1) A epístola aos Romanos foi escrita pelo apóstolo Paulo para ensinar a doutrina da justificação pela fé em Cristo à igreja em Roma.
2) Paulo apresenta o tema central da carta como sendo a justiça de Deus revelada no Evangelho, que vem pela fé de início ao fim.
3) Ele explica que a ira de Deus se revela contra a impiedade e injustiça dos que não crêem, tendo conhecido a Deus através de Sua criação.
Estudo panorâmico do Novo Testamento, carta de Paulo aos Efésios.
Escola bíblica da igreja bíblica Luz do Mundo, Passo Fundo - RS.
www.iblmpf.blogspot.com.br
Se há um livro do Novo Testamento que exorta o cristão a permanecer na fé “nos últimos dias”, é a Epístola aos Hebreus. Foi dito muitas vezes que a epístola aos Hebreus começa como um tratado, continua como um sermão e termina como uma carta. Essa epístola tem uma mensagem especial para uma época marcada pela apostasia; ela se dirige ao crente que, ao defrontar-se com a descrença e a desobediência, deve permanecer firme na fé.
Estudo panorâmico do Novo Testamento, carta de Paulo aos Efésios.
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Se há um livro do Novo Testamento que exorta o cristão a permanecer na fé “nos últimos dias”, é a Epístola aos Hebreus. Foi dito muitas vezes que a epístola aos Hebreus começa como um tratado, continua como um sermão e termina como uma carta. Essa epístola tem uma mensagem especial para uma época marcada pela apostasia; ela se dirige ao crente que, ao defrontar-se com a descrença e a desobediência, deve permanecer firme na fé.
Aula 4 da EBD do Ministério Shalom com o tema "Jesus o grande Salvador", uma análise introdutória a cerca da Epístola aos Hebreus, produzida pelo professor Pr. Ricardo Gondim.
Se há um livro do Novo Testamento que exorta o cristão a permanecer na fé “nos últimos dias”, é a Epístola aos Hebreus. Foi dito muitas vezes que a epístola aos Hebreus começa como um tratado, continua como um sermão e termina como uma carta. Essa epístola tem uma mensagem especial para uma época marcada pela apostasia; ela se dirige ao crente que, ao defrontar-se com a descrença e a desobediência, deve permanecer firme.
Epístolas Gerais - I e II Pedro, I II e III João, Judas.RODRIGO FERREIRA
I e II Pedro, I II e III João, Judas, imperadores romanos, pedro, petro, tu és pedro e sobre esta rocha edificarei minha igreja, deveres dos casados, santidade.
Estudo panorâmico do Novo Testamento. Primeira epístola de Paulo aos tessalonicenses.
Escola Bíblica da Igreja Bíblica Luz do Mundo, Passo Fundo - RS.
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Aula 4 da EBD do Ministério Shalom com o tema "Jesus o grande Salvador", uma análise introdutória a cerca da Epístola aos Hebreus, produzida pelo professor Pr. Ricardo Gondim.
Se há um livro do Novo Testamento que exorta o cristão a permanecer na fé “nos últimos dias”, é a Epístola aos Hebreus. Foi dito muitas vezes que a epístola aos Hebreus começa como um tratado, continua como um sermão e termina como uma carta. Essa epístola tem uma mensagem especial para uma época marcada pela apostasia; ela se dirige ao crente que, ao defrontar-se com a descrença e a desobediência, deve permanecer firme.
Epístolas Gerais - I e II Pedro, I II e III João, Judas.RODRIGO FERREIRA
I e II Pedro, I II e III João, Judas, imperadores romanos, pedro, petro, tu és pedro e sobre esta rocha edificarei minha igreja, deveres dos casados, santidade.
Estudo panorâmico do Novo Testamento. Primeira epístola de Paulo aos tessalonicenses.
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A Epístola aos Romanos - Lição 01 - 2º Trimestre de 2016Pr. Andre Luiz
“Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego”
(Rm 1.16).
2Ts 2.3a “Não deixem que ninguém os engane de modo algum.”
Três princípios que devem orientar o comportamento sexual.
Se vc tivesse a certeza de que Jesus voltará em uma semana, o que faria?
1. INTRODUÇÃO
ROMANOS
Autoria
Desde os primórdios da Igreja, a epístola aos Romanos é aceita unanimemente como sendo de
autoria do apóstolo Paulo (Rm 1.1,5). Esta carta contém várias referências históricas que coincidem
com fatos conhecidos da vida do grande apóstolo de Cristo, e é considerada, por muitos teólogos,
a mais importante obra da Bíblia. O seu conteúdo é bem característico ao estilo de Paulo, o que é
notório ao compará-lo com outros de suas cartas sagradas.
Propósitos
Logo depois de cumprimentar os irmãos da Igreja em Roma, destinatários diretos das orientações
da missiva, o apóstolo Paulo, com sua típica saudação acompanhada de ação de graças, fazendo
uso da autoridade do Antigo Testamento (Hc 2.4), e apresenta o tema central de sua carta: a
justificação vem pela fé em Jesus Cristo, o Messias.
Assim, mais formal que as demais epístolas de Paulo, a carta aos Romanos apresenta de maneira
profunda e sistemática a doutrina da justificação pela fé (e seus desdobramentos). Paulo escreve
para uma igreja a qual não havia fundado, nem nunca estivera antes, embora lá tivesse alguns ami-
gos chegados. Além disso, a igreja, que era predominantemente gentílica, estava agindo de forma
intolerante contra os judeus cristãos que se sentiam constrangidos a obedecer às regras alimentares
e datas cerimoniais da tradição religiosa judaica (14.1-6).
A base dos argumentos de Paulo é a longânime, infalível e eterna justiça de Deus (1.16-17). A
partir dessa constatação, seguem-se várias abordagens doutrinais fundamentais: a revelação natural
(1.19-20); a universalidade do pecado (3.9-20); a plenitude da graça divina na justificação de todo ser
humano (3.24), mediante o sacrifício expiatório de Jesus (3.25), por meio da fé (cap. 4); a questão
do pecado original (5.12-20); a união com Cristo (cap. 6); a eleição e rejeição de Israel (caps. 9-11);
o uso dos dons espirituais (
p (12.3-9); e o respeito às autoridades (
); p (13.1-7).
)
É importante notar que Paulo escreveu aos Romanos também com a visão de preparar o caminho
para sua iminente viagem a Roma e para a missão que ainda pretendia realizar na Espanha (1.10-15;
15.22-29).
Data da primeira publicação
Foi durante a primavera do ano 57 d.C., que o apóstolo Paulo concluiu seu tratado doutrinário
aos Romanos (15.25-27; 16.1,2). Nesta ocasião, ele estava em Corinto, preparando-se para viajar,
transportando o dinheiro ofertado p algumas igrejas e vários cristãos aos irmãos empobrecidos e
p por g g j p
necessitados, membros da Igreja em Jerusalém. É provável que Paulo estivesse mais precisamente
em Cencréia, cidade retirada cerca de 9 km de Corinto.
Gaio (seu anfitrião) e seus amigos Erasto (tesoureiro da cidade) e Quarto eram naturais de Corinto,
e Febe (fiel discípula e cooperadora) vivia e ministrava em Cencréia (16.1,23; 1Co 1.14; 2Tm 4.20).
Esboço geral de Romanos
1. Saudação ministerial com ações de graças (1.1-15)
2. Tema central: “Justificação por meio da fé em Cristo, o Messias” (1.16,17)
3. A raça humana é naturalmente ímpia, e precisa de Cristo (1.18 – 3.20)
A. Gentios, todos os que não nasceram judeus (1.18-32)
B. Judeus, todos os nascidos de famílias judaicas (2.1 – 3.8)
C. Conclusão: todas as pessoas da Terra pecaram (3.9-20)
4. Resumo do plano de Deus para a salvação de cada pessoa da Terra (3.21-31)
5. A história da vida de Abraão confirma a justificação (4.1-25)
6. Os grandes resultados da justificação (5.1-21)
7. Justiça outorgada: livres do pecado para a santificação (6.1 – 8.39)
A. Livres do domínio do pecado (cap. 6)
B. Livres da condenação universal do pecado (cap. 7)
C. Livres para viver no poder do Espírito de Cristo (cap. 8)
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2. 8. A rejeição de Israel como juízo de Deus (caps. 9-11)
A. Deus é soberano e longânimo ao aplicar a justiça (9.1-29)
B. Os motivos que levaram à rejeição de Israel (9.30 – 10.21)
C. A rejeição é um castigo específico e temporário (cap. 11)
9. Os justificados devem praticar a justiça (12.1 – 15.13)
A. Entre si – na Igreja – que é o Corpo de Cristo (cap. 12)
B. Para com os de fora – no mundo – testemunhando (cap. 13)
C. Convivendo com cristãos maduros e imaturos (14.1 – 15.13)
10. Conclusão desta carta doutrinária (15.14-33)
11. Saudações pessoais do apóstolo Paulo (16.1-16)
12. Exortação final e bênção apostólica (16.17-27)
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3. ROMANOS
Apresentação e saudação de Paulo Paulo quer ir à Igreja em Roma
1 Paulo, servo do Senhor Jesus Cristo,
chamado para ser apóstolo, separado
para o Evangelho de Deus,1
8 Em primeiro lugar, sou grato a meu
Deus, mediante Jesus Cristo por todos
vós, porquanto em todo o mundo é pro-
2 o qual Ele havia prometido anterior- clamada a fé que demonstrais.5
mente por meio dos seus profetas nas 9 Deus, a quem sirvo de todo o coração
Escrituras Sagradas,2 pregando o Evangelho de seu Filho, é
3 acerca de seu Filho, que, humanamente, minha testemunha de como sempre me
nasceu da descendência de Davi, recordo de vós
4 e com poder foi declarado Filho de 10 em minhas orações; e rogo que agora
Deus segundo o Espírito de santidade, pela vontade de Deus, seja-me aberto o
pela ressurreição dentre os mortos: Jesus caminho para que, enfim, eu vos possa
Cristo, nosso Senhor. visitar.
5 Por intermédio dele e por causa do seu 11 Pois grande é o desejo do meu coração
Nome, recebemos graça e apostolado para em ver-vos, para compartilhar convosco
chamar dentre todas as nações um povo algum dom espiritual, a fim de que sejais
para a obediência que deriva da fé.3 fortalecidos,
6 E vós, igualmente, estais entre os cha- 12 quero dizer, para que eu e vós sejamos
mados para pertencerdes a Jesus Cristo. mutuamente encorajados pela fé.
7 A todos os que estais em Roma, amados 13 E não desejo, irmãos, que desco-
de Deus, convocados para serdes santos: nheçais, que por muitas vezes planejei
Graça e Paz a vós, da parte de Deus nosso visitar-vos, contudo, tenho sido impe-
Pai e do Senhor Jesus Cristo!4 dido até esse momento. Meu objetivo é
1 Na antigüidade, toda carta grega seguia uma metodologia padrão de construção. A primeira parte (abertura) deveria identificar
o remetente e sua saudação. Paulo se vale desta formalidade para apresentar-se da forma mais clara e ampla possível a uma comu-
nidade de irmãos que ama, porém – até aquele momento – ainda não o havia conhecido pessoalmente, mas esperava fazê-lo em
breve (At 9.1; Fp 3.4-14). A palavra grega original doulos, derivada do verbo deo (algemar, aprisionar), significa também: “escravo”.
Para um grego dessa época, essa era uma expressão de vergonha e rebaixamento, para os judeus, entretanto, desde Moisés, era
a mais expressiva forma de se posicionar em adoração ao Rei dos reis, e um título de honra. Para Paulo, todo cristão é um servo do
Senhor Jesus (1Co 7.22; 6.15-23). O termo exprime pertença total e definitiva a Cristo (desde o início Paulo faz questão de usar o
vocábulo “Cristo” não apenas como nome próprio, mas especialmente como título do Filho de Deus: o Messias prometido, o Ungi-
do). A expressão “apóstolo” tem a ver com o comissionamento dado a Paulo, pessoalmente, por Cristo (Mc 6.30; 1Co 1.1; Hb 3.1).
2 Esta é a primeira vez que a expressão “Escrituras Sagradas” aparece no original grego da Bíblia. Todo o AT profetiza a vinda
de Jesus, o Messias; cuja vida e ministério são perfeitamente descritos no Novo Testamento (Lc 24.27-44).
3 Foi devido à desobediência deliberada de Adão, que o homem foi apartado da glória de Deus (Rm 3.23). Entretanto, é pela
obediência voluntária e firmada na fé em Jesus Cristo que ganhamos a reconciliação com Deus. A palavra “fé” neste contexto, não
significa “fé em doutrinas”, mas sim fé no Evangelho, ou seja, na pessoa do Cristo (o próprio Evangelho).
4 O sentido mais amplo da expressão original grega, aqui traduzida por “santidade”, é “separado para contínua adoração a
Deus”. Neste aspecto, todos os cristãos são “santos”, pois foram sobrenaturalmente “separados” por Deus para servi-lo por meio
do seu serviço espiritual diário e contínuo. A expressão tem igualmente o sentido prático de “um aperfeiçoamento espiritual”
que ocorre todos os dias na vida dos crentes pela ministração do Espírito Santo que neles habita (1Co 1.2). A “Graça” é o favor
imerecido de Deus; o Senhor nos concedendo a bênção do seu chamado e proteção, ainda que não sejamos dignos. Enquanto
“misericórdia” é a paciência longânime do Senhor, que retarda a punição que nossas más intenções, erros e pecados merecem,
na esperança de nossa conversão (Jn 4.2; Gl 1.3; Ef 1.2). A “Paz” é a bênção da plena segurança e certeza dos cuidados paternos
do Senhor, mesmo em meio às mais graves tribulações e perdas (Jo 14.27; 20.19; Gl 1.3; Ef 1.2).
5 Paulo, apesar de todo o sofrimento, privações e humilhações pelas quais passou, sempre demonstrava um coração
agradecido a Deus. Os cristãos têm toda a liberdade de chegar-se a Deus – como Pai – por meio do sacrifício vicário de Jesus
Cristo. Entretanto, não apenas para pedir, mas, sobretudo, para agradecer (Jo 15.16). Paulo costumava iniciar suas cartas com
ações de graças (1Co 1.4; Ef 1.16; Fp 1.3; Cl 1.3; 1Ts 1.2; 2Ts 1.3; 2Tm 1.3; Fm 4).
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4. 5 ROMANOS 1
colher algum fruto espiritual entre vós, 19 pois o que de Deus se pode conhecer
assim como tenho alcançado entre os é evidente entre eles, porque o próprio
gentios.6 Deus lhes manifestou.9
14 Eu sou devedor, tanto a gregos quanto 20 Pois desde a criação do mundo os
a bárbaros, tanto a sábios como a igno- atributos invisíveis de Deus, seu eterno
rantes. poder e sua natureza divina, têm sido
15 De modo que, em tudo o que de- observados claramente, podendo ser
pender de mim, estou preparado para compreendidos por intermédio de tudo
anunciar o Evangelho também a vós que o que foi criado, de maneira que tais pes-
estais em Roma. soas são indesculpáveis;10
21 porquanto, mesmo havendo conhe-
O tema da carta: a justiça pela fé cido a Deus, não o glorificaram como
16 Porquanto não me envergonho do Deus, nem lhe renderam graças; ao
Evangelho, porque é o poder de Deus contrário, seus pensamentos passaram
para a salvação de todo aquele que nele a ser levianos, imprudentes, e o coração
crê; primeiro do judeu, assim como do insensato deles tornou-se em trevas.
grego;7 22 E, proclamando-se a si mesmos como
17 visto que a justiça de Deus se revela no sábios, perderam completamente o bom
Evangelho, uma justiça que do princípio senso
ao fim é pela fé, como está escrito: “O 23 e trocaram a glória do Deus imortal
justo viverá pela fé”.8 por imagens confeccionadas conforme a
semelhança do ser humano mortal, bem
A ira de Deus contra os sem fé como de pássaros, quadrúpedes e répteis.
18 Portanto, a ira de Deus é revelada dos 24 Por esse motivo, Deus entregou tais
céus contra toda impiedade e injustiça pessoas à impureza sexual, segundo as von-
dos homens que suprimem a verdade tades pecaminosas do seu coração, para de-
pela injustiça humana, gradação de seus próprios corpos entre si.
6 Os gregos costumavam referir-se a todos os povos não-gregos, ou que não falassem seu idioma, como “bárbaros” (At 28.4).
Paulo desejava conhecer a Igreja em Roma (predominantemente gentílica), ver como viviam na fé os novos convertidos, bem
como compartilhar suas experiências e motivar os mais maduros para a evangelização e o avanço missionário.
7 Jesus Cristo é também chamado de “o poder de Deus”, indicando uma vez mais que o Evangelho é o próprio Cristo oferecido
e recebido pelos crentes (1Co 1.24).
8 A expressão “de fé em fé”, como aparece em algumas versões antigas, tem o sentido de “fundamentar-se na fé e apelar para a
fé”, na qual é enfatizada o aspecto de que a salvação não vem somente por intermédio da fé como também está à disposição de to-
dos os que crêem. No original grego, os vocábulos “fé” e “crer” possuem a mesma raiz. “Justo” refere-se à qualidade da pessoa justa,
que não deve nada à lei. É um termo forense, ligado aos tribunais, e não diretamente relacionado à moral e à ética (2,13; 3.21-24).
9 Paulo começa a expor um dos principais pontos de seu ensino: a culpabilidade humana fundada na sua sistemática e pertinaz
rejeição declarada a Deus. Falta amor e fé em Deus e esta postura produz uma espécie de desobediência que não decorre da
ignorância, mas de um forte desejo de rebeldia contra o Criador e da vontade de se tornar o próprio deus dos seus atos. Ao
expor a doutrina da justiça divina (1.17; 3.21 – 5.21), Paulo arma sua argumentação teológica que demonstra que todos os seres
humanos têm pecados e, portanto, carecem da justiça misericordiosa que somente Deus pode outorgar. Demonstra a culpa e a
vocação para o pecado, nos gentios (1.18-32) e nos judeus (2.1 – 3.8). Ou seja, todos nós pecamos e precisamos da purificação
outorgada por meio do eterno sacrifício expiatório do Filho de Deus (3.9-20).
10 Nenhuma pessoa sobre a face da terra, mesmo que ainda não tenha ouvido falar uma só palavra sobre a Bíblia, em relação a
Yahweh (o nome de Deus em hebraico) ou quanto a Seu Filho, Jesus Cristo, pode usar como desculpa o fato de não conhecer o
essencial de Deus, nosso Criador, e portanto, dever-lhe completa adoração e respeito às suas leis escritas na alma humana. Pois
todo o Universo, dos elementos microscópicos às maiores dimensões cósmicas, revelam o poder e a sensibilidade de um Deus
único, absoluto e perfeito (Sl 19). A “ira de Deus” não se compara às explosões de raiva demonstradas, muitas vezes, pelos seres
humanos em todo mundo. A “ira de Deus” é santa e justa, em repulsa ao menosprezo e rejeição dos seres humanos em relação
à natureza e vontade de Deus. Do ponto de vista pragmático, a “ira de Deus” não se limita à condenação dos ímpios no Juízo
final (1Ts 1.10; Ap 19.15; 20.11-15). Deus, observando a decisão humana de se afastar da sua presença e conselhos, entrega os
pecadores à sua própria volúpia pecaminosa e à liberdade ansiada. Entretanto, esses se tornam escravos de si mesmos e dos
que pensam de igual modo. Deus remove as restrições divinas que protegem a humanidade dos piores sofrimentos decorrentes
da libertinagem e das coisas mais horríveis (26,28; At 7.42).
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5. ROMANOS 1, 2 6
25 Porquanto trocaram a verdade de criando maneiras de praticar o mal;
Deus pela mentira, e adoraram objetos e desobedecem a seus pais;
seres criados, em lugar do Criador, que é 31 são insensatos, desleais, sem amor e
bendito para sempre. Amém! respeito à família, sem qualquer miseri-
26 E, por essa razão, Deus os entregou a córdia para com o próximo.
paixões vergonhosas. Até suas mulheres 32 E, apesar de conhecerem a justa Lei
trocaram suas relações sexuais naturais de Deus, que declara dignos de morte
por outras, contrárias à natureza. todas as pessoas que praticam tais atos,
27 De igual modo, os homens também não somente os continuam fazendo, mas
abandonaram as relações sexuais naturais ainda aprovam e defendem aqueles que
com suas mulheres e se inflamaram de também assim procedem.12
desejo sensual uns pelos outros. Deram,
então, início a sucessão de atos indecen- Deus julga toda a humanidade
tes, homens com homens, e, por isso,
receberam em si mesmos o castigo que a
sua perversão requereu.11
2 Portanto, és indesculpável, ó homem,
sejas quem for, quando julgas, porque
a ti mesmo te condenas em tudo aquilo
28 Além do mais, considerando que que julgas no teu semelhante; pois tu,
desprezaram o conhecimento de Deus, que julgas, praticas exatamente as mes-
Ele mesmo os entregou aos ardis de mas atitudes.
suas próprias mentes depravadas, que 2 Mas nós sabemos que o julgamento de
os conduz a praticar tudo o que é re- Deus é de acordo com a verdade contra
provável. os que praticam tais ações.1
29 Então, tornaram-se cheios de toda 3 Deste modo, quando tu, um simples
espécie de injustiça, maldade, ganância ser humano, os julga e, todavia, praticas
e depravação. Estão empanturrados de os mesmos atos, pensas que de alguma
inveja, homicídio, rivalidades, engano e forma escaparás ao juízo de Deus?2
malícia. São bisbilhoteiros, 4 Ou, porventura, desprezas a imensa
30 caluniadores, inimigos de Deus, inso- riqueza da bondade, tolerância e paci-
lentes, arrogantes e presunçosos; vivem ência, não percebendo que é a própria
11 As antigas sociedades gregas e romanas não apenas aceitavam o homossexualismo e a pederastia, mas exaltavam essas
práticas como uma expressão de afeição superior ao amor heterossexual. As práticas homossexuais eram comuns também em
todo mundo semítico; entretanto, para os judeus sempre foi uma abominação (Lv 18.22). A prática homossexual não é uma
doença (podendo originar várias: mentais e físicas). É o resultado do pecado do afastamento de Deus (muitas vezes influenciado
– como todos os pecados – pelos ardis do Diabo e seus demônios). E isso, ocorre por vários motivos, entre eles, está o fato
de tirarmos Deus do seu trono de comando em nossas vidas e entronizarmos o nosso próprio “Eu” com a mais elevada carga
de arrogância, egoísmo, mágoas e vaidades. Assim como o alcoólico, fumante, pornógrafo, drogado, mentiroso, fofoqueiro,
desonesto, e tantos outros tipos de viciados, a Igreja deve atrair e tratar com carinho especial toda pessoa desejosa de libertar-se
de uma vida mundana, vazia e desregrada. “Tudo é possível ao que crê!” (Mc 9.23; Mt 19.26; Lc 18.27).
12 O afastamento de Deus produz um tipo de “disposição mental reprovável”, ou seja, um favorecimento ao surgimento de
idéias e pensamentos cada vez mais avessos à vontade de Deus e ao bom senso. Um grande pecado sempre tem início com uma
singela idéia ou pensamento que, depois de algum tempo de sórdido agasalhamento, da origem a práticas maléficas, ainda que
pareçam prazerosas a princípio. Paulo nos adverte para um tipo ainda mais ímpio de pecador: aquele que aplaude o erro e o mal
cometido pelo seu semelhante. Hoje em dia, é comum vermos difundidos, especialmente pelos meios de comunicação, elogios
de todo tipo a atitudes claramente contrárias à vontade de Deus reveladas nas Sagradas Escrituras.
Capítulo 2
1 Paulo apresenta os princípios básicos do julgamento que Deus submete a todo ser humano em todos os tempos: 1) Conforme
a verdade; 2) De acordo com as atitudes; 3) Segundo a compreensão de cada indivíduo sobre o que é certo e o que é errado.
Os ensinos de Paulo sobre a crítica fácil concordam com os de Jesus (Mt 7.1). Ambos condenam o julgamento hipócrita, numa
clara e direta advertência aos líderes judeus que tendiam a desprezar e julgar inferiores todos os gentios, enquanto suas próprias
vidas eram dominadas pela ganância e imoralidades de todo tipo. Negavam assim, na prática, todos os ensinos e revelações
da Torá (o AT).
2 É uma referência à maneira como Jesus Cristo falou sobre a Lei. O ser humano não é aceito, aos olhos do Senhor, simples-
mente por guardar uma série de doutrinas e rituais religiosos (leis exteriores), mas pela completa renovação do interior (novo
nascimento – Jo 3), por meio da habitação do Espírito Santo (Mt 5.22,28,48 em concordância com Rm 2.29).
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6. 7 ROMANOS 2
misericórdia de Deus que te conduz ao simplesmente ouvem a Lei considerados
arrependimento?3 justos; mas sim, os que obedecem à Lei,
5 Entretanto, por causa da tua teimosia estes serão declarados justos.6
e do teu coração insensível e que não se 14 De fato, quando os gentios que não
arrepende, acumulas ira sobre ti no dia têm Lei, praticam naturalmente o que ela
da ira de Deus, quando se revelará plena- ordena, tornam-se lei para si mesmos,
mente o seu justo julgamento. muito embora não possuam a Lei;
6 Deus retribuirá a cada um segundo o 15 pois demonstram claramente que os
seu procedimento. mandamentos da Lei estão gravados em
7 Ele concederá vida eterna aos que seu coração. E disso dão testemunho a
perseverando em fazer o bem, buscam sua própria consciência e seus pensa-
glória, honra e imortalidade. mentos, algumas vezes os acusando,
8 Por outro lado, reservará ira e indigna- em outros momentos lhe servindo por
ção para todos os que se conservam ego- defesa.
ístas, que rejeitam a verdade e preferem 16 Todos esses fatos serão observados na
seguir a injustiça.4 humanidade, no dia em que Deus julgar
9 Ele trará tribulação e angústia sobre os segredos dos homens, por intermédio
todo ser humano que persiste em pra- de Jesus Cristo, de acordo com as decla-
ticar o mal, em primeiro lugar para o rações do meu Evangelho.
judeu, e, em seguida, para o grego;
10 porém, glória, honra e paz para todo O crente deve ser fiel à Palavra
aquele que perseverar na prática do bem; 17 Ora, tu que levas o nome de judeu, e te
primeiro para o judeu, depois para o grego. fundamentas na Lei, e te glorias em Deus.7
11 Porquanto em Deus não existe parcia- 18 Tu que conheces a vontade de Deus
lidade alguma. e aprovas as obras excelentes, porque és
12 Pois todos os que sem a Lei pecaram, instruído pela Lei.
sem a Lei também perecerão; e todos os 19 Tu que estás certo de que foi chamado
que pecarem sob a Lei, pela Lei serão para ser guia de cegos, luz para os que
julgados.5 estão na escuridão,
13 Pois, diante de Deus, não são os que 20 mestre dos ignorantes, professor de
3 A bondade, graça e misericórdia de Deus têm como objetivo principal o arrependimento do ser humano. Os líderes religiosos
judeus há muito tempo vinham interpretando a longaminidade e paciência do Senhor de forma errada, como se Deus – ao longo
do tempo – deixasse de promover juízo e condenação sobre os pecadores contumazes (2Pe 3.9).
4 É importante ter sempre em mente que Paulo, em nenhum de seus escritos, jamais defendeu a necessidade de perfeição
ética, vida monástica ou observância absoluta da Lei. Como fariseu, Paulo sabia muito bem da impossibilidade de um ser humano
cumprir toda a Lei. Entretanto, se alguém julga ser capaz de obedecer a Lei ou algum padrão ético-religioso que o conduza a
Deus, então o próprio Senhor o julgará mediante esse padrão estabelecido. Paulo está enfatizando que a única maneira de um
pecador (como todos os seres humanos o são em menor ou maior grau) encontrar absolvição plena diante do juízo de Deus é
morrendo com Cristo e ressuscitando com Ele (o Espírito Santo) para uma nova vida. Paulo refere-se às obras exigidas como
confirmação da fé verdadeira, não como um meio para conquistar a salvação eterna. Com os privilégios espirituais vêm as
responsabilidades espirituais (Am 3.2; Lc 12.38).
5 Os gentios (todos os não-judeus), são aqueles que “pecam sem a Lei”, pelo fato de a desconhecerem total ou parcialmente.
Eles não serão julgados por uma Lei que desconhecem, mas certamente serão condenados por outros critérios, e especialmente
pelo código de ética universal gravado por Deus na alma de todo homem (1.18-20; 2.15; Am 1.3 – 2.3).
6 Os que “obedecem à Lei” serão considerados justos. Entretanto, ninguém consegue cumprir toda a Lei (a Torá, Lei de
Moisés). O argumento lógico desenvolvido por Paulo demonstra que um homem seria justificado se pudesse praticar a Lei, mas
porque nenhum ser humano é capaz de guardá-la perfeitamente, então não pode haver justificação por esse meio (Tg 1.22-25).
7 Paulo usa em seu discurso o “diálogo com um interlocutor imaginário” (2.17-24), demonstrando o quanto conhecia seu povo
e o pensamento teológico dos líderes judeus, a fim de dar mais ênfase às suas constatações. Citou um após outro os grandes
orgulhos da religiosidade judaica para afirmar de que nada valiam diante de Deus, pois eram apenas conceitos teóricos e palavras
pregadas sem a necessária demonstração da fé na vida prática diária. A expressão grega original diapheronta, aqui traduzida por
“excelentes”, tem o sentido de “distinguir, discernir”. Pode significar a capacidade de “avaliar distinções morais” ou “reconhecer
qualidades que se sobressaem devido ao seu valor eterno” (Fp 1.10).
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7. ROMANOS 2, 3 8
crianças, porquanto têm na Lei a ex- Deus é fiel e justo
pressão maior do conhecimento e da
verdade.
21 Pois então, tu que tanto ensinas a ou-
3 Que vantagem pode haver, então, em
ser judeu, ou que utilidade existe na
circuncisão?1
tros, por que não educas a ti mesmo? Tu, 2 Muita, em todos os sentidos! Primeira-
que pregas que não se deve furtar, furtas? mente, porque ao judeu foram confiadas
22 Tu, que ensinas que não se deve come- as palavras de Deus.
ter adultério, adulteras? Tu, que abominas 3 Sendo assim, que importa se alguns
os ídolos, mas lhes roubas os templos? desses judeus foram infiéis? A infidelida-
23 Tu, que te orgulhas da Lei, desonra a de deles conseguiria anular a fidelidade
Deus, desobedecendo à própria Lei? de Deus?
24 Pois, como está escrito: “Por vossa cau- 4 Absolutamente não! Seja Deus verda-
sa, o nome de Deus é blasfemado entre deiro, e todo homem mentiroso. Como
todos os povos!”. está escrito: “Para que sejas justificado
25 Porquanto, a circuncisão tem valor se em tuas palavras, e sejas vitorioso quan-
obedecerdes a Lei, mas, se tu não obser- do fores julgado”.
vares a Lei, a tua circuncisão já se tornou 5 Mas, se a nossa injustiça ressalta de for-
em incircuncisão.8 ma ainda mais nítida a justiça de Deus,
26 Se aqueles que não são circuncidados que concluiremos? Acaso Deus é injusto
praticam os preceitos da Lei, não serão por aplicar a sua ira? Estou apenas refle-
eles considerados circuncisos? tindo com a lógica humana.
g
27 E aquele que é, por natureza incircun- 6 É evidente que não! Se fosse assim,
ciso, mas cumpre a Lei, ele condenará como Deus julgará o mundo?
a ti, que, mesmo tendo a Lei escrita e a 7 Mas, alguém pode alegar: “Se a minha
circuncisão, és transgressor da Lei. mentira ressalta a veracidade de Deus,
28 Portanto, não é legítimo judeu quem engrandecendo ainda mais sua glória,
simplesmente o é exteriormente, nem por que sou condenado como pecador?”
é verdadeira, circuncisão a que é feita 8 Ora, por que não dizer como alguns
apenas fora do coração, no corpo físico. caluniosamente afirmam que dizemos:
29 Absolutamente não! Judeu é quem o “Pratiquemos o mal para que nos sobre-
é interiormente, e circuncisão é realizada venha o bem?” Por certo, a condenação
na alma do crente, pelo Espírito, e não dos tais é merecida!
apenas pela letra da Lei. Para todos estes,
o louvor não provém dos homens, mas O ser humano é infiel e injusto
de Deus!9 9 Qual a conclusão? Estamos nós em
8 A circuncisão (corte do prepúcio do órgão genital masculino) era um sinal da aliança que Deus estabeleceu com Israel e seu
povo (Lv 12.3), e penhor de bênção decorrente dessa aliança (Gn 17.10,11). Contudo, na época de Jesus e Paulo, muitos líderes
judeus já estavam considerando que um judeu circuncidado não podia ser condenado ao inferno. Ou seja, haviam transformado um
ritual evocativo (um memorial) em uma cerimônia de garantia da salvação eterna e favor divino, independente da atitude de fé diária
e seriedade com Deus, implícitas no próprio simbolismo do ato. A posição do NT se baseia em textos como Jr 9.25 e Dt 10.16.
9 A expressão original “Judeu” vem do hebraico antigo e deriva da palavra “Judá”, que significa “louvado” ou “objeto de elogio,
que só tem valor quando vem de Deus”. Paulo faz aqui uma solene advertência (não somente aos judeus) contra os perigos da
arrogância, presunção, confiança na justiça própria, e contra todo tipo de formalismo que confia em memoriais e rituais (como a
Ceia e o batismo), que tem garantia em si mesmos da salvação eterna e das bênçãos de Deus àqueles que o recebem. O verda-
deiro sinal de pertencer a Deus não é uma marca externa no corpo físico ou uma cerimônia especial de iniciação, mas o poder
regenerador do Espírito Santo vindo habitar a alma do cristão sincero. Paulo denomina como “circuncisão operada no coração” o
ato de arrependimento do pecador e a entrega incondicional de sua vida a Jesus para um novo nascimento (Dt 30.6).
Capítulo 3
1 Paulo considera algumas das grandes realidades divinas: 1) Os oráculos de Deus são privilégios valiosíssimos entregues à hu-
manidade. No entanto, a vantagem de possuir a Palavra de Deus (como no caso dos judeus e dos cristãos) implica necessariamente
em responsabilidades e obrigações. 2) Deus é fiel. 3) Deus é justo. 4) Deus julgará e castigará todos os injustificados e pecadores,
provando sua fidelidade e caráter justo (2Tm 2.13). 5) Deus é verdadeiro. Ele é a Verdade. 6) A glória de Deus.
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8. 9 ROMANOS 3
posição de vantagem? Não! Já demons- 20 Portanto, ninguém será declarado jus-
tramos que tanto judeus quanto gentios to diante dele confiando na obediência à
estão todos subjugados pelo pecado. Lei, pois é precisamente por meio da Lei
10 Como está escrito: “Não há nenhum que chegamos à irrefutável conclusão de
justo, nem ao menos um; que somos todos pecadores.4
11 não há uma só pessoa que entenda,
ninguém que de fato busque a Deus.2 Justificados pela fé em Jesus
12 Todos se desviaram, tornaram-se 21 Entretanto, nesses últimos tempos, se
juntamente inúteis; não há ninguém manifestou uma justiça proveniente de
que pratique o bem, não existe uma só Deus, independente da Lei, mas da qual
pessoa. testemunham a Lei e os Profetas;
13 Suas gargantas são como um túmulo 22 isto é, a justiça de Deus, por intermé-
aberto; usam suas línguas para ludibriar, dio da fé em Jesus Cristo para todas as
enquanto, debaixo dos seus lábios está o pessoas que crêem. Porquanto não há
veneno da serpente. distinção.5
14 Suas bocas estão cheias de maldição e 23 Porque todos pecaram e destituídos
amargura. estão da glória de Deus,6
15 Seus pés são rápidos para derramar 24 sendo justificados gratuitamente por
sangue; sua graça, mediante a redenção que há
16 Os seus passos são marcados por des- em Cristo Jesus.7
truição e miséria; 25 Deus o ofereceu como sacrifício para
17 e não conhecem o caminho da paz. propiciação por meio da fé, pelo seu
18 Consideram que é inútil temer a sangue, proclamando a evidência da sua
Deus”. justiça. Por sua misericórdia, havia dei-
19 Ora, sabemos que tudo o que a Lei diz, xado impunes os pecados anteriormente
o diz aos que estão sob o domínio da Lei, cometidos;
para que toda a boca se cale e todo mun- 26 mas, no presente, demonstrou a sua
do fique sujeito ao juízo de Deus.3 justiça, a fim de ser justo e justificador
2 Paulo apresenta uma seqüência de citações do AT com o objetivo de confirmar sua teologia quanto à universalidade do
pecado (vv.9-12). Tanto judeus quanto gentios estão debaixo do poder e da condenação do pecado. As citações não são literais,
pois a preocupação de Paulo (bem como de outros autores do NT) tinha um sentido geral e didático, não literal. Além disso, os
gregos não usavam aspas para identificar as citações, na maioria das vezes extraídas da Septuaginta (a tradução grega do AT,
originalmente escrito em hebraico). Em alguns casos, inspirados pelo Espírito Santo, os autores canônicos do NT fizeram uso das
citações do AT, adaptando e aplicando-as de várias formas ao contexto que estavam abordando.
3 A Lei aqui tem a ver com os Salmos, Profetas e Provérbios. É uma referência clara quanto à igual autoridade de todo o AT.
Assim como em Jo 10.34; 15.25; 1Co 14.21.
4 A finalidade principal dessa passagem não é apenas demonstrar a culpabilidade dos judeus e de todos os demais povos
sobre a face da terra (os gentios), como também demonstrar que nenhum sistema religioso, nenhuma crença primitiva e restrita
ou altamente aculturada, é capaz de salvar o ser humano da condenação ao afastamento eterno da presença de Deus.
5 Bendito “entretanto”! Havendo revelado que todos os seres humanos (tanto judeus como gentios) são naturalmente ímpios
(tendem espontaneamente à pratica do mal – 1.18 – 3.20), Paulo apresenta a “boa notícia” de que Deus – presente – está
oferecendo gratuitamente um (e único) meio de justificação para cada indivíduo da raça humana que, de forma voluntária, pessoal
e sincera, nele crer de todo o seu coração: Jesus Cristo, o Filho de Deus, o Messias prometido.
6 Ao pecar (palavra que em hebraico tem o sentido de “errar o alvo”), o ser humano se encontra em falta perante o ideal para
o qual Deus o criou (Is 43.7). A glória que o homem possuía e desfrutava antes da Queda (Gn 1.26-28; Sl 8.5,6; Ef 4.24; Cl 3.10),
o cristão sincero voltará a ter por intermédio de Jesus Cristo (Hb 2.5-9).
7 Paulo emprega o verbo “justificar” em 22 citações (especialmente de 2.13 a 5.1, e em Gl 2 e 3). Esse termo é fundamental
na teologia paulina: 1) Negativamente, quando Deus declara o crente “não-culpado”; 2) Positivamente, quando Deus declara
o crente “justo”, cancelando a sua culpa do pecado e creditando-lhe justiça. A palavra “redenção” (no original em grego
apolutrõsis) era usada comumente, na época, no sentido de “comprar um escravo para dar-lhe a carta de plena liberdade”. Um
paralelo significativo se observa na redenção de Israel da escravidão no Egito (Êx 15.13), do exílio na Babilônia (Is 41.14; 43.1),
e em relação ao livramento eterno do crente da escravidão do pecado, porquanto Cristo, por meio de sua morte e ressurreição,
pagou o resgate exigido para nossa libertação.
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9. ROMANOS 3, 4 10
daquele que deposita toda a sua fé em 3 Entretanto, o que diz a Escritura?
Jesus.8 “Abraão creu em Deus, e isso lhe foi cre-
27 Onde está, pois, a razão para tanto or- ditado como justiça”.
gulho? Foi completamente excluído! Por 4 Ora, o salário daquele que trabalha não
qual lei? Das obras? Não, ao contrário, é considerado como favor, mas como
pela lei da fé. dívida.
28 Concluímos, portanto, que o ser hu- 5 Todavia, ao que não trabalha, mas crê
mano é justificado pela fé, independen- em Deus, que justifica o ímpio, sua fé lhe
temente da obediência à Lei!9 é creditada como justiça.
29 Deus é Deus apenas dos judeus? Ora, 6 Assim, também, Davi fala da bem-aven-
não é Ele igualmente Deus de todos os turança do homem a quem Deus leva em
povos? Evidente que sim, dos gentios conta a justiça independente de obras:
também, 7 “Como são felizes as pessoas que têm
30 visto que há um só Deus, que pela fé suas transgressões perdoadas, cujos pe-
justificará os circuncisos e os incircun- cados são cancelados!
cisos. 8 Bem-aventurado aquele a quem o Senhor
31 Anulamos, pois, a Lei por causa da fé? jamais cobrará o preço do pecado!”2
De modo algum! Ao contrário, confir- 9 Essa imensa felicidade é destinada ape-
mamos a Lei.10 nas aos que fizeram a circuncisão, ou é
também oferecida aos incircuncisos? Pois
Abraão creu e foi justificado já afirmamos que, no caso de Abraão, a fé
4 Portanto, que diremos sobre nosso
pai humano Abraão?1
2 Se de fato Abraão foi justificado pelas
lhe foi creditada como justiça.
10 Em que momento lhe foi creditada?
Antes ou depois de ter sido circuncida-
obras, ele tem do que se orgulhar, mas do? De fato, não o foi depois, mas antes
não diante de Deus. da circuncisão!3
8 A expressão “propiciação” vem do antigo hebraico, que traduzido para o termo grego na Septuaginta hilasterion, significa o lugar
específico onde os pecados deviam ser expiados ou pagos (removidos), e que em grego era chamado de kapporeth (propiciatório).
Através do sacrifício redentor de Jesus, o Filho; Deus, o Pai, remove o pecado do seu povo, não virtualmente ou simbolicamente
como se dava nos rituais do passado (Lv 16), mas agora, em plena realidade físico-espiritual, eliminando definitivamente toda a
culpabilidade humana perante Deus – o Supremo Juiz – e limpando completamente a consciência de cada indivíduo que aceita o
sacrifício do Senhor como salvação para sua vida e, a partir dessa constatação, nasce de novo (Jo 3; 1Jo 2.2).
9 Quando Lutero estava traduzindo a Bíblia para a língua alemã, ao escrever esse versículo, fez questão de acrescentar a
expressão restritiva “somente pela fé”. Ainda que o vocábulo “somente” não esteja nos originais gregos, reflete com exatidão o
sentido geral da passagem (Tg 2.14-26).
10 Paulo faz uma bela e profunda analogia entre a importância e a exatidão da Lei; reconhecendo o primeiro artigo da Lei
judaica, amado e defendido radicalmente por todos os judeus ao longo dos séculos: “O Senhor é um só Deus” (Dt 6.4), e a
exaltação de Cristo – o Unigênito Filho de Deus – como único meio de Salvação para judeus e todos os gentios sobre a face da
terra. Paulo percebe que será acusado de antinomismo (pregar ou agir contra a Lei). Contudo, apesar de mostrar que a Lei é
impotente para salvar, e que esse poder opera somente em Jesus Cristo (capítulos 6 e 7), voltará a confirmar a validade da Lei
na passagem do capítulo 13.18-10.
Capítulo 4
1 Alguns traduções trazem a expressão “antepassado” quando se referem à ascendência paterna. Entretanto a KJ, neste
caso, preservou a forma clássica “pai”. Paulo, sabiamente, exalta a memória do grande patriarca da nação israelita e verdadeiro
exemplo de pessoa justificada (Tg 2.21-23) em sua carta aos judeus em Roma. Era comum, na época de Jesus, os mestres judeus
citarem a vida de Abraão como exemplo de conquista do favor divino pelas obras. Entretanto, Paulo revela exatamente no pai dos
judeus seu melhor exemplo de justificação pela fé (Gl 3.6-9).
2 Deus continua considerando e se entristecendo com os pecados cometidos pelo pecador arrependido (convertido). Contudo,
o Espírito de Deus move esse pecador a reconhecer os erros praticados e confessar seus pecados ao Senhor, que o perdoa e lhe
restitui a alegria espiritual do salvo (Sl 32.1-5; Ez 18.23,27,28,32; 33.14-16).
3 Abraão foi declarado justo cerca de quatorze anos antes de ser circuncidado (Gn 15; 17; Gl 3.17). Dessa forma, Abraão é
também o pai (antepassado) de todos os crentes gentios (aqueles que não passaram pela circuncisão), porquanto Abraão creu e
foi plenamente justificado antes mesmo que o ritual da circuncisão (o sinal dos judeus) fosse instituído.
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10. 11 ROMANOS 4
11 Sendo assim, ele recebeu a marca da aos olhos de Deus, em quem Abraão
circuncisão, como um selo da justiça que depositou sua fé, o Deus que dá vida aos
ele tinha pela fé, quando ainda não era mortos e convoca à existência elementos
circuncidado, para que fosse pai de todos inexistentes, como se existissem.
os que crêem, ainda que não tenham sido 18 Abraão, crendo, esperou contra todos
circuncidados, a fim de que a justiça fos- os prognósticos desfavoráveis, tornando-
se creditada também a favor deles; se, assim, pai de muitas nações, como
12 ele é igualmente pai dos circuncisos ficou registrado a seu respeito: “Assim
que não apenas passaram pela circun- será a sua descendência”.
cisão, mas que também caminham 19 Sem desfalecer na fé, reconheceu que
sobre as marcas dos passos da fé que seu corpo físico perdera a vitalidade de
demonstrou nosso pai Abraão antes de outrora, pois já contava cerca de cem anos
ser circuncidado. de idade, e que também o ventre de Sara
13 Porquanto, não foi pela Lei que não tinha o vigor do passado.5
Abraão, ou sua descendência, recebeu a 20 Mesmo considerando tudo isso, não
promessa de que ele havia de ser o her- duvidou nem foi incrédulo quanto ao
deiro do mundo; ao contrário, foi pela que Deus lhe prometera; mas, pela fé, se
justiça da fé.4 fortaleceu, oferecendo glória a Deus,6
14 Pois se os que vivem pela Lei são her- 21 estando absolutamente convicto de
deiros, a fé não tem valor e a promessa que Ele era poderoso para realizar o que
é nula. havia prometido.
15 Porque a Lei produz a ira; mas onde 22 Por essa razão, “isso lhe foi atribuído
não há Lei também não pode haver como justiça”.
transgressão. 23 Todavia, não é somente para ele que
16 Por esse motivo, a promessa procede as palavras “isso lhe foi atribuído como
da fé, para que seja de acordo com a gra- justiça” foram registradas,
ça, a fim de que a promessa seja garanti- 24 mas igualmente para todos nós, a
da a toda a descendência de Abraão, não quem Deus concederá justificação, a nós
somente a que é da Lei, mas igualmente a que cremos naquele que ressuscitou dos
que é da fé que Abraão teve. Ele, portan- mortos, a Jesus, nosso Senhor.
to, é o pai de todos nós! 25 Ele foi entregue à morte para pagar
17 Como está escrito: “Eu o constituí todos os nossos pecados e ressuscitado
pai de muitas nações”. Ele é o nosso pai para nossa completa justificação.7
4 Abraão é o pai de todos os crentes fiéis (judeus ou gentios – Gn 12.3). O domínio completo do mundo pertence à descendên-
cia espiritual de Abraão (1Co 3.21, 6.2). Porém, a plena realização dessas promessas aguarda a consumação do Reino messiâni-
co com o glorioso retorno de Jesus Cristo (Gn 12.7; 13.14,15; 15.7, 18.21; 17.8; Sl 37.9, 11, 22, 29, 34; Mt 5.5).
5 Abraão passou por momentos de preocupação e ansiedade (Gn 17.17,18), no entanto, o Senhor não viu nessas manifesta-
ções nada que pudesse comprometer a sinceridade da fé de Abraão. A fé madura e firme não se recusa a reconhecer a realidade
das dificuldades, mas as enfrenta com a segurança de quem tem plena certeza de que o Senhor dos exércitos, que está à sua
frente, é também seu Pai amoroso. Sara era dez anos mais nova que Abraão, todavia há muito passara da idade de gerar filhos.
Paulo afirma que Deus é capaz de criar do nada (como fez com o próprio Universo) e dar vida aos mortos, uma alusão ao nasci-
mento de Isaque, quando Abraão e Sara há muitos anos estavam estéreis (Gn 18.11). Paulo segue em seu raciocínio até comparar
a ressurreição de Cristo à promessa da nossa ressurreição, pois Ele é o doador da vida e da eternidade (v.24,25).
6 As obras são a tentativa desesperada da humanidade para conquistar algum direito de reivindicar o favor de Deus. Abraão
demonstrou que a fé é a simples e sincera disposição do coração do crente em dar glória a Deus: Primeiro, pelo que já recebeu.
Segundo, pela resposta amorosa que virá do seu Pai. Um pai sábio e amoroso não dá tudo o que seu filho pede, mas procura
proporcionar-lhe sempre o melhor.
7 A expressão grega paradidõmi, “entregar”, aparece duas vezes na Septuaginta e tem a ver com as passagens de Is 53.6 e
12. Cristo foi entregue para ser sacrificado, e, assim, expiar definitivamente os pecados de todos os que nele crêem. Da mesma
maneira, ressuscitou para garantir a plena justificação do seu povo que herdará as promessas do Seu Reino. Essas palavras de
Paulo se tornaram uma espécie de credo confessional da igreja cristã primitiva.
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11. ROMANOS 5 12
O justificado tem Paz com Deus 8 Porém, Deus comprova seu amor para
5 Portanto, havendo sido justificados
pela fé, temos paz com Deus, por
meio do nosso Senhor Jesus Cristo,1
conosco pelo fato de ter Cristo morrido
em nosso benefício quando ainda andá-
vamos no pecado.
2 por intermédio de quem obtivemos 9 Agora, como fomos justificados por seu
pleno acesso pela fé a esta graça na qual sangue, muito mais ainda, por intermé-
agora estamos firmados, e nos gloriamos dio dele, seremos salvos da ira de Deus!4
na confiança plena da glória de Deus.2 10 Ora, se quando éramos inimigos de
3 Mas não somente isso, como também Deus fomos reconciliados com Ele me-
nos gloriamos nas tribulações, porque diante a morte de seu Filho, quanto mais
aprendemos que a tribulação produz no presente, havendo sido feitos amigos
perseverança; de Deus, seremos salvos por sua vida.5
4 a perseverança produz um caráter 11 E, ainda mais, se nos gloriamos também
aprovado; e o caráter aprovado produz em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo,
confiança. por intermédio de quem recebemos,
5 E a confiança não nos decepciona, por- agora, completa reconciliação.
que Deus derramou seu amor em nossos
corações, por meio do Espírito Santo que Morte em Adão, Vida em Cristo
Ele mesmo nos outorgou.3 12 Concluindo, da mesma forma como o
6 Em verdade, no devido tempo, quando pecado ingressou no mundo por meio de
ainda éramos fracos, Cristo morreu por um homem, e pelo pecado a morte, assim
todos os ímpios. também a morte foi legada a todos os seres
7 Sabemos que é muito difícil que humanos, porquanto todos pecaram.6
alguém se disponha a morrer por um 13 Porque antes de ser promulgada a Lei,
justo; embora por uma pessoa que se o pecado já estava no mundo; todavia, o
dedique ao bem, talvez, alguém tenha a pecado não é levado em conta quando
coragem de dispor sua vida. não existe a lei.
1 Paulo fala de um novo status diante de Deus, não apenas de um sentimento de tranqüilidade e leveza de alma. Antes de
s
aceitarmos o sacrifício vicário de Jesus como a nossa única e completa justificação perante a Lei divina, estávamos condenados
a viver como inimigos de Deus, separados de sua paternidade. Agora, porém, fomos elevados à posição de “amigos de Deus” e
seus filhos (v.10; Ef 2.16; Cl 1.21,22; Hb 12.6-8 de acordo com Mt 5.10-12 e Sl 43.4).
2 Foi Jesus quem nos elevou à presença do Pai, ao rasgar a robusta e resistente cortina da Lei (que ficava no templo) e que
fazia separação entre o homem e Deus (Mt 27.51). O cristão recebe em seu coração, pelo Espírito Santo, a “esperança revestida
de certeza absoluta”, de que o propósito para qual o Senhor o criou será perfeitamente realizado (3.23).
3 A confiança (esperança com certeza) em Deus não confunde e jamais nos decepcionará, como é comum ocorrer na confiança
que colocamos em nossos semelhantes. Paulo faz uma citação que está na Septuaginta (Is 28.16) e a repete em Rm 9.33 e 10.11.
A expressão no original tem o sentido de não se envergonhar pela frustração, pois o Senhor jamais faltará com Sua Palavra e
cumprirá todas as Suas promessas (Rm 4.20,21).
4 O cristão sincero está livre da condenação final e do Dia da Ira do Senhor sobre os incrédulos e ímpios (1Ts 1.10 e 5.9).
Quando Cristo morreu sacrificialmente, a nossa dívida de pecado contra Deus e a Lei foi totalmente liquidada. Quando aceitamos
a Cristo, pela fé, nos apropriamos da Salvação. Por isso, no futuro, receberemos todo o complemento da indescritível e infalível
Graça de Deus. Estes são os três aspectos da nossa redenção.
5 É importante notar que o homem escolheu ser inimigo de Deus ao desobedecer sua ordem explícita (Gn 3). Entretanto,
Ele nunca se considerou inimigo do homem. Ao contrário, durante toda a história da humanidade, Deus vem disponibilizando
formas de o ser humano reconhecer seus erros e voltar-se ao Pai (a Lei, os Profetas e, por fim, Jesus, o próprio Deus encarnado.
Veja o v.11 e Cl 1.21,22). Somos salvos perpetuamente (de uma vez por todas) porquanto Cristo vive eternamente (Hb 7.25). A
expressão “reconciliados” vem do termo grego original katallassein que significa “mudar radicalmente” ou “trocar a essência”.
Assim, nossa relação com Deus “mudou” por meio da morte vicária do Seu Filho Jesus, e passamos da posição de inimigos para
filhos amados (2Co 5.18-20).
6 Adão representa a tendência do ser humano para o pecado, a indiferença do homem em relação ao amor do Criador e
a condenação de toda a raça humana à eterna separação de Deus (1.18 – 3.20). Jesus Cristo representa a plena e eterna
justifica-ção do crente (3.21 – 5.11). Portanto, a nova raça unida a Cristo (os nascidos de novo, conforme Jo 3) tem um novo
e esplêndido princípio de vida (natureza de Deus) habitando e trabalhando diariamente em sua alma: o Espírito Santo. Isso
significa que há uma relação inseparável entre justificação e santificação (desenvolvimento de um caráter mais parecido com
o de Jesus Cristo – capítulos 6 a 8).
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12. 13 ROMANOS 5, 6
14 No entanto, a morte reinou desde a tornaram pecadores, assim também, por
época de Adão até os dias de Moisés, intermédio da obediência de um único
mesmo sobre aqueles que não comete- homem, muitos serão feitos justos.
ram pecado semelhante à desobediência 20 A Lei foi instituída para que a trans-
de Adão, o qual era uma prefiguração gressão fosse ressaltada. Mas onde abun-
daquele que haveria de vir. dou o pecado, superabundou a graça,7
15 Contudo, não há comparação entre o 21 para que, assim como o pecado reinou
dom gratuito e a transgressão. Pois, se na morte, assim também reine a graça
muitos morreram por causa da desobe- pela justiça para outorgar vida eterna,
diência de um só, muito mais a graça de por intermédio de Jesus Cristo, nosso
Deus e o dom pela graça de um só Senhor.
homem, Jesus Cristo, transbordou para
multidões! Libertos do poder do pecado
16 Por isso, não se pode comparar a
graça de Deus com a conseqüência do
pecado de um só homem; porquanto,
6 Então, qual seria a conclusão? Deve-
mos continuar pecando a fim de que
a graça seja ainda mais ressaltada?
o julgamento derivou de uma só ofensa 2 De forma alguma! Nós que morremos
que resultou em condenação, mas o dom para o pecado, como seria possível dese-
gratuito veio de muitas transgressões e jar viver sob seu jugo?1
trouxe a justificação. 3 Ou ignoreis que todos nós, que fomos
17 Pois, se pela transgressão de um só batizados em Cristo Jesus, fomos igual-
homem, a morte reinou por meio desse, mente batizados na sua morte?
muito mais os que recebem da transbor- 4 Portanto, fomos sepultados com Ele
dante provisão da graça, e do dom da na morte por meio do batismo, com o
justiça, reinarão em vida por intermédio propósito de que, assim como Cristo
de um único homem: Jesus Cristo! foi ressuscitado dos mortos mediante a
18 Portanto, assim como uma só trans- glória do Pai, também nós vivamos uma
gressão determinou na condenação de nova vida.2
todos os seres humanos, assim igual- 5 Se desse modo fomos unidos a Ele na
mente um só ato de justiça resultou semelhança da sua morte, com toda a
na justificação que traz vida a todos os certeza o seremos também na semelhan-
homens. ça da sua ressurreição.
19 Sendo assim, como por meio da de- 6 Pois temos conhecimento de que a
sobediência de um só homem muitos se nossa velha humanidade em Adão foi
7 A Lei foi introduzida não para proporcionar a redenção, mas para enfatizar o quanto essa redenção plena e total se fazia neces-
sária. Com a Lei o pecado, ficou ainda mais evidente, marcando claramente seu contraste em relação à santidade de Deus
Capítulo 6
1 Essa é uma pergunta reflexiva, fruto da afirmação que Paulo acabara de fazer em 5.20, a fim de responder a alguns líderes
judeus que o estavam acusando de pregar uma doutrina antinômica (contrária à Lei). Eles estavam confundindo a teologia da
justificação somente por meio da fé em Cristo, com a pregação de um estilo de vida libertino e moralmente irresponsável. Paulo
enfatiza, em seus ensinos, que há dois resultados inequívocos da nossa maravilhosa união com Cristo: 1) A remoção completa
de nossas culpas pela morte sacrificial de Jesus Cristo; 2) A eficácia da ressurreição do Senhor, originando uma nova vida de
santidade que envolve toda a alma, consciência e corpo físico do cristão sincero, e que dia a dia transforma-lhe o caráter à
imagem de Cristo (Imago Dei). Os principais indícios do novo nascimento são justamente a vontade imensa de adorar a Deus,
comunhão com os irmãos, fome pela Palavra, disposição para evangelizar o mundo e a busca perseverante por uma vida santa,
contudo, sem legalismo ou fanatismo.
2 Na época em que o NT estava sendo escrito, o batismo se seguia tão rapidamente ao arrependimento e à conversão, que os
dois atos eram considerados parte de um só grande acontecimento: o novo nascimento (At 2.38). Portanto, embora a cerimônia
do batismo, especialmente em nossos dias, não seja o meio para estabelecermos um relacionamento vital com Cristo por meio da
fé, esse símbolo está estreitamente relacionado à disposição de crer. Mediante a fé estamos unidos a Jesus Cristo, assim como,
por meio do nosso nascimento natural, ficamos unidos a Adão (o primeiro ser humano). O batismo simboliza nossa morte para
o pecado que herdamos do pai da raça humana (Adão), e nossa ressurreição com Cristo para uma vida eterna de adoração e
santidade diante de Deus.
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13. ROMANOS 6 14
crucificada com Ele, a fim de que o cer domínio sobre vós, pois não estais
corpo sujeito ao pecado fosse destruído, debaixo da Lei, mas debaixo da Graça!4
para que nunca mais venhamos a servir
ao pecado. Súditos da Justiça pela Graça
7 Porquanto, todo aquele que morreu já 15 Que resposta dar? Vamos nos atirar ao
foi justificado do pecado. pecado porque não estamos sob o jugo
8 E mais, se morremos com Cristo, cre- da Lei mas sob o poder da lei da Graça?
mos que também com Ele viveremos! Não! De forma alguma.
9 Pois sabemos que, havendo sido res- 16 Não estais informados de que ao vos
suscitado dos mortos, Cristo não pode entregardes a alguém como escravos
morrer novamente; ou seja, a morte não para lhe obedecer, sois escravos deste
tem mais qualquer poder sobre Ele. a quem obedeceis, seja do pecado para
10 Porque ao morrer para o pecado, mor- a morte, seja da obediência que leva à
reu de uma vez por todas para o pecado, justiça?5
todavia, quanto ao viver, vive para Deus. 17 Todavia, graças a Deus, porquanto,
11 Assim, desta mesma maneira, conside- embora havendo sido escravos do pe-
rai-vos mortos para o pecado, mas vivos cado, obedecestes de coração à forma do
para Deus, em Cristo Jesus. ensino a que fostes submetidos.
12 Portanto, não permitais que o pecado 18 Vós fostes libertos do pecado e vos
domine vosso corpo mortal, forçando- tornaram escravos da justiça.
vos a obedecerdes às suas vontades. 19 Expresso-me, assim, nos termos do
13 Tampouco, entregais os membros do homem comum, por causa da fraqueza
vosso corpo ao pecado, como instru- da vossa carne. Pois, assim, como apre-
mentos de iniqüidade; antes consagrai- sentastes os membros do vosso corpo
vos a Deus com quem fostes levantados como escravos da impureza e da maldade
da morte para a vida; e ofereçais os que conduz a iniqüidades ainda maiores;
vossos membros do corpo a Ele, como apresentai, a partir de agora, todos os
instrumentos de justiça.3 membros do vosso corpo como escravos
14 Porquanto o pecado não poderá exer- da justiça para a santificação.6
3 Esse é um chamado eloqüente para que o cristão sincero torne-se, na vida diária e em seus relacionamentos, aquilo que
ele já é por posição: morto para esse sistema mundial pecaminoso e para o seu pecado que, mesmo agonizante, luta por fazer
prevalecer suas vontades na alma do crente (vv. 5-7); e vivo para adorar e servir a Deus (vv. 8-10). Após essa tomada de posição,
o próximo passo em direção à vitória do cristão sobre o pecado é a decisiva e perseverante recusa de permitir que o pecado volte
a dominar sua vida, decisões éticas e morais (v.12). Finalmente, o último passo tem a ver com a entrega absoluta da vida (todos
os aspectos e recônditos da alma) do crente aos cuidados paternos e poderosos de Deus, que agora habita em seu corpo na
pessoa do Espírito Santo (v.13).
4 Paulo compreendia o pecado como uma espécie de poder escravizador, e por isso o personificou. O crente em Cristo não
está livre das suas responsabilidades em relação à verdade e à justiça, nem tampouco da autoridade moral dos mandamentos
de Deus. O que Paulo está ensinando é que não estamos sujeitos à Lei mosaica da mesma forma que os judeus do AT estavam,
e que ela não oferece nenhuma capacitação para vencermos o poder do pecado introduzido na terra desde Adão. A Lei, em
termos práticos, é o código penal diante do qual estamos todos condenados. A graça, entretanto, oferece ao cristão sincero
plena capacitação (Tt 2.11,12).
5 Os versículos de 15 a 23 apresentam uma analogia entre a teologia da redenção e o procedimento ético do mercado de
escravos, prática muito comum nos tempos do NT. O escravo está sob a obrigação moral de servir o seu mestre (de onde
vem a nossa forma de tratamento, em português: sinhá, dona; sinhô, dono) até a morte. Uma vez morto, o dono não tem mais
autoridade ou poder algum sobre a alma dele. Desse mesmo modo, acontece com o crente em Cristo. O seu “velho dono”, o
pecado, não tem mais direito sobre sua vida ou vontades, uma vez que já morreu com Cristo.
6 Paulo pede desculpas por usar uma analogia ligada à escravidão, assunto bastante popular em sua época, mas sobre o qual
os judeus tinham ojeriza. O povo judeu sempre acreditou na liberdade que Deus outorgou aos homens. No entanto, os judeus
foram feitos escravos por muitos povos durante longos períodos da história da humanidade. A comparação de Paulo, porém, é
ideal para ilustrar uma grande verdade universal: ou se é escravo (servo) de Deus ou do Diabo. Essa forma de doutrina refere-se
a um sumário de ética cristã, baseado nos ensinos de Jesus Cristo, que normalmente era ministrado aos convertidos na igreja
primitiva, a fim de discipular os novos crentes nos primeiros passos da vida cristã.
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14. 15 ROMANOS 6, 7
20 Porque, quando éreis escravos do pe- restes quanto à Lei mediante o corpo de
cado, estáveis livres em relação à justiça. Cristo, para pertencerdes a outro, àquele
21 E que fruto colhestes, então, das atitudes que ressuscitou dentre os mortos, a fim
das quais agora vos envergonhais? Pois o de que frutifiquemos para Deus.
resultado final delas é a morte! 5 Pois quando éramos dominados pela
22 Contudo, agora libertos do pecado, e natureza pecaminosa, as paixões dos pe-
tendo sido transformados em escravos cados, instigadas pela própria Lei, agiam
de Deus, tendes o vosso fruto para a san- livremente em nosso corpo, de maneira
tificação, e por fim a vida eterna.7 que dávamos frutos para a morte.
23 Porque o salário do pecado é a morte, 6 Mas, agora, fomos libertos da Lei, haven-
mas o dom gratuito de Deus é a vida do morrido para aquilo que nos aprisio-
eterna por intermédio de Cristo Jesus, nava, para servimos de acordo com a nova
nosso Senhor! ministração do Espírito, e não conforme a
velha forma da Lei escrita.3
A relação entre Lei e Graça
7 Caros irmãos, falo convosco como
conhecedores da Lei. Acaso não sa-
beis que a Lei tem autoridade sobre uma
A Lei condena, Jesus liberta
7 Portanto, que concluiremos? A Lei é pe-
cado? De forma alguma! De fato, eu não
pessoa apenas enquanto ela vive?1 teria como saber o que é pecado, a não
2 Por exemplo, pela Lei a mulher casada ser por intermédio da Lei. Porquanto,
está ligada ao marido enquanto ele vive; na realidade, eu não haveria conhecido a
mas, se ele morrer, ela está livre da lei do cobiça, se primeiro a Lei não tivesse dito:
casamento. “Não cobiçarás”.
3 Por isso, se ela se casar com outro ho- 8 Mas o pecado, aproveitando-se da oca-
mem, enquanto seu marido ainda estiver sião dada pelo mandamento, provocou
vivo, será considerada adúltera. Mas se em mim todo o tipo de cobiça; porque,
o marido morrer, ela estará livre daquela onde não há lei, o pecado está morto.
lei, e mesmo que venha a se casar com 9 Antes eu vivia sem a Lei; mas quando
outro homem, não estará adulterando.2 veio o mandamento, o pecado reviveu, e
4 Assim também, vós, meus irmãos, mor- eu fui ferido de morte;4
7 Ser sinceramente devotado a Deus produzirá, inevitavelmente, santidade. E o final desse processo é a vida eterna. Não
existe vida eterna sem santidade (Hb 12.14). Todo aquele que já passou pela justificação (o primeiro ato da salvação que
é composta de justificação, santificação e glorificação), com toda certeza, demonstrará, por meio de suas atitudes diárias,
evidências desse fato. Uma pessoa que não está sendo santificada (purificada pelo Espírito Santo) em seus pensamentos e
atitudes deve avaliar se realmente houve, em algum momento, um arrependimento sincero do seu coração na presença do
Espírito de Cristo e, portanto, a justificação.
Capítulo 7
1 Paulo tem em mente tanto a Lei mosaica quanto a lei divina, no seu sentido mais universal e implicações gerais. Assim
também quanto ao homem, Paulo não se limita a uma análise simplista do crente e do não convertido, mas vai além e investiga a
complexidade do ser humano quanto à sua tendência natural para o mal (o ser humano sempre se sentiu atraído pelo proibido),
enquanto sua consciência íntima aponta para o bem e a verdade; como se a alma humana, embora nesse mundo, tivesse
saudades da casa paterna, mas vontade de ceder à cobiça da carne (todas as ambições de prazer e glória).
2 No cap. 6, Paulo faz uma analogia do compromisso que há entre o escravo e seu senhor (dono). Em 7.1-6, a ilustração utilizada é
a do compromisso (aliança, contrato) celebrado no casamento. Paulo demonstra que a liberdade da Lei é a mesma que uma esposa
tem em relação ao seu marido. A relação é de simples entendimento: assim como a morte do marido dissolve o vínculo formal entre
o marido e a esposa, a morte do crente com Cristo quebra o jugo da Lei. O cristão está, portanto, livre do domínio do pecado para
unir-se a Cristo, que jamais morrerá novamente, o que significa, que essa nova união não terá fim (6.9; 7.4).
3 A antítese entre o espírito e a simples letra escrita aponta para um novo tempo, aquele em que a “nova aliança” de Jeremias
se realiza (Jr 31.31). A “letra” transmite o sentido de guardar tudo o que a Lei determina no seu aspecto exterior (cumprir o que
está escrito sem maiores reflexões ou interpretações subjetivas), à base da força de vontade e na capacidade moral dos homens.
O “espírito” refere-se às novas relações e forças produzidas em Cristo pelo Espírito Santo.
4 Paulo faz uma análise da sua própria experiência de vida, ao mesmo tempo em que considera a existência de todos os
homens, a partir do seu conhecimento atual da graça divina em Cristo Jesus. Antes de se dar conta de que a Lei existia com
tamanho vigor, poder e rigidez, e de que estava condenado à morte, o menino Paulo vivia alegre e em paz. Com a chegada do seu
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15. ROMANOS 7 16
10 e descobri que o mandamento que era determina o meu agir, mas sim o pecado
para vida, transformou-se em morte para que habita em mim.
mim.5 18 Porque sei que na minha pessoa, isto é,
11 Porquanto o pecado, valendo-se do na minha carne, não reside bem algum;
mandamento, iludiu-me, e por meio porquanto, o desejar o bem está presente
dele me matou. em meu coração, contudo, não consigo
12 De maneira que a Lei é santa, e o man- realizá-lo.8
damento, santo, justo e bom. 19 Pois o que pratico não é o bem que al-
13 Portanto, isso significa que o que era mejo, mas o mal que não quero realizar,
bom tornou-se morte para mim? De esse eu sigo praticando.
forma alguma! Mas o pecado para que 20 Ora, se faço o que não quero, já não
se revelasse como pecado, produziu em sou eu quem o realiza, mas o pecado que
mim a morte por intermédio do que reside em mim.
era bom; a fim de que, por meio do 21 Assim, descubro essa Lei em minha
mandamento, o pecado se demonstrasse própria carne: quando quero fazer o
extremamente maligno.6 bem, o mal está presente em mim.
14 Porquanto é do nosso pleno conheci- 22 Pois no íntimo da minha alma tenho
mento de que a Lei é espiritual; eu, en- prazer na Lei de Deus;
tretanto, sou limitado pela carne, pois fui 23 contudo, vejo uma outra lei agindo
vendido como escravo ao pecado. nos membros do meu corpo, guerreando
15 Pois não compreendo meu próprio contra a lei da minha razão, tornando-
modo de agir; porquanto o que quero, me prisioneiro da lei do pecado que atua
isso não pratico; entretanto, o que detes- em todos os meus membros.
to, isso me entrego a fazer.7 24 Miserável ser humano que sou! Quem
16 Ora, e se faço o que não desejo, tenho me libertará deste corpo de morte?9
que admitir que a Lei é boa. 25 Graças a Deus, por Jesus Cristo, nosso
17 Nesse sentido, não sou mais eu quem Senhor! De modo que, eu mesmo com
bar mitzvah (importante cerimônia judaica na qual o jovem, aos 13 anos, passa a ser responsável pelo cumprimento da Lei), bem
como na vida adulta, quando as demandas do seu vínculo com os fariseus amadureceram suas convicções legais e institucionais,
e, por fim, quando do seu encontro com Cristo, fato que determinou sua conversão, Paulo chegou à conclusão que estava morto,
“porque o salário do pecado é a morte” (6.23; Lc 18.20,21; Fp 3.6).
5 O que aconteceu na prática foi que a Lei veio a ser a via de acesso do pecado, tanto na experiência de Paulo quanto para toda
a humanidade. Em vez de conceder vida, a Lei produziu condenação; em lugar de promover a santidade, provocou o pecado.
Todavia, a responsabilidade pelo pecado não está na Lei, uma vez que ela foi criada por Deus para ajudar os seres humanos a
ordenar, suas prioridades, identificarem o certo do errado, o bem do mal, e a viverem em paz e fraternidade uns com os outros.
Portanto, a Lei é santa, justa e boa (v.12).
6 O pecado e seu pai (o Diabo) usaram a santa Lei de Deus para uma finalidade ímpia (a morte). Esse fato revela quão despre-
zíveis são o nosso Inimigo e suas artimanhas.
7 Paulo fala da própria intimidade da sua alma e de suas lutas como homem e como cristão, ao mesmo tempo em que se refere
a um conflito comum a todos os seres humanos. Até mesmo o crente mais santificado tem dentro de si a semente da rebelião que
herdou de Adão, a qual vem sendo explorada pelo Diabo de geração em geração desde a Queda (Gn 3). Paulo é eloqüente quando
usa a expressão “fui vendido como escravo ao pecado”, para retratar como todos nós passamos pela experiência de ser subjugados
pelo poder deste mundo e do pecado. E, mesmo após a conversão, o pecado agonizante procura nos ferroar persistentemente.
Paulo, ainda, revela que nossas lutas interiores provocam todo tipo de tensão, ambivalência, confusão e frustrações.
8 Paulo faz uma humilde e honesta declaração em relação à tenacidade do pecado em tentar controlar a vida dos crentes (v.17).
No v.18 ele se refere ao estado caído do ser humano, como denota a parte inicial da frase. Evidentemente, ele não está dizendo
que não pode haver a mínima bondade prática nos cristãos.
9 Paulo usa o corpo como metáfora de um cadáver que pesava sobre suas costas, mas que era de sua responsabilidade
equilibrá-lo para que não caísse ou alterasse o curso do seu trajeto ao carregá-lo (6.6). O cristão vive em dois mundos ao mesmo
tempo e isso causa muitas aflições. Este é o motivo pelo qual a carne batalha contra o Espírito e o Espírito batalha contra a carne,
porquanto são opostos entre si (Gl 5.17). A vitória contra esse inimigo (a disposição para o pecado que persiste em nós) não vem
sem muita luta, mas ao longo do nosso tempo de caminhada cristã e amadurecimento espiritual. Graças a Deus a vitória virá por
Cristo, e isso está maravilhosamente descrito no capítulo seguinte.
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16. 17 ROMANOS 7, 8
a razão sirvo à Lei de Deus, mas com a ga de Deus, pois não se submete à Lei de
carne à lei do pecado. Deus, nem consegue fazê-lo.
8 Os que vivem na carne não podem
O Espírito guia os filhos de Deus agradar a Deus.3
8 Portanto, agora não há nenhuma
condenação para os que estão em
Cristo Jesus.1
9 Vós, contudo, não estais debaixo do do-
mínio da carne, mas do Espírito, se é que
de fato o Espírito de Deus habita em vós.
2 Porque a lei do Espírito da vida, em Todavia, se alguém não tem o Espírito de
Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado Cristo, não pertence a Cristo.
e da morte. 10 Porém, se Cristo está em vós, o corpo
3 Porquanto, aquilo que a Lei fora in- está morto por causa do pecado, mas o
capaz de realizar por estar enfraquecida espírito vive por causa da justiça.
pela natureza pecaminosa, Deus o fez, 11 E, se o Espírito daquele que ressuscitou
enviando seu próprio Filho, à semelhan- dos mortos a Jesus habita em vós, aquele
ça do ser humano pecador, como oferta que ressuscitou dos mortos a Cristo Jesus
pelo pecado. E, assim, condenou o igualmente vos dará vida a seus corpos
pecado na carne,2 mortais, por intermédio do seu Espírito
4 para que a justa exigência da Lei se que habita em vós.4
cumprisse em nós, que não andamos 12 Portanto, irmãos, estamos em dívida,
segundo a natureza carnal, mas segundo não para com a natureza carnal, para
o Espírito. andarmos submissos a ela.
5 Os que vivem segundo a carne têm a 13 Porque, se viverdes de acordo com a
mente voltada para as vontades da na- carne, certamente morrereis; no entanto,
tureza carnal, entretanto, os que vivem se pelo Espírito fizerdes morrer os atos
de acordo com o Espírito, têm a mente do corpo, vivereis.
orientada para satisfazer o que o Espírito 14 Porquanto, todos os que são guiados
deseja. pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.
6 A mentalidade da carne é morta, mas a 15 Pois vós não recebestes um espírito
mentalidade do Espírito é vida e paz. que vos escravize para andardes, uma
7 Porque a mentalidade da carne é inimi- vez mais, atemorizados, mas recebestes
1 Essas são as “boas novas” (o Evangelho): 1) A Lei incita, ressalta e condena o pecado. Todavia, o cristão não está “debaixo da
Lei” (6.4); 2) O crente “em Cristo” é incorporado plenamente ao Corpo de Cristo, mediante o Espírito (1Co 12.13); 3) O Corpo, que
teve início na morte e ressurreição, tem Jesus Cristo como cabeça e inclui todos os remidos como Seus membros (Ef 1.22,23); 4)
A autoridade que governa o Corpo não é mais a Lei, tampouco a natureza carnal, muito menos o pecado, mas a Lei do Espírito,
que significa: liberdade (v.2). Pelo Espírito, o cristão é liberto do cativeiro do pecado.
2 Deus se identificou perfeitamente com o ser humano na pessoa de Jesus Cristo, porém sem ter cometido pecado algum
(2Co 5.21). Constituindo-se no único e verdadeiro Homem sem pecado, cumpriu integralmente o plano original de Deus para o
ser humano. A expressão “oferta pelo pecado” (que não foi traduzida por algumas versões) consta da Septuaginta como peri
hamartias, expressão grega derivada do antigo termo hebraico hatta´th, que significa literalmente “oferta para o pecado”.
3 Paulo não se refere à carne como substância física, mas sim ao caráter moral e ético da expressão. É o campo (área de
nossa vida) ao qual o poder do pecado e do Diabo tem acesso e controle, e no qual as obras próprias da natureza carnal são
concebidas e praticadas (Gl 5.19-21). Após a morte e ressurreição de Jesus, existem apenas dois grandes campos: “a carne” e “o
Espírito”. É impossível viver nos dois lugares simultaneamente (v.9). A Lei não perdeu sua relevância na vida do cristão. Contudo,
ela não tem em si o poder da salvação do pecador condenado. Sua autoridade, no entanto, se aplica à orientação moral e ética
do crente, que a interpreta e obedece, por amor a Cristo, mediante o esclarecimento e poder do Espírito Santo que agora habita
seu espírito, alma e corpo (1Ts 5.23).
4 Todos os corpos (cristãos ou não) estão sujeitos à morte e decomposição física, conseqüência do pecado original (Gn
3). A ressurreição da alma e do corpo dos crentes para a vida eterna está garantida mediante a presença do Espírito Santo
que neles habita. Presença esta evidenciada por uma vida controlada pelo próprio Senhor Jesus. Uma vida sob o domínio do
Espírito é o selo de garantia total de que desde aqui e agora nossa ressurreição está certa (1Co 6.14; 15.20,23; 2Co 4.14; Fp
3.21; 1Ts 4.14).
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