O documento resume a história do Sudão, desde a expansão islâmica no século VII até a independência em 1956. Também descreve a longa guerra civil entre o norte e sul do país, que dura há 46 anos, e os desafios atuais como a introdução da Sharia e o conflito em Darfur.
2. Conhecido na Antiguidade como Núbia, o Sudão é incorporado ao mundo
árabe na expansão islâmica do século VII. O sul escapa ao controle
muçulmano e sofre incursões de caçadores de escravos. Entre 1820 e
1822, é conquistado e unificado pelo Egito e posteriormente entra na
esfera de influência do Reino Unido. Em 1881 eclode uma revolta
nacionalista chefiada por Muhammad Ahmed bin' Abd Allah, líder religioso
conhecido como Mahdi, que expulsou os ingleses em 1885. Ele morre logo
depois e os britânicos retomam o Sudão em 1898. No ano seguinte, a
Nação é submetida ao domínio egípcio-britânico. Obtém autonomia
limitada em 1953 e independência total em 1956.
O Sudão está em guerra civil há 46 anos. O conflito entre o governo
muçulmano e guerrilheiros não-muçulmanos, baseados no sul do
território, revela as realidades culturais opostas da Nação. A guerra e
prolongados períodos de seca já deixaram mais de 2 milhões de mortos.
A introdução da Sharia, a lei islâmica, causou a fuga de mais de 350 mil
sudaneses para países vizinhos. Entre outras medidas, a lei determina a
proibição de bebidas alcoólicas e punições por enforcamento ou
mutilação.
3. O Sudão está situado no norte do continente africano, tendo o mar Vermelho
como costa a nordeste (853 km). Tem uma área total de 1 886 068 km², sendo
o 16º do mundo em extensão. Faz fronteira com a República Centro-Africana, o
Chade, o Egito, a Eritreia, a Etiópia, a Líbia, e Sudão do Sul. Antes da
independência do Sudão do Sul, o Sudão era o maior país africano em
extensão territorial, com 2 505 813 km².
4. O censo de 1993 no Sudão, informava que a população na altura era de 25
milhões de habitantes. Desde então não foi feito um censo fiável devido à
guerra civil. A ONU estimava em 2006 que a população já atingia os
41.236.378 habitantes, que corresponde a uma densidade populacional de
16,04 hab./km². As taxas de natalidade e de mortalidade são,
respectivamente, de 34,53% e 8,97%. A esperança média de vida é de 58,92
anos. O valor do Índice do Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,531 e o
valor do Índice de Desenvolvimento ajustado ao Género (IDG) é de 0,483
(2001). Estima-se que, em 2025, a população seja de 61.339.000 habitantes.
5. O Sudão é uma república autoritária onde todo o poder está nas
mãos do presidente Omar Hasan Ahmad al-Bashir; ele e o seu
partido estão no poder desde o golpe militar de 30 de Junho de
1989.Desde 2003 que a região de Darfur assiste ao extermínio da
população negra, por parte da árabe; este é conhecido como o
Conflito de Darfur.
Omar al Bashir ,Presidente do Sudão.
6. A economia do Sudão nesses últimos anos teve um decréscimo na
taxa do crescimento do real que agora está -0,2 % mas em
compensação ele teve um (PIB) de $97.21 bilhões (2011) na
produção de petróleo e na agricultura principalmente, a taxa de
desemprego é de 18,7% e 40% da população está abaixo nível de
pobreza , o Índice de Desenvolvimento Humano foi 0,408,
considerado um IDH baixo de acordo com os últimos anos, todos as
estimativas foram feitas entre 2002 e 2011.
1 Pound de 2006.
7. O Sudão é predominantemente muçulmano; aproximadamente
75% da população está ligada ao Islamismo, enquanto que
entre 15-20% veneram deuses indígenas, e 5% da população é
cristã (principalmente no sul do país).
Ritual Islâmico.
8. O Sudão foi um dos mais étnica e linguisticamente diversos países
do mundo. Tinha quase 600 grupos étnicos, falando mais de 400
línguas e dialetos. Na década de 1980 e 1990 alguns dos grupos
étnicos e linguísticos menores do Sudão desapareceram. As
migrações representaram uma parte, os migrantes muitas vezes
esquecem sua língua nativa quando se deslocam para uma região
dominada por uma outra língua. Alguns grupos linguísticos foram
absorvidos pelo alojamento, outros por conflitos. Árabe era alíngua
franca, apesar do uso de Inglês por muitas das elites. Muitos
sudaneses são multilingues.
Uma mulher com o Jabana.
9. A 9 de setembro de 2004 o Secretário de Estado norte-americano Colin
Powell denominou o conflito em Darfur de genocídio, declarando-a a
pior crise humanitária do século XXI. Houve relatos de que a Janjawid
(milícias governamentais) estava lançando ataques e bombardeios a
vilarejos, e matando civis com base na etnia, cometendo estupros,
roubando bens, terras e gado. Até o momento, mais de 2,5 milhões de
civis foram deslocados, e se estima o total de mortos entre 200 mil e 400
mil. Estas estimativas estão estagnadas desde que os relatórios iniciais
da ONU apontaram genocídio já em 2003/2004.
10. O que é hoje o Sudão do Sul era parte do Sudão Anglo-Egipcio e
tornou-se parte da República do Sudão, quando ocorreu a
independência deste em 1956. Após a Primeira Guerra Civil Sudanesa,
o sul do Sudão tornou-se uma região autônoma em 1972. Esta
autonomia durou até 1983. A Segunda Guerra Civil Sudanesa
desenvolvida anos depois, resultou novamente na autonomia da
região, através do Tratado de Nashaiva, assinado em 9 de janeiro de
2005 no Quênia, com o Exército Popular de Libertação do Sudão.