[1] O documento discute a necessidade da Divisão de Serviço Social assumir uma postura política e ideológica firme ao invés de ser complacente. [2] Critica a Divisão por sua lentidão em tomar posições contra autoritarismo e por não defender veementemente o retorno de Lúcia Lopes. [3] Argumenta que a Divisão deve exigir o retorno imediato de Lúcia Lopes e assumir compromissos e posicionamentos claros.
Resposta coletiva ao pronunciamento ( sem t+¡tulo) da dss.
1. RESPOSTA COLETIVA AO PRONUNCIAMENTO (SEM TÍTULO) DA DSS.
Algumas considerações:
A sustentação do projeto ético político, diretriz histórica e construída
coletivamente pelo Serviço Social brasileiro e várias vezes citado no referido
documento, não se dá, como tão bem nos alerta Boschetti (2004) apenas
pelo conjunto de valores e princípios. Estes precisam ser traduzidos e
concretizados a partir de mediações que se constroem e se realizam
cotidianamente pela atuação profissional na e a partir da realidade. E este
processo exige a compreensão das diversas dimensões envolvidas além de
disposição política, teórica e ideológica de assumí-lo, entre outras
exigências.
Não nos parece que nos últimos anos a Divisão de Serviço Social tenha tido
esta disposição. E veja, não se trata de julgamentos individuais de pessoas
mas de exigência de postura profissional de quem estar a frente neste
processo, ao atuar em cargo técnico, responsável em coordenar e dar
direção às ações do Serviço Social. Não vimos esta disposição no
enfrentamento das grandes questões que exigiram uma nítida postura da
Divisão de Serviço Social. E simplesmente elas não aconteceram. A lentidão
em tomar posições e muitas vezes só as fazendo depois de cobrança dos
profissionais que labutam cotidianamente convivendo com autoritarismo e
desmandos, construíram um cenário de descrédito. Não foram poucas as
críticas às omissões e submissões que ouvimos cotidianamente entre os
profissionais diante da apatia e subalternidade da Divisão de Serviço Social
no enfrentamento das questões e dos desafios apontados. E não se trata de
cobranças corporativistas, mas em defender explicitamente o Serviço Social
enquanto direito e que deve ser oferecido com qualidade, respeito aos
profissionais e aos usuários.
Como que a Divisão reconhece no referido documento a importância da
Lúcia Lopes e candidamente busca palavras bonitas para conciliar o
inconciliável? Porque não defende com veemência e coragem o seu retorno à
Divisão? Pluralismo virou sinônimo de complacência ou de “vale tudo”? Se a
Divisão de Serviço Social não participou deste processo absurdo contra Lúcia
Lopes, teria que no mínimo, condenar atos autoritários e arbitrários, que
inclusive, desrespeitam as atribuições da coordenação técnica, ao colocar
uma profissional à disposição à revelia de sua chefia técnica e imediata,
quando ela estava justamente defendendo os princípios e atribuições
profissionais. E se foi conivente com isto, aí a situação beira o cinismo e
deve ser repudiada com veemência.
Fazemos escolhas cotidianas e somos responsáveis por elas. “ A vida
tem lado” e exige que cada um de nós assuma suas escolhas. O momento está a
exigir da Divisão de Serviço Social mais do que intenções. Esperamos
ações, esperamos compromisso, esperamos posicionamento, esperamos
que a Divisão exija o retorno de Lúcia Lopes já!!
“Se não pode se vestir com nosso sonho, não fale em nosso nome”. ( Mauro Iasi)