda que você junte duas igrejas, que estão em duas localidades
diferentes, elas não podem ser uma igreja; ainda são duas igrejas. Na província da
Ásia, se você somar as igrejas como uma, mais uma, mais uma, mais uma, mais
uma, mais uma, mais uma, o resultado não será uma igreja, mas sete igrejas. Se
você somar todas as igrejas das diferentes localidades de toda a província da
(Galácia, você ainda não terá a igreja na Galácia, mas as "igrejas da Galácia".
Quem disse que a igreja está acima, além da localidade? Que Deus possa abrir
os seus olhos, a fim de que você não cause confusão ao testemunho de Deus.
2. Por outro lado, as pessoas desejam ter uma igreja menor do que a cidade ou
a localidade. Desejam dividir uma localidade em muitas "igrejas", muitas
"assembléias", muitas "congregações", ou igrejas em casas", usando este último
como um maravilhoso título. Mas estas são todas da mesma natureza, isto é,
servem para causar divisões, para estabelecer suas próprias seitas segundo a
carne. Os filhos de Deus devem diferenciar bem a "casa" mencionada na Bíblia da
"casa" concebida pelo pensamento humano. Na Bíblia, quando a casa eqüivale a
uma localidade ou cidade, os cristãos que nela se reúnem são chamados de
igreja, como a igreja em Roma, a igreja em Colossos, a igreja em Laodicéia, etc.
Mas, quando a casa é menor do que a localidade ou cidade, os cristãos que nela
se reúnem não são chamados de igreja, como as reuniões da igreja em Jerusalém
realizadas em várias casas. Isto é muito diferente da casa concebida pelo
pensamento humano, que é feita menor do que a localidade ou a cidade,
perpetuando assim a vida das seitas, ou dando outra forma às mesmas.
Os irmãos, portanto, devem lembrar-se de que o ensinamento bíblico é "a igreja
em Jerusalém", e não "as igrejas em Jerusalém" (At 8:1); é "a igreja... cm Corinto", e
não "as quatro igrejas em Corinto" (l Co 1:2); é "a igreja em Laodicéia" (Ap 3:14;
Cl 4:15-16). Encontramos "a igreja em Éfeso", e não "as igrejas em Éfeso" (Ap 2:1).
Temos "a igreja dos Tessalonicenses", e não "as igrejas dos Tessalonicenses" (l Ts 1:1).
Também temos "a igreja... em Antioquia", e não "as igrejas em Antioquia" (At 13:1 -
V.R.C.).
A igreja de Deus toma a localidade como o seu limite! Quando a igreja na casa de
certa pessoa é completamente equivalente à igreja daquela localidade, pode ser
chamada de igreja na casa dessa pessoa. Todavia, quando a "igreja" na casa de
certa pessoa é menor do que a igreja em sua localidade, não pode ser chamada de
igreja. Quando você junta as "igrejas" na "casa" de Cefas, na "casa" de Paulo, na
"casa" de Apoio e na "casa" de Cristo, não existem quatro igrejas em Corinto, mas
sim a igreja em Corinto, no singular. Então se conclui que Deus nunca fez deste tipo
de "casa" uma unidade para o limite, para a jurisdição da igreja. Como as quatro
casas não são quatro unidades, os cristãos que nelas se reúnem, respectivamente,
não podem ser quatro igrejas.
Deve ter havido mais de dez mil irmãos em Jerusalém, e é possível que eles se
tenham dividido em cem casas para as reuniões (não sabemos o número exato).
Como casas desse tipo são menores do que a cidade, menores do que a localidade e
menores do que Jerusalém, elas não são suficientes para se tornarem as unidades
das igrejas. Portanto, se você juntar as cem casas, não se tornarão cem igrejas. Na
Bíblia, só há a igreja em Jerusalém, no singular. Já que as cem casas juntas não
podiam tornar-se cem, mas só podiam totalizar uma, isso significa que cada uma
das cem não era suficiente para tornar-se uma unidade por si mesma.
Se a igreja na casa de Ninfa (Cl 4:15) e a igreja em Laodicéia (versículo dezesseis)
não são a mesma, então, ao somá-las, o resultado será duas igrejas. Mas, depois
que "as" somamos, Deus diz, em Apocalipse 3:14, a "igreja em Laodicéia", e não as
igrejas" ou as "duas igrejas" em Laodicéia. São uma somente.
Quando menor do que a localidade, a casa não é suficiente para tomar-se a
unidade. Quando equivalente a uma localidade, então é qualificada para tornar-se a
unidade. Mas a unidade é a localidade, jamais a casa. Devemos ficar bem claros de
que, na Bíblia, a unidade-padrão para a igreja, o limite da igreja, é a cidade ou a
localidade. Quando a casa eqüivale à localidade, então podemos dizer "a igreja na
casa de Fulano de Tal". Quando a casa é menor do que a localidade, você pode somar
um mais um, mas o total será um, não dois. Você pode somar dez mais dez, porém
o total não será vinte, será um. Você pode somar cem mais cem, mas o total não
será duzentos, será só um. Todos os totais serão um! Através disso, conclui-se que
nenhuma das "casas" pode igualar-se com a unidade para o limite, para a
jurisdição da igreja.
Quem pode mostrar, na Bíblia, que haja duas igrejas em uma localidade?
Ninguém! Hoje, só podemos dizer que há duas denominações em uma localidade,
quatro seitas numa localidade, ou cem manifestações da carne em uma localidade;
mas nunca poderemos dizer que haja duas ou mais igrejas em uma localidade.
Podemos dizer que há cem reuniões caseiras em uma certa localidade, mas só pode
haver uma igreja nessa localidade. Isso é certo!
Por causa da voz de Deus, nos últimos vinte e oito anos, as seitas perderam o seu
lugar naqueles que amam ao Senhor, Os irmãos que defendem a divisão da igreja
em casas devem estar alerta, suspeitando de que isto vem a ser uma outra forma
de pedir autorização para o ego ou para as seitas. Que Deus possa abrir os olhos de
Seus filhos, para verem que aqueles que deixaram as denominações não deixaram
necessariamente as seitas. Que Deus tenha misericórdia, pois eu falo
honestamente.
Todos precisamos examinar seriamente os nossos próprios corações na luz: não é
verdade que, de um lado, nós gostamos de rejeitar o pecado do
denominacionalismo, e, contudo, por outro lado, também não ouvimos a igreja, e
então adotamos o caminho cômodo de ter a "igreja" em casa? Que o Senhor tenha
misericórdia de vocês por fazerem isto, e de mim por falar desta maneira.
Meu coração está muito triste, porque, ao mesmo tempo em que o Senhor
obtém Sua vitória, ainda ocorre tal perturbação. Um pouco da nossa desobediência
hoje, se o Senhor adiar a Sua vinda, resultará numa bifurcação no percurso da
igreja cem anos depois. Desejaria que os irmãos orassem por nossos irmãos com
jejuns, para que Deus possa converter seus corações. Por outro lado, vocês, irmãos,
que ainda se comunicam com eles, devem mostrar-lhes o seu amor firme para com
eles, a fim de que o Senhor possa ganhá-los. Que o Senhor lhes conceda um coração
de temor e tremor, para que saibam o quanto o falar em nome do Senhor requer
que eles se despojem de seu "ego", requer que sejam humildes e que não falem, até
que vejam e ouçam. Que o Senhor lhes faça ver quão sério é o resultado do
proferir uma palavra sem revelação. Uma vez que damos à luz a Ismael, o que é
carnal perseguirá o que é espiritual para sempre.
NUNCA DUAS UNIDADES PARA A IGREJA
Algumas pessoas pensam erroneamente. Concordam que o limite, a jurisdição da
igreja, é a localidade, mas, como não estão dispostas a sair das seitas, pensam que
a casa é também um limite da igreja. Pensam que as duas podem viver lado a lado,
sem serem contrárias entre si. Não podem distinguir em que ponto a casa se iguala à
localidade, e em que ponto a casa difere da localidade. Quando a casa é o mesmo
que a localidade, pode ser o limite da igreja. Quando a casa é diferente da
localidade, as duas não podem ser ao mesmo tempo o limite, a unidade da igreja.
O ponto-chave está na localidade, no fato de a casa ser ou não igual à localidade.
Precisamos saber que, se a casa é a unidade, então a localidade, que é maior do que
a casa, não pode ser a unidade. Como a localidade pode ser a unidade, se ela pode
ser dividida em unidades ainda menores? Mas, se reconhecemos a localidade como
unidade, como podemos reconhecer a casa também como uma unidade? Sendo a
localidade a menor unidade, como pode ela ser dividida em unidades ainda
menores, tais como uma casa? Por exemplo, se o comprimento é representado por
uma unidade de medida, que é o metro, então um centímetro não é suficiente para
ser a unidade, porque é menor do que uma unidade completa. Se você tomar um
centímetro para ser a unidade, o metro já não poderá ser a unidade, porque o
metro será então equivalente a cem unidades. Do mesmo modo, se a unidade para
a igreja é a localidade, então as muitas casas nessa localidade não podem ser as
muitas igrejas. Uma localidade com uma casa tem apenas uma igreja; uma
localidade com cem casas também tem apenas uma igreja. Com cem casas, não
temos cem igrejas. Se a casa é a unidade, então com uma casa há uma igreja, e com
cem casas há cem igrejas; daí, então, uma localidade com cem casas jamais poderia
ter somente uma igreja. Ambas, a casa e a localidade, são unidades completamente
diferentes. Ou tomamos a casa para ser a unidade, ou tomamos a localidade para
ser a unidade. Deve haver uma unidade, mas não podemos ter ambas. A casa e a
localidade não podem ser ao mesmo tempo unidades para a igreja.
Se a localidade é a unidade, então: 1) A igreja que une várias localidades é
errada; 2) as divisões fragmentárias numa só localidade também são erradas. Mas,
se a casa é a unidade, então 1) a igreja que une várias localidades ainda é errada;
mas 2) as divisões em uma localidade são certas. Todas as divisões podem
esconder-se atrás da palavra "casa". Se a "casa" é a unidade, todos aqueles que
recusam "ouvir... a igreja" (Mt 18:17) podem organizar "igrejas-casas" separadas. A
"igreja-casa" torna-se, assim, um refúgio para todos os facciosos em uma localidade.
Que o Senhor seja misericordioso para com a Sua igreja!
Você, portanto, precisa estar claro de que, entre a casa e a localidade, só uma
delas pode ser a unidade, e não as duas juntamente. Isto é tal qual a nossa
salvação: se não é pela graça, então é pelas obras. Não pode ser pela graça e pelas
obras; você não pode ter ambas. De acordo com a Bíblia, assim como a nossa
salvação é pela graça, também o limite, a jurisdição da igreja, é a localidade. Dividir
a igreja numa localidade em muitas "igrejas-casa" é introduzir divisões no Corpo, e
é obra da carne.
Acredito que Deus, em Sua grande sabedoria, decidiu ter a localidade como o
limite da igreja, a fim de eliminar as obras do homem no sentido de dividir a
igreja em uma localidade.
A INTENÇÃO E O RESULTADO
Quando esquadrinhamos a Bíblia para achar evidência e ajuste de algum
ensinamento, não devemos verificar somente a intenção do nosso coração, mas
também precisamos atentar para o lugar a que este tipo de ensinamento conduzirá
os filhos de Deus, e qual será o resultado.
Por exemplo, alguém disse que a Bíblia jamais proibiu os cristãos de fumar ópio.
Ele falou: "Se você diz que os cristãos não devem fumar ópio, por favor, prove isso
através da Bíblia". Sem dúvida alguma, a Bíblia não tem uma declaração escrita
proibindo claramente o fumar ópio. Mas devemos dar atenção ao resultado que tal
tipo de conversa trará aos filhos de Deus. O resultado não será outro senão fazer
com que as pessoas entrem no mundo e satisfaçam as suas concupiscências. Outro
exemplo é o batismo. Alguns pensam que, embora a imersão seja correta, a
aspersão também serve, e podem dar muitas razões.
Mas o resultado destas razões é dizer-nos que o homem pode mudar a Palavra
de Deus. Semelhantemente, se alguém diz que pode haver a igreja em uma casa,
além da igreja numa localidade, também perguntamos: "Qual será o resultado
deste tipo de ensinamento? Poderia haver qualquer outro resultado, além de dar
ao povo nessa localidade a liberdade na carne para quebrar a unidade da igreja e
conduzir os filhos de Deus ao caminho das divisões? Se em uma localidade há
"igrejas-casa", cada uma delas tendo uma administração própria, e todas pensando
ser espiritualmente uma, não estão porventura enganando a si mesmas? Se
mantivermos tal tipo de ensinamento, quantas divisões adicionais surgirão em uma
localidade com as assim chamadas "igrejas-casa"? Agora há um grande número de
igrejas denominacionais; mas, se as "igrejas-casa" forem bíblicas, haverá centenas
de igrejas numa localidade! É esta a expectativa de alguém que se consagrou ao
Senhor e O ama?
Todos sabemos que há somente uma igreja. Em nosso país e no exterior, no
passado e no presente, há somente uma igreja. Por haver somente um Cabeça, há
somente um Corpo. A igreja é um Corpo com vida; sendo assim, não é certo dividi-
lo por qualquer motivo. Devemos enfatizar isto: a igreja é uma, porque o Corpo é
um. Portanto qualquer razão para dividir a igreja é pecado. Uma divisão é um
pecado, porque ela é um "schism [grego - divisão] no corpo" (l Co 12:25).
Porém, embora a igreja seja uma, é impossível que todos os irmãos se reúnam
juntos. O tempo e o espaço impedem que todos os irmãos de todo o mundo sempre
se reúnam juntos. Além disso, não é prático que a administração da igreja
supervisione e dirija os assuntos de todos os irmãos em uma igreja mundial. A
Palavra de Deus, portanto, não só o permite, mas também providencia para que a
igreja possa ser separada. Para que a igreja (singular) se torne igrejas (plural),
Deus decidiu a maneira pela qual, nesta terra, uma única igreja e uma outra única
igreja não podem tomar-se uma igreja, porém duas igrejas. Este é o princípio da
"localidade", segundo o que a Bíblia revela.
Na Bíblia, nenhuma igreja é maior do que a localidade ou cidade; nem tampouco
igreja alguma é menor do que a localidade ou cidade. Uma localidade é o lugar onde
as pessoas se juntam e moram juntas. Desde que a localidade é um lugar onde as
pessoas se juntam e moram juntas, ela é, segundo a Bíblia, o limite da igreja. As
pessoas que moram juntas em uma localidade podem ser independentes de outras
localidades. Não é uma questão de número de pessoas (cristãos), mas é questão de
localidade. A razão de se separarem não se baseia no amor, mas na localidade. A
razão pela qual Deus permite que a igreja esteja separada é a localidade. Qualquer
outro tipo de separação é pecado. Vocês cometerão pecado, se vierem a separar-se
de seus irmãos por quaisquer outras razões que não sejam a localidade. Na Bíblia, há
somente a diferença da localidade, que não é diferença em natureza. A diferença da
localidade é a grande sabedoria de Deus. Estou em Xangai, e você está em Soochow',
mas, quando ambos chegamos a Nanking, não haverá problema de diferenças. Além
do limite da localidade, não deve haver absolutamente nenhum outro limite. Na
igreja, Deus só permite que nos dividamos de acordo com o princípio da localidade.
Sem dúvida, a igreja é uma; assim, como pode haver muitas igrejas? Só pode ser
devido à diferença de localidade. Porque temos nosso corpo na carne, estamos natural-
mente restringidos por limites geográficos. Qualquer diferença devida a nomes,
qualquer diferença devida a sentimentos humanos, ou qualquer outro tipo de
diferença é nocivo à natureza da igreja. Só a localidade não fere a natureza da igreja.
Isto fará com que os irmãos e os outros sejam incapazes de escapar da localidade.
Você pode ser capaz de fazer o que quiser, mas não está qualificado a estabelecer
uma igreja de acordo com sua preferência. Quando você vir que a base da igreja é
local, não haverá razão alguma para a existência de quaisquer seitas. A questão da
localidade corta a carne do homem até à parte mais profunda.
Agora deixem-me repetir o que disse até aqui acerca da natureza da igreja. Qualquer
motivo para dividir a igreja causa danos à sua natureza, isto é, transforma a unidade
da igreja em desunião. Pelo fato de estarmos no corpo humano, só a razão geográfica
poderia dividir-nos, sem causar danos à natureza da unidade da igreja. Deus, por
conseguinte, decidiu ter a localidade como limite da igreja sobre esta terra. E
também decidiu que, em uma localidade, só deveria haver uma igreja a expressar a
unidade da igreja celestial.
Precisamos também ver a razão espiritual de dividir a igreja por localidades.
Assim poderemos compreender se o princípio praticado hoje de dividir a igreja por
casas é de Deus ou não. A maneira de dividir por casas os santos em Jerusalém é
bíblica. Devido ao grande número de pessoas — uma razão física — estavam divididos
em muitas reuniões caseiras. Mas a igreja ainda era uma, "a igreja (singular) em
Jerusalém". Mas, atualmente, a maneira de dividir por casas é uma maneira de dividir
a igreja em muitas igrejas em uma localidade. Não se deve à razão física; tampouco
se deve à razão geográfica; nem mesmo se deve a grandes distâncias, que tornam
difícil que as pessoas se ajuntem; não se-deve a uma grande multidão sem lugar
suficiente que acomode a todos; não se deve ao fato de haver tanta gente, que
cuidar de todos seria impossível, e não se deve a grandes distâncias que tornam difícil
a administração; todavia estão divididos em muitas igrejas. Portanto a razão de dividir
as pessoas em muitas igrejas deste modo pode causar danos à natureza da igreja.
Divisões sem exigências geográficas ou físicas são espirituais, ferindo a unidade
espiritual. Tal tipo de divisão não é exterior e limitada, mas interna e espiritual. Qual-
quer divisão que não se deva a uma razão geográfica ou física é, interiormente, uma
divisão real, básica e espiritual.
Esse tipo de divisão, portanto, é uma divisão na verdadeira natureza, na essência,
arruinando a unidade espiritual.
Logo isso é muito sério. Desde que vimos pela primeira vez a luz concernente à
unidade do Corpo de Cristo, há vinte e oito anos, atravessamos muitas ondas de
adversidade. Mas creio que jamais passamos por uma mais séria e mais ambígua do
que o ensinamento relativo à ."igreja-casa". Esta é a primeira vez que pessoas se
opõem à verdade concordando com ela..Como somos todos pessoas que servem a
Deus, imploro-lhes que busquem a Sua luz. Não propaguem uma voz de confusão na
igreja de Deus, mas, ao contrário, livrem-se do sectarismo de seus corações.
Não devemos empurrar a unidade da igreja inteiramente para o lado "espiritual",
dizendo: "Somos um na vida! Somos um espiritualmente!". Irmãos, quando não
vivemos juntos na mesma cidade, ainda podemos cobrir-nos com palavras espirituais e
esconder completamente a desunião com a "unidade espiritual". Mas, agora, já que
todos vivemos na mesma cidade e estamos na mesma localidade, é concebível que
não expressemos ou demonstremos a nossa unidade? Já que não há fatores geográficos
e físicos para nos dividir, não é este o momento para demonstrarmos que somos uma
igreja? Por que em um tempo tão oportuno, quando nos é possível mostrar nossa
unidade, deveria surgir esta diferente "igreja-casa"? Esta "casa" representa a
unidade, ou separação e seita? Ó Senhor, tem misericórdia de nós.
Não me atrevo a dizer de onde procede o ensinamento acerca da "casa". Mas temo
que o irmão que fala sobre isto não tenha visto o pecado da seita. Esta "casa" está a
meio caminho da seita; não é uma rejeição completa da seita. Faz com que aqueles
que deixaram as denominações não deixem as seitas. Temo que alguns que não estão
dispostos a serem restringidos pelo Corpo, que só conhecem sua ação individual, seu
viver individual e seu trabalho individual, apreciem tal tipo de conversa sobre a
"igreja-casa". Aqueles que não desejarem ouvir a igreja, mas desejarem
estabelecera igreja, valorizarão tal tipo de "doutrina". Que o sangue do Senhor me
cubra por falar assim. Acho, contudo, que a humildade é proveitosa para muitos; não
andar no nosso próprio caminho é proveitoso aos filhos de Deus.
Finalmente, este tipo de "casa" não é a casa referida nas Escrituras. Este tipo de
"casa" é uma seita. Uma seita disfarçada. Este tipo de "casa" faz as pessoas se dividir,
mas nunca se unir. Este tipo de "casa", ao mesmo tempo em que fere a natureza da
igreja, não permite que esta ferida seja revelada. Este tipo de "casa" aperfeiçoa a
muitos que são individualistas, a muitos que não querem ser restringidos e a muitos
que se deliciam com ser "líderes". Que o Senhor tenha misericórdia de mim por falar
desta maneira e tenha misericórdia das Suas igrejas, para que não sejam feridas.
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  • 1. Editora Árvore da Vida www.arvoredavida.org.br
  • 2. © Living Strean Ministry Edição para a Língua Portuguesa © Editora Árvore da Vida Título do original em Inglês Further Talks on the Church Life 4ª Edição – Novembro / 1990 5ª Edição – Maio / 1992 6ª Edição – Agosto/1993 – 2.000 exemplares 7ª Edição – Novembro / 1994 – 5.000 exemplares 8ª Edição – Outubro / 2000 - 5.000 exemplares Traduzido e publicado com a devida autorização do Living Strean Ministry e todos os direitos reservados para a língua portuguesa pela Editora Árvore da Vida. Editora Árvore da Vida Rua Gravi, 71 – Saúde – CEP 04143-050 – São Paulo – SP Brasil – Tel.: (11) 5071-8879 – Fax: (11) 5071-8899 Home page: www.arvoredavida.org.br E-mail: editora@arvoredavida.org.br Impresso no Brasil
  • 3. ÍNDICE Capítulo Página Introdução....................................................................03 Prefácio ….....................................................................04 O Problema da Base da Igreja..........................................06 A Igreja numa Cidade e a Igreja numa Casa......................20 O Conteúdo da Igreja.....................................................31 O Problema da Unidade da Igreja.....................................45 O Serviço da Igreja........................................................81 O Caminho para a Obra Doravante….................................92 INTRODUÇÃO Entre os que falam a língua portuguesa, o irmão Watchman Nee é bastante conhecido, face às várias edições de seus livros "Paz, Ação e Firmeza" (edição esgotada), "A Vida Normal da Igreja Cristã ", "O Obreiro Cristão Normal" e "A Vida Cristã Normal". Recentemente, quando a segunda edição desse último foi publicada, os editores o consideraram um "eloqüente apóstolo chinês de nossa época" e "um daqueles grandes embaixadores". Isto não só é digno de toda aceitação, como também devemos ainda salientar o fato de que tudo o que foi visto pelo irmão Nee na Bíblia Sagrada não serviu somente para seu país , nem, certamente, para estabelecer seu próprio nome, mas serviu para a edificação do Corpo de Cristo, ao qual amou, entregando-se por ele. Este livro é, por assim dizer, uma continuação de seu primeiro livro "A Vida Normal da Igreja Cristã"; todavia, com um destaque: o primeiro foi fruto da revelação do Senhor a este irmão no início de seu ministério, e este segundo é o resultado dessa revelação posta verdadeiramente em prática e testada por mais de vinte anos . Nestes últimos dias, quando o Corpo de Cristo está dividido em mais de mil pedaços, quando todos os esforços humanos para uni-Lo através de movimentos, convenções, denominações, associações, organizações, etc...etc... só têm produzido mais e mais divisões, cremos que "Palestras Adicionais Sobre a Vida da Igreja" vem ao encontro desta ardente necessidade. O Senhor falou de "um corpo", "uma fé " e "uma unidade do Corpo de Cristo". Em "Palestras Adicionais...", vemos que ele já providenciou a maneira de tornar isso possível. Ao entregar este livro aos irmãos de língua portuguesa, oramos para que muitos dos que buscam o Senhor com simplicidade e pureza de coração possam ver o que Ele tem preparado para o Seu Corpo — A Igreja !
  • 4. Efetuamos a tradução para o português com o maior senso de fidelidade às idéias apresentadas pelo autor, para que ficasse o mais perto possível do original Chinês. Assim, quando você ler este livro , com um coração aberto e um espírito sincero para com o Senhor , receberá as idéias do autor tão claras e precisas como na ocasião em que foram originalmente proferidas. Também respeitamos cuidadosamente a linguagem , para que , assim pudéssemos expressar , em português correto , o irmão Watchman Nee. Os editores PREFÁCIO Esta publicação é uma coletânea de mais algumas palestras proferidas pelo irmão Watchman Nee sobre a vida da Igreja, no período entre 1948 e 1951, mais de dez anos após a publicação das mensagens contidas no livro intitulado "Concernente à Nossa Missão", cujo título atual é "Vida Normal da Igreja Cristã". A palestra sobre a unidade da igreja, impressa no quarto capítulo do presente livro, foi proferida no ano de 1951, pouco tempo antes do seu aprisionamento, o que ocorreu no começo de 1952. Em uma dessas palestras, o irmão Nee enfatizou que a luz referente à igreja — que o Senhor lhe dera antes do ano de 1937, e que fora dada a conhecer a todos os seus cooperadores nesse mesmo ano, sendo publicada no livro "Concernente à Nossa Missão" — não podia ser mais clara, mesmo após dez anos de experiências e testes. Noutra palestra, declarou, nítida e definitivamente, crer ainda mais naquilo que vira anteriormente. Portanto, estas palestras não são apenas uma prova suficiente de que, até os últimos anos do seu ministério, o irmão Nee ainda mantinha o mesmo ponto de vista, como sempre teve durante todo tempo com relação à vida da igreja, a qual ministrou ao corpo de Cristo, antecedendo um longo período de experiência. O ministério do irmão Nee sempre teve dois lados: o lado espiritual e o lado prático. Através da publicação de alguns de seus livros, que foram traduzidos para a língua inglesa, o lado espiritual de seu ministério tem-se tornado razoavelmente conhecido, constituindo-se em grande ajuda para o povo de Deus nos países de língua inglesa. Já que o presente mover do Senhor em Sua restauração se tem propagado vitoriosamente, mais e mais, no mundo ocidental, nós, que somos alguns dos cooperadores do irmão Nee, recebemos o profundo encargo de publicar vários de seus livros sobre o lado prático de seu ministério, livros esses que podem ajudar aqueles já beneficiados pelo lado espiritual a terem uma perspectiva integral e uma visão equilibrada de todo o ministério que lhe foi comissionado pelo Senhor para o Seu Corpo. Cremos plenamente que, na situação atual, quando há muita confusão e um grande número de contrariedades e distrações, este livro suprirá a necessidade urgente de tantos que O buscam entre os Seus filhos. A palestra do primeiro capítulo sobre a questão da base da igreja é um verdadeiro
  • 5. remédio para a perplexidade de hoje. Neste, ele afirma que a base da igreja é composta por dois elementos básicos — a autoridade do Espírito e o limite da localidade. Hoje em dia, existe uma ênfase considerável para com a autoridade do Espírito, mas uma negligência quase que completa quanto ao limite da localidade. A questão da localidade é até propositadamente refutada por alguns, e maliciosamente debatida. Ela, porém, é um teste à realização adequada da prática da vida da igreja. Enquanto a palestra do segundo capítulo esclarece a definição da igreja numa casa (lar), e confirma o princípio de uma localidade com apenas uma igreja, a palestra do capítulo terceiro revela que uma igreja genuína, em qualquer localidade, tem de ser inclusiva. Deve ter capacidade para incluir e conter todos os tipos de verdadeiros cristãos e todas as coisas positivas das Escrituras; caso contrário, perderá a sua base. A palestra do capítulo quarto é uma grande revelação! Enfatiza que a unidade genuína da igreja é a unidade de todo o Corpo de Cristo, expressa em genuínas igrejas locais. Todos os outros tipos de unidades são unidades de divisões. Em resumo, os quatro primeiros capítulos dizem-nos clara, enfática e francamente, que as denominações são erradas e que as igrejas são locais. Qualquer denominação, qualquer seita, qualquer divisão é condenada por Deus. Não há desculpa em caso algum. Uma igreja tem de ser local, permanecendo sobre a base da unidade, disposta a acolher todos os filhos de Deus e pronta para incluir todas as coisas bíblicas. Estas palestras são palavras fiéis de alguém que jamais "deixou de anunciar coisa alguma que fosse proveitosa à igreja" e nunca "procurou agradar a homens". As oposi-ções que encontrou e as perseguições que sofreu (foram, na maioria, devidas à sua fidelidade em seu ministério, quanto ao lado prático da vida da igreja. Se jamais "deixou de anunciar coisa alguma, como poderemos nós, seus cooperadores, que estamos com ele no interesse do Senhor, deixar de anunciar algo, não nos mantendo fiéis à incumbência do Senhor, como ele o foi durante todo o tempo? O Senhor é soberano e vitorioso! Defendeu Seu caminho no passado, bem em face da oposição e do ataque do inimigo sutil. Que Ele aumente a Sua defesa continuamente, concedendo Sua abundante bênção sobre o caminho determinado por Ele para Sua igreja, caminho este tomado pelos Seus fiéis nestes últimos dias! Ele é gracioso, digno de toda a confiança e capaz! Cumprirá o que prometeu. Mas "quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz". "A sabedoria é justificada pelos seus filhos". Estas mensagens foram publicadas originalmente em língua chinesa, exatamente como foram proferidas. A presente tradução para a língua inglesa, principalmente os quatro primeiros capítulos, é feita tão literalmente quanto possível, para apresentar aos leitores, de maneira bem precisa, o pensamento genuíno do autor. Portanto, na tradução, foi dispensada mais atenção ao sentido do que à linguagem. WITNESS LEE Los Angeles, Califórnia, U.S.A. 20 de dezembro de 1968.
  • 6. CAPÍTULO UM O PROBLEMA DA BASE DA IGREJA (Palestra proferida aos irmãos e irmãs em Xangai, a 1° de abril de 1950, e publicada em "A Porta Aberta", a 30 de junho de 1950). Qual é a verdadeira base da igreja? Esta questão é muito importante, pois, na Bíblia, o Senhor nos mostrou explicitamente que a igreja tem sua base definida. Presumo que todos reconheçamos que a bênção de Deus, o Espírito Santo de Deus, a luz de Deus e ainda a própria vida do Senhor Jesus estão todos na igreja. Ainda que comumente possamos dar ênfase à vida do Senhor nos indivíduos, o fato é que a Sua vida está na igreja. Por haver Deus comissionado à igreja tantas coisas espirituais, é uma questão muito importante saber se uma assim chamada "igreja" é realmente uma igreja. Se Deus nos tivesse dado individualmente muitas coisas espirituais, o problema não seria tão grande. Mas Ele nos mostrou na Bíblia que colocou todas as coisas espirituais na igreja. Portanto o fato de o grupo a que pertenço ser ou não a igreja é um assunto muito sério! Se tenho comunhão com irmãos e irmãs que não são a igreja, tal será uma grande perda. Por exemplo, algumas das irmãs que trabalham no laboratório do hospital usam lâminas de vidro para exames bacteriológicos. Para esta finalidade, uma lâmina de vidro tem utilidade. Todavia, se um irmão for visitá-las, uma lâmina de vidro não poderá ser usada para servir um refrigerante. A lâmina de vidro tem sua função vital no laboratório, mas não serve para servir refrigerantes. O visitante não é um gafanhoto ou um pardal, que se satisfazem com um pingo d'água numa lâmina. Você deverá servi-lo em um copo. Há muitos problemas que jamais poderão ser resolvidos por meio de uma lâmina de vidro. Mas um copo feito por muitas lâminas poderá facilmente ser usado para solucionar o problema da sede. Uma superfície plana tem uma capacidade muito menor que um objeto tridimensional. Não estamos hoje procurando anular o que, como indivíduos, alguns têm conseguido espiritualmente diante de Deus. Um indivíduo pode desfrutar de muitas coisas espirituais e, às vezes, alcançar o mais elevado nível espiritual. Deus, entretanto, tem posto mais coisas espirituais na igreja; portanto, quando uma pessoa as procura individualmente, não as consegue. Isto não quer dizer que um indivíduo não tenha bênção alguma, mas sim que você não pode obtê-la por meio de sua busca individual. Hoje, as riquezas de Deus estão na igreja, a qual é um objeto tridimensional, exatamente como um copo. Você, como indivíduo, precisa tornar-se parte deste copo antes de poder tocar a Água Viva. Só a igreja pode conter os muitos itens espirituais. Precisamos ver claramente, diante de Deus, que muitas coisas espirituais estão na igreja, e não com os indi víduos. A palavra do Senhor "sobre esta rocha edificarei a minha igreja" (grego) é muito clara e maravilhosa. O resultado disso é que "as portas do inferno não prevalecerão contra ela". Esta promessa destina-se à igreja, e não aos indivíduos. Muitas vezes, é bastante difícil aos indivíduos resistir ao inimigo; mas, assim que aparece a igreja, Satanás é imediatamente derrotado. Na verdade, os indivíduos realmente têm bênçãos; elas, porém, são limitadas. Somente na igreja as bênçãos são ilimitadas e ricas. Portanto, tão logo uma pessoa deixe o caminho da igreja, a presença de Deus e as bênçãos se tornam limitadas. (Não estou dizendo
  • 7. "nulas", mas, na verdade, "limitadas"). Além disso, tal pessoa não será capaz de tocar muitas coisas espirituais diante de Deus. Perdoem-me, por favor, por falar tão francamente. Principalmente nesses últimos dez anos, tenho procurado ver se as pessoas sabem o que é a igreja. É bastante estranho que muitos irmãos que têm conhecido o Senhor por vinte ou trinta anos não conheçam a igreja de Deus. Até mesmo aquilo que eles um dia obtiveram desvaneceu-se gradativamente; e mesmo aquilo que pensam ter não pode ser conservado intacto. Ao mesmo tempo, há outros irmãos que conhecem a igreja de Deus; conseqüentemente, as riquezas do Cabeça passam a ser as riquezas deles, e assim são capazes de prosseguir continuamente. Desejo, portanto, que todos os irmãos e irmãs jovens percebam que um cristão não deve preocupar-se apenas com seu próprio proveito espiritual, mas também deve preocupar-se com saber se os irmãos com os quais tem comunhão são ou não a igreja. Lembrem-se de que cada pessoa é apenas um indivíduo. Dois podem ser a igreja, ou apenas podem ser dois indivíduos, e não a igreja. Não presuma que um grupo de quinhentas pessoas reunidas, ou mesmo mil, seja a igreja. Esta pode não ser verdadeira. Graças a Deus, mil pessoas podem tornar-se a igreja, mas mil pessoas podem ser somente mil indivíduos. Serão, assim, apenas mais indivíduos, mas não ainda a igreja. Existe aqui uma grande diferença. Os filhos de Deus, hoje, percebem que uma pessoa não pode ser a igreja, mas não reconhecem que mil pessoas podem ser talvez apenas mil indivíduos, e não a igreja. Lembrem-se, por favor, de que mesmo dez mil pessoas podem ainda assim permanecer como dez mil indivíduos, e não serem a igreja. Esta, perante Deus, tem outros requisitos. Nós, portanto, como Seus filhos, devemos dar especial atenção à base da igreja. DOIS REQUISITOS BÁSICOS Deixem-me hoje expor dois assuntos. Ambos devem ocorrer antes que possa haver a igreja. O Novo Testamento claramente nos revela dois requisitos básicos: 1) A autoridade do Espírito Santo; 2) O limite da localidade. A. A AUTORIDADE DO ESPIRITO SANTO Devemos observar que, onde não há o Espírito Santo, não há igreja. A igreja não é, absolutamente, Witness Lee, nem é Yu-Tsé Chang, nem Ching-Hwa Yu; a igreja deve ser apenas o Espírito Santo. Em outras palavras, a igreja, do princípio ao fim, só pode ter uma autoridade, um poder e uma vida, que é o Espírito Santo. Só há uma vida, a do Espírito Santo; só há um poder, o do Espírito Santo; e só há uma autoridade, a do Espírito Santo. Temos, por exemplo, muitos irmãos idosos, hoje, aqui. O irmão Yu poderá dizer: "Já que estou na igreja há vinte anos, posso fazer uma sugestão ou iniciar alguma coisa". Veja, existe aqui algo extra, que veio à tona para perturbar. Quando este irmão aparece, não temos o Espírito Santo nem a igreja. Lembrem-se, por favor, de que, onde o Espírito Santo não está, também a igreja não existe. A igreja é um corpo, por meio do qual o Espírito do Senhor pode expressar Seus desejos sem impedimento algum. Assim como o Senhor Jesus usou o corpo que a virgem Maria
  • 8. Lhe deu quando estava na terra, da mesma maneira Ele, hoje, no Espírito Santo, usa a igreja. Esta, em seu estado mais elevado, é ainda o Corpo de Cristo. Noutras palavras, somente aquilo que é capaz de expressar a mente do Espírito Santo pode ser chamado de igreja. Só o Espírito Santo Tem Autoridade Prosseguirei um pouco mais, falando primeiro aos irmãos mais velhos. Vocês sabem mais ou menos o que é autoridade, e dizem aos irmãos jovens que se submetam à autoridade. A questão básica, hoje, é esta: vocês obedecem à autoridade; mas de quem é esta autoridade a que vocês obedecem? Deixem-me dizer que, do mesmo modo como os irmãos jovens se tornam um distúrbio quando falam por si mesmos, também os irmãos mais velhos se tornam um distúrbio quando falam por si mesmos. Os jovens que falam por si mesmos são uma perturbação, e os idosos que falam por si mesmos também o são. Somente a autoridade do Espírito Santo é autoridade. Por que é que, então, os irmãos mais jovens precisam obedecer aos mais idosos? É porque os idosos têm aprendido mais diante de Deus e conhecem mais da Sua autoridade; conseqüentemente, o Espírito Santo pode fluir mais facilmente através deles. São como um cano de água através do qual esta tem fluído há anos, sem nenhuma interrupção. Os jovens devem obedecer aos idosos, não porque estes sejam a autoridade, mas porque é fácil ao Espírito Santo falar através dos mais velhos. Pelo fato de terem trabalhado para o Senhor por muitos anos, é fácil ao Espírito Santo fluir deles. Eu aprendo a me submeter aos irmãos idosos, porque eles estão investidos da autoridade do Espírito Santo. Quando não obedeço, facilmente perco a autoridade do Espírito Santo sobre mim. Não estamos, de modo algum, instituindo a autoridade dos irmãos mais velhos, mas sim a autoridade do Espírito Santo, que flui facilmente dos mesmos. Em outras palavras, a única autoridade na igreja é a autorida- de do Espírito Santo. Não há autoridade alguma que emane de determinados indivíduos. Os presbíteros não têm autoridade, os irmãos mais velhos não têm autoridade, e os espirituais também não têm autoridade. Somente o Espírito Santo tem autoridade. A isto se dá o nome de "Corpo de Cristo". Um Canal para a Autoridade do Espírito Santo Recentemente, vi o que aconteceu a um irmão cuja mão carregara há vários anos um objeto muito pesado por uma distância muito grande. Depois disso, sua mão ficou inflamada. Agora, piorou tanto, que mal pode movê-la! Este irmão finalmente disse: "Todo o meu corpo me pertence, exceto esta mão. Este membro parece pertencer a outra pessoa e, ao mesmo tempo, parece lutar comigo". Eu jamais ouvira alguém falar algo assim. Sou alguém que adoece freqüentemente, e sei que toda vez que sinto a existência de certo membro, este, certamente, deve apresentar alguma enfermidade. Quando o corpo humano está em perfeitas condições, não se tem consciência de sua existência. Sempre que sentimos os pulmões respirarem, então eles devem estar doentes. Sempre que sentimos bater o coração, ele deve estar enfermo. Desde o meu nascimento até a minha mocidade, jamais tive consciência de meus dentes; mas, no dia em que os senti, não pude dormir a noite inteira. O corpo é muito natural e espontâneo. Não é harmonioso no sentido de que você sinta a sua existência, mas é tão harmonioso, que parece nem existir. Hoje, talvez, você não sinta que tem alguns dedos. Você acharia engraçado se eu lhe perguntasse:
  • 9. "você sente que tem dedos?". Mas, se um de seus dedos estivesse quebrado, você se sentiria incomodado o dia todo. Sempre que sente algo, então, algo está errado com você. Toda vez que o corpo não pode usar um de seus membros, ele está enfermo. O Espírito Santo deve ter completa autoridade na igreja; então o Corpo inteiro se moverá como desejar, sem qualquer empecilho. Quando há um obstáculo em certa parte, o Corpo inteiro fica doente. Quando cada um está sob a autoridade do Espírito Santo, Ele pode usar a todos; então não há qualquer impedimento no Corpo. Tudo caminha muito suavemente. Quando a autoridade opera suave- mente, esse é o momento em que o Corpo está sadio. Quando cada um pode ser usado pelo Espírito Santo, Este, então, tem autoridade, e tudo é muito natural e espontâneo. A autoridade completa do Espírito Santo é a base da igreja, na qual está o Corpo de Cristo. Um grupo hoje pode ter irmãos e irmãs que estejam debaixo da autoridade do Espírito Santo e outros irmãos e irmãs que não estejam debaixo dessa autoridade. Imediatamente, você poderá ver que lá não existe base alguma da igreja. A base desta é o Espírito Santo. Toda vez que Ele é contrariado, a base da igreja se perde. Não é pelo fato de todos os irmãos e irmãs terem tomado hoje uma decisão, que teremos aí o Corpo de Cristo. Não é por haver mil e seiscentas pessoas, e todas terem levantado as mãos para tomar uma resolução, que teremos a igreja. Não é questão de haver mil e seiscentas pessoas, mas sim de estar sendo ou não exercida a autoridade do Espírito Santo. Onde não há autoridade do Espírito Santo, não existe qualquer base para a igreja. Somente quando cada um se submete à autoridade do Espírito Santo, é que a igreja tem a sua base. Que é o corpo? É aquilo que você pode usar livremente, movendo-se dentro dele. Não apresenta conflitos nem dificuldades. Tudo o que você quiser que ele faça, ele fará. Aquilo que luta contra você não é o corpo. Uma igreja local pode ou não ser manifestada; tudo depende de ela ser ou não capaz de submeter-se ao Espírito Santo. Quando tal tipo de submissão é manifestado, a igreja é manifestada. Lembrem-se, portanto, de que, se um irmão gosta de falar e tomar decisões por conta própria, a autoridade do Espírito Santo fica danificada, o Corpo de Cristo sofre danos, e a igreja sofre perdas. Conseqüentemente, não há igreja nesse lugar. Não é por haver um edifício com uma placa afixada, que temos a igreja, mas sim pelo fato de os irmãos e irmãs abandonarem suas próprias idéias e se sujeitarem à autoridade do Espírito Santo, e esta autoridade poder fluir através deles sem nenhum impedimento; aí, então, teremos a igreja. Você que serve a Deus e tem responsabilidade na obra, precisa lembrar-se de uma coisa: após vinte ou trinta, ou mesmo cinqüenta ou sessenta anos, quando todos os seus cabelos já estiverem brancos, você ainda será apenas um transmissor da autoridade, um canal, ou um porta-voz da autoridade — você mesmo não será a autoridade. Sempre que você se tornar a autoridade, tudo estará terminado. Os irmãos e irmãs cooperadores devem conhecer minuciosamente o que é autoridade do Espírito Santo. Não pense que, ao menos hoje, você possa fazer alguma sugestão. Permita-me dizer-lhe que sua sugestão não serve. O Senhor jamais lhe deu autoridade para dar suas próprias sugestões. Você só pode ser o canal da autoridade, mas nunca a própria autoridade. Ainda que vivesse cem anos, e tivesse seguido o Senhor durante todo esse tempo, não pense que poderia fazer algumas sugestões. É pelo fato de o meu espírito ter sido treinado e ter aprendido algo, que a percepção dele pode ser mais aguda, que eu posso ter mais luz, que os princípios básicos de Deus puderam ser mais tocados por mim, que estou familiarizado com a.
  • 10. palavra de Deus; portanto é mais fácil fluir a autoridade do Espírito Santo. Usamos a autoridade para servir os irmãos e irmãs, não para governá-los. A autoridade é apenas uma parte do nosso serviço. Espero que todos os responsáveis pelas casas onde há reuniões tomem nota disto. A autoridade se relaciona ao seu ministério, e é só um dos seus muitos ministérios. Não existe para que você governe os outros, mas para que possa supri-los. Em certo assunto, outros irmãos talvez não vejam, mas eu vejo; é possível que não compreendam, mas eu consigo compreender. Como entendo o desejo do coração de Deus, comunico-lhes o Seu desejo dizendo- lhes: "Irmãos, vocês não devem fazer isso dessa maneira; eu sei que não vai dar certo. Se fizerem assim, violarão a autoridade de Deus; portanto devem deixar esse assunto de lado". Isso não é exercitar a autoridade para governar os irmãos, mas é suprir e servi-los. Estamos, diante de Deus, aprendendo a ser o canal da autoridade do Espírito Santo para suprir os irmãos. Não estamos governando-os. Estamos aprendendo a deixar que a autoridade de Deus flua como suprimento, e não a estabelecer a nossa própria autoridade. Não importa que tipo de posição um irmão possa ocupar, seja ele um supervisor, um apóstolo ou um diácono; sempre que estabelecer ou manifestar sua própria autoridade, perderá e arruinará toda a base da igreja. Esta se estabelece sobre a autoridade do Espírito Santo. Sempre que a autoridade do Espírito Santo for afrontada, a base da igreja se acabará. Quando toda a igreja está sob a autoridade do Espírito Santo, é como se o Senhor usasse o Seu próprio corpo que Maria Lhe deu quando estava nesta terra, falando, escutando e caminhando conforme desejava. O corpo que Maria Lhe preparou não poderia ser mais apropriado. Tinha tanta coordenação, que era como se ele não estivesse lá, e no entanto era o próprio Senhor. Era muito harmonioso, muito unido, não tinha nenhuma dificuldade ou conflito, em absoluto. Não era como se alguém precisasse das mãos e não pudesse usá-las; ou como se os olhos fossem solicitados e não pudessem funcionar; ou a língua fosse necessária, e estivesse ferida; ou fosse requerida a cabeça, e ela se mostrasse incapaz de pensar. A igreja, de semelhante modo, pode chegar também a esse ponto, ou seja: ela existe e, no entanto, é como se não estivesse lá: somente se percebe Cristo. O Senhor pode mover-Se espontaneamente e passar através dela livremente. E tão harmoniosa, tão em unidade, tão espontânea, que é como se o Senhor não estivesse passando. A autoridade do Espírito Santo passa através da igreja tão livremente, tão harmoniosamente, que é como se Ele não estivesse passando em seu meio. Quando a autoridade do Espírito Santo pode passar completamente, então temos a igreja. Sempre que houver resistência ou obstáculo, tal não será a igreja. Sempre que o Espírito Santo não puder mover-Se, sempre que os indivíduos sobressaírem, haverá algum problema, e a igreja sofrerá danos, a ponto de não poder mais chamar-se igreja. Hoje, há muitas opiniões de homens, muitas decisões de homens, muitos métodos humanos, muitas organizações criadas pelos homens, muitos nomes de homens e muitas tradições humanas nos grupos que invocam o nome do Senhor. Não gostaria de falar mais sobre isso. Do começo ao fim, desde que fomos chamados pelo Senhor, há uma base fundamental, isto é, devemos obedecer à autoridade do Espírito Santo na igreja e estabelecê-la, destruindo a nossa própria autoridade. Peço ao Senhor que me perdoe por dizer isso, pois a autoridade do Espírito Santo não precisa ser estabelecida pelo homem. Desculpem-me por usar a seguinte ilustração para o bem dos irmãos jovens. Amanhã, se eu soltasse um tigre na rua, seria necessário enviar guardas a protegê-lo? Não, o tigre não necessita de nenhuma
  • 11. proteção; ele pode se proteger. Do mesmo modo, o Espírito não necessita do nosso apoio. A autoridade do Espírito Santo está na igreja, não precisando de nosso zelo para estabelecê-la. A única coisa necessária é que os filhos de Deus estejam dispostos a consagrar-se e entregar-se, para que a autoridade do Espírito Santo possa manifestar-se continuamente. A questão, agora, é se estamos ou não prontos a nos consagrar. Sempre que os filhos de Deus desobedecem, a autoridade do Espírito Santo não pode manifestar-se. A questão básica, hoje, é se nós nos temos ou não consagrado adequadamente. Espero que nos consagremos novamente diante de Deus, tendo em vista a autoridade do Espírito Santo. Devemos orar: "Senhor, Tu és o Cabeça da igreja. Concede-me a graça, para que eu não seja alguém que entrave nem alguém que resista, que eu não tenha nada meu...". Você precisa perceber que sempre que tiver algo seu introduzido na igreja, a despeito de quão bom isso venha a ser, haverá algo extra adicionado à igreja, e isso será um empecilho. Meu corpo só pode consistir em seus próprios membros. Não posso permitir que coisas de outros lhe sejam adicio- nadas. Mesmo as melhores coisas dos outros não podem ser colocadas em meu corpo. O que é do meu corpo deve ser de mim mesmo. As coisas dos outros podem ser preciosas, mas, uma vez que sejam acrescentadas ao meu corpo, podem tornar-se venenosas. Preciso aprender diante de Deus a não trazer as minhas próprias coisas para dentro da igreja. Algumas dessas coisas podem ser muito boas, mas, se não forem do Espírito Santo, não poderão ser colocadas na igreja. Uma vez colocadas dentro da igreja, esta perderá sua base. Na igreja, há somente um Espírito Santo, uma autoridade, um poder, uma comunhão, um Nome. Qualquer coisa colocada nela, que não seja do Espírito Santo, arruinará a sua base, e, então, ela acabará. O que não é Iniciado pelo Espírito Santo não é Igreja Em Xangai, muitas pessoas podem estabelecer uma missão de pregação do evangelho, um seminário, um Instituto Bíblico, ou ainda uma escola de estudos bíblicos. O erro, em tais casos, é menor. Mas ninguém pode estabelecer uma igreja! Se você não for capaz de obedecer ao Espírito Santo, e forem introduzidas a autoridade e as coisas humanas, então não haverá igreja! Se não for iniciada pelo Espírito Santo, não será igreja. Não sei se você percebe a seriedade disto! E possível que alguns de nós montem uma fábrica, com a direção do Espírito Santo; mas isso será impossível com relação à igreja. Não faz diferença se você é um cristão ou não, se tem a vida de Deus ou não; — você não pode estabelecer uma igreja. Se não for iniciada pelo Espírito Santo, não será uma igreja. Este é um assunto muito sério. Ninguém pode começar a estabelecê-la, pois, desde o princípio, tal pessoa não terá a autoridade do Espírito Santo. Se não há autoridade do Espírito, não há a igreja. Seja qual for a situação, se o Espírito Santo não começar, você não poderá estabelecer uma igreja. Primeiramente, temos que perguntar: E o início? Se o Espírito Santo não começar a igreja, não haverá uma maneira de iniciarmos. Devemos submeter-nos ao poder grandioso do Espírito Santo e colocar-nos sob a autoridade determinada por Deus, totalmente restringidos, sem procurar nossa própria liberdade. Devemos permitir que a autoridade do Espírito Santo passe livremente através de cada um de nós.
  • 12. B. O LIMITE DA LOCALIDADE Uma igreja também requer uma segunda base. Sem essa, tampouco, haverá base para a igreja. Você, provavelmente, perguntará: já que todos expressamos a autoridade do Espírito Santo e vivemos debaixo dela, isso não basta para se estabelecer uma igreja? Não, não basta! A Bíblia claramente nos mostra duas coisas que devem existir, para que se estabeleça uma igreja: 1°) a autoridade do Espírito Santo; 2°) o limite da localidade. Se você não o enxergar, não poderá compreender a base da igreja. Você está surpreso? Isso parece uma queda de três mil metros, lá do céu para a terra, não parece? Sim, de fato, a igreja também está sobre a terra. Ela está parcialmente no céu e parcialmente na terra. A parte celestial diz respeito à autoridade do Espírito Santo; a parte terrena refere-se ao limite da localidade. Este é um assunto muito maravilhoso na Bíblia. A Bíblia claramente nos mostra isto: que a igreja pertence totalmente a uma localidade. Tal como a igreja em Jerusalém, Jerusalém é um lugar; a igreja em Corinto, Corinto é um lugar; a igreja em Antioquia, Antioquia é. uma cidade; a igreja em Éfeso, Éfeso é um porto marítimo. Na Bíblia, a base da igreja é a localidade onde está a igreja. As igrejas todas tomam a localidade por limite. Aqui está um ponto importante; por favor, prestem atenção. Se os irmãos e irmãs de Xangai, por exemplo, desejarem posicionar-se sobre a base da igreja, só poderão fazê-lo sobre a base do Espírito Santo e de Xangai. Devem posicionar-se sobre a base do Espírito Santo, mas também devem posicionar-se sobre a base de Xangai, porque Xangai é a localidade onde moram. Uma vez mudada a localidade, imediatamente você perderá a base da igreja. Vamos a algumas ilustrações. A Igreja e as Igrejas Primeira Tessalonicenses 2:14 diz: "igrejas... na Judéia". A igreja mencionada aqui está no plural em grego, inglês e chinês. São as igrejas na Judéia. Por que está no plural? É porque, naquela época, a Judéia era uma província de Roma. Como numa província existem muitas localidades, conseqüentemente existem muitas igrejas. Por isso, não se fala em "igreja na Judéia", mas "igrejas na Judéia". Nas Escrituras, há somente a igreja local e não a igreja provincial. O mesmo acontece com a Galácia, que era uma província constituída de muitas localidades; portanto se diz: "às igrejas da Galácia" (l Co 16:1). Éfeso era um porto marítimo, uma localidade; por isso a "igreja em Éfeso" está no singular (Ap 2:1). Este ponto está muito claro na Bíblia. Filadélfia, por exemplo, era uma cidade, e só existia uma igreja lá (Ap 3:7). A Ásia, hoje conhecida como Ásia Menor, era uma grande província; portanto a Bíblia diz: "às sete igrejas... na Ásia" e não "à igreja... na Ásia" (Ap 1:4, 11). Somente uma Igreja em uma Localidade Há uma coisa que todos precisamos observar: o mundo não tem uma só igreja; a Igreja Católica Romana, portanto, é errada. Um país não tem uma igreja; portanto a Igreja Anglicana (Igreja da Inglaterra ou Igreja Episcopal) é errada. Uma província não tem uma igreja, tampouco uma raça. Na Bíblia, somente a menor unidade administrativa tem uma igreja, somente uma localidade ou uma cidade tem uma igreja. A igreja de uma localidade não pode unir-se com a igreja de outra localidade, para ambas se tornarem uma igreja. Cada cidade só pode ser ajustada a
  • 13. uma igreja, assim como um esposo só pode ser combinado com uma esposa. Portanto, em Antioquia, temos a igreja de Antioquia" e não as "igrejas de Antioquia" (At 13:1). Seria errado dizer as "igrejas de Antioquia". De acordo com a determinação de Deus, uma localidade só pode ser combinada com uma igreja, nunca com muitas igrejas. Na Bíblia você jamais encontrará as igrejas em Corinto, ou as "igrejas de Antioquia". Mas a Bíblia, na verdade, diz: a "igreja de Antioquia", a "igreja... em Corinto" (l Co 1:2), a "igreja em Filadélfia", todas no singular. Não havia "igrejas" em Antioquia, em Corinto ou em Filadélfia. A determinação de Deus para a igreja é: a autoridade do Espírito Santo, no lado espiritual, e o limite da localidade, em sua aparência externa. Quando a igreja em Corinto teve a tendência de dividir-se em quatro facções, Paulo imediatamente os repreendeu, por serem facciosos e carnais. Quando os coríntios estavam a ponto de dividir-se em muitas pequenas igrejas — uma de Paulo, outra de Cefas, outra de Apoio e outra de Cristo — o Espírito Santo falou-lhes que aquilo era carnal. Cada cidade, cada localidade só pode ser combinada com uma igreja. Sempre que aparecer mais de uma, tal será uma divisão, uma seita, o que é rejeitado por Deus. Do ponto de vista de Deus, a igreja em Corínto tornou-se carnal. Por quê? Porque só pode haver uma igreja em uma localidade; uma segunda não pode ser estabelecida. Quando uma igreja já está estabelecida, a segunda, então, é uma divisão, e é carnal. Nunca poderá haver mais de uma igreja em uma localidade. Alguns dizem que desejam suprir os outros com alimento espiritual, mas alimento espiritual não é base suficiente para se estabelecer uma igreja. Outros dizem que querem ajudar as pessoas a entender a Bíblia, mas ajudar os outros a entender a Bíblia também não é base suficiente para se estabelecer uma igreja. Tampouco ensinar os outros a conhecer o Espírito Santo é base adequada para se estabelecer uma igreja. Alguns dizem que precisamos de um reavivamento, e que uma igreja de reavivamento deveria ser estabelecida. Recentemente, em certo lugar, alguém estabeleceu uma "Igreja do Reavivamento", com o único objetivo de reavivamento espiritual; mas, com o reavivamento, também não existe base para se estabelecer uma igreja. Os homens não podem estabelecer uma igreja, porque eles não têm a base para estabelecer a igreja. Paulo não tinha base para estabelecer a igreja; tampouco Cefas ou Apoio. Éfeso tem a base para estabelecer uma igreja, mas Paulo não é igual a Éfeso! Corinto tem a base para estabelecer uma igreja, mas Paulo não é igual a Corinto, tampouco o é Cefas ou Apoio; eles todos não eqüivalem a Corinto. Não tinham a base e não eram qualificadas a estabelecer uma igreja, porque cada igreja deve ser combinada com uma locali- dade. Se não se combinar com uma localidade, será impossível estabelecer-se uma igreja. Se não há localidade, não há igreja. É mais do que evidente que Deus toma por base o limite da localidade. Só Pode Haver uma Igreja em Xangai Nós, em Xangai, temos uma igreja que não se posiciona sobre nenhuma base de denominação, nenhuma base de sectarismo, e nenhuma base de qualquer outra coisa, mas sobre a base de Xangai. Esta é a igreja em Xangai. Suponhamos que eu tivesse uma desavença com o irmão Chang; então o deixaria fazendo suas reuniões na Rua Nan-Yang, enquanto eu acharia um lugar na Rua Szechwan para as minhas reuniões. É como se você fosse para o sul, e eu, por isso, fosse para o norte, totalmente opostos um ao outro. Na Rua Szechwan, prego o evangelho, e um grupo
  • 14. de pessoas são salvas. O local de reuniões da Rua Nan-Yang pode acomodar 2.400 pessoas; eu construo um maior na Rua Szechwan para acomodar 2.600. Lá também prego o evangelho. Mas deixem-me dizer-lhes algo: posso conduzir muitos à salvação, posso dar mensagens, posso edificar os santos, mas jamais poderei tornar-me a igreja. Por quê? Porque a qualificação para tomar Xangai como base da igreja já foi tomada por outros.Por isso, não estou qualificado a estabelecer outra igreja, pois só pode haver uma igreja em Xangai. Uma Igreja Pode Ser Estabelecida em uma Localidade Onde não Existe Igreja Atualmente, por exemplo, em Pi-Chieh, na província de Kweichow ninguém até agora tomou a posição de estabelecer uma igreja sobre a base da localidade. Se alguém deseja fazê-lo, então está bem, que ele vá a Pi-Chieh e o faça, porque, em uma localidade, só pode haver uma igreja local. Se uma igreja adicional aparecer por lá, Deus a considerará uma divisão. É como uma mulher unindo-se a um homem. Se casar com um homem solteiro, será sua esposa. Se ele já for casado, como poderá ela tornar-se sua esposa? Ela só poderá unir-se a um homem que não tem esposa. Todo o Novo Testamento fala-nos uma coisa: a igreja é local. Precisamos ver que ela é local. Nas epístolas, observamos a igreja em Corinto (l Co 1:2), a igreja em Cencréia (Rm 16:1). Em Apocalipse notamos as sete igrejas na Ásia (Ap 1:4). Em cada localidade, há somente uma igreja. A igreja não pode desvincular-se da localidade e ser independente. Lembrem-se, por favor, de que uma igreja só pode ser estabelecida em uma localidade onde não há igreja. Se já existe uma igreja em uma localidade, só poderemos unir-nos a ela; não poderemos estabelecer uma outra. Uma vez estabelecida outra, tal será uma divisão, que é seita condenada por Deus. Qual é a diferença entre uma esposa e uma concubina? Tudo é o mesmo, exceto a posição! Só a base é diferente; no resto, tudo é o mesmo. Embora exteriormente possam parecer iguais, algo falta a uma delas, isto é, a base. Que é Divisão? Divisão significa falta de base, e o estar sem a base é condenado por Deus! Por favor, desculpem-me por usar novamente Pi-Chieh, província de Kweichow, como exem- plo. Qual é a diferença entre você ir a Pi-Chieh pregar o evangelho, salvar pessoas, edificar os santos; e ir à Rua Szechwan, em Xangai, e lá fazer o mesmo? Exteriormente, não há diferença alguma! Isso não significa que, quando você prega o evangelho na Rua Szechwan, as pessoas não possam ser salvas; não quer dizer que, quando você prega o evangelho na Rua Szechwan, as pessoas não possam receber a vida eterna; tampouco vem indicar que as pessoas da Rua Szechwan vão abandonar sua experiência de salvação. A verdade do evangelho ainda é a mesma, e as mensagens podem ser dadas de uma maneira muito clara, como se tudo fosse o mesmo. Mas você não pode estabelecer outra igreja na Rua Szechwan. Se você for até lá para estabelecer uma igreja, tal será uma divisão. As mensagens que você prega em Pi- Chieh, província de Kweichow, podem ser exatamente as mesmas que você prega na Rua Szechwan, em Xangai. Nas duas diferentes localidades, porém, existem duas bases distintas. Em Pi-Chieh, província de Kweichow, poderá existir uma igreja, ao passo que na Rua Szechwan existirá uma divisão. A mesma mensagem é pregada
  • 15. nestas duas localidades, mas que grande diferença! Suponhamos que você estabeleça a Mesa do Senhor em Pi-Chieh, isto é, a Ceia do Senhor, o Partir, do Pão. Um dia, você muda essa mesma Mesa com todos os participantes de Pi-Chieh para a Rua Szechwan, em Xangai. Aqui você ora, estuda a Bíblia e louva ao Senhor da mesma maneira como fazia antes. Nestas coisas não há diferença alguma. Mas, em Pi-Chieh, você é uma igreja, enquanto na Rua Szechwan você será uma divisão. Quando uma mulher casa com um homem solteiro, ela é sua esposa; mas, se casar com um homem já casado, ela não será sua esposa. Quando vamos a um lugar onde não há igreja, podemos estabelecer uma igreja. Mas, num lugar onde já existe uma igreja, só podemos unir-nos a ela; não podemos estabelecer outra. Este é um princípio básico na Bíblia. Se você não der importância ao limite da localidade, tudo estará terminado. Se o menosprezar, então você não terá a base. Espero que, diante de Deus, você compreenda estes dois pontos: 1) a igreja de Deus é estabelecida sobre a autoridade do Espírito Santo; 2) a igreja de Deus é estabelecida sobre o limite da localidade. A base da igreja é estabelecida na direção do Espírito Santo. Você não pode dizer: "É por direção do Espírito Santo que estamos nos reunindo na Rua Szechwan". Se realmente fosse a direção do Espírito Santo, a primeira coisa que Ele argumentaria é que o lugar onde você se reúne é errado. Conseqüentemente, você violou e contrariou a primeira limitação Dele; você, portanto, não tem a base sobre a qual posicionar-se. Dizer apenas que você tem o Espírito Santo não é suficiente; também deve considerar a jurisdição da localidade, que é estabelecida pelo Espírito Santo. A localidade é a jurisdição da qual você jamais pode afastar-se; você só pode submeter-se. Os homens não têm liberdade alguma quanto à jurisdição da localidade estabelecida pelo Espírito Santo. A Localidade Restringe a Formação de Divisões Espero que os irmãos e as irmãs se apeguem firmemente a esse princípio básico, para que possam ver clara e minuciosamente as assim chamadas denominações, igrejas, grupos e organizações. Se qualquer grupo não estiver edificado sobre a base da localidade, você saberá que ele não é a igreja. Está claro? Você acha estranho? Eu o acho estranho, quando leio na Palavra. Ir da autoridade do Espírito Santo para o limite da localidade parece-se com cair de três mil metros de altura, numa queda só, do céu para a terra! A Bíblia realmente nos revela que a base da igreja é a autoridade do Espírito Santo. A Bíblia, todavia, também nos mostra que só ter o Espírito Santo não é suficiente; precisamos, também, que a isto se acrescente a base da localidade. Esses dois requisitos, colocados juntos, produzem a igreja. À medida que olhamos para trás, vamos ficando mais claros e mais louvamos a Deus. Se, nos últimos dois mil anos, as pessoas da igreja estivessem dispostas a ser limitadas pela localidade, não teria havido tantas dificuldades e tanta confusão. Se o homem tivesse se submetido à autoridade de Deus, tanto o Catolicismo quanto o Protestantismo jamais poderiam estabelecer- se. Tampouco teriam sido estabelecidas as mais de cem denominações na China, e as mais de seiscentas grandes organizações e cinco mil organizações menores em todo o mundo. Todas teriam sido restringidas pelo limite da localidade.
  • 16. A Localidade nunca Muda Perdoem-me por usar termos políticos. Uma dinastia pode mudar, mas uma localidade nunca muda; um partido político pode mudar, mas uma localidade não; até mesmo um país pode mudar, mas ainda assim uma localidade permanecerá a mesma. Xangai sempre foi Xangai, e Chang-Chun sempre foi Chang-Chun. Durante a dinastia Ching, Xangai era Xangai; durante a República, ainda era Xangai; até agora, continua sendo Xangai. Durante a guerra sino-japonesa, quando o país quase passou a fazer parte de outro, a localidade permaneceu a mesma. Todas as coisas mudarão, mas a localidade nunca mudará. Deus deseja a localidade como base para a igreja. Podemos ter a igreja na localidade de Roma, mas nunca a igreja do Império Romano. O nome é o mesmo, mas, na realidade, são diferentes. A igreja na cidade de Roma é reconhecida pelo Espírito Santo, mas a igreja do Império Romano não. Por esse motivo, precisamos aprender diante de Deus a não perder esta base da localidade. Por favor, lembrem-se disto: a igreja deve posicionar-se sobre a base da localidade. Por muitos anos, nós nos temos posicionado sobre essa base, rejeitando tudo o que não está de conformidade com ela, rejeitando todos os outros rótulos. Qualquer grupo que não toma Xangai como base, não é a igreja em Xangai. O trabalho que aqui temos é realizado com a esperança de edificar a igreja em Xangai. Se alguém de fora perguntar sobre esse assunto, você deverá deixar-lhe claro que a igreja interiormente tem a autoridade do Espírito Santo como conteúdo, e, exteriormente, o limite da localidade. A autoridade do Espírito Santo mais o limite da localidade formam uma igreja. Se não houver autoridade do Espírito Santo inte riormente e se não houver o limite da localidade, tal não será uma igreja. A Base da Igreja e as Bênçãos Espirituais Quanto mais clara é a base da igreja, mais ricas são as bênçãos espirituais. Principalmente nesses últimos dois anos, temos visto que Deus definitivamente abençoou a base da igreja. Muitos irmãos e irmãs começaram a perceber a diferença entre o caminho do individualismo e a base da igreja. Você pode ver a bênção do Senhor, porque a autoridade do Espírito Santo está em todos os membros, levando-os a servir a Deus em coordenação, e não em atividades individuais. Em algumas igrejas locais, o número de membros aumentou duas vezes, cinco vezes e dez vezes, tudo em múltiplos. Originalmente, havia em Taipé aproximadamente trinta membros, mas agora aumentaram para mais de mil (Nota dos tradutores: Em 1977, a igreja em Taipé contava com mais de vinte e três mil membros). Enviamos a essa cidade alguns irmãos, que trabalham muito diligentemente. Deus continua a abençoar, e o número de membros continua aumentando. Quando estava em Hong-Kong (na primavera de 1950 - editor), recebi uma carta de um irmão, através da qual pude sentir que ele realmente conhecia o que era a igreja, e isto devido ao seguinte incidente. A igreja em Taipé esperava que o irmão Witness Lee fosse responsável pela campanha de evangelização, por ocasião do Ano Novo chinês. Depois de estar tudo acertado, o irmão Lee precisou vir até Hong-Kong, para resolvermos alguns assuntos. Eles ficaram realmente desapontados, pensando que não poderiam
  • 17. realizar tal campanha. O irmão Lee disse-lhes: "Para mim, ter um irmão Lee é apenas ter um irmão a mais; perder um irmão Lee é simplesmente perder um irmão". Se houvesse uma igreja em Taipé, ter ou perder o irmão Lee seria uma questão de ter ou perder um irmão. Todavia, se não houvesse igreja em Taipé, então, quando o irmão Lee se fosse, metade de Taipé também se iria. Não obstante, o resultado daquela campanha de evangelização foi maravilhoso! Alguns dos irmãos que vocês suporiam incapazes de pregar o evangelho o fizeram contra toda expectativa. Como resultado, mais de mil e quatrocentos pessoas receberam o Senhor. Nas reuniões dos dois dias seguintes, duzentos e vinte e oito foram batizadas. Não faz diferença se um irmão é tirado ou acrescentado, porque lá existe a igreja. Voltando agora à carta do irmão, estou contente pela sua afirmação: "Acredito que, se nós, irmãos, aprendêssemos a servir o Senhor de uma maneira coordenada, mesmo que houvesse três mil ou dez mil convertidos, seríamos capazes de digeri-los e absorvê- los". Quando a igreja vem à existência e começa a funcionar, então, se vierem quinhentos, quinhentos serão digeridos; se vierem mil, mil serão digeridos. Esta é a igreja de Deus. Um Vaso Necessário para Conter a Bênção de Deus Alguns de nós oramos ao Senhor, pedindo-Lhe que nos abençoe da mesma maneira como abençoou a igreja durante o Pentecoste. Mas, se o Senhor realmente respondesse às nossas orações, o que faríamos? Se Ele realmente nos concedesse a bênção de Pentecoste, o que faríamos? Se o Senhor nos desse três mil ou cinco mil pessoas, o que faríamos? Se vários milhares de pessoas subitamente enchessem o nosso local de reuniões, você imediatamente veria que não seríamos capazes de digerir a todos eles. Por exemplo, se em Xangai três mil pessoas fossem acrescenta- das de uma só vez, não seríamos capazes de digeri-las. Não saberíamos como batizá- las, como distribuí-las nas várias casas onde há reuniões para ter a Mesa do Senhor, como edificá-las e como visitá-las. Todavia, quando Deus abençoa e a igreja é forte, podemos facilmente digeri-las. Não importa quantos venham: não ficaremos nos arrastando, sem saber como conduzi-las adequadamente. Temos aqui cerca de mil e quinhentos irmãos e irmãs entre nós, e a nossa comunhão ainda não é adequada. O que faríamos se outros mil nos fossem acrescentados? Ser-nos-ia difícil carregá-los, se Deus nos abençoasse assim. Não estamos falando de uma organização, mas de um organismo que possa suportar as bênçãos de Deus. Se Deus nos abençoasse, dando-nos três mil, e dois mil desaparecessem depois de dois dias, isso não seria a igreja. Se Deus nos desse tantas pessoas, poderíamos nem sequer notar que elas desapareceram. Se não percebermos quando as pessoas vêm e quando elas vão, isso não é igreja. A igreja é um organismo com tal capacidade, que pode conter a bênção de Deus. Espera-se que a igreja atinja um ponto tal, que, quando Deus abençoar abundantemente, haja um vaso capaz de conter essa bênção. Quando todo o corpo de irmãos e irmãs obedecem ao Espírito Santo, todos têm parte no serviço e todos são abençoados. Ninguém do corpo introduzirá suas próprias opiniões, mas todos estarão ocupados em servir; é nesse momento que surge a igreja de Deus. Digo-lhes que, se vocês não se estão preparando para a obra do Espírito Santo, Ele não agirá. Vocês todos devem preparar-se para a obra Dele. Sempre devemos preparar mais lugares, preferindo deixar o Senhor trazer as pessoas a deixá-lo levá- las embora. Quando o Espírito Santo começar a agir, você verá que não haverá
  • 18. lugares suficientes. Precisamos preparar-nos para a obra do Espírito Santo, providenciando um local de reuniões maior e ampliando a nossa capacidade; então o Senhor abençoará. Precisamos preparar homens para o serviço; então o Senhor abençoará. Se não prepararmos cada um para o serviço, o Espírito Santo não terá meios para agir. Todos Precisamos Aprender a Servir Espero que os irmãos e as irmãs vejam que a base da igreja fundamenta-se na localidade e na autoridade do Espírito Santo. Uma vez que a autoridade do Espírito Santo se faz presente, isso significa que cada um começa aprendendo a libertar-se de suas próprias idéias e a submeter-se à autoridade de Deus. À medida que cada um começa aprender a servir, a igreja de Deus aparece. Na igreja, não é suficiente que as nossas opiniões pessoais não sejam introduzidas, mas também, do lado positivo, é necessário que cada um se submeta à autoridade do Espírito Santo. Uma vez que as pessoas se submetam à autoridade do Espírito Santo, imediatamente a Sua autoridade começará a nos dirigir e fará com que todos comecem a servir; e, assim, todos servirão. Vocês, irmãos responsáveis pelas casas onde há reuniões, perdoem-me por dizer as seguintes palavras: a responsabilidade básica que vocês têm diante de Deus é que vocês mesmos precisam servir; mas isso não é suficiente. Se vocês podem fazer, mas não conseguem levar os outros a fazer, estão fracassados. O Espírito Santo deseja levar todos a servir. Do lado negativo, não introduza suas próprias idéias; do lado positivo, deixe que o Espírito Santo faça com que cada um sirva. A autoridade do Espírito Santo significa que Ele pode fluir através de cada um, que Ele pode dirigir cada um. Portanto aquele que só pode servir por si mesmo, mas não pode confiar responsabilidades a outros, é alguém que fracassa. Aquele que não conserva a responsabilidade nas suas próprias mãos, mas a distribui aos irmãos e irmãs, para que eles tenham parte na obra, é aquele a quem Deus usará. Não pense que, quando as necessidades surgirem, será seu direito fazer tudo. Se, quando as necessidades surgem, você as resolve rapidamente, conservando-as em suas mãos, sem distribuí-las, isso bloqueia a obra do Espírito Santo. As responsabilidades devem ser distribuídas; não devem ser retidas em suas próprias mãos. Retê-las é sempre um obstáculo. As responsabilidades não devem estar presas a você. Quando a autoridade do Espírito Santo tem liberdade na igreja, não importa se é você quem faz ou não, mas é uma questão de permitir que o Espírito Santo tenha liberdade para liberar-Se. Quando a autoridade Dele age, move-se e é liberada em todo o Corpo, então temos a igreja. O trabalho sempre deve ser distribuído; distribuir é um princípio. Sempre que algo lhe aparece, você o distribui imediatamente. Quando algo pode ser feito por uma pessoa e também pode ser feito por cinco pessoas, é melhor distribuí-lo entre as cinco. Sempre procure fazê-lo levando outros consigo. Quando proceder assim, você estará treinando os irmãos e levando-os a fazer as coisas, de modo que todos estejam aprendendo a servir. O irmão Witness Lee e eu passamos um longo tempo buscando o Senhor e conversando (Nota dos editores: em fevereiro e março de 1950, em Hong-Kong). Cremos ainda mais naquilo que vimos antes. Nos dias vindouros, Deus certamente usará o caminho da migração. Portanto cada irmão precisa aprender a ser treinado. Vocês não devem esperar que, no futuro, um grupo de irmãos migrem para Nan-
  • 19. Chang, e que lá a igreja em Nan-Chang vá treiná-los por vocês. Temos que treiná-los agora! Temo que os irmãos e irmãs não tenham aprendido o suficiente diante de Deus e que, quando chegar a época da migração, tais irmãos não possam sair e migrar. Portanto cada um deve aprender algo referente à igreja. Precisamos, porém, aprender muito mais diante do Senhor sobre o serviço de todo o Corpo. Assim haverá um caminho para que Deus flua de nós.
  • 20. CAPÍTULO DOIS A IGREJA NUMA CIDADE E A IGREJA NUMA CASA (Palestra proferida aos irmãos em Xangai, a 1° de abril de 1950, e publicada em "A Porta Aberta", a 30 de junho de 1950). Com referência à base da igreja, dissemos que, em uma cidade, deve haver somente uma igreja, pois deve haver apenas uma unidade. Mas algumas pessoas dizem que "a igreja em uma casa" — tomando por base as Escrituras — "é uma unidade adicional à localidade". O que querem dizer é que a igreja pode ter várias unidades numa localidade. O que dizer sobre tal tipo de afirmação? O Novo Testamento, em quatro lugares diferentes, menciona a igreja em uma casa, isto é, num lar. 1. Romanos 16:5:"Saudai, igualmente a igreja que se reúne na casa deles..." "Deles se refere a Priscila e Áqüila, do versículo terceiro. Aqui o fato é simples. A igreja em Roma, como centenas e milhares de outras igrejas, começou, primeiramente, na casa de um irmão. Isso significa que os principais membros da casa desse irmão já eram irmãos no Senhor. Ao mesmo tempo, não havia muitos membros na igreja; usavam, portanto, a casa deste irmão como seu local de reuniões. Este é um fato histórico, e não doutrinário. É possível justificar uma doutrina; mas o mesmo não ocorre com a História, pois acontecimentos históricos são fatos. Qualquer pessoa que esteja familiarizada com a História sabe que centenas e milhares de igrejas, primeiramente, se iniciaram em lares. A igreja num determinado lugar, portanto, tornou-se a igreja na casa de uma certa pessoa. A igreja em Roma era a igreja na casa de Priscila e Aqüila. Alguns podem perguntar: "Uma vez que Paulo enviou saudações tanto à igreja em Roma como à igreja em uma casa, mostrando assim não haver somente a igreja local, mas também a igreja numa casa, não existiriam, conseqüentemente, duas igrejas?" Vamos devagar: Temo que você não tenha ouvido a Palavra de Deus cuidadosamente. O livro de Romanos jamais menciona o termo "a igreja em Roma". Como, então, o apóstolo pode ter saudado a igreja em Roma? O livro de Romanos, ao enviar saudações, não o faz claramente à "igreja em Roma", mas sim a igreja em casa". Está implícito, entretanto, que a saudação enviada à igreja em casa de Priscila e Aqüila é a saudação enviada à igreja em Roma, a qual se reunia em casa de Priscila e Aqüila. Assim a igreja em Roma era a igreja na casa deles. Presumo que a dificuldade daqueles que discutem sobre isso advenha do fato de que, após o versículo quinto, Paulo novamente menciona vários nomes. Acredito que todos os expositores da Bíblia sabem que, após ter saudado a igreja no versículo quinto, Paulo mencionou propositadamente um bom número de pessoas importantes, e especialmente as saudou uma a uma. Isto não significa, todavia, que tais pessoas estivessem fora da igreja em casa, mas sim que eram as pessoas, dentro da igreja em casa, às quais Paulo especialmente enviava suas saudações. Algumas, além de estarem incluídas nas saudações gerais à igreja, necessitavam de uma atenção especial. Não cometam o erro de pensar que, pelo fato de estarem todos incluídos nas saudações gerais à igreja, seja desnecessário acrescentar-lhes outras saudações feitas individualmente. Isto não é afeição santa nem tampouco o que ocorreu. Paulo não fez isto e nem mesmo nós o faríamos.
  • 21. A prova disto está no versículo terceiro. Se a saudação enviada à igreja automaticamente incluía a todos, e não havia necessidade de saudá-los novamente, mencionando certos nomes, então Paulo não deveria ter saudado a Priscila e Áqüila no versículo terceiro. Ele deveria saudar apenas "a igreja que se reúne na casa deles" [de Priscila e Áqüila] (versículo quinto). O fato de haver saudado a "igreja que se reúne na casa deles" [de Priscila e Áqüila já não significava a inclusão de ambos? A saudação a toda a igreja naturalmente, inclui a cada um individualmente. Mencionar estes indivíduos, todavia, além de saudar a igreja, não significa que eles não sejam membros da igreja, ou que sejam membros de um outro grupo. Se assim fosse, então Priscila e Áqüila não seriam da igreja que se reunia em sua própria casa! Você percebe agora? Paulo saudou a Priscila e Áqüila no versículo terceiro; e, no versículo quinto, prosseguiu saudando a igreja que estava na casa de Priscila e Áqüila. Se a menção dos nomes de alguns indivíduos, além da saudação à igreja, significa que tais indivíduos não eram desta igreja, e que existia uma outra igreja na cidade, então até mesmo Priscila e Áqüila, cujos nomes Paulo também mencionou separadamente em sua saudação, não pertenciam à igreja que estava em sua própria casa! O fato é que a igreja na casa de Priscila e Áqüila era a igreja em Roma. A igreja em Roma, naquela época estava na casa de Priscila e Áqüila. Da mesma maneira que os indivíduos mencionados antes do versículo quinto — tais como Priscila e Áqüila — eram desta igreja, assim os muitos indivíduos nomeados após o versículo quinto também eram desta igreja. E, além disso, muitos outros indivíduos não mencionados também eram desta mesma igreja. Nos versículos décimo e décimo - primeiro, mais duas casas são mencionadas, nas quais também havia o povo do Senhor. Entretanto Paulo não disse: "saudai a igreja na casa de Aristóbulo" ou "saudai a igreja na casa de Narciso". Somente no versículo quinto ele realmente disse: "Saudai igualmente a igreja que se reúne na casa deles" [a de Priscila e Áqüila]. Embora toda a casa de Aristóbulo tenha crido no Senhor, em Roma havia apenas uma igreja — a igreja que estava na casa de Priscila e Aqüila. Portanto, embora houvessem cristãos na família de Aristóbulo, eles não podiam tornar-seuma igreja. Apesar de muitos da casa de Narciso serem cristãos, estes de sua casa não podiam tornar-se uma igreja independente. Só havia uma igreja em Roma, que era a igreja na casa de Priscila e Aqüila. Por isso a Bíblia não menciona a igreja na casa de Narciso. A casa de Aqüila, a casa de Aristóbulo e a casa de Narciso, todas pertenciam à igreja em Roma. Embora houvesse três casas de cristãos, não eram três igrejas. Havia somente uma igreja. Roma era uma localidade; tinha, portanto, apenas uma igreja — a que estava na casa de Priscila e Aqüila. Além disso, a História nos conta que, à época do Senhor, Roma já era uma cidade muito grande. Mas, no início, os cristãos em Roma eram poucos. Por ser grande a cidade e estarem espalhados os cristãos por toda a cidade, era natural que Paulo acrescentasse saudações pessoais às saudações enviadas à igreja em Roma, a qual se reunia na casa de Priscila e Aqüila. Por isso mencionou especialmente: "Saudai a Asíncrito, Flegonte, Hermes, Pátrobas, Hermas e aos irmãos que se reúnem com eles" (versículo catorze), e também: "Saudai a Filólogo e a Júlia, a Nereu e sua irmã, a Olimpas e a todos os santos que se reúnem com eles (versículo quinze). Tais santos estavam espalhados por lugares distantes uns dos outros, através de toda a cidade de Roma, assim como os irmãos, hoje, na igreja em Xangai, que moram em Young Shu Pó e Kiang Wan. Mas Paulo nos diz que havia somente uma igreja na cidade
  • 22. de Roma, e que tal era aquela que se reunia em casa de Priscila e Aqüila. Embora estivessem espalhados, e alguns irmãos se reunissem com aqueles que moravam perto, Paulo, contudo, não os chamou de igreja; chamou-os somente de "irmãos que se reúnem com eles" ou "todos os santos que se reúnem com eles". Só pode existir uma igreja em uma localidade. 2. Primeira Coríntios 16:19: "No Senhor muito vos saúdam Aqüila e Priscila e, bem assim, a igreja que está na casa deles". Esta saudação foi enviada em 59 d.C, quando Áqüila e Priscila moravam em Éfeso (At 18:18-19). Como a igreja em Éfeso se reunia na casa deles, foi, portanto, chamada de "igreja que está na casa deles". Isso não significa que houvesse uma igreja na cidade de Éfeso e outra, na casa de Áqüila e Priscila, mas que a igreja na cidade de Éfeso era a igreja na casa de Áqüila e Priscila. Tal fato histórico de maneira alguma pode ser mudado. Mais tarde esses dois retornaram a Roma, e, mais uma vez, abriram sua casa para local de reuniões da igreja em Roma. Eram realmente um casal fiel e amável. 3. Colossenses 4:15-16: "Saudai aos irmãos que estão em Laodicéia. e a Ninfa e à igreja que está em sua casa. E, quando esta epístola tiver sido lida entre vós, fazei que também o seja na igreja dos laodicenses..." (VRC) (a palavra "e", usada duas vezes no versículo quinze, é a mesma palavra em grego). Podemos descobrir, por meio da História, que a igreja em Laodicéia se reunia em casa de um irmão chamado Ninfa, um cristão de Laodicéia, não de Colossos. (Verifique isso, por favor, nos escritos de Moore, Alfred, Earle e Finley). Paulo, portanto, chamou à igreja de Laodicéia de "igreja que estava na casa de Ninfa", isto é, "a igreja de Laodicéia na casa de Ninfa". Tal é um fato, e está bem evidente nesta passagem. É possível que os irmãos mencionados no versículo quinze sejam diferentes da igreja? Não, é impossível! Paulo mencionou três categorias de pessoas: 1) os irmãos, 2) Ninfa, 3) a igreja. Se os irmãos e a igreja não são os mesmos, então onde colocar Ninfa? O versículo diz: "os irmãos e Ninfa". A expressão "os irmãos" inclui "Ninfa" ou não? Não importa quem você seja; tem de reconhecer que "os irmãos" inclui "Ninfa". Logo tanto "os irmãos" quanto "Ninfa" pertencem ao mesmo grupo. Embora ambos sejam do mesmo grupo, todavia, depois de ter saudado os irmãos (isto é, após Ninfa ter sido incluído na saudação aos irmãos), Paulo especialmente destacou Ninfa dentre eles, saudando-o pessoalmente. Além disso, com relação às categorias (2) Ninfa, e (3) a "igreja que está em sua casa" [de Ninfa], podemos dizer que a "igreja que está em sua casa" inclui Ninfa? É claro que sim, a igreja o inclui. Assim sendo, por que não é suficiente que Paulo diga: "saudai a igreja que está em casa de Ninfa"? Embora a igreja em sua casa inclua Ninfa, Paulo ainda assim diz: "Saudai... a Ninfa e à igreja que está em sua casa". Ele saúda a igreja, mas principalmente a Ninfa. Nestas três categorias de pessoas, Ninfa é parte de cada uma delas. Da mesma maneira, "os irmãos" e "a igreja são idênticos. Portanto Paulo não pára com a saudação aos "irmãos de Laodicéia", mas prossegue, saudando a um irmão em particular chamado "Ninfa". Já que a reunião da igreja se fazia em casa de Ninfa, Paulo continua, saudando a "igreja que está em sua casa". "Os irmãos" se refere a indivíduos; "a igreja" se refere a todo o grupo. Mas eles são idênticos. Paulo primeiramente saúda os indivíduos, depois saúda toda a igreja. Qual é o relacionamento existente entre a igreja na casa de Ninfa (versículo quinze) e a igreja em Laodicéia (versículo dezesseis)? O versículo quinze é uma
  • 23. saudação, enquanto o versículo dezesseis refere-se à leitura da epístola. O versículo quinze fala da saudação aos irmãos em Laodicéia, os quais eram a igreja que se reunia em casa de Ninfa. No versículo dezesseis, espontaneamente, sem qualquer explicação, Paulo informa aos colossenses que os irmãos em Laodicéia (a quem saudou no versículo quinze) eram a igreja que se reunia em casa de Ninfa, e que tal igreja era a igreja em Laodicéia. Então, solicitou aos irmãos em Laodicéia que providenciassem que a epístola fosse lida aos colossenses (Colossos distava apenas 20 km de Laodicéia). Lendo esses dois versículos cuidadosamente, você perceberá que a igreja em casa de Ninfa, em Laodicéia (versículo quinze), é a própria igreja em Laodicéia (versículo dezesseis). Pedro é Cefas, e Cefas é Pedro: os dois são permutáveis. O mesmo ocorre aqui. 4. Filemom 1-2: a "...Filemom... Afia, e a Arquipo... e à igreja que está em tua casa". Filemom era um cristão que morava em Colossos e era um cooperador do apóstolo Paulo. A igreja em Colossos reunia-se em sua casa; a frase "à igreja que está em tua casa", conseqüentemente, indica a igreja em Colossos. Isto é a História! Teotóno afirma que, até o século quinto, sempre que visitavam Colossos, os turistas freqüentemente consideravam a casa de Filemom como um ponto histórico. Sendo famoso lugar histórico, era ponto turístico obrigatório aos que iam a Colossos. Tal se devia ao fato de que a igreja em Colossos se reunia naquela casa em particular. A igreja na casa de Filemom era a igreja em Colossos, pois a igreja em Colossos se reunia na casa de Filemom. Todas as igrejas na Bíblia, portanto, tomam a localidade como a unidade: a casa jamais pode ser a unidade para a igreja. A CASA, UMA UNIDADE INSUFICIENTE Já vimos que o Novo Testamento menciona quatro vezes a igreja em uma casa. O que tudo isso, na verdade, significa? Devemos observar essa questão por um outro ângulo, e ver se a casa é ou não a unidade para a jurisdição de uma igreja. Não sei se você compreende ou não o que se chama de "unidade de jurisdição". Quando pesamos alguma coisa, por exemplo, usamos o quilo como unidade; assim o quilo é a "unidade de peso". Quando medimos coisas, usamos o metro como unidade; assim o metro é a "unidade de comprimento". O quilo é a unidade de peso, e o metro, a unidade de comprimento. É uma casa a "unidade de jurisdição" para a igreja? Como já disse antes, em outros lugares, a unidade de jurisdição para a igreja é uma cidade ou localidade. Isto se baseia nos ensinamentos de Deus. Por que uma cidade ou uma localidade pode tornar-se a unidade? É porque Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia, todas eram localidades, e apenas uma igreja posicionava-se em cada localidade. A questão agora é que, se Deus não tivesse tomado a localidade como a unidade de jurisdição da igreja, então não deveria haver sete igrejas nestas sete localidades. Por que não deveria haver uma igreja para todas as sete localidades? Ou, se a localidade não fosse mantida como unidade, por que não deveria haver mais de sete igrejas? Mas, na Bíblia, Deus nos disse que havia sete localidades e que também havia sete igrejas! Elas eram as "sete igrejas na Ásia", não "a igreja na Ásia"; eram "as igrejas", não "a igreja"; eram as "ecclesiae", não a "ecclesia". Não somente existiam sete igrejas diferentes nesta terra, mas também havia sete candelabros no santo lugar, diante do Senhor. Havia sete, não um. Sem dúvida, está evidente que as pessoas devem obedecer àquilo que Deus nos mostrou quanto à questão de tomar a localidade
  • 24. como unidade de jurisdição para uma igreja. Permitam-me perguntar novamente: pode a casa tornar-se a unidade para a igreja? Para responder a esta pergunta, precisamos ter uma mente bastante clara; caso contrário, cometeremos erros. Precisamos compreender a diferença entre a casa mencionada na Bíblia e a casa mencionada por aqueles que, hoje, defendem a igreja numa casa. A casa ensinada na Bíblia é o lugar onde a igreja se reunia naquela localidade. A igreja na casa de uma pessoa, portanto, é também a igreja naquela localidade. A igreja na casa de Aqüila era a igreja em Roma, a igreja na casa de Ninfa era a igreja em Laodicéia, e a igreja na casa de Filemom era a igreja em Colossos. Mas, e hoje? As pessoas ensinam que Roma é uma localidade, mas que pode haver lá duas igrejas: uma em uma rua e outra em uma casa. Em Colossos, pode haver três igrejas: uma em uma rua, duas em duas diferentes casas. Portanto as pessoas ensinam que a igreja em uma casa é uma igreja menor do que a jurisdição de uma localidade; isto é, na mesma localidade, pode haver muitas igrejas. Utilizam a palavra "casa" da Bíblia para entenderem que a unidade da igreja nas Escrituras não está limitada a uma localidade, mas a uma casa. Por isso vocês devem atentar em que a "casa" mencionada na Bíblia e a casa proposta por algumas pessoas têm significados completamente diferentes. Agora, a questão é: existe na Bíblia uma unidade menor do que a localidade para o limite, para a jurisdição da igreja? O homem diz que sim, porém Deus diz que não! Essa pergunta é bem fácil de se responder. Já vimos que só havia uma igreja em Roma, uma igreja em Colossos e uma igreja em Laodicéia. O livro de Apocalipse claramente nos mostra que a igreja em Laodicéia está no singular, o que também corresponde a um candelabro de ouro nos céus. O exemplo mais evidente foi a igreja em Jerusalém, que, àquela época, era a igreja com o maior número de pessoas. Todos os que estudam a Bíblia sabem que as reuniões da igreja em Jerusalém eram realizadas em diferentes casas. A Bíblia diz: "Diariamente persevera-vam unânimes no templo... de casa em casa..." (At 2:46). A palavra "casa" aqui não é meramente uma casa. Atos 5:42 também diz: "...no templo e de casa em casa...". Aqui também não é meramente uma casa. Mais tarde, quando Pedro saiu da prisão, foi para a "casa de Maria" (At 12:12), que era uma entre muitas casas. Agora a questão é se esse tipo de casa pode ser a unidade de jurisdição para a igreja. A História nos mostra que, entre todas as outras igrejas, Jerusalém teve o maior número de membros e o maior número de reuniões em lares. Se Deus tivesse qualquer intenção de tomar a casa como unidade da igreja, então Jerusalém teria sido a localidade mais qualificada e o exemplo mais típico. Se em Jerusalém, onde havia muitos membros e muitas casas, Deus não usou a casa para ser a esfera, a jurisdição da igreja, concluímos então ser totalmente impossível encontrar em qualquer outro lugar o fato de que uma casa seja a esfera da igreja. Qual é, então, a realidade? Havia muitas casas em Jerusalém, mas Deus tinha somente uma igreja em Jerusalém, a Cada vez que mencionou a igreja em Jerusalém, o Espírito Santo usou convictamente a palavra "igreja" no singular, e nunca 'igrejas" no plural. A Bíblia registra somente o termo "a igreja em Jerusalém", e não "as igrejas em Jerusalém". Ela jamais declara: "cada igreja em cada casa em Jerusalém". É possível que tenha havido muitas casas de reuniões, mas, mesmo assim, elas eram a única igreja em Jerusalém. Qualquer idéia de tomar a casa como unidade para a igreja é um conceito humano e não o ensinamento da Bíblia. Só esta frase "a igreja em Jerusalém" (At 8:1). Já é suficiente para impossibilitar a
  • 25. qualquer um que deseje o estabelecimento de uma igreja isolada, independente, individualista e solitária em uma casa. Podemos também comparar Atos 14:23 com Tito 1:5, isto é: "...promovendo-lhes em cada igreja a eleição de presbíteros..." e "...em cada cidade, constituísses presbí-teros...". Esses dois versículos se correspondem e concordam um com o outro. "Cada igreja" está em "cada cidade". Está em "cada cidade", e não em cada casa. A casa pode ser usada como um local de reuniões, e a igreja pode ser chamada de igreja na casa de certa pessoa; mas a igreja na casa de Ninfa ainda era a igreja em Laodicéia. A cidade ou a localidade — jamais a casa — é o limite, a jurisdição e unidade da igreja. DOIS ERROS Os dois maiores erros cometidos pelo homem são: 1. Querer ter uma igreja maior do que a cidade ou a localidade; querer unir muitas igrejas em diferentes loca- lidades e fazer delas uma grande igreja, maior do que a localidade. Jamais pensaram que, nas Escrituras, não se registra um termo equivalente a "igreja na China". Quantos são capazes de perceber que o termo "a igreja na China" não é bíblico? Todos os filhos de Deus devem compreender que, nas Escrituras, não há uma igreja unida maior do que a localidade. Temos, por exemplo, 'às igrejas da Galácia", e não "à igreja da Galácia" (Gl 1:2). Temos "as igrejas aos gentios", e não a "igreja dos gentios" (Rm 16:4). Temos as "igrejasde Deus... na Judéia" (uma província), e não a "igreja de Deus... na Judeía" (l Ts 2:14). Temos "às sete igrejas... na Ásia", e não "à igreja... na Ásia" (Ap 1:4). Temos ainda "as igrejas" na Síria e Cilícia (distritos) e não "a igreja" na Síria e Cilícia (Atl5:41). Portanto o limite, a jurisdição da igreja sobre a terra, está restrito a uma localidade. Ainda que você junte duas igrejas, que estão em duas localidades diferentes, elas não podem ser uma igreja; ainda são duas igrejas. Na província da Ásia, se você somar as igrejas como uma, mais uma, mais uma, mais uma, mais uma, mais uma, mais uma, o resultado não será uma igreja, mas sete igrejas. Se você somar todas as igrejas das diferentes localidades de toda a província da (Galácia, você ainda não terá a igreja na Galácia, mas as "igrejas da Galácia". Quem disse que a igreja está acima, além da localidade? Que Deus possa abrir os seus olhos, a fim de que você não cause confusão ao testemunho de Deus. 2. Por outro lado, as pessoas desejam ter uma igreja menor do que a cidade ou a localidade. Desejam dividir uma localidade em muitas "igrejas", muitas "assembléias", muitas "congregações", ou igrejas em casas", usando este último como um maravilhoso título. Mas estas são todas da mesma natureza, isto é, servem para causar divisões, para estabelecer suas próprias seitas segundo a carne. Os filhos de Deus devem diferenciar bem a "casa" mencionada na Bíblia da "casa" concebida pelo pensamento humano. Na Bíblia, quando a casa eqüivale a uma localidade ou cidade, os cristãos que nela se reúnem são chamados de igreja, como a igreja em Roma, a igreja em Colossos, a igreja em Laodicéia, etc. Mas, quando a casa é menor do que a localidade ou cidade, os cristãos que nela se reúnem não são chamados de igreja, como as reuniões da igreja em Jerusalém realizadas em várias casas. Isto é muito diferente da casa concebida pelo pensamento humano, que é feita menor do que a localidade ou a cidade, perpetuando assim a vida das seitas, ou dando outra forma às mesmas.
  • 26. Os irmãos, portanto, devem lembrar-se de que o ensinamento bíblico é "a igreja em Jerusalém", e não "as igrejas em Jerusalém" (At 8:1); é "a igreja... cm Corinto", e não "as quatro igrejas em Corinto" (l Co 1:2); é "a igreja em Laodicéia" (Ap 3:14; Cl 4:15-16). Encontramos "a igreja em Éfeso", e não "as igrejas em Éfeso" (Ap 2:1). Temos "a igreja dos Tessalonicenses", e não "as igrejas dos Tessalonicenses" (l Ts 1:1). Também temos "a igreja... em Antioquia", e não "as igrejas em Antioquia" (At 13:1 - V.R.C.). A igreja de Deus toma a localidade como o seu limite! Quando a igreja na casa de certa pessoa é completamente equivalente à igreja daquela localidade, pode ser chamada de igreja na casa dessa pessoa. Todavia, quando a "igreja" na casa de certa pessoa é menor do que a igreja em sua localidade, não pode ser chamada de igreja. Quando você junta as "igrejas" na "casa" de Cefas, na "casa" de Paulo, na "casa" de Apoio e na "casa" de Cristo, não existem quatro igrejas em Corinto, mas sim a igreja em Corinto, no singular. Então se conclui que Deus nunca fez deste tipo de "casa" uma unidade para o limite, para a jurisdição da igreja. Como as quatro casas não são quatro unidades, os cristãos que nelas se reúnem, respectivamente, não podem ser quatro igrejas. Deve ter havido mais de dez mil irmãos em Jerusalém, e é possível que eles se tenham dividido em cem casas para as reuniões (não sabemos o número exato). Como casas desse tipo são menores do que a cidade, menores do que a localidade e menores do que Jerusalém, elas não são suficientes para se tornarem as unidades das igrejas. Portanto, se você juntar as cem casas, não se tornarão cem igrejas. Na Bíblia, só há a igreja em Jerusalém, no singular. Já que as cem casas juntas não podiam tornar-se cem, mas só podiam totalizar uma, isso significa que cada uma das cem não era suficiente para tornar-se uma unidade por si mesma. Se a igreja na casa de Ninfa (Cl 4:15) e a igreja em Laodicéia (versículo dezesseis) não são a mesma, então, ao somá-las, o resultado será duas igrejas. Mas, depois que "as" somamos, Deus diz, em Apocalipse 3:14, a "igreja em Laodicéia", e não as igrejas" ou as "duas igrejas" em Laodicéia. São uma somente. Quando menor do que a localidade, a casa não é suficiente para tomar-se a unidade. Quando equivalente a uma localidade, então é qualificada para tornar-se a unidade. Mas a unidade é a localidade, jamais a casa. Devemos ficar bem claros de que, na Bíblia, a unidade-padrão para a igreja, o limite da igreja, é a cidade ou a localidade. Quando a casa eqüivale à localidade, então podemos dizer "a igreja na casa de Fulano de Tal". Quando a casa é menor do que a localidade, você pode somar um mais um, mas o total será um, não dois. Você pode somar dez mais dez, porém o total não será vinte, será um. Você pode somar cem mais cem, mas o total não será duzentos, será só um. Todos os totais serão um! Através disso, conclui-se que nenhuma das "casas" pode igualar-se com a unidade para o limite, para a jurisdição da igreja. Quem pode mostrar, na Bíblia, que haja duas igrejas em uma localidade? Ninguém! Hoje, só podemos dizer que há duas denominações em uma localidade, quatro seitas numa localidade, ou cem manifestações da carne em uma localidade; mas nunca poderemos dizer que haja duas ou mais igrejas em uma localidade. Podemos dizer que há cem reuniões caseiras em uma certa localidade, mas só pode haver uma igreja nessa localidade. Isso é certo! Por causa da voz de Deus, nos últimos vinte e oito anos, as seitas perderam o seu lugar naqueles que amam ao Senhor, Os irmãos que defendem a divisão da igreja em casas devem estar alerta, suspeitando de que isto vem a ser uma outra forma
  • 27. de pedir autorização para o ego ou para as seitas. Que Deus possa abrir os olhos de Seus filhos, para verem que aqueles que deixaram as denominações não deixaram necessariamente as seitas. Que Deus tenha misericórdia, pois eu falo honestamente. Todos precisamos examinar seriamente os nossos próprios corações na luz: não é verdade que, de um lado, nós gostamos de rejeitar o pecado do denominacionalismo, e, contudo, por outro lado, também não ouvimos a igreja, e então adotamos o caminho cômodo de ter a "igreja" em casa? Que o Senhor tenha misericórdia de vocês por fazerem isto, e de mim por falar desta maneira. Meu coração está muito triste, porque, ao mesmo tempo em que o Senhor obtém Sua vitória, ainda ocorre tal perturbação. Um pouco da nossa desobediência hoje, se o Senhor adiar a Sua vinda, resultará numa bifurcação no percurso da igreja cem anos depois. Desejaria que os irmãos orassem por nossos irmãos com jejuns, para que Deus possa converter seus corações. Por outro lado, vocês, irmãos, que ainda se comunicam com eles, devem mostrar-lhes o seu amor firme para com eles, a fim de que o Senhor possa ganhá-los. Que o Senhor lhes conceda um coração de temor e tremor, para que saibam o quanto o falar em nome do Senhor requer que eles se despojem de seu "ego", requer que sejam humildes e que não falem, até que vejam e ouçam. Que o Senhor lhes faça ver quão sério é o resultado do proferir uma palavra sem revelação. Uma vez que damos à luz a Ismael, o que é carnal perseguirá o que é espiritual para sempre. NUNCA DUAS UNIDADES PARA A IGREJA Algumas pessoas pensam erroneamente. Concordam que o limite, a jurisdição da igreja, é a localidade, mas, como não estão dispostas a sair das seitas, pensam que a casa é também um limite da igreja. Pensam que as duas podem viver lado a lado, sem serem contrárias entre si. Não podem distinguir em que ponto a casa se iguala à localidade, e em que ponto a casa difere da localidade. Quando a casa é o mesmo que a localidade, pode ser o limite da igreja. Quando a casa é diferente da localidade, as duas não podem ser ao mesmo tempo o limite, a unidade da igreja. O ponto-chave está na localidade, no fato de a casa ser ou não igual à localidade. Precisamos saber que, se a casa é a unidade, então a localidade, que é maior do que a casa, não pode ser a unidade. Como a localidade pode ser a unidade, se ela pode ser dividida em unidades ainda menores? Mas, se reconhecemos a localidade como unidade, como podemos reconhecer a casa também como uma unidade? Sendo a localidade a menor unidade, como pode ela ser dividida em unidades ainda menores, tais como uma casa? Por exemplo, se o comprimento é representado por uma unidade de medida, que é o metro, então um centímetro não é suficiente para ser a unidade, porque é menor do que uma unidade completa. Se você tomar um centímetro para ser a unidade, o metro já não poderá ser a unidade, porque o metro será então equivalente a cem unidades. Do mesmo modo, se a unidade para a igreja é a localidade, então as muitas casas nessa localidade não podem ser as muitas igrejas. Uma localidade com uma casa tem apenas uma igreja; uma localidade com cem casas também tem apenas uma igreja. Com cem casas, não temos cem igrejas. Se a casa é a unidade, então com uma casa há uma igreja, e com cem casas há cem igrejas; daí, então, uma localidade com cem casas jamais poderia ter somente uma igreja. Ambas, a casa e a localidade, são unidades completamente diferentes. Ou tomamos a casa para ser a unidade, ou tomamos a localidade para
  • 28. ser a unidade. Deve haver uma unidade, mas não podemos ter ambas. A casa e a localidade não podem ser ao mesmo tempo unidades para a igreja. Se a localidade é a unidade, então: 1) A igreja que une várias localidades é errada; 2) as divisões fragmentárias numa só localidade também são erradas. Mas, se a casa é a unidade, então 1) a igreja que une várias localidades ainda é errada; mas 2) as divisões em uma localidade são certas. Todas as divisões podem esconder-se atrás da palavra "casa". Se a "casa" é a unidade, todos aqueles que recusam "ouvir... a igreja" (Mt 18:17) podem organizar "igrejas-casas" separadas. A "igreja-casa" torna-se, assim, um refúgio para todos os facciosos em uma localidade. Que o Senhor seja misericordioso para com a Sua igreja! Você, portanto, precisa estar claro de que, entre a casa e a localidade, só uma delas pode ser a unidade, e não as duas juntamente. Isto é tal qual a nossa salvação: se não é pela graça, então é pelas obras. Não pode ser pela graça e pelas obras; você não pode ter ambas. De acordo com a Bíblia, assim como a nossa salvação é pela graça, também o limite, a jurisdição da igreja, é a localidade. Dividir a igreja numa localidade em muitas "igrejas-casa" é introduzir divisões no Corpo, e é obra da carne. Acredito que Deus, em Sua grande sabedoria, decidiu ter a localidade como o limite da igreja, a fim de eliminar as obras do homem no sentido de dividir a igreja em uma localidade. A INTENÇÃO E O RESULTADO Quando esquadrinhamos a Bíblia para achar evidência e ajuste de algum ensinamento, não devemos verificar somente a intenção do nosso coração, mas também precisamos atentar para o lugar a que este tipo de ensinamento conduzirá os filhos de Deus, e qual será o resultado. Por exemplo, alguém disse que a Bíblia jamais proibiu os cristãos de fumar ópio. Ele falou: "Se você diz que os cristãos não devem fumar ópio, por favor, prove isso através da Bíblia". Sem dúvida alguma, a Bíblia não tem uma declaração escrita proibindo claramente o fumar ópio. Mas devemos dar atenção ao resultado que tal tipo de conversa trará aos filhos de Deus. O resultado não será outro senão fazer com que as pessoas entrem no mundo e satisfaçam as suas concupiscências. Outro exemplo é o batismo. Alguns pensam que, embora a imersão seja correta, a aspersão também serve, e podem dar muitas razões. Mas o resultado destas razões é dizer-nos que o homem pode mudar a Palavra de Deus. Semelhantemente, se alguém diz que pode haver a igreja em uma casa, além da igreja numa localidade, também perguntamos: "Qual será o resultado deste tipo de ensinamento? Poderia haver qualquer outro resultado, além de dar ao povo nessa localidade a liberdade na carne para quebrar a unidade da igreja e conduzir os filhos de Deus ao caminho das divisões? Se em uma localidade há "igrejas-casa", cada uma delas tendo uma administração própria, e todas pensando ser espiritualmente uma, não estão porventura enganando a si mesmas? Se mantivermos tal tipo de ensinamento, quantas divisões adicionais surgirão em uma localidade com as assim chamadas "igrejas-casa"? Agora há um grande número de igrejas denominacionais; mas, se as "igrejas-casa" forem bíblicas, haverá centenas de igrejas numa localidade! É esta a expectativa de alguém que se consagrou ao Senhor e O ama? Todos sabemos que há somente uma igreja. Em nosso país e no exterior, no
  • 29. passado e no presente, há somente uma igreja. Por haver somente um Cabeça, há somente um Corpo. A igreja é um Corpo com vida; sendo assim, não é certo dividi- lo por qualquer motivo. Devemos enfatizar isto: a igreja é uma, porque o Corpo é um. Portanto qualquer razão para dividir a igreja é pecado. Uma divisão é um pecado, porque ela é um "schism [grego - divisão] no corpo" (l Co 12:25). Porém, embora a igreja seja uma, é impossível que todos os irmãos se reúnam juntos. O tempo e o espaço impedem que todos os irmãos de todo o mundo sempre se reúnam juntos. Além disso, não é prático que a administração da igreja supervisione e dirija os assuntos de todos os irmãos em uma igreja mundial. A Palavra de Deus, portanto, não só o permite, mas também providencia para que a igreja possa ser separada. Para que a igreja (singular) se torne igrejas (plural), Deus decidiu a maneira pela qual, nesta terra, uma única igreja e uma outra única igreja não podem tomar-se uma igreja, porém duas igrejas. Este é o princípio da "localidade", segundo o que a Bíblia revela. Na Bíblia, nenhuma igreja é maior do que a localidade ou cidade; nem tampouco igreja alguma é menor do que a localidade ou cidade. Uma localidade é o lugar onde as pessoas se juntam e moram juntas. Desde que a localidade é um lugar onde as pessoas se juntam e moram juntas, ela é, segundo a Bíblia, o limite da igreja. As pessoas que moram juntas em uma localidade podem ser independentes de outras localidades. Não é uma questão de número de pessoas (cristãos), mas é questão de localidade. A razão de se separarem não se baseia no amor, mas na localidade. A razão pela qual Deus permite que a igreja esteja separada é a localidade. Qualquer outro tipo de separação é pecado. Vocês cometerão pecado, se vierem a separar-se de seus irmãos por quaisquer outras razões que não sejam a localidade. Na Bíblia, há somente a diferença da localidade, que não é diferença em natureza. A diferença da localidade é a grande sabedoria de Deus. Estou em Xangai, e você está em Soochow', mas, quando ambos chegamos a Nanking, não haverá problema de diferenças. Além do limite da localidade, não deve haver absolutamente nenhum outro limite. Na igreja, Deus só permite que nos dividamos de acordo com o princípio da localidade. Sem dúvida, a igreja é uma; assim, como pode haver muitas igrejas? Só pode ser devido à diferença de localidade. Porque temos nosso corpo na carne, estamos natural- mente restringidos por limites geográficos. Qualquer diferença devida a nomes, qualquer diferença devida a sentimentos humanos, ou qualquer outro tipo de diferença é nocivo à natureza da igreja. Só a localidade não fere a natureza da igreja. Isto fará com que os irmãos e os outros sejam incapazes de escapar da localidade. Você pode ser capaz de fazer o que quiser, mas não está qualificado a estabelecer uma igreja de acordo com sua preferência. Quando você vir que a base da igreja é local, não haverá razão alguma para a existência de quaisquer seitas. A questão da localidade corta a carne do homem até à parte mais profunda. Agora deixem-me repetir o que disse até aqui acerca da natureza da igreja. Qualquer motivo para dividir a igreja causa danos à sua natureza, isto é, transforma a unidade da igreja em desunião. Pelo fato de estarmos no corpo humano, só a razão geográfica poderia dividir-nos, sem causar danos à natureza da unidade da igreja. Deus, por conseguinte, decidiu ter a localidade como limite da igreja sobre esta terra. E também decidiu que, em uma localidade, só deveria haver uma igreja a expressar a unidade da igreja celestial. Precisamos também ver a razão espiritual de dividir a igreja por localidades. Assim poderemos compreender se o princípio praticado hoje de dividir a igreja por casas é de Deus ou não. A maneira de dividir por casas os santos em Jerusalém é bíblica. Devido ao grande número de pessoas — uma razão física — estavam divididos
  • 30. em muitas reuniões caseiras. Mas a igreja ainda era uma, "a igreja (singular) em Jerusalém". Mas, atualmente, a maneira de dividir por casas é uma maneira de dividir a igreja em muitas igrejas em uma localidade. Não se deve à razão física; tampouco se deve à razão geográfica; nem mesmo se deve a grandes distâncias, que tornam difícil que as pessoas se ajuntem; não se-deve a uma grande multidão sem lugar suficiente que acomode a todos; não se deve ao fato de haver tanta gente, que cuidar de todos seria impossível, e não se deve a grandes distâncias que tornam difícil a administração; todavia estão divididos em muitas igrejas. Portanto a razão de dividir as pessoas em muitas igrejas deste modo pode causar danos à natureza da igreja. Divisões sem exigências geográficas ou físicas são espirituais, ferindo a unidade espiritual. Tal tipo de divisão não é exterior e limitada, mas interna e espiritual. Qual- quer divisão que não se deva a uma razão geográfica ou física é, interiormente, uma divisão real, básica e espiritual. Esse tipo de divisão, portanto, é uma divisão na verdadeira natureza, na essência, arruinando a unidade espiritual. Logo isso é muito sério. Desde que vimos pela primeira vez a luz concernente à unidade do Corpo de Cristo, há vinte e oito anos, atravessamos muitas ondas de adversidade. Mas creio que jamais passamos por uma mais séria e mais ambígua do que o ensinamento relativo à ."igreja-casa". Esta é a primeira vez que pessoas se opõem à verdade concordando com ela..Como somos todos pessoas que servem a Deus, imploro-lhes que busquem a Sua luz. Não propaguem uma voz de confusão na igreja de Deus, mas, ao contrário, livrem-se do sectarismo de seus corações. Não devemos empurrar a unidade da igreja inteiramente para o lado "espiritual", dizendo: "Somos um na vida! Somos um espiritualmente!". Irmãos, quando não vivemos juntos na mesma cidade, ainda podemos cobrir-nos com palavras espirituais e esconder completamente a desunião com a "unidade espiritual". Mas, agora, já que todos vivemos na mesma cidade e estamos na mesma localidade, é concebível que não expressemos ou demonstremos a nossa unidade? Já que não há fatores geográficos e físicos para nos dividir, não é este o momento para demonstrarmos que somos uma igreja? Por que em um tempo tão oportuno, quando nos é possível mostrar nossa unidade, deveria surgir esta diferente "igreja-casa"? Esta "casa" representa a unidade, ou separação e seita? Ó Senhor, tem misericórdia de nós. Não me atrevo a dizer de onde procede o ensinamento acerca da "casa". Mas temo que o irmão que fala sobre isto não tenha visto o pecado da seita. Esta "casa" está a meio caminho da seita; não é uma rejeição completa da seita. Faz com que aqueles que deixaram as denominações não deixem as seitas. Temo que alguns que não estão dispostos a serem restringidos pelo Corpo, que só conhecem sua ação individual, seu viver individual e seu trabalho individual, apreciem tal tipo de conversa sobre a "igreja-casa". Aqueles que não desejarem ouvir a igreja, mas desejarem estabelecera igreja, valorizarão tal tipo de "doutrina". Que o sangue do Senhor me cubra por falar assim. Acho, contudo, que a humildade é proveitosa para muitos; não andar no nosso próprio caminho é proveitoso aos filhos de Deus. Finalmente, este tipo de "casa" não é a casa referida nas Escrituras. Este tipo de "casa" é uma seita. Uma seita disfarçada. Este tipo de "casa" faz as pessoas se dividir, mas nunca se unir. Este tipo de "casa", ao mesmo tempo em que fere a natureza da igreja, não permite que esta ferida seja revelada. Este tipo de "casa" aperfeiçoa a muitos que são individualistas, a muitos que não querem ser restringidos e a muitos que se deliciam com ser "líderes". Que o Senhor tenha misericórdia de mim por falar desta maneira e tenha misericórdia das Suas igrejas, para que não sejam feridas.