1. 36ª LIÇÃO – “EFATÁ”
Mc 7.24-30
MIM1
: Interceda pelo Centro de Tratamento de mulheres dependentes Élcia Barreto
Soares (Campos dos Goytacazes-RJ). Peça ao Senhor que abençoe as internas, os
cooperadores e os mantenedores. Agradeça ao Senhor pelas transformações já
experimentadas neste trabalho missionário.
INTRODUÇÃO: No estudo anterior falamos sobre o clamor feito por uma estrangeira
a Jesus Cristo. Mesmo sem estar nos planos de Jesus, por sua insistência, fé e humildade
sua filha foi libertada das garras de satanás.
A presente seção registra mais um milagre operado por Jesus. Um homem que
era surdo e gago (não podia falar direito) foi milagrosamente operado por Jesus. Para
além da cura física, procuraremos enxergar como Ele tem aberto ouvidos e curado
gagueiras espirituais nos dias de hoje; para isso ele utiliza os seus filhos.
DESENVOLVIMENTO:
a) V. 31 – O ev. Marcos procura registrar com exatidão geográfica todo o
ministério de Jesus. Isso nos dá a certeza que os fatos narrados são
verídicos e não, como afirmam alguns, um texto que revela a fé de seu
autor.
Para nós, o autor de toda a Bíblia é o Espírito Santo; para tanto,
utilizou pessoas que se colocaram à disposição da obra divina. A
revelação escrita já está consolidada, mas a obra divina continua sendo
feita por pessoas como eu e você.
b) V. 32– O texto diz que trouxeram um surdo e gago; assim, observamos
que ele não veio por conta própria.
Assim é em nosso arraial: muitas vezes pessoas vêm por
obrigação, para agradar a um parente ou, ainda, para escarnecer
de nossa liturgia.
No entanto, a atitude de Jesus foi de misericórdia, e não
reprovação. Nosso proceder não pode ser diferente. Pode ser que
o surdo espiritualmente, ainda que tenha vindo a contragosto, saia
dali ouvindo perfeitamente.
2. Outro fato é que só traziam a Jesus pessoas problemáticas; os sãos
que se achegavam a Ele o faziam para criticá-lO. Pois bem, essa
deve ser a forma como um pecador se achega ao Senhor:
consciente da sua doença. O milagre já foi feito, basta que
busquemos humildemente ao Senhor (1Jo 1.9)
c) V. 33a – Antes de realizar o milagre, Jesus tirou o surdo da multidão e
operou à parte.
Isso nos mostra que o desejo de Jesus era demonstrar o poder
Dele na vida do surdo, e não tornar daquilo um evento.
Prática completamente distinta tem-se observado atualmente,
onde os cultos são tomados por “atos extraordinários”, em
detrimento da pregação do evangelho puro e simples.
Isso revela um completo desvirtuamento do propósito da igreja:
assim como Jesus Cristo, estamos na Terra para evangelizar (At
1.8) e não para dar publicidade aos feitos extraordinários, alguns,
de fato, operados por Ele.
d) V. 33b, 34 e 35 – Aqui vemos um “ritual” antes não observado nas
outras curas efetuadas por Jesus.
Jesus pôs o dedo nos ouvidos do surdo, untou a sua língua com
saliva e ergueu os olhos aos céus.
Por que isso se, na perícope2
anterior, Jesus apenas falou e a
menina já estava livre do seu mal?
Jesus faz isso para encenar para o surdo que o milagre estava
ocorrendo; repare que em outras oportunidades, Jesus faz uma
oração e o milagre ocorre, ou, simplesmente, dá uma ordem o
espírito imundo sai da pessoa, mas aqui a pessoa em que o
milagre está sendo feito é surda; assim, para que o surdo e gago
não tivesse a mínima dúvida de que o poder de Deus estava se
manifestando em sua vida, Jesus toca seus ouvidos, sua língua e
suspira olhando para os céus encenando uma oração.
Repare que Jesus faz questão de comunicar tudo isso ao surdo.
3. Ontem, conversando com um amigo que frequenta nossa igreja,
ele notificava a falta que sentiu de um tradutor de libras em
nossos cultos. Se Jesus se preocupou em comunicar-se
efetivamente com o surdo-gago, não deveria ser esta a nossa
preocupação também?
Para além das propostas sociais de inclusão e de preocupação
com a sociodiversidade, muitos surdos espirituais são também
surdos físicos e a igreja local precisa levar o evangelho que
liberta para todos.
Você não se sente comovido a levar o evangelho aos surdos-
mudos? Pense nisso; ore por isso. Quem sabe Jesus
desempenhará um ministério com surdos-mudos através de você?
Note que Jesus só pronunciou a palavra aramaica “Efatá’, que o
ev. Marcos, preocupado com o seu público não-palestino, se
encarrega de traduzir, depois que o surdo já poderia ouvir.
Isso porque Cristo se preocupa com a comunicação efetiva; nossa
perspectiva não pode ser outra.
e) V. 36 e 37 – Seguindo a lógica do v. 33, Jesus ordenou ao ex-surdo que
nada falasse a qualquer pessoa.
Isso porque a experiência é pessoal, além da fama de Jesus estar
atrapalhando seu ministério terreno. Então pra quê Jesus curava?
Sua missão era levar sobre si as nossas dores (Is 53.4).
No entanto, como as demais pessoas, o ex-surdo anunciou a todos
o que ocorrera. Não podemos culpá-lo, nós também não
conseguimos nos calar quanto ao que temos visto e ouvido (At
4.20).
No v. 37 diz que tudo o que Ele fazia era maravilhoso. É.... eu
sei!
CONCLUSÃO: Você pode ser o “Efatá” de Jesus Cristo para evangelizar os surdos-
mudos; além da comunicação efetiva, que venceria a barreira da surdez, os ouvidos
espirituais de muitos precisão ser abertos; para essa deficiência espiritual, Jesus resolveu
usar você (Mt 28.19).
4. Procure relacionar juntamente com o grupo fatores que nos impedem de
investir nosso tempo no aprendizado de Libras com a finalidade
evangelística (p.e., falta de tempo, desinteresse, etc):
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1- Momento de Intercessão Missionária. Nossa ideia é criar em todas as reuniões este
momento inicial de oração por missões nacionais.
2- Perícope é um excerto do texto. Nos originais não há a divisão com os títulos (ou epígrafes)
que observamos nos livros da Bíblia atualmente. Esses excertos, sempre nominados nos
nossos estudos como seção, são chamados de perícope.