Baile da Saudade / Loja Maçônica Segredo, Força e União de Juazeiro Ba
Pobreza rural e desigualdade no campo
1. AGRISSÊNIOR
NOTICIAS
Pasquim informativo e virtual.
Opiniões, humor e mensagens
EDITORES: Luiz Ferreira da Silva
(luizferreira1937@gmail.com) e
Jefferson Dias (jeffcdiass@gmail.com)
Edição 569 – ANO XII Nº 36 – 26 de abril de 2016
POBREZA RURAL, POBREZA DE IDEIAS
Zander Navarro e Eliseu Alves
Respectivamente, sociólogo e pesquisador em Ciências Sociais. Email:
z.navarro@uol.com.br.; e Doutor em Economia Rural e ex-presidente da Embrapa. Email:
Eliseu.Alves@embrapa.br
Qualquer ação governamental posterior
à crise atual, caso seja desenhada uma
estratégia consistente e realista, precisará
considerar as tendências principais de
transformação hoje em curso nas regiões
rurais. De um lado, ampliar ainda mais a
extraordinária riqueza que o setor
agropecuário vem gerando, estimular a
conquista de novos mercados, bem como
fomentar a industrialização das matérias
primas agrícolas, adensando seu valor
agregado. Se for assim, em dez anos, ou até
menos, o país se tornará o maior produtor de
alimentos do mundo. De outro lado, contudo,
a sociedade brasileira precisará decidir sobre
a maioria de famílias rurais pobres que está
condenada a desaparecer no mesmo período,
em face da forte concentração da renda
atualmente verificada nas regiões de
produção do nosso vasto interior.
Os números são simples de serem
expostos. Dos 4,4 milhões de
estabelecimentos rurais validados no último
levantamento censitário, apenas 500 mil
responderam por quase 90% do valor bruto
da produção. Dentre esses, apenas 24 mil
produziram a metade do valor! Os demais 3,9
milhões de imóveis resistirão nos próximos
anos? Desse grupo, 2,9 milhões são
estabelecimentos rurais onde moram famílias
extremamente pobres, com o conjunto familiar
retirando apenas meio salário mínimo de
rendimento bruto mensal com a agricultura.
Vivem, em especial, no Nordeste rural, e são
famílias envelhecidas que também recebem
transferências do Bolsa Família e
aposentadorias rurais. Por isso, gradualmente
estão abandonando a atividade agrícola
própria e passaram a comprar seus alimentos,
embora continuem morando em áreas rurais.
Sobraria o outro milhão de propriedades,
nas quais vive uma baixa classe média rural,
pois sua renda equivale a um salário mínimo
mensal por pessoa, considerando a média de
quatro moradores por domicílio. Esse grupo
se distribui por todas as regiões, embora seja
expressivo nos três estados sulistas.
Esse é o sintético quadro numérico e
espacial da realidade rural em nossos dias.
Como o Censo é de 2006, os dez anos
passados acentuaram ainda mais as
assimetrias sintetizadas acima. E sobre esse
quadro estrutural vem predominando duas
visões alternativas de interpretação e de ação
governamental. Infelizmente, ambas estão
erradas.
A primeira e dominante leitura sobre o
padrão do nosso desenvolvimento agrário e
agrícola é aquela que argumenta não existir
uma solução agrícola para o problema da
pobreza rural. Não haveria chance alguma de
observar aumentos de renda para os mais
2. pobres em função de suas atividades
agropecuárias. São muito pobres, com terra e
recursos de menos e, portanto, é ocioso
insistir que plantem ou criem animais, pois
continuarão pobres. Nenhuma autoridade
assim afirma publicamente, mas,
concretamente, é a seguida pelos governos
contemporâneos, incluindo o atual. Finge-se
que algo está sendo feito, mas tacitamente se
aceita que o melhor caminho é deixar que as
migrações esvaziem o campo e, portanto, em
algum tempo, teremos uma poderosa
agropecuária, como setor econômico, mas
enraizada em regiões rurais com raros
agricultores e sem vida social. Seguindo essa
interpretação, conclui-se que as políticas
destinadas às propriedades de menor porte
econômico têm sido incapazes de integrar
maior número aos mercados e gerar renda
para uma proporção mais significativa de
famílias rurais. São políticas públicas que
persistem com o roteiro de décadas atrás,
sem reposicionar-se às exigências de uma
agricultura que vem passando por uma
revolução tecnológica.
Já a segunda interpretação é bizarra,
pois defende a retórica de um tempo remoto e
ignora as transformações ocorridas na
produção agropecuária. É visão usualmente
associada aos setores da esquerda agrária
convencional, e insiste em reforma agrária e
outros temas antes tão falados. Seu
pressuposto é aquele que afirma que a causa
da pobreza rural é a histórica concentração
fundiária que prevaleceu desde sempre. Mas,
se assim foi no passado, à medida que a
modernização capitalista veio transformando
a economia agrícola, o peso da terra
gradualmente reduziu-se e não é mais um
fator que responda pela pobreza rural. A terra
explica hoje apenas 7-8% do crescimento da
produção, enquanto a tecnologia responde
por dois terços da expansão verificada. Nas
últimas duas a três décadas, a variável que
amplia as distâncias sociais e a desigualdade
no campo vem sendo, sobretudo, a
intensificação tecnológica em uma parte dos
estabelecimentos rurais, os quais se
integraram virtuosamente aos mercados,
tanto o interno como o global, apropriando-se
de proporções crescentes da riqueza gerada.
No outro extremo, a vasta maioria dos demais
produtores permaneceu à margem do
processo de transformação produtiva e,
portanto, foi ficando cada vez mais para trás,
sem capacidade de concorrer com os imóveis
rurais modernizados.
Não obstante a imensa importância
econômica da agropecuária, pois é o único
setor que vem crescendo positivamente,
alavancado por ganhos contínuos de
produtividade, não temos tido a capacidade
de interpretá-lo corretamente. O resultado é
que as políticas públicas para os mais pobres
do campo têm sido erráticas, equivocadas e
fora de seu tempo, enquanto a produção
agropecuária empresarial continua se
expandindo sob ritmo e eficiência que
impressionam. Já milhões de famílias rurais
pobres, encurraladas em face de seu
desamparo, parecem estar condenadas à
migração para as cidades.
É surpreendente que a sociedade não
esteja discutindo o tema e, particularmente, a
contribuição potencial da agropecuária para a
redução da grave crise que nos aflige. O
destino de quase três milhões de
estabelecimentos rurais pauperizados e seus
estimados doze milhões de moradores não
interessa aos demais brasileiros? (Publicado
no Estado de São Paulo, 13-04-2016).
REFORMA POLÍTICA OU DO ESTADO?
Luiz Ferreira da Silva
Eng. Agrônomo e Escritor
luizferreira1937@gmail.com
Ultimamente, em razão das passeatas, só se
fala numa tal reforma política, mas sem a
preocupação de atacar o cerne do problema -
a desordem, o caos.
O problema não está só na questão política e,
tampouco, no sistema em si. O atual, o
distrital, o misto, ou o que for não tem a
mínima importância, pois o buraco é mais
embaixo: corrupção, nepotismo,
malandragem, sinecuras, assessores de porra
nenhuma, má administração, ignorância na
aplicação dos recursos públicos e gerência
3. incompetente. Enfim; custo estratosférico para
a sociedade. Isso abrange não só a Câmara
Federal, o Senado e as Assembleias
Legislativas, mas os demais poderes. Uma
reforma global, pois, a ser enfrentada.
Imaginemos 5.570 municípios com Prefeitos,
Vereadores, parentes, aderentes, sugando o
dinheiro público, ou com má fé ou por
incompetência administrativa, incluindo obras
desnecessárias e a falta de planejamento!
Mas isso não acontece no Legislativo. No
Executivo e, com aspectos diferencias, no
Judiciário, também. É um pool de Instituições
pesadas, caras e pouco produtivas. São ralos
que já não podem ficar mais abertos, razão
fundamental das injustiças e da miséria de
milhões de brasileiros, tapeados pelas bolsas
e pelas cotas.
Que pontos deveriam ser atacados?
I. Com respeito à estrutura política, o mote é
economizar, evitar desperdícios, alijar os
corruptos e selecionar pessoas competentes.
Algumas ideias:
(1) As cidades com menos de 100 mil
habitantes não teriam Prefeitos e nem
Vereadores. Imaginemos o quanto o país
economizaria com tantos inaptos e ineptos!
O governo federal formaria gestores públicos,
com treinamentos na FGV, que
administrariam esses Municípios, com base
em um programa articulado pela União com a
participação do governo estadual.
Cada gestor teria um mandato de 5 anos, não
prorrogável, e seria de outro Estado, sem
comprometimento local, exercendo aquela
missão específica. Seria formado um
Conselho Assessor por pessoas da
comunidade com a função de fiscalizar a
administração, defender os anseios dos
habitantes e aprovar as contas públicas.
Com o passar do tempo, até que o município
atinja o novo quórum, a comunidade iria se
estruturando para, com melhor ajuizamento,
escolher o seu líder e componentes da
câmara de vereadores, cujo número seria
reduzido à metade do que é hoje.
(2) Uma reformulação radical na Câmara
Federal e no Senado é urgente, reduzindo os
exageros, pois é inconcebível se sangrar os
cofres públicos para pagamento de
mordomias a uma turma privilegiada,
dominada por incompetentes e preguiçosos
políticos, sem qualquer retorno à Nação.
Eles passariam à condição de servidor
público, seguindo os seus estatutos e tabela
salarial. O Senador se enquadraria no teto:
R$ 30.000,00; e o Deputado, 90% deste. Para
ambos, uma ajuda de custo de 20% para
cobrir aluguel e outras despesas por estarem
fora de seu domicílio. Somente isso e mais
nada.
Por outro lado, nada de assessores, carro
oficial privativo, passagens de avião, telefone
e gabinetes suntuosos. Assim, como o
governo formou gestores públicos, disporia de
um pool de competentes consultores, aos
quais os Senadores e Deputados poderiam
recorrer em auxílio quando da elaboração de
seus projetos. Afinal, teoricamente são
pessoas competentes com capacidade para
nos representar, não é verdade?
O gabinete seria uma sala de, no máximo
16,00 m2
, com uma secretária apenas. Só,
somente só! É pegar ou largar!
Com o tempo, depois de um freio de
arrumação, apenas os competentes e
comprometidos com a causa pública
sobreviveriam.
Imaginemos a economia, quando hoje um
deputado custa mais de 200 mil reais e
convivendo numa estrutura de alto luxo. Isso
sem se contar com os altíssimos salários do
excessivo número de servidores. Para se ter
uma ideia, o orçamento para 2016, Senado e
Câmara, é de mais de 10 bilhões de reais.
(3) Quanto às Assembleias Legislativas e
Câmara de Vereadores, a mesma
vassourada, sem pena e nem dó. Que
dinheirama não sobraria para os Estados e
Municípios?
II. Também o Poder Executivo entraria nessa
nova concepção de Estado competente,
apesar de ser o primo pobre com menos
ralos, pois há certo gerenciamento e formação
de jovens competentes com a criação das
chamadas carreiras do Estado. O gargalo
maior está nos cargos comissionados,
preenchidos por políticos incompetentes que
causam elevados ônus ao país.
Uma Empresa Privada, como exemplo, jamais
vai colocar na sua Diretoria e outros cargos
relevantes pessoas inabilitadas.
4. Desgraçadamente, no Serviço Público dos
três níveis isso acontece frequentemente.
O Governo acabaria com todos esses cargos,
preenchendo-os com o pessoal competente
da casa, formado no dia a dia da função
pública. Apenas uma gratificação, nunca
superior a 20% do salário básico.
III. Não ficaria de fora o Judiciário, que teria
que se enquadrar aos novos paradigmas,
acabando com as mordomias, assessores,
sedes suntuosas e unidades que só servem
para procrastinação, tornando uma justiça
lenta, preguiçosa e elitista, sem o devido
acesso aos pobres.
Os custos são altíssimos. Basta analisar o
dispêndio do STF, com 11 ministros, em torno
de 562 milhões de reais. Imaginando tantos
tribunais por esse Brasil afora, com muita
gente e ricas sedes, o quanto o Brasil não
gasta para dispor de uma justiça ineficiente?
Vale colocar, aqui, uma praxe do Poder
Judiciário que é a de premiar aos juízes que
cometem falta grave com aposentadorias,
quando no Executivo é demitido e até pode ir
para cadeia. Isso é uma afronta à sociedade
brasileira, sobretudo partindo de uma
Instituição que nos ajuíza e demonstra o
quanto ela se coloca acima de todos.
Que resultados teria o nosso país?
(1) Em matéria de redução de gastos, estaria
na casa de muitos bilhões (o leitor que
calcule, ora essa!), dinheiro este para se
implantar uma educação de qualidade, uma
saúde plena e ações compensatórias de
cunho social;
(2) Eficiência e eficácia da máquina pública,
alavancando o país com o aumento da sua
produtividade, acabando com o custo-Brasil e
os famosos jeitinhos;
(3) Controle da corrupção; e
(4) O mais importante: criação de uma
consciência cidadã, sobretudo para os jovens
respirarem um ar sem "poluição".
E quem vai fazer isso? Quem é o macho, na
acepção da palavra, que vai entrar nessa? Os
Deputados, os Senadores, os Governadores, os
Prefeitos, o Presidente? Qual o interesse deles?
Só o povo seria capaz: unido, consciente,
preparado, organizado, pressionando e
fazendo valer o seu poder sistêmico de massa
corporativa, eivado de patriotismo e fé. A
esperança é a meninada que já começou a
treinar!
É querer muito, é utopia ou coisa de velho,
79?!
TOMADA DE TRES PINOS
EIS O QUE NOS INFORMA O COLEGA
BRENO GRISI:
Vocês sabem por que foi inventada aqui no
Brasil, a TOMADA DE TRÊS PINOS?
Eu bem que desconfiei que alguém lucraria
com essa "tomada jabuticaba: só tem no
Brasil". Meu amigo Ted St John (nos Estados
Unidos) também desconfiou!
Vejam esta narrativa de alguém que trabalhou 20
anos na Eletrobrás e ficou sabendo da história.
“Trabalhei na Eletrobrás por volta de 20 anos
como Gerente de Divisão de Departamento e,
posteriormente, como Consultor e lá continuo
tendo vários amigos”. Quando vi essa
cretinice pela primeira vez perguntei por e-
mail a um amigo dessa área que "porra de
tomada era essa" e ele me disse por telefone
que só falaria a respeito, pessoalmente.
O resumo da Ópera é o seguinte: " Alguns
poucos industriais da ABINEE (Associação
Brasileira da Indústria Eletroeletrônica e
ELETROS-Linha Branca de Eletrodomésticos)
(?) teria conversado com o nosso "Bebum
Honoris Causa" ou "Ogum de Nove Dedos",
antes de ele deixar o governo (mas continuar
sendo desde sempre o presidente de fato, a
anta é apenas de direito) e acenaram com a
possibilidade de normalizar essa excrecência
de tomada, única no nosso universo e, nos
outros, e PROMETENDO COMO
CONTRAPARTIDA A DOAÇÃO DE PARTE
DO LUCRO COM ESSA MARACUTAIA PARA
5. O PARTIDO MAIS ÉTICO DO PAÍS [leia-se
PT; todos sabem].
Feito o acordo, como a nossa anta de
estimação era Ministra de Minas e Energia (o
pessoal da Eletrobrás tem pavor dessa
mongoloide) [leia-se Dilma; perdoem-nos os
portadores deste mal congênito] veio a ordem
de cima para baixo ou goela abaixo, se
preferirem, para que esse objeto agora
identificado fosse aprovado pelos órgãos
competentes (ABNT, INMETRO,
ELETROBRAS/CEPEL, ABINEE, ELETROS
etc) cujos representantes dos Comitês foram
escolhidos a dedo, com a missão de
respaldarem tecnicamente essa aberração".
Em resumo: é safadeza? Tem PT no meio!
Abraço, caro amigo Luiz.
PRECE
Fernando Pessoa
Senhor, que és o céu e a terra, que és a vida
e a morte!
O sol és tu e a lua és tu e o vento és tu!
Tu és os nossos corpos e as nossas almas e
o nosso amor és tu também.
Onde nada está tu habitas e onde tudo está -
(o teu templo) - eis o teu corpo.
Dá-me alma para te servir e alma para te
amar. Dá-me vista para te ver sempre no céu
e na terra, ouvidos para te ouvir no vento e no
mar, e mãos para trabalhar em teu nome.
Torna-me puro como a água e alto como o céu.
Que não haja lama nas estradas dos meus
pensamentos nem folhas mortas nas lagoas dos
meus propósitos. Faze com que eu saiba amar os
outros como irmãos e servir-te como a um pai.
[...]
Minha vida seja digna da tua presença. Meu
corpo seja digno da terra, tua cama. Minha
alma possa aparecer diante de ti como um
filho que volta ao lar.
Torna-me grande como o Sol, para que eu te
possa adorar em mim; e torna-me puro como a
lua, para que eu te possa rezar em mim; e torna-
me claro como o dia para que eu te possa ver
sempre em mim e rezar-te e adorar-te.
Senhor protege-me e ampara-me.
Dá-me que eu me sinta teu.
Senhor livra-me de mim.
Fernando Pessoa em "O Eu Profundo".
1912(?)
A PIADA DA SEMANA
Medo da Cama
O sujeito vai ao psiquiatra.
- Doutor - diz ele - estou com um problema:
toda vez que me deito na cama, acho que tem
alguém embaixo. Aí eu vou embaixo da cama
e acho que tem alguém em cima. Pra baixo,
pra cima, pra baixo, pra cima. Estou ficando
maluco!
- Deixe-me tratar de você durante dois anos,
diz o psiquiatra. Venha três vezes por semana
e eu curo o seu problema.
- E quanto o senhor cobra? - pergunta o
paciente.
- R$ 120,00 por sessão - responde o
psiquiatra.
- Bem, eu vou pensar - conclui o sujeito.
Passados seis meses, eles se encontram na
rua.
- Por que você não me procurou mais? -
pergunta o psiquiatra.
- A 120 paus a consulta, três vezes por semana,
durante dois anos, ia ficar caro demais, ai um
sujeito num bar me curou por 10 reais.
- Ah é? Como? - pergunta surpreso o
psiquiatra.
O sujeito responde:
- Simples, por R$ 10,00 ele cortou os pés da
cama.
oOo
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