Os documentos descrevem a história dos Reinos de Ferro, começando com a invasão do maligno império de Orgoth há mais de mil anos. Após seis séculos de ocupação, Orgoth foi derrotado, mas destruiu quase todos os registros sobre seu império antes de partir. O documento também resume a história da cidade pirata de Porto Livre, originada de uma antiga ilha chamada Valossa que afundou após um culto invocar um terrível deus alienígena.
3. Os Reinos de Ferro
Mais de mil anos atrás, a terra que agora é
conhecida como os Reinos de Ferro era um atoleiro de
cidades-estados humanas em guerra constante. Líderes fortes
iam e vinham, mas, no território caótico conhecido então
como as "Mil Cidades", ninguém era capaz de forjar um reino
duradouro. Então, do outro lado do mar, vieram os Orgoth,
uma maligna raça imperialista que iria mudar o destino de
Immoren ocidental para sempre, e abrir o caminho para os
Reinos de Ferro surgirem.
A Invasão de Orgoth
Quando as coisas pareciam mais sombrias, quando
parecia que a civilização humana do continente estava fadada
a uma eternidade de conflito, o primeiro navio de Orgoth
chegou à praia próxima ao que agora é a cidade de Caspia.
Os exploradores de Orgoth eram representantes de
uma sociedade militarista altamente disciplinada proveniente
de algum lugar além do Golfo de Cygnar. Eram uma nação de
humanos, mas eram um povo selvagem e frio com muitos
costumes sombrios e insalubres. Vendo uma oportunidade de
conquista, imediatamente iniciaram uma invasão e uma
guerra de dominação. Os cidadãos das Mil Cidades foram
tomados de surpresa, mas lutaram com valentia - e sem
resultado algum. A terra por fim caiu sob o controle de
Orgoth, embora tenha havido dois séculos de resistência
sangrenta espalhada pela terra antes que as Mil Cidades
tivessem sido completamente subjugadas.
O Império de Orgoth ocupou a terra por um total de
seiscentos anos. Durante este tempo, os invasores
consideraram assimilar os elfos e anões, mas o preço por
atacar estas poderosas nações foi considerado alto demais.
Os xenófobos e imprevisíveis elfos foram deixados em paz, e
os anões de Rhul se tornaram parceiros ocasionais de
comércio com Orgoth, e mais nada.
A dominação de Orgoth foi completamente
tranqüila por quatro séculos. Inevitavelmente, uma rebelião
começou a se formar, e outros dois séculos de conflitos
espalhados começaram. O Império de Orgoth foi por fim
derrotado e expulso para o outro lado do oceano, mas
durante sua retirada eles tiveram o cuidado de destruir quase
todos os seus registros, artefatos e estruturas - até hoje, os
historiadores sabem muito pouco sobre eles, apesar dos
séculos de ocupação. Os Orgoth também salgaram os
campos, envenenaram poços e incendiaram cidades. O
Flagelo foi seu ato final de barbarismo.
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4. Piratas de Porto Livre
Bem vindo a Morte em Porto Livre, a versão
revisada do primeiro livro da editora Green Ronin. A primeira
edição desta aventura foi publicada nos Estados Unidos no
dia 10 de agosto de 2000, o mesmo dia em que foi publicado
o Livro do Jogador da Terceira Edição de D&D - sendo,
portanto, o primeiro produto d20 lançado usando-se Licença
Aberta! Apesar de sua enorme tiragem, a aventura se
esgotou dentro de um ano, e esteve fora de catalogo nos EUA
desde então. Morte em Porto Livre ganhou o primeiríssimo
Premio ENnie (o "Oscar" do RPG) e o Premio Origins (outra
premiação muito prestigiada no mercado internacional) por
Melhor Aventura de RPG.
O livro que você tem em mãos e completamente
revisado e atualizado para a versão da 4º edição. Esta
aventura foi readaptada seguindo todo o padrão da nova
edição de Dungeons & Dragons.
Sobre Porto Livre e Esta
Aventura
Porto Livre e uma cidade tipicamente pirata,
nascida nos Reinos de Ferro. A premissa básica e que Porto
Livre e uma cidade de bandoleiros que passou para o lado da
lei... Aparentemente. Na verdade, a tradição da pirataria esta
muito viva em Porto Livre, embora camuflada por um verniz
de respeitabilidade. Hoje em dia, os piratas da cidade são
corsários - piratas legalizados cujos serviços Porto Livre vende
para quem pagar melhor. Você vai saber mais lendo a breve
historia da cidade, a seguir. Isto vai ajudá-lo a perceber o
"sabor" e o clima de Porto Livre antes do infcio da aventura
em si.
Morte em Porto Livre e a primeira parte da
chamada Trilogia de Porto Livre. A segunda e terceira partes
(Terror em Porto Livre e Loucura em Porto Livre,
respectivamente) também serão publicadas e readaptadas
para D&D 4º edição.
Notas Sobre Níveis &
Encontros
Ao longo desta aventura, você ira encontrar
diversas caixas de texto. Estas são informações para os
jogadores, que você pode ler em voz alta ou parafrasear. As
estatísticas de criaturas e personagens do mestre (PdMs) são
detalhadas no Apêndice, com informasoes resumidas
apresentadas em cada encontro. Morte em Porto Livre é
adequada para quatro personagens de 1° nível, embora possa
ser jogada com mais personagens, ou com personagens de
ate o 3° nível, se você der uma reforçada nos inimigos.
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5. Uma Breve História de Porto Livre
Embora a atual cidade de Porto Livre tenha apenas Mais de noventa por cento de Valossa submergiu,
algumas centenas de anos de idade, o local é habitado há deixando apenas algumas ilhas espalhadas como
muito mais tempo. Cerca de dois mil anos atrás, esta área era testemunhas do outrora grande imperio.
parte de uma ilha muito maior, conhecida como Valossa. Os enlouquecidos sobreviventes do povo-serpente
Estendendo-se por 1.600 km de norte a sul, e 1.300 km de fugiram para o subterrâneo, onde seus descendentes
leste a oeste, Valossa era o coração do império do povo- degenerados vivem ate hoje. Alguns raros feiticeiros e
serpente. Esses répteis feiticeiros governavam vastas sacerdotes de Yig sobreviveram a fúria do Inominável com
extensões de terras quando a humanidade ainda era jovem, e sua sanidade intacta. Estes poucos se retiraram para as
foram pioneiros na magia e na ciência quando os elfos ainda sombras quando os elfos e humanos criaram seus próprios
se escondiam em suas florestas. reinos. Os séculos se passaram, e poucos lembram-se que o
No entanto, nem tudo ia bem com o Império Império Valossano sequer existiu, ou que o povo-serpente já
Valossano. O povo-serpente há muito cultuava Yig, o grande foi civilizado.
deus cobra. Mas, nos últimos dias do império, surgiu nas
cidades um culto dedicado a adoração do Inominável, um
terrível poder alienígena. Conhecido como a Irmandade do A Ascensão de Porto Livre
Signo Amarelo, o culto desprezava Yig e abraçava a loucura O maior fragmento remanescente de Valossa é um
do Inominável. Os lideres do povo-serpente, arrogantes e arquipélago conhecido como Presas da Cobra. O nome pode
orgulhosos em suas altas torres, permitiram que o culto se ser um distante eco do Império Valossano, embora os
espalhasse entre os descontentes. Quando os sacerdotes de habitantes atribuam-no ao próprio formato das ilhas. A mais
Yig foram chamados a ação, já era tarde demais. A Irmandade importante das Presas da Cobra, A'Val, possui um
do Signo Amarelo perpetrou um ritual para invocar seu deus ancoradouro natural que e facilmente defensável. Quando a
negro, e o Império Valossano foi esmagado para todo o humanidade conquistou os mares, A'Val foi rapidamente
sempre. descoberta por capitães errantes. No principio, era apenas
Nenhuma testemunha sobreviveu para contar um lugar para descansar, conseguir água fresca e reequipar-
sobre a aparência do Inominável, mas não faltam evidencias se. Em pouco tempo, surgiu uma vila, e com o passar dos
da destruição que ele provocou. A poderosa Valossa foi anos esta vila transformou-se em uma pequena cidade. A
partida, e a água do mar afogou o povo-serpente aos cidade prosperou, oferecendo serviços para navios de
milhões. Aqueles que sobreviveram haviam enlouquecido, passagem e fornecendo refugio para aqueles que não eram
perdendo sua civilização e magia em um só terrível momento. bem-vindos em outros lugares.
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