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VENDA
PROIBIDA
ISBN 978-85-7694-223-8
Texto
Sandra Aymone
Ilustrações de
Karen Elis
Todos pensam em mudar a humanidade,
mas ninguém pensa em mudar a si mesmo.
Leon Tolstói
Agradecemos aos parceiros que investem em nosso projeto.
Agradecemos aos parceiros que investem em nosso projeto.
As
As
As Estradas
Estradas
Estradas
de
de
de Couro
Couro
Couro
U m a h i s t ó r i a s o b r e s i m p l i c i d a d e
U m a h i s t ó r i a s o b r e s i m p l i c i d a d e
Conto popular adaptado por
Sandra Ay�one
Coordenação editorial
Sílnia N. Mar�ins Prado
Revisão de tex�o
Katia Rossini
Ilust�ações
Karen Elis
Projeto g�áfico e diag�amação
Foco Editorial
Realização
Fundação Educar DPaschoal
www.educardpaschoal.org.br
Fone 19 3728-8129
Ag�adecemos aos nossos parceiros a colaboração na dist�ibuição destes livros:
Argius Transpor�adora Ltda., Braspress, Hiperion Logística, Trans-Ig�açu Transpor�es,
Transpor�adora Capivari Ltda., TRN Pavan.
Esta obra foi impressa na Gráfica Editora Modelo Ltda, em papel couché fosco (capa e miolo).
Esta é a 1ª edição, datada de 2010, com tiragem de 28.000 exemplares.
Sobre a Fundação Educar DPaschoal
Criada em 1989 para a promoção da educação cidadã como est�atégia de t�ansfor�ação
social, desenvolveu inicialmente a “Academia Educar”, que promove a for�ação de núcleos de
lideranças juvenis em escolas públicas, criando opor��nidades para que o jovem descubra seu
potencial, tor�ando-se capaz de t�ansfor�ar sua realidade, a de sua escola e da comunidade.
Em1999,criouo“PrêmioTrotedaCidadania”,queestimulaoempreendedorismouniversitário
como for�a de propagar valores e práticas sustentáveis. Recentemente, desenvolveu o Fór�m
Empreender com Valores, a fim de proporcionar um espaço de t�oca de ex�eriências cidadãs ent�e
universitários.
Em 2000, iniciou o projeto “Leia Comigo!”, que produz e dist�ibui g�at�itamente livros
infanto-juvenis que incentivam o gosto pela leit�ra, facilitam o aprendizado na escola e o pleno
desenvolvimento da criança e do jovem. São histórias que cont�ibuem para a const��ção de
cidadãos e uma visão mais humanista.
A DPaschoal acredita que incentivar a leit�ra e o debate crítico é o melhor caminho em direção ao
verdadeiro desenvolvimento do país e da sociedade.
A tiragem e a prestação de contas referentes
a esta publicação foram conferidas pela Deloitte. Conto popular
adaptado por
Sandra Aymone
Ilustrações
Karen Elis
As
As
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de
de
de Couro
Couro
Couro
U m a h i s t ó r i a s o b r e s i m p l i c i d a d e
U m a h i s t ó r i a s o b r e s i m p l i c i d a d e
2 3
ra uma vez um lugar muito
distante, chamado Reino de
Tudobem. Seu rei era Carlinhos
Terceiro.
Ele era um menino muito mimado
e egoísta. Vivia tendo ideias, mas elas só
serviam para satisfazer suas vontades:
— De hoje em diante, o prato
principal do almoço vai ser sorvete!
— A partir de hoje, os fins de
semana vão ter cinco dias! As
escolas só podem abrir nos
outros dois dias!
Já pensou?
4 5
omo você deve imaginar, ele não tinha
amigos. Quando queria jogar xadrez,
chamava Juventino, o funcionário do
palácio que cuidava de sua educação. Que trabalho
duro! Era muito difícil educar aquele reizinho...
— Você pode jogar comigo? — perguntava Carlinhos
a Juventino. — Mas quem ganha sempre sou eu!
Deste jeito, no reino de Tudobem, acabava ficando tudo mal...
Até as crianças, que, no começo, tinham gostado de tomar sorvete
todo dia no almoço, já estavam ficando enjoadas e até doentes.
E, com aquela história de ter aulas só em dois dias da semana,
iam ficar mais de quarenta anos na escola!
Um dia, o reizinho ficou sabendo que a final do Campeonato
de Futebol Entrerreinos ia acontecer em uma cidade vizinha.
Ficou louco para assistir e decidiu fazer a viagem.
Mas, naquele reino, as pessoas só andavam a pé.
6 7
omo não existiam
sapatos, qualquer
pedrinha no chão
machucava os pés de Carlinhos:
— Quem colocou estas pedras na
estrada, Juventino? Descubra quem
foi e mande falar comigo!
— Não foi ninguém, Majestade! — tentou
explicar Juventino. — Pedras existem em
todo lugar!
— Não gosto! — respondeu Carlinhos, com os pés
mergulhados em uma bacia de água fria.
8 9
le pensou, pensou, até ter mais uma
de suas “grandes ideias”: ordenou que
cobrissem todas as estradas do reino com
couro macio.
Todos se assustaram com a ideia, achando-a maluca
e impossível de ser realizada. Como sempre, Carlinhos
não quis ouvir ninguém:
— Se não tivermos bois e vacas suficientes para fornecer
o couro, comprem os rebanhos dos reinos vizinhos!
Juventino sabia que aquela ordem era absurda.
— É melhor desistir desta ideia, Majestade! Seria muita crueldade
sacrificar tantos animais. Além disso, o reino de Tudobem não
tem dinheiro para uma obra como esta.
Quando viu que não ia ter jeito, Carlinhos Terceiro chorou,
gritou, esperneou, jogou-se no chão... E nada disso adiantou.
10 11
epois de uma semana
sem sair do quarto,
ele ouviu o barulho de
crianças brincando do lado de fora
do palácio. Foi olhar pela janela e viu
um grupo de meninos que jogava futebol.
Carlinhos reconheceu um deles: era Palito,
o filho de Juventino.
Bem naquela hora, por causa de um chute mal
dado, outro menino tinha machucado o pé.
Palito ajudou a cuidar do amigo e enrolou
em seu pé um pedaço de pano.
12 13
cena não saía da cabeça do
reizinho. Pela primeira vez
na vida, quis ter amigos e
admirou a atitude de Palito. Pensou,
pensou e teve outra ideia. Só que, desta
vez, era bem bacana.
Mandou chamar Juventino e disse:
— Traga aqui umas peças de couro e uma faca!
Depressa!
O reizinho, então, separou dois pedaços de couro.
Depois, cortou umas tiras e, com elas, envolveu
os próprios pés. Estavam inventados os sapatos!
Carlinhos percebeu, então, que muito mais fácil que
forrar as estradas, era forrar os próprios pés.
14 15
arlinhos passou ainda alguns dias
melhorando sua invenção, com a ajuda de
costureiros e artesãos do reino... Inventou
até sapatos a partir de materiais reciclados!
Mas, antes de apresentar sua invenção ao reino,
quis fazer outra coisa: reuniu um grupo composto
por professores, filósofos e sábios, fazendo deles seus
conselheiros. E parou de criar leis sem pé nem cabeça!
Os primeiros pares de sapatos que ficaram prontos
Carlinhos Terceiro quis dar pessoalmente a Palito
e seus amigos.
16
E, desde aquele dia, no reino
de Tudobem, tudo ficou melhor!
Afinal, muito melhor que mudar o
mundo inteiro, é começar a mudança
por nós mesmos.
Dica:
Pense em algum espaço
ou situação que possa ser
melhorada em sua escola.
Conte para seus colegas
e professores e, junto com
eles, discuta as ideias
que surgirem e proponha
mudanças.
uando os meninos viram
o reizinho chegar com
aqueles presentes, quase não
acreditaram:
— Que bacana! Isso... Isso é para nós?!
— É sim! — respondeu Carlinhos, se
afastando um pouco do campo. — Posso
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Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
 

As estradas de couro - uma história sobre simplicidade

  • 1. VENDA PROIBIDA ISBN 978-85-7694-223-8 Texto Sandra Aymone Ilustrações de Karen Elis Todos pensam em mudar a humanidade, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo. Leon Tolstói Agradecemos aos parceiros que investem em nosso projeto. Agradecemos aos parceiros que investem em nosso projeto. As As As Estradas Estradas Estradas de de de Couro Couro Couro U m a h i s t ó r i a s o b r e s i m p l i c i d a d e U m a h i s t ó r i a s o b r e s i m p l i c i d a d e
  • 2. Conto popular adaptado por Sandra Ay�one Coordenação editorial Sílnia N. Mar�ins Prado Revisão de tex�o Katia Rossini Ilust�ações Karen Elis Projeto g�áfico e diag�amação Foco Editorial Realização Fundação Educar DPaschoal www.educardpaschoal.org.br Fone 19 3728-8129 Ag�adecemos aos nossos parceiros a colaboração na dist�ibuição destes livros: Argius Transpor�adora Ltda., Braspress, Hiperion Logística, Trans-Ig�açu Transpor�es, Transpor�adora Capivari Ltda., TRN Pavan. Esta obra foi impressa na Gráfica Editora Modelo Ltda, em papel couché fosco (capa e miolo). Esta é a 1ª edição, datada de 2010, com tiragem de 28.000 exemplares. Sobre a Fundação Educar DPaschoal Criada em 1989 para a promoção da educação cidadã como est�atégia de t�ansfor�ação social, desenvolveu inicialmente a “Academia Educar”, que promove a for�ação de núcleos de lideranças juvenis em escolas públicas, criando opor��nidades para que o jovem descubra seu potencial, tor�ando-se capaz de t�ansfor�ar sua realidade, a de sua escola e da comunidade. Em1999,criouo“PrêmioTrotedaCidadania”,queestimulaoempreendedorismouniversitário como for�a de propagar valores e práticas sustentáveis. Recentemente, desenvolveu o Fór�m Empreender com Valores, a fim de proporcionar um espaço de t�oca de ex�eriências cidadãs ent�e universitários. Em 2000, iniciou o projeto “Leia Comigo!”, que produz e dist�ibui g�at�itamente livros infanto-juvenis que incentivam o gosto pela leit�ra, facilitam o aprendizado na escola e o pleno desenvolvimento da criança e do jovem. São histórias que cont�ibuem para a const��ção de cidadãos e uma visão mais humanista. A DPaschoal acredita que incentivar a leit�ra e o debate crítico é o melhor caminho em direção ao verdadeiro desenvolvimento do país e da sociedade. A tiragem e a prestação de contas referentes a esta publicação foram conferidas pela Deloitte. Conto popular adaptado por Sandra Aymone Ilustrações Karen Elis As As As Estradas Estradas Estradas de de de Couro Couro Couro U m a h i s t ó r i a s o b r e s i m p l i c i d a d e U m a h i s t ó r i a s o b r e s i m p l i c i d a d e
  • 3. 2 3 ra uma vez um lugar muito distante, chamado Reino de Tudobem. Seu rei era Carlinhos Terceiro. Ele era um menino muito mimado e egoísta. Vivia tendo ideias, mas elas só serviam para satisfazer suas vontades: — De hoje em diante, o prato principal do almoço vai ser sorvete! — A partir de hoje, os fins de semana vão ter cinco dias! As escolas só podem abrir nos outros dois dias! Já pensou?
  • 4. 4 5 omo você deve imaginar, ele não tinha amigos. Quando queria jogar xadrez, chamava Juventino, o funcionário do palácio que cuidava de sua educação. Que trabalho duro! Era muito difícil educar aquele reizinho... — Você pode jogar comigo? — perguntava Carlinhos a Juventino. — Mas quem ganha sempre sou eu! Deste jeito, no reino de Tudobem, acabava ficando tudo mal... Até as crianças, que, no começo, tinham gostado de tomar sorvete todo dia no almoço, já estavam ficando enjoadas e até doentes. E, com aquela história de ter aulas só em dois dias da semana, iam ficar mais de quarenta anos na escola! Um dia, o reizinho ficou sabendo que a final do Campeonato de Futebol Entrerreinos ia acontecer em uma cidade vizinha. Ficou louco para assistir e decidiu fazer a viagem. Mas, naquele reino, as pessoas só andavam a pé.
  • 5. 6 7 omo não existiam sapatos, qualquer pedrinha no chão machucava os pés de Carlinhos: — Quem colocou estas pedras na estrada, Juventino? Descubra quem foi e mande falar comigo! — Não foi ninguém, Majestade! — tentou explicar Juventino. — Pedras existem em todo lugar! — Não gosto! — respondeu Carlinhos, com os pés mergulhados em uma bacia de água fria.
  • 6. 8 9 le pensou, pensou, até ter mais uma de suas “grandes ideias”: ordenou que cobrissem todas as estradas do reino com couro macio. Todos se assustaram com a ideia, achando-a maluca e impossível de ser realizada. Como sempre, Carlinhos não quis ouvir ninguém: — Se não tivermos bois e vacas suficientes para fornecer o couro, comprem os rebanhos dos reinos vizinhos! Juventino sabia que aquela ordem era absurda. — É melhor desistir desta ideia, Majestade! Seria muita crueldade sacrificar tantos animais. Além disso, o reino de Tudobem não tem dinheiro para uma obra como esta. Quando viu que não ia ter jeito, Carlinhos Terceiro chorou, gritou, esperneou, jogou-se no chão... E nada disso adiantou.
  • 7. 10 11 epois de uma semana sem sair do quarto, ele ouviu o barulho de crianças brincando do lado de fora do palácio. Foi olhar pela janela e viu um grupo de meninos que jogava futebol. Carlinhos reconheceu um deles: era Palito, o filho de Juventino. Bem naquela hora, por causa de um chute mal dado, outro menino tinha machucado o pé. Palito ajudou a cuidar do amigo e enrolou em seu pé um pedaço de pano.
  • 8. 12 13 cena não saía da cabeça do reizinho. Pela primeira vez na vida, quis ter amigos e admirou a atitude de Palito. Pensou, pensou e teve outra ideia. Só que, desta vez, era bem bacana. Mandou chamar Juventino e disse: — Traga aqui umas peças de couro e uma faca! Depressa! O reizinho, então, separou dois pedaços de couro. Depois, cortou umas tiras e, com elas, envolveu os próprios pés. Estavam inventados os sapatos! Carlinhos percebeu, então, que muito mais fácil que forrar as estradas, era forrar os próprios pés.
  • 9. 14 15 arlinhos passou ainda alguns dias melhorando sua invenção, com a ajuda de costureiros e artesãos do reino... Inventou até sapatos a partir de materiais reciclados! Mas, antes de apresentar sua invenção ao reino, quis fazer outra coisa: reuniu um grupo composto por professores, filósofos e sábios, fazendo deles seus conselheiros. E parou de criar leis sem pé nem cabeça! Os primeiros pares de sapatos que ficaram prontos Carlinhos Terceiro quis dar pessoalmente a Palito e seus amigos.
  • 10. 16 E, desde aquele dia, no reino de Tudobem, tudo ficou melhor! Afinal, muito melhor que mudar o mundo inteiro, é começar a mudança por nós mesmos. Dica: Pense em algum espaço ou situação que possa ser melhorada em sua escola. Conte para seus colegas e professores e, junto com eles, discuta as ideias que surgirem e proponha mudanças. uando os meninos viram o reizinho chegar com aqueles presentes, quase não acreditaram: — Que bacana! Isso... Isso é para nós?! — É sim! — respondeu Carlinhos, se afastando um pouco do campo. — Posso assistir ao jogo de vocês? Queria ver se os sapatos funcionam! — Ver? — Palito perguntou. — Você não quer jogar com a gente?