A entrevista discute as dificuldades financeiras da Câmara Municipal do Cartaxo, com uma dívida próxima de 60 milhões de euros. O presidente do PSD/Cartaxo critica o "despesismo" do PS e acredita que o PSD poderia gerir melhor a situação. Ele também defende o atual candidato do PSD, Paulo Neves.
Posição política dos Vereadores do PSD cartaxo sobre o Orçamento da Câmara Mu...
PSD critica gestão socialista na Câmara do Cartaxo
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“Os cartaxeiros vão andar 20 anos a pagar o
despesismo e as fantasias dos socialistas do
Cartaxo”
2012-07-20
Entrevista exclusiva com Jorge Nogueira, o novo presidente do PSD/Cartaxo.
Qual vai ser a linha orientadora da Comissão Política Concelhia do PSD/Cartaxo nos
próximos dois anos, atendendo a que esse período de tempo também engloba uma
eleição para a Câmara Municipal?
A Comissão Política recentemente eleita considera determinante para a sua acção as eleições
autárquicas que vão decorrer no próximo ano. Vamos querer estar muito próximos das
populações, e essa é uma das linhas mestras da nossa actuação enquanto Comissão Política.
O PSD no Cartaxo necessita de consolidar algumas linhas de acção que já apresentou em
anteriores actos eleitorais, mas também precisa de chegar com grande objectividade à
população de todo o concelho.
Fazendo um paralelismo com o passado recente, o trabalho da CP terá que melhorar no
sentido de chegar com mais eficiência aos cartaxeiros?
O PSD partiu para as eleições de 2009 com o movimento Coragem, um conjunto de homens e
mulheres militantes e independentes, e esse é um espírito que vamos aproveitar para 2013, já
que foi uma iniciativa que trouxe novas pessoas para a política, e entre essas pessoas eu
também me incluo. É claro que o nosso objectivo é melhorar em relação ao trabalho que foi
feito em 2009, e isso entronca nesse tal objectivo de conseguir uma maior proximidade junto
dos eleitores.
Como é que se convence o grosso de eleitores do concelho que o PSD é também um
partido que pode assumir responsabilidades de governação na Câmara?
O PSD, desde 1976, tem sido sempre oposição na Câmara do Cartaxo e esse é um facto que
coloca naturais barreiras à nossa acção. É muito dificil para um partido que está na oposição
nestas condições chegar com facilidade ao eleitorado, e para o conseguir é essencial ter um
programa eleitoral muito bem definido, bem como divulgar essa linha orientadora da forma
tradicional. Somos obrigados a estar no terreno, em todas as freguesias e em todos os
lugares, no sentido de divulgarmos aquele que pensamos ser o melhor caminho para o nosso
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concelho.
Vamos chegar a 2013 com um mandato em que governaram dois presidentes de Câmara
e com uma dívida próxima dos 60 milhões de euros, o que corresponde a mais de 300
por cento da receita possível de concretizar pela Câmara no período de um ano. Estes
factos ajudam o PSD a alcançar o seu objectivo?
Eu considero que seria preferível que nós estivessemos perante uma autarquia que revelasse
alguma saúde do ponto de vista economico/financeiro. O descalabro da autarquia a este nível
acentuou-se nos últimos anos, e é algo que todos os dias pesa nos bolsos dos cartaxeiros.
Nós dizemos há muitos anos, tal como dizem a CDU e o Bloco de Esquerda, que são os
outros partidos que estão na oposição no Cartaxo, que o caminho que o Partido Socialista
trilhou nos últimos anos era um caminho que nos ia conduzir ao abismo, a este buraco onde
hoje estamos, e que é algo com o que nós teremos que lidar. Tornou-se evidente para toda a
gente que esta Câmara necessita de ser resgatada, porque com as receitas que tem não está
a conseguir cobrir as suas despesas, ainda que nesta fase o executivo socialista não tenha
deixado claro se pretende, ou não, ser resgatado.
Tem havido, no seu entender, relutância em assumir factos que são evidentes?
São factos impossíveis de contornar. Este ano a Câmara apresentou um orçamento de 64
milhões de euros, mas se chegarmos ao fim deste ano com uma execução de 15 milhões de
euros já será qualquer coisa de assinalável. Ainda por cima o orçamento este ano cresceu
cerca de 3 milhões de euros em relação ao do ano passado. Bem sabemos que um orçamento
é sempre uma questão de expectativa, mas no caso do Cartaxo os factos são estes: de um
orçamento de 64 milhões de euros, só chegaremos ao fim do ano com 15 milhões
concretizados do lado da receita. A Câmara vem desde há uns anos a esconder aquilo que
eram dificuldades, défices, aumentando de uma forma exagerada os valores orçamentados,
até porque esses valores definiam igualmente a capacidade de endividamento do município.
Repare que só com pessoal a Câmara tem um encargo fixo de cerca de 8 milhões de euros.
Qual é a sua interpretação destes números?
Não é preciso ter uma licenciatura em economia para perceber que há um desequilíbrio, que a
Câmara se encontra em situação de défice estrutural, como de resto já foi confirmado pelo
governo.
Neste contexto, que interesse poderá ter para um candidato do PSD pegar na gestão da
Câmara Municipal?
Eu tenho a certeza que se o PSD tivesse ganho em 2009, quando apresentou o seu
movimento Coragem, nós não tínhamos chegado em 2012 à situação em que nos
encontramos. As pessoas que o PSD vai apresentar em 2013 terão capacidade para olhar
com pragmatismo para a situação financeira da Câmara. Estou convencido de que vamos
arranjar equipas muito capazes de gerir esta questão, que é sempre uma questão muito
delicada, uma herança pesadíssima que faz do Cartaxo um dos 10 municípios mais expostos
ao valor da dívida. Todos os munícipes do Cartaxo vão andar durante 20 anos a pagar aquilo
que foi o despesismo e as fantasias dos eleitos do Partido Socialista nos últimos tempos. É
difícil, mas vou encontrar num conjunto de pessoas motivação para ultrapassar os problemas
sérios que a Câmara Municipal tem.
Paulo Neves é o recandidato ideal, em 2013?
Neste momento eu enquadro o Paulo Neves num conjunto de homens e mulheres que foram a
votos em 2009 no Movimento Coragem. Foi o principal rosto desse movimento, foi o nosso
candidato à Câmara, está a fazer um bom mandato. Continuo a encontrar nele uma grande
disponibilidade. Neste momento a Comissão Política ainda tem aspectos a definir, e não
estamos para já preocupados em saber quem são os principais rostos do nosso projecto.
Nuno Cláudio
Impresso por NewsXpress v1.0 em 2012-07-23 às 00:44:23
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