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(Trabalho do ano letivo de 2014/2015)
2. Geografia/Povos
País da África Central. Situado na região dos Grandes Lagos
Africanos, muito próximo do equador, com uma área de 26
338 km2. Ruanda tem vários povos como por exemplo os
Hutus, os Tutsis e os Twas. As principais religiões são o
Catolicismo e o Islamismo, a restante população segue
crenças tradicionais e pertence a igrejas protestantes
africanas. As línguas oficiais são o Ruanda, o francês e o
inglês.
3. História dos povos
Os Twas eram os habitantes originários do Ruanda, mas
foram seguidos pelos Hutus que rapidamente os superaram
em número. Durante os séculos XIV e XV, os Tutsis migraram
para o país e ganharam domínio sobre os povos residentes.
No final do século XVIII, o Ruanda era já um reino
centralizado presidido por reis Tutsis, em que os Hutus eram
a parte dominada apesar de serem a maioria da população.
4. Antes da Independência
Em 1899 o país tornou-se uma colónia alemã, mas com a
derrota dos germânicos na 1ª Guerra Mundial passou a ser
controlado pela Bélgica em 1919. Em 1959, o rei Mutara III
morreu e foi substituído por Kigeri V. No entanto, os Hutus
alegaram que o rei não tinha sido escolhido de forma lícita e
começaram os confrontos entre os dois povos: Tutsi e Hutu.
Em 1961, a Bélgica declarou o fim da monarquia e Gregoire
Kayibanda foi designado Presidente da nova república. No
ano seguinte, o Ruanda tornou-se oficialmente independente.
5. Depois da Independência
Os anos 60 foram marcados por várias ações de violência
entre Hutus e Tutsi, as quais acabaram por originar um forte
saída para os países vizinhos: Burundi, Tanzânia, Uganda,
Quénia e Congo. Os confrontos intensificaram-se em 1964
com a morte de vários Tutsi em resposta a uma invasão vinda
do Burundi, que era controlado pela aristocracia Tutsi.
6. História de Ruanda
Em 1973, houve um reacender da violência. Nesse mesmo
ano o Presidente ruandês foi deposto num golpe de Estado e
subiu ao poder Juvenal Habyarimana, um Hutu moderado.
Sete anos depois o país foi invadido pelas forças da Frente
Patriótica Ruandesa, constituídas maioritariamente por
refugiados Tutsi. A ofensiva foi controlada, mas Habyarimana
concordou em apresentar uma constituição multipartidária,
que foi promulgada em 1991.
7. História de Ruanda
(continuação)
Em 1993 o presidente assinou um acordo de partilha de
poder e despontou uma onda de violência Hutu. A RPF
respondeu com uma ofensiva mais forte. Mais tarde foi
assinado um novo acordo e estabelecida uma missão de paz,
mas em 1994, os presidentes do Ruanda e Burundi morreram
num inexplicável acidente de avião e os confrontos civis
recomeçaram. Os soldados ruandeses e membros de grupos
Hutus assassinaram cerca de 800 mil pessoas, na sua maioria
Tutsis e Hutus moderados.
8. O genocídio
O Ruanda esteve, no início dos anos 90 do século XX, em
estado de guerra civil, num conflito que opôs as duas
principais etnias Hutus e Tutsis, levando à morte de muitos
milhares de civis e criando centenas de milhares de
refugiados - uma guerra que veio agravar a já de si pobre
economia ruandesa.
9. O genocídio
(continuação)
Embora as causas do genocídio sejam ainda desconhecidas, é
claro que tenham sido elaborados, com planos detalhados
com vista ao massacre da população Tutsi e de Hutus
moderados. Morreram pelo menos 800.000 pessoas em
ataques, levados a cabo por homens e mulheres, bem como
pelas milícias Hutus. Alguns analistas afirmam que este
número é bastante mais elevado.
10. O genocídio
(continuação)
O genocídio foi organizado meticulosamente. Os opositores
do governo foram entregues às milícias, juntamente com os
seus familiares. Vizinhos mataram vizinhos, e alguns maridos
até mataram as suas mulheres tutsis, dizendo que seriam
mortos caso recusassem. Os cartões de identidade
apresentavam o grupo étnico das pessoas, então milícias
montaram bloqueios nas estradas onde mataram os Tutsis,
muitas vezes com facas que a maioria dos ruandeses têm em
casa.
11. As violações ás mulheres
As violações de mulheres, no Ruanda, serviram como arma de
guerra para a limpeza étnica dos BaTutsi. Possuir a mulher do
inimigo adquire o significado de posse e vitória sobre o
mesmo, de destruição moral, política e étnica do inimigo.
Actualmente a Violência com Base no Género é já
considerada crime de guerra pelo Tribunal Internacional, mas
torna-se complicado nestas situações obter depoimentos das
vítimas e identificar os agressores. Muitas mulheres sofrem
de estigma e discriminação pelo facto de terem sido violadas
ou terem engravidado do inimigo, por isso não os denunciam.
12. Quais as consequências do genocídio?
O exílio foi a consequência do genocídio para uma grande
parte da população Hutus. Um dos destinos foi, os campos de
refugiados no Norte de Kivu, no ex-Zaire. A vida das mulheres
no exílio e nos campos de refugiados foi muito difícil. Elas
foram as que sofreram mais com a falta de recursos, pois
estavam constantemente a ser ameaçadas pela violência
armada e sexual. Nos campos de refugiados, onde se deu a
reestruturação do ex-governo Hutus, muitas foram
condicionadas e obrigadas a colaborar com as milícias.
Campo de refugiados
13. Ruanda após o genocídio
Foi nomeado como Presidente Pasteur Bizimungu, de etnia
Hutus. Este gesto, que parecia ser de reconciliação acabou
por desencadear várias ações de violência contra os Hutus
por parte de membros do exército.
Em 1995, foi estabelecido na Tanzânia um tribunal das
Nações Unidas que começou a julgar os suspeitos do
genocídio e muitas dessas pessoas foram também julgadas
nos tribunais ruandeses.
Presidente Pasteur Bizimungu