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HISTÓRIA
Editora Exato 28
A REFORMA PROTESTANTE E A CONTRA-
REFORMA
1. LUTERANISMO
Martinho Lutero era um monge agostiniano,
bastante místico, que vivia na Saxônia, sob a prote-
ção do príncipe Frederico. Ao entrar em contato com
as idéias de humanistas como Erasmo de Roterdam e
os escritos de Santo Agostinho e São Paulo, Lutero
concluiu que de nada valiam os jejuns, as peregrina-
ções e as boas ações em favor da Igreja ou a ajuda
dos padres e santos para obter a graça divina; apenas
a fé conseguiria salvar os homens.
Sua descrença na Igreja aumentou muito no
ano de 1517, quando o papa encarregou um padre de
arrecadar dinheiro na Alemanha com a venda de in-
dulgências. Em outubro de 1517, afixou na porta da
catedral onde era pregador as 95 proposições contra o
papado.
Passou então a ser perseguido pela igreja e por
isso recebeu maior proteção do príncipe da Saxônia.
Durante o período em que esteve foragido no castelo
do príncipe, Lutero formulou as idéias básicas que
deram origem à Reforma. Negava que a salvação do
homem dependesse de obras materiais. Lutero achava
que a única coisa capaz de salvar o homem do pecado
era a fé. O homem não precisaria de intermediários
para entrar em contato com Deus e o clero podia ser
dispensado. A idéia do livre exame era uma das mais
importantes inovações de Lutero: considerando a I-
greja incompetente como intérprete das Sagradas Es-
crituras, todo homem poderia interpretar a Bíblia
segundo sua própria consciência.
2. CALVINISMO
João Calvino era um estudioso de leis, forma-
do pela Universidade de Paris e impregnado pelas i-
déias humanistas, aderiu ao movimento da Reforma.
Mas Paris vivia dias de agitação, pois os católicos
franceses iniciaram feroz perseguição aos que se
mostrassem simpáticos às idéias de Lutero. Calvino,
por esta razão, foi obrigado a fugir para Genebra, na
Suíça. Foi aí que definiu seus conceitos religiosos e
os publicou em 1536, sob o título de Instituições da
Religião Cristã.
O calvinismo difundiu-se por várias regiões da
Europa, principalmente na Escócia, onde se trans-
formou em religião oficial, aproveitada pela nobreza
escocesa para se apoderar das terras que a Igreja pos-
suía na região. O calvinismo na Escócia recebeu o
nome de presbiterianismo. O calvinismo difundiu-se
também na França, junto às camadas ligadas ao co-
mércio e ao artesanato. Além disso, uma parte da no-
breza francesa também aderiu ao calvinismo como
forma de lutar contra o poder centralizador do rei,
que era católico. Na França, o calvinismo foi dura-
mente perseguido.
3. ANGLICANISMO
Vimos anteriormente que a dinastia dos Tudor
centralizou o poder real na Inglaterra. Henrique VIII,
filho de Henrique VII, pretendia continuar a política
de centralização iniciada pelo pai, mas encontrava
cada vez mais oposição por parte de um setor da no-
breza, e principalmente da igreja Católica.
Rompendo com a Igreja, Henrique eliminava
um poderoso obstáculo ao seu projeto de aumentar o
poder da monarquia. O Parlamento inglês, que apoi-
ou a atitude do rei, aprovou, em 1534, o Ato de Su-
premacia, que mantinha a Igreja sob a autoridade do
rei. Nascia dessa forma, uma Igreja Nacional, inde-
pendente de Roma - a Igreja Anglicana. Todas as
propriedades da igreja Católica passaram para o Es-
tado ou para as famílias nobres que apoiavam o rei.
As terras da nobreza inglesa cresceram em tamanho,
facilitando ainda mais a expansão da criação de ove-
lhas e aumentando a força econômica dessa classe.
Editora Exato 29
IGREJAIGREJAIGREJAIGREJA CATÓLICA LUTERANA CALVINISTA ANGLICANA
Áreas de
maior pre-
sença
Espanha, Portugal, Po-
lônia, Itália, maior par-
te da França, estados
alemães do sul, Irlan-
da.
Estados do Norte da
Alemanha, Dinamarca,
Noruega, Suécia, regi-
ões bálticas.
Holanda, Suíça (maior
parte dos can-
tões)França (com no-
me de Huguenotes),
Inglaterra (puritanos)
Escócia e Irlanda
(presbiterianos).
Inglaterra
Idéias fun-
damentais
Infalibiliadade papal e
hierarquia eclesiática.
Manutenção dos 7 sa-
cramantos.
Bíblia como fonte de
fé, interpretada pela i-
greja.
Salvação obtida pela fé
e boas obras.
Uso do latim nas ceri-
mônias litúrgicas.
Extinção da hierarquia
eclesiática.
Apenas dois sacramen-
tos: batismo e comu-
nhão.
Bíblia como fonte de
fé e livre exame.
Salvação obtida exclu-
sivamente pela fé.
Uso das línguas nacio-
nais.
Extinção de hierarquia
eclesiática.
Apenas dois sacramen-
tos: batismo e comu-
nhão.
Bíblia como fonte de
fé e livre exame.
Salvação obtida atra-
vés da graça de Deus
(predestinação).
Uso das línguas nacio-
nais.
Manutenção da hierar-
quia eclesiática.
Apenas dois sacramen-
tos: batismo e comu-
nhão.
Bíblia como fonte de
fé.
Salvação obtida atra-
vés da graça (predesti-
nação).
Uso da língua inglesa.
4. A CONTRA-REFORMA
Uma das primeiras armas utilizadas pela Igreja
Católica foi a restauração do poder do antigo tribunal
da Santa Inquisição, que havia sido esquecido na ida-
de Média. Pelo tribunal, seriam julgados todos aque-
les que fossem suspeitos de difundir novas idéias
religiosas, ou seja, o protestantismo. A vida de um
protestante num país católico se tornava impossível.
Além do tribunal do Santo Ofício, como era
conhecida a Inquisição, a Igreja criou o Index Libro-
rum Proibitorum, uma lista dos livros considerados
proibidos para um católico.
Papas como Paulo II, Paulo III e Pio IV, que
iniciaram o movimento da Contra-Reforma, saíram
com o poder bastante fortalecido. E a Igreja foi refor-
çada com o surgimento de novas ordens religiosas.
Uma dessas ordens foi a famosa Companhia de Jesus,
fundada por Inácio de Loyola, em 1534. Nascia, as-
sim, a ordem dos jesuítas, como ficaram conhecidos
seus integrantes. Os jesuítas se organizavam como
um exército. A disciplina era rigorosa e todos eram
obrigados a prestar juramento ao superior, conhecido
como Geral.
A Companhia de Jesus fortaleceu o catolicis-
mo dentro dos países que permaneceram fiéis à Igreja
Católica. Os jesuítas transformaram-se em educado-
res dos filhos da nobreza, para mantê-los fiéis ao ca-
tolicismo. Foram também responsáveis pela
catequização dos indígenas das colônias espanholas e
portuguesas na América.
ESTUDO DIRIGIDO
1 Mencione os aspectos que conduziram à reforma
protestante no século XVI.
2 Cite as idéias defendidas pelo protestantismo.
3 Defina o que foi a Contra-Reforma e cite seus e-
lementos de dominação religiosa.
EXERCÍCIOS
1 Dentre os fatores que contribuíram para a eclosão
do movimento protestante, no início do século
XVI, destaca-se:
a) O declínio do nacionalismo no processo de
formação dos Estados Modernos.
b) O embate entre o progresso do capitalismo
comercial e as teorias religiosas católicas.
c) O fim do comércio de indulgências patrocina-
do pela igreja católica.
d) O encerramento da liberdade de crítica provo-
cado pelo Renascimento Cultural.
Editora Exato 30
2 Sobre a Reforma Protestante, analise os itens a-
baixo e marque a alternativa CORRETA:
I – Um dos fatores que favoreceram a expansão
do luteranismo na Alemanha foi o interesse da
nobreza em apossar-se das terras da Igreja Ca-
tólica.
II – As classes sociais menos favorecidas respon-
sabilizavam a Igreja Católica pela situação de
miséria e de exploração de que eram vítimas.
III – Lutero defendia a formação de igrejas na-
cionais autônomas e o livre acesso à Bíblia por
todos os cristãos.
IV – O apoio das classes dominantes a Lutero foi
importante para que sua doutrina se difundisse
pelo norte da Alemanha, pela Suécia, pela Di-
namarca e pela Noruega.
a) Todos os itens estão corretos.
b) Todos os itens estão errados.
c) Estão corretos somente os itens I e IV.
d) Estão corretos somente os itens II e III.
3 O movimento conhecido como Reforma Protes-
tante provocou, no século XVI, uma crise pro-
funda na hegemonia da Igreja Católica no mundo
ocidental. Esse movimento foi favorecido:
I – pelas alterações da atividade econômica e do
desenvolvimento do Mercantilismo, favore-
cendo a burguesia.
II – pela convocação do Concílio de Trento com
a finalidade de reafirmar os dogmas da Igreja
Católica.
III – pelo aparecimento de novas ordens religio-
sas com destaque para a Companhia de Jesus.
IV – Por mudanças no universo ideológico do
homem oriental, alterando sua forma de con-
ceber o mundo.
V – pelo aumento da tolerância por parte da Igre-
ja mandando para a fogueira alguns de seus de-
fensores.
Assinale a opção INCORRETA:
a) IV e V
b) I e II
c) II e III
d) IV e III
4 “De acordo com Erasmo ( de Roterdã), as igrejas
da Europa possuíam pedaços de madeira da ver-
dadeira cruz em quantidade suficiente para cons-
truir um navio. Não menos de cinco tíbias do
jumento montado por Jesus, quando entrou em
Jerusalém eram exibidas em lugares diferentes,
para não falar em doze cabeças de João Batista”.
(Edward McNall Burns. História da Civilização Ociden-
tal. Porto Alegre)
A respeito dos fundamentos do Renascimento
Cultural e da Reforma Protestante, ocorridos no con-
texto de transição do feudalismo para o capitalismo,
julgue os itens:
I – O Renascimento descartou a cultura medieval
em favor de manifestações artísticas, filosófi-
cas e científicas, adequada, ao novo mundo ur-
bano e mercantil.
II – O Humanismo influenciou os renascentistas,
contrapondo o Antropocentrismo e o radica-
lismo à concepção teocêntrica medieval.
III – A Reforma Calvinista atendeu os interesses
da nobreza alemã ao condenar o materialismo
católico e a usura burguesa.
IV – A gestação dos Estados Modernos e a con-
seqüente formação de uma consciência nacio-
nal eram consonantes com o poder temporal
eclesiástico.
V – O Protestantismo alicerçou espiritualmente o
capitalismo, ao justificar o lucro e o trabalho
da próspera burguesia.
a) Estão corretos I, II e III
b) Estão corretos I, II e V
c) Estão corretos III, IV e V
d) Todas estão corretas
GABARITO
Estudo Dirigido
1 A venda de indulgências; a justificativa para o
lucro burguês; fortalecimento das monarquias na-
cionais.
2 Livre-exame; uso de idiomas nacionais; salvação
pela fé e dois sacramentos (batismo e eucaristia).
3 Movimento de reafirmação dos dogmas católi-
cos, assim como do estabelecimento dos meca-
nismos que seriam utilizados pela Igreja Católica
para conter o protestantismo, como Tribunal da
Inquisição, Index e Companhia de Jesus.
Exercícios
1 B
2 C
3 A
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Reforma Protestante e Contra-Reforma

  • 1. HISTÓRIA Editora Exato 28 A REFORMA PROTESTANTE E A CONTRA- REFORMA 1. LUTERANISMO Martinho Lutero era um monge agostiniano, bastante místico, que vivia na Saxônia, sob a prote- ção do príncipe Frederico. Ao entrar em contato com as idéias de humanistas como Erasmo de Roterdam e os escritos de Santo Agostinho e São Paulo, Lutero concluiu que de nada valiam os jejuns, as peregrina- ções e as boas ações em favor da Igreja ou a ajuda dos padres e santos para obter a graça divina; apenas a fé conseguiria salvar os homens. Sua descrença na Igreja aumentou muito no ano de 1517, quando o papa encarregou um padre de arrecadar dinheiro na Alemanha com a venda de in- dulgências. Em outubro de 1517, afixou na porta da catedral onde era pregador as 95 proposições contra o papado. Passou então a ser perseguido pela igreja e por isso recebeu maior proteção do príncipe da Saxônia. Durante o período em que esteve foragido no castelo do príncipe, Lutero formulou as idéias básicas que deram origem à Reforma. Negava que a salvação do homem dependesse de obras materiais. Lutero achava que a única coisa capaz de salvar o homem do pecado era a fé. O homem não precisaria de intermediários para entrar em contato com Deus e o clero podia ser dispensado. A idéia do livre exame era uma das mais importantes inovações de Lutero: considerando a I- greja incompetente como intérprete das Sagradas Es- crituras, todo homem poderia interpretar a Bíblia segundo sua própria consciência. 2. CALVINISMO João Calvino era um estudioso de leis, forma- do pela Universidade de Paris e impregnado pelas i- déias humanistas, aderiu ao movimento da Reforma. Mas Paris vivia dias de agitação, pois os católicos franceses iniciaram feroz perseguição aos que se mostrassem simpáticos às idéias de Lutero. Calvino, por esta razão, foi obrigado a fugir para Genebra, na Suíça. Foi aí que definiu seus conceitos religiosos e os publicou em 1536, sob o título de Instituições da Religião Cristã. O calvinismo difundiu-se por várias regiões da Europa, principalmente na Escócia, onde se trans- formou em religião oficial, aproveitada pela nobreza escocesa para se apoderar das terras que a Igreja pos- suía na região. O calvinismo na Escócia recebeu o nome de presbiterianismo. O calvinismo difundiu-se também na França, junto às camadas ligadas ao co- mércio e ao artesanato. Além disso, uma parte da no- breza francesa também aderiu ao calvinismo como forma de lutar contra o poder centralizador do rei, que era católico. Na França, o calvinismo foi dura- mente perseguido. 3. ANGLICANISMO Vimos anteriormente que a dinastia dos Tudor centralizou o poder real na Inglaterra. Henrique VIII, filho de Henrique VII, pretendia continuar a política de centralização iniciada pelo pai, mas encontrava cada vez mais oposição por parte de um setor da no- breza, e principalmente da igreja Católica. Rompendo com a Igreja, Henrique eliminava um poderoso obstáculo ao seu projeto de aumentar o poder da monarquia. O Parlamento inglês, que apoi- ou a atitude do rei, aprovou, em 1534, o Ato de Su- premacia, que mantinha a Igreja sob a autoridade do rei. Nascia dessa forma, uma Igreja Nacional, inde- pendente de Roma - a Igreja Anglicana. Todas as propriedades da igreja Católica passaram para o Es- tado ou para as famílias nobres que apoiavam o rei. As terras da nobreza inglesa cresceram em tamanho, facilitando ainda mais a expansão da criação de ove- lhas e aumentando a força econômica dessa classe.
  • 2. Editora Exato 29 IGREJAIGREJAIGREJAIGREJA CATÓLICA LUTERANA CALVINISTA ANGLICANA Áreas de maior pre- sença Espanha, Portugal, Po- lônia, Itália, maior par- te da França, estados alemães do sul, Irlan- da. Estados do Norte da Alemanha, Dinamarca, Noruega, Suécia, regi- ões bálticas. Holanda, Suíça (maior parte dos can- tões)França (com no- me de Huguenotes), Inglaterra (puritanos) Escócia e Irlanda (presbiterianos). Inglaterra Idéias fun- damentais Infalibiliadade papal e hierarquia eclesiática. Manutenção dos 7 sa- cramantos. Bíblia como fonte de fé, interpretada pela i- greja. Salvação obtida pela fé e boas obras. Uso do latim nas ceri- mônias litúrgicas. Extinção da hierarquia eclesiática. Apenas dois sacramen- tos: batismo e comu- nhão. Bíblia como fonte de fé e livre exame. Salvação obtida exclu- sivamente pela fé. Uso das línguas nacio- nais. Extinção de hierarquia eclesiática. Apenas dois sacramen- tos: batismo e comu- nhão. Bíblia como fonte de fé e livre exame. Salvação obtida atra- vés da graça de Deus (predestinação). Uso das línguas nacio- nais. Manutenção da hierar- quia eclesiática. Apenas dois sacramen- tos: batismo e comu- nhão. Bíblia como fonte de fé. Salvação obtida atra- vés da graça (predesti- nação). Uso da língua inglesa. 4. A CONTRA-REFORMA Uma das primeiras armas utilizadas pela Igreja Católica foi a restauração do poder do antigo tribunal da Santa Inquisição, que havia sido esquecido na ida- de Média. Pelo tribunal, seriam julgados todos aque- les que fossem suspeitos de difundir novas idéias religiosas, ou seja, o protestantismo. A vida de um protestante num país católico se tornava impossível. Além do tribunal do Santo Ofício, como era conhecida a Inquisição, a Igreja criou o Index Libro- rum Proibitorum, uma lista dos livros considerados proibidos para um católico. Papas como Paulo II, Paulo III e Pio IV, que iniciaram o movimento da Contra-Reforma, saíram com o poder bastante fortalecido. E a Igreja foi refor- çada com o surgimento de novas ordens religiosas. Uma dessas ordens foi a famosa Companhia de Jesus, fundada por Inácio de Loyola, em 1534. Nascia, as- sim, a ordem dos jesuítas, como ficaram conhecidos seus integrantes. Os jesuítas se organizavam como um exército. A disciplina era rigorosa e todos eram obrigados a prestar juramento ao superior, conhecido como Geral. A Companhia de Jesus fortaleceu o catolicis- mo dentro dos países que permaneceram fiéis à Igreja Católica. Os jesuítas transformaram-se em educado- res dos filhos da nobreza, para mantê-los fiéis ao ca- tolicismo. Foram também responsáveis pela catequização dos indígenas das colônias espanholas e portuguesas na América. ESTUDO DIRIGIDO 1 Mencione os aspectos que conduziram à reforma protestante no século XVI. 2 Cite as idéias defendidas pelo protestantismo. 3 Defina o que foi a Contra-Reforma e cite seus e- lementos de dominação religiosa. EXERCÍCIOS 1 Dentre os fatores que contribuíram para a eclosão do movimento protestante, no início do século XVI, destaca-se: a) O declínio do nacionalismo no processo de formação dos Estados Modernos. b) O embate entre o progresso do capitalismo comercial e as teorias religiosas católicas. c) O fim do comércio de indulgências patrocina- do pela igreja católica. d) O encerramento da liberdade de crítica provo- cado pelo Renascimento Cultural.
  • 3. Editora Exato 30 2 Sobre a Reforma Protestante, analise os itens a- baixo e marque a alternativa CORRETA: I – Um dos fatores que favoreceram a expansão do luteranismo na Alemanha foi o interesse da nobreza em apossar-se das terras da Igreja Ca- tólica. II – As classes sociais menos favorecidas respon- sabilizavam a Igreja Católica pela situação de miséria e de exploração de que eram vítimas. III – Lutero defendia a formação de igrejas na- cionais autônomas e o livre acesso à Bíblia por todos os cristãos. IV – O apoio das classes dominantes a Lutero foi importante para que sua doutrina se difundisse pelo norte da Alemanha, pela Suécia, pela Di- namarca e pela Noruega. a) Todos os itens estão corretos. b) Todos os itens estão errados. c) Estão corretos somente os itens I e IV. d) Estão corretos somente os itens II e III. 3 O movimento conhecido como Reforma Protes- tante provocou, no século XVI, uma crise pro- funda na hegemonia da Igreja Católica no mundo ocidental. Esse movimento foi favorecido: I – pelas alterações da atividade econômica e do desenvolvimento do Mercantilismo, favore- cendo a burguesia. II – pela convocação do Concílio de Trento com a finalidade de reafirmar os dogmas da Igreja Católica. III – pelo aparecimento de novas ordens religio- sas com destaque para a Companhia de Jesus. IV – Por mudanças no universo ideológico do homem oriental, alterando sua forma de con- ceber o mundo. V – pelo aumento da tolerância por parte da Igre- ja mandando para a fogueira alguns de seus de- fensores. Assinale a opção INCORRETA: a) IV e V b) I e II c) II e III d) IV e III 4 “De acordo com Erasmo ( de Roterdã), as igrejas da Europa possuíam pedaços de madeira da ver- dadeira cruz em quantidade suficiente para cons- truir um navio. Não menos de cinco tíbias do jumento montado por Jesus, quando entrou em Jerusalém eram exibidas em lugares diferentes, para não falar em doze cabeças de João Batista”. (Edward McNall Burns. História da Civilização Ociden- tal. Porto Alegre) A respeito dos fundamentos do Renascimento Cultural e da Reforma Protestante, ocorridos no con- texto de transição do feudalismo para o capitalismo, julgue os itens: I – O Renascimento descartou a cultura medieval em favor de manifestações artísticas, filosófi- cas e científicas, adequada, ao novo mundo ur- bano e mercantil. II – O Humanismo influenciou os renascentistas, contrapondo o Antropocentrismo e o radica- lismo à concepção teocêntrica medieval. III – A Reforma Calvinista atendeu os interesses da nobreza alemã ao condenar o materialismo católico e a usura burguesa. IV – A gestação dos Estados Modernos e a con- seqüente formação de uma consciência nacio- nal eram consonantes com o poder temporal eclesiástico. V – O Protestantismo alicerçou espiritualmente o capitalismo, ao justificar o lucro e o trabalho da próspera burguesia. a) Estão corretos I, II e III b) Estão corretos I, II e V c) Estão corretos III, IV e V d) Todas estão corretas GABARITO Estudo Dirigido 1 A venda de indulgências; a justificativa para o lucro burguês; fortalecimento das monarquias na- cionais. 2 Livre-exame; uso de idiomas nacionais; salvação pela fé e dois sacramentos (batismo e eucaristia). 3 Movimento de reafirmação dos dogmas católi- cos, assim como do estabelecimento dos meca- nismos que seriam utilizados pela Igreja Católica para conter o protestantismo, como Tribunal da Inquisição, Index e Companhia de Jesus. Exercícios 1 B 2 C 3 A 4 CB