Um grupo de assistentes sociais do INSS no Pará enviou uma carta manifestando descontentamento com a transferência da assistente social Maria Lúcia Lopes da Silva após 34 anos de dedicação à profissão e à Previdência Social brasileira. Eles apontam que a colega é uma referência por seu compromisso com o Serviço Social e pedem que a decisão seja revista, uma vez que a atual chefe da Divisão de Serviço Social não tem a mesma história de luta pela categoria.
1. Segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Maria Lúcia Lopes da Silva - 34 anos na defesa da profissão e da
Previdência social brasileira,
Carta do Pará - Assistentes sociais do I N S S
Nós, Assistentes sociais da Gerência Executiva de Belém, vimos manifestar
nosso descontentamento com o tratamento dispensado a colega Assistente
Social Maria Lúcia Lopes da Silva e recomendar sua permanência na Divisão de
Serviço Social-DSS.
1- Entendemos tratar-se de atitude equivocada, considerando a trajetória
histórica de 34 anos da companheira na defesa da profissão e da Previdência
social brasileira, tendo inclusive reconhecimento internacional;
2- A colega hoje é referência para nossa categoria dentro e fora dos limites
institucionais, por seu acúmulo teórico e por sua prática profissional de
compromisso com o Serviço Social e especialmente por direcionar sua a luta
pela manutenção do Serviço Social na Previdência, não medindo esforços para
ampliação do quadro de assistentes sociais no INSS;
3- Infelizmente, não reconhecemos o mesmo comprometimento da pessoa que
ocupa a Divisão de Serviço Social. Ao contrário, sua omissão prejudica nossa
profissão e o cumprimento dos objetivos e da Missão da Instituição. Não
obstante, ter galgado o cargo de chefe da DSS, a assistente social não tem
nenhuma história que a credencie ao cargo e não está exercendo à contento a
atribuição de unir à categoria em prol dos objetivos do Serviço Social e do INSS,
dando visibilidade às ações e projetos profissionais de nossa área. Seu projeto a
nosso ver, é puramente pessoal, o que dificulta o fortalecimento da categoria a
favor do cumprimento das metas qualitativas estimadas;
4 - Repudiamos a atitude arbitrária de colocar uma profissional tão capacitada à
disposição e solicitamos que seja revisto tal posicionamento. Entendemos que
Lúcia Lopes sempre foi incansável nas lutas da categoria, defendendo os
objetivos da instituição, através da elaboração de Projetos de grande impacto
social, como o Projeto do Contribuinte Individual (que inspirou o PEP), o
Projeto da Hemodiálise para as vítimas de Caruaru-PE, o Projeto do
Trabalhador Rural (que favoreceu, sobremaneira, a interlocução das entidades
sindicais com o INSS), entre tantos outros. Não podemos esquecer que seu
posicionamento crítico é fruto de seu enorme compromisso com o projeto ético-
político profissional, com nosso Código de Ética e seus princípios e, sobretudo,
com a construção de um país menos desigual, com liberdade, onde se realize o
processo democrático e impere o sentimento de Justiça e ética que deve pautar
as relações profissionais e pessoais.
Atenciosamente.
Assistentes sociais do I N S S no Pará