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A EVOLUÇÃO NOS PROCESSOS DE ESTAMPARIA UTILIZADOS PELA
MARCA BLUE MAN NO BRASIL
THE EVOLUTION IN STAMPING PROCESSES USED BY MARK BLUE MAN IN
BRAZIL
Morgana Gianesini1
Thaissa Schneider2
RESUMO: O objetivo do presente artigo é identificar e analisar a evolução dos
processos de estamparia da moda praia brasileira, utilizando como estudo de caso as
coleções desenvolvidas pela marca Blue Man, buscando informações que possam
ajudar no objetivo de valorizar a brasilidade por meio de estamparia. O Brasil criou
uma moda praia autoral reconhecida mundialmente, tanto em questões de formas como
em estamparia. Tanto na moda praia quanto na moda em geral a estampa deixa as
criações originais, se tornando um diferencial e chamando a atenção dos
consumidores. A partir destas análises, estudou-se a evolução nos processos de
estamparia utilizados pela marca Blue Man no Brasil. Analisando ainda a criatividade
aplicada ao processo e buscando informações que possam ajudar a compreender o
desenvolvimento da moda praia brasileira.
PALAVRAS-CHAVE: Moda Praia. Estampa. Blue Man.
ABSTRACT: The purpose of this article is to identify and analyze the evolution of
printing processes of Brazilian beachwear, using as a case study collections developed
by Blue Man brand, seeking information that might help in order to enhance the
Brazilianness by means of stamping. Brazil created an authorial beachwear, both in
matters of ways in stamping. Both in swimwear fashion in general and in the print
leaves the original creations, making a difference and drawing the attention of
consumers. From these analyzes, we studied the evolution of the printing processes used
by the Blue Man brand in Brazil. Still analyzing the creativity applied to the process
and seeking information that can help understand the development of Brazilian
beachwear.
KEYWORDS: Beachwear. Print. Blue Man.
1. INTRODUÇÃO
O Brasil é um país propicio para a moda praia, segundo o site SO Geografia
(2015) o Brasil está localizado nas zonas de latitudes baixas chamadas de zona
intertropical nas quais dominam os climas quentes e úmidos, com temperaturas
medianas em torno de 20 ºC e tem uma ampla variedade de climas, devido ao seu
1
Acadêmica do curso de Design de Moda da Unifebe. E-mail: morgana_gianesini@hotmail.com
² Professora orientadora. Mestre em Design. thai@terra.com.br
2
território, à desigualdade de relevo, à altitude e as ativas correntes e massas de ar, cerca
de 90% do território brasileiro encontra-se em meio a os trópicos de Câncer e
Capricórnio, causa pela qual utilizamos o termo "país tropical".
O país possui uma grande extensão em praias, que, segundo a ABIT (Associação
Brasileira de Têxtil e de Confecção):
Com um litoral que ultrapassa os 8 mil km de extensão, o Brasil é referência
em moda praia, tendo produzido, somente no ano passado mais de 273
milhões de peças do segmento. O mercado interno brasileiro é o primeiro no
consumo de beachwear no mundo, produzindo US$ 1,5 bilhão por ano em
produtos do segmento, segundo dados de maio/2011. Um número bastante
significativo quando considerado o contexto do mercado internacional de
moda praia e verão. (ABIT, 2012).
Junto com diferentes ideias criativas, os brasileiros criaram uma moda praia
autoral. Várias foram as criações em moda praia, e como explica Braga; Prado (2011, p.
486) “foi em meio a tantas maluquices criativas que alguém resolveu radicalizar no
‘tupi or no tupi’ e apareceu por lá de tanga”.
Segundo o blog Pitaya Store (2014) pode-se afirmar, portanto, que a moda praia
brasileira é considerada um produto sociocultural, uma vez que se reinventa no processo
de escolhas feitas pelo usuário, pois não resulta apenas da invenção dos criadores ou
centros que definem as tendências que todos vão adotar, mas cria-se e renova-se nas
ruas, numa via de mão dupla entre ruas e passarelas.
Uma grande característica brasileira consiste na criatividade espontânea,
quase irreverente, observada em todo o País. Uma criatividade que depende
mais da grande diversidade dos modos de ser individuais do que das
diferenças entre grupos sociais e comunitários em âmbito local. (SEBRAE,
2002 p. 25).
A moda praia está ligada diretamente com a moda brasileira tanto pela sua
criatividade, seu clima e sua grande extensão em praias, mas também muito ligada com
a sua economia. De acordo com Disitzer (2012), o Estado do Rio de Janeiro, que era
capital federal, recebeu apoio para o turismo no Brasil. O investimento na cidade e nas
hospedagens contribuiu com o turismo, o que mais chamava a atenção dos estrangeiros
era a beleza e exuberância da natureza. E assim a praia se tornou um lugar de encontro,
e festa em plena a natureza.
Tanto na moda praia quanto na moda em geral a estampa torna as criações mais
fascinantes e inéditas, sendo um dos recursos mais utilizados no segmento. A estampa
acaba se tornando um diferencial que chama a atenção dos consumidores. A criação
pode também sofrer influências socioculturais nas linhas e cores de suas padronagens.
3
Jones (2008) quando nos apresenta o resultado de pesquisas realizadas por
indústrias têxteis, revela que a primeira reação do consumidor é estimulada pela cor e
estampa, em seguida pelo modelo da peça, e depois pela sensação tátil. Assim pode-se
dizer que como a estampa é importante, e a criatividade para cria - lá é tão importante
quanto.
O design de estamparia têxtil além de agregar função estética e simbólica
podendo com isso promover renovação, exclusividade e diferencial aos produtos,
também pode funcionar como uma importante ferramenta comunicativa dentro das
coleções de moda praia, isso porque a visualidade das imagens impressas nas
superfícies têxteis possui elementos que, combinados, podem expressar mensagens,
para isso o design expressa toda sua criatividade nas estampas e desenhos.
Ser criativo é também possuir, ou ser possuído por, uma elevada motivação. É
consensual que só se cria quando se está comprometido com o que se faz (AMABILE,
1983). Criar é imensamente mais exigente do que reproduzir: é colocar algo do único e
irrepetível que cada um de nós é e sem paixão isso não acontece (TORRANCE, 1983).
A estamparia pode ser canal para se fazer ver toda essa criatividade, explorando-
a junto à moda praia e revelar uma autonomia criativa. Ser criativo segundo Boden
(2007) é dominar conhecimentos, logo o processo criativo nesse caso consiste em
buscar conhecimento nas demasiadas culturas e as variadas possibilidades de enxergar o
Brasil de forma diferente.
A partir destas análises, este trabalho tem como pergunta orientadora: Como foi
a evolução nos processos de estamparia utilizados pela marca Blue Man no Brasil?
Analisando também toda a criatividade aplicada ao processo e buscando informações
que possam ajudar a compreender o desenvolvimento da moda praia brasileira.
O principal objetivo deste artigo é identificar e analisar a evolução dos processos
de estamparia da moda praia brasileira, utilizados pela marca Blue Man, buscando
informações que possam ajudar no objetivo de valorizar a brasilidade por meio de
estamparia, utilizando da estampa como elemento de expressividade. Desta forma, a
partir deste objetivo geral, propôs-se como objetivos específicos:
1. Estudar sobre moda praia no Brasil e sua evolução;
2. Analisar sobre o uso da estamparia como ferramenta para inovação e
valorização da identidade brasileira;
4
3. Compreender sobre a linguagem visual das imagens estampadas na moda
praia da marca Blue Man;
4. Coletar informações sobre o design de superfície em moda praia, analisando
sobre quando começou o processo de estampagem na Lycra3
, e outros
processos de estamparia;
O presente trabalho foi feito a partir de pesquisas bibliográficas para que fossem
compreendidos conceitos sobre estamparia, moda praia e a criatividade da moda praia
brasileira, e, por fim, um estudo de caso com a marca de beachwear Blue Man
analisando todo o processo evolutivo das coleções desenvolvidas pela marca desde a sua
criação nos anos de 1970.
2. A MODA PRAIA NO BRASIL
A moda comporta muitos segmentos e áreas de produção, estando à moda praia
entre eles.
A moda praia brasileira é responsável pelo faturamento de US$ 1,5 bilhão por
ano, com mais de 250 milhões de peças fabricadas por 700 empresas formais, segundo
dados da ABIT - Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (2012).
Toda essa proximidade que o Brasil tem com a praia, com o clima e seu litoral, é
explicada pelo clima do país e pelo seu litoral que tem mais de 8 mil Km de praias, pode
explicar o Brasil ser quem mais distribui novidades e tendências nesse nicho da moda.
Segundo o estilista Marcelo Sommer “Nossa moda praia é muito boa, especial,
diferente do resto do mundo, tem detalhes. Define um estilo nacional, um estilo
tropical”.
Essa brasilidade tropical com estilo influencia no tamanho e formato dos
biquínis dando a eles uma cara bem brasileira, e muito nacionalista. “Nós passamos o
ano inteiro estudando novidades e testando materiais, por isso ditamos tendências no
mercado mundial." (NIEMEYER, 2008).
Dessa forma, a moda praia do Brasil esta em evidência nos jornais e não só em
editoriais, mas também nos negócios, por ser um produto que vem sempre rendendo
pesquisas e novas tecnologias ao país, e também pelo grande numero de exportações.
3
Lycra® (marca registrada) é uma fibra sintética de grande elasticidade conhecida tecnicamente como Elastano.
(LYCRA, 2015, tradução do autor).
5
A moda praia brasileira é famosa no mundo pela sua qualidade e também pela
sua originalidade “ninguém faz biquíni tão bem como os brasileiros”. (ALLEND,
2003).
Por causa das suas praias, o Brasil é avançado em relação a outros países quando
o assunto é moda praia. Esse estilo tropical acaba resultando no tamanho dos nossos
biquínis dando características bem brasileiras a moda praia. “Nós passamos o ano
inteiro estudando novidades e testando materiais, por isso ditamos tendências no
mercado mundial." (NIEMEYER, 2008).
"O alto consumo da população brasileira aos itens de moda praia se dá pelo fato
de nós termos uma extensa área de litoral e um clima quente que permite um fluxo
constante de produtos do setor ao longo de todo o ano", esclarece Emerson Otsuka,
professor e coordenador do curso de Negócios da Moda da Universidade Anhembi
Morumbi. O mercado brasileiro de moda praia também melhorou em suas tecnologias e
em suas modelagens, fazendo dos nossos biquínis peças conhecidas pelo mundo, tanto
pela sua ousadia, qualidade ou até mesmo criatividade.
Além do mais a etnia brasileira mesclada por fusão de várias raças é também um
grande aliado do mercado nacional nesse segmento.
2.1 HISTORIA DA MODA PRAIA BRASILEIRA
Segundo o site Persona Mulher (2014) na década de 1950, as atrizes
estadunidenses e as pin-ups foram às principais divulgadoras do biquíni, mas só em
1956 Brigitte Bardot imortalizou o traje ao usar um modelo com babados no filme E
Deus Criou a Mulher.
Ainda segundo o site Persona Mulher no final dessa década o biquíni aterrissou
no Brasil inicialmente através das famosas vedetes, entre elas Carmem Verônica e
Norma Tamar, que atraíam completamente a atenção ao desfilarem nas praias
localizadas diante do Copacabana Palace, na cidade do Rio de Janeiro. Não demorou
muito para que a maior parte das brasileiras, com a sensualidade à flor da pele, adotasse
também este figurino. A partir deste momento as praias brasileiras, especialmente as
cariocas, tornaram-se tradicionais palcos da moda praia.
Conforme Niemeyer (2008), no final da década de 1950 a praia de Ipanema no
Rio de Janeiro vira cenário para a história da moda praia brasileira, pois abrigava jovens
6
de pele dourada, belas moças desfilando em biquínis floridos e cabelos longos pelas
pranchas de madeira dos surfistas e ao som da Bossa Nova.
Em artigo na revista O Cruzeiro, fundada em 1928, o jornalista Paulo Nerey
escreveu: „É a praia de Copacabana, imensa, linda, alongando – se pelos seis
postos de banho que são outras tantas vitrines do mundo elegante. Ali, o que
menos se faz é tomar banho de mar. Aquela gente toda, culta e fina, entende
que o banho melhor é da areia quente, causticante ao sol, ou o da brisa amena
sob a sombra de variados chapéus de sol e bizarros refúgios. Podemos dizer
que é a nossa Biarritz [...] toma – se banho ouvindo música; dança –se na
areia e bebe – se cocktails dentro da água‟. (DISITZER, 2012, p. 55).
Contudo, é na década de 60 que realmente invade as areias brasileiras,
decorrência do pós-guerra e suas ideias de contracultura que proporcionou o
“nascimento” da pílula anticoncepcional, e com ela um desprendimento em mostrar se
mostrar.
Em 1964, com todo o talento da moda praia no Rio de Janeiro, torna-se sucesso
nas areias o maiô com o design arrojado, chamado de Engana Mamãe, na frente maiô e
atrás biquíni. (DISITZER, 2006).
Figura 01: Maio engana mamãe atual,
inspirado nos maios utilizados na década de 60.
Fonte: Blog Insert, 2015.
Na década de 70 a moda praia se destaca com o lançamento do biquíni
cortininha, foi com o manifesto hippie nessa década o marco da sociedade feminina no
Brasil onde as mulheres põe fim na estética imposta pela sociedade e ganham liberdade
para uma moda mais atrevida. E nessa época o Brasil já era visto como lançador de
tendências de moda praia, e em 1980 as próprias banhistas lançaram de forma natural e
sem intenção o modelo asa – delta que fez sucesso até o aparecimento do “fio dental”.
Corpos malhados e dourados desfilavam dentro de cores cítricas dos biquínis em
Ipanema. (NIEMEYER, 2008).
7
Figura 02: Fotografia de modelo desfilando
modelo asa delta na década 80.
Fonte: Fashionistando, 2015.
No inicio da década de 80, com a busca por academias e corpos perfeitos,
apareceram os tecidos elásticos. “Bacana era vestir um jogging pants e sair correndo por
ai, para depois usar collant com uma calça Inega(marca de jeans colado), aquela da
‘bundinha para fora e barriguinha para dentro’, ou então uma legging em tons de néon”.
(DISITZER, 2006).
Em 1990 a praia começa a ganhar um espaço para pessoas mais alternativas.
Segundo Chataignier (2010), para este passeio se levava um verdadeiro arsenal: “saídas
de praia, sacolonas coloridas de tecidos ou palhas, chinelos, óculos com armação
grandes, chapéus variadíssimos e cangas de Bali”.
Com o transcorrer dessas transformações no biquíni, e de acordo com Braga
(2011) a moda praia no Brasil vai formando a sua identidade nesse segmento, e por isso
hoje pode se dizer que é o país que mais fabrica e consome esse tipo de moda e toda
essa intimidade brasileira com o litoral e com a moda praia pode ser explicada pelo seu
clima e pela sua extensão litoral, fazendo o Brasil se tornar lançador mundial de
tendências nesse assunto.
As mulheres americanas na faixa de quarenta anos estão deixando o recato de
lado fazendo uso de biquínis para ir à praia, de acordo com uma matéria
publicada no New York Times. Estilistas brasileiros se aproveitam dessa
situação para vender para os EUA, cenário onde a moda Made in Brazil,
toma conta. Entre as marcas preferidas estão Rosa Chá, Lenny e Bumbum,
encontradas em butiques badalados como Donna Karan, SAKS e Baranys.
(PACHECO, 2001).
8
Pode-se então considerar o Rio de Janeiro como apontador desse segmento para
o Brasil, e a assim também apontar a moda praia do Brasil como referência mundial. A
moda praia é prestigiada pelo simples fato do Brasil ter conseguido criar sua própria
identidade, utilizando sua nacionalidade e criatividade.
Uma grande característica brasileira consiste na criatividade espontânea, quase
irreverente, observada em todo o País. Uma criatividade que depende mais da grande
diversidade dos modos de ser individuais do que das diferenças entre grupos sociais e
comunitários em âmbito local. (SEBRAE, 2002).
Sendo o Brasil um país de muitas etnias, crenças, raças e muita diversidade é
também um grande aliado provocador para a criatividade dos criadores brasileiros.
Esta criatividade espontânea que se fala, consiste na capacidade intuitiva e
sentimental à qual se alia um espírito hábil que lhes permite descobrir maneiras de
aperfeiçoar condições muitas vezes precárias (SEBRAE, 2002). Assim o Brasil acaba
aproveitando sua fonte de criatividade e seus profissionais criativos para inovar nesse
segmento da moda.
2.2 A CRIATIVIDADE BRASILEIRA NA INOVAÇÃO DA MODA PRAIA
Para Marques (2004) a identidade dos biquínis brasileiros é de extrema
importância para sermos um mercado exportador, o qual explica seu crescimento pela
qualidade, criatividade, aperfeiçoamento dos moldes e pela tecnologia avançada. Porem
a moda brasileira ainda sofre fortes influências de outros países:
Em termos culturais, a dependência que herdamos da colonização e que
persistiu após a independência se traduzia por uma tendência irresistível ao
mimetismo. Na realidade, raramente criávamos alguma coisa, preferindo
copiar tudo que era descoberto e consumido nas metrópoles. A moda, que é
uma sensível atividade cultural, não podia ficar alheia a essa contextualização
maior da sociedade na qual se inseria. Agora não é mais Lisboa que traça os
rumos de nossa elegância, mas sim Paris, Londres, nova York e Roma.
(CHATAIGNIER, 2010, p. 103).
Essa pratica de copiar ao em vez de criar acontece ate hoje na moda brasileira.
Afirmando a ocorrência dessa prática atualmente, Feghali; Dwyer (2010) apoia e expõe
que os estilistas e donos de empresas muitas vezes compram roupas em outros países
vistos como ditadores de tendências e trazem para “tirar ideias”, outros descrevem e
fotografam detalhes que acham interessantes que depois aparecerão em suas coleções.
Carmem Miranda, ao vestir seus trajes com frutas e balangandãs mostrou para o
mundo um Brasil tropical e pode ter sido um acerto na visão de mercado, pois o país
9
vende sua imagem para outros países. Porem de acordo com o Sebrae (2002) mostra - se
la fora uma coisa que não existe. O nosso país é enorme e as inspirações parecem não
partir de algo real, porque o Brasil é muito mais do que apenas folclórico ou tropical.
Pode-se notar que nesse quesito a moda praia se destaca por ser diferente no
Brasil, de acordo com Azulay (2002) recriar varias vezes o biquíni “Nossa intenção não
era fazer para gringo ver, era por amor ao Brasil. A gente era ignorante, não sabia de
moda, a gente só entendia o que via”
A criatividade apontada por Azulay (2002) sobre ver o que esta ao redor para
inovar a moda com um caráter brasileiro junto com as influencias criativas mencionadas
pelo Sebrae (2002) e o abandono do plagio europeu são formas de inovar que permitem
á moda praia ser legítima ao Brasil.
3. EVOLUÇÃO DOS PROCESSOS DE ESTAMPARIA
Antes do surgimento dos tecidos com estampas, já se utilizava a pintura corporal
com pigmentos minerais, e do corpo passou a ser utilizada para o couro e depois para
tecidos como conhecemos.
Segundo Pezzolo 2007 a principal função da estampa é dar vida ao tecido e
também inserir agregar valor estético à peça ou coleção, e outra função muito
importante é a cor, a qual direciona muitas vezes o uso dessa estampa. Antes disso as
estampas eram uma forma de diferencias as classes sociais.
A estamparia, que é a impressão no tecido, ou o ato de estampar no lado direito
do tecido, pode ser modular, com a repetição do módulo ao longo da superfície do
tecido, ou representar um desenho único (estampa localizada), como uma cena. A
palavra estamparia é proveniente da língua inglesa printwork (trabalho pintado)
(CHATAIGNIER, 2006).
A estampa torna qualquer peça mais fascinante e inédita, sendo um dos recursos
mais utilizados no Design de Moda. É um diferencial que chama a atenção dos
consumidores, podendo levar grande influencia sobre o gosto pessoal do designer e do
estilista, além de sofrer grande influência sociocultural nas linhas e cores de suas
padronagens.
Diferencia o produto além de marcar a temática da coleção, dando exclusividade
e personalidade às peças. Desperta desejo em quem se identifica com o conceito. As
10
diversas técnicas de estamparia agregam valor, exclusividade e trazem estímulos visuais as
nossas peças.
A moda como um fenômeno complexo, com dinâmica de natureza efêmera e
sazonal, articula-se na constante busca pela novidade, sedução e
diferenciação. Mas longe de ser entendida apenas como um ciclo de
mudanças sazonais voltadas para a indústria do vestuário, a dinâmica da
moda pode se manifestar em tantas outras categorias de bens de consumo,
ordenando-as sob, a lei da renovação imperativa, do desuso orquestrado, da
imagem, da solicitação espetacular, da diferenciação marginal
(LIPOVETSKY, 1989, p.157).
Conhecer e entender os tipos de padronagens e como funcionam ajuda no método
criativo do designer e o auxilia na percepção de novas estampas.
A configuração da Superfície tornou-se [...] muito relevante. Já que a
aparência é percebida por meio das características diretamente observáveis
pelos sentidos e interpretáveis a nível pessoal, é crucial enfatizarmos tanto os
aspectos sensitivos inerentes quanto os cognitivos possíveis – além dos
psicológicos e antropológicos existentes – na interação do sujeito com o
objeto através da sua Superfície. Tais aspectos podem condicionar a
percepção do sujeito sobre um produto bem como as questões emocionais
inerentes, influindo na mais valia e na aquisição ou não do mesmo [...], pois
os elementos percebidos pelos sentidos, além de agregarem valor estético,
definem e qualificam um artefato [...] (SCHWARTZ, 2008, p. 36).
No passado, quem criava as estampas para os tecidos eram os artistas pintores.
Porém, a estampa possuía somente função ornamental e decorativa na superfície do
tecido. Atualmente, com o desempenho do projeto do designer, a estampa passou de
ornamental para conceitual. Ela está ligada a todo um processo de identidade com o
entorno e com a coleção pertencente.
Para o desenvolvimento das estampas que irão fazer parte da superfície dos
tecidos, deve conter um método criativo organizado e planejado como a pesquisa de
cores, formas, tema, conceito, materiais, tendências, público consumidor, processos
produtivos e mercadológicos, entre outros. A partir dai, o desenhista age identificando e
aplicando as ferramentas necessárias para a produção das estampas e padrões, decidindo
e planejando tipos de estampas e técnicas a serem utilizadas.
3.1 TIPOS E PROCESSOS DE ESTAMPARIAS
A estampa valoriza o visual do produto e também agrega valor, tanto pela
imagem, cor ou caracteres, dando destaque as peças.
Segundo o blog Universo da Cor os diversos processos de estamparia oferecem
diferentes resultados de impressão e tanto conhecer as diversas técnicas quanto saber
11
identificar os vários tipos de processos ajuda profissionais da área de moda e design na
criação de peças, portanto é fundamental esse conhecimento para quem atua nessa área.
Para fazer a estampa são necessárias as seguintes etapas:
a) A preparação de pasta de estampar: a pasta de estampar deve ter
viscosidade para que os desenhos não se alastrem na hora de estampar. Por
isso é necessário que os espessantes e os produtos auxiliares sejam de boa
qualidade e as gravuras de tela devem ser feitas em quadros bem esticados; b)
Transferência da cor de um intermediário para um artigo têxtil: os processos
podem ser ao rolo de cobre; ao quadro rotativo; ao quadro plano ou por
transferência; c) Secagem: logo após aplicação de tinta sobre o tecido é
necessário secar a estampa para evitar eventuais manchas ou borrões na
estampa; d) Fixação: a fixação pode ser feita de três maneiras: por calor seco,
por vaporização, por tratamento a molhado. É a fase de penetração do corante
nas fibras do tecido (com exceção dos pigmentos, que são colocados na
superfície das fibras). e)Tratamentos posteriores: após o tecido estampado ele
deve ser submetido a uma lavagem para eliminar o corante que não fixou e
retirar os produtos que foram utilizados na preparação da pasta.( ARAÚJO e
CASTRO, 1987).
Seus tipos e processos são vários, segundo Ruthschilling (2013) as atuais
técnicas de estamparia têm características e resultados diversificados, a estamparia
possui também maquinários produtivos, qualidade, e muita liberdade de criação.
3.1.1 Estampagem ao Rolo
O processo da estamparia ao quadro rotativo começa com o negativo que é
gravado em cilindros de níquel e cromo que são perfurados de acordo com o desenho
desejado, cada cilindro, corresponde a uma cor do desenho. No processo de estamparia
ao quadro rotativo, o tecido é colocado sobre uma esteira, sobre o qual os cilindros
aplicarão as pastas coloridas. No final do processo o tecido é deslocado para uma
câmara de secagem.
3.1.2 Estampagem ao Quadro Plano
Estamparia ao quadro plano é feita utilizando um negativo do desenho. O
número de quadros depende do número de cores do desenho, pois para cada cor será
necessária uma tela individual. No processo de estamparia de molde (berço), com
quadro plano o tecido é colocado na mesa de estampar e pode ser estampado
manualmente ou utilizar-se de quadros automotores, que percorrem todo o comprimento
da mesa, onde no final é feita a mudança do quadro pelo operador da máquina. O tecido
á deslocado e entra diretamente na câmara de secagem (ARAÚJO ; CASTRO, 1987).
No caso de estamparia a molde, as peças são colocadas na mesa e estampadas com
12
quadros manuais, a transferência da tinta para o tecido, se dá com auxílio de rasquetas
de borracha.
4. ESTUDO DE CASO DA MARCA BLUE MAN
No mercado ha mais de 40 anos a marca de beach wear Blue Man tem ênfase na
moda praia brasileira. Fundada pelo visionário David Azulay nos anos 70 a Blue Man
continuou a ser dirigida por ele até à sua morte em 2009.
Segundo Dizitzer (2006) desde a década de 1970, explora o estilo brasileiro, em
estampas e cores, antes ainda de o nosso país virar moda nesse segmento, é este estilo
brasileiro que guia a Blue Man até os dias de hoje. A marca ganhou valor e
reconhecimento pelo fato das suas estampas unirem referências populares do Brasil com
a moda praia. Empregou também as suas peças elementos artesanais como crochês,
bordados, estampas e paisagens de flores.
Nos anos 90 a Blue Man chama a atenção com a criação dos “sungões” e
também colocando a bandeira brasileira estampada em algumas de suas peças, que são
além de biquínis, camisetas, maios, sungas, acessórios e bolsas, buscando atender a
exigência do seu público.
Segundo o site da marca, diferente da concorrência David Azulay escolhe
fortalecer sua marca dentro do Brasil ao invés de exportá-la. Utiliza então estampas e
temas brasileiros. “O olhar da Blue Man em termos de moda é sempre reforçar a
brasilidade. Azulay diz: ‘E a nossa definição é Brasil pop.’” (DIZITZER, 2006, p.95).
A sua produção chega a 220 mil biquínis por ano, além de 200 mil sungas,
também produz vestidinhos, bermudas e top’s. O seu maior mercado é o
interior de São Paulo, vende cerca de 50 mil peças por ano. Para David é
mais fácil vender dentro do país do que exportar. Seus maiores clientes além
de São Paulo são Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. Tem franquias em
Manaus, Brasília, Santos e Maceió. E tem lojas próprias em Belo Horizonte,
São Paulo, Fortaleza, Salvador e Recife. (INÁCIO, 2009).
Azulay admitiu lhe faltar espírito de moda no inicio de sua marca, apoderou- se
então do conhecimento, aspiração, entusiasmo e criatividade de Simon Azulay, seu
irmão.
"Eu sei fazer duas coisas na vida, mandar e pedir. Não sou estilista, nem gostaria
de ser. Estou muito mais preocupado em manter a ideologia da minha empresa: ser
brasileira e ipanemense." (AZULAY, 2009).
Os irmãos foram para o Rio de Janeiro em 1967. No inicio Azulay se
responsabilizou da administração e complicações enquanto Simon desenvolvia as
13
primeiras peças da marca. O mais popular das suas primeiras criações foi um biquíni em
jeans.
Um dia, eu estava de bobeira em casa, enrolado na toalha, de sandálias,
quando chegou um rabino procurando pelo Simão. Era um costureiro e trazia
uma encomenda: dois biquínis feito de jeans. Eu vi aqueles biquínis e fiquei
louco: 'Caraca! Que coisa maravilhosa'". (...)De repente, percebi que aquilo
era ouro. Em apenas uma tarde, andando de loja em loja com esses dois
modelos de mostruário vendi 1.800 peças. Vendi até mesmo na Galeria 444,
onde só tinha butique bacana: Modinha, Smuggler, Prestígio, Deja Vu, Aniki
Bob, Aquarius... (AZULAY, 2009).
A Blue Man começou a receber encomendas dos seus modelos, pois segundo
Azulay não havia nada no mercado à altura do que faziam. “Eu vejo, pesquiso muito e
vejo que em termos de acabamento, de tudo, estamos anos-luz na frente de qualquer
moda praia que se veja.” (Entrevista com estilista David Azulay, da marca Blue Man.
Fonte: UOL, Moda Brasil por Roseane Muniz.).
A marca nasceu em Ipanema, mas logo expandiu os horizontes para São Paulo.
Rapidamente, chegou a Paris, Milão e Nova Iorque, o que forçou a marca ampliar com
novas ideias e criações.
Em 1980 a marca adota o padrão brasileiro tropical e começou a usar
modelagens, desenhos e estampas que até hoje estão presentes nas coleções.
David decidiu reciclar a filosofia da Blue Man: Comecei a entrar mais no
varejo, abri loja no Rio e em São Paulo e ataquei com toda força o mercado
de Belo Horizonte, porque quando você faz sucesso lá. faz sucesso no resto
do Brasil. A partir daí fiz coleções brasileiríssimas, totalmente dedicadas as
garotas das nossas praias. Fiz estampas com inspiração marajoara, fiz caju,
fiz banana, melancia, abacaxi, Carmem Miranda. Coloquei todo esse
tropicalismo que estava brotando aqui. A Blue Man adotou o estilo que tem
até hoje: brasileiro". (AZULAY, 2009).
David e Simon produziram e modernizaram para crescer, e David viu a ascensão
da Blue Men, preferindo permanecer pequenos em tamanho, mas grandes em fama.
Fiquei pequeno de propósito. Hoje tenho doze lojas próprias, seis franquias,
enxuguei tudo para trabalhar menos. Às vezes, vejo as outras marcas
repetindo os mesmos erros, querendo fazer sucesso lá fora como uma
maneira de se fortalecer no Brasil. Tudo bem em aparecerem
internacionalmente, mas eu não vejo o produto desses caras aqui nas nossas
praias... Pô, meu irmão hoje eu sei: meu bikini foi feito para estar na praia e
não em editorial de moda de revista estrangeira! (AZULAY, 2009).
Sharon filha de Azulay administra a empresa hoje em dia e Thomaz o filho de
Simon gerencia a equipe de criação e design. Os dois continuam com a ideologia do
inicio da marca, a de “ser uma marca brasileira e ipanemense.”
14
4.1 ANÁLISE DOS MODELOS CRIADOS PELA MARCA BLUE MAN
Para materializar a ideia inicial do trabalho foram analisadas as peças da marca
Blue Man desde o seu início em 1971 até uma de suas últimas coleções apresentadas.
Desta maneira, podemos observar a evolução das estampas e modelos da marca.
Na Figura 03 (abaixo), pode-se observar o biquíni jeans e umas das maiores
invenções da moda praia que é o modelo de lacinho. O site FFW (2012) explica que
David Azulay e o irmão Simão se mudaram de Belém para o Rio de Janeiro em 1967.
Simão fez uma produção de biquínis jeans, David gostou da ideia e saiu vendendo de
porta em porta essa descoberta, entretanto, se deparou com um problema: ou a peça
ficava larga ou ficava pequena demais nas mulheres. Foi então que um amigo deu a
solução: “corte a lateral e faça um laço, adaptando a peça a qualquer corpo”. Surgiu
então o biquíni de lacinho. E desde então surgiu também a marca Blue Man.
Figura 03: A modelo Rose di Primo em anúncio
da marca de moda praia Blue Man na década de 70.
Fonte: Globo.com, 2015.
Já na figura 04 pode-se perceber estampas tropicais, que simbolizam uma
identidade brasileira, tanto nas cores vibrantes quanto nos seus desenhos voltados á uma
natureza exuberante. Estampas que representam algumas das grandes riquezas
brasileiras como fauna, flora e representam também a cultura brasileira da década de 70.
“Fiz coleções brasileiríssimas, totalmente dedicadas às garotas das nossas praias.
Fiz estampas com inspiração marajoara, fiz caju, fiz banana, melancia, abacaxi,
Carmem Miranda. Coloquei todo esse tropicalismo que estava brotando aqui.”
(AZULAY, 2009).
Pode-se notar nessas imagens que as peças tem cortes amplos, e que a
estamparia utilizada nesses modelos é estamparia em quadro.
15
Figura 04: Anúncios publicitários da marca
de moda praia Blue Man na década de 70.
Fonte: Salacious Sound, 2015.
Analisando agora a figura 05 de uma coleção recente da Blue Man ainda
notamos muitas igualdades entre ela e a coleção vista na figura anterior que era da
década de 70, nessa coleção apresentada pela marca em 2013 identifica-se estampas
voltadas a fauna e flora brasileira com cores vibrantes, apresentando essa mesma
tropicalidade que se tinha nas primeiras coleções da marca. Nota-se diferenças,
entretanto nos modelos e cortes dos biquínis, os quais ficaram ‘menores’ e mais
adaptados a moda atual, diferente também são as técnicas de estamparia aplicadas a
essas peças, pois nessa coleção atual é usada estamparia ao rolo.
A coleção vem repleta de silhuetas que passeiam pelo acervo das 4 décadas
da tradicional marca de moda praia. São biquínis e maiôs com recortes,
decotes e ousadas aberturas, as modelagens tendem ao esportivo, com formas
retas, decotes geométricos e volumes contidos. Maiôs estruturados e biquínis
unem sensualidade e conforto. Recortes, frestas e cavas acentuadas são
características marcantes dessas peças. A lycra não perde o papel principal,
mas dá espaço ao neoprene, que traz referências dos esportes aquáticos para a
moda praia. Com estampas vibrantes e intensas criadas por cima de obras do
artista Glauco Rodrigues, a natureza invade esse cenário com cores e formas
alucinantes. Texturas furta-cor e iridescentes evidenciam insetos, peixes e
minerais, com o reforço de micropelículas refletivas na estamparia. (FFW,
2015).
16
Figura 05: Making of da campanha de Verão 2013 da Blue Man.
Fonte: Pure Trend, 2015.
Nas figuras 06 observam-se peças da coleção verão 2014 da marca que segundo
o site All Lingerie (2015) apostou em estampas rotativas e digitais com desenhos
tropicais e com referências ao Império. A inspiração na corte portuguesa passa
por galões e adornos militares, azulejos em azul e branco, pássaros, lustres, pedrarias,
penas e florais. Os cortes e modelos continuam menores do que os da década de 70,
porém surge uma grande tendência de usar essa moda praia também no dia a dia, os
maios estão mais comportados e mais ‘ricos’ em estampas e detalhes.
Figura 06: Campanha Blue Man verão 2014
Fonte: Revista Marie Claire, 2015.
Percebe-se assim que a Blue Man desde o seu inicio em 1971, passando pela
morte do seu criador em 2009 e ate os dias de hoje não fugiu da sua idéia inicial, de
mostrar um Brasil tropical e vibrante por meio de suas peças, mudam os cortes
conforme mudam as tendências, as estampas evoluem com as novas tecnologias, mais a
17
idéia de uma marca totalmente brasileira e ipanemense continua firme na ideologia da
marca.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se com este artigo que o Brasil é competente na área de criação de
beachwear, a história da moda praia brasileira e os avanços na estamparia, tanto em
desenhos como em técnicas ajudaram para o desenvolvimento da criatividade brasileira
na moda praia. Tanto a estamparia como a moda praia evoluíram de forma gradativa no
decorrer dos anos. Na moda praia mudaram os tamanhos as formas, e a modelagem dos
biquínis e maios. Já na estamparia mudaram-se as técnicas, os métodos, a agilidade e a
qualidade. O biquíni brasileiro é um produto popular tanto dentro do país quanto fora, e
a estampa é utilizada pra dar vida e cor às peças, como uma ferramenta inovadora em
que pode - se trabalhar a brasilidade.
A proposta foi analisar por meio de imagens a evolução de modelos e estampas
da marca Blue Man que esta no mercado desde 1971. Foram analisadas imagens
publicitárias da marca da década de 70, e imagens mais recentes da coleção verão 2013
e da coleção verão 2014. E conclui-se a partir delas que a Blue Man juntamente com a
moda praia brasileira evoluiu muito em questão de modelagens, cortes e modelos,
algumas releituras de modelos são feitas, mas sempre é bem atualizada, as estampas e
suas técnicas também estão evoluídas nas peças da marca, mas a Blue Man manteve a
ideologia inicial da marca que é a brasilidade, e que se tornou identidade para suas
peças, sempre dando ênfase a fauna e a flora brasileira.
Cumpriu-se dessa forma o objetivo de estudar a moda praia brasileira e seu
mercado, analisar a estamparia sua evolução e seus métodos. Com a pesquisa e a análise
das imagens pôde-se concluir que a moda praia brasileira esta em constante modificação
e evolução, e a estamparia pode ser considerada um elemento de valorização na moda, o
que não é diferente na moda praia, e a Blue Man usa essa ferramenta de valorização
como elemento de expressividade que contribui para uma valorização nacional.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
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w.abit.org.br/site/navegacao.asp?id_menu=6&id_sub=19&idioma=PT> acesso em
08/mar/2015
18
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de verão 2014. Disponível em: <http://alllingerie.com.br/confira-a-moda-praia-
marcante-da-blue-man-na-belissima-campanha-de-verao-2014/ > acesso em
13/mai/2015.
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http://www.fernandoallende.com.br/especial/default.asp?cod=2003_08_03> acesso em
18/ mai/2015.
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em: <http://www.estadao.com.br/noticias/geral,morre-no-rio-david-azulay-dono-de-
grife-debiquinis,321399,0.htm> acesso em 23/abr/2015.
Blog Consumo, logo existo. Morre David Azulay - dono da Blue Man e criador do
biquíni de lacinho. Disponivel em: <http://consumo-
logoexisto.blogspot.com.br/2009/02/morr-david-azulay-dono-da-blue-man-e.html>
acesso em 02/jun/2015.
Blog Lilian pacce. Blue Man PRIMAVERA-VERÃO 2013/14. Disponível em:
<http://www.lilianpacce.com.br/desfile/blue-man-primavera-verao-201314/> acesso em
14/ mai/2015.
Blog Pitaya Store. Um pouco da história da Moda Praia. Disponível em:
<https://pitayastore.wordpress.com/ > acesso em 16/abr/2015.
Blog Universo da Cor. Processos atuais de estamparia e beneficiamento têxtil.
Disponivel em: < https://universodacor.wordpress.com/2013/05/15/processos-atuais-de-
estamparia-e-beneficiamento-textil/> acesso em 08/jun/2015.
Blue Man. BLUE MAN BRASIL. Disponivel em:
<https://www.blueman.com.br/marca> acesso em 07/mai/2015.
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=autoria:%22SEBRAE.%22&qFacets=autoria:%22SEBRAE.%22&sort=&paginacao=t
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mundo,9708a5dd308da310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html> acesso em
16/abr/2015
Torrance, E. P. The importance of falling in love with something. The Creative Child
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Evolução dos processos de estamparia da marca Blue Man no Brasil

  • 1. A EVOLUÇÃO NOS PROCESSOS DE ESTAMPARIA UTILIZADOS PELA MARCA BLUE MAN NO BRASIL THE EVOLUTION IN STAMPING PROCESSES USED BY MARK BLUE MAN IN BRAZIL Morgana Gianesini1 Thaissa Schneider2 RESUMO: O objetivo do presente artigo é identificar e analisar a evolução dos processos de estamparia da moda praia brasileira, utilizando como estudo de caso as coleções desenvolvidas pela marca Blue Man, buscando informações que possam ajudar no objetivo de valorizar a brasilidade por meio de estamparia. O Brasil criou uma moda praia autoral reconhecida mundialmente, tanto em questões de formas como em estamparia. Tanto na moda praia quanto na moda em geral a estampa deixa as criações originais, se tornando um diferencial e chamando a atenção dos consumidores. A partir destas análises, estudou-se a evolução nos processos de estamparia utilizados pela marca Blue Man no Brasil. Analisando ainda a criatividade aplicada ao processo e buscando informações que possam ajudar a compreender o desenvolvimento da moda praia brasileira. PALAVRAS-CHAVE: Moda Praia. Estampa. Blue Man. ABSTRACT: The purpose of this article is to identify and analyze the evolution of printing processes of Brazilian beachwear, using as a case study collections developed by Blue Man brand, seeking information that might help in order to enhance the Brazilianness by means of stamping. Brazil created an authorial beachwear, both in matters of ways in stamping. Both in swimwear fashion in general and in the print leaves the original creations, making a difference and drawing the attention of consumers. From these analyzes, we studied the evolution of the printing processes used by the Blue Man brand in Brazil. Still analyzing the creativity applied to the process and seeking information that can help understand the development of Brazilian beachwear. KEYWORDS: Beachwear. Print. Blue Man. 1. INTRODUÇÃO O Brasil é um país propicio para a moda praia, segundo o site SO Geografia (2015) o Brasil está localizado nas zonas de latitudes baixas chamadas de zona intertropical nas quais dominam os climas quentes e úmidos, com temperaturas medianas em torno de 20 ºC e tem uma ampla variedade de climas, devido ao seu 1 Acadêmica do curso de Design de Moda da Unifebe. E-mail: morgana_gianesini@hotmail.com ² Professora orientadora. Mestre em Design. thai@terra.com.br
  • 2. 2 território, à desigualdade de relevo, à altitude e as ativas correntes e massas de ar, cerca de 90% do território brasileiro encontra-se em meio a os trópicos de Câncer e Capricórnio, causa pela qual utilizamos o termo "país tropical". O país possui uma grande extensão em praias, que, segundo a ABIT (Associação Brasileira de Têxtil e de Confecção): Com um litoral que ultrapassa os 8 mil km de extensão, o Brasil é referência em moda praia, tendo produzido, somente no ano passado mais de 273 milhões de peças do segmento. O mercado interno brasileiro é o primeiro no consumo de beachwear no mundo, produzindo US$ 1,5 bilhão por ano em produtos do segmento, segundo dados de maio/2011. Um número bastante significativo quando considerado o contexto do mercado internacional de moda praia e verão. (ABIT, 2012). Junto com diferentes ideias criativas, os brasileiros criaram uma moda praia autoral. Várias foram as criações em moda praia, e como explica Braga; Prado (2011, p. 486) “foi em meio a tantas maluquices criativas que alguém resolveu radicalizar no ‘tupi or no tupi’ e apareceu por lá de tanga”. Segundo o blog Pitaya Store (2014) pode-se afirmar, portanto, que a moda praia brasileira é considerada um produto sociocultural, uma vez que se reinventa no processo de escolhas feitas pelo usuário, pois não resulta apenas da invenção dos criadores ou centros que definem as tendências que todos vão adotar, mas cria-se e renova-se nas ruas, numa via de mão dupla entre ruas e passarelas. Uma grande característica brasileira consiste na criatividade espontânea, quase irreverente, observada em todo o País. Uma criatividade que depende mais da grande diversidade dos modos de ser individuais do que das diferenças entre grupos sociais e comunitários em âmbito local. (SEBRAE, 2002 p. 25). A moda praia está ligada diretamente com a moda brasileira tanto pela sua criatividade, seu clima e sua grande extensão em praias, mas também muito ligada com a sua economia. De acordo com Disitzer (2012), o Estado do Rio de Janeiro, que era capital federal, recebeu apoio para o turismo no Brasil. O investimento na cidade e nas hospedagens contribuiu com o turismo, o que mais chamava a atenção dos estrangeiros era a beleza e exuberância da natureza. E assim a praia se tornou um lugar de encontro, e festa em plena a natureza. Tanto na moda praia quanto na moda em geral a estampa torna as criações mais fascinantes e inéditas, sendo um dos recursos mais utilizados no segmento. A estampa acaba se tornando um diferencial que chama a atenção dos consumidores. A criação pode também sofrer influências socioculturais nas linhas e cores de suas padronagens.
  • 3. 3 Jones (2008) quando nos apresenta o resultado de pesquisas realizadas por indústrias têxteis, revela que a primeira reação do consumidor é estimulada pela cor e estampa, em seguida pelo modelo da peça, e depois pela sensação tátil. Assim pode-se dizer que como a estampa é importante, e a criatividade para cria - lá é tão importante quanto. O design de estamparia têxtil além de agregar função estética e simbólica podendo com isso promover renovação, exclusividade e diferencial aos produtos, também pode funcionar como uma importante ferramenta comunicativa dentro das coleções de moda praia, isso porque a visualidade das imagens impressas nas superfícies têxteis possui elementos que, combinados, podem expressar mensagens, para isso o design expressa toda sua criatividade nas estampas e desenhos. Ser criativo é também possuir, ou ser possuído por, uma elevada motivação. É consensual que só se cria quando se está comprometido com o que se faz (AMABILE, 1983). Criar é imensamente mais exigente do que reproduzir: é colocar algo do único e irrepetível que cada um de nós é e sem paixão isso não acontece (TORRANCE, 1983). A estamparia pode ser canal para se fazer ver toda essa criatividade, explorando- a junto à moda praia e revelar uma autonomia criativa. Ser criativo segundo Boden (2007) é dominar conhecimentos, logo o processo criativo nesse caso consiste em buscar conhecimento nas demasiadas culturas e as variadas possibilidades de enxergar o Brasil de forma diferente. A partir destas análises, este trabalho tem como pergunta orientadora: Como foi a evolução nos processos de estamparia utilizados pela marca Blue Man no Brasil? Analisando também toda a criatividade aplicada ao processo e buscando informações que possam ajudar a compreender o desenvolvimento da moda praia brasileira. O principal objetivo deste artigo é identificar e analisar a evolução dos processos de estamparia da moda praia brasileira, utilizados pela marca Blue Man, buscando informações que possam ajudar no objetivo de valorizar a brasilidade por meio de estamparia, utilizando da estampa como elemento de expressividade. Desta forma, a partir deste objetivo geral, propôs-se como objetivos específicos: 1. Estudar sobre moda praia no Brasil e sua evolução; 2. Analisar sobre o uso da estamparia como ferramenta para inovação e valorização da identidade brasileira;
  • 4. 4 3. Compreender sobre a linguagem visual das imagens estampadas na moda praia da marca Blue Man; 4. Coletar informações sobre o design de superfície em moda praia, analisando sobre quando começou o processo de estampagem na Lycra3 , e outros processos de estamparia; O presente trabalho foi feito a partir de pesquisas bibliográficas para que fossem compreendidos conceitos sobre estamparia, moda praia e a criatividade da moda praia brasileira, e, por fim, um estudo de caso com a marca de beachwear Blue Man analisando todo o processo evolutivo das coleções desenvolvidas pela marca desde a sua criação nos anos de 1970. 2. A MODA PRAIA NO BRASIL A moda comporta muitos segmentos e áreas de produção, estando à moda praia entre eles. A moda praia brasileira é responsável pelo faturamento de US$ 1,5 bilhão por ano, com mais de 250 milhões de peças fabricadas por 700 empresas formais, segundo dados da ABIT - Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (2012). Toda essa proximidade que o Brasil tem com a praia, com o clima e seu litoral, é explicada pelo clima do país e pelo seu litoral que tem mais de 8 mil Km de praias, pode explicar o Brasil ser quem mais distribui novidades e tendências nesse nicho da moda. Segundo o estilista Marcelo Sommer “Nossa moda praia é muito boa, especial, diferente do resto do mundo, tem detalhes. Define um estilo nacional, um estilo tropical”. Essa brasilidade tropical com estilo influencia no tamanho e formato dos biquínis dando a eles uma cara bem brasileira, e muito nacionalista. “Nós passamos o ano inteiro estudando novidades e testando materiais, por isso ditamos tendências no mercado mundial." (NIEMEYER, 2008). Dessa forma, a moda praia do Brasil esta em evidência nos jornais e não só em editoriais, mas também nos negócios, por ser um produto que vem sempre rendendo pesquisas e novas tecnologias ao país, e também pelo grande numero de exportações. 3 Lycra® (marca registrada) é uma fibra sintética de grande elasticidade conhecida tecnicamente como Elastano. (LYCRA, 2015, tradução do autor).
  • 5. 5 A moda praia brasileira é famosa no mundo pela sua qualidade e também pela sua originalidade “ninguém faz biquíni tão bem como os brasileiros”. (ALLEND, 2003). Por causa das suas praias, o Brasil é avançado em relação a outros países quando o assunto é moda praia. Esse estilo tropical acaba resultando no tamanho dos nossos biquínis dando características bem brasileiras a moda praia. “Nós passamos o ano inteiro estudando novidades e testando materiais, por isso ditamos tendências no mercado mundial." (NIEMEYER, 2008). "O alto consumo da população brasileira aos itens de moda praia se dá pelo fato de nós termos uma extensa área de litoral e um clima quente que permite um fluxo constante de produtos do setor ao longo de todo o ano", esclarece Emerson Otsuka, professor e coordenador do curso de Negócios da Moda da Universidade Anhembi Morumbi. O mercado brasileiro de moda praia também melhorou em suas tecnologias e em suas modelagens, fazendo dos nossos biquínis peças conhecidas pelo mundo, tanto pela sua ousadia, qualidade ou até mesmo criatividade. Além do mais a etnia brasileira mesclada por fusão de várias raças é também um grande aliado do mercado nacional nesse segmento. 2.1 HISTORIA DA MODA PRAIA BRASILEIRA Segundo o site Persona Mulher (2014) na década de 1950, as atrizes estadunidenses e as pin-ups foram às principais divulgadoras do biquíni, mas só em 1956 Brigitte Bardot imortalizou o traje ao usar um modelo com babados no filme E Deus Criou a Mulher. Ainda segundo o site Persona Mulher no final dessa década o biquíni aterrissou no Brasil inicialmente através das famosas vedetes, entre elas Carmem Verônica e Norma Tamar, que atraíam completamente a atenção ao desfilarem nas praias localizadas diante do Copacabana Palace, na cidade do Rio de Janeiro. Não demorou muito para que a maior parte das brasileiras, com a sensualidade à flor da pele, adotasse também este figurino. A partir deste momento as praias brasileiras, especialmente as cariocas, tornaram-se tradicionais palcos da moda praia. Conforme Niemeyer (2008), no final da década de 1950 a praia de Ipanema no Rio de Janeiro vira cenário para a história da moda praia brasileira, pois abrigava jovens
  • 6. 6 de pele dourada, belas moças desfilando em biquínis floridos e cabelos longos pelas pranchas de madeira dos surfistas e ao som da Bossa Nova. Em artigo na revista O Cruzeiro, fundada em 1928, o jornalista Paulo Nerey escreveu: „É a praia de Copacabana, imensa, linda, alongando – se pelos seis postos de banho que são outras tantas vitrines do mundo elegante. Ali, o que menos se faz é tomar banho de mar. Aquela gente toda, culta e fina, entende que o banho melhor é da areia quente, causticante ao sol, ou o da brisa amena sob a sombra de variados chapéus de sol e bizarros refúgios. Podemos dizer que é a nossa Biarritz [...] toma – se banho ouvindo música; dança –se na areia e bebe – se cocktails dentro da água‟. (DISITZER, 2012, p. 55). Contudo, é na década de 60 que realmente invade as areias brasileiras, decorrência do pós-guerra e suas ideias de contracultura que proporcionou o “nascimento” da pílula anticoncepcional, e com ela um desprendimento em mostrar se mostrar. Em 1964, com todo o talento da moda praia no Rio de Janeiro, torna-se sucesso nas areias o maiô com o design arrojado, chamado de Engana Mamãe, na frente maiô e atrás biquíni. (DISITZER, 2006). Figura 01: Maio engana mamãe atual, inspirado nos maios utilizados na década de 60. Fonte: Blog Insert, 2015. Na década de 70 a moda praia se destaca com o lançamento do biquíni cortininha, foi com o manifesto hippie nessa década o marco da sociedade feminina no Brasil onde as mulheres põe fim na estética imposta pela sociedade e ganham liberdade para uma moda mais atrevida. E nessa época o Brasil já era visto como lançador de tendências de moda praia, e em 1980 as próprias banhistas lançaram de forma natural e sem intenção o modelo asa – delta que fez sucesso até o aparecimento do “fio dental”. Corpos malhados e dourados desfilavam dentro de cores cítricas dos biquínis em Ipanema. (NIEMEYER, 2008).
  • 7. 7 Figura 02: Fotografia de modelo desfilando modelo asa delta na década 80. Fonte: Fashionistando, 2015. No inicio da década de 80, com a busca por academias e corpos perfeitos, apareceram os tecidos elásticos. “Bacana era vestir um jogging pants e sair correndo por ai, para depois usar collant com uma calça Inega(marca de jeans colado), aquela da ‘bundinha para fora e barriguinha para dentro’, ou então uma legging em tons de néon”. (DISITZER, 2006). Em 1990 a praia começa a ganhar um espaço para pessoas mais alternativas. Segundo Chataignier (2010), para este passeio se levava um verdadeiro arsenal: “saídas de praia, sacolonas coloridas de tecidos ou palhas, chinelos, óculos com armação grandes, chapéus variadíssimos e cangas de Bali”. Com o transcorrer dessas transformações no biquíni, e de acordo com Braga (2011) a moda praia no Brasil vai formando a sua identidade nesse segmento, e por isso hoje pode se dizer que é o país que mais fabrica e consome esse tipo de moda e toda essa intimidade brasileira com o litoral e com a moda praia pode ser explicada pelo seu clima e pela sua extensão litoral, fazendo o Brasil se tornar lançador mundial de tendências nesse assunto. As mulheres americanas na faixa de quarenta anos estão deixando o recato de lado fazendo uso de biquínis para ir à praia, de acordo com uma matéria publicada no New York Times. Estilistas brasileiros se aproveitam dessa situação para vender para os EUA, cenário onde a moda Made in Brazil, toma conta. Entre as marcas preferidas estão Rosa Chá, Lenny e Bumbum, encontradas em butiques badalados como Donna Karan, SAKS e Baranys. (PACHECO, 2001).
  • 8. 8 Pode-se então considerar o Rio de Janeiro como apontador desse segmento para o Brasil, e a assim também apontar a moda praia do Brasil como referência mundial. A moda praia é prestigiada pelo simples fato do Brasil ter conseguido criar sua própria identidade, utilizando sua nacionalidade e criatividade. Uma grande característica brasileira consiste na criatividade espontânea, quase irreverente, observada em todo o País. Uma criatividade que depende mais da grande diversidade dos modos de ser individuais do que das diferenças entre grupos sociais e comunitários em âmbito local. (SEBRAE, 2002). Sendo o Brasil um país de muitas etnias, crenças, raças e muita diversidade é também um grande aliado provocador para a criatividade dos criadores brasileiros. Esta criatividade espontânea que se fala, consiste na capacidade intuitiva e sentimental à qual se alia um espírito hábil que lhes permite descobrir maneiras de aperfeiçoar condições muitas vezes precárias (SEBRAE, 2002). Assim o Brasil acaba aproveitando sua fonte de criatividade e seus profissionais criativos para inovar nesse segmento da moda. 2.2 A CRIATIVIDADE BRASILEIRA NA INOVAÇÃO DA MODA PRAIA Para Marques (2004) a identidade dos biquínis brasileiros é de extrema importância para sermos um mercado exportador, o qual explica seu crescimento pela qualidade, criatividade, aperfeiçoamento dos moldes e pela tecnologia avançada. Porem a moda brasileira ainda sofre fortes influências de outros países: Em termos culturais, a dependência que herdamos da colonização e que persistiu após a independência se traduzia por uma tendência irresistível ao mimetismo. Na realidade, raramente criávamos alguma coisa, preferindo copiar tudo que era descoberto e consumido nas metrópoles. A moda, que é uma sensível atividade cultural, não podia ficar alheia a essa contextualização maior da sociedade na qual se inseria. Agora não é mais Lisboa que traça os rumos de nossa elegância, mas sim Paris, Londres, nova York e Roma. (CHATAIGNIER, 2010, p. 103). Essa pratica de copiar ao em vez de criar acontece ate hoje na moda brasileira. Afirmando a ocorrência dessa prática atualmente, Feghali; Dwyer (2010) apoia e expõe que os estilistas e donos de empresas muitas vezes compram roupas em outros países vistos como ditadores de tendências e trazem para “tirar ideias”, outros descrevem e fotografam detalhes que acham interessantes que depois aparecerão em suas coleções. Carmem Miranda, ao vestir seus trajes com frutas e balangandãs mostrou para o mundo um Brasil tropical e pode ter sido um acerto na visão de mercado, pois o país
  • 9. 9 vende sua imagem para outros países. Porem de acordo com o Sebrae (2002) mostra - se la fora uma coisa que não existe. O nosso país é enorme e as inspirações parecem não partir de algo real, porque o Brasil é muito mais do que apenas folclórico ou tropical. Pode-se notar que nesse quesito a moda praia se destaca por ser diferente no Brasil, de acordo com Azulay (2002) recriar varias vezes o biquíni “Nossa intenção não era fazer para gringo ver, era por amor ao Brasil. A gente era ignorante, não sabia de moda, a gente só entendia o que via” A criatividade apontada por Azulay (2002) sobre ver o que esta ao redor para inovar a moda com um caráter brasileiro junto com as influencias criativas mencionadas pelo Sebrae (2002) e o abandono do plagio europeu são formas de inovar que permitem á moda praia ser legítima ao Brasil. 3. EVOLUÇÃO DOS PROCESSOS DE ESTAMPARIA Antes do surgimento dos tecidos com estampas, já se utilizava a pintura corporal com pigmentos minerais, e do corpo passou a ser utilizada para o couro e depois para tecidos como conhecemos. Segundo Pezzolo 2007 a principal função da estampa é dar vida ao tecido e também inserir agregar valor estético à peça ou coleção, e outra função muito importante é a cor, a qual direciona muitas vezes o uso dessa estampa. Antes disso as estampas eram uma forma de diferencias as classes sociais. A estamparia, que é a impressão no tecido, ou o ato de estampar no lado direito do tecido, pode ser modular, com a repetição do módulo ao longo da superfície do tecido, ou representar um desenho único (estampa localizada), como uma cena. A palavra estamparia é proveniente da língua inglesa printwork (trabalho pintado) (CHATAIGNIER, 2006). A estampa torna qualquer peça mais fascinante e inédita, sendo um dos recursos mais utilizados no Design de Moda. É um diferencial que chama a atenção dos consumidores, podendo levar grande influencia sobre o gosto pessoal do designer e do estilista, além de sofrer grande influência sociocultural nas linhas e cores de suas padronagens. Diferencia o produto além de marcar a temática da coleção, dando exclusividade e personalidade às peças. Desperta desejo em quem se identifica com o conceito. As
  • 10. 10 diversas técnicas de estamparia agregam valor, exclusividade e trazem estímulos visuais as nossas peças. A moda como um fenômeno complexo, com dinâmica de natureza efêmera e sazonal, articula-se na constante busca pela novidade, sedução e diferenciação. Mas longe de ser entendida apenas como um ciclo de mudanças sazonais voltadas para a indústria do vestuário, a dinâmica da moda pode se manifestar em tantas outras categorias de bens de consumo, ordenando-as sob, a lei da renovação imperativa, do desuso orquestrado, da imagem, da solicitação espetacular, da diferenciação marginal (LIPOVETSKY, 1989, p.157). Conhecer e entender os tipos de padronagens e como funcionam ajuda no método criativo do designer e o auxilia na percepção de novas estampas. A configuração da Superfície tornou-se [...] muito relevante. Já que a aparência é percebida por meio das características diretamente observáveis pelos sentidos e interpretáveis a nível pessoal, é crucial enfatizarmos tanto os aspectos sensitivos inerentes quanto os cognitivos possíveis – além dos psicológicos e antropológicos existentes – na interação do sujeito com o objeto através da sua Superfície. Tais aspectos podem condicionar a percepção do sujeito sobre um produto bem como as questões emocionais inerentes, influindo na mais valia e na aquisição ou não do mesmo [...], pois os elementos percebidos pelos sentidos, além de agregarem valor estético, definem e qualificam um artefato [...] (SCHWARTZ, 2008, p. 36). No passado, quem criava as estampas para os tecidos eram os artistas pintores. Porém, a estampa possuía somente função ornamental e decorativa na superfície do tecido. Atualmente, com o desempenho do projeto do designer, a estampa passou de ornamental para conceitual. Ela está ligada a todo um processo de identidade com o entorno e com a coleção pertencente. Para o desenvolvimento das estampas que irão fazer parte da superfície dos tecidos, deve conter um método criativo organizado e planejado como a pesquisa de cores, formas, tema, conceito, materiais, tendências, público consumidor, processos produtivos e mercadológicos, entre outros. A partir dai, o desenhista age identificando e aplicando as ferramentas necessárias para a produção das estampas e padrões, decidindo e planejando tipos de estampas e técnicas a serem utilizadas. 3.1 TIPOS E PROCESSOS DE ESTAMPARIAS A estampa valoriza o visual do produto e também agrega valor, tanto pela imagem, cor ou caracteres, dando destaque as peças. Segundo o blog Universo da Cor os diversos processos de estamparia oferecem diferentes resultados de impressão e tanto conhecer as diversas técnicas quanto saber
  • 11. 11 identificar os vários tipos de processos ajuda profissionais da área de moda e design na criação de peças, portanto é fundamental esse conhecimento para quem atua nessa área. Para fazer a estampa são necessárias as seguintes etapas: a) A preparação de pasta de estampar: a pasta de estampar deve ter viscosidade para que os desenhos não se alastrem na hora de estampar. Por isso é necessário que os espessantes e os produtos auxiliares sejam de boa qualidade e as gravuras de tela devem ser feitas em quadros bem esticados; b) Transferência da cor de um intermediário para um artigo têxtil: os processos podem ser ao rolo de cobre; ao quadro rotativo; ao quadro plano ou por transferência; c) Secagem: logo após aplicação de tinta sobre o tecido é necessário secar a estampa para evitar eventuais manchas ou borrões na estampa; d) Fixação: a fixação pode ser feita de três maneiras: por calor seco, por vaporização, por tratamento a molhado. É a fase de penetração do corante nas fibras do tecido (com exceção dos pigmentos, que são colocados na superfície das fibras). e)Tratamentos posteriores: após o tecido estampado ele deve ser submetido a uma lavagem para eliminar o corante que não fixou e retirar os produtos que foram utilizados na preparação da pasta.( ARAÚJO e CASTRO, 1987). Seus tipos e processos são vários, segundo Ruthschilling (2013) as atuais técnicas de estamparia têm características e resultados diversificados, a estamparia possui também maquinários produtivos, qualidade, e muita liberdade de criação. 3.1.1 Estampagem ao Rolo O processo da estamparia ao quadro rotativo começa com o negativo que é gravado em cilindros de níquel e cromo que são perfurados de acordo com o desenho desejado, cada cilindro, corresponde a uma cor do desenho. No processo de estamparia ao quadro rotativo, o tecido é colocado sobre uma esteira, sobre o qual os cilindros aplicarão as pastas coloridas. No final do processo o tecido é deslocado para uma câmara de secagem. 3.1.2 Estampagem ao Quadro Plano Estamparia ao quadro plano é feita utilizando um negativo do desenho. O número de quadros depende do número de cores do desenho, pois para cada cor será necessária uma tela individual. No processo de estamparia de molde (berço), com quadro plano o tecido é colocado na mesa de estampar e pode ser estampado manualmente ou utilizar-se de quadros automotores, que percorrem todo o comprimento da mesa, onde no final é feita a mudança do quadro pelo operador da máquina. O tecido á deslocado e entra diretamente na câmara de secagem (ARAÚJO ; CASTRO, 1987). No caso de estamparia a molde, as peças são colocadas na mesa e estampadas com
  • 12. 12 quadros manuais, a transferência da tinta para o tecido, se dá com auxílio de rasquetas de borracha. 4. ESTUDO DE CASO DA MARCA BLUE MAN No mercado ha mais de 40 anos a marca de beach wear Blue Man tem ênfase na moda praia brasileira. Fundada pelo visionário David Azulay nos anos 70 a Blue Man continuou a ser dirigida por ele até à sua morte em 2009. Segundo Dizitzer (2006) desde a década de 1970, explora o estilo brasileiro, em estampas e cores, antes ainda de o nosso país virar moda nesse segmento, é este estilo brasileiro que guia a Blue Man até os dias de hoje. A marca ganhou valor e reconhecimento pelo fato das suas estampas unirem referências populares do Brasil com a moda praia. Empregou também as suas peças elementos artesanais como crochês, bordados, estampas e paisagens de flores. Nos anos 90 a Blue Man chama a atenção com a criação dos “sungões” e também colocando a bandeira brasileira estampada em algumas de suas peças, que são além de biquínis, camisetas, maios, sungas, acessórios e bolsas, buscando atender a exigência do seu público. Segundo o site da marca, diferente da concorrência David Azulay escolhe fortalecer sua marca dentro do Brasil ao invés de exportá-la. Utiliza então estampas e temas brasileiros. “O olhar da Blue Man em termos de moda é sempre reforçar a brasilidade. Azulay diz: ‘E a nossa definição é Brasil pop.’” (DIZITZER, 2006, p.95). A sua produção chega a 220 mil biquínis por ano, além de 200 mil sungas, também produz vestidinhos, bermudas e top’s. O seu maior mercado é o interior de São Paulo, vende cerca de 50 mil peças por ano. Para David é mais fácil vender dentro do país do que exportar. Seus maiores clientes além de São Paulo são Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. Tem franquias em Manaus, Brasília, Santos e Maceió. E tem lojas próprias em Belo Horizonte, São Paulo, Fortaleza, Salvador e Recife. (INÁCIO, 2009). Azulay admitiu lhe faltar espírito de moda no inicio de sua marca, apoderou- se então do conhecimento, aspiração, entusiasmo e criatividade de Simon Azulay, seu irmão. "Eu sei fazer duas coisas na vida, mandar e pedir. Não sou estilista, nem gostaria de ser. Estou muito mais preocupado em manter a ideologia da minha empresa: ser brasileira e ipanemense." (AZULAY, 2009). Os irmãos foram para o Rio de Janeiro em 1967. No inicio Azulay se responsabilizou da administração e complicações enquanto Simon desenvolvia as
  • 13. 13 primeiras peças da marca. O mais popular das suas primeiras criações foi um biquíni em jeans. Um dia, eu estava de bobeira em casa, enrolado na toalha, de sandálias, quando chegou um rabino procurando pelo Simão. Era um costureiro e trazia uma encomenda: dois biquínis feito de jeans. Eu vi aqueles biquínis e fiquei louco: 'Caraca! Que coisa maravilhosa'". (...)De repente, percebi que aquilo era ouro. Em apenas uma tarde, andando de loja em loja com esses dois modelos de mostruário vendi 1.800 peças. Vendi até mesmo na Galeria 444, onde só tinha butique bacana: Modinha, Smuggler, Prestígio, Deja Vu, Aniki Bob, Aquarius... (AZULAY, 2009). A Blue Man começou a receber encomendas dos seus modelos, pois segundo Azulay não havia nada no mercado à altura do que faziam. “Eu vejo, pesquiso muito e vejo que em termos de acabamento, de tudo, estamos anos-luz na frente de qualquer moda praia que se veja.” (Entrevista com estilista David Azulay, da marca Blue Man. Fonte: UOL, Moda Brasil por Roseane Muniz.). A marca nasceu em Ipanema, mas logo expandiu os horizontes para São Paulo. Rapidamente, chegou a Paris, Milão e Nova Iorque, o que forçou a marca ampliar com novas ideias e criações. Em 1980 a marca adota o padrão brasileiro tropical e começou a usar modelagens, desenhos e estampas que até hoje estão presentes nas coleções. David decidiu reciclar a filosofia da Blue Man: Comecei a entrar mais no varejo, abri loja no Rio e em São Paulo e ataquei com toda força o mercado de Belo Horizonte, porque quando você faz sucesso lá. faz sucesso no resto do Brasil. A partir daí fiz coleções brasileiríssimas, totalmente dedicadas as garotas das nossas praias. Fiz estampas com inspiração marajoara, fiz caju, fiz banana, melancia, abacaxi, Carmem Miranda. Coloquei todo esse tropicalismo que estava brotando aqui. A Blue Man adotou o estilo que tem até hoje: brasileiro". (AZULAY, 2009). David e Simon produziram e modernizaram para crescer, e David viu a ascensão da Blue Men, preferindo permanecer pequenos em tamanho, mas grandes em fama. Fiquei pequeno de propósito. Hoje tenho doze lojas próprias, seis franquias, enxuguei tudo para trabalhar menos. Às vezes, vejo as outras marcas repetindo os mesmos erros, querendo fazer sucesso lá fora como uma maneira de se fortalecer no Brasil. Tudo bem em aparecerem internacionalmente, mas eu não vejo o produto desses caras aqui nas nossas praias... Pô, meu irmão hoje eu sei: meu bikini foi feito para estar na praia e não em editorial de moda de revista estrangeira! (AZULAY, 2009). Sharon filha de Azulay administra a empresa hoje em dia e Thomaz o filho de Simon gerencia a equipe de criação e design. Os dois continuam com a ideologia do inicio da marca, a de “ser uma marca brasileira e ipanemense.”
  • 14. 14 4.1 ANÁLISE DOS MODELOS CRIADOS PELA MARCA BLUE MAN Para materializar a ideia inicial do trabalho foram analisadas as peças da marca Blue Man desde o seu início em 1971 até uma de suas últimas coleções apresentadas. Desta maneira, podemos observar a evolução das estampas e modelos da marca. Na Figura 03 (abaixo), pode-se observar o biquíni jeans e umas das maiores invenções da moda praia que é o modelo de lacinho. O site FFW (2012) explica que David Azulay e o irmão Simão se mudaram de Belém para o Rio de Janeiro em 1967. Simão fez uma produção de biquínis jeans, David gostou da ideia e saiu vendendo de porta em porta essa descoberta, entretanto, se deparou com um problema: ou a peça ficava larga ou ficava pequena demais nas mulheres. Foi então que um amigo deu a solução: “corte a lateral e faça um laço, adaptando a peça a qualquer corpo”. Surgiu então o biquíni de lacinho. E desde então surgiu também a marca Blue Man. Figura 03: A modelo Rose di Primo em anúncio da marca de moda praia Blue Man na década de 70. Fonte: Globo.com, 2015. Já na figura 04 pode-se perceber estampas tropicais, que simbolizam uma identidade brasileira, tanto nas cores vibrantes quanto nos seus desenhos voltados á uma natureza exuberante. Estampas que representam algumas das grandes riquezas brasileiras como fauna, flora e representam também a cultura brasileira da década de 70. “Fiz coleções brasileiríssimas, totalmente dedicadas às garotas das nossas praias. Fiz estampas com inspiração marajoara, fiz caju, fiz banana, melancia, abacaxi, Carmem Miranda. Coloquei todo esse tropicalismo que estava brotando aqui.” (AZULAY, 2009). Pode-se notar nessas imagens que as peças tem cortes amplos, e que a estamparia utilizada nesses modelos é estamparia em quadro.
  • 15. 15 Figura 04: Anúncios publicitários da marca de moda praia Blue Man na década de 70. Fonte: Salacious Sound, 2015. Analisando agora a figura 05 de uma coleção recente da Blue Man ainda notamos muitas igualdades entre ela e a coleção vista na figura anterior que era da década de 70, nessa coleção apresentada pela marca em 2013 identifica-se estampas voltadas a fauna e flora brasileira com cores vibrantes, apresentando essa mesma tropicalidade que se tinha nas primeiras coleções da marca. Nota-se diferenças, entretanto nos modelos e cortes dos biquínis, os quais ficaram ‘menores’ e mais adaptados a moda atual, diferente também são as técnicas de estamparia aplicadas a essas peças, pois nessa coleção atual é usada estamparia ao rolo. A coleção vem repleta de silhuetas que passeiam pelo acervo das 4 décadas da tradicional marca de moda praia. São biquínis e maiôs com recortes, decotes e ousadas aberturas, as modelagens tendem ao esportivo, com formas retas, decotes geométricos e volumes contidos. Maiôs estruturados e biquínis unem sensualidade e conforto. Recortes, frestas e cavas acentuadas são características marcantes dessas peças. A lycra não perde o papel principal, mas dá espaço ao neoprene, que traz referências dos esportes aquáticos para a moda praia. Com estampas vibrantes e intensas criadas por cima de obras do artista Glauco Rodrigues, a natureza invade esse cenário com cores e formas alucinantes. Texturas furta-cor e iridescentes evidenciam insetos, peixes e minerais, com o reforço de micropelículas refletivas na estamparia. (FFW, 2015).
  • 16. 16 Figura 05: Making of da campanha de Verão 2013 da Blue Man. Fonte: Pure Trend, 2015. Nas figuras 06 observam-se peças da coleção verão 2014 da marca que segundo o site All Lingerie (2015) apostou em estampas rotativas e digitais com desenhos tropicais e com referências ao Império. A inspiração na corte portuguesa passa por galões e adornos militares, azulejos em azul e branco, pássaros, lustres, pedrarias, penas e florais. Os cortes e modelos continuam menores do que os da década de 70, porém surge uma grande tendência de usar essa moda praia também no dia a dia, os maios estão mais comportados e mais ‘ricos’ em estampas e detalhes. Figura 06: Campanha Blue Man verão 2014 Fonte: Revista Marie Claire, 2015. Percebe-se assim que a Blue Man desde o seu inicio em 1971, passando pela morte do seu criador em 2009 e ate os dias de hoje não fugiu da sua idéia inicial, de mostrar um Brasil tropical e vibrante por meio de suas peças, mudam os cortes conforme mudam as tendências, as estampas evoluem com as novas tecnologias, mais a
  • 17. 17 idéia de uma marca totalmente brasileira e ipanemense continua firme na ideologia da marca. CONSIDERAÇÕES FINAIS Conclui-se com este artigo que o Brasil é competente na área de criação de beachwear, a história da moda praia brasileira e os avanços na estamparia, tanto em desenhos como em técnicas ajudaram para o desenvolvimento da criatividade brasileira na moda praia. Tanto a estamparia como a moda praia evoluíram de forma gradativa no decorrer dos anos. Na moda praia mudaram os tamanhos as formas, e a modelagem dos biquínis e maios. Já na estamparia mudaram-se as técnicas, os métodos, a agilidade e a qualidade. O biquíni brasileiro é um produto popular tanto dentro do país quanto fora, e a estampa é utilizada pra dar vida e cor às peças, como uma ferramenta inovadora em que pode - se trabalhar a brasilidade. A proposta foi analisar por meio de imagens a evolução de modelos e estampas da marca Blue Man que esta no mercado desde 1971. Foram analisadas imagens publicitárias da marca da década de 70, e imagens mais recentes da coleção verão 2013 e da coleção verão 2014. E conclui-se a partir delas que a Blue Man juntamente com a moda praia brasileira evoluiu muito em questão de modelagens, cortes e modelos, algumas releituras de modelos são feitas, mas sempre é bem atualizada, as estampas e suas técnicas também estão evoluídas nas peças da marca, mas a Blue Man manteve a ideologia inicial da marca que é a brasilidade, e que se tornou identidade para suas peças, sempre dando ênfase a fauna e a flora brasileira. Cumpriu-se dessa forma o objetivo de estudar a moda praia brasileira e seu mercado, analisar a estamparia sua evolução e seus métodos. Com a pesquisa e a análise das imagens pôde-se concluir que a moda praia brasileira esta em constante modificação e evolução, e a estamparia pode ser considerada um elemento de valorização na moda, o que não é diferente na moda praia, e a Blue Man usa essa ferramenta de valorização como elemento de expressividade que contribui para uma valorização nacional. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ABIT. Moda Praia – Panorama do Mercado, 2012. Disponível em: <http://ww w.abit.org.br/site/navegacao.asp?id_menu=6&id_sub=19&idioma=PT> acesso em 08/mar/2015
  • 18. 18 All Langerie. Confira a moda praia marcante da blue man na belíssima campanha de verão 2014. Disponível em: <http://alllingerie.com.br/confira-a-moda-praia- marcante-da-blue-man-na-belissima-campanha-de-verao-2014/ > acesso em 13/mai/2015. ALLEND, F. Especiais. Disponível em: http://www.fernandoallende.com.br/especial/default.asp?cod=2003_08_03> acesso em 18/ mai/2015. Amabile, T. M. The social psychology of creativity. New Jersey: Prentice- Hall, 1983. ARAÚJO, Mário; CASTRO, E. M. de Melo. Manual de Engenharia Têxtil. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1987. Vol. II. AZULAY, David. Morre no Rio David Azulay, dono de grife de biquínis. Disponível em: <http://www.estadao.com.br/noticias/geral,morre-no-rio-david-azulay-dono-de- grife-debiquinis,321399,0.htm> acesso em 23/abr/2015. Blog Consumo, logo existo. Morre David Azulay - dono da Blue Man e criador do biquíni de lacinho. Disponivel em: <http://consumo- logoexisto.blogspot.com.br/2009/02/morr-david-azulay-dono-da-blue-man-e.html> acesso em 02/jun/2015. Blog Lilian pacce. Blue Man PRIMAVERA-VERÃO 2013/14. Disponível em: <http://www.lilianpacce.com.br/desfile/blue-man-primavera-verao-201314/> acesso em 14/ mai/2015. Blog Pitaya Store. Um pouco da história da Moda Praia. Disponível em: <https://pitayastore.wordpress.com/ > acesso em 16/abr/2015. Blog Universo da Cor. Processos atuais de estamparia e beneficiamento têxtil. Disponivel em: < https://universodacor.wordpress.com/2013/05/15/processos-atuais-de- estamparia-e-beneficiamento-textil/> acesso em 08/jun/2015. Blue Man. BLUE MAN BRASIL. Disponivel em: <https://www.blueman.com.br/marca> acesso em 07/mai/2015. BLUEMAN: Ipanamense desde Sempre, 2011. Disponível em: <http://www.blueman.com.br/blueman.php> acesso em 20/mai/2015 Boden, M. A. Creativity and knowlwdge. In A. Craft, B. Jeffrey, & M. Leibling (Eds.), Creativity in education. London: Continuum, 2007. BRAGA, João; PRADO, Luís André do. História da moda no Brasil: das influências às autorreferências. São Paulo, SP: Pyxis Editorial, 2011.
  • 19. 19 CHATAIGNIER, Gilda. História da Moda no Brasil. Rio de Janeiro: Estação das Letras e Cores, 2010. DISITZER, Marcia; Um mergulho no Rio: 100 anos de moda e comportamento na praia carioca. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2012. DISITZER, Marcia; VIEIRA, Silvia. A moda como ela é: bastidores, criação e profissionalização. Rio de Janeiro: Senac, 2006. FEGHALI, Marta Kasznar; DWYER, Daniela. As engrenagens da moda. Rio de Janeiro: Editora Senac, 2010. FFW. "Queria que meu pai estivesse aqui", diz Sharon Azulay, da Blue Man. Disponível em: < http://ffw.com.br/noticias/moda/queria-que-meu-pai-estivesse-aqui- diz-sharon-azulay-da-blue-man/> acesso em 14/mai/2015. FFW. Verão 2013 RTW / Fashion Rio BLUE MAN. Disponível em: <http://ffw.com.br/desfiles/rio-de-janeiro/verao-2013-rtw/blue-man/746088/> acesso em: 14/mai/2015. Glamurama. Marcelo Sommer: “Não quero ter uma marca maior do que eu, como já foi um dia". Disponível em: <http://glamurama.uol.com.br/marcelo-sommer-nao- quero-ter-uma-marca-maior-do-que-eu-como-ja-foi-um-dia/> acesso em: 08/jun/2015. INÁCIO, Paola Jucoski. Serigrafia na moda praia: ídolos e celebridades. Disponível em: < http://www.bib.unesc.net/biblioteca/sumario/00003E/00003EF2.pdf> Acesso em: 07/mai/2015. JONES, Sue JenKin. Fashion Design: Manual do Estilista. Tradução Iara Bideman. São Paulo: Cosac Naife, 2008. LIPOVETSKY, Gilles. O império do efêmero: a moda e seu destino nas sociedades modernas. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. MARQUES, C.T. Potencialidades e limitações da aplicação simultânea de aromas e de pigmentos sensíveis ao calor e à luz em artigos de moda praia. Disponível em: <http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/899> acesso em: 10/07mar/2015. NIEMEYER, Lenny. Moda praia brasileira. Editora Cosac Naify, São Paulo, 2008. PACHECHO, Paula. Biquini made in brazil. Disponível em <http://www.terra.com.br/dinheironaweb/199/negócios/199_biquini.htm> acesso em 23/abr/2015. PENTEADO, Fernanda Badra. Universo moda praia. Disponível em: < http://www.pergamum.udesc.br/dadosbu/000000/00000000000C/00000CBA.%20P..pdf > Acesso em: 15/Mai/2015.
  • 20. 20 Persona Mulher. A evolução do biquíni. Disponível em: < http://www.personamulher.com> acesso em 15/abr/2015. PEZZOLO, Dinah Bueno. Tecidos: história, tramas, tipos e usos. São Paulo: Senac São Paulo, 2007. RUTHSCHILLING, Evelise Anicet. Processos contemporâneos de impressão sobre tecidos. Disponível em: <http://www.ceart.udesc.br/modapalavra/edicao12/Dossie/processos_contemporaneos_ de_impressao_em_tecidos_evelise_ruthschilling_e_tatiana_laschuk.pdf > Acesso em: 08/jun/2015. SCHWARTZ, Ada Raquel Doederllein. Design de Superfície: por uma visão projetual geométrica e tridimensional. 2008. Dissertação (Pós Graduação em Desenho Industrial) – Universidade Estadual Paulista, São Paulo. SEBRAE. Cara Brasileira: a brasilidade nos negócios - um caminho para o “made in Brazil” 2002. Disponível em: <http://www.bdpa.cnptia.embrapa.br/busca?b=ad&id=810366&biblioteca=vazio&busca =autoria:%22SEBRAE.%22&qFacets=autoria:%22SEBRAE.%22&sort=&paginacao=t &paginaAtual=1 > acesso em 08/mar/2015. SO Geografia. A diversidade climática. Disponível em: <http://www.sogeografia.com.br/Conteudos/GeografiaFisica/Clima/> acesso em 09mar/2015 Terra. Brasil é o país que mais consome moda praia no mundo. Disponível em <http://economia.terra.com.br/brasil-e-o-pais-que-mais-consome-moda-praia-no- mundo,9708a5dd308da310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html> acesso em 16/abr/2015 Torrance, E. P. The importance of falling in love with something. The Creative Child and Adult Quarterly, 1983.