SlideShare uma empresa Scribd logo
CAPA
2
1
História de Mato Grosso: da ocupação e povoamento à Capitania de Mato Grosso; Cuiabá: de Arraial à
Vila; Vila Bela da Santíssima Trindade, primeira capital; A consolidação do território. A Província de
Mato Grosso e o império brasileiro; a Guerra da Tríplice Aliança; o uso da mão de obra escrava. A
instalação da República e o e estado de Mato Grosso; características econômicas e políticas do estado
durante a Primeira República. O estado de Mato Grosso e a Era Vargas; características econômicas e
políticas do estado durante a Era Vargas. O militarismo no Brasil entre 1964 e 1984 e o estado de Mato
Grosso; Características econômicas e políticas do estado durante o militarismo; A divisão do estado de
Mato Grosso. Geografia de Mato Grosso: produção do espaço regional mato-grossense; aspectos
naturais: clima, solo, relevo, vegetação, hidrografia e suas relações com o uso da biodiversidade;
políticas e instrumentos de gestão ambiental; características econômicas; Geografia da população:
dinâmica e estrutura; processos migratórios; distribuição de renda; indicadores de qualidade de vida.
Questões sociais: processo de urbanização; dinâmica de ocupação do espaço agrário ........................01
Tópicos atuais: economia, política, saúde, sociedade, meio ambiente, desenvolvimento
sustentável, educação, energia, ciência e tecnologia no Brasil e no mundo; questões atuais da
realidade política, econômica, cultural e socioambiental de Mato Grosso ............................................102
Questões..............................................................................................................................................157
Candidatos ao Concurso Público,
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom
desempenho na prova.
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar
em contato, informe:
- Apostila (concurso e cargo);
- Disciplina (matéria);
- Número da página onde se encontra a dúvida; e
- Qual a dúvida.
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la.
Bons estudos!
1
Cuiabá História, Cultura e Geografia
8 de Abril – Aniversário - No dia 8 de abril de 1719, Cuiabá foi fundada por Antônio Pires de Campos.
Mas a condição de cidade só veio em 1818. Sete anos mais tarde, tornou-se capital do estado de Mato
Grosso.
Chamada de "cidade verde", Cuiabá é uma das principais atrações turísticas do estado por abrigar a
região conhecida como Pantanal e a Chapada dos Guimarães.
Origens - Fundada pelo bandeirante Antônio Pires de Campos, Cuiabá origina-se do nome "Ikuiapá",
que significa "lugar de flecha-arpão". Acredita-se que o local era frequentado pelos índios Bororo que
pescavam com flecha-arpão na foz do rio Ikuiébo, afluente do Rio Cuiabá. Batizada de Arraial de Bom
Jesus de Cuiabá, a capital do Mato Grosso foi explorada por bandeirantes que desbravaram o cerrado
em busca de ouro. A notícia da descoberta atraiu povoadores brasileiros e estrangeiros e contribuiu
para a formação de um pequeno arraial hoje localizado na Avenida Tenente-coronel Duarte, conhecida
como Prainha. Com o esgotamento do ouro na segunda metade do século XVIII, a região deixa de
prosperar e só não é abandonada por causa do Rio Cuiabá que dá acesso ao Pantanal. Foi o suficiente
para a vila se tornar entreposto comercial e centro de abastecimento de várias regiões.
Coração da América - Localizado na praça Moreira Cabral (antigo campo do Ourique), onde também
fica a Assembleia Legislativa do estado, o Centro Geodésico da América do Sul foi demarcado pela
Comissão Rondon em 1909. O local já foi uma praça de enforcamento de condenados e também um
campo de touradas.
Belezas - Pantanal e Chapada dos Guimarães são os populares santuários ecológicos que Cuiabá
oferece aos visitantes. Na baixada cuiabana - depressão geográfica da bacia do rio Paraguai - começa
a se formar a reserva biológica do Pantanal, irrigado pelos rios Paraguai, Cuiabá, São Lourenço, Manso
e Vermelho.
O vasto Pantanal é considerado a maior planície alagada do mundo, controlada pelo regime cíclico
das águas que se repete há milhões de anos. A única superfície úmida do planeta, ocupando
133.465km2, também abriga a maior reserva ictiológica da América do Sul.
Com uma variedade de ecossistemas devido à existência de rios oriundos de diferentes regiões,
carregando sedimentos e inundando solos em épocas diferentes, o Pantanal apresenta uma grande
variedade de espécies animais, principalmente aves como jaburu, garça, tuiuiú, arara, colhereiro e
mamíferos como a onça-pintada, anta, jaguatirica, gato-do-mato, cachorro-vinagre e o lobo-guará.
Para se chegar ao Pantanal por via terrestre, é preciso seguir pela BR 364 até Cuiabá. Por via aérea,
o aeroporto mais próximo é o Marechal Rondon, localizado no município de Várzea Grande, vizinho a
Cuiabá.
A Chapada dos Guimarães tem 70% de sua área em Cuiabá, estando distante da cidade a apenas
65 Km. Localizada exatamente no Centro Geodésico da América do Sul, ao sul do estado, a chapada
tem altitudes que chegam a 900 metros, com uma brisa constante e temperaturas baixas no inverno
(zero grau) e altas no verão (40 graus).
A vegetação é rica e diversificada, composta por cerrado com matas de galerias e grotas que
abrigam florestas. Lá, florescem espécies de vários ecossistemas como plantas da mata Atlântica, da
Amazônia e Pantanal. No percurso entre Cuiabá e a chapada, os turistas dispõem de uma variedade de
cachoeiras adornando a paisagem. A mais conhecida é a Véu de Noiva com 75 metros de queda livre.
Devido à riqueza da flora e fauna, o Governo Federal transformou 3.300 hectares em parque nacional.
História de Mato Grosso: da ocupação e povoamento à Capitania de Mato Grosso; Cuiabá:
de Arraial à Vila; Vila Bela da Santíssima Trindade, primeira capital; A consolidação do
território. A Província de Mato Grosso e o império brasileiro; a Guerra da Tríplice Aliança; o
uso da mão de obra escrava. A instalação da República e o e estado de Mato Grosso;
características econômicas e políticas do estado durante a Primeira República. O estado de
Mato Grosso e a Era Vargas; características econômicas e políticas do estado durante a Era
Vargas. O militarismo no Brasil entre 1964 e 1984 e o estado de Mato Grosso;
Características econômicas e políticas do estado durante o militarismo; A divisão do estado
de Mato Grosso. Geografia de Mato Grosso: produção do espaço regional mato-grossense;
aspectos naturais: clima, solo, relevo, vegetação, hidrografia e suas relações com o uso da
biodiversidade; políticas e instrumentos de gestão ambiental; características econômicas;
Prof. Paulo Nakayama
2
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Cuiabá localizada no Centro Geodésico da América do Sul, a cidade de Cuiabá consolida-se como
uma importante cidade brasileira. O povoamento iniciou quando bandeirantes paulistas em busca de
minerais preciosos e do índio para o trabalho análogo à escravidão encontrou ouro nas margens do rio
Coxipó, afluente do Cuiabá. A descoberta do metal precioso às margens do lendário rio, ensejou a
fundação de Cuiabá em 8 de abril de 1719, com o surgimento do "Arraial de Forquilha", denominação
dada ao primeiro povoamento que daria origem à cidade.
Três anos depois – em 1722 – foram descobertas as "Lavras do Sutil", rica jazida encontrada nas
proximidades do córrego da Prainha e da "Colina do Rosário", onde foi construída a histórica igreja do
Rosário, situada atualmente no coração da cidade. Expandia-se, assim, a população, com a descoberta
do ouro. A notícia do ouro logo extrapola os limites do lugar e exerce poderosa atração migratória,
trazendo consigo a burocracia do governo colonial português, com seu sistema de controle e poder.
Nesse contexto Cuiabá é elevada à categoria de vila, com o nome de "Vila Real do Senhor Bom Jesus
de Cuiabá".
A queda da produção, aliada à baixa qualidade do ouro de aluvião e impostos elevados, mais a
descoberta de novas jazidas na região, causaram um período de decadência na exploração do ouro. As
atividades agrícolas substituíram a mineração, passando a ocupar papel de sustentação da economia
local. Após esse período de estagnação, quase um século depois de sua fundação, Cuiabá conquistou
a condição de cidade, através da Carta Régia de 1818, e declarada capital da então Província de Mato
Grosso em 1835.
Na segunda metade do século XIX, com o fim da Guerra do Paraguai e a livre negociação, a cidade
ganha força com a realização de obras de infraestrutura e equipamentos urbanos. Como polo avançado
no interior brasileiro, centraliza uma região que passa a ter expressiva produção agroindustrial
açucareira e intensa produção extrativa, em especial de poaia e de seringa.
Entretanto, outro período de marasmo econômico voltou a ocorrer, penalizando a cidade com mais
uma fase de isolamento e paralisação de seu desenvolvimento econômico e crescimento urbano.
Situação alterada apenas do final da década de 30 do século passado, com a política de integração
nacional do Governo Federal.
O programa da "Marcha para o Oeste", em curto espaço de tempo deixou suas marcas na cidade,
que ganhou nova feição com a edificação de sua primeira avenida, a Avenida Getúlio Vargas e nela
prédios destinados à administração pública, agências bancárias, hotéis e de lazer.
Na década de 60 Cuiabá continua a trajetória de crescimento, desta feita como o "Portal da
Amazônia", principal polo de ocupação da Amazônia meridional brasileira, constituindo hoje, a Grande
Cuiabá, com uma população total de cerca de 800 mil habitantes.
Fonte: www.cuiabatur.com.br
 História - Muito diferente dos idos anos de 1719, quando Pascoal Moreira Cabral desbravava os
rios e matas, e quando o ouro era produto que mais facilmente se obtinha, Cuiabá hoje é uma
metrópole que completa 287 anos de transformação, numa verdadeira metamorfose que atingiu toda e
qualquer peça da chamada Capital Verde de Mato Grosso.
Fundada em 8 de abril de 1719 pelos bandeirantes Pascoal Moreira Cabral e Miguel Sutil, às
margens do córrego da Prainha, devido à descoberta de ouro, mais tarde denominadas ―Lavras do
Sutil‖, a maior fonte de ouro que se teria achado no Brasil até então, Cuiabá só foi elevada a cidade em
17 de setembro de 1818, através de carta régia assinada por D. João VI. Só em agosto de 1835 se
tornou Capital da província com a Lei nº 19, assinada por Antônio Pedro de Alencastro, à época, com
cerca de 7 mil habitantes. Foi em 1909 que Cuiabá teve seu reconhecimento como Centro Geodésico
da América do Sul. Em meados do Século XIX, já estando unidas a parte principal e a portuária da
cidade, a população já atingia quase 10 mil habitantes.
Na segunda metade do século XIX, com o fim da Guerra do Paraguai e a livre negociação, a cidade
ganha força com obras de infraestrutura e equipamentos urbanos. Como polo avançado no interior
brasileiro, centraliza uma região que passa a ter expressiva produção agroindustrial açucareira e
intensa produção extrativa, em especial de poaia e de seringa.
No século XX, a ligação rodoviária com São Paulo e Goiás e a aviação comercial, a partir de 1940,
trouxeram o desenvolvimento da Capital. O grande marco de crescimento, no entanto, tem início na
década de 70, quando o Governo Federal inicia um programa de povoamento do interior do País,
oferecendo vantagens para os interessados. Em cinco anos, de 1970 a 1975, a população passou de 83
3
mil para 127 mil pessoas. Hoje, de acordo com o censo do IBGE, publicado em 2004, a Capital de Mato
Grosso tem 524 mil habitantes.
Localizada a uma altitude de 165 metros, a Capital possui uma área de 3.984,9 km2, com um clima
tropical úmido no verão (dezembro a fevereiro) e seco no inverno (junho a agosto). A temperatura
máxima, nos dias mais quentes, fica em torno de 45ºC. A mínima varia entre 12 e 14ºC. O município
divide águas das Bacias Amazônica e Platina. Entre os principais rios dessas redes hidrográficas estão
o Cuiabá e o das Mortes.
O rio Cuiabá, que corta a cidade, divide dois municípios: Cuiabá e Várzea Grande. A Capital mato-
grossense limita-se ao Norte com Rosário Oeste, a Noroeste com Acorizal, a Sudoeste com Várzea
Grande, ao Sul com Santo Antônio do Leverger, a Leste com Campo Verde e a Noroeste com Chapada
dos Guimarães. A economia da Capital hoje está centralizada no comércio e na indústria. No comércio,
a representatividade é varejista, constituída por casas de gêneros alimentícios, vestuário,
eletrodomésticos, de objetos e artigos diversos. O setor industrial é representado, basicamente, pela
agroindústria, com um distrito industrial que dispõe de infraestrutura necessária, a Capital vem atraindo
empresários de várias regiões do País.
Com 288 anos, Cuiabá se prepara para viver outro grande surto de crescimento, com a implantação
de vários megaprojetos, entre eles, a ligação ferroviária com o Porto de Santos, a conclusão e
pavimentação da rodovia Cuiabá-Santarém, a BR-163, a saída rodoviária para o Oceano Pacífico, a
hidrovia do Paraguai, a Usina de Manso, a Termoelétrica e o Gasoduto.
Primeira capital de Mato Grosso, a pequena Vila Bela da Santíssima Trindade é um dos municípios
com maior potencial turístico de Mato Grosso. Sua conturbada história, seu povo, sua cultura rica e
belezas naturais fazem valer a pena cada um dos 540 quilômetros que a separam da segunda e atual
capital do Estado, Cuiabá. Seguindo de carro ou ônibus, o trajeto segue pela BR-174, passando por
Cáceres e Pontes e Lacerda .
Bem no centro de Vila Bela, estão as ruínas de uma catedral do período colonial. Ela é um símbolo
da cidade e constitui o marco de uma história que começa em 1752. Naquela época, a descoberta de
riquezas minerais na região do Rio Guaporé, fez com que Portugal se apressasse em povoá-la,
temendo que os vizinhos espanhóis fizessem o mesmo. Foi então criada a Capitania de Mato Grosso e
sua capital instalada em 19 de março de 1752, com o nome de Vila Bela da Santíssima Trindade.
Enquanto foi capital, a cidade obteve um progresso muito grande devido aos investimentos em
infraestrutura e incentivos fiscais para os novos moradores. No entanto, as dificuldades de povoar a
região (distância, doenças, falta de rotas comerciais) e o estabelecimento de um importante centro
comercial em Cuiabá acabaram forçando a transferência da capital, em 1835. Como uma cidade
qualquer, Vila Bela não resistiria. Os moradores abandonaram a região, deixando casas,
estabelecimentos comerciais e escravos para trás. Num dos episódios mais fascinantes de toda essa
história, são estes escravos abandonados que garantem a sobrevivência da cidade, constituindo no
local uma comunidade negra forte, unida e fiel às suas tradições.
A "Cidade Negra" - Em Vila Bela quase não há analfabetos e muitos moradores passam dos 100
anos de idade. Até bem pouco tempo atrás, sua população era composta exclusivamente por
descendentes de escravos africanos. Isso lhe garantiu o apelido de "Cidade Negra", que, mesmo com a
imigração e os casamentos inter-raciais, continua valendo até hoje.
De acordo com o IBGE, 74% dos vilabelenses são negros ou mulatos. Um contingente que continua
unido e cultivando suas tradições. Segundo moradores, o fato de Vila Bela ter sido administrada por
negros desde o século passado, criou por lá gerações sem complexos de inferioridade e orgulhosa de
sua cor. Talvez por isso as tradicionais festas do mês de julho (Senhor Divino, Congo e São Benedito)
sejam tão concorridas. Elas representam a alegria, a fé e a perseverança de um povo que ainda hoje
sofre com a discriminação e a intolerância. Um povo que também foi agraciado com belezas naturais de
tirar o fôlego.
Depois do roteiro histórico e cultural, a melhor pedida é mergulhar fundo nas atrações naturais que
Vila Bela tem a oferecer. Seguindo 14 quilômetros de carro e mais 2 a pé, você vai encontrar duas
belíssimas cascatas: Namorados (76 metros de queda) e Cachoeirinha (46 metros). Uma opção de mais
difícil acesso, porém compensadora, é a cascata do Jatobá, com inacreditáveis 140 metros de queda.
Antes de terminar, um segredinho: Se estiver se sentindo cansado, pergunte a qualquer morador onde
encontrar uma garrafa de Canjinjin. Com efeitos terapêuticos (e afrodisíacos, dizem) devastadores, esta
é uma bebida alcoólica preparada somente por mulheres e cuja receita é um segredo de estado.
Pantanal Mato-grossense – Cuiabá está a 100 quilômetros do Pantanal a maior reserva de
biodiversidade das Américas. Formado em Mato Grosso, principalmente pelas águas do rio Paraguai, o
Pantanal é uma área alagada, de 210 mil quilômetros quadrados, que se estende por Brasil, Bolívia,
Paraguai e Argentina. Nesse espaço, que equivale a três vezes o tamanho da Costa Rica, existe uma
4
rede de fontes fluviais, planícies de inundação e um complexo sistema de lagoas interligadas que
servem de berçário para inúmeras espécies animais; muitas raras, algumas únicas.
Partindo de Cuiabá rumo ao Pantanal, o visitante tem muitas opções de transporte e de roteiro. De
carro, avião ou barco, seu destino tanto pode ser um passeio pelos diversos rios da bacia, um safári
fotográfico pela Rodovia Transpantaneira ou mesmo uma boa pescaria. No lado mato-grossense do
Pantanal, os pontos de apoio mais procurados pelos turistas são as cidades de Barão de Melgaço,
Poconé e Cáceres.
É evidente que o leque de atrações desse santuário ecológico não se resume a estas três cidades e
seus arredores. Muito mais está esperando por você em Mato Grosso. Se você acha que este texto não
foi convincente, fique então com a singeleza dos argumentos do poeta Carlos Drummond de Andrade.
Cidades Turísticas do Pantanal: Barão de Melgaço - Barão, como é carinhosamente conhecida,
fica a pouco mais de 77 km de carro pela MT-040, que acaba de ser recuperada. Pequena, com pouco
mais de 10 mil habitantes, Barão guarda uma surpresa para os visitantes: as grandes baías do
Pantanal. É difícil descrever tamanha imponência. Siá Mariana, Porto de Fora, Buritizal e Chacororé são
as mais conhecidas. Esta última, com 13 quilômetros de diâmetro - maior do que a baía de Guanabara -
faz o turista compreender porque os portugueses deram ao Pantanal o nome de "Mar de Xaraiés". É,
sem dúvida, um dos pontos mais bonitos - e menos conhecidos - do Pantanal.
Poconé - A "cidade rosa", Poconé, fica à cerca de 100 quilômetros da capital. Um trajeto que permite
sentir uma amostra da biodiversidade pantaneira. Isto porque, na beira da estrada, podem ser
admirados jacarés, tuiuiús, biguás, araras e até capivaras, em bando, correndo para os alagados. A 42
quilômetros mais ao sul da cidade, em Porto Cercado, encontramos novamente o rio Cuiabá, agora com
características diferenciadas, no tipo de margem, vegetação ribeirinha e curso d'água. Dezenas de
córregos e afluentes se intercomunicam, permitindo passeios por avenidas de água no meio da mata.
Cento e sessenta quilômetros ao sul de Poconé, pela Transpantaneira, encontramos Porto Jofre, um
importante polo de atividades turísticas e esportivas. Dispondo de navegação fluvial permanente, esta
região, em pleno Pantanal, é servida por Barcos Hotéis, Pousadas, áreas de camping e algumas pistas
para aviões de pequeno e médio portes.
Cáceres - Pode-se dizer que o Pantanal começa em Cáceres, localizada na margem esquerda do
Rio Paraguai. A partir da capital Cuiabá, são 200 quilômetros pela BR-174, que liga o sul do país à Mato
Grosso. É conhecida como "a princesinha do Paraguai", graças ao seu folclore, arquitetura colonial,
belas praias e uma infinidade de outras atrações naturais. Além disso, dois eventos contribuem para
fazer a fama da cidade: O Festival Internacional de Pesca - um dos maiores do mundo -, em setembro,
e o Festival da Piranha, nas cheias de março. Cáceres dispõe de uma boa rede hoteleira, restaurantes,
lanchonetes, sendo uma das mais preparadas para receber o fluxo de turistas que aumenta a cada ano.
É evidente que o leque de atrações desse santuário ecológico não se resume a estas três cidades e
seus arredores. Muito mais está esperando por você em Mato Grosso.
Chapada dos Guimarães - Localizado a 60 quilômetros de Cuiabá, o Parque Nacional de Chapada
dos Guimarães é um dos lugares mais belos do Brasil. Aliás, belo é isenção jornalística, o lugar é
mesmo deslumbrante, cinematográfico.
Ao todo, são 33 mil hectares de cachoeiras, paredões e mirantes de fazer amarelar o Ronaldinho.
Tudo isso envolto em um clima ameno - frio, se comparado ao de Cuiabá - e misterioso. Isso mesmo!
Além das belezas naturais, aqui também é uma terra de místicos, esotéricos e ufólogos de plantão.
Além de pista de pouso de extraterrestres, muitos afirmam que Chapada é um canalizador de
energias cósmicas, um berço para a civilização do terceiro milênio.
Simpática e acolhedora, a cidade de Chapada dos Guimarães, com 14 mil habitantes, está situada
na borda do Planalto Central Brasileiro, 860 m acima do nível do mar. Lá estão praticamente todas as
opções de hospedagem, alimentação e lazer dos visitantes do parque. Nada é muito luxuoso, mas
existem opções confortáveis e não muito agressivas ao bolso do turista médio. Além de ponto de apoio,
a cidade é a sede, geralmente no mês de julho, de um tradicional e concorrido Festival de Inverno onde
os visitantes são convidados a participar de oficinas de teatro, dança e música e assistir a shows e
apresentações folclóricas.
Geografia
Cuiabá faz limite com os municípios de Chapada dos Guimarães, Campo Verde, Santo Antônio do
Leverger, Várzea Grande, Jangada e Acorizal. É um entroncamento rodoviário-aéreo-fluvial, interligando
o norte do Brasil e o oeste da América do Sul, e o centro geodésico da América do Sul.
5
O município é cercado por três grandes ecossistemas: a Amazônia, o cerrado e o Pantanal. Com um
clima quente, o lugar está ao norte do Pantanal, ao lado da Chapada dos Guimarães e ainda é
considerado a porta de entrada da Floresta Amazônica.
Área: 3.538,17 km²
População: 542.861 hab. est. 2006 MT: 1º
Densidade: 153,43 hab. / k²
Altitude: 165 metros
Clima: Tropical quente subúmido Awh
Fuso Horário: UTC -4
Aniversário: 8 de abril
Fundação: Em 1º de janeiro de 1727, Cuiabá é elevada à categoria de vila, com o nome de Vila Real
do Senhor Bom Jesus de Cuiabá.
Gentílico: Cuiabano, papa-peixe.
Hidrografia: Cuiabá é abastecida pelo rio de mesmo nome, afluente do Rio Paraguai e limite entre a
capital e Várzea Grande. O município se encontra no divisor de águas das bacias Amazônicas e Platina.
O município é banhado também pelos rios Coxipó-Açu, Pari, Mutuca, Claro, Coxipó, Aricá, Manso, São
Lourenço, das Mortes, Cumbuca, Suspiro, Coluene, Jangada, Casca, Cachoeirinha e Aricazinho, além
de córregos e ribeirões.
Clima: Cuiabá rotineiramente registra as temperaturas mais quentes entre as capitais brasileiras.
Seu clima é tropical quente e subsumido. Precipitação média anual de 1750 mm, com intensidade
máxima em dezembro, janeiro e fevereiro. A temperatura máxima, nos meses mais quentes, fica em
torno de 43°C. A mínima varia entre 12 e 14ºC. Durante a seca, que vai de maio a agosto, a umidade
cai a níveis críticos, às vezes abaixo de 15%.
Relevo: O quadro geomorfológico do município é, em grande parte, representado pela Chapada dos
Guimarães. Mas também aparecem Planalto da Casca e a Depressão Cuiabana. Predominam-se
relevos de baixas amplitudes com altitudes que variam de 146 a 250 metros na área da própria cidade.
Demografia: Sua população estimada em julho de 2005 é de 533.800 habitantes. Várzea Grande,
cidade conturbada, tem 248.728, totalizando 782.528 habitantes na grande Cuiabá.
O número de eleitores em junho de 2006 era de 358.495 representando 18,37% do total de eleitores
do estado do mato grosso. A cidade viveu tranquilamente até a década de 1960 , quando um fluxo de
imigrantes começou a vir para o estado, principalmente nas décadas de 1970 e 1980. Nesse período, a
população passou de 57.860 habitantes em 1960 para 100.865 em 1970, 213.151 em 1980, 402.813
em 1991 e 483.346 em 2000, perfazendo 19,3% da população total do estado.
Esse aumento desordenado da população levou a um crescimento das áreas periféricas da cidade,
que carecem muitas vezes de investimentos em planejamento, saneamento e outros serviços públicos,
coisa que também ocorre em várias cidades do país.
Folclore: Talvez por sua localização geográfica, que a isolou do resto do país por muito tempo,
Cuiabá é uma cidade com personalidade própria. Na arquitetura, na música, na dança, na culinária, no
jeito de falar, enfim, em praticamente todas as suas manifestações culturais, um traço genuinamente
local pode ser encontrado. Essa riqueza faz do folclore cuiabano uma das principais atrações turísticas
da cidade.
Siriri - O Siriri, é um dos folguedos mais populares e antigos de Mato Grosso. É praticado nas
Cidades e principalmente, na zona rural, fazendo parte da maioria das festas como casamentos,
batizados, carnaval, aniversários, e também das comemorações religiosas. É dançado por homens,
6
mulheres e crianças, em roda ou fileiras formadas por pares que se movimentam ao som da viola de
cocho, do ganzá e do mocho.
Cururu - Folguedo popular dos mais antigos de Cuiabá, podendo ser apresentado como roda de
cantoria e dança. Os instrumentos utilizados são a viola de cocho, o ganzá e o adufo. Consiste em, no
mínimo, dois cantadores, sempre do sexo masculino; um tocando viola de cocho, outro o ganzá. A
origem do nome Cururu, admite-se que possa ser originada da tribo dos Bororos que desenvolviam uma
dança típica chamada Bacururu.
Boi-a-Serra - O Boi-à-Serra é um folguedo do carnaval mato-grossense. Durante os festejos do
carnaval, as pessoas brincavam ou ainda brincam, em alguns lugares, o Siriri, o Entrudo, o Boi-a-Serra
e também o Cururu, que é uma manifestação quase sempre ligada à religiosidade do povo. Porém,
segundo alguns tiradores, o Boi-a-Serra pode ser dançado em qualquer festa.
Rasqueado - O rasqueado desperta com maior intensidade na população da periferia das cidades,
quando começa a ser executado com os hinos de santos (acompanhando Bandeira do Senhor Divino,
São Benedito, Procissão de São João Etc), indo aparecer nos chamados Chá com Bolo. Uns dos
principais instrumentos usados no rasqueado é a Viola de Cocho.
Culinária - A culinária cuiabana assim como a brasileira, tem suas raízes nas cozinhas indígenas,
portuguesa espanhola e africana. A diferença está na incorporação de ingredientes da flora e da fauna
nativas, nas combinações e modo s de preparo originais que lhe asseguram sabores, cheiros, e
aspectos inesquecíveis e sedutores ao paladar, ao olfato e aos olhos. Aqui frutos como exótico e
saboroso pequi – de sabor e aroma peculiares – dão cor e enriquecem pratos a base de arroz e frango,
a mandioca, a manga e o caju, o charque, peixes frescos ou secos, são ricamente combinados pelas
mãos hábeis e criativas de tradicionais quituteiras em suas residências, peixarias ou restaurante
especializado em comida típica.
Situadas nas bordas do Pantanal, onde a prodigalidade em seus peixes nobres faz analogias á fé
cristã no milagre da multiplicação, as cidades de Cuiabá e Várzea-Grande têm como referenciais
gastronômicos mais marcantes ou pratos à base de pescado.
Pacu assado, piraputanga na brasa, mojica de pintado, arroz com pacu seco, moqueca cuiabana,
caldo de piranha, ventrecha de pacu frita, dourado ou piraputanga na folha de bananeira e caldeirada de
bagre, são pratos nascidos nas barrancas do rio Cuiabá e nas baias do Pantanal por obra da
inventividade dos ribeirinhos.
Nos restaurantes das cidades, ganham toques de gourmets e conquistam os mais exigentes e
sofisticados paladares. E tem ainda a maria isabel, a original farofa de banana da terra, prato exclusivo
da culinária local, a paçoca de pilão feita com carne de charque e farinha de mandioca temperada, o
furumdu, doce preparado com mamão verde, rapadura e canela, o pixé elaborado com milho torrado e
socado com canela e açúcar, o bolo de arroz cuiabano, o francisquito, os doces de caju e manga, o
inigualável licor de pequi e o afrodisíaco guaraná de ralar que substitui, nas famílias mais tradicionais
cuiabana o cafezinho brasileiro.
Pantanal Mato Grossense - Cuiabá consegue ser uma capital de estado sem perder o seu charme.
Só pra se ter uma ideia, a cidade faz divisa com a chapada dos Guimarães e suas belas cachoeiras,
com o Pantanal e toda sua rica fauna e flora, com o cerrado do interior do Brasil, e com a Amazônia,
que dispensa qualquer tipo de comentário.
Seu povoamento se deu pelos bandeirantes, que iam para a região em busca de ouro, levando
consigo seus escravos, além dos muitos imigrantes de países vizinhos ajudaram a colonizar a cidade, o
que faz com que a diversidade do seu povo seja muito grandiosa.
Para entender melhor a história da cidade, visite a Fundação Cultural, que conta com 4 museus: o
Museu de História Natural, o de Antropologia, o de Arte Sacra e o Museu Histórico, além de um ateliê
livre. Outros 2 bons museus são o Museu Rondon e o Museu de Pedras Ramis Bucair, que tem belos
acervos de trabalhos indígenas e pedras das mais diversas, incluindo um meteorito e um fóssil de
dinossauro, respectivamente.
Já a cultura, o misticismo e a fé do povo podem ser observados na Catedral Metropolitana, na Igreja
de São Gonçalo, do Rosário, de Nossa Senhora do Bom Despacho, e na de Nossa Sra. Auxiliadora.
Todas tem uma história muito interessante para contar sobre sua construção, ou mesmo sobre as peças
e obras que elas abrigam.
A cidade também é ótima para as compras: de artesanato indígena à doces típicos e licores caseiros.
Além de tudo isso, os fãs de comidas regionais sairão muito satisfeitos com os deliciosos pratos
servidos nos restaurantes, a grande maioria à base dos peixes da região, como a piraputanga.
Não se pode esquecer das interessantes danças típicas, como o Rasqueado, o Cururu e o Siriri, que
apesar de já não tão presentes no dia-a-dia dos moradores, nunca são esquecidas, bem como todas as
outras tradições e costumes desse belo povo que mora no Coração da América do Sul.
7
Fonte: www.stw.tur.br
Como na Independência, a notícia da proclamação da República encontrou Cuiabá em grande
efervescência, com grupos políticos já se digladiando contra ou a favor do novo regime. A instabilidade
política grassava por todo o País, mas em Mato Grosso adquiria contornos mais marcantes, inclusive
pela truculência das disputas entre os grupos de poder locais, geralmente chefiados por coronéis cujo
prestígio se media pela capacidade de arregimentar homens e armas pelo critério da eficácia mais que
da legitimidade ou procedência.
A ação desses grupos, aliada à de caudilhos vindos do sul, acostumados a chamar qualquer briga
política de revolução para em nome dela saquear fazendas e praticar outras estripulias, resultou na
proliferação dessa prática, que se estendeu aos grupos de bandoleiros e ladrões de gado que
assolaram a região nas décadas seguintes.
Para a maioria da população, pacífica e assustada, restava quase sempre a posição de vítima direta
ou indireta dessas ações. Principalmente as mulheres, que não tinham voz nem vez, tanto na vida
pública quanto na vida privada.
Esse clima de instabilidade política e social, em parte decorrente da própria forma de ocupação e
defesa do território, foi um dos fatores que resultaram na insignificante participação do capital
estrangeiro no desenvolvimento de Mato Grosso, comparada com outras regiões do país. Mas na
entrada do século XX os interesses internacionais muito contribuíram para o fortalecimento econômico
de Mato Grosso e Cuiabá com toda a movimentação provocada pelo ciclo da borracha nos seringais do
norte e pelo ciclo da erva-mate nos ervais do sul do Estado.
Em 1914, com cerca de 22 mil habitantes, Cuiabá já tinha perímetro urbano de três quilômetros de
comprimento (no sentido NE-SO) por dois de largura. A cidade era organizada em dois distritos, com 24
ruas, 28 travessas, 17 praças, dois jardins públicos e um serviço de bonde com um ramal para o
Matadouro e outro para a Cervejaria.
A prefeitura mantinha serviços de abastecimento d‘água, ensino público, limpeza pública, iluminação
e dois mercados públicos. Havia dois hotéis, vários restaurantes, serviço telegráfico, rede de telefones e
correio. Nas duas bibliotecas públicas e da Sociedade Literária Cuyabana circulavam além de livros
duas revistas locais e seis jornais, sendo um diário (O Debate).
Mato Grosso era governado na época por Joaquim Augusto da Costa Marques, o primeiro
governante eleito a exercer integralmente seu mandato de quatro anos, coroando assim um período de
uma década de razoável normalidade.
Política na capital. Foi também o primeiro a empreender uma visita às mais distantes localidades do
Estado, numa longa viagem de mais de ano, fotografada e primorosamente documentada no Álbum
Graphico de Matto Grosso, um dos mais importantes acervos de imagens e informações sobre o
passado desta região.
Ainda em 1914 o Estado recebe a visita do presidente norte-americano Theodor Roosevelt, que
empreende uma viagem pela selva amazônica em companhia do então coronel Cândido Mariano da
Silva Rondon, que em janeiro do ano seguinte completa a ligação telegráfica entre Cuiabá e a vila de
Santo Antônio do Madeira, atual Porto Velho, capital de Rondônia. Em janeiro de 1918, após
conturbado período em que a tentativa de impeachment do governador Caetano Manoel de Faria
Albuquerque resultou em sangrentos combates no sul e no norte seguidos de intervenção federal,
assume o comando de Mato Grosso, eleito fragorosamente, o bispo cuiabano D. Francisco de Aquino
Corrêa. Intelectual notável, membro da Academia Brasileira de Letras, D. Aquino, além de pacificar o
Estado, procura jogar mais luz sobre suas inteligências criando a Academia Mato Grossense de Letras,
o Instituto Histórico de Mato Grosso e o serviço de iluminação elétrica de Cuiabá.
Vários governos, e golpes e choques armados e intervenções federais, se sucederam, até que em
1937 assume o governador Julio Strubing Muller, que permaneceria no cargo por oito anos, até o final
da ditadura Vargas. Uma das principais marcas de seu governo foi à preocupação em melhorar o
aspecto visual e funcional de Cuiabá, abrindo ruas e estradas, reformando e construindo modernos
prédios públicos, como o Colégio Estadual e outros, inclusive um hotel e um cinema, que segundo se
conta, faziam falta na cidade. Construiu também a ponte de concreto ligando Cuiabá a Várzea Grande,
impulsionou a pecuária e procurou desenvolver a agricultura atraindo colonos dos estados do Nordeste
para a região de Poxoréu. O projeto não deu certo ali mais veio frutificar na colônia de Dourados, no sul
do Estado, implantada ainda durante o seu mandato.
O sul do Estado, que após a Guerra do Paraguai vinha sendo povoado, sobretudo por mineiros e
paulistas em função da facilidade de terras para a pecuária, crescia celeremente e começava a
desenvolver-se também na agricultura. A estrada de ferro trouxe levas e levas de imigrantes japoneses,
8
portugueses, libaneses, e encurtou para dois ou três dias a comunicação com São Paulo e Rio de
Janeiro, que até então levava meses de espera pelo rio Paraguai.
Enquanto o norte de Mato Grosso expandia a pecuária como sua principal atividade econômica, mas
sofria ainda as dificuldades da falta de transporte por via rodoviária, o sul já tinha essas melhorias e
incrementava o comércio, facilitado pela relativa proximidade dos grandes centros consumidores. E se o
crescimento econômico do sul trazia benefícios para Cuiabá, centro político e administrativo do Estado,
o crescimento demográfico trazia também o desequilíbrio numérico, evidente, sobretudo a partir de
1945, nas sucessivas eleições diretas ou indiretas de governadores originados do sul do Estado, como
Arnaldo Estevão de Figueiredo, Fernando Correa da Costa, Pedro Pedrossian e José Fontanillas
Fragelli.
E a ideia separatista, que motivou grandes disputas, crises políticas e entreveros armados por mais
de um século e meio, acaba concretizada por decreto do governo militar de Ernesto Geisel em 1977,
criando o Estado de Mato Grosso do Sul, separado então definitivamente de Cuiabá.
O sentimento de perda para as populações do norte mato-grossense foi muito grande. Cuiabá, já era
então uma grande metrópole, com todos os recursos e facilidades de qualquer cidade moderna. Mas o
receio de muitos era que estivéssemos então condenados ao ostracismo e à estagnação, com o sul
liberto projetando-se de forma avassaladora tanto na região quanto no contexto nacional.
Não foi preciso muito tempo para se verificar que aconteceria exatamente o contrário. Superadas as
intermináveis disputas políticas e econômicas com o sul, o norte pôde então concentrar seus esforços
administrativos, políticos e empresariais para a defesa de seus próprios interesses, tanto a nível local
quanto junto ao governo federal. Um acertado e oportuno programa de incentivo à colonização, aliado à
descoberta do cerrado como campo propício à produção mecanizada de soja e outros grãos de
exportação, atraiu grandes contingentes de produtores do Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do
Sul, que abriram lavouras e fundaram cidades que cresceram e se multiplicaram, mudando
radicalmente em menos de vinte anos o perfil demográfico e econômico do novo Mato Grosso.
A pacata Cuiabá tornou-se trepidante com a grande movimentação de gente, recursos e projetos.
Novos arranha-céus, vias expressas, shopping centers e complexos industriais concretizaram da noite
para o dia o sonho de uma metrópole futurista em pleno centro do continente. A ligação rodoviária por
asfalto tanto para o sul, quanto para o norte e para o leste do Estado, a chegada do trem através da
Ferronorte, o evolução tecnológica no ramo das comunicações e da informática, quebraram
definitivamente o passado de isolamento geográfico e cultural, ligando em tempo real Cuiabá e outras
cidades do Estado com o resto do mundo. O desenvolvimento dos sistemas de ensino e pesquisa, o
aprimoramento da agropecuária, o incremento do comércio, da indústria e dos setores de prestação de
serviços geraram novos empregos, novas empresas e aumento de arrecadação.
Mato Grosso entra no século XXI como o Estado brasileiro com melhor desempenho no aumento de
arrecadação de ICMS. É uma das regiões com maior crescimento populacional, com índice médio de
4% ao ano nos últimos vinte anos. A avalanche de novos moradores vindos de todas as regiões do
país, fazem de Cuiabá não uma metrópole privada de seus traços culturais originais, mas, pelo
contrário, estes são cada vez mais cultuados, valorizados e geralmente adotados pelos novos
moradores.
A antiga xenofobia cuiabana, que resultou em episódios tristes da nossa história, como a Rusga
contra os portugueses e as barbaridades contra os paraguaios, transmuta-se hoje para uma postura
extremamente cordial, hospitaleira e bem humorada, que encanta a todos que chegam, de passagem
ou pau-rodado.
O recurso à violência, que até tempos recentes justificou externamente a imagem de um Mato
Grosso sem lei e sem alma, onde tudo ou quase tudo era resolvido a bala, acaba enterrado para
sempre, por uma nova mentalidade, visível, por exemplo, no fato de que muito mais que Raposo
Tavares, Totó Paes ou Filinto Miller, são cultuados como grandes personalidades da História do Estado
figuras como o pacifista Cândido Rondon, que instituiu no Brasil uma nova forma de contato e
relacionamento com os indígenas, D. Aquino Correia, que provou ser possível administrar trocando as
armas pelo diálogo, pelas letras e pelas luzes, e o atual governador Dante de Oliveira que, deputado
federal de oposição no tempo da ditadura, encabeçou o projeto de lei que restabeleceu o sistema de
eleições diretas para a escolha do presidente do Brasil.
O avanço de mentalidades e costumes trouxe também um novo papel para a mulher, que passa a ter
presença e influência cada vez maiores em todo o mercado de trabalho, nos meios de comunicação e
expressão e nas instâncias responsáveis pelas políticas públicas.
Mas a mudança de mentalidade mais radical, sobre a qual se assenta, sem dúvida, o futuro de Mato
Grosso neste terceiro milênio, é a que se verifica nas formas de relacionamento com a natureza.
Acostumados durante séculos a verem a força da natureza como o maior obstáculo para o progresso,
9
os mato-grossenses descobrem de repente que o fato de não a terem vencido na forma que muitos
sonharam no passado coloca o Estado hoje como uma das regiões mais promissoras do mundo.
Poucos países do mundo têm a condição extraordinária de Mato Grosso, que abriga em seu território
três dos mais ricos e inexplorados ecossistemas do globo, que são o Pantanal, o Cerrado e a
Amazônia.
Mais que o turismo, o ecoturismo, o romantismo e a fantasia que nossos paraísos ecológicos
impulsionam, assoma no futuro como fonte de renda e qualidade de vida primordial para nossa gente a
exploração científica da biodiversidade infinita de nossas águas, matas e solos. O desafio está em
saber desenvolver atitudes seguras de preservação de toda essa riqueza enquanto tivermos,
certamente por muito tempo ainda, a agricultura e a pecuária como nossas principais atividades
econômicas.
Completando praticamente três séculos de fundação e localizada no Centro Geodésico da América
do Sul, a cidade de Cuiabá consolida-se como importante cidade brasileira. O povoamento da cidade
iniciou com a descoberta de ouro às margens do rio Coxipó, por bandeirantes paulistas em busca de
minerais preciosos e do índio para o trabalho escravo. A descoberta do metal precioso, às margens do
lendário rio Coxipó, ensejou a fundação de Cuiabá em 8 de abril de 1719, com o surgimento do "Arraial
de Forquilha", denominação dada ao primeiro povoamento que daria origem à cidade.
Três anos depois – em 1722 – foram descobertas as "Lavras do Sutil", rica jazida encontrada nas
proximidades do córrego da Prainha e da "Colina do Rosário", onde foi construída a histórica igreja do
Rosário, situada no coração de Cuiabá. Expandia-se, assim, a população, com a descoberta do ouro. A
notícia do ouro logo extrapola os limites do lugar e exerce poderosa atração migratória, trazendo
consigo a burocracia do governo colonial português, com seu sistema de controle e poder. Nesse
contexto Cuiabá é elevada à categoria de vila, com o nome de "Vila Real do Senhor Bom Jesus de
Cuiabá".
A queda da produção, aliada à baixa qualidade do ouro de aluvião e impostos elevados, mais a
descoberta de novas jazidas na região, causaram um período de decadência na exploração do ouro. As
atividades agrícolas substituíram a mineração, passando a ocupar papel de sustentação da economia
local. Após esse período de estagnação, quase um século depois de sua fundação, Cuiabá conquistou
a condição de cidade, através da Carta Régia de 1818, e declarada capital de Mato Grosso em 1835, 17
anos depois.
Na segunda metade do século XIX, com o fim da Guerra do Paraguai e a livre negociação, a cidade
ganha força com a realização de obras de infraestrutura e equipamentos urbanos. Como polo avançado
no interior brasileiro, centraliza uma região que passa a ter expressiva produção agroindustrial
açucareira e intensa produção extrativa, em especial de poaia e de seringa. Entretanto, outro período de
marasmo econômico voltou a ocorrer, penalizando a cidade com mais uma fase de isolamento e
paralisação de seu desenvolvimento econômico e crescimento urbano. Situação alterada apenas do
final da década de 30 deste século, com a política de integração nacional do Governo Federal.
O programa da "Marcha para o Oeste", em curto espaço de tempo deixou suas marcas na cidade,
que ganhou nova feição com a edificação de sua primeira avenida, a Avenida Getúlio Vargas e nela
prédios destinados à administração pública, agências bancárias, hotéis e de lazer. Na década de 60
Cuiabá continua a trajetória de crescimento, desta feita como o "Portal da Amazônia", principal polo de
ocupação da Amazônia meridional brasileira, constituindo hoje, a Grande Cuiabá, maior núcleo urbano
do oeste brasileiro, com uma população total de cerca de 800 mil habitantes.
No final de século, completando 281 anos de fundação, Cuiabá prepara-se para passar por um outro
grande surto de crescimento, com a implantação de sete megaprojetos: a ligação ferroviária com o
Porto de Santos, a conclusão e pavimentação da rodovia Cuiabá-Santarém, a saída rodoviária para o
Oceano Pacífico, a hidrovia do Paraguai, a Usina de Manso, a Usina Termoelétrica e o Gasoduto.
Concluídos esses projetos, dada sua localização geopolítica estratégica no centro do continente, Cuiabá
consolidará sua vocação a nível de continente, firmando-se como um dos mais importantes centros
intermodais de transportes da América do Sul.
Origem do nome: IKUIAPÁ.
IKUIA - flecha-arpão.
PÁ - lugar (Lugar da flecha-arpão).
Designação: De uma localidade onde se pesca com flecha-arpão.
De uma localidade onde antigamente os bororos costumavam pescar com flecha-arpão
correspondente à foz do IKUIÉBO, córrego da Prainha, afluente da esquerda do rio Cuiabá, na cidade
homônima.
10
Fonte:Súmula de Informações do Município de Cuiabá.
Cuiabá, principal cidade de Mato Grosso, é a capital do Centro Geodésico da América do Sul.
Conhecida como o "Portal do Amazônia", Cuiabá é também uma das principais portas do Pantanal, pois
é a partir exatamente da baixada cuiabana, depressão geografia da bacia do rio Paraguai, que começa
a se formar o Pantanal, irrigado principalmente pelos rios Paraguai, São Lourenço, Cuiabá, Manso e
Vermelho.
De sua história extraímos a riqueza do ouro, que os bandeirantes no desbravamento do cerrado
aportaram por aqui para explorar o minério que na época era abundante. Cuiabá foi batizada então
como o Arraial do Bom Jesus de Cuiabá até retirar de Vila Bela da Santíssima Trindade a qualidade de
capital do Estado de Mato Grosso.
Momento crucial de nossa história, pois o Estado passa a receber maiores atenções do governo
brasileiro. Cuiabá cresceu e cresce assustadoramente como a capital brasileira de expansão
demográfica mais acelerada. Hoje reconhecida como importante polo industrial do centro-oeste. Cuiabá
é rota primordial para escoamento da produção agrícola e pecuária de Mato Grosso para os grandes
centros do Brasil. Esse crescimento atraiu grandes investidores que concentram aqui negócios
imobiliários, comerciais e agroindustriais, tornando a cidade cada vez mais próspera e promissora.
Rio Cuiabá - Esse grande aumento periódico da rede hídrica no Pantanal, a baixa declividade da
planície e a dificuldade de escoamento das águas pelo encharcamento do solo são responsáveis por
inundações nas áreas mais baixas, o que confere à região um aspecto de imenso mar interior. Somente
os terrenos mais elevados e os morros isolados sobressaem como verdadeiras ilhas cobertas de
vegetação, onde muitos animais se refugiam à procura de abrigo contra a subida das águas.
Igreja de São Benedito - Construída em 1722 em estilo barroco. O altar mor é em talha dourada,
estilo rococó. É a mais antiga igreja de Cuiabá que guarda suas características originais. Foi tombada
pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Festa do Divino - A Festa do Divino tem sua origem em Portugal e foi estabelecida pela rainha Dª.
Isabel, casada com o Rei D. Diniz, por volta das Primeiras décadas do século XIV. 0 Imperador do
Divino gozava de direitos próprios de um soberano, libertando presos comuns em certas localidades
Portuguesas e brasileiras.
Para a organização da festividade havia a FOLIA DO DIVINO, grupo de pessoas pedindo e
recebendo auxilio de toda a espécie A folia constituía-se de músicos e cantores com a Bandeira do
Divino, ilustrada com a pomba simbólica. Essas FOLIAS percorriam grandes regiões, gastando
semanas ou meses inteiro.
Em Rondônia, a festa do Divino tem expressividade no Vale do Guaporé, onde a população
ribeirinha. Procura manter viva a tradição do festejo. O Culto ao Divino foi introduzido no Guaporé por
volta de 1894, pelo senhor Manoel Fernandes Coelho, quando de sua mudança de Vila Bela do Mato,
Grosso para a localidade de Ilha das Flores. Naquele ano, o Senhor Manoel Fernandes fez vir de Vila
Bela, a coroa de Prata e juntamente com outros adeptos, realizou os festejos do Divino naquela
localidade. Todos os anos posteriores até o ano de 1932, o Divino foi festejado naquele local, sendo
então, os festejos transferidos para Rolim de Moura. Após o falecimento dos principais membros da
Irmandade local, a senhora Eduvirgem Leite Ribeiro, viúva do falecido Argemiro Leite, regressou para
sua cidade de origem, Vila Bela da Santíssima Trindade, levando a Coroa de Prata, símbolo da
festividade do Vale do Guaporé.
Reuniram-se, então, os principais membros da Irmandade da época, moradores das localidades de
Tarumã e Rolim de Moura, ou seja: Antão Gomes, Manoel Canuto, Antônio de Freitas, Norberto
Quintão, Maximiliano de Brito, Bernardino Nery da trindade, Cândido de Moraes e Gonçalo Moraes, que
depois de vários debates, solicitaram à senhora Eduvirgem Leite, que lhes devolvesse a Coroa de
Prata.
Tendo concordado, a senhora Eduvrigem Leite entregou a Coiroa de Prata ao senhor Bernardino
Nery, que era o antigo irmão da localidade de TARUMÃ. Assim, no ano de 1933 foi realizado o festejo
em TARUMÃ, e foi feito o sorteio entre as localidades de TARUMÃ e ROLIM DE MOURA, para
decidirem em qual localidade seria realizado o festejo do ano seguinte.
Rolim de Moura foi sorteado para a realização do festejo de 1933. Logo após o sorteio, os membros
da irmandade daquela comunidade se organizaram para programar os festejos do ano seguinte, de
1934. Entretanto, os senhores Bernardino Nery, Cândido de Moraes e outros membros da Irmandade
de Tarumã, não concordaram que o festejo fosse realizado somente em Rolim de Moura. Decidiram
então, enviar um ofício ao Bispo da Diocese de Cuiabá, informando-o que as festividades do Senhor
Divino Espírito Santo do Vale do Guaporé, nos últimos anos, vinham fracassando e que seria melhor a
Coroa retornar para sua igreja de origem.
11
O Bispo de Cuiabá entrou em contato com o novo administrador apostólico da Prelazia de Guajará-
Mirtim, Monsenhor Francisco Xavier Rey, tendo por base o ofício enviado pelos membros da Irmandade
da localidade de Tarumã. Monsenhor Rey, então orientou a criação dos Estatutos dos festejos do
Senhor Divino Espírito Santo do Vale do Guaporé. Ele nomeou a comissão para os trabalhos de
redação. A 20 de maio de 1934, na Capela de Nossa Senhora do Carmo, o Estatuto foi lido e
Monsenhor Francisco Xavier Rey, decidiu que as festividades do Senhor Divino Espírito Santo seriam
realizadas em Rolim de Moura, enquanto não houvesse outra Capela ou Igreja no Vale do Guaporé.
Em Pedras Negras foi construída a Capela de São Francisco. E, no dia 23 de maio de 1937, foi
realizado o primeiro festejo do Senhor Divino, naquela localidade. De 1937 a 1945 os festejos foram
realizados alternadamente em Pedras Negras e Rolim de Moura. Com o surgimento da Capela de São
Miguel, na localidade de Limoeiro, no Rio São Miguel, as festividades foram realizadas também naquela
localidade, nos anos de 1945 e 1947. Com a inauguração oficial da Igreja de São Francisco em Pedras
Negras, a Coroa retornou para lá, em julho de 1947, sendo que o festejo foi realizado a 17 de julho, na
mesma localidade de Pedras Negras. Assim de 1948 a 1953, ficou obedecendo a um rodízio entre as
localidades de pedras negras, Rolim de Moura e Limoeiro. Com a inscrição de irmãos bolivianos, no ano
de 1953, foi feito para a localidade de Versalles, República da Bolívia, e em 5 de junho de 1954 foi
realizado o primeiro festejo naquela localidade, na Capela de São José.
Em 1955, foram sorteados os Irmãos da localidade de Santo Antônio, em 29 de maio de mesmo ano,
foi feito o primeiro festejo naquela localidade. No ano seguinte, o festejo voltou a ser realizado em
Limoeiro, na Igreja de São Miguel, aos 20 dias do mês de maio de 1956. Aos 09 dias do mês de junho
do ano de 1957, com muito fervor, foram realizados pela primeira vez os festejos do Senhor Divino na
Capela de São Sebastião de Costa Marques. Atualmente a Festa vem se realizando em sistema de
rodízio, atingindo a cada ano a localidades de Pedras negras, Limoeiro, Costa Marques, Pimenteiras,
Rolim de Moura e Versalhes na Bolívia. A escolha do Local é feita durante o encerramento dos festejos,
através de sorteio e recai de quatro em quatro anos no mesmo local. O registro mais antigo sobre a
realização dos festejos, data de 1936 e o Estatuto de Criação da Irmandade do Divino Espírito Santo,
no Guaporé, data de 1934. No entanto, antigos moradores e descendentes dos primeiros organizadores
dos festejos, afirmam que Ata da festa dotada do século passado, em folha avulsa e que foi extraviada
durante o período de sua paralisação. Esse período ninguém soube precisar. Afirmam alguns que
ocorreu após um desentendimento entre os membros da irmandade, cujo Presidente guardião da
Coroa, na época, descontentando-se a entregou a Prelazia de Guajará-Mirim. D. Francisco Xavier Rey,
Bispo de Guajará-Mirim, foi o revitalizador da Festa, por volta do 1934/19 36.
Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/cuiaba/cuiaba.php
História e Geografia do Estado do Mato Grosso
O povoamento
As origens históricas do povoamento de Mato Grosso estão ligadas às descobertas de ricos veios
auríferos, já no começo do século 18. Em 1718, o bandeirante Antônio Pires de Campos, que um ano
antes esteve às margens do Rio Coxipó, em local denominado São Gonçalo Velho, onde combateu e
aprisionou centenas de índios Coxiponé (Bororo), encontrou-se com gente da Bandeira de Paschoal
Moreira Cabral Leme, informando-lhes sobre a possibilidade de escravizarem índios à vontade.
Ao ser informado da fartura da (possível) preá, Paschoal Moreira Cabral Leme seguiu Coxipó acima:
o seu intento, no entanto, não foi realizado, pois no confronto com o gentio da terra, na confluência dos
rios Mutuca e Coxipó, os temíveis Coxiponé, que dominavam esta região, teve sua expedição
totalmente rechaçada pelas bordunas e fechas certeiras daquele povo guerreiro.
Enquanto a expedição de Moreira Cabral se restabelecia dos danos causados pela incursão
Coxiponé, dedicaram-se ao cultivo de plantações de subsistência, apenas visando o suprimento
imediato da bandeira. Foi nesta época que alguns dos seus companheiros, embrenhando-se Coxipó
acima, encontraram em suas barrancas as primeiras amostras de ouro. Entusiasmados pela
possibilidade de riqueza fácil, renegaram o objetivo principal da bandeira, sob os protestos imediatos de
Cabral Leme, que, entretanto, aderiu aos demais. Foi desta forma que estando à procura de índios para
escravizar Paschoal Moreira Cabral Leme encontrou ouro em quantidade inimaginada.
Desta forma os paulistas bateram as estremas das regiões cuiabanas, onde o ouro se desvendava
aos seus olhos. A descoberta do ouro levou os componentes da bandeira de Cabral a se deslocarem
para uma área onde tivessem maior facilidade de ação. Surgiu Forquilha, a povoação pioneira de todo
12
Mato Grosso, na confluência do Rio Coxipó com o Ribeirão Mutuca, exatamente onde tempos havia
ocorrido terrível embate entre paulistas e índios da nação Coxiponé.
Espalhou-se então a notícia da descoberta das Minas do Cuyabá. Vale dizer que o adensamento
de Forquilha foi inevitável, o que preocupou a comunidade quanto à manutenção da ordem e
estabilidade do núcleo. Este fato levou Paschoal Moreira Cabral, juntamente com alguns bandeirantes,
a lavrar uma ata e fundar o Arraial de Cuiabá, em 08 de abril de 1719, devendo a partir de então, seguir
administrativamente os preceitos e determinações legais da Coroa. Na verdade, a Ata de Criação de
Cuiabá deixa nítida a preocupação de Paschoal Moreira Cabral em notificar à Coroa Portuguesa os
seus direitos de posse sobre as novas lavras.
Em 1722, ocorreu a descoberta de um dos veios auríferos mais importantes da área, no local
denominado Tanque do Arnesto, por Miguel Sutil, que aportara em Cuiabá com o intuito de dedicar-se à
agricultura. Com a propagação de que constituíam os veios mais fartos da área, a migração oriunda de
todas as partes da colônia tornou-se mais intensa, fato que fez de Cuiabá, no período de 1722 a 1726,
uma das mais populosas cidades do Brasil, na época.
Período de Capitania
No período de Capitania, Portugal se empenhou na defesa do território conquistado. A preocupação
com a fronteira, a extensa linha que ia do Paraguai ao Acre, continha um aspecto estratégico: ocupar o
máximo de território possível na margem esquerda do Rio Guaporé e na direita do Rio Paraguai. O rio e
as estradas eram questões de importância fundamental, pois apenas se podia contar com animais e
barcos. À Capitania de Mato Grosso faltava povo e recursos financeiros para manter a política de
conquista. Favorecimentos especiais foram prometidos para os que morassem em Vila Bela, visando o
aumento da povoação. Como o Rio Paraguai era vedado à navegação até o Oceano Atlântico, os
governadores da Capitania agilizaram o domínio dos caminhos para o leste e a navegação para o norte,
pelos rios Madeira, Arinos e Tapajós.
Ocorreram avanços de ambas as partes, Portugal e Espanha, para território de domínio oposto.
Antes da criação da Capitania de Mato Grosso, os missionários jesuítas espanhóis ocuparam a margem
direita do Rio Guaporé, como medida preventiva de defesa. Para desalojar os missionários, Rolim de
Moura não duvidou em empregar recursos bélicos.
No governo do Capitão General João Carlos Augusto D‘Oeynhausen, Dom João VI instituiu o Reino
Unido de Portugal, Brasil e Algarves, a 16 de dezembro de 1815. A proximidade do governo supremo
situado no Rio de Janeiro favoreceu a solução mais rápida das questões de governo. A independência
de comércio trouxe novos alentos à vida mato-grossense.
Com a aproximação do fim da Capitania, Cuiabá assumiu aos poucos a liderança política. Vila Bela
da Santíssima Trindade funcionou eficazmente como centro político da defesa da fronteira. Não podia
ostentar o brilho comercial de Cuiabá e Diamantino. O último governador da Capitania, Francisco de
Paula Magessi Tavares de Carvalho já governou todo o tempo em Cuiabá.
Em Mato Grosso, precisamente nos anos de maturação da Independência, acirraram-se as lutas pelo
poder supremo da Capitania. A nobreza, o clero e o povo depuseram o último governador Magessi. Em
seu lugar se elegeu uma Junta Governativa. Enquanto uma Junta se elegia em Cuiabá, outra se elegeu
em Mato Grosso, topônimo que passou a ser conhecido Vila Bela da Santíssima Trindade, a partir de 17
de setembro de 1818. Sob o regime de Juntas Governativas entrou Mato Grosso no período do Brasil
Independente, tornando-se Província.
Primeiro Império
Em 25 de março de 1824, entrou em vigor a Constituição do Império do Brasil. As Capitanias
passaram à denominação de Províncias, sendo os presidentes nomeados pelo Imperador. Mas o
Governo Provisório Constitucional regeu Mato Grosso até 1825. A 10 de setembro de 1825, José
Saturnino da Costa Pereira assumiu o governo, em Cuiabá, como primeiro governador da Província de
Mato Grosso, após a gestão do Governo Provisório Constitucional. No governo de Costa Pereira passou
por Mato Grosso a célebre expedição russa, chefiada pelo Barão de Langsdorff, quando se registrou
fatos e imagens da época.
Também Costa Pereira, por arranjos de negociação, paralisou o avanço de 600 soldados
chiquiteanos contra a região do Rio Guaporé, em fins de 1825. Costa Pereira criou o Arsenal da
Marinha no porto de Cuiabá e o Jardim Botânico da cidade, entregando-o à direção do paulista Antônio
Luís Patrício da Silva Manso. No governo do presidente Antônio Corrêa da Costa, ocorreu à criação do
13
município de Poconé, por Decreto Regencial de 25 de outubro de 1831, o quarto de Mato Grosso e o
primeiro no período Provincial - ―Villa do Poconé‖.
Revolta da Rusga - A 28 de maio de 1834, o também tenente coronel João Poupino Caldas, assume
a presidência da Província. Em seu governo eclodiu a Rusga, revolta nativista que transformou a pacata
comunidade cuiabana em feras à cata de portugueses, a quem chamavam bicudos. Em Cuiabá a
―Sociedade dos Zelosos da Independência‖ organizou a baderna, visando à invasão das casas e
comércios de portugueses.
Antônio Pedro de Alencastro assume o governo da Província a 29 de setembro de 1834 e promove
processo contra os criminosos da sedição mato-grossense. Poupino, em troca da confiança do
Presidente da Província, programa o enfraquecimento dos amotinados pela dissolução da Guarda
Municipal e reorganização da Guarda Nacional. A Assembleia Provincial, pela Lei nº. 19, transfere a
Capital da Província de Mato Grosso da cidade de Matto Grosso (Vila Bela) para a de Cuiabá.
A 14 de agosto de 1839 circulou pela primeira vez um jornal em Cuiabá - Themis Mato-Grossense. A
primeira tipografia foi adquirida por subscrição pública organizada pelo Presidente da Província José
Antônio Pimenta Bueno, que era ferrenho defensor dos direitos provinciais. A educação contou com seu
irrestrito apoio, sob sua direção, foi promulgado o Regulamento da Instrução Primária, através da Lei nº.
08, de 05 de março de 1837. Esse regulamento, disciplinador da matéria, estabelecia a criação de
escolas em todas as povoações da Província e o preenchimento dos cargos de professor mediante
concurso. Multava os pais que não mandassem seus filhos ás escolas, o que fez com que o ensino
fosse obrigatório. Pimenta Bueno passou seu cargo ao cônego José da Silva Guimarães, seu vice.
Segundo Império
O primeiro presidente da Província de Mato Grosso, nomeado por Dom Pedro II, foi o cuiabano
cônego José da Silva Magalhães, que assumiu a 28 de outubro de 1840. Em 1844, chega a Cuiabá o
médico Dr. Sabino da Rocha Vieira para cumprir pena no Forte Príncipe da Beira. Fora o chefe da
famosa Sabinada, pretendendo implantar uma República no Brasil. Neste mesmo ano de 1844, o
francês Francis Castelnau visitou Mato Grosso em viagem de estudos. Tornou-se célebre pelos legados
naturalistas.
O cel. João José da Costa Pimentel foi nomeado para a presidência da Província a 11 de junho de
1849. Augusto Leverger, nomeado a 07 de outubro de 1850, assumiu o governo Provincial a 11 de
fevereiro de 1851. Exerceu a presidência cinco vezes. Além de providências notáveis no tempo da
Guerra do Paraguai, notabilizou-se pela pena de historiador de Mato Grosso.
Importante Tratado abriu as portas do comércio de Mato Grosso para o progresso: o de 06 de abril
de 1856. Graças à habilidade diplomática do Conselheiro Paranhos, Brasil e Paraguai celebraram o
Tratado da Amizade, Navegação e Comércio.
O primeiro vapor a sulcar as águas da Província de Mato Grosso foi o Water Witch, da marinha dos
Estados Unidos, sob o comando do Comodoro Thomaz Jefferson Page, em 1853, incumbido pelo seu
governo da exploração da navegação dos afluentes do Prata. Em 1859, ao tomar posse o presidente
Antônio Pedro de Alencastro (o 2º Alencastro), chegou a Mato Grosso o Ajudante de Ordens, o capitão
Manoel Deodoro da Fonseca, o futuro proclamador da República.
No ano de 1862, o célebre pintor Bartolomé Bossi, italiano, visitou a Província de Mato Grosso,
deixando um livro de memórias. Imortalizou em tela acontecimentos da época. Sobressai na História de
Mato Grosso o episódio da Guerra do Paraguai. Solano Lopes aprisionou a 12 de novembro de 1864 o
navio brasileiro Marquês de Olinda, que havia acabado de deixar o porto de Assunção, conduzindo o
presidente eleito da Província de Mato Grosso, Frederico Carneiro de Campos. Começara ali a Guerra
do Paraguai, de funestas lembranças para Mato Grosso. Os mato-grossenses foram quase dizimados
pela varíola. Um efeito cascata se produziu atingindo povoações distantes. Metade dos moradores de
Cuiabá pereceu. No entanto, o povo de Mato Grosso sente-se orgulhoso dos feitos da Guerra do
Paraguai onde lutaram em minoria de gente e de material bélico, mas tomando por aliado o
conhecimento da natureza e sempre produzindo elementos surpresa. Ruas e praças imortalizaram
nomes e datas dos feitos dessa guerra.
A notícia do fim da Guerra do Paraguai chegou a Cuiabá no dia 23 de março de 1870, com
informações oficiais. O vapor Corumbá chegou embandeirado ao porto de Cuiabá, às cinco da tarde,
dando salvas de tiros de canhão. Movimento notável ocorrido nesse período do Segundo Império foi o
da abolição da escravatura. O símbolo do movimento aconteceu a 23 de março de 1872: O presidente
da Província, Dr. Francisco José Cardoso Júnior, libertou 62 escravos, ao comemorar o aniversário da
Constituição do Império. Em dezembro do mesmo ano, foi fundada a ―Sociedade Emancipadora Mato-
Grossense‖, sendo presidente o Barão de Aguapeí.
14
A 12 de agosto de 1888, nasceu o Partido Republicano. Nomeiam-se líderes; José da Silva Rondon,
José Barnabé de Mesquita, Vital de Araújo, Henrique José Vieira Filho, Guilherme Ferreira Garcêz,
Frutuoso Paes de Campos, Manoel Figueiredo Ferreira Mendes. A notícia da Proclamação da
República tomou os cuiabanos de surpresa a 09 de dezembro de 1889, trazida pelo comandante do
Paquetinho Coxipó, pois vinte e um dias antes, a 18 de novembro felicitaram Dom Pedro II por ter saído
ileso do atentado de 15 de junho. A 02 de setembro a Assembleia Provincial aprovara unânime a moção
congratulatória pelo aniversário do Imperador. Ao findar o Império, a Província de Mato Grosso abrigava
80.000 habitantes.
Povoamento Setecentista
Nessa trajetória de ocupação e povoamento da Capitania de Mato Grosso, iniciada no governo de
Rolim de Moura, outros povoados surgiram, a exemplo de Santana da Chapada, que, inicialmente se
constituiu em uma grande reserva indígena, devido à determinação do governo em congregar naquela
porção da Capitania, tribos indígenas diversas, com o objetivo de minimizar os constantes choques com
as comunidades. Esse Parque Indígena, cuja formação remonta a 1751, teve a sua administração
entregue a um padre jesuíta, que através de um trabalho de aculturação, conseguiu colocá-los em
contato com a população garimpeira das proximidades.
O período de 1772 a 1789 foi decisivo para a Capitania de Mato Grosso e consequentemente para o
País, haja vista ter acontecido nessa época o alargamento da fronteira ocidental do Estado,
estendendo-se desde o Vale do Rio Guaporé até as margens do Rio Paraguai. Para efetivação da
política de expansão e povoamento e, principalmente para assegurar a posse da porção ocidental da
Capitania, por inúmeras vezes molestada pelos espanhóis, foram criados nesse período, alguns fortes e
povoados. Em 1755, Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, determinou a fundação do Forte
de Coimbra, sito à margem direita do Rio Paraguai. Um ano após foi à vez do Forte Príncipe da Beira,
instalado à margem direita do Rio Guaporé, hoje Estado de Rondônia.
Em 1778, através de sua política expansionista, Luís de Albuquerque fundou o povoado de Nossa
Senhora da Conceição de Albuquerque, atualmente município de Corumbá. Três anos após foi à vez da
fundação de Vila Maria do Paraguai, hoje Cáceres. Ainda em 1781 foi fundada a povoação de São
Pedro Del Rey, atualmente o município de Poconé. Além do que fundou os registros do Jauru (região
oeste) e Ínsua (região leste) no Rio Araguaia. Em 1783, Melo e Cáceres determinou a fundação do
povoado de Casalvasco e ainda ocupou a margem esquerda do Rio Guaporé, de domínio espanhol,
fundando o povoado de Viseu.
Desdobramentos - Antes da abordagem do povoamento no século XIX, referenciamos a ocupação
de povoados que se revestiram de grande importância no quadro geral da expansão
desenvolvimentista. Neste particular não podem ser esquecidas as áreas hoje constituídas pelos
municípios de Barra do Garças, Rosário Oeste, Nossa Senhora do Livramento e Santo Antônio de
Leverger. Os primeiros sinais de povoamento na região onde hoje se localiza o município de Barra do
Garças, e consequentemente da margem esquerda do Rio Araguaia, foi o Arraial dos Araés, mais tarde
denominado Santo Antônio do Amarante, por volta de 1752.
Na área do atual município de Nossa Senhora do Livramento, a mineração aurífera se constituiu na
célula mater de sua ocupação. Adversamente à ocupação de grande porção da Capitania de Mato
Grosso, a das áreas onde atualmente se localizam os municípios de Santo Antônio de Leverger e Barão
de Melgaço não se fez embasada na mineração, mas sim na fertilidade das terras, denotada pela
exuberância das matas que margeavam toda a vasta orla ribeirinha, no baixo Cuiabá. O início do
povoamento remonta aos primeiros anos do século XVIII, e seus primeiros habitantes constituíram-se
não só de pessoas desgarradas das bandeiras que aportavam em Cuiabá, mas também daquelas que
buscavam fugir da penúria que por longo tempo reinou no povoado.
Em 1825, a população da região de Diamantino era de cerca de 6.077 pessoas, das quais 3.550
escravos. Cuiabá era o principal centro comercial de borracha, e além da Casa Almeida, trabalhavam
neste ramo as empresas, Casa Orlando, fundada em 1873, Alexandre Addor, fundada em 1865 e com
sede na Rua Conde D‘Eu (hoje Avenida 15 de novembro), ainda as empresas Firmo & Ponce,
Figueiredo Oliveira, Lucas Borges & Cia., Fernando Leite e Filhos, João Celestino Cardoso, Eduardo A.
de Campos, Francisco Lucas de Barros, Arthur de Campos Borges, Dr. João Carlos Pereira Leite e
outros. Foi à época do esplendor da borracha, com Diamantino sendo o grande centro produtor e
Cuiabá convergindo a comercialização.
15
Primeira República
Em 09 de dezembro de 1889, Antônio Maria Coelho assumiu as rédeas do governo republicano em
Mato Grosso. A 15 de agosto de 1891 se promulgava a Primeira Constituição do Estado de Mato
Grosso. O termo Província deu lugar a Estado. O chefe do executivo mantinha a denominação de
presidente. Eleito pela Assembleia Legislativa, o jurista Dr. Manoel José Murtinho assumiu o cargo de
primeiro presidente do Estado de Mato Grosso, a 16 de agosto de 1891.
Em 1894, os salesianos chegaram a Mato Grosso, a pedido do bispo Dom Carlos Luís D‘Amour ao
fundador Dom Bosco. Os salesianos deixaram histórico rastro cultural em Mato Grosso, notabilizaram-
se pelas Missões entre povos indígenas. O conturbado período político de 1889 a 1906 assinalou
progressos econômicos. Usinas açucareiras da beira do Rio Cuiabá desenvolveram-se, tornando-se
potências econômicas no Estado. Notabilizaram-se as usinas além de outras. Também a produção de
borracha tomou notável impulso. Outra fonte de riqueza em crescimento foram os ervais da região
fronteiriça com o Paraguai. Em 1905 tiveram início as obras da estrada de ferro, que cortou o sul do
Estado.
Os chefes do Partido Republicano, além de se reunirem em pontos de difícil acesso, como nos
seringais, também obtiveram asilo político no Paraguai, ali editaram o jornal ―A Reação‖, que entrava
clandestinamente em Mato Grosso. Em 1906, Generoso Ponce retorna a Mato Grosso e em Corumbá
se encontra com Manoel José Murtinho, então adversário político. Fazem as pazes e nasce o
movimento denominado ―Coligação‖.
O Partido Republicano ordena as forças para a retomada do poder presidencial de Cuiabá,
pressionando do sul e do norte. Ponce sobe de Corumbá e o cel. Pedro Celestino desce de Alto
Paraguai Diamantino. Ponce agia às pressas, porque o presidente Antônio Paes de Barros pedira
socorro à União. Do Rio de Janeiro o gal. Dantas Barreto partiu em auxílio ao presidente do Estado de
Mato Grosso. As duas tenazes, do norte e do sul, à medida que progrediam o avanço, recebiam
adesões de patriotas. Cerca de 4.000 homens cercaram Cuiabá.
O presidente Antônio Paes de Barros, vendo-se impotente, furou o cerco, tomando disfarce, mas foi
descoberto nas imediações da fábrica de pólvora do Coxipó, onde foi assassinado, a 06 de julho de
1906.
A 15 de agosto de 1907, o cel. Generoso Paes Leme de Souza Ponce assumiu o governo do Estado
de Mato Grosso. Seus substitutos legais eram o cel. Pedro Celestino Corrêa da Costa, dr. Joaquim
Augusto da Costa Marques e o cel. João Batista de Almeida Filho. O cel. Pedro Celestino foi substituído
pelo Dr. Joaquim Augusto da Costa Marques, que tomou posse a 15 de agosto de 1911, tendo como
vice o cel. Joaquim Caraciolo Peixoto de Azevedo, dr. José Carmo da Silva Pereira e o Dr. Eduardo
Olímpio Machado. O presidente Costa Marques conseguiu a proeza de governar ininterruptamente, fato
inédito naqueles tempos de política turbulenta. A Costa Marques sucedeu em 15 de agosto de 1915, o
gal. Caetano Manoel de Faria e Albuquerque.
Eram difíceis os tempos de I Grande Guerra Mundial, sendo que a 22 de janeiro de 1918, tomou
posse D. Francisco de Aquino Corrêa, Bispo de Prusíade, eleito para o quadriênio 1918-1922,
governando por todo seu mandato. Posteriormente foi eleito, por voto direto o cel. Pedro Celestino
Corrêa da Costa, que assumiu o governo em 22 de janeiro de 1922, cujo mandato se expiraria em 1926.
No entanto, não chegou a completá-lo, deixando o comando do governo, por motivos de saúde, a 1º de
novembro de 1924. Nesta ocasião o 1º vice-presidente, Dr. Estevão Alves Corrêa, assumiu a
presidência, governando até o fim do mandato.
Neste período cruzou o chão mato-grossense a épica ―Coluna Prestes‖, que passou por diversas
localidades do Estado, deixando um rastro de admiração e tristeza.
O 10º presidente constitucional do Estado de Mato Grosso foi o Dr. Mário Corrêa da Costa, que
governou de 1926 até 1930. O Dr. Anibal Benício de Toledo, 11º presidente constitucional, assumiu o
governo estadual a 22 de janeiro, para o quadriênio 1930-1934. Esteve à frente da governadoria apenas
por 9 meses e 8 dias, em função dos resultados práticos da Revolução de 30. Na sequência assumiu o
governo o major Sebastião Rabelo Leite - Comandante da Guarnição Militar de Cuiabá.
Segunda República
Os anos de 1930-1945 foram marcados por forte influência europeia. A política centralizadora de
Getúlio Vargas se fez sentir em Mato Grosso: interventores federais foram nomeados por entre
exercícios de curto governo. A 16 de julho de 1934, o Congresso Nacional promulgou uma nova
Constituição Federal, que foi seguida pela estadual mato-grossense, a 07 de setembro de 1935. O título
de presidente foi substituído pelo de governador. Os constituintes estaduais elegeram o Dr. Mário
16
Corrêa da Costa para governador, que tomou posse como o 12º governo constitucional. Foi este um
governo marcado por agitações políticas. A normalidade voltou com a eleição do bel. Júlio Strubing
Müller pela Assembleia Legislativa para governador, que assumiu o cargo em 04 de outubro de 1937.
Ocorrendo o golpe do ―Estado Novo‖ de Getúlio Dornelles Vargas a 10 de novembro de 1937, o
Estado de Mato Grosso passou ao regime de interventoria novamente. Nesse período registraram-se
progressos econômicos e notável participação de Mato Grosso na Segunda Guerra Mundial. Em 15 de
outubro de 1939, instalou-se em Cuiabá a Rádio Voz do Oeste, sob a direção de seu criador, Jercy
Jacob: professor, poeta, músico, compositor e técnico em radieletricidade. Marcou época o programa
―Domingo Festivo na Cidade Verde‖, apresentado por Rabello Leite e Alves de Oliveira, ao vivo, no
anfiteatro do Liceu Cuiabano. Mais tarde, Alves de Oliveira e Adelino Praeiro deram sequência ao
programa no Cine Teatro Cuiabá.
Por efeito da Constituição Federal de 1946, um novo período de normalidade se instituiu. A
Assembleia Constituinte de Mato Grosso elegeu o primeiro governador do período, Dr. Arnaldo Estevão
de Figueiredo. A 03 de outubro de 1950 houve eleições para governador, concorrendo Filinto Müller,
pelo Partido Social Democrata e Fernando Corrêa da Costa pela União Democrática Nacional. Venceu
Fernando Corrêa, que tomou posse a 31 de janeiro de 1951, governando até 31 de janeiro de 1956.
Fernando Corrêa da Costa instalou a Faculdade de Direito de Mato Grosso, núcleo inicial da futura
Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT.
O engenheiro civil João Ponce de Arruda recebeu das mãos de Fernando Corrêa o governo de Mato
Grosso, administrando o Estado por cinco anos, de 31 de janeiro de 1956 até 31 de janeiro de 1961. A
19 de janeiro de 1958, faleceu no Rio de Janeiro Cândido Mariano da Silva Rondon ou simplesmente o
Marechal Rondon, como ficou mundialmente conhecido.
Em 31 de janeiro de 1961, pela segunda vez, o médico Fernando Corrêa da Costa tomou posse
como governador. Em seu segundo mandato ocorreu a Revolução de 31 de março de 1964, o que
serviu para ―esticar‖ o período de governo, permanecendo à frente do executivo até 15 de março de
1966. Governou nesta segunda vez por 5 anos, 1 mês e 15 dias.
Em 1964 Mato Grosso tornou-se um dos focos do movimento revolucionário. Declarada a Revolução
em Minas Gerais, a tropa do 16º Batalhão de Caçadores de Cuiabá avançou para Brasília, sendo a
primeira unidade militar a ocupar a capital da República.
O governo militar instituiu o voto indireto para governador. O nome era proposto pela Presidência da
República, homologado pela Assembleia Legislativa. Apenas em 1982, voltariam às eleições diretas. No
primeiro governo revolucionário, o Dr. Roberto de Oliveira Campos, mato-grossense de largo passado
de serviços públicos, foi escolhido para Ministro de Planejamento. No governo do general Castelo
Branco, o mato-grossense general Dilermando Gomes Monteiro exerceu a função de Subchefe da Casa
Militar, passando a Chefe da Casa Militar no governo do gal. Ernesto Geisel, posteriormente a
Comandante do II Exército e a Ministro do Superior Tribunal Militar.
Filinto Müller se projetou como senador, nacionalmente. Líder do governo no Senado Federal,
Presidente do Senado e Presidente da ARENA. Faleceu em desastre aéreo nas proximidades de Paris,
em 1972, na chamada ―Tragédia de Orly‖, quando exercia a função de Presidente do Congresso
Nacional.
A par do progresso material, o Estado desenvolveu-se culturalmente. No governo de Pedro
Pedrossian, que governou por cinco anos, surgiram as universidades de Cuiabá e Campo Grande.
Verificou-se a inauguração da primeira emissora de televisão, a TV Centro América, em 1969. Logo a
seguir Mato Grosso se ligaria ao resto do Brasil por micro-ondas, pela EMBRATEL, e logo pelo sistema
de Discagem Direta a Distância - DDI. Mato Grosso tornou-se ponto de apoio ao governo federal para o
projeto de integração da Amazônia, desfraldado o slogan ―integrar para não entregar‖.
Uma das consequências do desenvolvimento foi o desmembramento do território, formando o Estado
de Mato Grosso do Sul, a 11 de outubro de 1977, através da Lei Complementar nº. 31. O novo Estado
foi instalado a 1º de janeiro de 1979. No período pós Estado Novo, dois mato-grossenses subiram à
Presidência da República: Eurico Gaspar Dutra e Jânio da Silva Quadros.
A crise econômica brasileira se tornou aguda nesse período com a desvalorização acelerada da
moeda nacional. Sem os suportes de projetos federais especiais para a fronteira agrícola, os migrantes
em parte se retiraram de Mato Grosso. No entanto, um projeto de maior monta é o conjunto de
infraestrutura de transporte. O projeto de estrada de ferro ligando São Paulo a Cuiabá entra em fase de
efetivação, a fim de resolver parte dos problemas de transporte de grãos. O projeto de uma zona de
Processamento de Exportação entra em fase de implantação. Visa-se exportar os produtos mato-
grossenses por via fluvial.
O povo migrado para Mato Grosso tem, com a crise brasileira, a ocasião de uma pausa no
desenfreado trabalho de progresso, ocupando-se com o aprofundamento da cultura mato-grossense.
17
Mato Grosso ingressa definitivamente na idade da cultura, completando o desenvolvimento material,
comercial e industrial.
A Antiga Capital
Por ordem de Portugal, a sede da Capitania foi fixada no Vale do Rio Guaporé, por motivos políticos
e econômicos de fronteira. D. Antônio Rolim de Moura Tavares, Capitão General, foi nomeado pela
Carta Régia de 25 de janeiro de 1749. Tomou posse a 17 de janeiro de 1751. Rolim de Moura era
fidalgo português e primo do Rei, mais tarde foi titulado Conde de Azambuja. A 19 de março de 1752, D.
Rolim de Moura fundou Villa Bela da Santíssima Trindade, às margens do Rio Guaporé, que se tornou
capital da Capitania de Mato Grosso.
Vários povoados haviam se formado na porção oeste, desde 1.726 até a criação da Capitania, a
exemplo de Santana, São Francisco Xavier e Nossa Senhora do Pilar. Esses povoados, além de
constituírem os primeiros vestígios da ocupação da porção ocidental da Capitania, tornaram-se o
embrião para o surgimento de Vila Bela, edificada na localidade denominada Pouso Alegre. O
crescimento de Vila Bela foi gradativo e teve como maior fator de sua composição étnica, os negros
oriundos da África para trabalho escravo, além dos migrantes de diversas áreas da Colônia.
O período áureo de Vila Bela ocorreu durante o espaço de tempo em que esteve como sede política
e administrativa da Capitania, até 1820. A partir daí, começou a haver descentralização política, e Vila
Bela divide com Cuiabá a administração Provincial. No tempo do Reino Unido de Portugal, Brasil e
Algarves, no início do século XIX, Cuiabá atraía para si a sede da Capitania. Vila Bela recebia o título de
cidade sob a denominação de Matto Grosso. A medida tardou a se concretizar, dando até ocasião de se
propor a mudança da capital para Alto Paraguay Diamantino (atualmente município de Diamantino). A
Lei nº. 09, de 28 de agosto de 1835, encerrou definitivamente a questão da capital, sediando-a em
Cuiabá. Tratou-se de processo irreversível a perda da capital em Vila Bela, quando esta ―vila‖ declinava
após o governo de Luíz de Albuquerque.
A cidade de Matto Grosso, a nova denominação, passou às ruínas, e era considerada como qualquer
outro município fronteiriço. Hoje em dia a cidade passou a ser vista de uma outra maneira,
principalmente pelo redescobrimento de sua riqueza étnico-cultural. A Lei Federal nº. 5.449, de 04 de
julho de 1968 tornou Mato Grosso município de Segurança Nacional. Em 29 de novembro de 1978, a
Lei nº. 4.014, alterava a denominação de Mato Grosso para Vila Bela da Santíssima Trindade, voltando
ao nome original.
Primórdios Cuiabanos
Em 1722, por Provisão Régia, o Arraial de Cuiabá foi elevado à categoria de distrito da Capitania de
São Paulo. A Coroa mandou que o governador da Capitania de São Paulo, Dom Rodrigo Cesar de
Menezes instalasse a Villa, o município, estrutura suprema local de governo. Dom Rodrigo partiu de
São Paulo a 06 de junho de 1726 e chegou a Cuiabá a 15 de novembro do mesmo ano. A 1º de janeiro
instalou a Villa.
Há de se dizer, entretanto, que na administração do governador Rodrigo Cesar de Menezes, que
trouxe ao Arraial mais de três mil pessoas, houveram transformações radicais no sistema econômico-
administrativo da Villa. A medida mais drástica foi a elevação do imposto cobrado sobre o ouro, gerando
aumento no custo de vida, devido ao crescimento populacional, agravando a situação precária do
garimpo já decadente. Estes fatos, aliados à grande violência que mesclou a sua administração, bem
como a escassez das minas de Cuiabá, tornaram-se fundamentais para a grande evasão populacional
para outras áreas.
A 29 de março de 1729, D. João V, criou o cargo de Ouvidor em Cuiabá. Apesar do Brasil já se
desenvolver a 200 anos, Cuiabá ainda participou da estrutura antiga dos municípios, em que o poder
máximo era exercido pelo legislativo, cabendo ao executivo um simples papel de Procurador. O chefe
nato do legislativo era a autoridade suprema do Judiciário. Por isso o poder municipal era também
denominado de Ouvidoria de Cuiabá. Ainda não se usava designar limite ou área ao município; apenas
recebia atenção formal a sede municipal, com perímetro urbano. O resto do território se perdia num
indefinido denominado Distrito. Por isso se costumava dizer ―Cuyabá e seu Distrito‖. Naquele tempo os
garimpeiros corriam atrás das manchas, lugares que rendiam muito ouro. Assim, em 1737, por ocasião
das notícias de muito ouro para as bandas do Guaporé, enorme contingente optou pela migração.
Se a situação da Vila de Cuiabá já estava difícil, tornou-se pior com a criação da Capitania, em 09 de
maio de 1748. Em 1751, a vila contava com seis ruas, sendo a principal a Rua das Trepadeiras (hoje
Pedro Celestino). Muitos de seus habitantes migraram para a capital da Capitania, atraídos pelos
18
privilégios oferecidos aos que ali fossem morar. Este fator permitiu que Cuiabá ficasse quase estagnada
por período de setenta anos.
Fonte: http://www.mteseusmunicipios.com.br/
Dados geográficos do Mato Grosso
Capital: Cuiabá
População estimada: (2014): 3.224.357
População: (2010): 3.035.122
Área (km²): 903.366,192
Densidade demográfica (hab/km²): 3,36
Número de Municípios: 141
Fonte: IBGE
Geografia do Mato Grosso
Localização
Mato Grosso tem 903.357,908 km2 de extensão. É o terceiro maior estado do país, ficando atrás
somente do Amazonas e do Pará. A área urbana de Mato Grosso é de 519,7 km2, o que coloca o
estado em 11º lugar nos ranking de estados com maior mancha urbana.
Localizado no Centro-Oeste brasileiro, fica no centro geodésico da América Latina. Cuiabá, a capital,
está localizada exatamente no meio do caminho entre o Atlântico e o Pacifico, ou seja, em linha reta é o
ponto mais central do continente. O local exato foi calculado por Marechal Rondon durante suas
expedições pelo estado e é marcado com um monumento, o obelisco da Câmara dos Vereadores.
Mato Grosso é um estado com altitudes modestas, o relevo apresenta grandes superfícies
aplainadas, talhadas em rochas sedimentares e abrange três regiões distintas: na porção centro-norte
do estado, a dos chapadões sedimentares e planaltos cristalinos (com altitudes entre 400 e 800m), que
integram o planalto central brasileiro. A do planalto arenito-basáltico, localizada no sul, simples parcela
do planalto meridional. A parte do Pantanal Mato-Grossense, baixada da porção centro-ocidental.
Devido à grande extensão Leste-Oeste, o território brasileiro abrange quatro fusos horários situados
a Oeste de Greenwich. O Estado de Mato Grosso abrange o fuso horário quatro negativo (-4).
Apresenta, portanto, 4 horas a menos, tendo como referência Londres, o horário GMT (Greenwich
Meridian Time).
População
Mato Grosso é um estado de povos diversos, uma mistura de índios, negros, espanhóis e
portugueses que se miscigenaram nos primeiros anos do período colonial. Foi essa gente miscigenada
que recebeu migrantes vindo de outras partes do país. Hoje, 41% dos moradores do estado nasceram
em outras partes do país ou no exterior.
Segundo o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizado em
2010, Mato Grosso possui 3.035.122 habitantes, o que representa 1,59% da população brasileira.
Vivem na zona urbana 81,9% da população, contra 18,1% da zona rural. O número de homens
corresponde a 51,05%, sendo ligeiramente superior ao das mulheres, que representa 48,95%.
Mato Grosso é um estado de proporções gigantescas com diversas regiões inabitadas, o que
interfere diretamente na taxa de densidade demográfica, que é de 3,3 habitantes por km2. É o segundo
mais populoso do Centro-Oeste, ficando atrás apenas de Goiás, que tem quase o dobro de habitantes
(6.003.788) e com pouco mais que Mato Grosso do Sul (2.449.341). A taxa de crescimento demográfico
de Mato Grosso é de 1,9% ao ano.
19
Bacias Hidrográficas
Mato Grosso é um dos lugares com maior volume de água doce no mundo. Considerado a caixa-
d'água do Brasil por conta dos seus inúmeros rios, aquíferos e nascentes. O planalto dos Parecis, que
ocupa toda porção centro-norte do território, é o principal divisor de águas do estado. Ele reparte as
águas das três bacias hidrográficas mais importantes do Brasil: Bacia Amazônica, Bacia Platina e Bacia
do Tocantins.
Os rios de Mato Grosso estão divididos nessas três grandes bacias hidrográficas que integram o
sistema nacional, no entanto, devido à enorme riqueza hídrica do estado, muito rios possuem
características específicas e ligações tão estreitas com os locais que atravessam que representam, por
si só, uma unidade geográfica, recebendo o nome de sub-bacias.
As principais sub-bacias do estado são: Sub-bacia do Guaporé, Sub-bacia do Aripuanã, Sub-bacia
do Juruena-Arinos, Sub-bacia do Teles Pires e Sub-Bacia do Xingu. Os rios pertencentes à Bacia
Amazônica drenam 2/3 do território mato-grossense.
Biomas: Mato Grosso é um estado privilegiado em termos de biodiversidade. É o único do Brasil a
ter, sozinho, três dos principais biomas do país: Amazônia, Cerrado e Pantanal.
CERRADO - Uma vegetação riquíssima com uma biodiversidade gigante, o Cerrado é o principal
bioma do Centro-Oeste brasileiro. Já foi retratado nos livros de Guimarães Rosa e outros poetas e é
considerada a Savana brasileira. Em Mato Grosso, o cerrado cobre 38,29% de todo o território.
Localizado principalmente nas depressões de Alto Paraguai - Guaporé, o sul e o sudeste do planalto
dos Parecis e ao sul do paralelo 13º, até os limites de Mato Grosso do Sul.
A riqueza florística do cerrado só é menor do que a das florestas tropicais úmidas. A vegetação é
composta por gramíneas, arbustos e árvores esparsas. As árvores têm caules retorcidos e raízes
longas, que permitem a absorção da água mesmo durante a estação seca do inverno.
No ambiente do Cerrado são conhecidos, até o momento, mais de 1.500 espécies de animais, entre
vertebrados (mamíferos, aves, peixes, repteis e anfíbios) e invertebrados (insetos, moluscos, etc).
Cerca de 161 das 524 espécies de mamíferos do mundo estão no Cerrado. Apresenta 837 espécies de
aves, 150 espécies de anfíbios e 120 espécies de répteis.
PANTANAL - É a maior área alegável do planeta, com uma fauna exuberante e cenários que
encantam qualquer visitante. Apesar de ocupar apenas 7,2% do estado, o Pantanal é o bioma mais
exaltado quando se fala em Mato Grosso. Considerado pela UNESCO Patrimônio Natural Mundial e
Reserva da Biosfera.
A fauna pantaneira é muito rica, provavelmente a mais rica do planeta. Há 650 espécies de aves.
Apenas a título de comparação: no Brasil inteiro existem 1.800 aves catalogadas. Talvez a mais
espetacular seja a arara-azul-grande, uma espécie ameaçada de extinção. Há ainda tuiuiús (símbolo do
Pantanal), tucanos, periquitos, garças-brancas, beija-flores, jaçanãs, emas, seriemas, papagaios,
colhereiros, gaviões, carcarás e curicacas.
No Pantanal já foram catalogadas mais de 1.100 espécies de borboletas. Contam-se mais de 80
espécies de mamíferos, sendo os principais a onça-pintada (que atinge 1,2 m de comprimento, 85 cm
de altura e pesa até 150 kg), capivara, lobinho, veado-campeiro, lobo-guará, macaco-prego, cervo do
pantanal, bugio, porco do mato, tamanduá, anta, bicho-preguiça, ariranha, quati, tatu e outros.
A vegetação pantaneira é um mosaico de cinco regiões distintas: Floresta Amazônica, Cerrado,
Caatinga, Mata Atlântica e Chaco (paraguaio, argentino e boliviano). Durante a seca, os campos se
tornam amarelados e constantemente a temperatura desce a níveis abaixo de 0 °C, com registro de
geadas, influenciada pelos ventos que chegam do sul do continente.
AMAZÔNIA - Existem dois tipos de florestas em Mato Grosso: a Floresta Amazônica e a Floresta
Estacional. Elas ocupam cerca de 50% do território mato-grossense. Concentrada no norte do estado, a
Amazônia é o que existe de mais complexo em termos de biodiversidade no mundo.
Devido à dificuldade de entrada de luz, pela abundância e grossura das copas, a vegetação rasteira
é muito escassa na Amazônia. Os animais também. A maior parte da fauna amazônica é composta de
bichos que habitam as copas das árvores. Não existem animais de grande porte no bioma, como no
Cerrado. Entre as aves da copa estão os papagaios, tucanos e pica-paus. Entre os mamíferos estão os
morcegos, roedores, macacos e marsupiais.
É uma das três grandes florestas tropicais do mundo. O clima na floresta Amazônica é equatorial,
quente e úmido, devido à proximidade à Linha do Equador (contínua à Mata Atlântica), com a
temperatura variando pouco durante o ano. As chuvas são abundantes, com as médias de precipitação
anuais variando de 1.500 mm a 1.700 mm. O período chuvoso dura seis meses. O nome Amazônia
deriva de "amazonas", mulheres guerreiras da Mitologia grega.
20
Clima
Mato Grosso é um estado de clima variado. Sua capital, Cuiabá, é uma das cidades mais quentes do
Brasil, com temperatura média que gira em torno de 24°C e não raro bate os 40º. Mas há 60
quilômetros, em Chapada dos Guimarães, o clima já muda completamente. É mais ameno, com ventos
diurnos e noites frias. Chapada já registrou temperaturas negativas, fato nunca ocorrido em Cuiabá.
O estado de Mato Grosso apresenta sensível variedade de climas. Prevalece o tropical super-úmido
de monção, com elevada temperatura média anual, superior a 24º C e alta pluviosidade (2.000mm
anuais); e o tropical, com chuvas de verão e inverno seco, caracterizado por médias de 23°C no
planalto. A pluviosidade é alta também nesse clima: excede a média anual de 1.500mm.
Fonte: Governo de Mato Grosso
A Guerra da Tríplice Aliança
Durante o período monárquico, o Brasil se envolveu em três conflitos internacionais com países
fronteiriços situados ao sul, na região Platina. A Guerra do Paraguai, porém, foi o mais longo e violento.
Começou em 1864 e terminou em 1870, com a derrota do Paraguai para os países que formaram a
chamada Tríplice Aliança: o Brasil, a Argentina e o Uruguai.
A principal causa da guerra está relacionada às tentativas do governo do ditador paraguaio,
Francisco Solano López, de colocar em prática uma política expansionista, com o objetivo de ampliar o
território do seu país, apossando-se de terras dos países vizinhos, e ter acesso ao mar pelo porto de
Montevidéu.
Solano López pretendia formar o Grande Paraguai, a partir da invasão e anexação do Uruguai, de
partes do território argentino e das províncias brasileiras do Rio Grande do Sul e Mato Grosso. Não
obstante, uma vez iniciado o conflito armado, os países que formaram a Tríplice Aliança procuraram
defender seus respectivos interesses e se impor como potências regionais.
O Grande Paraguai - Estudos historiográficos contemporâneos têm contribuído para melhor
compreensão do conflito armado, de modo a refutar algumas hipóteses e teses acadêmicas e
desmistificar as versões oficiais construídas pelos Estados soberanos envolvidos. Na verdade, todos os
Estados envolvidos tinham informações parciais e até mesmo falsas sobre a capacidade e força militar
do inimigo e avaliaram equivocadamente que o conflito armado seria um método rápido e, de certo
modo, pouco custoso para solução do litígio regional.
O Paraguai, país que saiu derrotado do conflito, não tinha condições sociais, econômicas e militares
para sustentar uma guerra de longa duração contra os países platinos. Portanto, podemos afirmar que
foi um erro estratégico da elite política paraguaia partir para a solução armada.
Dados referentes à situação social do Paraguai indicam que a sociedade paraguaia era mais
tradicional e rural do que urbana e moderna, era arcaica e extremamente desigual, com altos índices de
analfabetismo.
A população paraguaia era composta de cerca de 650 mil habitantes, no máximo (sendo que cerca
de 25 mil eram escravos), a do Brasil era de cerca de 9.100.000 habitantes, a da Argentina, cerca de
1.737.000 habitantes, e a do Uruguai, perto de 250.000 habitantes.
A economia do Paraguai era extremamente fraca, o país importava a maioria dos produtos
manufaturados de que necessitava. Comparando as estatísticas referentes ao comércio exterior dos
países da Região Platina (um importante indicador do dinamismo da economia), o comércio exterior do
Paraguai chegava a 560.392 libras esterlinas (moeda britânica) e os indicadores da arrecadação de
impostos, cuja estrutura era considerada deficiente, apontam para a cifra de 314.420 libras esterlinas.
A título de comparação: no Brasil, a arrecadação de impostos atingia 4.392.226 libras esterlinas; na
Argentina, cerca de 1.710.324 libras esterlinas; e no Uruguai, 870.714 libras esterlinas.
Em termos militares, o Paraguai não possuía grande efetivo militar, nem mesmo organização militar
moderna. Os soldados eram mal preparados, os armamentos eram arcaicos. A estrutura logística do
exército era extremamente deficiente, pois carecia de atendimento hospitalar e adequado fornecimento
de provisões, alimentos e munições.
O estopim do conflito - Desde sua independência, os governantes paraguaios afastaram o país dos
conflitos armados na região Platina. A política isolacionista paraguaia, porém, chegou ao fim com o
governo do ditador Francisco Solano López.
Em 1864, o Brasil estava envolvido num conflito armado com o Uruguai. Havia organizado tropas,
invadido e deposto o governo uruguaio do ditador Aguirre, que era líder do Partido Blanco e aliado de
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais
03 conhecimentos gerais

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Formação territorial e estr. geol. do brasil
Formação territorial e estr. geol. do brasilFormação territorial e estr. geol. do brasil
Formação territorial e estr. geol. do brasil
robertobraz
 
Atividade regiao centro oeste
Atividade regiao centro oesteAtividade regiao centro oeste
Atividade regiao centro oeste
Lenivaldo Costa
 
AméRica Do Sul
AméRica Do SulAméRica Do Sul
AméRica Do Sul
ecsette
 
Mato grosso do sul-Nossa história nossa gente
Mato grosso do sul-Nossa história nossa genteMato grosso do sul-Nossa história nossa gente
Mato grosso do sul-Nossa história nossa gente
Janicélia Feijó Garcia
 
Módulos 10 geografia f1 e f2
Módulos 10 geografia f1 e f2Módulos 10 geografia f1 e f2
Módulos 10 geografia f1 e f2
takahico
 
O TerritóRio Brasileiro
O TerritóRio BrasileiroO TerritóRio Brasileiro
O TerritóRio Brasileiro
leila Cardoso
 
QuestõEs Comentadas De Geografia De RondôNia
QuestõEs Comentadas De Geografia De RondôNiaQuestõEs Comentadas De Geografia De RondôNia
QuestõEs Comentadas De Geografia De RondôNia
alcidessf
 
Livro breve painel etno hsiotirco de ms
Livro breve painel etno hsiotirco de msLivro breve painel etno hsiotirco de ms
Livro breve painel etno hsiotirco de ms
alinecerutticultura
 

Mais procurados (20)

Roraima
RoraimaRoraima
Roraima
 
Formação territorial e estr. geol. do brasil
Formação territorial e estr. geol. do brasilFormação territorial e estr. geol. do brasil
Formação territorial e estr. geol. do brasil
 
História de roraima 2
História de roraima 2História de roraima 2
História de roraima 2
 
A cadeia do turismo beneficiando as comunidades em Itacaré/BA – Rui Barbosa ...
 A cadeia do turismo beneficiando as comunidades em Itacaré/BA – Rui Barbosa ... A cadeia do turismo beneficiando as comunidades em Itacaré/BA – Rui Barbosa ...
A cadeia do turismo beneficiando as comunidades em Itacaré/BA – Rui Barbosa ...
 
Brasil conceitos territoriais
Brasil conceitos territoriaisBrasil conceitos territoriais
Brasil conceitos territoriais
 
Rio grande do sul
Rio grande do sulRio grande do sul
Rio grande do sul
 
Atividade regiao centro oeste
Atividade regiao centro oesteAtividade regiao centro oeste
Atividade regiao centro oeste
 
Demétrio brasil território e expansão
Demétrio brasil território e expansãoDemétrio brasil território e expansão
Demétrio brasil território e expansão
 
AméRica Do Sul
AméRica Do SulAméRica Do Sul
AméRica Do Sul
 
Mato grosso do sul-Nossa história nossa gente
Mato grosso do sul-Nossa história nossa genteMato grosso do sul-Nossa história nossa gente
Mato grosso do sul-Nossa história nossa gente
 
Módulos 10 geografia f1 e f2
Módulos 10 geografia f1 e f2Módulos 10 geografia f1 e f2
Módulos 10 geografia f1 e f2
 
América do sul
América do sulAmérica do sul
América do sul
 
O TerritóRio Brasileiro
O TerritóRio BrasileiroO TerritóRio Brasileiro
O TerritóRio Brasileiro
 
QuestõEs Comentadas De Geografia De RondôNia
QuestõEs Comentadas De Geografia De RondôNiaQuestõEs Comentadas De Geografia De RondôNia
QuestõEs Comentadas De Geografia De RondôNia
 
Geografia de Mato Grosso 0
Geografia de Mato Grosso 0Geografia de Mato Grosso 0
Geografia de Mato Grosso 0
 
Matogroso completo
Matogroso completoMatogroso completo
Matogroso completo
 
Livro breve painel etno hsiotirco de ms
Livro breve painel etno hsiotirco de msLivro breve painel etno hsiotirco de ms
Livro breve painel etno hsiotirco de ms
 
America do-sul-1
America do-sul-1America do-sul-1
America do-sul-1
 
Trabalho Rondonia
Trabalho Rondonia  Trabalho Rondonia
Trabalho Rondonia
 
América do sul
América do sulAmérica do sul
América do sul
 

Destaque

Vol i 3_historia_de_mato_grosso
Vol i 3_historia_de_mato_grossoVol i 3_historia_de_mato_grosso
Vol i 3_historia_de_mato_grosso
taigla
 
HISTÓRIA DO MATO GROSSO COLONIAL
HISTÓRIA DO MATO GROSSO COLONIALHISTÓRIA DO MATO GROSSO COLONIAL
HISTÓRIA DO MATO GROSSO COLONIAL
carlosbidu
 

Destaque (15)

História de Mato Grosso em Exercícios... Prof. Medeiros
História de Mato Grosso em Exercícios... Prof. MedeirosHistória de Mato Grosso em Exercícios... Prof. Medeiros
História de Mato Grosso em Exercícios... Prof. Medeiros
 
Hist cap 13
Hist cap 13Hist cap 13
Hist cap 13
 
Vol i 3_historia_de_mato_grosso
Vol i 3_historia_de_mato_grossoVol i 3_historia_de_mato_grosso
Vol i 3_historia_de_mato_grosso
 
Período colonial de Mato Grosso (Atividades)
Período colonial de Mato Grosso (Atividades)Período colonial de Mato Grosso (Atividades)
Período colonial de Mato Grosso (Atividades)
 
História de MT - OPERAÇÃO UNEMAT 2014
História de MT - OPERAÇÃO UNEMAT 2014História de MT - OPERAÇÃO UNEMAT 2014
História de MT - OPERAÇÃO UNEMAT 2014
 
História de Mato Grosso - Vila Real do Bom Jesus de Cuiabá
História de Mato Grosso - Vila Real do Bom Jesus de CuiabáHistória de Mato Grosso - Vila Real do Bom Jesus de Cuiabá
História de Mato Grosso - Vila Real do Bom Jesus de Cuiabá
 
HISTÓRIA DE MATO GROSSO PERÍODO IMPERIAL (DETRAN-MT 2015)
HISTÓRIA DE MATO GROSSO PERÍODO IMPERIAL (DETRAN-MT 2015)HISTÓRIA DE MATO GROSSO PERÍODO IMPERIAL (DETRAN-MT 2015)
HISTÓRIA DE MATO GROSSO PERÍODO IMPERIAL (DETRAN-MT 2015)
 
História de mato grosso período colonial
História de mato grosso   período colonialHistória de mato grosso   período colonial
História de mato grosso período colonial
 
História de mato grosso aula 5 rusga
História de mato  grosso aula 5 rusgaHistória de mato  grosso aula 5 rusga
História de mato grosso aula 5 rusga
 
Imagens antigas de Cuiabá
Imagens antigas de CuiabáImagens antigas de Cuiabá
Imagens antigas de Cuiabá
 
A descoberta de ouro e a ocupação das
A descoberta de ouro e a ocupação dasA descoberta de ouro e a ocupação das
A descoberta de ouro e a ocupação das
 
História de Mato Grosso - Prof Medeiros
História de Mato Grosso - Prof MedeirosHistória de Mato Grosso - Prof Medeiros
História de Mato Grosso - Prof Medeiros
 
Geografia de mato grosso
Geografia de mato grossoGeografia de mato grosso
Geografia de mato grosso
 
Pc mt história e geografia
Pc mt   história e geografiaPc mt   história e geografia
Pc mt história e geografia
 
HISTÓRIA DO MATO GROSSO COLONIAL
HISTÓRIA DO MATO GROSSO COLONIALHISTÓRIA DO MATO GROSSO COLONIAL
HISTÓRIA DO MATO GROSSO COLONIAL
 

Semelhante a 03 conhecimentos gerais

Projeto desev. político, econômico e social de caçador eva
Projeto desev. político, econômico e social de  caçador evaProjeto desev. político, econômico e social de  caçador eva
Projeto desev. político, econômico e social de caçador eva
Adriana Azambuja
 
3 rão sábado 10 de setembro 2022 aspectos polulacionais de Rondônia (1).pptx
3 rão sábado 10 de setembro 2022 aspectos polulacionais de Rondônia (1).pptx3 rão sábado 10 de setembro 2022 aspectos polulacionais de Rondônia (1).pptx
3 rão sábado 10 de setembro 2022 aspectos polulacionais de Rondônia (1).pptx
nicolasyanFeliciano
 

Semelhante a 03 conhecimentos gerais (20)

História de Mato Grosso em Resumo.pptx
História de Mato Grosso em Resumo.pptxHistória de Mato Grosso em Resumo.pptx
História de Mato Grosso em Resumo.pptx
 
Unidade gauicuru em ms
Unidade gauicuru em msUnidade gauicuru em ms
Unidade gauicuru em ms
 
Mato grosso do sul
Mato grosso do sulMato grosso do sul
Mato grosso do sul
 
04 historia de_mato_grosso-1
04 historia de_mato_grosso-104 historia de_mato_grosso-1
04 historia de_mato_grosso-1
 
Governantes coloniais
Governantes coloniaisGovernantes coloniais
Governantes coloniais
 
20569967-Geografia-de-Mato-Grosso.pdf
20569967-Geografia-de-Mato-Grosso.pdf20569967-Geografia-de-Mato-Grosso.pdf
20569967-Geografia-de-Mato-Grosso.pdf
 
Cubatao
CubataoCubatao
Cubatao
 
Projeto desev. político, econômico e social de caçador eva
Projeto desev. político, econômico e social de  caçador evaProjeto desev. político, econômico e social de  caçador eva
Projeto desev. político, econômico e social de caçador eva
 
Mato grosso
Mato grossoMato grosso
Mato grosso
 
Formação Territorial e Povoamento de Mato Grosso
Formação Territorial e Povoamento de Mato GrossoFormação Territorial e Povoamento de Mato Grosso
Formação Territorial e Povoamento de Mato Grosso
 
Sobre cubatão
Sobre cubatãoSobre cubatão
Sobre cubatão
 
HISTORIA DE MATO GROSSO - UNEMAT.pptx
HISTORIA DE MATO GROSSO - UNEMAT.pptxHISTORIA DE MATO GROSSO - UNEMAT.pptx
HISTORIA DE MATO GROSSO - UNEMAT.pptx
 
REGIÃO SUDESTE
REGIÃO SUDESTEREGIÃO SUDESTE
REGIÃO SUDESTE
 
federal reserve
federal reservefederal reserve
federal reserve
 
Gruta de Maquiné
Gruta de MaquinéGruta de Maquiné
Gruta de Maquiné
 
OCUPAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO.pptx
OCUPAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO.pptxOCUPAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO.pptx
OCUPAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO.pptx
 
Historia de miranda (Professora Vanda Segato)
Historia de miranda (Professora Vanda Segato)Historia de miranda (Professora Vanda Segato)
Historia de miranda (Professora Vanda Segato)
 
3 rão sábado 10 de setembro 2022 aspectos polulacionais de Rondônia (1).pptx
3 rão sábado 10 de setembro 2022 aspectos polulacionais de Rondônia (1).pptx3 rão sábado 10 de setembro 2022 aspectos polulacionais de Rondônia (1).pptx
3 rão sábado 10 de setembro 2022 aspectos polulacionais de Rondônia (1).pptx
 
Uberaba em Dados - 1/7 - Caracterização do Município
Uberaba em Dados - 1/7 - Caracterização do MunicípioUberaba em Dados - 1/7 - Caracterização do Município
Uberaba em Dados - 1/7 - Caracterização do Município
 
História de Mato Grosso No Período Colonial
História de Mato Grosso No Período ColonialHistória de Mato Grosso No Período Colonial
História de Mato Grosso No Período Colonial
 

Último

GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdf
GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdfGRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdf
GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdf
rarakey779
 
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdfHans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
rarakey779
 
GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdf
GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdfGRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdf
GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdf
rarakey779
 

Último (20)

Campanha 18 de. Maio laranja dds.pptx
Campanha 18 de.    Maio laranja dds.pptxCampanha 18 de.    Maio laranja dds.pptx
Campanha 18 de. Maio laranja dds.pptx
 
Junho Violeta - Sugestão de Ações na Igreja
Junho Violeta - Sugestão de Ações na IgrejaJunho Violeta - Sugestão de Ações na Igreja
Junho Violeta - Sugestão de Ações na Igreja
 
Apresentação de vocabulário fundamental em contexto de atendimento
Apresentação de vocabulário fundamental em contexto de atendimentoApresentação de vocabulário fundamental em contexto de atendimento
Apresentação de vocabulário fundamental em contexto de atendimento
 
GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdf
GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdfGRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdf
GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdf
 
Apresentação Formação em Prevenção ao Assédio
Apresentação Formação em Prevenção ao AssédioApresentação Formação em Prevenção ao Assédio
Apresentação Formação em Prevenção ao Assédio
 
Os Padres de Assaré - CE. Prof. Francisco Leite
Os Padres de Assaré - CE. Prof. Francisco LeiteOs Padres de Assaré - CE. Prof. Francisco Leite
Os Padres de Assaré - CE. Prof. Francisco Leite
 
Fotossíntese para o Ensino médio primeiros anos
Fotossíntese para o Ensino médio primeiros anosFotossíntese para o Ensino médio primeiros anos
Fotossíntese para o Ensino médio primeiros anos
 
Recurso da Casa das Ciências: Bateria/Acumulador
Recurso da Casa das Ciências: Bateria/AcumuladorRecurso da Casa das Ciências: Bateria/Acumulador
Recurso da Casa das Ciências: Bateria/Acumulador
 
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdfHans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
 
Administração (Conceitos e Teorias sobre a Administração)
Administração (Conceitos e Teorias sobre a Administração)Administração (Conceitos e Teorias sobre a Administração)
Administração (Conceitos e Teorias sobre a Administração)
 
Slides Lição 8, Central Gospel, Os 144 Mil Que Não Se Curvarão Ao Anticristo....
Slides Lição 8, Central Gospel, Os 144 Mil Que Não Se Curvarão Ao Anticristo....Slides Lição 8, Central Gospel, Os 144 Mil Que Não Se Curvarão Ao Anticristo....
Slides Lição 8, Central Gospel, Os 144 Mil Que Não Se Curvarão Ao Anticristo....
 
Evangelismo e Missões Contemporânea Cristã.pdf
Evangelismo e Missões Contemporânea Cristã.pdfEvangelismo e Missões Contemporânea Cristã.pdf
Evangelismo e Missões Contemporânea Cristã.pdf
 
AULA Saúde e tradição-3º Bimestre tscqv.pptx
AULA Saúde e tradição-3º Bimestre tscqv.pptxAULA Saúde e tradição-3º Bimestre tscqv.pptx
AULA Saúde e tradição-3º Bimestre tscqv.pptx
 
GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdf
GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdfGRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdf
GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdf
 
DIFERENÇA DO INGLES BRITANICO E AMERICANO.pptx
DIFERENÇA DO INGLES BRITANICO E AMERICANO.pptxDIFERENÇA DO INGLES BRITANICO E AMERICANO.pptx
DIFERENÇA DO INGLES BRITANICO E AMERICANO.pptx
 
04_GuiaDoCurso_Neurociência, Psicologia Positiva e Mindfulness.pdf
04_GuiaDoCurso_Neurociência, Psicologia Positiva e Mindfulness.pdf04_GuiaDoCurso_Neurociência, Psicologia Positiva e Mindfulness.pdf
04_GuiaDoCurso_Neurociência, Psicologia Positiva e Mindfulness.pdf
 
América Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados Nacionais
América Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados NacionaisAmérica Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados Nacionais
América Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados Nacionais
 
22-modernismo-5-prosa-de-45.pptxrpnsaaaa
22-modernismo-5-prosa-de-45.pptxrpnsaaaa22-modernismo-5-prosa-de-45.pptxrpnsaaaa
22-modernismo-5-prosa-de-45.pptxrpnsaaaa
 
00Certificado - MBA - Gestão de projetos
00Certificado - MBA - Gestão de projetos00Certificado - MBA - Gestão de projetos
00Certificado - MBA - Gestão de projetos
 
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
 

03 conhecimentos gerais

  • 2. 2
  • 3. 1 História de Mato Grosso: da ocupação e povoamento à Capitania de Mato Grosso; Cuiabá: de Arraial à Vila; Vila Bela da Santíssima Trindade, primeira capital; A consolidação do território. A Província de Mato Grosso e o império brasileiro; a Guerra da Tríplice Aliança; o uso da mão de obra escrava. A instalação da República e o e estado de Mato Grosso; características econômicas e políticas do estado durante a Primeira República. O estado de Mato Grosso e a Era Vargas; características econômicas e políticas do estado durante a Era Vargas. O militarismo no Brasil entre 1964 e 1984 e o estado de Mato Grosso; Características econômicas e políticas do estado durante o militarismo; A divisão do estado de Mato Grosso. Geografia de Mato Grosso: produção do espaço regional mato-grossense; aspectos naturais: clima, solo, relevo, vegetação, hidrografia e suas relações com o uso da biodiversidade; políticas e instrumentos de gestão ambiental; características econômicas; Geografia da população: dinâmica e estrutura; processos migratórios; distribuição de renda; indicadores de qualidade de vida. Questões sociais: processo de urbanização; dinâmica de ocupação do espaço agrário ........................01 Tópicos atuais: economia, política, saúde, sociedade, meio ambiente, desenvolvimento sustentável, educação, energia, ciência e tecnologia no Brasil e no mundo; questões atuais da realidade política, econômica, cultural e socioambiental de Mato Grosso ............................................102 Questões..............................................................................................................................................157 Candidatos ao Concurso Público, O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom desempenho na prova. As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar em contato, informe: - Apostila (concurso e cargo); - Disciplina (matéria); - Número da página onde se encontra a dúvida; e - Qual a dúvida. Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. Bons estudos!
  • 4. 1 Cuiabá História, Cultura e Geografia 8 de Abril – Aniversário - No dia 8 de abril de 1719, Cuiabá foi fundada por Antônio Pires de Campos. Mas a condição de cidade só veio em 1818. Sete anos mais tarde, tornou-se capital do estado de Mato Grosso. Chamada de "cidade verde", Cuiabá é uma das principais atrações turísticas do estado por abrigar a região conhecida como Pantanal e a Chapada dos Guimarães. Origens - Fundada pelo bandeirante Antônio Pires de Campos, Cuiabá origina-se do nome "Ikuiapá", que significa "lugar de flecha-arpão". Acredita-se que o local era frequentado pelos índios Bororo que pescavam com flecha-arpão na foz do rio Ikuiébo, afluente do Rio Cuiabá. Batizada de Arraial de Bom Jesus de Cuiabá, a capital do Mato Grosso foi explorada por bandeirantes que desbravaram o cerrado em busca de ouro. A notícia da descoberta atraiu povoadores brasileiros e estrangeiros e contribuiu para a formação de um pequeno arraial hoje localizado na Avenida Tenente-coronel Duarte, conhecida como Prainha. Com o esgotamento do ouro na segunda metade do século XVIII, a região deixa de prosperar e só não é abandonada por causa do Rio Cuiabá que dá acesso ao Pantanal. Foi o suficiente para a vila se tornar entreposto comercial e centro de abastecimento de várias regiões. Coração da América - Localizado na praça Moreira Cabral (antigo campo do Ourique), onde também fica a Assembleia Legislativa do estado, o Centro Geodésico da América do Sul foi demarcado pela Comissão Rondon em 1909. O local já foi uma praça de enforcamento de condenados e também um campo de touradas. Belezas - Pantanal e Chapada dos Guimarães são os populares santuários ecológicos que Cuiabá oferece aos visitantes. Na baixada cuiabana - depressão geográfica da bacia do rio Paraguai - começa a se formar a reserva biológica do Pantanal, irrigado pelos rios Paraguai, Cuiabá, São Lourenço, Manso e Vermelho. O vasto Pantanal é considerado a maior planície alagada do mundo, controlada pelo regime cíclico das águas que se repete há milhões de anos. A única superfície úmida do planeta, ocupando 133.465km2, também abriga a maior reserva ictiológica da América do Sul. Com uma variedade de ecossistemas devido à existência de rios oriundos de diferentes regiões, carregando sedimentos e inundando solos em épocas diferentes, o Pantanal apresenta uma grande variedade de espécies animais, principalmente aves como jaburu, garça, tuiuiú, arara, colhereiro e mamíferos como a onça-pintada, anta, jaguatirica, gato-do-mato, cachorro-vinagre e o lobo-guará. Para se chegar ao Pantanal por via terrestre, é preciso seguir pela BR 364 até Cuiabá. Por via aérea, o aeroporto mais próximo é o Marechal Rondon, localizado no município de Várzea Grande, vizinho a Cuiabá. A Chapada dos Guimarães tem 70% de sua área em Cuiabá, estando distante da cidade a apenas 65 Km. Localizada exatamente no Centro Geodésico da América do Sul, ao sul do estado, a chapada tem altitudes que chegam a 900 metros, com uma brisa constante e temperaturas baixas no inverno (zero grau) e altas no verão (40 graus). A vegetação é rica e diversificada, composta por cerrado com matas de galerias e grotas que abrigam florestas. Lá, florescem espécies de vários ecossistemas como plantas da mata Atlântica, da Amazônia e Pantanal. No percurso entre Cuiabá e a chapada, os turistas dispõem de uma variedade de cachoeiras adornando a paisagem. A mais conhecida é a Véu de Noiva com 75 metros de queda livre. Devido à riqueza da flora e fauna, o Governo Federal transformou 3.300 hectares em parque nacional. História de Mato Grosso: da ocupação e povoamento à Capitania de Mato Grosso; Cuiabá: de Arraial à Vila; Vila Bela da Santíssima Trindade, primeira capital; A consolidação do território. A Província de Mato Grosso e o império brasileiro; a Guerra da Tríplice Aliança; o uso da mão de obra escrava. A instalação da República e o e estado de Mato Grosso; características econômicas e políticas do estado durante a Primeira República. O estado de Mato Grosso e a Era Vargas; características econômicas e políticas do estado durante a Era Vargas. O militarismo no Brasil entre 1964 e 1984 e o estado de Mato Grosso; Características econômicas e políticas do estado durante o militarismo; A divisão do estado de Mato Grosso. Geografia de Mato Grosso: produção do espaço regional mato-grossense; aspectos naturais: clima, solo, relevo, vegetação, hidrografia e suas relações com o uso da biodiversidade; políticas e instrumentos de gestão ambiental; características econômicas; Prof. Paulo Nakayama
  • 5. 2 Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Cuiabá localizada no Centro Geodésico da América do Sul, a cidade de Cuiabá consolida-se como uma importante cidade brasileira. O povoamento iniciou quando bandeirantes paulistas em busca de minerais preciosos e do índio para o trabalho análogo à escravidão encontrou ouro nas margens do rio Coxipó, afluente do Cuiabá. A descoberta do metal precioso às margens do lendário rio, ensejou a fundação de Cuiabá em 8 de abril de 1719, com o surgimento do "Arraial de Forquilha", denominação dada ao primeiro povoamento que daria origem à cidade. Três anos depois – em 1722 – foram descobertas as "Lavras do Sutil", rica jazida encontrada nas proximidades do córrego da Prainha e da "Colina do Rosário", onde foi construída a histórica igreja do Rosário, situada atualmente no coração da cidade. Expandia-se, assim, a população, com a descoberta do ouro. A notícia do ouro logo extrapola os limites do lugar e exerce poderosa atração migratória, trazendo consigo a burocracia do governo colonial português, com seu sistema de controle e poder. Nesse contexto Cuiabá é elevada à categoria de vila, com o nome de "Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá". A queda da produção, aliada à baixa qualidade do ouro de aluvião e impostos elevados, mais a descoberta de novas jazidas na região, causaram um período de decadência na exploração do ouro. As atividades agrícolas substituíram a mineração, passando a ocupar papel de sustentação da economia local. Após esse período de estagnação, quase um século depois de sua fundação, Cuiabá conquistou a condição de cidade, através da Carta Régia de 1818, e declarada capital da então Província de Mato Grosso em 1835. Na segunda metade do século XIX, com o fim da Guerra do Paraguai e a livre negociação, a cidade ganha força com a realização de obras de infraestrutura e equipamentos urbanos. Como polo avançado no interior brasileiro, centraliza uma região que passa a ter expressiva produção agroindustrial açucareira e intensa produção extrativa, em especial de poaia e de seringa. Entretanto, outro período de marasmo econômico voltou a ocorrer, penalizando a cidade com mais uma fase de isolamento e paralisação de seu desenvolvimento econômico e crescimento urbano. Situação alterada apenas do final da década de 30 do século passado, com a política de integração nacional do Governo Federal. O programa da "Marcha para o Oeste", em curto espaço de tempo deixou suas marcas na cidade, que ganhou nova feição com a edificação de sua primeira avenida, a Avenida Getúlio Vargas e nela prédios destinados à administração pública, agências bancárias, hotéis e de lazer. Na década de 60 Cuiabá continua a trajetória de crescimento, desta feita como o "Portal da Amazônia", principal polo de ocupação da Amazônia meridional brasileira, constituindo hoje, a Grande Cuiabá, com uma população total de cerca de 800 mil habitantes. Fonte: www.cuiabatur.com.br  História - Muito diferente dos idos anos de 1719, quando Pascoal Moreira Cabral desbravava os rios e matas, e quando o ouro era produto que mais facilmente se obtinha, Cuiabá hoje é uma metrópole que completa 287 anos de transformação, numa verdadeira metamorfose que atingiu toda e qualquer peça da chamada Capital Verde de Mato Grosso. Fundada em 8 de abril de 1719 pelos bandeirantes Pascoal Moreira Cabral e Miguel Sutil, às margens do córrego da Prainha, devido à descoberta de ouro, mais tarde denominadas ―Lavras do Sutil‖, a maior fonte de ouro que se teria achado no Brasil até então, Cuiabá só foi elevada a cidade em 17 de setembro de 1818, através de carta régia assinada por D. João VI. Só em agosto de 1835 se tornou Capital da província com a Lei nº 19, assinada por Antônio Pedro de Alencastro, à época, com cerca de 7 mil habitantes. Foi em 1909 que Cuiabá teve seu reconhecimento como Centro Geodésico da América do Sul. Em meados do Século XIX, já estando unidas a parte principal e a portuária da cidade, a população já atingia quase 10 mil habitantes. Na segunda metade do século XIX, com o fim da Guerra do Paraguai e a livre negociação, a cidade ganha força com obras de infraestrutura e equipamentos urbanos. Como polo avançado no interior brasileiro, centraliza uma região que passa a ter expressiva produção agroindustrial açucareira e intensa produção extrativa, em especial de poaia e de seringa. No século XX, a ligação rodoviária com São Paulo e Goiás e a aviação comercial, a partir de 1940, trouxeram o desenvolvimento da Capital. O grande marco de crescimento, no entanto, tem início na década de 70, quando o Governo Federal inicia um programa de povoamento do interior do País, oferecendo vantagens para os interessados. Em cinco anos, de 1970 a 1975, a população passou de 83
  • 6. 3 mil para 127 mil pessoas. Hoje, de acordo com o censo do IBGE, publicado em 2004, a Capital de Mato Grosso tem 524 mil habitantes. Localizada a uma altitude de 165 metros, a Capital possui uma área de 3.984,9 km2, com um clima tropical úmido no verão (dezembro a fevereiro) e seco no inverno (junho a agosto). A temperatura máxima, nos dias mais quentes, fica em torno de 45ºC. A mínima varia entre 12 e 14ºC. O município divide águas das Bacias Amazônica e Platina. Entre os principais rios dessas redes hidrográficas estão o Cuiabá e o das Mortes. O rio Cuiabá, que corta a cidade, divide dois municípios: Cuiabá e Várzea Grande. A Capital mato- grossense limita-se ao Norte com Rosário Oeste, a Noroeste com Acorizal, a Sudoeste com Várzea Grande, ao Sul com Santo Antônio do Leverger, a Leste com Campo Verde e a Noroeste com Chapada dos Guimarães. A economia da Capital hoje está centralizada no comércio e na indústria. No comércio, a representatividade é varejista, constituída por casas de gêneros alimentícios, vestuário, eletrodomésticos, de objetos e artigos diversos. O setor industrial é representado, basicamente, pela agroindústria, com um distrito industrial que dispõe de infraestrutura necessária, a Capital vem atraindo empresários de várias regiões do País. Com 288 anos, Cuiabá se prepara para viver outro grande surto de crescimento, com a implantação de vários megaprojetos, entre eles, a ligação ferroviária com o Porto de Santos, a conclusão e pavimentação da rodovia Cuiabá-Santarém, a BR-163, a saída rodoviária para o Oceano Pacífico, a hidrovia do Paraguai, a Usina de Manso, a Termoelétrica e o Gasoduto. Primeira capital de Mato Grosso, a pequena Vila Bela da Santíssima Trindade é um dos municípios com maior potencial turístico de Mato Grosso. Sua conturbada história, seu povo, sua cultura rica e belezas naturais fazem valer a pena cada um dos 540 quilômetros que a separam da segunda e atual capital do Estado, Cuiabá. Seguindo de carro ou ônibus, o trajeto segue pela BR-174, passando por Cáceres e Pontes e Lacerda . Bem no centro de Vila Bela, estão as ruínas de uma catedral do período colonial. Ela é um símbolo da cidade e constitui o marco de uma história que começa em 1752. Naquela época, a descoberta de riquezas minerais na região do Rio Guaporé, fez com que Portugal se apressasse em povoá-la, temendo que os vizinhos espanhóis fizessem o mesmo. Foi então criada a Capitania de Mato Grosso e sua capital instalada em 19 de março de 1752, com o nome de Vila Bela da Santíssima Trindade. Enquanto foi capital, a cidade obteve um progresso muito grande devido aos investimentos em infraestrutura e incentivos fiscais para os novos moradores. No entanto, as dificuldades de povoar a região (distância, doenças, falta de rotas comerciais) e o estabelecimento de um importante centro comercial em Cuiabá acabaram forçando a transferência da capital, em 1835. Como uma cidade qualquer, Vila Bela não resistiria. Os moradores abandonaram a região, deixando casas, estabelecimentos comerciais e escravos para trás. Num dos episódios mais fascinantes de toda essa história, são estes escravos abandonados que garantem a sobrevivência da cidade, constituindo no local uma comunidade negra forte, unida e fiel às suas tradições. A "Cidade Negra" - Em Vila Bela quase não há analfabetos e muitos moradores passam dos 100 anos de idade. Até bem pouco tempo atrás, sua população era composta exclusivamente por descendentes de escravos africanos. Isso lhe garantiu o apelido de "Cidade Negra", que, mesmo com a imigração e os casamentos inter-raciais, continua valendo até hoje. De acordo com o IBGE, 74% dos vilabelenses são negros ou mulatos. Um contingente que continua unido e cultivando suas tradições. Segundo moradores, o fato de Vila Bela ter sido administrada por negros desde o século passado, criou por lá gerações sem complexos de inferioridade e orgulhosa de sua cor. Talvez por isso as tradicionais festas do mês de julho (Senhor Divino, Congo e São Benedito) sejam tão concorridas. Elas representam a alegria, a fé e a perseverança de um povo que ainda hoje sofre com a discriminação e a intolerância. Um povo que também foi agraciado com belezas naturais de tirar o fôlego. Depois do roteiro histórico e cultural, a melhor pedida é mergulhar fundo nas atrações naturais que Vila Bela tem a oferecer. Seguindo 14 quilômetros de carro e mais 2 a pé, você vai encontrar duas belíssimas cascatas: Namorados (76 metros de queda) e Cachoeirinha (46 metros). Uma opção de mais difícil acesso, porém compensadora, é a cascata do Jatobá, com inacreditáveis 140 metros de queda. Antes de terminar, um segredinho: Se estiver se sentindo cansado, pergunte a qualquer morador onde encontrar uma garrafa de Canjinjin. Com efeitos terapêuticos (e afrodisíacos, dizem) devastadores, esta é uma bebida alcoólica preparada somente por mulheres e cuja receita é um segredo de estado. Pantanal Mato-grossense – Cuiabá está a 100 quilômetros do Pantanal a maior reserva de biodiversidade das Américas. Formado em Mato Grosso, principalmente pelas águas do rio Paraguai, o Pantanal é uma área alagada, de 210 mil quilômetros quadrados, que se estende por Brasil, Bolívia, Paraguai e Argentina. Nesse espaço, que equivale a três vezes o tamanho da Costa Rica, existe uma
  • 7. 4 rede de fontes fluviais, planícies de inundação e um complexo sistema de lagoas interligadas que servem de berçário para inúmeras espécies animais; muitas raras, algumas únicas. Partindo de Cuiabá rumo ao Pantanal, o visitante tem muitas opções de transporte e de roteiro. De carro, avião ou barco, seu destino tanto pode ser um passeio pelos diversos rios da bacia, um safári fotográfico pela Rodovia Transpantaneira ou mesmo uma boa pescaria. No lado mato-grossense do Pantanal, os pontos de apoio mais procurados pelos turistas são as cidades de Barão de Melgaço, Poconé e Cáceres. É evidente que o leque de atrações desse santuário ecológico não se resume a estas três cidades e seus arredores. Muito mais está esperando por você em Mato Grosso. Se você acha que este texto não foi convincente, fique então com a singeleza dos argumentos do poeta Carlos Drummond de Andrade. Cidades Turísticas do Pantanal: Barão de Melgaço - Barão, como é carinhosamente conhecida, fica a pouco mais de 77 km de carro pela MT-040, que acaba de ser recuperada. Pequena, com pouco mais de 10 mil habitantes, Barão guarda uma surpresa para os visitantes: as grandes baías do Pantanal. É difícil descrever tamanha imponência. Siá Mariana, Porto de Fora, Buritizal e Chacororé são as mais conhecidas. Esta última, com 13 quilômetros de diâmetro - maior do que a baía de Guanabara - faz o turista compreender porque os portugueses deram ao Pantanal o nome de "Mar de Xaraiés". É, sem dúvida, um dos pontos mais bonitos - e menos conhecidos - do Pantanal. Poconé - A "cidade rosa", Poconé, fica à cerca de 100 quilômetros da capital. Um trajeto que permite sentir uma amostra da biodiversidade pantaneira. Isto porque, na beira da estrada, podem ser admirados jacarés, tuiuiús, biguás, araras e até capivaras, em bando, correndo para os alagados. A 42 quilômetros mais ao sul da cidade, em Porto Cercado, encontramos novamente o rio Cuiabá, agora com características diferenciadas, no tipo de margem, vegetação ribeirinha e curso d'água. Dezenas de córregos e afluentes se intercomunicam, permitindo passeios por avenidas de água no meio da mata. Cento e sessenta quilômetros ao sul de Poconé, pela Transpantaneira, encontramos Porto Jofre, um importante polo de atividades turísticas e esportivas. Dispondo de navegação fluvial permanente, esta região, em pleno Pantanal, é servida por Barcos Hotéis, Pousadas, áreas de camping e algumas pistas para aviões de pequeno e médio portes. Cáceres - Pode-se dizer que o Pantanal começa em Cáceres, localizada na margem esquerda do Rio Paraguai. A partir da capital Cuiabá, são 200 quilômetros pela BR-174, que liga o sul do país à Mato Grosso. É conhecida como "a princesinha do Paraguai", graças ao seu folclore, arquitetura colonial, belas praias e uma infinidade de outras atrações naturais. Além disso, dois eventos contribuem para fazer a fama da cidade: O Festival Internacional de Pesca - um dos maiores do mundo -, em setembro, e o Festival da Piranha, nas cheias de março. Cáceres dispõe de uma boa rede hoteleira, restaurantes, lanchonetes, sendo uma das mais preparadas para receber o fluxo de turistas que aumenta a cada ano. É evidente que o leque de atrações desse santuário ecológico não se resume a estas três cidades e seus arredores. Muito mais está esperando por você em Mato Grosso. Chapada dos Guimarães - Localizado a 60 quilômetros de Cuiabá, o Parque Nacional de Chapada dos Guimarães é um dos lugares mais belos do Brasil. Aliás, belo é isenção jornalística, o lugar é mesmo deslumbrante, cinematográfico. Ao todo, são 33 mil hectares de cachoeiras, paredões e mirantes de fazer amarelar o Ronaldinho. Tudo isso envolto em um clima ameno - frio, se comparado ao de Cuiabá - e misterioso. Isso mesmo! Além das belezas naturais, aqui também é uma terra de místicos, esotéricos e ufólogos de plantão. Além de pista de pouso de extraterrestres, muitos afirmam que Chapada é um canalizador de energias cósmicas, um berço para a civilização do terceiro milênio. Simpática e acolhedora, a cidade de Chapada dos Guimarães, com 14 mil habitantes, está situada na borda do Planalto Central Brasileiro, 860 m acima do nível do mar. Lá estão praticamente todas as opções de hospedagem, alimentação e lazer dos visitantes do parque. Nada é muito luxuoso, mas existem opções confortáveis e não muito agressivas ao bolso do turista médio. Além de ponto de apoio, a cidade é a sede, geralmente no mês de julho, de um tradicional e concorrido Festival de Inverno onde os visitantes são convidados a participar de oficinas de teatro, dança e música e assistir a shows e apresentações folclóricas. Geografia Cuiabá faz limite com os municípios de Chapada dos Guimarães, Campo Verde, Santo Antônio do Leverger, Várzea Grande, Jangada e Acorizal. É um entroncamento rodoviário-aéreo-fluvial, interligando o norte do Brasil e o oeste da América do Sul, e o centro geodésico da América do Sul.
  • 8. 5 O município é cercado por três grandes ecossistemas: a Amazônia, o cerrado e o Pantanal. Com um clima quente, o lugar está ao norte do Pantanal, ao lado da Chapada dos Guimarães e ainda é considerado a porta de entrada da Floresta Amazônica. Área: 3.538,17 km² População: 542.861 hab. est. 2006 MT: 1º Densidade: 153,43 hab. / k² Altitude: 165 metros Clima: Tropical quente subúmido Awh Fuso Horário: UTC -4 Aniversário: 8 de abril Fundação: Em 1º de janeiro de 1727, Cuiabá é elevada à categoria de vila, com o nome de Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá. Gentílico: Cuiabano, papa-peixe. Hidrografia: Cuiabá é abastecida pelo rio de mesmo nome, afluente do Rio Paraguai e limite entre a capital e Várzea Grande. O município se encontra no divisor de águas das bacias Amazônicas e Platina. O município é banhado também pelos rios Coxipó-Açu, Pari, Mutuca, Claro, Coxipó, Aricá, Manso, São Lourenço, das Mortes, Cumbuca, Suspiro, Coluene, Jangada, Casca, Cachoeirinha e Aricazinho, além de córregos e ribeirões. Clima: Cuiabá rotineiramente registra as temperaturas mais quentes entre as capitais brasileiras. Seu clima é tropical quente e subsumido. Precipitação média anual de 1750 mm, com intensidade máxima em dezembro, janeiro e fevereiro. A temperatura máxima, nos meses mais quentes, fica em torno de 43°C. A mínima varia entre 12 e 14ºC. Durante a seca, que vai de maio a agosto, a umidade cai a níveis críticos, às vezes abaixo de 15%. Relevo: O quadro geomorfológico do município é, em grande parte, representado pela Chapada dos Guimarães. Mas também aparecem Planalto da Casca e a Depressão Cuiabana. Predominam-se relevos de baixas amplitudes com altitudes que variam de 146 a 250 metros na área da própria cidade. Demografia: Sua população estimada em julho de 2005 é de 533.800 habitantes. Várzea Grande, cidade conturbada, tem 248.728, totalizando 782.528 habitantes na grande Cuiabá. O número de eleitores em junho de 2006 era de 358.495 representando 18,37% do total de eleitores do estado do mato grosso. A cidade viveu tranquilamente até a década de 1960 , quando um fluxo de imigrantes começou a vir para o estado, principalmente nas décadas de 1970 e 1980. Nesse período, a população passou de 57.860 habitantes em 1960 para 100.865 em 1970, 213.151 em 1980, 402.813 em 1991 e 483.346 em 2000, perfazendo 19,3% da população total do estado. Esse aumento desordenado da população levou a um crescimento das áreas periféricas da cidade, que carecem muitas vezes de investimentos em planejamento, saneamento e outros serviços públicos, coisa que também ocorre em várias cidades do país. Folclore: Talvez por sua localização geográfica, que a isolou do resto do país por muito tempo, Cuiabá é uma cidade com personalidade própria. Na arquitetura, na música, na dança, na culinária, no jeito de falar, enfim, em praticamente todas as suas manifestações culturais, um traço genuinamente local pode ser encontrado. Essa riqueza faz do folclore cuiabano uma das principais atrações turísticas da cidade. Siriri - O Siriri, é um dos folguedos mais populares e antigos de Mato Grosso. É praticado nas Cidades e principalmente, na zona rural, fazendo parte da maioria das festas como casamentos, batizados, carnaval, aniversários, e também das comemorações religiosas. É dançado por homens,
  • 9. 6 mulheres e crianças, em roda ou fileiras formadas por pares que se movimentam ao som da viola de cocho, do ganzá e do mocho. Cururu - Folguedo popular dos mais antigos de Cuiabá, podendo ser apresentado como roda de cantoria e dança. Os instrumentos utilizados são a viola de cocho, o ganzá e o adufo. Consiste em, no mínimo, dois cantadores, sempre do sexo masculino; um tocando viola de cocho, outro o ganzá. A origem do nome Cururu, admite-se que possa ser originada da tribo dos Bororos que desenvolviam uma dança típica chamada Bacururu. Boi-a-Serra - O Boi-à-Serra é um folguedo do carnaval mato-grossense. Durante os festejos do carnaval, as pessoas brincavam ou ainda brincam, em alguns lugares, o Siriri, o Entrudo, o Boi-a-Serra e também o Cururu, que é uma manifestação quase sempre ligada à religiosidade do povo. Porém, segundo alguns tiradores, o Boi-a-Serra pode ser dançado em qualquer festa. Rasqueado - O rasqueado desperta com maior intensidade na população da periferia das cidades, quando começa a ser executado com os hinos de santos (acompanhando Bandeira do Senhor Divino, São Benedito, Procissão de São João Etc), indo aparecer nos chamados Chá com Bolo. Uns dos principais instrumentos usados no rasqueado é a Viola de Cocho. Culinária - A culinária cuiabana assim como a brasileira, tem suas raízes nas cozinhas indígenas, portuguesa espanhola e africana. A diferença está na incorporação de ingredientes da flora e da fauna nativas, nas combinações e modo s de preparo originais que lhe asseguram sabores, cheiros, e aspectos inesquecíveis e sedutores ao paladar, ao olfato e aos olhos. Aqui frutos como exótico e saboroso pequi – de sabor e aroma peculiares – dão cor e enriquecem pratos a base de arroz e frango, a mandioca, a manga e o caju, o charque, peixes frescos ou secos, são ricamente combinados pelas mãos hábeis e criativas de tradicionais quituteiras em suas residências, peixarias ou restaurante especializado em comida típica. Situadas nas bordas do Pantanal, onde a prodigalidade em seus peixes nobres faz analogias á fé cristã no milagre da multiplicação, as cidades de Cuiabá e Várzea-Grande têm como referenciais gastronômicos mais marcantes ou pratos à base de pescado. Pacu assado, piraputanga na brasa, mojica de pintado, arroz com pacu seco, moqueca cuiabana, caldo de piranha, ventrecha de pacu frita, dourado ou piraputanga na folha de bananeira e caldeirada de bagre, são pratos nascidos nas barrancas do rio Cuiabá e nas baias do Pantanal por obra da inventividade dos ribeirinhos. Nos restaurantes das cidades, ganham toques de gourmets e conquistam os mais exigentes e sofisticados paladares. E tem ainda a maria isabel, a original farofa de banana da terra, prato exclusivo da culinária local, a paçoca de pilão feita com carne de charque e farinha de mandioca temperada, o furumdu, doce preparado com mamão verde, rapadura e canela, o pixé elaborado com milho torrado e socado com canela e açúcar, o bolo de arroz cuiabano, o francisquito, os doces de caju e manga, o inigualável licor de pequi e o afrodisíaco guaraná de ralar que substitui, nas famílias mais tradicionais cuiabana o cafezinho brasileiro. Pantanal Mato Grossense - Cuiabá consegue ser uma capital de estado sem perder o seu charme. Só pra se ter uma ideia, a cidade faz divisa com a chapada dos Guimarães e suas belas cachoeiras, com o Pantanal e toda sua rica fauna e flora, com o cerrado do interior do Brasil, e com a Amazônia, que dispensa qualquer tipo de comentário. Seu povoamento se deu pelos bandeirantes, que iam para a região em busca de ouro, levando consigo seus escravos, além dos muitos imigrantes de países vizinhos ajudaram a colonizar a cidade, o que faz com que a diversidade do seu povo seja muito grandiosa. Para entender melhor a história da cidade, visite a Fundação Cultural, que conta com 4 museus: o Museu de História Natural, o de Antropologia, o de Arte Sacra e o Museu Histórico, além de um ateliê livre. Outros 2 bons museus são o Museu Rondon e o Museu de Pedras Ramis Bucair, que tem belos acervos de trabalhos indígenas e pedras das mais diversas, incluindo um meteorito e um fóssil de dinossauro, respectivamente. Já a cultura, o misticismo e a fé do povo podem ser observados na Catedral Metropolitana, na Igreja de São Gonçalo, do Rosário, de Nossa Senhora do Bom Despacho, e na de Nossa Sra. Auxiliadora. Todas tem uma história muito interessante para contar sobre sua construção, ou mesmo sobre as peças e obras que elas abrigam. A cidade também é ótima para as compras: de artesanato indígena à doces típicos e licores caseiros. Além de tudo isso, os fãs de comidas regionais sairão muito satisfeitos com os deliciosos pratos servidos nos restaurantes, a grande maioria à base dos peixes da região, como a piraputanga. Não se pode esquecer das interessantes danças típicas, como o Rasqueado, o Cururu e o Siriri, que apesar de já não tão presentes no dia-a-dia dos moradores, nunca são esquecidas, bem como todas as outras tradições e costumes desse belo povo que mora no Coração da América do Sul.
  • 10. 7 Fonte: www.stw.tur.br Como na Independência, a notícia da proclamação da República encontrou Cuiabá em grande efervescência, com grupos políticos já se digladiando contra ou a favor do novo regime. A instabilidade política grassava por todo o País, mas em Mato Grosso adquiria contornos mais marcantes, inclusive pela truculência das disputas entre os grupos de poder locais, geralmente chefiados por coronéis cujo prestígio se media pela capacidade de arregimentar homens e armas pelo critério da eficácia mais que da legitimidade ou procedência. A ação desses grupos, aliada à de caudilhos vindos do sul, acostumados a chamar qualquer briga política de revolução para em nome dela saquear fazendas e praticar outras estripulias, resultou na proliferação dessa prática, que se estendeu aos grupos de bandoleiros e ladrões de gado que assolaram a região nas décadas seguintes. Para a maioria da população, pacífica e assustada, restava quase sempre a posição de vítima direta ou indireta dessas ações. Principalmente as mulheres, que não tinham voz nem vez, tanto na vida pública quanto na vida privada. Esse clima de instabilidade política e social, em parte decorrente da própria forma de ocupação e defesa do território, foi um dos fatores que resultaram na insignificante participação do capital estrangeiro no desenvolvimento de Mato Grosso, comparada com outras regiões do país. Mas na entrada do século XX os interesses internacionais muito contribuíram para o fortalecimento econômico de Mato Grosso e Cuiabá com toda a movimentação provocada pelo ciclo da borracha nos seringais do norte e pelo ciclo da erva-mate nos ervais do sul do Estado. Em 1914, com cerca de 22 mil habitantes, Cuiabá já tinha perímetro urbano de três quilômetros de comprimento (no sentido NE-SO) por dois de largura. A cidade era organizada em dois distritos, com 24 ruas, 28 travessas, 17 praças, dois jardins públicos e um serviço de bonde com um ramal para o Matadouro e outro para a Cervejaria. A prefeitura mantinha serviços de abastecimento d‘água, ensino público, limpeza pública, iluminação e dois mercados públicos. Havia dois hotéis, vários restaurantes, serviço telegráfico, rede de telefones e correio. Nas duas bibliotecas públicas e da Sociedade Literária Cuyabana circulavam além de livros duas revistas locais e seis jornais, sendo um diário (O Debate). Mato Grosso era governado na época por Joaquim Augusto da Costa Marques, o primeiro governante eleito a exercer integralmente seu mandato de quatro anos, coroando assim um período de uma década de razoável normalidade. Política na capital. Foi também o primeiro a empreender uma visita às mais distantes localidades do Estado, numa longa viagem de mais de ano, fotografada e primorosamente documentada no Álbum Graphico de Matto Grosso, um dos mais importantes acervos de imagens e informações sobre o passado desta região. Ainda em 1914 o Estado recebe a visita do presidente norte-americano Theodor Roosevelt, que empreende uma viagem pela selva amazônica em companhia do então coronel Cândido Mariano da Silva Rondon, que em janeiro do ano seguinte completa a ligação telegráfica entre Cuiabá e a vila de Santo Antônio do Madeira, atual Porto Velho, capital de Rondônia. Em janeiro de 1918, após conturbado período em que a tentativa de impeachment do governador Caetano Manoel de Faria Albuquerque resultou em sangrentos combates no sul e no norte seguidos de intervenção federal, assume o comando de Mato Grosso, eleito fragorosamente, o bispo cuiabano D. Francisco de Aquino Corrêa. Intelectual notável, membro da Academia Brasileira de Letras, D. Aquino, além de pacificar o Estado, procura jogar mais luz sobre suas inteligências criando a Academia Mato Grossense de Letras, o Instituto Histórico de Mato Grosso e o serviço de iluminação elétrica de Cuiabá. Vários governos, e golpes e choques armados e intervenções federais, se sucederam, até que em 1937 assume o governador Julio Strubing Muller, que permaneceria no cargo por oito anos, até o final da ditadura Vargas. Uma das principais marcas de seu governo foi à preocupação em melhorar o aspecto visual e funcional de Cuiabá, abrindo ruas e estradas, reformando e construindo modernos prédios públicos, como o Colégio Estadual e outros, inclusive um hotel e um cinema, que segundo se conta, faziam falta na cidade. Construiu também a ponte de concreto ligando Cuiabá a Várzea Grande, impulsionou a pecuária e procurou desenvolver a agricultura atraindo colonos dos estados do Nordeste para a região de Poxoréu. O projeto não deu certo ali mais veio frutificar na colônia de Dourados, no sul do Estado, implantada ainda durante o seu mandato. O sul do Estado, que após a Guerra do Paraguai vinha sendo povoado, sobretudo por mineiros e paulistas em função da facilidade de terras para a pecuária, crescia celeremente e começava a desenvolver-se também na agricultura. A estrada de ferro trouxe levas e levas de imigrantes japoneses,
  • 11. 8 portugueses, libaneses, e encurtou para dois ou três dias a comunicação com São Paulo e Rio de Janeiro, que até então levava meses de espera pelo rio Paraguai. Enquanto o norte de Mato Grosso expandia a pecuária como sua principal atividade econômica, mas sofria ainda as dificuldades da falta de transporte por via rodoviária, o sul já tinha essas melhorias e incrementava o comércio, facilitado pela relativa proximidade dos grandes centros consumidores. E se o crescimento econômico do sul trazia benefícios para Cuiabá, centro político e administrativo do Estado, o crescimento demográfico trazia também o desequilíbrio numérico, evidente, sobretudo a partir de 1945, nas sucessivas eleições diretas ou indiretas de governadores originados do sul do Estado, como Arnaldo Estevão de Figueiredo, Fernando Correa da Costa, Pedro Pedrossian e José Fontanillas Fragelli. E a ideia separatista, que motivou grandes disputas, crises políticas e entreveros armados por mais de um século e meio, acaba concretizada por decreto do governo militar de Ernesto Geisel em 1977, criando o Estado de Mato Grosso do Sul, separado então definitivamente de Cuiabá. O sentimento de perda para as populações do norte mato-grossense foi muito grande. Cuiabá, já era então uma grande metrópole, com todos os recursos e facilidades de qualquer cidade moderna. Mas o receio de muitos era que estivéssemos então condenados ao ostracismo e à estagnação, com o sul liberto projetando-se de forma avassaladora tanto na região quanto no contexto nacional. Não foi preciso muito tempo para se verificar que aconteceria exatamente o contrário. Superadas as intermináveis disputas políticas e econômicas com o sul, o norte pôde então concentrar seus esforços administrativos, políticos e empresariais para a defesa de seus próprios interesses, tanto a nível local quanto junto ao governo federal. Um acertado e oportuno programa de incentivo à colonização, aliado à descoberta do cerrado como campo propício à produção mecanizada de soja e outros grãos de exportação, atraiu grandes contingentes de produtores do Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, que abriram lavouras e fundaram cidades que cresceram e se multiplicaram, mudando radicalmente em menos de vinte anos o perfil demográfico e econômico do novo Mato Grosso. A pacata Cuiabá tornou-se trepidante com a grande movimentação de gente, recursos e projetos. Novos arranha-céus, vias expressas, shopping centers e complexos industriais concretizaram da noite para o dia o sonho de uma metrópole futurista em pleno centro do continente. A ligação rodoviária por asfalto tanto para o sul, quanto para o norte e para o leste do Estado, a chegada do trem através da Ferronorte, o evolução tecnológica no ramo das comunicações e da informática, quebraram definitivamente o passado de isolamento geográfico e cultural, ligando em tempo real Cuiabá e outras cidades do Estado com o resto do mundo. O desenvolvimento dos sistemas de ensino e pesquisa, o aprimoramento da agropecuária, o incremento do comércio, da indústria e dos setores de prestação de serviços geraram novos empregos, novas empresas e aumento de arrecadação. Mato Grosso entra no século XXI como o Estado brasileiro com melhor desempenho no aumento de arrecadação de ICMS. É uma das regiões com maior crescimento populacional, com índice médio de 4% ao ano nos últimos vinte anos. A avalanche de novos moradores vindos de todas as regiões do país, fazem de Cuiabá não uma metrópole privada de seus traços culturais originais, mas, pelo contrário, estes são cada vez mais cultuados, valorizados e geralmente adotados pelos novos moradores. A antiga xenofobia cuiabana, que resultou em episódios tristes da nossa história, como a Rusga contra os portugueses e as barbaridades contra os paraguaios, transmuta-se hoje para uma postura extremamente cordial, hospitaleira e bem humorada, que encanta a todos que chegam, de passagem ou pau-rodado. O recurso à violência, que até tempos recentes justificou externamente a imagem de um Mato Grosso sem lei e sem alma, onde tudo ou quase tudo era resolvido a bala, acaba enterrado para sempre, por uma nova mentalidade, visível, por exemplo, no fato de que muito mais que Raposo Tavares, Totó Paes ou Filinto Miller, são cultuados como grandes personalidades da História do Estado figuras como o pacifista Cândido Rondon, que instituiu no Brasil uma nova forma de contato e relacionamento com os indígenas, D. Aquino Correia, que provou ser possível administrar trocando as armas pelo diálogo, pelas letras e pelas luzes, e o atual governador Dante de Oliveira que, deputado federal de oposição no tempo da ditadura, encabeçou o projeto de lei que restabeleceu o sistema de eleições diretas para a escolha do presidente do Brasil. O avanço de mentalidades e costumes trouxe também um novo papel para a mulher, que passa a ter presença e influência cada vez maiores em todo o mercado de trabalho, nos meios de comunicação e expressão e nas instâncias responsáveis pelas políticas públicas. Mas a mudança de mentalidade mais radical, sobre a qual se assenta, sem dúvida, o futuro de Mato Grosso neste terceiro milênio, é a que se verifica nas formas de relacionamento com a natureza. Acostumados durante séculos a verem a força da natureza como o maior obstáculo para o progresso,
  • 12. 9 os mato-grossenses descobrem de repente que o fato de não a terem vencido na forma que muitos sonharam no passado coloca o Estado hoje como uma das regiões mais promissoras do mundo. Poucos países do mundo têm a condição extraordinária de Mato Grosso, que abriga em seu território três dos mais ricos e inexplorados ecossistemas do globo, que são o Pantanal, o Cerrado e a Amazônia. Mais que o turismo, o ecoturismo, o romantismo e a fantasia que nossos paraísos ecológicos impulsionam, assoma no futuro como fonte de renda e qualidade de vida primordial para nossa gente a exploração científica da biodiversidade infinita de nossas águas, matas e solos. O desafio está em saber desenvolver atitudes seguras de preservação de toda essa riqueza enquanto tivermos, certamente por muito tempo ainda, a agricultura e a pecuária como nossas principais atividades econômicas. Completando praticamente três séculos de fundação e localizada no Centro Geodésico da América do Sul, a cidade de Cuiabá consolida-se como importante cidade brasileira. O povoamento da cidade iniciou com a descoberta de ouro às margens do rio Coxipó, por bandeirantes paulistas em busca de minerais preciosos e do índio para o trabalho escravo. A descoberta do metal precioso, às margens do lendário rio Coxipó, ensejou a fundação de Cuiabá em 8 de abril de 1719, com o surgimento do "Arraial de Forquilha", denominação dada ao primeiro povoamento que daria origem à cidade. Três anos depois – em 1722 – foram descobertas as "Lavras do Sutil", rica jazida encontrada nas proximidades do córrego da Prainha e da "Colina do Rosário", onde foi construída a histórica igreja do Rosário, situada no coração de Cuiabá. Expandia-se, assim, a população, com a descoberta do ouro. A notícia do ouro logo extrapola os limites do lugar e exerce poderosa atração migratória, trazendo consigo a burocracia do governo colonial português, com seu sistema de controle e poder. Nesse contexto Cuiabá é elevada à categoria de vila, com o nome de "Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá". A queda da produção, aliada à baixa qualidade do ouro de aluvião e impostos elevados, mais a descoberta de novas jazidas na região, causaram um período de decadência na exploração do ouro. As atividades agrícolas substituíram a mineração, passando a ocupar papel de sustentação da economia local. Após esse período de estagnação, quase um século depois de sua fundação, Cuiabá conquistou a condição de cidade, através da Carta Régia de 1818, e declarada capital de Mato Grosso em 1835, 17 anos depois. Na segunda metade do século XIX, com o fim da Guerra do Paraguai e a livre negociação, a cidade ganha força com a realização de obras de infraestrutura e equipamentos urbanos. Como polo avançado no interior brasileiro, centraliza uma região que passa a ter expressiva produção agroindustrial açucareira e intensa produção extrativa, em especial de poaia e de seringa. Entretanto, outro período de marasmo econômico voltou a ocorrer, penalizando a cidade com mais uma fase de isolamento e paralisação de seu desenvolvimento econômico e crescimento urbano. Situação alterada apenas do final da década de 30 deste século, com a política de integração nacional do Governo Federal. O programa da "Marcha para o Oeste", em curto espaço de tempo deixou suas marcas na cidade, que ganhou nova feição com a edificação de sua primeira avenida, a Avenida Getúlio Vargas e nela prédios destinados à administração pública, agências bancárias, hotéis e de lazer. Na década de 60 Cuiabá continua a trajetória de crescimento, desta feita como o "Portal da Amazônia", principal polo de ocupação da Amazônia meridional brasileira, constituindo hoje, a Grande Cuiabá, maior núcleo urbano do oeste brasileiro, com uma população total de cerca de 800 mil habitantes. No final de século, completando 281 anos de fundação, Cuiabá prepara-se para passar por um outro grande surto de crescimento, com a implantação de sete megaprojetos: a ligação ferroviária com o Porto de Santos, a conclusão e pavimentação da rodovia Cuiabá-Santarém, a saída rodoviária para o Oceano Pacífico, a hidrovia do Paraguai, a Usina de Manso, a Usina Termoelétrica e o Gasoduto. Concluídos esses projetos, dada sua localização geopolítica estratégica no centro do continente, Cuiabá consolidará sua vocação a nível de continente, firmando-se como um dos mais importantes centros intermodais de transportes da América do Sul. Origem do nome: IKUIAPÁ. IKUIA - flecha-arpão. PÁ - lugar (Lugar da flecha-arpão). Designação: De uma localidade onde se pesca com flecha-arpão. De uma localidade onde antigamente os bororos costumavam pescar com flecha-arpão correspondente à foz do IKUIÉBO, córrego da Prainha, afluente da esquerda do rio Cuiabá, na cidade homônima.
  • 13. 10 Fonte:Súmula de Informações do Município de Cuiabá. Cuiabá, principal cidade de Mato Grosso, é a capital do Centro Geodésico da América do Sul. Conhecida como o "Portal do Amazônia", Cuiabá é também uma das principais portas do Pantanal, pois é a partir exatamente da baixada cuiabana, depressão geografia da bacia do rio Paraguai, que começa a se formar o Pantanal, irrigado principalmente pelos rios Paraguai, São Lourenço, Cuiabá, Manso e Vermelho. De sua história extraímos a riqueza do ouro, que os bandeirantes no desbravamento do cerrado aportaram por aqui para explorar o minério que na época era abundante. Cuiabá foi batizada então como o Arraial do Bom Jesus de Cuiabá até retirar de Vila Bela da Santíssima Trindade a qualidade de capital do Estado de Mato Grosso. Momento crucial de nossa história, pois o Estado passa a receber maiores atenções do governo brasileiro. Cuiabá cresceu e cresce assustadoramente como a capital brasileira de expansão demográfica mais acelerada. Hoje reconhecida como importante polo industrial do centro-oeste. Cuiabá é rota primordial para escoamento da produção agrícola e pecuária de Mato Grosso para os grandes centros do Brasil. Esse crescimento atraiu grandes investidores que concentram aqui negócios imobiliários, comerciais e agroindustriais, tornando a cidade cada vez mais próspera e promissora. Rio Cuiabá - Esse grande aumento periódico da rede hídrica no Pantanal, a baixa declividade da planície e a dificuldade de escoamento das águas pelo encharcamento do solo são responsáveis por inundações nas áreas mais baixas, o que confere à região um aspecto de imenso mar interior. Somente os terrenos mais elevados e os morros isolados sobressaem como verdadeiras ilhas cobertas de vegetação, onde muitos animais se refugiam à procura de abrigo contra a subida das águas. Igreja de São Benedito - Construída em 1722 em estilo barroco. O altar mor é em talha dourada, estilo rococó. É a mais antiga igreja de Cuiabá que guarda suas características originais. Foi tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Festa do Divino - A Festa do Divino tem sua origem em Portugal e foi estabelecida pela rainha Dª. Isabel, casada com o Rei D. Diniz, por volta das Primeiras décadas do século XIV. 0 Imperador do Divino gozava de direitos próprios de um soberano, libertando presos comuns em certas localidades Portuguesas e brasileiras. Para a organização da festividade havia a FOLIA DO DIVINO, grupo de pessoas pedindo e recebendo auxilio de toda a espécie A folia constituía-se de músicos e cantores com a Bandeira do Divino, ilustrada com a pomba simbólica. Essas FOLIAS percorriam grandes regiões, gastando semanas ou meses inteiro. Em Rondônia, a festa do Divino tem expressividade no Vale do Guaporé, onde a população ribeirinha. Procura manter viva a tradição do festejo. O Culto ao Divino foi introduzido no Guaporé por volta de 1894, pelo senhor Manoel Fernandes Coelho, quando de sua mudança de Vila Bela do Mato, Grosso para a localidade de Ilha das Flores. Naquele ano, o Senhor Manoel Fernandes fez vir de Vila Bela, a coroa de Prata e juntamente com outros adeptos, realizou os festejos do Divino naquela localidade. Todos os anos posteriores até o ano de 1932, o Divino foi festejado naquele local, sendo então, os festejos transferidos para Rolim de Moura. Após o falecimento dos principais membros da Irmandade local, a senhora Eduvirgem Leite Ribeiro, viúva do falecido Argemiro Leite, regressou para sua cidade de origem, Vila Bela da Santíssima Trindade, levando a Coroa de Prata, símbolo da festividade do Vale do Guaporé. Reuniram-se, então, os principais membros da Irmandade da época, moradores das localidades de Tarumã e Rolim de Moura, ou seja: Antão Gomes, Manoel Canuto, Antônio de Freitas, Norberto Quintão, Maximiliano de Brito, Bernardino Nery da trindade, Cândido de Moraes e Gonçalo Moraes, que depois de vários debates, solicitaram à senhora Eduvirgem Leite, que lhes devolvesse a Coroa de Prata. Tendo concordado, a senhora Eduvrigem Leite entregou a Coiroa de Prata ao senhor Bernardino Nery, que era o antigo irmão da localidade de TARUMÃ. Assim, no ano de 1933 foi realizado o festejo em TARUMÃ, e foi feito o sorteio entre as localidades de TARUMÃ e ROLIM DE MOURA, para decidirem em qual localidade seria realizado o festejo do ano seguinte. Rolim de Moura foi sorteado para a realização do festejo de 1933. Logo após o sorteio, os membros da irmandade daquela comunidade se organizaram para programar os festejos do ano seguinte, de 1934. Entretanto, os senhores Bernardino Nery, Cândido de Moraes e outros membros da Irmandade de Tarumã, não concordaram que o festejo fosse realizado somente em Rolim de Moura. Decidiram então, enviar um ofício ao Bispo da Diocese de Cuiabá, informando-o que as festividades do Senhor Divino Espírito Santo do Vale do Guaporé, nos últimos anos, vinham fracassando e que seria melhor a Coroa retornar para sua igreja de origem.
  • 14. 11 O Bispo de Cuiabá entrou em contato com o novo administrador apostólico da Prelazia de Guajará- Mirtim, Monsenhor Francisco Xavier Rey, tendo por base o ofício enviado pelos membros da Irmandade da localidade de Tarumã. Monsenhor Rey, então orientou a criação dos Estatutos dos festejos do Senhor Divino Espírito Santo do Vale do Guaporé. Ele nomeou a comissão para os trabalhos de redação. A 20 de maio de 1934, na Capela de Nossa Senhora do Carmo, o Estatuto foi lido e Monsenhor Francisco Xavier Rey, decidiu que as festividades do Senhor Divino Espírito Santo seriam realizadas em Rolim de Moura, enquanto não houvesse outra Capela ou Igreja no Vale do Guaporé. Em Pedras Negras foi construída a Capela de São Francisco. E, no dia 23 de maio de 1937, foi realizado o primeiro festejo do Senhor Divino, naquela localidade. De 1937 a 1945 os festejos foram realizados alternadamente em Pedras Negras e Rolim de Moura. Com o surgimento da Capela de São Miguel, na localidade de Limoeiro, no Rio São Miguel, as festividades foram realizadas também naquela localidade, nos anos de 1945 e 1947. Com a inauguração oficial da Igreja de São Francisco em Pedras Negras, a Coroa retornou para lá, em julho de 1947, sendo que o festejo foi realizado a 17 de julho, na mesma localidade de Pedras Negras. Assim de 1948 a 1953, ficou obedecendo a um rodízio entre as localidades de pedras negras, Rolim de Moura e Limoeiro. Com a inscrição de irmãos bolivianos, no ano de 1953, foi feito para a localidade de Versalles, República da Bolívia, e em 5 de junho de 1954 foi realizado o primeiro festejo naquela localidade, na Capela de São José. Em 1955, foram sorteados os Irmãos da localidade de Santo Antônio, em 29 de maio de mesmo ano, foi feito o primeiro festejo naquela localidade. No ano seguinte, o festejo voltou a ser realizado em Limoeiro, na Igreja de São Miguel, aos 20 dias do mês de maio de 1956. Aos 09 dias do mês de junho do ano de 1957, com muito fervor, foram realizados pela primeira vez os festejos do Senhor Divino na Capela de São Sebastião de Costa Marques. Atualmente a Festa vem se realizando em sistema de rodízio, atingindo a cada ano a localidades de Pedras negras, Limoeiro, Costa Marques, Pimenteiras, Rolim de Moura e Versalhes na Bolívia. A escolha do Local é feita durante o encerramento dos festejos, através de sorteio e recai de quatro em quatro anos no mesmo local. O registro mais antigo sobre a realização dos festejos, data de 1936 e o Estatuto de Criação da Irmandade do Divino Espírito Santo, no Guaporé, data de 1934. No entanto, antigos moradores e descendentes dos primeiros organizadores dos festejos, afirmam que Ata da festa dotada do século passado, em folha avulsa e que foi extraviada durante o período de sua paralisação. Esse período ninguém soube precisar. Afirmam alguns que ocorreu após um desentendimento entre os membros da irmandade, cujo Presidente guardião da Coroa, na época, descontentando-se a entregou a Prelazia de Guajará-Mirim. D. Francisco Xavier Rey, Bispo de Guajará-Mirim, foi o revitalizador da Festa, por volta do 1934/19 36. Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/cuiaba/cuiaba.php História e Geografia do Estado do Mato Grosso O povoamento As origens históricas do povoamento de Mato Grosso estão ligadas às descobertas de ricos veios auríferos, já no começo do século 18. Em 1718, o bandeirante Antônio Pires de Campos, que um ano antes esteve às margens do Rio Coxipó, em local denominado São Gonçalo Velho, onde combateu e aprisionou centenas de índios Coxiponé (Bororo), encontrou-se com gente da Bandeira de Paschoal Moreira Cabral Leme, informando-lhes sobre a possibilidade de escravizarem índios à vontade. Ao ser informado da fartura da (possível) preá, Paschoal Moreira Cabral Leme seguiu Coxipó acima: o seu intento, no entanto, não foi realizado, pois no confronto com o gentio da terra, na confluência dos rios Mutuca e Coxipó, os temíveis Coxiponé, que dominavam esta região, teve sua expedição totalmente rechaçada pelas bordunas e fechas certeiras daquele povo guerreiro. Enquanto a expedição de Moreira Cabral se restabelecia dos danos causados pela incursão Coxiponé, dedicaram-se ao cultivo de plantações de subsistência, apenas visando o suprimento imediato da bandeira. Foi nesta época que alguns dos seus companheiros, embrenhando-se Coxipó acima, encontraram em suas barrancas as primeiras amostras de ouro. Entusiasmados pela possibilidade de riqueza fácil, renegaram o objetivo principal da bandeira, sob os protestos imediatos de Cabral Leme, que, entretanto, aderiu aos demais. Foi desta forma que estando à procura de índios para escravizar Paschoal Moreira Cabral Leme encontrou ouro em quantidade inimaginada. Desta forma os paulistas bateram as estremas das regiões cuiabanas, onde o ouro se desvendava aos seus olhos. A descoberta do ouro levou os componentes da bandeira de Cabral a se deslocarem para uma área onde tivessem maior facilidade de ação. Surgiu Forquilha, a povoação pioneira de todo
  • 15. 12 Mato Grosso, na confluência do Rio Coxipó com o Ribeirão Mutuca, exatamente onde tempos havia ocorrido terrível embate entre paulistas e índios da nação Coxiponé. Espalhou-se então a notícia da descoberta das Minas do Cuyabá. Vale dizer que o adensamento de Forquilha foi inevitável, o que preocupou a comunidade quanto à manutenção da ordem e estabilidade do núcleo. Este fato levou Paschoal Moreira Cabral, juntamente com alguns bandeirantes, a lavrar uma ata e fundar o Arraial de Cuiabá, em 08 de abril de 1719, devendo a partir de então, seguir administrativamente os preceitos e determinações legais da Coroa. Na verdade, a Ata de Criação de Cuiabá deixa nítida a preocupação de Paschoal Moreira Cabral em notificar à Coroa Portuguesa os seus direitos de posse sobre as novas lavras. Em 1722, ocorreu a descoberta de um dos veios auríferos mais importantes da área, no local denominado Tanque do Arnesto, por Miguel Sutil, que aportara em Cuiabá com o intuito de dedicar-se à agricultura. Com a propagação de que constituíam os veios mais fartos da área, a migração oriunda de todas as partes da colônia tornou-se mais intensa, fato que fez de Cuiabá, no período de 1722 a 1726, uma das mais populosas cidades do Brasil, na época. Período de Capitania No período de Capitania, Portugal se empenhou na defesa do território conquistado. A preocupação com a fronteira, a extensa linha que ia do Paraguai ao Acre, continha um aspecto estratégico: ocupar o máximo de território possível na margem esquerda do Rio Guaporé e na direita do Rio Paraguai. O rio e as estradas eram questões de importância fundamental, pois apenas se podia contar com animais e barcos. À Capitania de Mato Grosso faltava povo e recursos financeiros para manter a política de conquista. Favorecimentos especiais foram prometidos para os que morassem em Vila Bela, visando o aumento da povoação. Como o Rio Paraguai era vedado à navegação até o Oceano Atlântico, os governadores da Capitania agilizaram o domínio dos caminhos para o leste e a navegação para o norte, pelos rios Madeira, Arinos e Tapajós. Ocorreram avanços de ambas as partes, Portugal e Espanha, para território de domínio oposto. Antes da criação da Capitania de Mato Grosso, os missionários jesuítas espanhóis ocuparam a margem direita do Rio Guaporé, como medida preventiva de defesa. Para desalojar os missionários, Rolim de Moura não duvidou em empregar recursos bélicos. No governo do Capitão General João Carlos Augusto D‘Oeynhausen, Dom João VI instituiu o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, a 16 de dezembro de 1815. A proximidade do governo supremo situado no Rio de Janeiro favoreceu a solução mais rápida das questões de governo. A independência de comércio trouxe novos alentos à vida mato-grossense. Com a aproximação do fim da Capitania, Cuiabá assumiu aos poucos a liderança política. Vila Bela da Santíssima Trindade funcionou eficazmente como centro político da defesa da fronteira. Não podia ostentar o brilho comercial de Cuiabá e Diamantino. O último governador da Capitania, Francisco de Paula Magessi Tavares de Carvalho já governou todo o tempo em Cuiabá. Em Mato Grosso, precisamente nos anos de maturação da Independência, acirraram-se as lutas pelo poder supremo da Capitania. A nobreza, o clero e o povo depuseram o último governador Magessi. Em seu lugar se elegeu uma Junta Governativa. Enquanto uma Junta se elegia em Cuiabá, outra se elegeu em Mato Grosso, topônimo que passou a ser conhecido Vila Bela da Santíssima Trindade, a partir de 17 de setembro de 1818. Sob o regime de Juntas Governativas entrou Mato Grosso no período do Brasil Independente, tornando-se Província. Primeiro Império Em 25 de março de 1824, entrou em vigor a Constituição do Império do Brasil. As Capitanias passaram à denominação de Províncias, sendo os presidentes nomeados pelo Imperador. Mas o Governo Provisório Constitucional regeu Mato Grosso até 1825. A 10 de setembro de 1825, José Saturnino da Costa Pereira assumiu o governo, em Cuiabá, como primeiro governador da Província de Mato Grosso, após a gestão do Governo Provisório Constitucional. No governo de Costa Pereira passou por Mato Grosso a célebre expedição russa, chefiada pelo Barão de Langsdorff, quando se registrou fatos e imagens da época. Também Costa Pereira, por arranjos de negociação, paralisou o avanço de 600 soldados chiquiteanos contra a região do Rio Guaporé, em fins de 1825. Costa Pereira criou o Arsenal da Marinha no porto de Cuiabá e o Jardim Botânico da cidade, entregando-o à direção do paulista Antônio Luís Patrício da Silva Manso. No governo do presidente Antônio Corrêa da Costa, ocorreu à criação do
  • 16. 13 município de Poconé, por Decreto Regencial de 25 de outubro de 1831, o quarto de Mato Grosso e o primeiro no período Provincial - ―Villa do Poconé‖. Revolta da Rusga - A 28 de maio de 1834, o também tenente coronel João Poupino Caldas, assume a presidência da Província. Em seu governo eclodiu a Rusga, revolta nativista que transformou a pacata comunidade cuiabana em feras à cata de portugueses, a quem chamavam bicudos. Em Cuiabá a ―Sociedade dos Zelosos da Independência‖ organizou a baderna, visando à invasão das casas e comércios de portugueses. Antônio Pedro de Alencastro assume o governo da Província a 29 de setembro de 1834 e promove processo contra os criminosos da sedição mato-grossense. Poupino, em troca da confiança do Presidente da Província, programa o enfraquecimento dos amotinados pela dissolução da Guarda Municipal e reorganização da Guarda Nacional. A Assembleia Provincial, pela Lei nº. 19, transfere a Capital da Província de Mato Grosso da cidade de Matto Grosso (Vila Bela) para a de Cuiabá. A 14 de agosto de 1839 circulou pela primeira vez um jornal em Cuiabá - Themis Mato-Grossense. A primeira tipografia foi adquirida por subscrição pública organizada pelo Presidente da Província José Antônio Pimenta Bueno, que era ferrenho defensor dos direitos provinciais. A educação contou com seu irrestrito apoio, sob sua direção, foi promulgado o Regulamento da Instrução Primária, através da Lei nº. 08, de 05 de março de 1837. Esse regulamento, disciplinador da matéria, estabelecia a criação de escolas em todas as povoações da Província e o preenchimento dos cargos de professor mediante concurso. Multava os pais que não mandassem seus filhos ás escolas, o que fez com que o ensino fosse obrigatório. Pimenta Bueno passou seu cargo ao cônego José da Silva Guimarães, seu vice. Segundo Império O primeiro presidente da Província de Mato Grosso, nomeado por Dom Pedro II, foi o cuiabano cônego José da Silva Magalhães, que assumiu a 28 de outubro de 1840. Em 1844, chega a Cuiabá o médico Dr. Sabino da Rocha Vieira para cumprir pena no Forte Príncipe da Beira. Fora o chefe da famosa Sabinada, pretendendo implantar uma República no Brasil. Neste mesmo ano de 1844, o francês Francis Castelnau visitou Mato Grosso em viagem de estudos. Tornou-se célebre pelos legados naturalistas. O cel. João José da Costa Pimentel foi nomeado para a presidência da Província a 11 de junho de 1849. Augusto Leverger, nomeado a 07 de outubro de 1850, assumiu o governo Provincial a 11 de fevereiro de 1851. Exerceu a presidência cinco vezes. Além de providências notáveis no tempo da Guerra do Paraguai, notabilizou-se pela pena de historiador de Mato Grosso. Importante Tratado abriu as portas do comércio de Mato Grosso para o progresso: o de 06 de abril de 1856. Graças à habilidade diplomática do Conselheiro Paranhos, Brasil e Paraguai celebraram o Tratado da Amizade, Navegação e Comércio. O primeiro vapor a sulcar as águas da Província de Mato Grosso foi o Water Witch, da marinha dos Estados Unidos, sob o comando do Comodoro Thomaz Jefferson Page, em 1853, incumbido pelo seu governo da exploração da navegação dos afluentes do Prata. Em 1859, ao tomar posse o presidente Antônio Pedro de Alencastro (o 2º Alencastro), chegou a Mato Grosso o Ajudante de Ordens, o capitão Manoel Deodoro da Fonseca, o futuro proclamador da República. No ano de 1862, o célebre pintor Bartolomé Bossi, italiano, visitou a Província de Mato Grosso, deixando um livro de memórias. Imortalizou em tela acontecimentos da época. Sobressai na História de Mato Grosso o episódio da Guerra do Paraguai. Solano Lopes aprisionou a 12 de novembro de 1864 o navio brasileiro Marquês de Olinda, que havia acabado de deixar o porto de Assunção, conduzindo o presidente eleito da Província de Mato Grosso, Frederico Carneiro de Campos. Começara ali a Guerra do Paraguai, de funestas lembranças para Mato Grosso. Os mato-grossenses foram quase dizimados pela varíola. Um efeito cascata se produziu atingindo povoações distantes. Metade dos moradores de Cuiabá pereceu. No entanto, o povo de Mato Grosso sente-se orgulhoso dos feitos da Guerra do Paraguai onde lutaram em minoria de gente e de material bélico, mas tomando por aliado o conhecimento da natureza e sempre produzindo elementos surpresa. Ruas e praças imortalizaram nomes e datas dos feitos dessa guerra. A notícia do fim da Guerra do Paraguai chegou a Cuiabá no dia 23 de março de 1870, com informações oficiais. O vapor Corumbá chegou embandeirado ao porto de Cuiabá, às cinco da tarde, dando salvas de tiros de canhão. Movimento notável ocorrido nesse período do Segundo Império foi o da abolição da escravatura. O símbolo do movimento aconteceu a 23 de março de 1872: O presidente da Província, Dr. Francisco José Cardoso Júnior, libertou 62 escravos, ao comemorar o aniversário da Constituição do Império. Em dezembro do mesmo ano, foi fundada a ―Sociedade Emancipadora Mato- Grossense‖, sendo presidente o Barão de Aguapeí.
  • 17. 14 A 12 de agosto de 1888, nasceu o Partido Republicano. Nomeiam-se líderes; José da Silva Rondon, José Barnabé de Mesquita, Vital de Araújo, Henrique José Vieira Filho, Guilherme Ferreira Garcêz, Frutuoso Paes de Campos, Manoel Figueiredo Ferreira Mendes. A notícia da Proclamação da República tomou os cuiabanos de surpresa a 09 de dezembro de 1889, trazida pelo comandante do Paquetinho Coxipó, pois vinte e um dias antes, a 18 de novembro felicitaram Dom Pedro II por ter saído ileso do atentado de 15 de junho. A 02 de setembro a Assembleia Provincial aprovara unânime a moção congratulatória pelo aniversário do Imperador. Ao findar o Império, a Província de Mato Grosso abrigava 80.000 habitantes. Povoamento Setecentista Nessa trajetória de ocupação e povoamento da Capitania de Mato Grosso, iniciada no governo de Rolim de Moura, outros povoados surgiram, a exemplo de Santana da Chapada, que, inicialmente se constituiu em uma grande reserva indígena, devido à determinação do governo em congregar naquela porção da Capitania, tribos indígenas diversas, com o objetivo de minimizar os constantes choques com as comunidades. Esse Parque Indígena, cuja formação remonta a 1751, teve a sua administração entregue a um padre jesuíta, que através de um trabalho de aculturação, conseguiu colocá-los em contato com a população garimpeira das proximidades. O período de 1772 a 1789 foi decisivo para a Capitania de Mato Grosso e consequentemente para o País, haja vista ter acontecido nessa época o alargamento da fronteira ocidental do Estado, estendendo-se desde o Vale do Rio Guaporé até as margens do Rio Paraguai. Para efetivação da política de expansão e povoamento e, principalmente para assegurar a posse da porção ocidental da Capitania, por inúmeras vezes molestada pelos espanhóis, foram criados nesse período, alguns fortes e povoados. Em 1755, Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, determinou a fundação do Forte de Coimbra, sito à margem direita do Rio Paraguai. Um ano após foi à vez do Forte Príncipe da Beira, instalado à margem direita do Rio Guaporé, hoje Estado de Rondônia. Em 1778, através de sua política expansionista, Luís de Albuquerque fundou o povoado de Nossa Senhora da Conceição de Albuquerque, atualmente município de Corumbá. Três anos após foi à vez da fundação de Vila Maria do Paraguai, hoje Cáceres. Ainda em 1781 foi fundada a povoação de São Pedro Del Rey, atualmente o município de Poconé. Além do que fundou os registros do Jauru (região oeste) e Ínsua (região leste) no Rio Araguaia. Em 1783, Melo e Cáceres determinou a fundação do povoado de Casalvasco e ainda ocupou a margem esquerda do Rio Guaporé, de domínio espanhol, fundando o povoado de Viseu. Desdobramentos - Antes da abordagem do povoamento no século XIX, referenciamos a ocupação de povoados que se revestiram de grande importância no quadro geral da expansão desenvolvimentista. Neste particular não podem ser esquecidas as áreas hoje constituídas pelos municípios de Barra do Garças, Rosário Oeste, Nossa Senhora do Livramento e Santo Antônio de Leverger. Os primeiros sinais de povoamento na região onde hoje se localiza o município de Barra do Garças, e consequentemente da margem esquerda do Rio Araguaia, foi o Arraial dos Araés, mais tarde denominado Santo Antônio do Amarante, por volta de 1752. Na área do atual município de Nossa Senhora do Livramento, a mineração aurífera se constituiu na célula mater de sua ocupação. Adversamente à ocupação de grande porção da Capitania de Mato Grosso, a das áreas onde atualmente se localizam os municípios de Santo Antônio de Leverger e Barão de Melgaço não se fez embasada na mineração, mas sim na fertilidade das terras, denotada pela exuberância das matas que margeavam toda a vasta orla ribeirinha, no baixo Cuiabá. O início do povoamento remonta aos primeiros anos do século XVIII, e seus primeiros habitantes constituíram-se não só de pessoas desgarradas das bandeiras que aportavam em Cuiabá, mas também daquelas que buscavam fugir da penúria que por longo tempo reinou no povoado. Em 1825, a população da região de Diamantino era de cerca de 6.077 pessoas, das quais 3.550 escravos. Cuiabá era o principal centro comercial de borracha, e além da Casa Almeida, trabalhavam neste ramo as empresas, Casa Orlando, fundada em 1873, Alexandre Addor, fundada em 1865 e com sede na Rua Conde D‘Eu (hoje Avenida 15 de novembro), ainda as empresas Firmo & Ponce, Figueiredo Oliveira, Lucas Borges & Cia., Fernando Leite e Filhos, João Celestino Cardoso, Eduardo A. de Campos, Francisco Lucas de Barros, Arthur de Campos Borges, Dr. João Carlos Pereira Leite e outros. Foi à época do esplendor da borracha, com Diamantino sendo o grande centro produtor e Cuiabá convergindo a comercialização.
  • 18. 15 Primeira República Em 09 de dezembro de 1889, Antônio Maria Coelho assumiu as rédeas do governo republicano em Mato Grosso. A 15 de agosto de 1891 se promulgava a Primeira Constituição do Estado de Mato Grosso. O termo Província deu lugar a Estado. O chefe do executivo mantinha a denominação de presidente. Eleito pela Assembleia Legislativa, o jurista Dr. Manoel José Murtinho assumiu o cargo de primeiro presidente do Estado de Mato Grosso, a 16 de agosto de 1891. Em 1894, os salesianos chegaram a Mato Grosso, a pedido do bispo Dom Carlos Luís D‘Amour ao fundador Dom Bosco. Os salesianos deixaram histórico rastro cultural em Mato Grosso, notabilizaram- se pelas Missões entre povos indígenas. O conturbado período político de 1889 a 1906 assinalou progressos econômicos. Usinas açucareiras da beira do Rio Cuiabá desenvolveram-se, tornando-se potências econômicas no Estado. Notabilizaram-se as usinas além de outras. Também a produção de borracha tomou notável impulso. Outra fonte de riqueza em crescimento foram os ervais da região fronteiriça com o Paraguai. Em 1905 tiveram início as obras da estrada de ferro, que cortou o sul do Estado. Os chefes do Partido Republicano, além de se reunirem em pontos de difícil acesso, como nos seringais, também obtiveram asilo político no Paraguai, ali editaram o jornal ―A Reação‖, que entrava clandestinamente em Mato Grosso. Em 1906, Generoso Ponce retorna a Mato Grosso e em Corumbá se encontra com Manoel José Murtinho, então adversário político. Fazem as pazes e nasce o movimento denominado ―Coligação‖. O Partido Republicano ordena as forças para a retomada do poder presidencial de Cuiabá, pressionando do sul e do norte. Ponce sobe de Corumbá e o cel. Pedro Celestino desce de Alto Paraguai Diamantino. Ponce agia às pressas, porque o presidente Antônio Paes de Barros pedira socorro à União. Do Rio de Janeiro o gal. Dantas Barreto partiu em auxílio ao presidente do Estado de Mato Grosso. As duas tenazes, do norte e do sul, à medida que progrediam o avanço, recebiam adesões de patriotas. Cerca de 4.000 homens cercaram Cuiabá. O presidente Antônio Paes de Barros, vendo-se impotente, furou o cerco, tomando disfarce, mas foi descoberto nas imediações da fábrica de pólvora do Coxipó, onde foi assassinado, a 06 de julho de 1906. A 15 de agosto de 1907, o cel. Generoso Paes Leme de Souza Ponce assumiu o governo do Estado de Mato Grosso. Seus substitutos legais eram o cel. Pedro Celestino Corrêa da Costa, dr. Joaquim Augusto da Costa Marques e o cel. João Batista de Almeida Filho. O cel. Pedro Celestino foi substituído pelo Dr. Joaquim Augusto da Costa Marques, que tomou posse a 15 de agosto de 1911, tendo como vice o cel. Joaquim Caraciolo Peixoto de Azevedo, dr. José Carmo da Silva Pereira e o Dr. Eduardo Olímpio Machado. O presidente Costa Marques conseguiu a proeza de governar ininterruptamente, fato inédito naqueles tempos de política turbulenta. A Costa Marques sucedeu em 15 de agosto de 1915, o gal. Caetano Manoel de Faria e Albuquerque. Eram difíceis os tempos de I Grande Guerra Mundial, sendo que a 22 de janeiro de 1918, tomou posse D. Francisco de Aquino Corrêa, Bispo de Prusíade, eleito para o quadriênio 1918-1922, governando por todo seu mandato. Posteriormente foi eleito, por voto direto o cel. Pedro Celestino Corrêa da Costa, que assumiu o governo em 22 de janeiro de 1922, cujo mandato se expiraria em 1926. No entanto, não chegou a completá-lo, deixando o comando do governo, por motivos de saúde, a 1º de novembro de 1924. Nesta ocasião o 1º vice-presidente, Dr. Estevão Alves Corrêa, assumiu a presidência, governando até o fim do mandato. Neste período cruzou o chão mato-grossense a épica ―Coluna Prestes‖, que passou por diversas localidades do Estado, deixando um rastro de admiração e tristeza. O 10º presidente constitucional do Estado de Mato Grosso foi o Dr. Mário Corrêa da Costa, que governou de 1926 até 1930. O Dr. Anibal Benício de Toledo, 11º presidente constitucional, assumiu o governo estadual a 22 de janeiro, para o quadriênio 1930-1934. Esteve à frente da governadoria apenas por 9 meses e 8 dias, em função dos resultados práticos da Revolução de 30. Na sequência assumiu o governo o major Sebastião Rabelo Leite - Comandante da Guarnição Militar de Cuiabá. Segunda República Os anos de 1930-1945 foram marcados por forte influência europeia. A política centralizadora de Getúlio Vargas se fez sentir em Mato Grosso: interventores federais foram nomeados por entre exercícios de curto governo. A 16 de julho de 1934, o Congresso Nacional promulgou uma nova Constituição Federal, que foi seguida pela estadual mato-grossense, a 07 de setembro de 1935. O título de presidente foi substituído pelo de governador. Os constituintes estaduais elegeram o Dr. Mário
  • 19. 16 Corrêa da Costa para governador, que tomou posse como o 12º governo constitucional. Foi este um governo marcado por agitações políticas. A normalidade voltou com a eleição do bel. Júlio Strubing Müller pela Assembleia Legislativa para governador, que assumiu o cargo em 04 de outubro de 1937. Ocorrendo o golpe do ―Estado Novo‖ de Getúlio Dornelles Vargas a 10 de novembro de 1937, o Estado de Mato Grosso passou ao regime de interventoria novamente. Nesse período registraram-se progressos econômicos e notável participação de Mato Grosso na Segunda Guerra Mundial. Em 15 de outubro de 1939, instalou-se em Cuiabá a Rádio Voz do Oeste, sob a direção de seu criador, Jercy Jacob: professor, poeta, músico, compositor e técnico em radieletricidade. Marcou época o programa ―Domingo Festivo na Cidade Verde‖, apresentado por Rabello Leite e Alves de Oliveira, ao vivo, no anfiteatro do Liceu Cuiabano. Mais tarde, Alves de Oliveira e Adelino Praeiro deram sequência ao programa no Cine Teatro Cuiabá. Por efeito da Constituição Federal de 1946, um novo período de normalidade se instituiu. A Assembleia Constituinte de Mato Grosso elegeu o primeiro governador do período, Dr. Arnaldo Estevão de Figueiredo. A 03 de outubro de 1950 houve eleições para governador, concorrendo Filinto Müller, pelo Partido Social Democrata e Fernando Corrêa da Costa pela União Democrática Nacional. Venceu Fernando Corrêa, que tomou posse a 31 de janeiro de 1951, governando até 31 de janeiro de 1956. Fernando Corrêa da Costa instalou a Faculdade de Direito de Mato Grosso, núcleo inicial da futura Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT. O engenheiro civil João Ponce de Arruda recebeu das mãos de Fernando Corrêa o governo de Mato Grosso, administrando o Estado por cinco anos, de 31 de janeiro de 1956 até 31 de janeiro de 1961. A 19 de janeiro de 1958, faleceu no Rio de Janeiro Cândido Mariano da Silva Rondon ou simplesmente o Marechal Rondon, como ficou mundialmente conhecido. Em 31 de janeiro de 1961, pela segunda vez, o médico Fernando Corrêa da Costa tomou posse como governador. Em seu segundo mandato ocorreu a Revolução de 31 de março de 1964, o que serviu para ―esticar‖ o período de governo, permanecendo à frente do executivo até 15 de março de 1966. Governou nesta segunda vez por 5 anos, 1 mês e 15 dias. Em 1964 Mato Grosso tornou-se um dos focos do movimento revolucionário. Declarada a Revolução em Minas Gerais, a tropa do 16º Batalhão de Caçadores de Cuiabá avançou para Brasília, sendo a primeira unidade militar a ocupar a capital da República. O governo militar instituiu o voto indireto para governador. O nome era proposto pela Presidência da República, homologado pela Assembleia Legislativa. Apenas em 1982, voltariam às eleições diretas. No primeiro governo revolucionário, o Dr. Roberto de Oliveira Campos, mato-grossense de largo passado de serviços públicos, foi escolhido para Ministro de Planejamento. No governo do general Castelo Branco, o mato-grossense general Dilermando Gomes Monteiro exerceu a função de Subchefe da Casa Militar, passando a Chefe da Casa Militar no governo do gal. Ernesto Geisel, posteriormente a Comandante do II Exército e a Ministro do Superior Tribunal Militar. Filinto Müller se projetou como senador, nacionalmente. Líder do governo no Senado Federal, Presidente do Senado e Presidente da ARENA. Faleceu em desastre aéreo nas proximidades de Paris, em 1972, na chamada ―Tragédia de Orly‖, quando exercia a função de Presidente do Congresso Nacional. A par do progresso material, o Estado desenvolveu-se culturalmente. No governo de Pedro Pedrossian, que governou por cinco anos, surgiram as universidades de Cuiabá e Campo Grande. Verificou-se a inauguração da primeira emissora de televisão, a TV Centro América, em 1969. Logo a seguir Mato Grosso se ligaria ao resto do Brasil por micro-ondas, pela EMBRATEL, e logo pelo sistema de Discagem Direta a Distância - DDI. Mato Grosso tornou-se ponto de apoio ao governo federal para o projeto de integração da Amazônia, desfraldado o slogan ―integrar para não entregar‖. Uma das consequências do desenvolvimento foi o desmembramento do território, formando o Estado de Mato Grosso do Sul, a 11 de outubro de 1977, através da Lei Complementar nº. 31. O novo Estado foi instalado a 1º de janeiro de 1979. No período pós Estado Novo, dois mato-grossenses subiram à Presidência da República: Eurico Gaspar Dutra e Jânio da Silva Quadros. A crise econômica brasileira se tornou aguda nesse período com a desvalorização acelerada da moeda nacional. Sem os suportes de projetos federais especiais para a fronteira agrícola, os migrantes em parte se retiraram de Mato Grosso. No entanto, um projeto de maior monta é o conjunto de infraestrutura de transporte. O projeto de estrada de ferro ligando São Paulo a Cuiabá entra em fase de efetivação, a fim de resolver parte dos problemas de transporte de grãos. O projeto de uma zona de Processamento de Exportação entra em fase de implantação. Visa-se exportar os produtos mato- grossenses por via fluvial. O povo migrado para Mato Grosso tem, com a crise brasileira, a ocasião de uma pausa no desenfreado trabalho de progresso, ocupando-se com o aprofundamento da cultura mato-grossense.
  • 20. 17 Mato Grosso ingressa definitivamente na idade da cultura, completando o desenvolvimento material, comercial e industrial. A Antiga Capital Por ordem de Portugal, a sede da Capitania foi fixada no Vale do Rio Guaporé, por motivos políticos e econômicos de fronteira. D. Antônio Rolim de Moura Tavares, Capitão General, foi nomeado pela Carta Régia de 25 de janeiro de 1749. Tomou posse a 17 de janeiro de 1751. Rolim de Moura era fidalgo português e primo do Rei, mais tarde foi titulado Conde de Azambuja. A 19 de março de 1752, D. Rolim de Moura fundou Villa Bela da Santíssima Trindade, às margens do Rio Guaporé, que se tornou capital da Capitania de Mato Grosso. Vários povoados haviam se formado na porção oeste, desde 1.726 até a criação da Capitania, a exemplo de Santana, São Francisco Xavier e Nossa Senhora do Pilar. Esses povoados, além de constituírem os primeiros vestígios da ocupação da porção ocidental da Capitania, tornaram-se o embrião para o surgimento de Vila Bela, edificada na localidade denominada Pouso Alegre. O crescimento de Vila Bela foi gradativo e teve como maior fator de sua composição étnica, os negros oriundos da África para trabalho escravo, além dos migrantes de diversas áreas da Colônia. O período áureo de Vila Bela ocorreu durante o espaço de tempo em que esteve como sede política e administrativa da Capitania, até 1820. A partir daí, começou a haver descentralização política, e Vila Bela divide com Cuiabá a administração Provincial. No tempo do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, no início do século XIX, Cuiabá atraía para si a sede da Capitania. Vila Bela recebia o título de cidade sob a denominação de Matto Grosso. A medida tardou a se concretizar, dando até ocasião de se propor a mudança da capital para Alto Paraguay Diamantino (atualmente município de Diamantino). A Lei nº. 09, de 28 de agosto de 1835, encerrou definitivamente a questão da capital, sediando-a em Cuiabá. Tratou-se de processo irreversível a perda da capital em Vila Bela, quando esta ―vila‖ declinava após o governo de Luíz de Albuquerque. A cidade de Matto Grosso, a nova denominação, passou às ruínas, e era considerada como qualquer outro município fronteiriço. Hoje em dia a cidade passou a ser vista de uma outra maneira, principalmente pelo redescobrimento de sua riqueza étnico-cultural. A Lei Federal nº. 5.449, de 04 de julho de 1968 tornou Mato Grosso município de Segurança Nacional. Em 29 de novembro de 1978, a Lei nº. 4.014, alterava a denominação de Mato Grosso para Vila Bela da Santíssima Trindade, voltando ao nome original. Primórdios Cuiabanos Em 1722, por Provisão Régia, o Arraial de Cuiabá foi elevado à categoria de distrito da Capitania de São Paulo. A Coroa mandou que o governador da Capitania de São Paulo, Dom Rodrigo Cesar de Menezes instalasse a Villa, o município, estrutura suprema local de governo. Dom Rodrigo partiu de São Paulo a 06 de junho de 1726 e chegou a Cuiabá a 15 de novembro do mesmo ano. A 1º de janeiro instalou a Villa. Há de se dizer, entretanto, que na administração do governador Rodrigo Cesar de Menezes, que trouxe ao Arraial mais de três mil pessoas, houveram transformações radicais no sistema econômico- administrativo da Villa. A medida mais drástica foi a elevação do imposto cobrado sobre o ouro, gerando aumento no custo de vida, devido ao crescimento populacional, agravando a situação precária do garimpo já decadente. Estes fatos, aliados à grande violência que mesclou a sua administração, bem como a escassez das minas de Cuiabá, tornaram-se fundamentais para a grande evasão populacional para outras áreas. A 29 de março de 1729, D. João V, criou o cargo de Ouvidor em Cuiabá. Apesar do Brasil já se desenvolver a 200 anos, Cuiabá ainda participou da estrutura antiga dos municípios, em que o poder máximo era exercido pelo legislativo, cabendo ao executivo um simples papel de Procurador. O chefe nato do legislativo era a autoridade suprema do Judiciário. Por isso o poder municipal era também denominado de Ouvidoria de Cuiabá. Ainda não se usava designar limite ou área ao município; apenas recebia atenção formal a sede municipal, com perímetro urbano. O resto do território se perdia num indefinido denominado Distrito. Por isso se costumava dizer ―Cuyabá e seu Distrito‖. Naquele tempo os garimpeiros corriam atrás das manchas, lugares que rendiam muito ouro. Assim, em 1737, por ocasião das notícias de muito ouro para as bandas do Guaporé, enorme contingente optou pela migração. Se a situação da Vila de Cuiabá já estava difícil, tornou-se pior com a criação da Capitania, em 09 de maio de 1748. Em 1751, a vila contava com seis ruas, sendo a principal a Rua das Trepadeiras (hoje Pedro Celestino). Muitos de seus habitantes migraram para a capital da Capitania, atraídos pelos
  • 21. 18 privilégios oferecidos aos que ali fossem morar. Este fator permitiu que Cuiabá ficasse quase estagnada por período de setenta anos. Fonte: http://www.mteseusmunicipios.com.br/ Dados geográficos do Mato Grosso Capital: Cuiabá População estimada: (2014): 3.224.357 População: (2010): 3.035.122 Área (km²): 903.366,192 Densidade demográfica (hab/km²): 3,36 Número de Municípios: 141 Fonte: IBGE Geografia do Mato Grosso Localização Mato Grosso tem 903.357,908 km2 de extensão. É o terceiro maior estado do país, ficando atrás somente do Amazonas e do Pará. A área urbana de Mato Grosso é de 519,7 km2, o que coloca o estado em 11º lugar nos ranking de estados com maior mancha urbana. Localizado no Centro-Oeste brasileiro, fica no centro geodésico da América Latina. Cuiabá, a capital, está localizada exatamente no meio do caminho entre o Atlântico e o Pacifico, ou seja, em linha reta é o ponto mais central do continente. O local exato foi calculado por Marechal Rondon durante suas expedições pelo estado e é marcado com um monumento, o obelisco da Câmara dos Vereadores. Mato Grosso é um estado com altitudes modestas, o relevo apresenta grandes superfícies aplainadas, talhadas em rochas sedimentares e abrange três regiões distintas: na porção centro-norte do estado, a dos chapadões sedimentares e planaltos cristalinos (com altitudes entre 400 e 800m), que integram o planalto central brasileiro. A do planalto arenito-basáltico, localizada no sul, simples parcela do planalto meridional. A parte do Pantanal Mato-Grossense, baixada da porção centro-ocidental. Devido à grande extensão Leste-Oeste, o território brasileiro abrange quatro fusos horários situados a Oeste de Greenwich. O Estado de Mato Grosso abrange o fuso horário quatro negativo (-4). Apresenta, portanto, 4 horas a menos, tendo como referência Londres, o horário GMT (Greenwich Meridian Time). População Mato Grosso é um estado de povos diversos, uma mistura de índios, negros, espanhóis e portugueses que se miscigenaram nos primeiros anos do período colonial. Foi essa gente miscigenada que recebeu migrantes vindo de outras partes do país. Hoje, 41% dos moradores do estado nasceram em outras partes do país ou no exterior. Segundo o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizado em 2010, Mato Grosso possui 3.035.122 habitantes, o que representa 1,59% da população brasileira. Vivem na zona urbana 81,9% da população, contra 18,1% da zona rural. O número de homens corresponde a 51,05%, sendo ligeiramente superior ao das mulheres, que representa 48,95%. Mato Grosso é um estado de proporções gigantescas com diversas regiões inabitadas, o que interfere diretamente na taxa de densidade demográfica, que é de 3,3 habitantes por km2. É o segundo mais populoso do Centro-Oeste, ficando atrás apenas de Goiás, que tem quase o dobro de habitantes (6.003.788) e com pouco mais que Mato Grosso do Sul (2.449.341). A taxa de crescimento demográfico de Mato Grosso é de 1,9% ao ano.
  • 22. 19 Bacias Hidrográficas Mato Grosso é um dos lugares com maior volume de água doce no mundo. Considerado a caixa- d'água do Brasil por conta dos seus inúmeros rios, aquíferos e nascentes. O planalto dos Parecis, que ocupa toda porção centro-norte do território, é o principal divisor de águas do estado. Ele reparte as águas das três bacias hidrográficas mais importantes do Brasil: Bacia Amazônica, Bacia Platina e Bacia do Tocantins. Os rios de Mato Grosso estão divididos nessas três grandes bacias hidrográficas que integram o sistema nacional, no entanto, devido à enorme riqueza hídrica do estado, muito rios possuem características específicas e ligações tão estreitas com os locais que atravessam que representam, por si só, uma unidade geográfica, recebendo o nome de sub-bacias. As principais sub-bacias do estado são: Sub-bacia do Guaporé, Sub-bacia do Aripuanã, Sub-bacia do Juruena-Arinos, Sub-bacia do Teles Pires e Sub-Bacia do Xingu. Os rios pertencentes à Bacia Amazônica drenam 2/3 do território mato-grossense. Biomas: Mato Grosso é um estado privilegiado em termos de biodiversidade. É o único do Brasil a ter, sozinho, três dos principais biomas do país: Amazônia, Cerrado e Pantanal. CERRADO - Uma vegetação riquíssima com uma biodiversidade gigante, o Cerrado é o principal bioma do Centro-Oeste brasileiro. Já foi retratado nos livros de Guimarães Rosa e outros poetas e é considerada a Savana brasileira. Em Mato Grosso, o cerrado cobre 38,29% de todo o território. Localizado principalmente nas depressões de Alto Paraguai - Guaporé, o sul e o sudeste do planalto dos Parecis e ao sul do paralelo 13º, até os limites de Mato Grosso do Sul. A riqueza florística do cerrado só é menor do que a das florestas tropicais úmidas. A vegetação é composta por gramíneas, arbustos e árvores esparsas. As árvores têm caules retorcidos e raízes longas, que permitem a absorção da água mesmo durante a estação seca do inverno. No ambiente do Cerrado são conhecidos, até o momento, mais de 1.500 espécies de animais, entre vertebrados (mamíferos, aves, peixes, repteis e anfíbios) e invertebrados (insetos, moluscos, etc). Cerca de 161 das 524 espécies de mamíferos do mundo estão no Cerrado. Apresenta 837 espécies de aves, 150 espécies de anfíbios e 120 espécies de répteis. PANTANAL - É a maior área alegável do planeta, com uma fauna exuberante e cenários que encantam qualquer visitante. Apesar de ocupar apenas 7,2% do estado, o Pantanal é o bioma mais exaltado quando se fala em Mato Grosso. Considerado pela UNESCO Patrimônio Natural Mundial e Reserva da Biosfera. A fauna pantaneira é muito rica, provavelmente a mais rica do planeta. Há 650 espécies de aves. Apenas a título de comparação: no Brasil inteiro existem 1.800 aves catalogadas. Talvez a mais espetacular seja a arara-azul-grande, uma espécie ameaçada de extinção. Há ainda tuiuiús (símbolo do Pantanal), tucanos, periquitos, garças-brancas, beija-flores, jaçanãs, emas, seriemas, papagaios, colhereiros, gaviões, carcarás e curicacas. No Pantanal já foram catalogadas mais de 1.100 espécies de borboletas. Contam-se mais de 80 espécies de mamíferos, sendo os principais a onça-pintada (que atinge 1,2 m de comprimento, 85 cm de altura e pesa até 150 kg), capivara, lobinho, veado-campeiro, lobo-guará, macaco-prego, cervo do pantanal, bugio, porco do mato, tamanduá, anta, bicho-preguiça, ariranha, quati, tatu e outros. A vegetação pantaneira é um mosaico de cinco regiões distintas: Floresta Amazônica, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica e Chaco (paraguaio, argentino e boliviano). Durante a seca, os campos se tornam amarelados e constantemente a temperatura desce a níveis abaixo de 0 °C, com registro de geadas, influenciada pelos ventos que chegam do sul do continente. AMAZÔNIA - Existem dois tipos de florestas em Mato Grosso: a Floresta Amazônica e a Floresta Estacional. Elas ocupam cerca de 50% do território mato-grossense. Concentrada no norte do estado, a Amazônia é o que existe de mais complexo em termos de biodiversidade no mundo. Devido à dificuldade de entrada de luz, pela abundância e grossura das copas, a vegetação rasteira é muito escassa na Amazônia. Os animais também. A maior parte da fauna amazônica é composta de bichos que habitam as copas das árvores. Não existem animais de grande porte no bioma, como no Cerrado. Entre as aves da copa estão os papagaios, tucanos e pica-paus. Entre os mamíferos estão os morcegos, roedores, macacos e marsupiais. É uma das três grandes florestas tropicais do mundo. O clima na floresta Amazônica é equatorial, quente e úmido, devido à proximidade à Linha do Equador (contínua à Mata Atlântica), com a temperatura variando pouco durante o ano. As chuvas são abundantes, com as médias de precipitação anuais variando de 1.500 mm a 1.700 mm. O período chuvoso dura seis meses. O nome Amazônia deriva de "amazonas", mulheres guerreiras da Mitologia grega.
  • 23. 20 Clima Mato Grosso é um estado de clima variado. Sua capital, Cuiabá, é uma das cidades mais quentes do Brasil, com temperatura média que gira em torno de 24°C e não raro bate os 40º. Mas há 60 quilômetros, em Chapada dos Guimarães, o clima já muda completamente. É mais ameno, com ventos diurnos e noites frias. Chapada já registrou temperaturas negativas, fato nunca ocorrido em Cuiabá. O estado de Mato Grosso apresenta sensível variedade de climas. Prevalece o tropical super-úmido de monção, com elevada temperatura média anual, superior a 24º C e alta pluviosidade (2.000mm anuais); e o tropical, com chuvas de verão e inverno seco, caracterizado por médias de 23°C no planalto. A pluviosidade é alta também nesse clima: excede a média anual de 1.500mm. Fonte: Governo de Mato Grosso A Guerra da Tríplice Aliança Durante o período monárquico, o Brasil se envolveu em três conflitos internacionais com países fronteiriços situados ao sul, na região Platina. A Guerra do Paraguai, porém, foi o mais longo e violento. Começou em 1864 e terminou em 1870, com a derrota do Paraguai para os países que formaram a chamada Tríplice Aliança: o Brasil, a Argentina e o Uruguai. A principal causa da guerra está relacionada às tentativas do governo do ditador paraguaio, Francisco Solano López, de colocar em prática uma política expansionista, com o objetivo de ampliar o território do seu país, apossando-se de terras dos países vizinhos, e ter acesso ao mar pelo porto de Montevidéu. Solano López pretendia formar o Grande Paraguai, a partir da invasão e anexação do Uruguai, de partes do território argentino e das províncias brasileiras do Rio Grande do Sul e Mato Grosso. Não obstante, uma vez iniciado o conflito armado, os países que formaram a Tríplice Aliança procuraram defender seus respectivos interesses e se impor como potências regionais. O Grande Paraguai - Estudos historiográficos contemporâneos têm contribuído para melhor compreensão do conflito armado, de modo a refutar algumas hipóteses e teses acadêmicas e desmistificar as versões oficiais construídas pelos Estados soberanos envolvidos. Na verdade, todos os Estados envolvidos tinham informações parciais e até mesmo falsas sobre a capacidade e força militar do inimigo e avaliaram equivocadamente que o conflito armado seria um método rápido e, de certo modo, pouco custoso para solução do litígio regional. O Paraguai, país que saiu derrotado do conflito, não tinha condições sociais, econômicas e militares para sustentar uma guerra de longa duração contra os países platinos. Portanto, podemos afirmar que foi um erro estratégico da elite política paraguaia partir para a solução armada. Dados referentes à situação social do Paraguai indicam que a sociedade paraguaia era mais tradicional e rural do que urbana e moderna, era arcaica e extremamente desigual, com altos índices de analfabetismo. A população paraguaia era composta de cerca de 650 mil habitantes, no máximo (sendo que cerca de 25 mil eram escravos), a do Brasil era de cerca de 9.100.000 habitantes, a da Argentina, cerca de 1.737.000 habitantes, e a do Uruguai, perto de 250.000 habitantes. A economia do Paraguai era extremamente fraca, o país importava a maioria dos produtos manufaturados de que necessitava. Comparando as estatísticas referentes ao comércio exterior dos países da Região Platina (um importante indicador do dinamismo da economia), o comércio exterior do Paraguai chegava a 560.392 libras esterlinas (moeda britânica) e os indicadores da arrecadação de impostos, cuja estrutura era considerada deficiente, apontam para a cifra de 314.420 libras esterlinas. A título de comparação: no Brasil, a arrecadação de impostos atingia 4.392.226 libras esterlinas; na Argentina, cerca de 1.710.324 libras esterlinas; e no Uruguai, 870.714 libras esterlinas. Em termos militares, o Paraguai não possuía grande efetivo militar, nem mesmo organização militar moderna. Os soldados eram mal preparados, os armamentos eram arcaicos. A estrutura logística do exército era extremamente deficiente, pois carecia de atendimento hospitalar e adequado fornecimento de provisões, alimentos e munições. O estopim do conflito - Desde sua independência, os governantes paraguaios afastaram o país dos conflitos armados na região Platina. A política isolacionista paraguaia, porém, chegou ao fim com o governo do ditador Francisco Solano López. Em 1864, o Brasil estava envolvido num conflito armado com o Uruguai. Havia organizado tropas, invadido e deposto o governo uruguaio do ditador Aguirre, que era líder do Partido Blanco e aliado de