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ESPIRITUALIDADE DO PRESBÍTERO DIOCESANO
Presbítero diocesano:
- é aquele que pertence a uma Igreja particular
e nela se incardina, para, em comunhão com o
bispo, o presbitério e o diacônio, pastorear
uma porção do Povo de Deus. A vida e o
ministério do presbítero diocesano encontram
seu eixo na relação com a Igreja particular, o
bispo diocesano, o presbitério e o diacônio.
Vínculo especial de comunhão com o seu bispo:
- “O bispo procurará sempre comportar-se com
os seus sacerdotes como pai e irmão que os
ama, escuta, acolhe, corrige, conforta, busca a
sua colaboração e cuida o melhor possível do seu
bem-estar humano, espiritual, ministerial e
econômico” (PG, n. 47).
Sendo de ordem sacramental, a pertença ao presbitério
exige a fraternidade presbiteral como traço fundamental:
na comunhão do presbitério, o presbítero diocesano é
responsável pela ação pastoral evangelizadora da Igreja
particular; cabe a ele fazer com que a diocese e as
paróquias que a constituem, reformulem suas estruturas
tornando-se casas e escolas de comunhão, redes de
comunidades evangelizadoras, expressão visível da
opção preferencial pelos pobres (DAp, n. 170, 172, 179).
Missionário na Igreja particular:
a missionariedade implica na disponibilidade
para ser enviado a paróquias de outras
dioceses, especialmente, às mais pobres e
distantes e a outros serviços como assessoria
de acompanhamento de pastorais específicas
e movimentos eclesiais (CNBB, Doc. 75, n. 22).
Caridade pastoral:
é o princípio que orienta e anima a vida do
presbítero diocesano, enquanto discípulo
missionário, como participação da própria caridade
pastoral de Cristo Jesus (PDV, n. 23); é o vínculo da
perfeição sacerdotal, que conduz à unidade de vida
e ação” (PO, n. 14); é uma característica essencial
da espiritualidade do presbítero diocesano e se
expressa, de modo especial, na vivência do carisma
do celibato.
Celibato:
é uma resposta de amor que nasce do fascínio por
Cristo ao qual o presbítero responde com a totalidade
do seu ser; através do celibato pelo Reino de Deus, o
presbítero é chamado a identificar-se com Cristo no
seu amor total e exclusivo à Igreja e na doação
completa de sua vida ao Povo de Deus; constitui um
grande fator de liberdade para amar e servir todos
aqueles aos quais o Senhor envia, em especial os mais
necessitados.
Incardinação:
o futuro presbítero assume um vínculo
jurídico, teológico, espiritual, esponsal e
pastoral com uma Igreja particular que o
acolhe, sem prejuízo da dimensão missionária
da vocação.
1. IDENTIDADE (quem sou?) – MISTÉRIO
- Relação sobrenatural com Deus.
- Encontra sua fonte na Santíssima Trindade: é
na relação pessoal com o Pai, em Jesus Cristo,
pelo seu Espírito, que se revela na Igreja, que o
presbítero encontrará o sentido claro de sua
identidade.
- A identidade específica é a caridade pastoral
– o presbítero é chamado a ser epifania,
transparência e sacramento do Cristo Pastor.
Quem dele se aproxima deve encontrar o
rosto, o coração, as atitudes e a prática do
Bom Pastor.
CARIDADE PASTORAL:
- referência primeira – Jesus Bom Pastor;
- fonte específica – sacramento da ordem –
consagração especial pela qual o padre torna-se
instrumento vivo do sacerdócio de Cristo. Acontece
um ligame ontológico a Cristo sacerdote e pastor,
pelo qual o presbítero age em nome e na pessoa
do próprio Cristo;
Caridade Pastoral:
- destinação – doação de si à Igreja e à
humanidade – a caridade pastoral não é só o
que o presbítero faz, mas o dom de si mesmo
que manifesta o amor de Cristo por seu
rebanho. Este dom não tem fronteiras;
Caridade Pastoral:
- âmbito imediato – Igreja local – é dentro da
comunidade eclesial, confiada ao seu
ministério e em profunda comunhão com o
presbitério unido ao bispo que o presbítero
vive concretamente a caridade pastoral
(incardinação na diocese);
Caridade Pastoral:
- suprema expressão e alimento – a eucaristia – a
caridade pastoral brota sobretudo da eucaristia que
constitui o centro e a raiz da vida do presbítero. A
eucaristia é dom total de Cristo para a vida do mundo.
Daí que a caridade pastoral encontra na eucaristia a sua
mais alta realização, da mesma forma que o padre
recebe dela a graça da responsabilidade de tornar
eucarística sua vida inteira. Deverá espelhar em si
mesmo o que celebra no altar.
Caridade Pastoral:
- eixo integrador da vida e do ministério do
presbítero – é o princípio interior dinâmico
capaz de unificar as múltiplas e diversas
atividades do presbítero. É na caridade
pastoral que o presbítero integra sua vida e
atividade.
No espírito do Sermão da Montanha e dos
Conselhos Evangélicos:
- O Sermão da Montanha é um autorretrato de
Jesus;
- Os conselhos evangélicos que Jesus propõe
ali são expressão da radicalidade no
seguimento e denotam totalidade de vida,
coração indiviso e entrega total ao ministério.
No espírito do Sermão da Montanha e dos Conselhos
Evangélicos:
Obediência:
- procurar não a própria vontade, mas a daquele que
os enviou;
- é apostólica – vivida em comunhão com o
presbitério, o bispo, o papa, a fim de transmitir com
fidelidade o mistério cristão e garantir a unidade da
Igreja;
Obediência:
- é comunitária – incide na Igreja local, vivida na
corresponsabilidade com o presbitério unido ao
bispo e aos leigos, fiel às exigências de uma vida
eclesial orgânica e organizada;
Obediência:
- possui um caráter de pastoralidade –
fidelidade às decisões pastorais da Igreja local
e às diretrizes da CNBB. É também
sensibilidade às necessidades do povo e
disponibilidade para deixar-se consumir ao seu
serviço.
Castidade – Celibato:
- é um carisma dado pelo Pai a alguns, de se
dedicarem unicamente a Deus e com um
coração indiviso;
- fonte privilegiada de fecundidade espiritual
no mundo;
- sinal do Reino que não é deste mundo, do
amor de Deus por este mundo e do amor
indiviso do sacerdote a Deus e ao seu povo;
Castidade – Celibato:
- está fundamentado na ordenação através da qual o
sacerdote é configurado a Cristo Jesus, cabeça e esposo
da Igreja. A Igreja, como esposa de Cristo, quer ser
amada pelo sacerdote do modo total e exclusivo com
que Jesus Cristo a amou.
- por ser dom de Deus, pode ou não ser aceito a partir
da própria liberdade;
- tripé da vida celibatária – solidão aprazível na
companhia de Deus, interação afetuosa no contexto
comunitário, sentido da missão na prática do ministério.
Pobreza evangélica:
- submissão de todos os bens ao bem supremo
de Deus e do seu Reino;
- deve traduzir-se numa vida simples e austera,
onde se renuncia generosamente às coisas
supérfluas;
- tem significado profético no seio das
sociedades ricas e consumistas;
Pobreza evangélica:
- habilita o presbítero a ser solidário com os
injustiçados e oprimidos na conquista de seus
direitos;
- tem a opção preferencial pelos pobres como
valor inquestionável da espiritualidade;
Pobreza evangélica:
- disponibilidade para ser enviado onde for
preciso, mesmo com sacrifício pessoal;
- leva à comunhão de bens.
Misericórdia e Justiça:
- são dois fios condutores da vida e prática de
Jesus.
2) INTIMIDADE (com quem sou?) – COMUNHÃO
- A Igreja tem na Trindade sua fonte, modelo e pátria.
Ela se define como comunhão. É deste modelo de
Igreja que emerge também o perfil do presbítero.
- O presbítero é servidor da Igreja comunhão, porque
unido ao bispo e em estreita comunhão com o
presbitério, constrói a unidade da comunidade
eclesial na harmonia das diferentes vocações,
carismas e serviços.
- O ministério ordenado tem radical forma
comunitária e pode apenas ser assumido como
obra coletiva. Através da ordenação, os
presbíteros estão unidos entre si por uma íntima
fraternidade sacerdotal.
- Daí que não se pode conceber o individualismo
e certa forma de autossuficiência com que alguns
exercem o ministério.
- O testemunho de amizade, de corresponsabilidade,
de partilha entre os presbíteros é a primeira forma de
evangelização. “Todos conhecerão que sois meus
discípulos se vos amardes uns aos outros” (Jo 13,35).
- Geralmente os presbíteros aprendem a amar, mas não
sabem ser amados. Quando alguém se deixa amar,
perde o poder sobre o outro porque também se deixa
conduzir por ele, e nossa tendência é querer controlar
tudo.
- Muitos vivem o celibato como “limpeza” total de
amor, o que o torna nulo.
- O coração fraterno tem muitas manifestações: dar,
receber, pedir, agradecer.
- Na parábola do Bom Samaritano, sempre nos
identificamos com o que socorre e não com o caído.
- É preciso ser livre para pedir, receber gratuitamente
e saber agradecer. Saber receber sem intrometer-se
na vida dos outros.
- Em nosso coração há mais amor do que somos
capazes de expressar. Vencendo a tentação do possuir,
controlar, dominar, seremos livres e transparentes para
amar mais e melhor.
- Para evitar o clericalismo e o centralismo na Igreja, é
fundamental a presença e a atuação dos leigos, entre
os quais os presbíteros são “irmãos entre os irmãos”,
membros de um e mesmo corpo de Cristo. É preciso
confiar nos leigos e deixá-los agir por iniciativa própria.
- A inserção do presbítero na Igreja local
constitui por natureza um elemento
qualificante para viver a espiritualidade, pois
traz consigo uma fonte de significados, de
critérios de discernimento e ação que
configuram tanto a missão pastoral quanto a
vida espiritual.
- O individualismo vai sendo superado com a
vivência prática e efetiva da colegialidade. No
seio da Igreja local deve estar o presbitério e
não cada um trabalhando isoladamente.
- A colegialidade do presbitério é estimulada
se tiver à frente um bispo amigo e irmão, que
sabe confiar em cada um e animar, na prática,
as opções pastorais assumidas por todos.
3) GENERATIVIDADE (para quem sou?) - MISSÃO –
A SERVIÇO DA IGREJA E DO MUNDO
- A consagração é para a missão. Daí a íntima
conexão entre a vida espiritual do presbítero e o
exercício do seu ministério.
- Pedagogia de Jesus: chamou os que Ele quis
(mistério da vocação e da identidade), foram
até Ele e ficaram com Ele (convite à
intimidade, à comunhão) e os enviou a pregar
o Reino (generatividade, missão confiada a
eles).
- É a caridade pastoral que ilumina e unifica
todas as atividades do presbítero.
O presbítero é ministro da Palavra (ministério
profético):
- Enviado a anunciar a todos o Evangelho do Reino.
- Daí a necessidade de cultivar uma grande
familiaridade com a Palavra de Deus.
- Ele deve ser o primeiro que crê na Palavra, com
plena consciência de que suas palavras são de
Deus.
- Ele não é dono, mas servo dessa Palavra.
- O presbítero deve crescer na sua consciência
da necessidade permanente de ser
evangelizado.
- Deve também denunciar o pecado.
Ministério pastoral:
- Animar, guiar, unir a comunidade.
- É o exercício da capacidade de coordenar
todos os dons e carismas que o Espírito Santo
suscita na comunidade, verificando-os e
valorizando-os para a edificação da Igreja.
- Essas virtudes são necessárias: fidelidade,
coerência, sapiência, acolhimento a todos, afável
bondade, firmeza nas coisas essenciais, libertação
de pontos de vista demasiado subjetivos,
desprendimento pessoal, paciência, gosto pela
tarefa diária, confiança nos simples e pobres.
- Deve ser o “ministério da síntese” e não a
“síntese dos ministérios” – corresponsabilidade
colegial com o presbitério e os leigos.
Ministério sacerdotal:
- Celebração dos sacramentos e da Liturgia das
Horas.
- O centro é a Eucaristia.
- Neste culto, é a comunidade que se oferece a
si mesma a Deus, através da fé e da caridade,
e é o presbítero que deve levá-la a isto.
- Santificação da comunidade.
Vivido desta forma, o próprio ministério torna-
se fonte de espiritualidade:
- ensinando, o presbítero também escuta e
aprende;
- pregando a Palavra, é também evangelizado;
- celebrando e santificando, o presbítero
também ora e se santifica;
- servindo e coordenando a comunidade,
torna-se epifania do Bom Pastor.
- Exigências para se viver a identidade e missão do
Presbítero nas circunstâncias atuais:
a) o testemunho pessoal de fé e de caridade, de profunda
espiritualidade vivida, de renúncia e despojamento de si;
b) a prioridade da tarefa da evangelização, o que acentua
o caráter missionário do ministério presbiteral;
c) a capacidade de acolhida a exemplo de Cristo Pastor
que une a firmeza à ternura, sem ceder à tentação de um
serviço burocrático e rotineiro;
d) a solidariedade efetiva com a vida do povo, a opção
preferencial pelos pobres, com especial sensibilidade
para com os oprimidos, os sofredores, em fidelidade à
caminhada da Igreja na América Latina, ratificada pela
Conferência de Aparecida (DAp, n. 396);
e) a maturidade para enfrentar os conflitos existenciais
que surgem do contato com um mundo consumista,
secularizado, e até hostil aos valores do Evangelho;
f) o cultivo da dimensão ecumênica, o diálogo
interreligioso, no respeito à pluralidade de expressar a fé
em Deus e nos valores do Evangelho;
g) a participação comprometida nos movimentos sociais,
nas lutas do povo, com consciência política diante da
corrupção e da decepção política, conservando,
entretanto, sua identidade presbiteral, mantendo-se fiel
ao que é específico do ministério ordenado e observando
as orientações do Magistério da Igreja;
h) a capacidade de respeitar, de discernir e de
suscitar serviços e ministérios para a ação
comunitária e a partilha;
i) a promoção e a manutenção da paz e a concórdia
fundamentada na justiça (CIC, n. 287, § 1);
j) a configuração de homem de esperança e do
seguimento de Jesus na cruz.

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Espiritualidade do presbítero diocesano

  • 2. Presbítero diocesano: - é aquele que pertence a uma Igreja particular e nela se incardina, para, em comunhão com o bispo, o presbitério e o diacônio, pastorear uma porção do Povo de Deus. A vida e o ministério do presbítero diocesano encontram seu eixo na relação com a Igreja particular, o bispo diocesano, o presbitério e o diacônio.
  • 3. Vínculo especial de comunhão com o seu bispo: - “O bispo procurará sempre comportar-se com os seus sacerdotes como pai e irmão que os ama, escuta, acolhe, corrige, conforta, busca a sua colaboração e cuida o melhor possível do seu bem-estar humano, espiritual, ministerial e econômico” (PG, n. 47).
  • 4. Sendo de ordem sacramental, a pertença ao presbitério exige a fraternidade presbiteral como traço fundamental: na comunhão do presbitério, o presbítero diocesano é responsável pela ação pastoral evangelizadora da Igreja particular; cabe a ele fazer com que a diocese e as paróquias que a constituem, reformulem suas estruturas tornando-se casas e escolas de comunhão, redes de comunidades evangelizadoras, expressão visível da opção preferencial pelos pobres (DAp, n. 170, 172, 179).
  • 5. Missionário na Igreja particular: a missionariedade implica na disponibilidade para ser enviado a paróquias de outras dioceses, especialmente, às mais pobres e distantes e a outros serviços como assessoria de acompanhamento de pastorais específicas e movimentos eclesiais (CNBB, Doc. 75, n. 22).
  • 6. Caridade pastoral: é o princípio que orienta e anima a vida do presbítero diocesano, enquanto discípulo missionário, como participação da própria caridade pastoral de Cristo Jesus (PDV, n. 23); é o vínculo da perfeição sacerdotal, que conduz à unidade de vida e ação” (PO, n. 14); é uma característica essencial da espiritualidade do presbítero diocesano e se expressa, de modo especial, na vivência do carisma do celibato.
  • 7. Celibato: é uma resposta de amor que nasce do fascínio por Cristo ao qual o presbítero responde com a totalidade do seu ser; através do celibato pelo Reino de Deus, o presbítero é chamado a identificar-se com Cristo no seu amor total e exclusivo à Igreja e na doação completa de sua vida ao Povo de Deus; constitui um grande fator de liberdade para amar e servir todos aqueles aos quais o Senhor envia, em especial os mais necessitados.
  • 8. Incardinação: o futuro presbítero assume um vínculo jurídico, teológico, espiritual, esponsal e pastoral com uma Igreja particular que o acolhe, sem prejuízo da dimensão missionária da vocação.
  • 9. 1. IDENTIDADE (quem sou?) – MISTÉRIO - Relação sobrenatural com Deus. - Encontra sua fonte na Santíssima Trindade: é na relação pessoal com o Pai, em Jesus Cristo, pelo seu Espírito, que se revela na Igreja, que o presbítero encontrará o sentido claro de sua identidade.
  • 10. - A identidade específica é a caridade pastoral – o presbítero é chamado a ser epifania, transparência e sacramento do Cristo Pastor. Quem dele se aproxima deve encontrar o rosto, o coração, as atitudes e a prática do Bom Pastor.
  • 11. CARIDADE PASTORAL: - referência primeira – Jesus Bom Pastor; - fonte específica – sacramento da ordem – consagração especial pela qual o padre torna-se instrumento vivo do sacerdócio de Cristo. Acontece um ligame ontológico a Cristo sacerdote e pastor, pelo qual o presbítero age em nome e na pessoa do próprio Cristo;
  • 12. Caridade Pastoral: - destinação – doação de si à Igreja e à humanidade – a caridade pastoral não é só o que o presbítero faz, mas o dom de si mesmo que manifesta o amor de Cristo por seu rebanho. Este dom não tem fronteiras;
  • 13. Caridade Pastoral: - âmbito imediato – Igreja local – é dentro da comunidade eclesial, confiada ao seu ministério e em profunda comunhão com o presbitério unido ao bispo que o presbítero vive concretamente a caridade pastoral (incardinação na diocese);
  • 14. Caridade Pastoral: - suprema expressão e alimento – a eucaristia – a caridade pastoral brota sobretudo da eucaristia que constitui o centro e a raiz da vida do presbítero. A eucaristia é dom total de Cristo para a vida do mundo. Daí que a caridade pastoral encontra na eucaristia a sua mais alta realização, da mesma forma que o padre recebe dela a graça da responsabilidade de tornar eucarística sua vida inteira. Deverá espelhar em si mesmo o que celebra no altar.
  • 15. Caridade Pastoral: - eixo integrador da vida e do ministério do presbítero – é o princípio interior dinâmico capaz de unificar as múltiplas e diversas atividades do presbítero. É na caridade pastoral que o presbítero integra sua vida e atividade.
  • 16. No espírito do Sermão da Montanha e dos Conselhos Evangélicos: - O Sermão da Montanha é um autorretrato de Jesus; - Os conselhos evangélicos que Jesus propõe ali são expressão da radicalidade no seguimento e denotam totalidade de vida, coração indiviso e entrega total ao ministério.
  • 17. No espírito do Sermão da Montanha e dos Conselhos Evangélicos: Obediência: - procurar não a própria vontade, mas a daquele que os enviou; - é apostólica – vivida em comunhão com o presbitério, o bispo, o papa, a fim de transmitir com fidelidade o mistério cristão e garantir a unidade da Igreja;
  • 18. Obediência: - é comunitária – incide na Igreja local, vivida na corresponsabilidade com o presbitério unido ao bispo e aos leigos, fiel às exigências de uma vida eclesial orgânica e organizada;
  • 19. Obediência: - possui um caráter de pastoralidade – fidelidade às decisões pastorais da Igreja local e às diretrizes da CNBB. É também sensibilidade às necessidades do povo e disponibilidade para deixar-se consumir ao seu serviço.
  • 20. Castidade – Celibato: - é um carisma dado pelo Pai a alguns, de se dedicarem unicamente a Deus e com um coração indiviso; - fonte privilegiada de fecundidade espiritual no mundo; - sinal do Reino que não é deste mundo, do amor de Deus por este mundo e do amor indiviso do sacerdote a Deus e ao seu povo;
  • 21. Castidade – Celibato: - está fundamentado na ordenação através da qual o sacerdote é configurado a Cristo Jesus, cabeça e esposo da Igreja. A Igreja, como esposa de Cristo, quer ser amada pelo sacerdote do modo total e exclusivo com que Jesus Cristo a amou. - por ser dom de Deus, pode ou não ser aceito a partir da própria liberdade; - tripé da vida celibatária – solidão aprazível na companhia de Deus, interação afetuosa no contexto comunitário, sentido da missão na prática do ministério.
  • 22. Pobreza evangélica: - submissão de todos os bens ao bem supremo de Deus e do seu Reino; - deve traduzir-se numa vida simples e austera, onde se renuncia generosamente às coisas supérfluas; - tem significado profético no seio das sociedades ricas e consumistas;
  • 23. Pobreza evangélica: - habilita o presbítero a ser solidário com os injustiçados e oprimidos na conquista de seus direitos; - tem a opção preferencial pelos pobres como valor inquestionável da espiritualidade;
  • 24. Pobreza evangélica: - disponibilidade para ser enviado onde for preciso, mesmo com sacrifício pessoal; - leva à comunhão de bens.
  • 25. Misericórdia e Justiça: - são dois fios condutores da vida e prática de Jesus.
  • 26. 2) INTIMIDADE (com quem sou?) – COMUNHÃO - A Igreja tem na Trindade sua fonte, modelo e pátria. Ela se define como comunhão. É deste modelo de Igreja que emerge também o perfil do presbítero. - O presbítero é servidor da Igreja comunhão, porque unido ao bispo e em estreita comunhão com o presbitério, constrói a unidade da comunidade eclesial na harmonia das diferentes vocações, carismas e serviços.
  • 27. - O ministério ordenado tem radical forma comunitária e pode apenas ser assumido como obra coletiva. Através da ordenação, os presbíteros estão unidos entre si por uma íntima fraternidade sacerdotal. - Daí que não se pode conceber o individualismo e certa forma de autossuficiência com que alguns exercem o ministério.
  • 28. - O testemunho de amizade, de corresponsabilidade, de partilha entre os presbíteros é a primeira forma de evangelização. “Todos conhecerão que sois meus discípulos se vos amardes uns aos outros” (Jo 13,35). - Geralmente os presbíteros aprendem a amar, mas não sabem ser amados. Quando alguém se deixa amar, perde o poder sobre o outro porque também se deixa conduzir por ele, e nossa tendência é querer controlar tudo.
  • 29. - Muitos vivem o celibato como “limpeza” total de amor, o que o torna nulo. - O coração fraterno tem muitas manifestações: dar, receber, pedir, agradecer. - Na parábola do Bom Samaritano, sempre nos identificamos com o que socorre e não com o caído. - É preciso ser livre para pedir, receber gratuitamente e saber agradecer. Saber receber sem intrometer-se na vida dos outros.
  • 30. - Em nosso coração há mais amor do que somos capazes de expressar. Vencendo a tentação do possuir, controlar, dominar, seremos livres e transparentes para amar mais e melhor. - Para evitar o clericalismo e o centralismo na Igreja, é fundamental a presença e a atuação dos leigos, entre os quais os presbíteros são “irmãos entre os irmãos”, membros de um e mesmo corpo de Cristo. É preciso confiar nos leigos e deixá-los agir por iniciativa própria.
  • 31. - A inserção do presbítero na Igreja local constitui por natureza um elemento qualificante para viver a espiritualidade, pois traz consigo uma fonte de significados, de critérios de discernimento e ação que configuram tanto a missão pastoral quanto a vida espiritual.
  • 32. - O individualismo vai sendo superado com a vivência prática e efetiva da colegialidade. No seio da Igreja local deve estar o presbitério e não cada um trabalhando isoladamente. - A colegialidade do presbitério é estimulada se tiver à frente um bispo amigo e irmão, que sabe confiar em cada um e animar, na prática, as opções pastorais assumidas por todos.
  • 33. 3) GENERATIVIDADE (para quem sou?) - MISSÃO – A SERVIÇO DA IGREJA E DO MUNDO - A consagração é para a missão. Daí a íntima conexão entre a vida espiritual do presbítero e o exercício do seu ministério.
  • 34. - Pedagogia de Jesus: chamou os que Ele quis (mistério da vocação e da identidade), foram até Ele e ficaram com Ele (convite à intimidade, à comunhão) e os enviou a pregar o Reino (generatividade, missão confiada a eles). - É a caridade pastoral que ilumina e unifica todas as atividades do presbítero.
  • 35. O presbítero é ministro da Palavra (ministério profético): - Enviado a anunciar a todos o Evangelho do Reino. - Daí a necessidade de cultivar uma grande familiaridade com a Palavra de Deus. - Ele deve ser o primeiro que crê na Palavra, com plena consciência de que suas palavras são de Deus.
  • 36. - Ele não é dono, mas servo dessa Palavra. - O presbítero deve crescer na sua consciência da necessidade permanente de ser evangelizado. - Deve também denunciar o pecado.
  • 37. Ministério pastoral: - Animar, guiar, unir a comunidade. - É o exercício da capacidade de coordenar todos os dons e carismas que o Espírito Santo suscita na comunidade, verificando-os e valorizando-os para a edificação da Igreja.
  • 38. - Essas virtudes são necessárias: fidelidade, coerência, sapiência, acolhimento a todos, afável bondade, firmeza nas coisas essenciais, libertação de pontos de vista demasiado subjetivos, desprendimento pessoal, paciência, gosto pela tarefa diária, confiança nos simples e pobres. - Deve ser o “ministério da síntese” e não a “síntese dos ministérios” – corresponsabilidade colegial com o presbitério e os leigos.
  • 39. Ministério sacerdotal: - Celebração dos sacramentos e da Liturgia das Horas. - O centro é a Eucaristia. - Neste culto, é a comunidade que se oferece a si mesma a Deus, através da fé e da caridade, e é o presbítero que deve levá-la a isto. - Santificação da comunidade.
  • 40. Vivido desta forma, o próprio ministério torna- se fonte de espiritualidade: - ensinando, o presbítero também escuta e aprende; - pregando a Palavra, é também evangelizado; - celebrando e santificando, o presbítero também ora e se santifica; - servindo e coordenando a comunidade, torna-se epifania do Bom Pastor.
  • 41. - Exigências para se viver a identidade e missão do Presbítero nas circunstâncias atuais: a) o testemunho pessoal de fé e de caridade, de profunda espiritualidade vivida, de renúncia e despojamento de si; b) a prioridade da tarefa da evangelização, o que acentua o caráter missionário do ministério presbiteral; c) a capacidade de acolhida a exemplo de Cristo Pastor que une a firmeza à ternura, sem ceder à tentação de um serviço burocrático e rotineiro;
  • 42. d) a solidariedade efetiva com a vida do povo, a opção preferencial pelos pobres, com especial sensibilidade para com os oprimidos, os sofredores, em fidelidade à caminhada da Igreja na América Latina, ratificada pela Conferência de Aparecida (DAp, n. 396); e) a maturidade para enfrentar os conflitos existenciais que surgem do contato com um mundo consumista, secularizado, e até hostil aos valores do Evangelho;
  • 43. f) o cultivo da dimensão ecumênica, o diálogo interreligioso, no respeito à pluralidade de expressar a fé em Deus e nos valores do Evangelho; g) a participação comprometida nos movimentos sociais, nas lutas do povo, com consciência política diante da corrupção e da decepção política, conservando, entretanto, sua identidade presbiteral, mantendo-se fiel ao que é específico do ministério ordenado e observando as orientações do Magistério da Igreja;
  • 44. h) a capacidade de respeitar, de discernir e de suscitar serviços e ministérios para a ação comunitária e a partilha; i) a promoção e a manutenção da paz e a concórdia fundamentada na justiça (CIC, n. 287, § 1); j) a configuração de homem de esperança e do seguimento de Jesus na cruz.