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• Vivemos em um mundo dividido pela enorme distância entre pobres e ricos, castigado
por acidentes ambientais e atravessado por inúmeras formas de violência: desde a causada
por conflitos armados, terrorismo, crime organizado até as motivadas por distração e
negligência no trânsito.
• Você, no seu dia a dia, já ouviu certamente a palavra ética em diversas situações e
contextos. No plano individual, por exemplo, é comum ouvirmos uma pessoa dizer a
outra: “Isto é falta de ética!”. Ou então, em um contexto mais amplo, “o problema
brasileiro é a falta da ética na política!”. Ouvimos, também, a palavra ética em tom
elogioso: “a professora é uma pessoa muito ética!”
• Mas como podemos definir ética, afinal? Ética é um campo de estudo da
Filosofia que investiga os diferentes conjuntos de princípios que orientam as
ações de um indivíduo ou de um grupo. O conceito de Ética, no entanto, não é
universal e atemporal, mas sim histórico, pois varia de uma cultura para a outra
e, também, no tempo. Para melhor compreender essa variedade vamos
começar estudando uma ética de matriz africana.
A ética Ubuntu
• O Ubuntu é uma ética e filosofia africana que propõe um modelo de sociedade mais
humanizada e solidária.
• É também uma das muitas contribuições dos africanos de origem banto e seus
descendentes para pensarmos soluções para os problemas de ordem ética no Brasil
de hoje.
• Banto: tronco linguístico com dezenas de famílias e cerca de 470 línguas. Essas
línguas são faladas hoje por cerca de 100 milhões de indivíduos concentrados em
territórios ao sul da linha do equador, entre eles, Congo, Angola e Moçambique. Por
extensão, os povos que falam essas línguas são chamados de bantos.
A ética Ubuntu
• A palavra Ubuntu é de origem quimbundo, a língua mais falada em Luanda,
capital de Angola. A ética e filosofia Ubuntu baseiam-se no princípio de que
“Eu sou porque nós somos”; ou seja, a existência de um indivíduo está
estreitamente ligada à do outro e à da coletividade.
A ética Ubuntu
• » Grupo Jongo de Piquete - dança de
roda de origem africana com
acompanhamento de tambores e
solista. Piquete (SP), 2007
• a comunidade se sobrepõe ao
indivíduo em importância. Isto ajuda
a explicar por que nas importantes
manifestações de matriz africana,
como a capoeira e o samba, os
figurantes formam uma roda e são
chamadas de roda de samba, roda de
capoeira, roda de jongo, entre outras.
A ética Ubuntu
• o Ubuntu está presente também no modo de organização de ações, como festas
comunitárias, campeonatos esportivos, mutirões para ajudar um vizinho a construir uma
casa, obter roupas, material escolar e/ou cadeiras de rodas para deslocar-se até a UPA
(Unidade de Pronto-Atendimento) mais próxima. Boa parte dessas ações é geralmente
coordenada por mulheres, com grande liderança e respeitabilidade no seio de sua
comunidade.
A ética Ubuntu
• » Costureiras mostrando
máscaras confeccionadas para
distribuição durante a
pandemia de covid-19, na
comunidade de Paraisópolis,
em São Paulo (SP), 2020
A ética Ubuntu
• Nós vivemos em uma sociedade em que predomina a disputa para saber quem é o
melhor e nessas disputas há sempre um vencedor e perdedor. Já a filosofia Ubuntu
não se funda na vitória sobre o outro, mas no compartilhamento de técnicas,
saberes e valores.
• Os africanos trazidos para o Brasil aos milhões durante mais de três séculos eram
portadores de saberes e técnicas e visões de mundo que foram e continuam sendo
parte do ser brasileiro; e um desses importantes legados é a ética e filosofia Ubuntu,
baseada no humanismo e na interconexão com o outro como parte constitutiva da
condição humana.
A ética Ubuntu
• A escravização pretendeu desumanizar os africanos, retirando deles o
nome, a língua, a lembrança dos amigos, dos familiares e das terras de
onde eram originários. A filosofia e a ética Ubuntu querem devolver a
eles a força vital para reaver a humanidade e transformar a realidade,
apoiadas nos saberes e valores éticos herdados de seus ancestrais
Para refletir e argumentar p. 15.
• O texto a seguir é do doutor em Filosofia Marcelo José Derzi Moraesm.
Leia-o com atenção.
• 1. Como é seu relacionamento com o outro e sua comunidade?
• 2. Você considera que a filosofia e a ética Ubuntu podem nos ajudar a refletir
sobre o Brasil de hoje? Como?
A ética indígena
• Para compreender a ética indígena é preciso levar em conta que a educação
indígena é responsabilidade da comunidade como um todo;
• cada criança vai sendo iniciada pelos adultos nos rituais e valores do grupo,
por meio de gestos e palavras da família extensa.
• No convívio com os adultos, a criança e o jovem vão aprendendo os valores
relacionados à pessoa e ao meio ambiente do grupo a que pertencem. Assim,
no convívio com pessoas, animais e vegetais do lugar onde vivem vão
aprendendo o ser e o fazer dentro de sua comunidade.
A ética indígena
• Um valor ético central na vida indígena é o respeito; seja no convívio com
outras pessoas do grupo, seja nas atitudes ante a natureza.
• O indivíduo é ensinado a respeitar por meios de gestos, olhares e palavras e
também pelo silêncio, quando a ocasião pede como, por exemplo, quando
escuta o que o outro fala, sobretudo se é mais velho. Quem desrespeita perde
a consideração dos demais bem como a capacidade de influenciar por meio
de palavras.
A ética indígena
• Desde que os indígenas conquistaram o direito à educação escolar em sua
própria língua foi possível conhecer melhor a força de seus valores éticos e
suas cosmovisões e permitiu a eles levar essa riqueza para os currículos
escolares de suas escolas por meio dos registros escritos e visuais de alunos e
professores.
• As lutas pela afirmação de suas identidades e em defesa de seus valores se
conectam à luta pelo direito à terra onde vivem e estão enterrados os seus
ancestrais e por um ensino específico e de qualidade.
A ética indígena
• A importância de valores indígenas, como a responsabilidade compartilhada por crianças e
jovens e o respeito ao outro e ao ambiente, com certeza pode pautar nossos debates éticos para
a construção de uma sociedade mais justa, mais equânime e que respeita a diversidade de
línguas, culturas e opções sexuais e religiosas de seus membros.
• Líder indígena falando para crianças na Aldeia Aiha, Parque Indígena do Xingu (MT), 2018
Para refletir e argumentar
• O texto a seguir foi escrito por uma indígena e por uma doutora em Educação e
trata dos valores Kaiowá e Guarani. Leia-o com atenção. P. 17.
• 1. Um dos importantes valores indígenas é falar a verdade sem magoar o outro.
Você tem conseguido pôr em prática este valor?
• 2. Compare a importância da palavra para os Kaiowá Guarani à que ela tem na
nossa sociedade.
• 3. Os valores sociais dos Kaiowá Guarani podem nos ajudar a pensar sobre a crise
de valores vivida pela nossa sociedade hoje? Em quais pontos?
Uma viagem no tempo e no espaço - Idade
Média: conceito e periodização
• Agora que já dialogamos sobre a ética Ubuntu e a ética Kaiowá e Guarani,
vamos fazer uma viagem no tempo e no espaço e estudar filosofias e éticas
de europeus ocidentais em outros tempos.
• Vamos começar estudando uma ética e filosofia que se formou durante a
Idade Média, época em que a Igreja era a instituição mais poderosa na
Europa.
•O poder da Igreja no medievo: Como a igreja Católica
se tornou poderosa na Idade Média?
• Durante a lenta e profunda crise vivida pelo Império Romano, a vida na
Europa se desorganizou e suas populações foram tomadas pela insegurança e
pelo medo. Nesse contexto, a Igreja era a única instituição capaz de oferecer
proteção e ajuda a essas populações.
• Nos primeiros tempos, o sustento da Igreja provinha de esmolas dadas pelos
fiéis. Posteriormente, ela passou a acumular um patrimônio crescente,
originário de doações em terras e dinheiro que recebia dos fiéis.
O poder da Igreja no medievo
• No século IV, a Igreja ganhou o direito à isenção de impostos e a um tribunal
próprio.
• Em 445, desejando prestigiar a sua capital, o imperador romano Valentiniano
III concedeu ao bispo de Roma autoridade sobre os outros bispos. Com o
nome de Leão I (440-461), esse bispo passou a se chamar papa.
• Leão I era herdeiro e representante do apóstolo Pedro, tido como o primeiro
bispo de Roma e cujo corpo se acreditava estar enterrado naquela cidade.
O poder da Igreja no medievo
• O poder da Igreja se estendia a todos os campos da sociedade medieval. Aqueles
que não seguiam as regras nem participavam das festas e rituais da Igreja Católica
eram considerados hereges e podiam ser excomungados.
• Ser excomungado não significava apenas ser proibido de frequentar a igreja, mas ser
excluído também de toda a vida social.
• A Igreja Católica estava presente em todos os momentos da vida de uma pessoa, do
nascimento à morte.
• Todos os acontecimentos importantes da vida dos indivíduos eram regulados pela
Igreja. Nesse ambiente social, desenvolveu-se e ganhou força o teocentrismo.
O poder
da Igreja no
medievo
Teocentrismo
• O termo teocentrismo designa uma concepção de mundo que considera Deus como
o centro de tudo.
• O teocentrismo não se restringe a conceber um único deus; nessa concepção, Deus
é o centro do universo e essa centralidade é organizadora da vida das pessoas.
• Na Idade Média, o teocentrismo estava presente em várias áreas da vida social
como, por exemplo, na superioridade da dimensão espiritual em relação à carnal.
Isso significa dizer que a vida dos cristãos da Idade Média era muito mais voltada
para o mundo sagrado do que para o mundo material.
Teocentrismo
• No mundo medieval, que como vimos era profundamente cristão, todas as pessoas
(ou quase todas) acreditavam em uma vida após a morte e orientavam suas ações e
comportamentos com vistas a conquistar o paraíso celeste.
• o mundo sagrado – considerado superior à realidade material em que essas pessoas
viviam – o corpo e os bens materiais, por exemplo, tinham um valor menor.
• Todos acreditavam na existência de uma hierarquia dos saberes; a teologia, ou seja,
os estudos sobre Deus, era o assunto primeiro e mais importante.
Para refletir e argumentar: Cristianismo e arte
gótica. Pág. 20
• Segundo o autor, “a catedral gótica é o símbolo plástico mais eloquente de
uma civilização em que tudo converge para Deus”. Dê exemplos dessa
afirmação retirados da própria imagem.
Ética agostiniana
• Agostinho de Hipona (354-430), filósofo e teólogo cujos textos são
fundamentais na formação do pensamento cristão.
• Agostinho preocupou-se com questões éticas como: o que é o bem? Como
fazer o bem? O que é a felicidade? Como atingir a felicidade? Filósofos da
Grécia Antiga, como Sócrates, Platão e Aristóteles, entendiam que fazer o
bem e obter a felicidade eram ações realizadas pelos homens, de forma
autônoma. Diziam que todo homem é dotado de razão, e essa característica
lhe permite agir desta ou daquela forma, obter felicidade ou não, agir bem ou
mal. Agostinho de Hipona formulou essas questões éticas de outra maneira.
Ética agostiniana
• Agostinho de Hipona era filho de uma mulher muita cristã e devota,
enquanto seu pai acreditava nas divindades greco-romanas.
• gostava de ler os escritos dos oradores romanos, sobretudo, Cícero.
• Nesta época, Agostinho se interessou por três correntes filosóficas: o
maniqueísmo, o ceticismo e o neoplatonismo.
Ética agostiniana
• No campo da filosofia, os maniqueístas constituíam uma seita, fundada por um persa
chamado Mani, que reunia num único corpo de doutrina as influências cristãs e os saberes
do Oriente.
• O maniqueísmo acreditava que o mundo era composto por um dualismo fundamental: um
princípio bom e um princípio mau. Ou seja, para os maniqueístas o bem e o mal
compuseram o mundo. E, numa luta incessante, o bem e o mau se confrontavam a todo
instante.
• Segundo Mani e seus seguidores, os aspectos negativos da existência são decorrências do
princípio mau que se confunde com a matéria. Por isso, o erro, o pecado cometido por
algum indivíduo, não era simplesmente sua culpa. Todos erram porque o próprio mundo é
constituído pelo mal. Explicava assim por que o mal existe, apesar da bondade divina.
Ampliando os questionamentos
• : “Como Deus, sendo bom, pode permitir o mal?”, “A liberdade existe?”. O
exercício aproxima os estudantes do raciocínio do autor. Assim, o estudante
tem a oportunidade de o questionamento e a investigação, importantes
etapas de uma reflexão filosófica.
Dialogando p.21
Pense nos acontecimentos do seu cotidiano e responda: você concorda com a
tese dos maniqueístas de que todos erram porque o mal faz parte do mundo?
Justifique sua resposta com exemplos.
Ética agostiniana
• Já o ceticismo tinha como tese principal que nada pode ser conhecido. Para
os céticos, era impossível que alguém obtivesse o conhecimento da verdade
das coisas. Por isso, a única postura possível diante da realidade era a dúvida
radical.
• Agostinho teve contato com o filósofo cético Arcesilau de Pitane que
discordava, inclusive, da afirmação socrática “só sei que nada sei”. Para
Arcesilau, era impossível saber que não se sabia.
Ética agostiniana
• o neoplatonismo, corrente que retomava o filósofo grego Platão, autor da teoria
das ideias.
• Para Platão, vivemos em um mundo material, mas existe outro mundo, imaterial, o
mundo das ideias, que é superior e mais verdadeiro que o nosso. Cabia aos filósofos
conhecer este mundo.
• O Neoplatonismo combinou a teoria das ideias de Platão com os deuses do
panteão grego (como pode ser observado na grande obra de Proclo, um dos
principais autores dessa corrente filosófica) e construiu, assim, uma teologia pagã.
Ética agostiniana
• Agostinho tinha muitas angústias e inquietações e buscou nessas correntes de
pensamento respostas para o que sentia. No entanto, ele as considerou insuficientes
para que compreendesse a si mesmo e/ou a realidade.
• As respostas só chegaram a Agostinho quando ele, ao ouvir um sermão do
cristianismo, viveu um momento de revelação e se converteu à religião cristã.
• Na busca pela felicidade, por exemplo, o homem, dotado de razão, não agia por
conta própria. A felicidade era obtida na dimensão espiritual, encontrar a felicidade
era, antes de tudo, encontrar Deus. Como era possível encontrar Deus?, perguntou
o filósofo olhando para si mesmo.
Ética agostiniana
• Em Agostinho, a busca por Deus e pela felicidade é ligada ao momento de
introspecção, em que o indivíduo olha para si e descobre que o criador já
estava lá.
• O maniqueísmo, o ceticismo e o neoplatonismo eram insuficientes para que
Agostinho acalmasse suas inquietações, pois eles ainda eram caminhos
ligados à razão humana. Ora, sem Deus, não era possível encontrar a
verdadeira felicidade.
Ética agostiniana
• A obra de Agostinho marca a passagem da Filosofia antiga para um
pensamento cristão, no qual a ética humana está estreitamente ligada a Deus,
ao mundo espiritual.
• Estas ideias de Agostinho nos ajudam a entender melhor o teocentrismo,
vigente na Idade Média: mesmo quando o homem se volta para si, é Deus
quem ele está procurando. Sua vida, seu interesse e sua fé estão muito mais
voltadas para o Criador e para o mundo espiritual do que para o mundo
terreno. Não basta ter razão, é preciso ter fé, pois o homem não é um ser
independente, ele é dependente de Deus.
A origem do mal em Agostinho
• Uma das questões que Agostinho
enfrenta em sua obra é a origem do mal.
Se Deus é bom, justo, onisciente e
onipotente, de onde o mal se originava?
Mais do que isso, como Deus sendo
justo poderia permitir que o mal
existisse?
A origem do mal em Agostinho
• Os maniqueístas, como vimos, respondiam que não era Deus o responsável pelo mal, mas sim o princípio
mau. Ainda que os maniqueístas concebessem uma vitória final de Deus-bem no conflito entre os dois
princípios, Agostinho não aceitou esta resposta.
• Se é o Diabo-mal quem causa as misérias humanas, quem produz o próprio Diabo?, pergunta-nos ele.
• Para sair deste impasse, Agostinho responde que o mal não existe; ele é apenas uma deficiência do bem.
• o mal é um afastamento de Deus que não é produzido por nenhum princípio mau, mas sim por um “dano”
existente na criatura causado por Deus, de quem ela decidiu se afastar.
• Deus, portanto, não fez o mal. E por Deus não tê-lo feito, o mal não tem substância, o mal não existe. Ele é
apenas uma ausência, um dano, uma falta de harmonia entre as obras de Deus (que são todas boas em si
mesmas).
Livre-arbítrio e liberdade em Agostinho
• O homem é livre ou Deus controla e sabe de todos os seus passos a todo
momento?
• A questão do livre-arbítrio apareceu para Agostinho quando ele se deparou
com o pelagianismo. Para os seguidores dessa corrente filosófica, o homem é
o único responsável por seu destino terrestre e espiritual. Não havia nenhum
controle divino dos atos humanos para os pelagianos. Agostinho se
contrapunha radicalmente a este pensamento. Para ele, o homem é um
pecador e por si só, sem auxílio de Deus, nada pode ou só pode o mal.
Livre-arbítrio e liberdade em Agostinho
• Criado por Deus, o homem é um ser dividido entre o mundo e o criador do mundo,
entre a carne e o espírito.
• Apenas por meio da graça divina é que o homem pode e quer o bem, pois ele é o
amor de Deus. Assim, à pergunta sobre se é o homem ou Deus quem decide em
última instância, Agostinho responde dizendo que, mesmo no início das decisões
humanas consideradas livres, Deus está agindo sobre os homens e sua ação
acompanha a ação humana quando esta tende às boas coisas.
• a liberdade humana só é absoluta para fazer o mal, que é uma ausência de Deus, um
não-ser; para fazer o bem, o livre-arbítrio sempre é acompanhado pela graça divina,
pois somente Deus é a fonte da bondade e do amor.
Renascimento
• A partir do século XI, a Europa Ocidental foi palco de uma série de mudanças: crescimento
da população, avanço técnico, aumento da produtividade agrícola e do comércio entre o
Ocidente e o Oriente e ascensão da burguesia (mercadores, armadores, banqueiros).
• A burguesia ascendia socialmente e trazia consigo novos valores e novas atitudes. O cálculo,
indispensável ao sucesso das atividades burguesas, tornou-se fundamental. Comerciantes e
banqueiros eram, antes de tudo, calculadores do tempo, do espaço e dos riscos.
• No campo das atitudes, o coletivismo medieval foi cedendo lugar ao individualismo, que,
para os renascentistas, era algo positivo, sinônimo de capacidade individual, talento e
criatividade de cada um.
• Todas essas mudanças no campo das atitudes inspiraram uma nova visão de mundo, da arte
e do conhecimento, impulsionando, assim, um movimento de grande renovação cultural,
único na história do Ocidente: o Renascimento.
Para refletir e argumentar: Conceito e
preconceito. Pág. 24
• 1. Segundo o texto, a quem se deve a ideia de que a Idade Média foi a Idade
das Trevas? E o que explica isso?
• 2. Qual a origem do nome Renascimento?
• 3. Como o Renascimento é visto pelos historiadores atuais?
• 4. Vimos que a expressão idade das Trevas usada pelos renascentistas para se
referirem à Idade Média é um indício de forte preconceito que eles tinham
em relação às pessoas que viveram na época anterior à deles. Pesquise
expressões preconceituosas usadas hoje no dia a dia e comente-as.
Veja um resumo das principais
características do Renascimento:
• • Inspiração no passado greco-
romano.
• Os renascentistas consideravam a
arte dos antigos gregos e romanos
expressiva e perfeita e admiravam
o conhecimento acumulado por
eles. Por isso propunham o
estudo da produção greco-
romana.
• • Antropocentrismo.
• O ser humano passa a ser o centro das atenções. Anteriormente
predominava o teocentrismo medieval, a ideia de que tudo converge para
Deus e de que o homem é apenas um ser corrompido pelo pecado. Lembre-
se, no entanto, de que, longe de serem ateus, os renascentistas eram cristãos,
mas queriam interpretar a Bíblia à luz do conhecimento e da experiência
herdados da Antiguidade. Tinham interesse por tudo o que era humano e
viam o homem como uma fonte inesgotável de energia e talento para a ação,
a virtude e a glória.
• • Uma nova concepção de tempo.
• Na Idade Média predominava a concepção cristã de tempo, idealizada por
Tomás de Aquino e outros teólogos medievais. Eles consideravam que o
tempo pertence a Deus. Por isso, nenhuma pessoa podia emprestar dinheiro
a juros, pois isso seria “vender o tempo” (cobrar pelo tempo em que o
dinheiro esteve emprestado). Os renascentistas rompem com essa concepção.
Para eles, o tempo pertence ao homem e este pode usá-lo em benefício
próprio para se aperfeiçoar, conhecer, experimentar e, inclusive, para
enriquecer.
Itália: berço do Renascimento
• As prósperas cidades da Itália podem ser consideradas como o berço do
Renascimento. Em busca de visibilidade, os homens ricos das cidades italianas
procuravam construir novas imagens de si e da sociedade, imagens que os
representassem em posições de poder e prestígio. Com esse propósito,
patrocinavam artistas, cientistas e letrados. Aos pintores pagavam para que
pintassem quadros nos quais eram retratados sozinhos, em primeiro plano, ou em
meio a personagens bíblicos. A nobreza e o clero italianos seguiram o exemplo da
burguesia. Burgueses, príncipes e papas que patrocinavam as artes e as ciências eram
chamados de mecenas. Entre os grandes mecenas da época estavam os membros de
famílias poderosas do norte italiano, como os Médici, de Florença; os Sforza, de
Milão; e os Bentivoglio, de Bolonha.
Itália: berço do Renascimento
• partir do Quattrocento, a cidade de Florença, governada pelos Médici,
tornou-se o principal polo cultural do Renascimento, mas continuou se
envolvendo em disputas comerciais e guerras com outras cidades da Itália
(nelas se confrontavam exércitos mercenários chefiados pelos condottieri,
chefes de tropas). Nesse ambiente turbulento, marcado por conspirações e
golpes políticos, foi que o florentino Nicolau Maquiavel escreveu suas obras.
Maquiavel: ética e política modernas
• O florentino Nicolau Maquiavel é considerado o fundador da ética e política
modernas. Quando dizemos que esta ética e política são modernas, isso
significa que elas rompem com o passado medieval. Isto é, se na Idade Média
a ética preocupava-se com temas como Deus, a salvação, a justiça divina, a
legitimidade fundada nos ditos e escritos religiosos, Maquiavel preocupava-se
com termos ligados ao que hoje chamamos de política, poder, Estado.
Maquiavel: ética e política modernas
• Na Idade Média, a política e a ética se confundiam; o homem era considerado como
alguém dependente da graça divina para agir de maneira justa e boa. Maquiavel
rompeu com essa ideia. Lendo os autores gregos e romanos e observando a política
de seu tempo, Maquiavel percebe que são, na maioria das vezes, as disputas e os
conflitos armados que fundam e mantêm as formações políticas, sejam elas cidades,
reinos ou impérios. Em vez de um raciocínio fundado em escritos religiosos e na
busca pelo melhor regime de governo para os seres humanos de todos os tempos e
espaços, o escritor florentino proporá o modesto exercício da observação direta e
indireta dos fatos políticos. Por isso, Nicolau Maquiavel é considerado por muitos
como o fundador da política como ciência, separando-a, portanto, da ética.
Maquiavel: ética e política modernas
• A obra mais lida de Maquiavel é O príncipe (1513), um manual sobre como
deve agir o governante que deseja conquistar e manter o poder. Em O
príncipe, Maquiavel opera com dois conceitos que precisamos conhecer para
compreender seu pensamento: os conceitos de virtù e de fortun
Maquiavel: ética e política modernas
• Virtù, para Maquiavel, tem o sentido de capacidade de realização; o príncipe
virtuoso é aquele que tem firmeza de caráter, coragem e habilidade de cálculo
e, com isso, consegue alterar o curso da história. É diferente, portanto, do
significado de virtude presente na ética cristã medieval, na qual o príncipe
virtuoso é aquele que age de acordo com a moral cristã governando com
bondade, justiça e tolerância.
Maquiavel: ética e política modernas
• Fortuna, para Maquiavel, tem o significado de ocasião, oportunidade, sorte.
O príncipe virtuoso é aquele que consegue calcular o risco e aproveita a
oportunidade para agir de modo a conseguir ou manter o poder. A fortuna
complementa a virtù e uma alimenta a outra. Para Maquiavel, o príncipe
virtuoso pode ser obrigado a usar a violência visando ao bem coletivo. E
nisto, ele se diferencia daquele governante que faz uso da violência motivado
por capricho ou interesse pessoal.
Dialogando. Pág. 27
• ƒ
A obra O Príncipe tem sido objeto de debates frequentes. Para alguns,
Maquiavel criou a ideia de que os fins justificam os meios, isto é, qualquer
meio é válido para se chegar ao poder; para outros, ele apenas registrou sua
longa experiência na vida pública. Com qual das duas versões você concorda?
Por quê?
Três importantes artistas do Renascimento
• No campo das artes visuais, destacou-se Sandro Botticelli (1445-1510), que
representa bem a combinação original entre o mundo greco-romano e o
cristão. Observe a obra ao lado.
• No Cinquecento, a cidade de Roma passou a ser o principal centro de
produção renascentista, atraindo criadores como Leonardo da Vinci (1452-
1519) Michelangelo Buonarroti (1475-1564) e Rafael de Sanzio (1483-1520).
Três importantes artistas do Renascimento
• Leonardo da Vinci foi cientista, inventor e artista, tendo pesquisado e
contribuído em diversas áreas do conhecimento, como anatomia, física,
botânica, geologia e matemática. Além disso, elaborou esboços de máquinas
semelhantes aos atuais helicópteros, aviões, submarinos, tanques
motorizados, metralhadoras, entre outras. Como pintor, trabalhou de forma
primorosa a caracterização psicológica de seus personagens, além de usar
com maestria o jogo de luz e sombra, a técnica da perspectiva e a do
esfumaçamento (sfumato).
Três importantes artistas do Renascimento
• Por meio desta última, produzia a impressão de uma neblina envolvendo os
personagens em um clima de mistério e encantamento. Exemplos bem
acabados do talento e da capacidade técnica de Da Vinci são a Gioconda
(Monalisa), A Virgem dos rochedos, A última ceia e A Virgem e a criança
com Santa Ana.
Três importantes artistas do Renascimento
• Michelangelo Buonarroti foi escultor, pintor e arquiteto, tendo trabalhado
inicialmente sob a proteção do mecenas Lourenço, o Magnífico. Aos 23 anos já
esculpia a Pietá e, três anos depois, o colossal Davi. Conhecido como “poeta do
corpo”, pela forma magistral como o representava (observe abaixo o movimento e a
exuberância de um corpo pintado por ele), Michelangelo imortalizou-se ao pintar
afrescos nas paredes e no teto da Capela Sistina (Vaticano). São centenas de figuras,
algumas enormes, cuja produção custou ao artista quase cinco anos de muito
trabalho. As cenas retratadas são episódios da Bíblia, da história do povo hebreu,
desde a criação do mundo e do homem até o juízo final. Nesta, vemos representada
em destaque uma figura masculina que o pintor chamou de Cristo juiz. Note a
humanização da figura de Cristo, representada ao centro.
Três importantes artistas do Renascimento
• Rafael Sanzio usou com talento uma série de técnicas herdadas de seus
antecessores, o que explica a perfeição das suas figuras – religiosas e/ou da
mitologia greco-romana. Por isso tornou-se retratista oficial dos homens
ricos do período e o modelo, por excelência, da arte oficial até o início do
século XX. O equilíbrio, a harmonia e a serenidade exibida por seus
personagens fazem dele um mestre no controle das emoções.
Para refletir e argumentar Pág. 30
• Leia o texto a seguir e responda à questão. A tragédia e a filosofia moral
• 1. Você considera que falta de ética diz respeito apenas ao mundo político?
Por quê?
• 2. Que diferença a autora do texto estabeleceu entre ética e moralidade?
• 3. Em grupo. Debatam e criem critérios que orientem as ações dos
estudantes nas salas de aula de sua escola. Levem em conta a importância de
valores como solidariedade e justiça.
O comportamento na visão da Sociologia
• Vinculada à questão da ética, aparece-nos o problema da ação. Para
podermos orientar a nossa vida em direção aos outros e ao que é certo,
precisamos ser livres para atuarmos de um ou outro jeito. Porém será que
somos livres?
• O nosso cotidiano é marcado por comportamentos que, por vezes, adotamos
sem refletir. Mas por que fazemos isso?
O comportamento na visão da Sociologia
• Para as Ciências Humanas, o comportamento das pessoas é resultado de uma
construção histórica e social e, ao mesmo tempo, arbitrária e as explicações
para eles variaram ao longo do tempo. Todas elas, no entanto, têm um ponto
em comum: a relação entre indivíduo e sociedade.
O comportamento na visão da Sociologia
• Entre os autores da Sociologia clássica que buscaram entender o
comportamento humano com base nas relações entre indivíduo e sociedade
destacam-se Émile Durkheim (1855-1917) e Max Weber (1864-1920).
O comportamento na visão da Sociologia
• Para Durkheim, é a sociedade que determina as ações do indivíduo. E o faz por
meio de um conjunto de valores, normas e regras coletivos que se caracteriza por
três aspectos principais:
• • São exteriores aos indivíduos, isto é, acontecem de forma independente de suas
vontades;
• • São coercitivos, ou seja, resultam em algum tipo de punição para aqueles que não
os cumprem;
• • São gerais, isto é, se aplicam a todos os membros de uma determinada sociedade.
O comportamento na visão da Sociologia
• Alguns exemplos desses valores, normas e regras coletivos são o idioma, o
sistema educacional, as leis que regulam a vida de um determinado povo, as
religiões, entre outros.
• para Durkheim, a importância do indivíduo e de suas ações é reduzida em
comparação ao peso que a sociedade tem em sua vida.
O comportamento na visão da Sociologia
• para Max Weber, o papel do indivíduo é mais central e a sociedade deve ser
compreendida como o resultado de suas ações. Com base nisto, Weber criou
o conceito de ação social, ou seja, as ações realizadas pelos seres humanos
em sociedade.
• Para ele, existem quatro tipos principais de ação social que se diferenciam
pela sua motivação:
O comportamento na visão da Sociologia
• Ação tradicional: motivada pelas tradições, isto é, pelos hábitos e costumes
presentes na sociedade. Normalmente, as ações tradicionais são realizadas sem uma
reflexão prévia, pois já estão arraigadas em nosso comportamento, e não têm uma
finalidade específica. Um exemplo é a forma como cumprimentamos as pessoas.
• Ação afetiva: motivada por emoções como a paixão, o amor, o medo, a raiva etc.
Essas ações são mais instintivas e não são planejadas. Ações afetivas podem ser
explosões de raiva diante de certa situação inesperada ou manifestações de carinho,
entre outras. Um exemplo é quando encontramos uma pessoa da qual gostamos
muito e corremos para abraçá-la.
O comportamento na visão da Sociologia
• Ação racional orientada por valores: como o nome diz, é a ação motivada por
algum valor, como honra, dever, religiosidade, ética etc. Esse tipo de ação não tem
uma finalidade específica a não ser a realização do próprio valor em questão. Um
exemplo desse tipo de ação é quando alguém toma uma atitude ética mesmo
correndo o risco de perder o emprego ou a afeição de outra pessoa.
• Ação racional orientada a fins: motivada por um objetivo específico. Acontece
quando uma pessoa, visando atingir um determinado fim, reflete sobre os melhores
caminhos para realizá-lo. É possível afirmar que esse tipo de ação é o mais racional,
pois exige reflexão e planejamento. Um exemplo é quando dedicamos um tempo
enorme da nossa vida, com o objetivo passar no vestibular ou em algum outro
concurso
O comportamento na visão da Sociologia
• Na concepção de Weber, portanto, a sociedade não existe de forma
independente dos indivíduos, ao contrário, ela é a expressão das relações
entre eles dos valores e da racionalidade.
O comportamento na visão da Sociologia
• Muitos outros sociólogos discutiram essa questão da primazia da sociedade
sobre o indivíduo e vice-versa.
• Já no século XX, um sociólogo alemão, Norbert Elias (1897-1990),
redirecionou os debates sobre o assunto defendendo a ideia de que indivíduo
e sociedade são partes integrantes e indissociáveis da mesma realidade, ou
seja, não existem indivíduos sem sociedade nem sociedade sem indivíduos.
O comportamento na visão da Sociologia
• o comportamento das pessoas na sociedade europeia foi se modificando, ao
longo dos séculos, de forma muito lenta e paralela à formação dos Estados
modernos. E que, além de ter acontecido simultaneamente, essas mudanças
estavam relacionadas entre si, pois a formação do Estado, com as suas
funções e hierarquias, fez com que as pessoas passassem a se comportar de
um modo distinto, visando a ocupar ou a manter posições e privilégios.
O comportamento na visão da Sociologia
• Essas transformações atingiram hábitos cotidianos como a forma de se
comportar à mesa, diante de outras pessoas (respeitando as hierarquias das
posições ocupadas por elas), as formas de se vestir, de lidar com o próprio
corpo etc., além de um aspecto principal que permeava todas essas
mudanças: o controle das emoções e dos desejos.
• Inicialmente por meio de regras de etiqueta escritas em importantes manuais
que circulavam pelas cortes, esses hábitos acabaram sendo interiorizados e
passaram a ser realizados de forma automática pelas pessoas, sem que
houvesse necessidade de cobranças externas.
O comportamento na visão da Sociologia
• o Estado consolidou o monopólio do controle e da punição sobre as
pessoas, retirando, pouco a pouco, esse papel das mãos dos senhores feudais.
• o Estado começou a criar regras e leis para prever e punir os
comportamentos que se opusessem a elas. Desse modo, os comportamentos
passaram a ser calculados e executados com base em regras sociais escritas
ou não. Também nesse aspecto, as regras se tornaram cada vez mais
interiorizadas pelas pessoas
Sobre a construção sócio-histórica e arbitrária
do comportamento humano
• Pesquisas posteriores, e mesmo as mais recentes, incorporaram a ideia de
Norbert Elias sobre a relação indissociável e as influências recíprocas entre
indivíduos e sociedade, e ampliaram os campos de estudos mostrando as
relações entre as instituições, os meios de comunicação de massas, as
Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) etc., de um lado, e os
indivíduos, de outro, mostrando a complexidade delas.
Sobre a construção sócio-histórica e arbitrária
do comportamento humano
• Também ampliaram os objetos de pesquisa, tentando compreender outras
culturas, além daquela de matriz ocidental, questionando valores que por
muito tempo foram hegemônicos, como aqueles de superioridade de uma
cultura sobre as outras, de padrões supostamente corretos ou incorretos de
comportamento, da dicotomia entre civilização e barbárie, entre outros.
Sobre a construção sócio-histórica e arbitrária
do comportamento humano
• No entanto, as discussões sobre a construção histórico-social e arbitrária do
comportamento humano ainda se mantêm vivas na atualidade, contribuindo
para uma compreensão mais elaborada das complexas relações entre
indivíduo e sociedade.
Dialogando. Pág. 33
• Qual das interpretações citadas no texto sobre o comportamento humano é
mais convincente na sua opinião?

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  • 1.
  • 2. • Vivemos em um mundo dividido pela enorme distância entre pobres e ricos, castigado por acidentes ambientais e atravessado por inúmeras formas de violência: desde a causada por conflitos armados, terrorismo, crime organizado até as motivadas por distração e negligência no trânsito.
  • 3. • Você, no seu dia a dia, já ouviu certamente a palavra ética em diversas situações e contextos. No plano individual, por exemplo, é comum ouvirmos uma pessoa dizer a outra: “Isto é falta de ética!”. Ou então, em um contexto mais amplo, “o problema brasileiro é a falta da ética na política!”. Ouvimos, também, a palavra ética em tom elogioso: “a professora é uma pessoa muito ética!”
  • 4.
  • 5. • Mas como podemos definir ética, afinal? Ética é um campo de estudo da Filosofia que investiga os diferentes conjuntos de princípios que orientam as ações de um indivíduo ou de um grupo. O conceito de Ética, no entanto, não é universal e atemporal, mas sim histórico, pois varia de uma cultura para a outra e, também, no tempo. Para melhor compreender essa variedade vamos começar estudando uma ética de matriz africana.
  • 6. A ética Ubuntu • O Ubuntu é uma ética e filosofia africana que propõe um modelo de sociedade mais humanizada e solidária. • É também uma das muitas contribuições dos africanos de origem banto e seus descendentes para pensarmos soluções para os problemas de ordem ética no Brasil de hoje. • Banto: tronco linguístico com dezenas de famílias e cerca de 470 línguas. Essas línguas são faladas hoje por cerca de 100 milhões de indivíduos concentrados em territórios ao sul da linha do equador, entre eles, Congo, Angola e Moçambique. Por extensão, os povos que falam essas línguas são chamados de bantos.
  • 7. A ética Ubuntu • A palavra Ubuntu é de origem quimbundo, a língua mais falada em Luanda, capital de Angola. A ética e filosofia Ubuntu baseiam-se no princípio de que “Eu sou porque nós somos”; ou seja, a existência de um indivíduo está estreitamente ligada à do outro e à da coletividade.
  • 8. A ética Ubuntu • » Grupo Jongo de Piquete - dança de roda de origem africana com acompanhamento de tambores e solista. Piquete (SP), 2007 • a comunidade se sobrepõe ao indivíduo em importância. Isto ajuda a explicar por que nas importantes manifestações de matriz africana, como a capoeira e o samba, os figurantes formam uma roda e são chamadas de roda de samba, roda de capoeira, roda de jongo, entre outras.
  • 9. A ética Ubuntu • o Ubuntu está presente também no modo de organização de ações, como festas comunitárias, campeonatos esportivos, mutirões para ajudar um vizinho a construir uma casa, obter roupas, material escolar e/ou cadeiras de rodas para deslocar-se até a UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) mais próxima. Boa parte dessas ações é geralmente coordenada por mulheres, com grande liderança e respeitabilidade no seio de sua comunidade.
  • 10. A ética Ubuntu • » Costureiras mostrando máscaras confeccionadas para distribuição durante a pandemia de covid-19, na comunidade de Paraisópolis, em São Paulo (SP), 2020
  • 11. A ética Ubuntu • Nós vivemos em uma sociedade em que predomina a disputa para saber quem é o melhor e nessas disputas há sempre um vencedor e perdedor. Já a filosofia Ubuntu não se funda na vitória sobre o outro, mas no compartilhamento de técnicas, saberes e valores. • Os africanos trazidos para o Brasil aos milhões durante mais de três séculos eram portadores de saberes e técnicas e visões de mundo que foram e continuam sendo parte do ser brasileiro; e um desses importantes legados é a ética e filosofia Ubuntu, baseada no humanismo e na interconexão com o outro como parte constitutiva da condição humana.
  • 12. A ética Ubuntu • A escravização pretendeu desumanizar os africanos, retirando deles o nome, a língua, a lembrança dos amigos, dos familiares e das terras de onde eram originários. A filosofia e a ética Ubuntu querem devolver a eles a força vital para reaver a humanidade e transformar a realidade, apoiadas nos saberes e valores éticos herdados de seus ancestrais
  • 13. Para refletir e argumentar p. 15. • O texto a seguir é do doutor em Filosofia Marcelo José Derzi Moraesm. Leia-o com atenção. • 1. Como é seu relacionamento com o outro e sua comunidade? • 2. Você considera que a filosofia e a ética Ubuntu podem nos ajudar a refletir sobre o Brasil de hoje? Como?
  • 14. A ética indígena • Para compreender a ética indígena é preciso levar em conta que a educação indígena é responsabilidade da comunidade como um todo; • cada criança vai sendo iniciada pelos adultos nos rituais e valores do grupo, por meio de gestos e palavras da família extensa. • No convívio com os adultos, a criança e o jovem vão aprendendo os valores relacionados à pessoa e ao meio ambiente do grupo a que pertencem. Assim, no convívio com pessoas, animais e vegetais do lugar onde vivem vão aprendendo o ser e o fazer dentro de sua comunidade.
  • 15. A ética indígena • Um valor ético central na vida indígena é o respeito; seja no convívio com outras pessoas do grupo, seja nas atitudes ante a natureza. • O indivíduo é ensinado a respeitar por meios de gestos, olhares e palavras e também pelo silêncio, quando a ocasião pede como, por exemplo, quando escuta o que o outro fala, sobretudo se é mais velho. Quem desrespeita perde a consideração dos demais bem como a capacidade de influenciar por meio de palavras.
  • 16. A ética indígena • Desde que os indígenas conquistaram o direito à educação escolar em sua própria língua foi possível conhecer melhor a força de seus valores éticos e suas cosmovisões e permitiu a eles levar essa riqueza para os currículos escolares de suas escolas por meio dos registros escritos e visuais de alunos e professores. • As lutas pela afirmação de suas identidades e em defesa de seus valores se conectam à luta pelo direito à terra onde vivem e estão enterrados os seus ancestrais e por um ensino específico e de qualidade.
  • 17. A ética indígena • A importância de valores indígenas, como a responsabilidade compartilhada por crianças e jovens e o respeito ao outro e ao ambiente, com certeza pode pautar nossos debates éticos para a construção de uma sociedade mais justa, mais equânime e que respeita a diversidade de línguas, culturas e opções sexuais e religiosas de seus membros. • Líder indígena falando para crianças na Aldeia Aiha, Parque Indígena do Xingu (MT), 2018
  • 18. Para refletir e argumentar • O texto a seguir foi escrito por uma indígena e por uma doutora em Educação e trata dos valores Kaiowá e Guarani. Leia-o com atenção. P. 17. • 1. Um dos importantes valores indígenas é falar a verdade sem magoar o outro. Você tem conseguido pôr em prática este valor? • 2. Compare a importância da palavra para os Kaiowá Guarani à que ela tem na nossa sociedade. • 3. Os valores sociais dos Kaiowá Guarani podem nos ajudar a pensar sobre a crise de valores vivida pela nossa sociedade hoje? Em quais pontos?
  • 19. Uma viagem no tempo e no espaço - Idade Média: conceito e periodização • Agora que já dialogamos sobre a ética Ubuntu e a ética Kaiowá e Guarani, vamos fazer uma viagem no tempo e no espaço e estudar filosofias e éticas de europeus ocidentais em outros tempos. • Vamos começar estudando uma ética e filosofia que se formou durante a Idade Média, época em que a Igreja era a instituição mais poderosa na Europa.
  • 20. •O poder da Igreja no medievo: Como a igreja Católica se tornou poderosa na Idade Média? • Durante a lenta e profunda crise vivida pelo Império Romano, a vida na Europa se desorganizou e suas populações foram tomadas pela insegurança e pelo medo. Nesse contexto, a Igreja era a única instituição capaz de oferecer proteção e ajuda a essas populações. • Nos primeiros tempos, o sustento da Igreja provinha de esmolas dadas pelos fiéis. Posteriormente, ela passou a acumular um patrimônio crescente, originário de doações em terras e dinheiro que recebia dos fiéis.
  • 21. O poder da Igreja no medievo • No século IV, a Igreja ganhou o direito à isenção de impostos e a um tribunal próprio. • Em 445, desejando prestigiar a sua capital, o imperador romano Valentiniano III concedeu ao bispo de Roma autoridade sobre os outros bispos. Com o nome de Leão I (440-461), esse bispo passou a se chamar papa. • Leão I era herdeiro e representante do apóstolo Pedro, tido como o primeiro bispo de Roma e cujo corpo se acreditava estar enterrado naquela cidade.
  • 22. O poder da Igreja no medievo • O poder da Igreja se estendia a todos os campos da sociedade medieval. Aqueles que não seguiam as regras nem participavam das festas e rituais da Igreja Católica eram considerados hereges e podiam ser excomungados. • Ser excomungado não significava apenas ser proibido de frequentar a igreja, mas ser excluído também de toda a vida social. • A Igreja Católica estava presente em todos os momentos da vida de uma pessoa, do nascimento à morte. • Todos os acontecimentos importantes da vida dos indivíduos eram regulados pela Igreja. Nesse ambiente social, desenvolveu-se e ganhou força o teocentrismo.
  • 23. O poder da Igreja no medievo
  • 24. Teocentrismo • O termo teocentrismo designa uma concepção de mundo que considera Deus como o centro de tudo. • O teocentrismo não se restringe a conceber um único deus; nessa concepção, Deus é o centro do universo e essa centralidade é organizadora da vida das pessoas. • Na Idade Média, o teocentrismo estava presente em várias áreas da vida social como, por exemplo, na superioridade da dimensão espiritual em relação à carnal. Isso significa dizer que a vida dos cristãos da Idade Média era muito mais voltada para o mundo sagrado do que para o mundo material.
  • 25. Teocentrismo • No mundo medieval, que como vimos era profundamente cristão, todas as pessoas (ou quase todas) acreditavam em uma vida após a morte e orientavam suas ações e comportamentos com vistas a conquistar o paraíso celeste. • o mundo sagrado – considerado superior à realidade material em que essas pessoas viviam – o corpo e os bens materiais, por exemplo, tinham um valor menor. • Todos acreditavam na existência de uma hierarquia dos saberes; a teologia, ou seja, os estudos sobre Deus, era o assunto primeiro e mais importante.
  • 26. Para refletir e argumentar: Cristianismo e arte gótica. Pág. 20 • Segundo o autor, “a catedral gótica é o símbolo plástico mais eloquente de uma civilização em que tudo converge para Deus”. Dê exemplos dessa afirmação retirados da própria imagem.
  • 27. Ética agostiniana • Agostinho de Hipona (354-430), filósofo e teólogo cujos textos são fundamentais na formação do pensamento cristão. • Agostinho preocupou-se com questões éticas como: o que é o bem? Como fazer o bem? O que é a felicidade? Como atingir a felicidade? Filósofos da Grécia Antiga, como Sócrates, Platão e Aristóteles, entendiam que fazer o bem e obter a felicidade eram ações realizadas pelos homens, de forma autônoma. Diziam que todo homem é dotado de razão, e essa característica lhe permite agir desta ou daquela forma, obter felicidade ou não, agir bem ou mal. Agostinho de Hipona formulou essas questões éticas de outra maneira.
  • 28.
  • 29. Ética agostiniana • Agostinho de Hipona era filho de uma mulher muita cristã e devota, enquanto seu pai acreditava nas divindades greco-romanas. • gostava de ler os escritos dos oradores romanos, sobretudo, Cícero. • Nesta época, Agostinho se interessou por três correntes filosóficas: o maniqueísmo, o ceticismo e o neoplatonismo.
  • 30. Ética agostiniana • No campo da filosofia, os maniqueístas constituíam uma seita, fundada por um persa chamado Mani, que reunia num único corpo de doutrina as influências cristãs e os saberes do Oriente. • O maniqueísmo acreditava que o mundo era composto por um dualismo fundamental: um princípio bom e um princípio mau. Ou seja, para os maniqueístas o bem e o mal compuseram o mundo. E, numa luta incessante, o bem e o mau se confrontavam a todo instante. • Segundo Mani e seus seguidores, os aspectos negativos da existência são decorrências do princípio mau que se confunde com a matéria. Por isso, o erro, o pecado cometido por algum indivíduo, não era simplesmente sua culpa. Todos erram porque o próprio mundo é constituído pelo mal. Explicava assim por que o mal existe, apesar da bondade divina.
  • 31. Ampliando os questionamentos • : “Como Deus, sendo bom, pode permitir o mal?”, “A liberdade existe?”. O exercício aproxima os estudantes do raciocínio do autor. Assim, o estudante tem a oportunidade de o questionamento e a investigação, importantes etapas de uma reflexão filosófica.
  • 32. Dialogando p.21 Pense nos acontecimentos do seu cotidiano e responda: você concorda com a tese dos maniqueístas de que todos erram porque o mal faz parte do mundo? Justifique sua resposta com exemplos.
  • 33. Ética agostiniana • Já o ceticismo tinha como tese principal que nada pode ser conhecido. Para os céticos, era impossível que alguém obtivesse o conhecimento da verdade das coisas. Por isso, a única postura possível diante da realidade era a dúvida radical. • Agostinho teve contato com o filósofo cético Arcesilau de Pitane que discordava, inclusive, da afirmação socrática “só sei que nada sei”. Para Arcesilau, era impossível saber que não se sabia.
  • 34. Ética agostiniana • o neoplatonismo, corrente que retomava o filósofo grego Platão, autor da teoria das ideias. • Para Platão, vivemos em um mundo material, mas existe outro mundo, imaterial, o mundo das ideias, que é superior e mais verdadeiro que o nosso. Cabia aos filósofos conhecer este mundo. • O Neoplatonismo combinou a teoria das ideias de Platão com os deuses do panteão grego (como pode ser observado na grande obra de Proclo, um dos principais autores dessa corrente filosófica) e construiu, assim, uma teologia pagã.
  • 35. Ética agostiniana • Agostinho tinha muitas angústias e inquietações e buscou nessas correntes de pensamento respostas para o que sentia. No entanto, ele as considerou insuficientes para que compreendesse a si mesmo e/ou a realidade. • As respostas só chegaram a Agostinho quando ele, ao ouvir um sermão do cristianismo, viveu um momento de revelação e se converteu à religião cristã. • Na busca pela felicidade, por exemplo, o homem, dotado de razão, não agia por conta própria. A felicidade era obtida na dimensão espiritual, encontrar a felicidade era, antes de tudo, encontrar Deus. Como era possível encontrar Deus?, perguntou o filósofo olhando para si mesmo.
  • 36. Ética agostiniana • Em Agostinho, a busca por Deus e pela felicidade é ligada ao momento de introspecção, em que o indivíduo olha para si e descobre que o criador já estava lá. • O maniqueísmo, o ceticismo e o neoplatonismo eram insuficientes para que Agostinho acalmasse suas inquietações, pois eles ainda eram caminhos ligados à razão humana. Ora, sem Deus, não era possível encontrar a verdadeira felicidade.
  • 37. Ética agostiniana • A obra de Agostinho marca a passagem da Filosofia antiga para um pensamento cristão, no qual a ética humana está estreitamente ligada a Deus, ao mundo espiritual. • Estas ideias de Agostinho nos ajudam a entender melhor o teocentrismo, vigente na Idade Média: mesmo quando o homem se volta para si, é Deus quem ele está procurando. Sua vida, seu interesse e sua fé estão muito mais voltadas para o Criador e para o mundo espiritual do que para o mundo terreno. Não basta ter razão, é preciso ter fé, pois o homem não é um ser independente, ele é dependente de Deus.
  • 38. A origem do mal em Agostinho • Uma das questões que Agostinho enfrenta em sua obra é a origem do mal. Se Deus é bom, justo, onisciente e onipotente, de onde o mal se originava? Mais do que isso, como Deus sendo justo poderia permitir que o mal existisse?
  • 39. A origem do mal em Agostinho • Os maniqueístas, como vimos, respondiam que não era Deus o responsável pelo mal, mas sim o princípio mau. Ainda que os maniqueístas concebessem uma vitória final de Deus-bem no conflito entre os dois princípios, Agostinho não aceitou esta resposta. • Se é o Diabo-mal quem causa as misérias humanas, quem produz o próprio Diabo?, pergunta-nos ele. • Para sair deste impasse, Agostinho responde que o mal não existe; ele é apenas uma deficiência do bem. • o mal é um afastamento de Deus que não é produzido por nenhum princípio mau, mas sim por um “dano” existente na criatura causado por Deus, de quem ela decidiu se afastar. • Deus, portanto, não fez o mal. E por Deus não tê-lo feito, o mal não tem substância, o mal não existe. Ele é apenas uma ausência, um dano, uma falta de harmonia entre as obras de Deus (que são todas boas em si mesmas).
  • 40. Livre-arbítrio e liberdade em Agostinho • O homem é livre ou Deus controla e sabe de todos os seus passos a todo momento? • A questão do livre-arbítrio apareceu para Agostinho quando ele se deparou com o pelagianismo. Para os seguidores dessa corrente filosófica, o homem é o único responsável por seu destino terrestre e espiritual. Não havia nenhum controle divino dos atos humanos para os pelagianos. Agostinho se contrapunha radicalmente a este pensamento. Para ele, o homem é um pecador e por si só, sem auxílio de Deus, nada pode ou só pode o mal.
  • 41. Livre-arbítrio e liberdade em Agostinho • Criado por Deus, o homem é um ser dividido entre o mundo e o criador do mundo, entre a carne e o espírito. • Apenas por meio da graça divina é que o homem pode e quer o bem, pois ele é o amor de Deus. Assim, à pergunta sobre se é o homem ou Deus quem decide em última instância, Agostinho responde dizendo que, mesmo no início das decisões humanas consideradas livres, Deus está agindo sobre os homens e sua ação acompanha a ação humana quando esta tende às boas coisas. • a liberdade humana só é absoluta para fazer o mal, que é uma ausência de Deus, um não-ser; para fazer o bem, o livre-arbítrio sempre é acompanhado pela graça divina, pois somente Deus é a fonte da bondade e do amor.
  • 42. Renascimento • A partir do século XI, a Europa Ocidental foi palco de uma série de mudanças: crescimento da população, avanço técnico, aumento da produtividade agrícola e do comércio entre o Ocidente e o Oriente e ascensão da burguesia (mercadores, armadores, banqueiros). • A burguesia ascendia socialmente e trazia consigo novos valores e novas atitudes. O cálculo, indispensável ao sucesso das atividades burguesas, tornou-se fundamental. Comerciantes e banqueiros eram, antes de tudo, calculadores do tempo, do espaço e dos riscos. • No campo das atitudes, o coletivismo medieval foi cedendo lugar ao individualismo, que, para os renascentistas, era algo positivo, sinônimo de capacidade individual, talento e criatividade de cada um. • Todas essas mudanças no campo das atitudes inspiraram uma nova visão de mundo, da arte e do conhecimento, impulsionando, assim, um movimento de grande renovação cultural, único na história do Ocidente: o Renascimento.
  • 43. Para refletir e argumentar: Conceito e preconceito. Pág. 24 • 1. Segundo o texto, a quem se deve a ideia de que a Idade Média foi a Idade das Trevas? E o que explica isso? • 2. Qual a origem do nome Renascimento? • 3. Como o Renascimento é visto pelos historiadores atuais? • 4. Vimos que a expressão idade das Trevas usada pelos renascentistas para se referirem à Idade Média é um indício de forte preconceito que eles tinham em relação às pessoas que viveram na época anterior à deles. Pesquise expressões preconceituosas usadas hoje no dia a dia e comente-as.
  • 44. Veja um resumo das principais características do Renascimento: • • Inspiração no passado greco- romano. • Os renascentistas consideravam a arte dos antigos gregos e romanos expressiva e perfeita e admiravam o conhecimento acumulado por eles. Por isso propunham o estudo da produção greco- romana.
  • 45. • • Antropocentrismo. • O ser humano passa a ser o centro das atenções. Anteriormente predominava o teocentrismo medieval, a ideia de que tudo converge para Deus e de que o homem é apenas um ser corrompido pelo pecado. Lembre- se, no entanto, de que, longe de serem ateus, os renascentistas eram cristãos, mas queriam interpretar a Bíblia à luz do conhecimento e da experiência herdados da Antiguidade. Tinham interesse por tudo o que era humano e viam o homem como uma fonte inesgotável de energia e talento para a ação, a virtude e a glória.
  • 46. • • Uma nova concepção de tempo. • Na Idade Média predominava a concepção cristã de tempo, idealizada por Tomás de Aquino e outros teólogos medievais. Eles consideravam que o tempo pertence a Deus. Por isso, nenhuma pessoa podia emprestar dinheiro a juros, pois isso seria “vender o tempo” (cobrar pelo tempo em que o dinheiro esteve emprestado). Os renascentistas rompem com essa concepção. Para eles, o tempo pertence ao homem e este pode usá-lo em benefício próprio para se aperfeiçoar, conhecer, experimentar e, inclusive, para enriquecer.
  • 47. Itália: berço do Renascimento • As prósperas cidades da Itália podem ser consideradas como o berço do Renascimento. Em busca de visibilidade, os homens ricos das cidades italianas procuravam construir novas imagens de si e da sociedade, imagens que os representassem em posições de poder e prestígio. Com esse propósito, patrocinavam artistas, cientistas e letrados. Aos pintores pagavam para que pintassem quadros nos quais eram retratados sozinhos, em primeiro plano, ou em meio a personagens bíblicos. A nobreza e o clero italianos seguiram o exemplo da burguesia. Burgueses, príncipes e papas que patrocinavam as artes e as ciências eram chamados de mecenas. Entre os grandes mecenas da época estavam os membros de famílias poderosas do norte italiano, como os Médici, de Florença; os Sforza, de Milão; e os Bentivoglio, de Bolonha.
  • 48. Itália: berço do Renascimento • partir do Quattrocento, a cidade de Florença, governada pelos Médici, tornou-se o principal polo cultural do Renascimento, mas continuou se envolvendo em disputas comerciais e guerras com outras cidades da Itália (nelas se confrontavam exércitos mercenários chefiados pelos condottieri, chefes de tropas). Nesse ambiente turbulento, marcado por conspirações e golpes políticos, foi que o florentino Nicolau Maquiavel escreveu suas obras.
  • 49. Maquiavel: ética e política modernas • O florentino Nicolau Maquiavel é considerado o fundador da ética e política modernas. Quando dizemos que esta ética e política são modernas, isso significa que elas rompem com o passado medieval. Isto é, se na Idade Média a ética preocupava-se com temas como Deus, a salvação, a justiça divina, a legitimidade fundada nos ditos e escritos religiosos, Maquiavel preocupava-se com termos ligados ao que hoje chamamos de política, poder, Estado.
  • 50. Maquiavel: ética e política modernas • Na Idade Média, a política e a ética se confundiam; o homem era considerado como alguém dependente da graça divina para agir de maneira justa e boa. Maquiavel rompeu com essa ideia. Lendo os autores gregos e romanos e observando a política de seu tempo, Maquiavel percebe que são, na maioria das vezes, as disputas e os conflitos armados que fundam e mantêm as formações políticas, sejam elas cidades, reinos ou impérios. Em vez de um raciocínio fundado em escritos religiosos e na busca pelo melhor regime de governo para os seres humanos de todos os tempos e espaços, o escritor florentino proporá o modesto exercício da observação direta e indireta dos fatos políticos. Por isso, Nicolau Maquiavel é considerado por muitos como o fundador da política como ciência, separando-a, portanto, da ética.
  • 51. Maquiavel: ética e política modernas • A obra mais lida de Maquiavel é O príncipe (1513), um manual sobre como deve agir o governante que deseja conquistar e manter o poder. Em O príncipe, Maquiavel opera com dois conceitos que precisamos conhecer para compreender seu pensamento: os conceitos de virtù e de fortun
  • 52. Maquiavel: ética e política modernas • Virtù, para Maquiavel, tem o sentido de capacidade de realização; o príncipe virtuoso é aquele que tem firmeza de caráter, coragem e habilidade de cálculo e, com isso, consegue alterar o curso da história. É diferente, portanto, do significado de virtude presente na ética cristã medieval, na qual o príncipe virtuoso é aquele que age de acordo com a moral cristã governando com bondade, justiça e tolerância.
  • 53. Maquiavel: ética e política modernas • Fortuna, para Maquiavel, tem o significado de ocasião, oportunidade, sorte. O príncipe virtuoso é aquele que consegue calcular o risco e aproveita a oportunidade para agir de modo a conseguir ou manter o poder. A fortuna complementa a virtù e uma alimenta a outra. Para Maquiavel, o príncipe virtuoso pode ser obrigado a usar a violência visando ao bem coletivo. E nisto, ele se diferencia daquele governante que faz uso da violência motivado por capricho ou interesse pessoal.
  • 54. Dialogando. Pág. 27 • ƒ A obra O Príncipe tem sido objeto de debates frequentes. Para alguns, Maquiavel criou a ideia de que os fins justificam os meios, isto é, qualquer meio é válido para se chegar ao poder; para outros, ele apenas registrou sua longa experiência na vida pública. Com qual das duas versões você concorda? Por quê?
  • 55. Três importantes artistas do Renascimento • No campo das artes visuais, destacou-se Sandro Botticelli (1445-1510), que representa bem a combinação original entre o mundo greco-romano e o cristão. Observe a obra ao lado. • No Cinquecento, a cidade de Roma passou a ser o principal centro de produção renascentista, atraindo criadores como Leonardo da Vinci (1452- 1519) Michelangelo Buonarroti (1475-1564) e Rafael de Sanzio (1483-1520).
  • 56. Três importantes artistas do Renascimento • Leonardo da Vinci foi cientista, inventor e artista, tendo pesquisado e contribuído em diversas áreas do conhecimento, como anatomia, física, botânica, geologia e matemática. Além disso, elaborou esboços de máquinas semelhantes aos atuais helicópteros, aviões, submarinos, tanques motorizados, metralhadoras, entre outras. Como pintor, trabalhou de forma primorosa a caracterização psicológica de seus personagens, além de usar com maestria o jogo de luz e sombra, a técnica da perspectiva e a do esfumaçamento (sfumato).
  • 57. Três importantes artistas do Renascimento • Por meio desta última, produzia a impressão de uma neblina envolvendo os personagens em um clima de mistério e encantamento. Exemplos bem acabados do talento e da capacidade técnica de Da Vinci são a Gioconda (Monalisa), A Virgem dos rochedos, A última ceia e A Virgem e a criança com Santa Ana.
  • 58. Três importantes artistas do Renascimento • Michelangelo Buonarroti foi escultor, pintor e arquiteto, tendo trabalhado inicialmente sob a proteção do mecenas Lourenço, o Magnífico. Aos 23 anos já esculpia a Pietá e, três anos depois, o colossal Davi. Conhecido como “poeta do corpo”, pela forma magistral como o representava (observe abaixo o movimento e a exuberância de um corpo pintado por ele), Michelangelo imortalizou-se ao pintar afrescos nas paredes e no teto da Capela Sistina (Vaticano). São centenas de figuras, algumas enormes, cuja produção custou ao artista quase cinco anos de muito trabalho. As cenas retratadas são episódios da Bíblia, da história do povo hebreu, desde a criação do mundo e do homem até o juízo final. Nesta, vemos representada em destaque uma figura masculina que o pintor chamou de Cristo juiz. Note a humanização da figura de Cristo, representada ao centro.
  • 59. Três importantes artistas do Renascimento • Rafael Sanzio usou com talento uma série de técnicas herdadas de seus antecessores, o que explica a perfeição das suas figuras – religiosas e/ou da mitologia greco-romana. Por isso tornou-se retratista oficial dos homens ricos do período e o modelo, por excelência, da arte oficial até o início do século XX. O equilíbrio, a harmonia e a serenidade exibida por seus personagens fazem dele um mestre no controle das emoções.
  • 60. Para refletir e argumentar Pág. 30 • Leia o texto a seguir e responda à questão. A tragédia e a filosofia moral • 1. Você considera que falta de ética diz respeito apenas ao mundo político? Por quê? • 2. Que diferença a autora do texto estabeleceu entre ética e moralidade? • 3. Em grupo. Debatam e criem critérios que orientem as ações dos estudantes nas salas de aula de sua escola. Levem em conta a importância de valores como solidariedade e justiça.
  • 61. O comportamento na visão da Sociologia • Vinculada à questão da ética, aparece-nos o problema da ação. Para podermos orientar a nossa vida em direção aos outros e ao que é certo, precisamos ser livres para atuarmos de um ou outro jeito. Porém será que somos livres? • O nosso cotidiano é marcado por comportamentos que, por vezes, adotamos sem refletir. Mas por que fazemos isso?
  • 62. O comportamento na visão da Sociologia • Para as Ciências Humanas, o comportamento das pessoas é resultado de uma construção histórica e social e, ao mesmo tempo, arbitrária e as explicações para eles variaram ao longo do tempo. Todas elas, no entanto, têm um ponto em comum: a relação entre indivíduo e sociedade.
  • 63. O comportamento na visão da Sociologia • Entre os autores da Sociologia clássica que buscaram entender o comportamento humano com base nas relações entre indivíduo e sociedade destacam-se Émile Durkheim (1855-1917) e Max Weber (1864-1920).
  • 64.
  • 65. O comportamento na visão da Sociologia • Para Durkheim, é a sociedade que determina as ações do indivíduo. E o faz por meio de um conjunto de valores, normas e regras coletivos que se caracteriza por três aspectos principais: • • São exteriores aos indivíduos, isto é, acontecem de forma independente de suas vontades; • • São coercitivos, ou seja, resultam em algum tipo de punição para aqueles que não os cumprem; • • São gerais, isto é, se aplicam a todos os membros de uma determinada sociedade.
  • 66. O comportamento na visão da Sociologia • Alguns exemplos desses valores, normas e regras coletivos são o idioma, o sistema educacional, as leis que regulam a vida de um determinado povo, as religiões, entre outros. • para Durkheim, a importância do indivíduo e de suas ações é reduzida em comparação ao peso que a sociedade tem em sua vida.
  • 67. O comportamento na visão da Sociologia • para Max Weber, o papel do indivíduo é mais central e a sociedade deve ser compreendida como o resultado de suas ações. Com base nisto, Weber criou o conceito de ação social, ou seja, as ações realizadas pelos seres humanos em sociedade. • Para ele, existem quatro tipos principais de ação social que se diferenciam pela sua motivação:
  • 68. O comportamento na visão da Sociologia • Ação tradicional: motivada pelas tradições, isto é, pelos hábitos e costumes presentes na sociedade. Normalmente, as ações tradicionais são realizadas sem uma reflexão prévia, pois já estão arraigadas em nosso comportamento, e não têm uma finalidade específica. Um exemplo é a forma como cumprimentamos as pessoas. • Ação afetiva: motivada por emoções como a paixão, o amor, o medo, a raiva etc. Essas ações são mais instintivas e não são planejadas. Ações afetivas podem ser explosões de raiva diante de certa situação inesperada ou manifestações de carinho, entre outras. Um exemplo é quando encontramos uma pessoa da qual gostamos muito e corremos para abraçá-la.
  • 69. O comportamento na visão da Sociologia • Ação racional orientada por valores: como o nome diz, é a ação motivada por algum valor, como honra, dever, religiosidade, ética etc. Esse tipo de ação não tem uma finalidade específica a não ser a realização do próprio valor em questão. Um exemplo desse tipo de ação é quando alguém toma uma atitude ética mesmo correndo o risco de perder o emprego ou a afeição de outra pessoa. • Ação racional orientada a fins: motivada por um objetivo específico. Acontece quando uma pessoa, visando atingir um determinado fim, reflete sobre os melhores caminhos para realizá-lo. É possível afirmar que esse tipo de ação é o mais racional, pois exige reflexão e planejamento. Um exemplo é quando dedicamos um tempo enorme da nossa vida, com o objetivo passar no vestibular ou em algum outro concurso
  • 70. O comportamento na visão da Sociologia • Na concepção de Weber, portanto, a sociedade não existe de forma independente dos indivíduos, ao contrário, ela é a expressão das relações entre eles dos valores e da racionalidade.
  • 71. O comportamento na visão da Sociologia • Muitos outros sociólogos discutiram essa questão da primazia da sociedade sobre o indivíduo e vice-versa. • Já no século XX, um sociólogo alemão, Norbert Elias (1897-1990), redirecionou os debates sobre o assunto defendendo a ideia de que indivíduo e sociedade são partes integrantes e indissociáveis da mesma realidade, ou seja, não existem indivíduos sem sociedade nem sociedade sem indivíduos.
  • 72. O comportamento na visão da Sociologia • o comportamento das pessoas na sociedade europeia foi se modificando, ao longo dos séculos, de forma muito lenta e paralela à formação dos Estados modernos. E que, além de ter acontecido simultaneamente, essas mudanças estavam relacionadas entre si, pois a formação do Estado, com as suas funções e hierarquias, fez com que as pessoas passassem a se comportar de um modo distinto, visando a ocupar ou a manter posições e privilégios.
  • 73. O comportamento na visão da Sociologia • Essas transformações atingiram hábitos cotidianos como a forma de se comportar à mesa, diante de outras pessoas (respeitando as hierarquias das posições ocupadas por elas), as formas de se vestir, de lidar com o próprio corpo etc., além de um aspecto principal que permeava todas essas mudanças: o controle das emoções e dos desejos. • Inicialmente por meio de regras de etiqueta escritas em importantes manuais que circulavam pelas cortes, esses hábitos acabaram sendo interiorizados e passaram a ser realizados de forma automática pelas pessoas, sem que houvesse necessidade de cobranças externas.
  • 74. O comportamento na visão da Sociologia • o Estado consolidou o monopólio do controle e da punição sobre as pessoas, retirando, pouco a pouco, esse papel das mãos dos senhores feudais. • o Estado começou a criar regras e leis para prever e punir os comportamentos que se opusessem a elas. Desse modo, os comportamentos passaram a ser calculados e executados com base em regras sociais escritas ou não. Também nesse aspecto, as regras se tornaram cada vez mais interiorizadas pelas pessoas
  • 75.
  • 76. Sobre a construção sócio-histórica e arbitrária do comportamento humano • Pesquisas posteriores, e mesmo as mais recentes, incorporaram a ideia de Norbert Elias sobre a relação indissociável e as influências recíprocas entre indivíduos e sociedade, e ampliaram os campos de estudos mostrando as relações entre as instituições, os meios de comunicação de massas, as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) etc., de um lado, e os indivíduos, de outro, mostrando a complexidade delas.
  • 77. Sobre a construção sócio-histórica e arbitrária do comportamento humano • Também ampliaram os objetos de pesquisa, tentando compreender outras culturas, além daquela de matriz ocidental, questionando valores que por muito tempo foram hegemônicos, como aqueles de superioridade de uma cultura sobre as outras, de padrões supostamente corretos ou incorretos de comportamento, da dicotomia entre civilização e barbárie, entre outros.
  • 78. Sobre a construção sócio-histórica e arbitrária do comportamento humano • No entanto, as discussões sobre a construção histórico-social e arbitrária do comportamento humano ainda se mantêm vivas na atualidade, contribuindo para uma compreensão mais elaborada das complexas relações entre indivíduo e sociedade.
  • 79. Dialogando. Pág. 33 • Qual das interpretações citadas no texto sobre o comportamento humano é mais convincente na sua opinião?