A maioria dos diretores financeiros (CFOs) acumula de 3 a 4 áreas de responsabilidade, como finanças, administração, contabilidade e jurídico. Essa situação gera riscos, pois é difícil entender completamente todas as áreas. Além disso, tomar decisões com base apenas na visão financeira pode criar problemas jurídicos ou fiscais. Os CFOs precisam se cercar de cuidados como registrar decisões em atas e usar e-mail com cuidado para evitar responsabilização pessoal.
1. 04/06/2010 Financial Web - O Portal para o Profissi…
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Carreira: maioria dos CFOs acumula quatro cargos
por [Adriele Marchesini]
Dificuldade de entendimento de todas as áreas pode gerar riscos para a empresa e profissional,
alerta Ibef
O cada vez mais competitivo — e enxuto — ambiente de
trabalho leva o diretor financeiro das principais
corporações brasileiras a assumir de três a quatro áreas de
uma só vez. Segundo pesquisa realizada pelo Instituto
Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef) com seus
associados, mais da metade de seus associados está nessa
situação.
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De acordo com o levantamento, os departamentos que
normalmente estão por sua direta responsabilidade, além
do próprio financeiro, são de administração,
controladoria, fiscal e jurídico. Em situações mais raras, a equipe comercial fica também sob seu
guarda-chuva. Por vezes, o executivo acumula as diretorias respectivas. Em outras situações, o
gerente especializado reporta diretamente a ele.
“As áreas são parecidas, porém é muita responsabilidade. Como no Brasil existe um universo muito
grande em termos de Legislação, dar conta da área financeira, jurídica, fiscal e contábil — todas
muito complexas — acaba gerando um risco para as empresas. É humanamente impossível ficar
atento a tudo”, explicou o coordenador da Subcomissão de Tributos da Comissão Técnica do Ibef e
sócio responsável pela área fiscal do escritório Hand, Goldstajn e Advogados Associados, Roberto
Goldstajn.
A própria relação interpessoal chega a ser um problema, conforme relata Goldstajn. No caso de um
gerente da área jurídica, por exemplo, negociando com o CFO, pode haver dificuldade de
comunicação por conta da própria natureza de cada área.
“O gerente precisa ter cuidado para colocar um tema controverso. Uma tese tributária que pode
representar um grande valor para a empresa, por exemplo, pode gerar riscos jurídicos. Acontece
que, normalmente, o financeiro é mais pressionado a gerar lucro, então acaba assumindo uma
decisão com base no ponto de vista financeiro”, alertou.
Responsabilidade
A autonomia para tomar as decisões que julgar mais convenientes para a companhia refletem total
responsabilidade sobre suas eventuais consequências negativas. Nessa situação, principalmente,
que o diálogo truncado com a equipe e a falta de conhecimento específico de algumas áreas tornam-
se mais visíveis e chegam a prejudicar a própria carreira do profissional.
“Existe o risco de patrimônio: um CFO pode responder com os bens pessoais quando suas
estratégias prejudicarem a companhia. Se está comprovado que ele cometeu equívocos durante sua
gestão ou agiu de má-fé, pode sofrer ações judiciais”, lembrou.
Por isso é importante que o executivo cerque-se de todos os lados, garantindo ao máximo sua
proteção. É importante registrar todas as decisões em ata — esta, por sua vez, assinada pelos
membros do conselho e demais pares.
Mais uma ferramenta corporativa importante é o e-mail, que vale como prova. Mas é preciso ter
atenção. “Da mesma forma que ele serve como prova positiva para ele se exonerar de culpa, pode
servir para o comprometer”, alertou.
Por isso, é necessário muito cuidado com o quê e para quem se escreve.”O espírito é se cercar de
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Por isso, Financial o quê Portal quem se escreve.”O espírito é se cercar de
todos os cuidados possíveis, tomar decisões embasadas e garantir a publicidade de seus atos na
companhia”, concluiu.
Questão de confiança
Outro ponto compartilhado pelos CFOs é a falta de confiança nas equipes interna e externa. “É
preciso escolher um bom pessoal, investir em treinamento e se cercar de pessoas confiáveis”,
ponderou. “Antes de ingressar na empresa, é importante também entender como funciona a
hierarquia e quais são suas obrigações com o CEO”, apontou.
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