O documento apresenta vários poemas e textos curtos sobre temas como a vida, o amor e a arte. Contém também informações sobre a publicação, como o número de exemplares impressos e detalhes sobre doações para financiar novas edições.
1. AMEOPO MAERio de Vocês - Bra$il - Janeiro de 2016
:
21-9-6822-3446
publique-se livros
fanzines
revistas
jornais
/outrasdimensoes
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Tarde
Insossa como café sem leite para molhar
biscoitos velhos ou brincar de Cleópatra na
banheira ao mesmo tempo em que escrevo seu
nome em barquinhos de papel que afogo
juntamente com as línguas que me lambem
exceto a do gato e a do homem do filme mudo
que estou apenas escutando enquanto leio
notícias super desinteressantes e o cinzeiro
fuma milhares de cigarros no exato instante em
que a tela pisca insistentemente pra mim em
fragmentos de visão pré concebida não
continuada num tipo de cegueira provisória que
pare imagens desarrazoadas aleatórias e
estupidamente reais. Frente e verso do cartão
postal. Lá fora alguém compra a última edição
do Globo a vizinha vidrada na “Bobo” a tarde se
suicida espalhando pedaços enormes de você
com gosto de agosto junto com o que sobrou da
festa de mim e do almoço do alto da Rio Niterói.
Posso tropeçar n'ela
Posso pegá-la
Arremessá -la
Ou deixa-la cair
Posso também sentir seu peso
Pegando-a por minhas mãos
E assim saberei
Que se trata d'uma
Raphael Mozer
facebook.com/mozerartedicoes
s seres humanos são contraditórios, instáveis e complexos. Todos os pronomes, ditos
Oretos, compartilham destas curvas, que fazem a vida ser a desventura em que se
venturam os mais despertos.
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Bukowski, a vida se curva na noite
você já sabe tudo que eu não sei
eu tô aprendendo ainda sobre essa coisa
de escrever poemas, mas já sei beber
Bukowski, a vida só pela vida não presta
mas ser poeta compensa as quedas
vou encher a cara e cambalear por aí
que é só o que agora me resta
Fernanda Braga
facebook.com/fernanda.braga
Camila Silveira
facebook.com/Camiiiiiiiila
Hudson Pereira
facebook.com/hudsonstyle1
Há de se viver com isso.
PÁGINA 1
.........
Pedra
2. Quando terminar a sua leitura, passe adiante
Edição e Coordenação: Selo Editorial Outras Dimensões
Nesta edição: , Inácio Cruz, luna clara, Isabel Peña,
Douguinissimo, Camila Silveira, Raphael Mozer,
Hudson Pereira, Fernanda Braga, Experimentalismos...
Exemplares na pRAÇA: 1ooo exemplares. PIRATEIE!.
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(Rômulo Ferreira) Agência 0473-1 conta poup. 16197-7 (var. 51)
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BY ND
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...(É)DITO:(ria)l
construindo coletividades
En el whatsaap cambio dolor por libertad.
A causa de la niebla fui
al Cristo redentorpero no subí.
Un vendedor de trapos señala el morro corcovado:
NO STA LA
y abre uno de sus pareos que lo representan
acá en la city: STÁ QUi
Eu preciso pero no falo portugues,
parece italiano pero no es.
¿Cómo sostenemos el coco?
El mar es el metrónomo
que Dios usa para refrescar
al mundo y el alcohol
la nafta de sus profetas.
La verdad abre sus brazos también
a escala site specific en otra obra real
din don de apoyar su cabeza
no para de construir amor.
Si caminás con agua hasta las rodillas,
lo podes ver desde la playa
sobre el futuro Museo de imagen y sonido.
Una orquídea roja parece latir
al ceibo la prosperidad llovida
en meteoritos para el despertar perpetuo.
Isabel Peña
isapenia@yahoo.com.ar
ainda sinto o gosto da sua boca
e seus lábios pulsando na velocidade
do meu sangue
ainda tenho sua voz como um sussurro
de infinita poesia ressoando
nos meus ouvidos surdos
cada palavra
cada respiro ofegante
música do sagrado
profanado pelo tempo
esse algoz inefável dos eternos amantes
ainda sinto a perfeição da imagem
do seu rosto seus olhos e cabelos
o calor cambaleante
do seu corpo que desejo
ainda sinto
cada parte minha tremer
sempre que te vejo
e só quando a noite d'alma
me cair as pálpebras
saberei da trágica certeza
de que terei enfim sossego
ENQUANTO VIVO
Inácio Cruz
luna clara
facebook.com/lunaclaraprojetos
eu sou índio
eu não sou atleta
eu sou índio
eu não sou hidroelétrica
douglas aparecido
facebook.com/douguinissimo
Um dia destes me explodo,
ai, terão de me limpar à rodo,
pois voarei aos baldes e
não sobrará nem pau de barraca
e nem jaca,
pra que babaca nenhum meta o pé.
siga, e se liga - a vida é curta zé.
AMEOPO MA
E
AMEOPO MA
E
AMEOPO MA
E
AME
O
POEMA
im, a ficção é que rende. É preciso ser
Sassim, meu amigo. Imagine se vocês
que escrevem fossem independentes!
Seria o dilúvio!Asubversão total. O dinheiro só
é útil nas mãos dos que não tem talento.
Vocês escritores, artistas, precisam ser
mantidos pela sociedade na mais dura e
permanente miséria!
Para servirem como bons lacaios, obedientes
e prestimosos.
É a vossa condição social!
Fragmento: “O Rei da Vela”
de Oswald de Andrade, 1976
Capa: Rômulo Ferreira, 2014
(colagem e nanquim)