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Linguagens e Suas Tecnologias Componente Curricular: Ed. Física Professor : Nita Monteiro
Aluno(a):_______________________________________________________ Nº:____ 2º Bimestre 2017
Turma: _____________Turno:______
MEU IDEAL SERIA ESCREVER...
RubemBraga
Meu ideal seria escrever uma história tão
engraçada que aquela moça que está naquela
casa cinzenta quando lesse minha história no
jornal risse, risse tanto que chegasse a chorar e
dissesse – “ai meu Deus, que história mais
engraçada!” E então a contasse para a cozinheira
e telefonasse para duas ou três amigas para
contar a história; e todos a quem ela contasse
rissemmuitoe ficassemalegremente espantados
de vê-la tão alegre. Ah, que minha história fosse
como um raio de sol, irresistivelmente louro,
quente, vivo, em sua vida de moça reclusa (que
não sai de casa), enlutada (profundamente
triste),doente. Que ela mesma ficasse admirada
ouvindoopróprioriso, e depois repetisse para si
própria – “mas essa história é mesmo muito
engraçada!”
Que um casal que estivesse em casa mal-
humorado, o marido bastante aborrecido com a
mulher, a mulher bastante irritada como o
marido, que esse casal também fosse atingido
pelaminhahistória.O marido a leria e começaria
a rir, o que aumentariaa irritaçãoda mulher.Mas
depois que esta, apesar de sua má-vontade,
tomasse conhecimento da história, ela também
risse muito, e ficassem os dois rindo sem poder
olhar um para o outro sem rir mais; e que um,
ouvindo aquele riso do outro, se lembrasse do
alegre tempo de namoro, e reencontrassem os
dois a alegria perdida de estarem juntos.
Que nas cadeias,nos hospitais, em todas as salas
de espera, a minha história chegasse – e tão
fascinante de graça,tão irresistível,tãocoloridae
tão pura que todos limpassem seu coração com
lágrimas de alegria; que o comissário
((autoridade policial) do distrito (divisão
territorial em que se exerce autoridade
administrativa,judicial, fiscal ou policial), depois
de ler minha história, mandasse soltar aqueles
bêbados e também aquelas pobres mulheres
colhidas na calçada e lhes dissesse – “por favor,
se comportem, que diabo! Eu não gosto de
prender ninguém!” E que assim todos tratassem
melhor seus empregados, seus dependentes e
seus semelhantes em alegre e espontânea
homenagem à minha história.
E que elaaospoucos se espalhasse pelomundo e
fosse contadade mil maneiras,e fosse atribuídaa
um persa (habitante da antiga Pérsia, atual Irã),
na Nigéria (país da África), a um australiano, em
Dublin (capital da Irlanda), a um japonês, em
Chicago – mas que em todas as línguas ela
guardasse a sua frescura, a sua pureza, o seu
encanto surpreendente; e que no fundo de uma
aldeia da China, um chinês muito pobre, muito
sábio e muito velho dissesse: “Nunca ouvi uma
história assim tão engraçada e tão boa em toda a
minhavida; valeu a pena ter vivido até hoje para
ouvi-la;essahistórianãopode ter sido inventada
por nenhumhomem, foi com certeza algum anjo
tagarela que a contou aos ouvidos de um santo
que dormia, e que ele pensou que já estivesse
morto; sim, deve ser uma história do céu que se
filtrou (introduziu-se lentamente em) por acaso
até nosso conhecimento; é divina.”
E quando todos me perguntassem – “mas de
onde é que você tirou essa história?” – eu
responderia que ela não é minha, que eu a ouvi
por acaso na rua, de um desconhecido que a
contava a outro desconhecido, e que por sinal
começara a contar assim:“Ontemouvi umsujeito
contar uma história...”
E eu esconderia completamente a humilde
verdade: que eu inventei toda a minha história
em um só segundo, quando pensei na tristeza
daquelamoçaque está doente, que sempre está
doente e sempre está de luto e sozinha naquela
pequena casa cinzenta de meu bairro.
01) Porque o autor desejaescreverumahistória
engraçada?
02) Porque ele dizque a moça tem umacasa
cinzenta,e nãoverde,azul ouamarela?
03) Aodescreverumraiode sol,oautor lhe
ESCOLA FRANCISCO MAIA Nota
atribui característicasque,de certa forma,se
opõemàs da moça.Cite algumasdessas
características opostas.
04) Comovocê interpretariaaoração “que todos
limpassemseucoraçãocomlágrimasde alegria”?
05) O autorsonha emtornar maisfelizese
sensíveisapenasaspessoasde seupaís?
Justifique.
06) Relacione ascolunasconforme asreaçõesdas
pessoasdiante dahistória:
(a) moça triste ( ) libertariaosdetentos,dizendo-
lhespara se comportarem,poisnãogostavade
prenderninguém
(b) amigasda moça triste ( ) sentir-se-iatãofeliz
que se lembrariadoalegre tempode namoro
(c) casal mal-humorado( ) ficariamespantadas
com a alegriarepentinadamoça
(d) comissáriododistrito() concluiriaque teria
validoa penavivertanto,sópara ouviruma
históriatão
engraçada
(e) sábiochinês ( ) ficariafelize contariaa história
para a cozinheirae asamigas
07) Porque o autor não contaria aosoutros que
haviainventadoahistóriaengraçadapara alegrar
a moça triste e doente?Copie aalternativa
correta:
(a) porque,na verdade,amoça triste nãoexistia
(b) por que ele mesmonãoachavaa história
engraçada
(c) por modéstiae humildade
(d) porque nãoacreditariam que ele fosse capaz
de inventaraquelahistória
08) Afinal,que históriaRubemBragainventou
para alegrare comovertantaspessoas?
09) Nasua opinião,oque maissensibilizaas
pessoas:históriasengraçadasoudramáticas?
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Meu ideal seria escrever uma história engraçada

  • 1. Linguagens e Suas Tecnologias Componente Curricular: Ed. Física Professor : Nita Monteiro Aluno(a):_______________________________________________________ Nº:____ 2º Bimestre 2017 Turma: _____________Turno:______ MEU IDEAL SERIA ESCREVER... RubemBraga Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada que aquela moça que está naquela casa cinzenta quando lesse minha história no jornal risse, risse tanto que chegasse a chorar e dissesse – “ai meu Deus, que história mais engraçada!” E então a contasse para a cozinheira e telefonasse para duas ou três amigas para contar a história; e todos a quem ela contasse rissemmuitoe ficassemalegremente espantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha história fosse como um raio de sol, irresistivelmente louro, quente, vivo, em sua vida de moça reclusa (que não sai de casa), enlutada (profundamente triste),doente. Que ela mesma ficasse admirada ouvindoopróprioriso, e depois repetisse para si própria – “mas essa história é mesmo muito engraçada!” Que um casal que estivesse em casa mal- humorado, o marido bastante aborrecido com a mulher, a mulher bastante irritada como o marido, que esse casal também fosse atingido pelaminhahistória.O marido a leria e começaria a rir, o que aumentariaa irritaçãoda mulher.Mas depois que esta, apesar de sua má-vontade, tomasse conhecimento da história, ela também risse muito, e ficassem os dois rindo sem poder olhar um para o outro sem rir mais; e que um, ouvindo aquele riso do outro, se lembrasse do alegre tempo de namoro, e reencontrassem os dois a alegria perdida de estarem juntos. Que nas cadeias,nos hospitais, em todas as salas de espera, a minha história chegasse – e tão fascinante de graça,tão irresistível,tãocoloridae tão pura que todos limpassem seu coração com lágrimas de alegria; que o comissário ((autoridade policial) do distrito (divisão territorial em que se exerce autoridade administrativa,judicial, fiscal ou policial), depois de ler minha história, mandasse soltar aqueles bêbados e também aquelas pobres mulheres colhidas na calçada e lhes dissesse – “por favor, se comportem, que diabo! Eu não gosto de prender ninguém!” E que assim todos tratassem melhor seus empregados, seus dependentes e seus semelhantes em alegre e espontânea homenagem à minha história. E que elaaospoucos se espalhasse pelomundo e fosse contadade mil maneiras,e fosse atribuídaa um persa (habitante da antiga Pérsia, atual Irã), na Nigéria (país da África), a um australiano, em Dublin (capital da Irlanda), a um japonês, em Chicago – mas que em todas as línguas ela guardasse a sua frescura, a sua pureza, o seu encanto surpreendente; e que no fundo de uma aldeia da China, um chinês muito pobre, muito sábio e muito velho dissesse: “Nunca ouvi uma história assim tão engraçada e tão boa em toda a minhavida; valeu a pena ter vivido até hoje para ouvi-la;essahistórianãopode ter sido inventada por nenhumhomem, foi com certeza algum anjo tagarela que a contou aos ouvidos de um santo que dormia, e que ele pensou que já estivesse morto; sim, deve ser uma história do céu que se filtrou (introduziu-se lentamente em) por acaso até nosso conhecimento; é divina.” E quando todos me perguntassem – “mas de onde é que você tirou essa história?” – eu responderia que ela não é minha, que eu a ouvi por acaso na rua, de um desconhecido que a contava a outro desconhecido, e que por sinal começara a contar assim:“Ontemouvi umsujeito contar uma história...” E eu esconderia completamente a humilde verdade: que eu inventei toda a minha história em um só segundo, quando pensei na tristeza daquelamoçaque está doente, que sempre está doente e sempre está de luto e sozinha naquela pequena casa cinzenta de meu bairro. 01) Porque o autor desejaescreverumahistória engraçada? 02) Porque ele dizque a moça tem umacasa cinzenta,e nãoverde,azul ouamarela? 03) Aodescreverumraiode sol,oautor lhe ESCOLA FRANCISCO MAIA Nota
  • 2. atribui característicasque,de certa forma,se opõemàs da moça.Cite algumasdessas características opostas. 04) Comovocê interpretariaaoração “que todos limpassemseucoraçãocomlágrimasde alegria”? 05) O autorsonha emtornar maisfelizese sensíveisapenasaspessoasde seupaís? Justifique. 06) Relacione ascolunasconforme asreaçõesdas pessoasdiante dahistória: (a) moça triste ( ) libertariaosdetentos,dizendo- lhespara se comportarem,poisnãogostavade prenderninguém (b) amigasda moça triste ( ) sentir-se-iatãofeliz que se lembrariadoalegre tempode namoro (c) casal mal-humorado( ) ficariamespantadas com a alegriarepentinadamoça (d) comissáriododistrito() concluiriaque teria validoa penavivertanto,sópara ouviruma históriatão engraçada (e) sábiochinês ( ) ficariafelize contariaa história para a cozinheirae asamigas 07) Porque o autor não contaria aosoutros que haviainventadoahistóriaengraçadapara alegrar a moça triste e doente?Copie aalternativa correta: (a) porque,na verdade,amoça triste nãoexistia (b) por que ele mesmonãoachavaa história engraçada (c) por modéstiae humildade (d) porque nãoacreditariam que ele fosse capaz de inventaraquelahistória 08) Afinal,que históriaRubemBragainventou para alegrare comovertantaspessoas? 09) Nasua opinião,oque maissensibilizaas pessoas:históriasengraçadasoudramáticas? Justifique.