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II Congresso Internacional - Educação, Ambiente e Desenvolvimento
208
Projetos Interdiscipli-
nares em Educação
Ambiental no Ensino
Superior
Marisa Correia
Raquel Santos
Ana Loureiro
Escola Superior de
Educação de Santarém
Resumo
Num mundo caracterizado pela exploração dos recursos naturais
e pela degradação crescente do ambiente, a educação ambiental
desempenha um importante papel, não apenas na transmissão
de conhecimentos científicos e técnicos, mas também no desen-
volvimento do pensamento crítico, da criatividade, de atitudes e
de valores suscetíveis de assegurar aos cidadãos um papel ativo
e responsável na sociedade. Os educadores sociais, como agentes
educativos promotores da evolução da relação entre o indivíduo e
o seu ambiente, devem contribuir para a melhoria das condições
de vida da sua comunidade, através da realização de ações que
visem a tomada de consciência dos cidadãos da possibilidade de
serem ativos e reativos. Neste artigo, relatamos uma experiência
realizada desde 2011 na ESES, resultante da articulação entre as
unidades curriculares de Educação Ambiental, Estatística e Tec-
nologias de Informação e da Comunicação, da Licenciatura em
Educação Social, com a finalidade de desenvolver nos futuros edu-
cadores sociais capacidades de conceção, dinamização e avaliação
de projetos que fomentem a mobilização cidadã e o empreendedo-
rismo social na área do ambiente, junto da comunidade educativa
e de outros parceiros. A integração de conhecimentos e recursos de
cada unidade curricular, para além de estar em sintonia com o ca-
ráter interdisciplinar que a Educação Ambiental assume, facilitou
o desenvolvimento e implementação dos projetos e promoveu um
maior envolvimento dos estudantes.
Palavras-chave: educação ambiental, educação social, estatísti-
ca, interdisciplinaridade, TIC.
Abstract
In a world characterized by the exploitation of natural resources
and the increasing degradation of the environment, environmen-
tal education plays an important role not only in the transmission
of scientific and technical knowledge, but also in the development
of critical thinking, creativity, attitudes and values, for an active
attitude in society. Social educators as educational agent promo-
ters of the evolution of the relationship between the individual and
the environment, should contribute to improving the conditions of
their community through the implementation of actions aimed at
raising awareness by citizens of the possibility of being active and
reactive. In this article, we report an experiment conducted since
2011 at ESES, a result of articulation between the courses Envi-
ronmental Education, Statistics and Information and Communi-
cation Technologies, of the Degree in Social Education, in order to
develop in future social educators competences of design, promo-
tion and evaluation of intervention projects that promote citizen
mobilization and social entrepreneurship in the environmental
II Congresso Internacional - Educação, Ambiente e Desenvolvimento
209
field, within the educational community and other partners. The
integration of knowledge and resources of each course, as well as
being in line with the interdisciplinary nature that environmental
education takes facilitated the development and implementation
of projects and promoted greater involvement of students.
Keywords: environmental education, ICT, interdisciplinary, so-
cial education, statistics.
Introdução
Décadas de elevada exploração dos recursos naturais e de emis-
sões tóxicas conduziram-nos a uma situação de “emergência plane-
tária” (Vilches & Pérez, 2007), sobre a qual testemunhamos uma
tomada de consciência crescente. Contudo, conceções erradas sobre
as questões ambientais têm dominado a nossa sociedade e bloquea-
do uma urgente ação global. Para que seja possível fazer face ao ver-
tiginoso ritmo de degradação ambiental a que assistimos, a Educa-
ção Ambiental (EA) tem um importante papel a desempenhar, não
apenas na transmissão de conhecimentos científicos e técnicos, mas
também no desenvolvimento do pensamento crítico, da criativida-
de, de atitudes e de valores suscetíveis de assegurar aos cidadãos
um papel ativo na evolução da sociedade. Todavia, diversos estudos
têm indicado o insucesso da EA formal na mudança de comporta-
mentos e atitudes relativamente aos problemas ambientais (Almei-
da, 2007; Loughland, Reid & Petocz, 2002).
Alguns autores, como Balbino e Oliveira (2014), consideram que
não basta abordar as questões ambientais no âmbito da educação
formal, com crianças e adolescentes, mas também explorar esses
temas no campo da educação não formal e no ensino superior, no-
meadamente através do envolvimento dos cidadãos em projetos in-
terdisciplinares de intervenção social (Matos, Cabo, Ribeiro & Fer-
nandes, 2015).
Neste contexto, surgiu em 2011, na Escola Superior de Educação
de Santarém (ESES), a colaboração entre docentes das unidades
curriculares (UC) de EA, Estatística e TIC, que integram o plano de
estudos do Curso de Licenciatura em Educação Social. Neste arti-
go apresentamos esta experiência, que visa desenvolver nos futuros
educadores sociais capacidades de conceção, dinamização e avalia-
ção de projetos que fomentem a mobilização cidadã e o empreende-
dorismo social na área do ambiente, junto da comunidade educati-
va e de outros parceiros.
Enquadramento teórico
O insucesso da educação formal na formação de futuros cidadãos
comprometidos com um ambiente sustentável, de acordo com Ste-
venson (2007), deve-se a um ensino centrado na transmissão de
II Congresso Internacional - Educação, Ambiente e Desenvolvimento
210
conhecimento factual e nas raras oportunidades dadas aos estudan-
tes de trabalhar colaborativamente sobre a resolução de problemas
ambientais reais. Esta ideia é partilhada por Almeida (2007), ao
destacar que nos diferentes níveis de escolaridade persiste a ideia
de que a simples abordagem dos assuntos ambientais é suficiente
para o desenvolvimento de atitudes e comportamentos favoráveis
ao ambiente. Importa, assim, refletir sobre a EA que se promove no
ensino pré-universitário e universitário. A este respeito, Balbino e
Oliveira (2014) consideram que a EA aplicada também ao ensino
superior alia a formação do estudante e do futuro profissional à for-
mação do cidadão consciente e com capacidade crítica em relação
às questões que envolvem a destruição do ambiente, até então des-
conhecidas por muitos. Segundo Matos et al (2015),
As instituições de ensino superior são, de entre todos os
graus de ensino, os órgãos de excelência para responder a
este desafio. Como entidades detentoras do conhecimento nos
campos sociocultural, científico e tecnológico, compete-lhes
formar indivíduos aptos para questionar os paradigmas de
crescimento económico atual, habilitando-os para o trabalho
e, simultaneamente, para a tomada de decisões que respon-
dam aos reptos de uma sociedade em rápida transformação.
(p. 14)
Estes autores referem que, para responder a este desafio, “é ne-
cessária uma formação comprometida com a promoção de um de-
senvolvimento humano integral e sustentável” (p. 14), assente numa
perspetiva de ensino desejavelmente transdisciplinar. Todavia, esta
evolução de um ensino pluridisciplinar para o ensino transdiscipli-
nar implica uma necessária mudança de mentalidades no ensino
superior (Matos et al., 2015). Para Pombo (2004), a interdiscipli-
naridade, situada entre estes dois extremos, já constituiria um bom
ponto de convergência de pontos de vista. Por isso, os planos curri-
culares devem considerar esta perspetiva interdisciplinar e integra-
dora dos conhecimentos socioambientais (Matos et al, 2015).
Uma abordagem horizontal das questões ambientais, segundo
Abraham e Vitarelli (2015), para além de permitir congregar conhe-
cimentos de diferentes áreas do saber, possibilita aos estudantes e
professores a aprendizagem de novos conteúdos e novos métodos
de abordagem. Esta visão holística da EA é fundamental para en-
volver os estudantes no desenvolvimento de projetos que reclamem
a participação de toda a comunidade académica e que propiciem a
criação de parcerias com a comunidade local (Abraham & Vitarelli,
2015; Matos et al, 2015). De acordo com Abraham e Vitarelli (2015),
com a implementação de projetos comunitários, é possível concreti-
zar simultaneamente uma intenção pedagógica de melhorar a qua-
lidade da aprendizagem e uma intenção solidária de oferecer uma
II Congresso Internacional - Educação, Ambiente e Desenvolvimento
211
resposta participativa a uma necessidade social. Com efeito, através
da metodologia de projeto, os estudantes adquirem conhecimentos,
aplicam-nos para atender às necessidades reais de uma comunida-
de e desenvolvem valores de solidariedade e participação democrá-
tica não somente a partir de teoria, mas, principalmente, da ação
(Abraham & Vitarelli, 2015). Em suma, os projetos de intervenção
social centrados na resolução de problemas ambientais estimulam a
aplicação das aprendizagens em contextos reais, encorajam a parti-
cipação de toda a comunidade educativa e permitem a colaboração
com organizações de solidariedade e desenvolvimento local.
Nos últimos anos, diversos autores (Abraham & Vitarelli, 2015;
Ojeda-Barceló, Gutiérrez-Pérez & Perales-Palacio, 2009) têm enal-
tecido o potencial da articulação entre a EA e as TIC, na medida
em que as tecnologias, como um recurso de ensino, facilitam a
pesquisa, a comunicação, a participação e a expressão das ques-
tões ambientais, e, para além disso, promovem uma nova forma de
aprender, facilitando a construção de uma consciência ambiental e
de projetos de intervenção comunitária. A integração de Estatística
com a EA tem também sido apontada por diversos autores (Sabino,
Lage & Almeida, 2014; Turkman, 2013), enfatizando a importância
de utilização de metodologias de recolha e análise de dados, con-
cebidas pela disciplina de Estatística, no planeamento, conceção,
implementação e avaliação de investigação estatísticas sobre temas
ambientais.
Uma experiência interdisciplinar
Este artigo relata uma experiência realizada desde 2011, na ESES,
resultante da articulação entre as UC de EA, Estatística e TIC. Pro-
curou-se tirar partido do facto de as três UC integrarem o 1.º ano
(2.º semestre) do plano curricular da Licenciatura em Educação So-
cial e dos programas curriculares apresentarem alguma convergên-
cia em termos de conteúdos, objetivos e metodologias. Atendendo a
que os educadores sociais, como agentes educativos promotores da
evolução da relação entre o indivíduo e o seu ambiente, devem con-
tribuir para a melhoria das condições de vida da sua comunidade,
procurou-se desenvolver nos estudantes capacidades para planifi-
carem e realizarem ações que visem a tomada de consciência dos
cidadãos da possibilidade de participarem ativamente, refletindo e
agindo sobre o ambiente. Através desta colaboração interdiscipli-
nar pretendia-se que os estudantes fossem capazes de:
• Adquirir, desenvolver e aprofundar conhecimentos e capacida-
des de compreensão relativos a conteúdos e práticas de EA;
• Planificar, implementar e avaliar atividades de EA para diferen-
tes públicos-alvo;
• Utilizar conhecimentos de estatística para planear, recolher, or-
ganizar e analisar dados de modo a possibilitar o estudo mais apro-
II Congresso Internacional - Educação, Ambiente e Desenvolvimento
212
Figura 1
Ação de limpeza dos espaços
exteriores da ESES
fundado de uma temática de EA;
• Desenvolver, com recurso às TIC e às ferramentas web based,
meios de divulgação e apresentação dos projetos de EA;
• Construir diversos meios de divulgação e apresentação dos pro-
jetos de EA, nomeadamente websites, cartazes, infografias, vídeos
animados e apresentações dinâmicas.
A par com a consecução dos objetivos de aprendizagem elencados
anteriormente, o trabalho de projeto interdisciplinar apresentava
como metas: o envolvimento dos estudantes nas iniciativas (não só
através da participação, mas também na conceção e implementação
de projetos próprios); a articulação com a comunidade envolvente
(criação de parcerias com outras instituições, envolvimento da co-
munidade local); e a alteração de comportamentos ambientalmente
sustentáveis na comunidade escolar.
Para além das razões evocadas para o surgimento desta colabora-
ção interdisciplinar, a convivência diária com problemas ambientais
nos espaços da ESES, nomeadamente o elevado volume observado
de resíduos abandonados nos espaços exteriores das instalações
(Correia & Linhares, 2013), demonstra a pertinência de uma ação
concertada. As diversas iniciativas de sensibilização ambiental,
como é disso exemplo uma ação de recolha de resíduos nos espa-
ços exteriores da ESES (Figura 1), e os diagnósticos de necessidades
realizados (Correia & Linhares, 2013) revelam: a falta de conheci-
mentos evidenciada pelos estudantes sobre o impacto do consumo
desenfreado, os processos de tratamento de resíduos existentes e a
problemática do desperdício alimentar; a falta de hábitos sustentá-
veis no que toca a separação de resíduos, ao consumo energético e
ao consumo de água; a fraca preservação e utilização dos espaços
verdes exteriores da ESES.
II Congresso Internacional - Educação, Ambiente e Desenvolvimento
213
Figura 2
Conferência “Incêndios Florestais -
Estratégias de Prevenção”
Figura 3
Divulgação do projeto “SOS Alvie-
la” nos media.
Aolongodos5anosdestaarticulaçãointerdisciplinar,muitospro-
jetos foram desenvolvidos pelos estudantes, entre os quais destaca-
mos alguns. Por exemplo, assinalando o Dia Mundial do Ambiente,
a Conferência “Incêndios Florestais - Estratégias de Prevenção” no
âmbito de um projeto desenvolvido por um grupo de estudantes em
parceria com a Proteção Civil de Santarém, que visava sensibilizar
a comunidade para os impactes ambientais dos incêndios florestais
(Figura 2).
O Projeto “SOS Alviela”, desenvolvido em parceira com a Guarda
Nacional Republicana - Comando Distrital da GNR de Santarém,
mereceu algum destaque na comunicação social a nível regional
(Figura 3) por aludir a um tema inserido no contexto local. Com
efeito, este projeto pretendia sensibilizar a comunidade para a reso-
lução dos problemas de poluição que afetam o rio Alviela. O grupo
responsável pela dinamização do projeto organizou a conferência
“SOS Alviela”, que contou com a participação do Serviço de Prote-
ção da Natureza e do Ambiente - GNR e de Cristina Branquinho da
Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Esta investigado-
ra apresentou o “Projeto UE - sustentabilidade e uso eficiente dos
recursos: inquérito, debates e disseminação”, com o qual a ESES
colaborou.
Na data em que se comemora o Dia Mundial da Terra na ESES,
realizou-se a conferência “Planeta Terra: Que futuro?”. O evento,
organizado pelos estudantes, contou com a presença de quatro con-
vidados de associações que fomentam a mobilização cidadã e a ino-
vação e o empreendedorismo social (Figura 4).
II Congresso Internacional - Educação, Ambiente e Desenvolvimento
214
Figura 4
Cartaz de divulgação da conferên-
cia “Planeta Terra: Que futuro?”
Figura 5
Frigorífico “EDA” colocado
no bar da ESES
Os conferencistas representavam entidades parceiras de alguns
projetos desenvolvidos pelos estudantes, designadamente a Refood
- Santarém que apoiou o projeto “Evite o Desperdício Alimentar”,
que tinha como propósito demonstrar a correta arrumação do frigo-
rifico e, assim, contribuir para uma boa conservação dos alimentos
(http://eviteodesperdicioalimentar.weebly.com/) (Figura 5).
A MOMS - Associação “Miúdos Optimistas, Miúdos Saudáveis”
colaborou com um grupo de estudantes na realização da recolha de
II Congresso Internacional - Educação, Ambiente e Desenvolvimento
215
Figura 6
Frigorífico “EDA” colocado
no bar da ESES
Figura 7
Site relativo ao projeto “AlertaTejo”
escovas de dentes, com a dupla finalidade de sensibilizar para a im-
portância da reciclagem de escovas de dentes e dos hábitos da higie-
ne oral (http://ecoescovinhas.weebly.com/) (Figura 6).
O projeto “AlertaTejo” desenvolvido por outro grupo de estudan-
tes de Educação Social, surgiu da análise de um questionário com o
objetivo de compreender o nível de conhecimentos que a comunida-
de escolar detinha acerca da problemática da poluição no rio Tejo.
A falta de conhecimentos evidenciada pelos estudantes, levou-as a
construir um site e um vídeo de sensibilização (http://alertatejo.
weebly.com) (Figura 7). Posteriormente, convidaram a associação
Movimento Protejo a integrar o painel da conferência organizada.
II Congresso Internacional - Educação, Ambiente e Desenvolvimento
216
Figura 8
Cartaz de divulgação da iniciativa
“Partilhar é cuidar”
Figura 9
Site relativo ao projeto
“BIKE PARK”
O projeto “Partilhar é cuidar” (http://partilharecuidar.weebly.
com), que consistiu na recolha de roupas, material escolar e brin-
quedos na ESES em parceria com Cruz Vermelha de Santarém,
apresentou um elevado nível de sucesso com a angariação, em pou-
co mais de um mês, de cerca de 200 artigos entregues aquela insti-
tuição (Figura 8).
A constatação que muitos estudantes da ESES utilizam veículos
próprios para se deslocarem para as aulas, motivou um grupo de
estudantes a sensibilizar a comunidade escolar para a utilização de
transportes públicos e do uso de bicicletas (http://mobilidadesus-
tentavel.weebly.com/) (Figura 9). Este grupo realizou várias inicia-
tivas junto da direção da ESES, no sentido de instalar um parquea-
mento de bicicletas no espaço exterior da instituição. A proposta foi
aceite e colocou-se um parqueamento junto à entrada (Figura 10).
II Congresso Internacional - Educação, Ambiente e Desenvolvimento
217
Figura 10
Parqueamento de bicicletas colo-
cado na ESES
Figura 11
Apresentação pública dos projetos
desenvolvidos pelos estudantes no
ano letivo 2015/2016
Esta articulação interdisciplinar culmina com a realização de
uma aula aberta de apresentação de projetos de EA desenvolvidos
pelos estudantes de Educação Social sob a orientação das docentes
de EA (Marisa Correia), Estatística (Raquel Santos) e TIC II (Ana
Loureiro) (Figura 11). Os estudantes têm vindo a desenvolver diver-
sos projetos através dos quais pretenderam sensibilizar a comuni-
dade escolar para diversas problemáticas ambientais.
No final do 2.º semestre do ano letivo 2015/2016 foi aplicado um
questionário com o intuito de compreender o grau de satisfação dos
estudantes relativamente à articulação entre as três UC. O questio-
nário elaborado era composto maioritariamente por perguntas de
resposta fechada e ainda algumas de caráter aberto, o que, de acor-
do com Hill e Hill (2008), “é útil quando se pretende obter informa-
ção qualitativa para complementar e contextualizar a informação
quantitativa obtida pelas outras variáveis” (p. 95). Para a análise
das respostas às questões abertas recorreu-se à análise de conteúdo
(Bardin, 2008).
As questões de resposta fechada, relativas aos tópicos – objeti-
vos, conteúdos, expetativas e métodos de avaliação, apresentavam
uma escala de 1 a 4 (1 – Discordo totalmente; 2 – Discordo; 3 –
Concordo; 4 – Concordo totalmente), que permitia ao estudante se-
lecionar a resposta que correspondia ao seu grau de concordância
relativamente às afirmações disponibilizadas. A análise das respos-
tas dos estudantes indica que a maioria considerou que os objetivos
foram apresentados de forma clara, os conteúdos são adequados à
área do curso, as suas expetativas foram concretizadas e o método
II Congresso Internacional - Educação, Ambiente e Desenvolvimento
218
de avaliação de cada UC foi adequado.
No que toca às vantagens, quase todos destacaram a articulação
entre os conhecimentos desenvolvidos em cada UC. Alguns salien-
taram ainda o contributo para uma melhor gestão do tempo, para
uma melhor aprendizagem e para despertar o interesse pelos temas
abordados.
Quando questionados sobre as principais dificuldades sentidas
ao longo do desenvolvimento do projeto interdisciplinar, cerca de
metade dos estudantes referiu a gestão do tempo. A segunda dificul-
dade mais apontada pelos estudantes prende-se com a planificação
das atividades. Alguns estudantes referem ainda outras opções de
resposta, como a dificuldade na concretização das atividades e a di-
ficuldade de trabalhar em grupo. Contudo, todos afirmaram terem
ultrapassado as dificuldades mencionadas.
No que concerne às fases do projeto em que os estudantes senti-
ram mais dificuldades, a maioria das respostas obtidas centraram-
-se na planificação e concretização das atividades. Os estudantes
apresentaram também dificuldades relativamente à conceção e
aplicação dos questionários, e, sobretudo, no tratamento e análise
das respostas. Dificuldades relacionadas com o uso das TIC foram
menos focados, ainda assim revelaram-se dificuldades na pesquisa
sobre o tema, na construção de ferramentas digitais e na divulgação
dos projetos. Em seguida, era solicitado aos estudantes que justi-
ficassem estas opções e, mais uma vez, se constatou que as razões
evocadas se relacionavam com a conceção e concretização das ações,
nomeadamente, a pouca informação sobre o tema, a dificuldade em
estabelecer parcerias e a adesão do público-alvo.
Globalmente, os estudantes revelaram elevada satisfação com a
participação nestes projetos interdisciplinares, aspeto que foi refor-
çado ao responderem maioritariamente de forma afirmativa à pos-
sibilidade de existirem mais articulações entre UC no seu curso.
Considerações finais
Os resultados demonstram o envolvimento dos estudantes nas
iniciativas, não só através da participação, mas também na conce-
ção e implementação de projetos próprios. A integração de conheci-
mentos e recursos de cada UC, para além de estar em sintonia com
o caráter interdisciplinar que a EA deve assumir, facilitou o desen-
volvimento e implementação dos projetos e promoveu um maior
envolvimento dos estudantes. A articulação entre as 3 UC potencia
a construção do conhecimento como um todo e não como elemen-
tos compartimentados. Assim, tanto a UC de Estatística como a de
TIC ajudam no aprofundamento e na divulgação das temáticas am-
bientais.
O trabalho de colaboração entre estas docentes na área do am-
biente tem-se estendido cada vez mais a outros docentes da ESES
II Congresso Internacional - Educação, Ambiente e Desenvolvimento
219
e tem desbravado caminho para o surgimento de outros projetos.
Um desses projetos foi o IPSantarem.verde, que foi alargado a todo
o Instituto Politécnico de Santarém (IPS), com integração de estu-
dantes das várias escolas do IPS. Este passa por consciencializar a
comunidade educativa e local para problemáticas ambientais e en-
contrar algumas soluções para problemas ambientais identificados
na instituição, passando pelo estabelecimento de protocolos/parce-
rias com outras instituições públicas e privadas.
Iniciativas como as aqui descritas contribuíram também para o
alargamento da oferta formativa do IPS na vertente ambiental. Re-
centemente, o IPS apostou em dois cursos com orientação para as
questões ambientais, o TESP em Animação Sociocultural Aplicada
ao Ecoturismo (ministrado pela ESES) e a Licenciatura em Educa-
ção Ambiental e Turismo de Natureza, que resulta de uma parceria
entre a ESES, a Escola Superior Agrária e a Escola Superior de Des-
porto.
Acreditamos, por isso, que apesar do ainda longo caminho a per-
correr no sentido da mudança de mentalidades sobre o ambiente e
sobre a importância da interdisciplinaridade no ensino superior, a
nossa experiência positiva neste domínio demonstra a relevância
na continuidade destes projetos e da sua replicação noutros cursos,
escolas e instituições do país.
Referências bibliográficas
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  • 1. II Congresso Internacional - Educação, Ambiente e Desenvolvimento 208 Projetos Interdiscipli- nares em Educação Ambiental no Ensino Superior Marisa Correia Raquel Santos Ana Loureiro Escola Superior de Educação de Santarém Resumo Num mundo caracterizado pela exploração dos recursos naturais e pela degradação crescente do ambiente, a educação ambiental desempenha um importante papel, não apenas na transmissão de conhecimentos científicos e técnicos, mas também no desen- volvimento do pensamento crítico, da criatividade, de atitudes e de valores suscetíveis de assegurar aos cidadãos um papel ativo e responsável na sociedade. Os educadores sociais, como agentes educativos promotores da evolução da relação entre o indivíduo e o seu ambiente, devem contribuir para a melhoria das condições de vida da sua comunidade, através da realização de ações que visem a tomada de consciência dos cidadãos da possibilidade de serem ativos e reativos. Neste artigo, relatamos uma experiência realizada desde 2011 na ESES, resultante da articulação entre as unidades curriculares de Educação Ambiental, Estatística e Tec- nologias de Informação e da Comunicação, da Licenciatura em Educação Social, com a finalidade de desenvolver nos futuros edu- cadores sociais capacidades de conceção, dinamização e avaliação de projetos que fomentem a mobilização cidadã e o empreendedo- rismo social na área do ambiente, junto da comunidade educativa e de outros parceiros. A integração de conhecimentos e recursos de cada unidade curricular, para além de estar em sintonia com o ca- ráter interdisciplinar que a Educação Ambiental assume, facilitou o desenvolvimento e implementação dos projetos e promoveu um maior envolvimento dos estudantes. Palavras-chave: educação ambiental, educação social, estatísti- ca, interdisciplinaridade, TIC. Abstract In a world characterized by the exploitation of natural resources and the increasing degradation of the environment, environmen- tal education plays an important role not only in the transmission of scientific and technical knowledge, but also in the development of critical thinking, creativity, attitudes and values, for an active attitude in society. Social educators as educational agent promo- ters of the evolution of the relationship between the individual and the environment, should contribute to improving the conditions of their community through the implementation of actions aimed at raising awareness by citizens of the possibility of being active and reactive. In this article, we report an experiment conducted since 2011 at ESES, a result of articulation between the courses Envi- ronmental Education, Statistics and Information and Communi- cation Technologies, of the Degree in Social Education, in order to develop in future social educators competences of design, promo- tion and evaluation of intervention projects that promote citizen mobilization and social entrepreneurship in the environmental
  • 2. II Congresso Internacional - Educação, Ambiente e Desenvolvimento 209 field, within the educational community and other partners. The integration of knowledge and resources of each course, as well as being in line with the interdisciplinary nature that environmental education takes facilitated the development and implementation of projects and promoted greater involvement of students. Keywords: environmental education, ICT, interdisciplinary, so- cial education, statistics. Introdução Décadas de elevada exploração dos recursos naturais e de emis- sões tóxicas conduziram-nos a uma situação de “emergência plane- tária” (Vilches & Pérez, 2007), sobre a qual testemunhamos uma tomada de consciência crescente. Contudo, conceções erradas sobre as questões ambientais têm dominado a nossa sociedade e bloquea- do uma urgente ação global. Para que seja possível fazer face ao ver- tiginoso ritmo de degradação ambiental a que assistimos, a Educa- ção Ambiental (EA) tem um importante papel a desempenhar, não apenas na transmissão de conhecimentos científicos e técnicos, mas também no desenvolvimento do pensamento crítico, da criativida- de, de atitudes e de valores suscetíveis de assegurar aos cidadãos um papel ativo na evolução da sociedade. Todavia, diversos estudos têm indicado o insucesso da EA formal na mudança de comporta- mentos e atitudes relativamente aos problemas ambientais (Almei- da, 2007; Loughland, Reid & Petocz, 2002). Alguns autores, como Balbino e Oliveira (2014), consideram que não basta abordar as questões ambientais no âmbito da educação formal, com crianças e adolescentes, mas também explorar esses temas no campo da educação não formal e no ensino superior, no- meadamente através do envolvimento dos cidadãos em projetos in- terdisciplinares de intervenção social (Matos, Cabo, Ribeiro & Fer- nandes, 2015). Neste contexto, surgiu em 2011, na Escola Superior de Educação de Santarém (ESES), a colaboração entre docentes das unidades curriculares (UC) de EA, Estatística e TIC, que integram o plano de estudos do Curso de Licenciatura em Educação Social. Neste arti- go apresentamos esta experiência, que visa desenvolver nos futuros educadores sociais capacidades de conceção, dinamização e avalia- ção de projetos que fomentem a mobilização cidadã e o empreende- dorismo social na área do ambiente, junto da comunidade educati- va e de outros parceiros. Enquadramento teórico O insucesso da educação formal na formação de futuros cidadãos comprometidos com um ambiente sustentável, de acordo com Ste- venson (2007), deve-se a um ensino centrado na transmissão de
  • 3. II Congresso Internacional - Educação, Ambiente e Desenvolvimento 210 conhecimento factual e nas raras oportunidades dadas aos estudan- tes de trabalhar colaborativamente sobre a resolução de problemas ambientais reais. Esta ideia é partilhada por Almeida (2007), ao destacar que nos diferentes níveis de escolaridade persiste a ideia de que a simples abordagem dos assuntos ambientais é suficiente para o desenvolvimento de atitudes e comportamentos favoráveis ao ambiente. Importa, assim, refletir sobre a EA que se promove no ensino pré-universitário e universitário. A este respeito, Balbino e Oliveira (2014) consideram que a EA aplicada também ao ensino superior alia a formação do estudante e do futuro profissional à for- mação do cidadão consciente e com capacidade crítica em relação às questões que envolvem a destruição do ambiente, até então des- conhecidas por muitos. Segundo Matos et al (2015), As instituições de ensino superior são, de entre todos os graus de ensino, os órgãos de excelência para responder a este desafio. Como entidades detentoras do conhecimento nos campos sociocultural, científico e tecnológico, compete-lhes formar indivíduos aptos para questionar os paradigmas de crescimento económico atual, habilitando-os para o trabalho e, simultaneamente, para a tomada de decisões que respon- dam aos reptos de uma sociedade em rápida transformação. (p. 14) Estes autores referem que, para responder a este desafio, “é ne- cessária uma formação comprometida com a promoção de um de- senvolvimento humano integral e sustentável” (p. 14), assente numa perspetiva de ensino desejavelmente transdisciplinar. Todavia, esta evolução de um ensino pluridisciplinar para o ensino transdiscipli- nar implica uma necessária mudança de mentalidades no ensino superior (Matos et al., 2015). Para Pombo (2004), a interdiscipli- naridade, situada entre estes dois extremos, já constituiria um bom ponto de convergência de pontos de vista. Por isso, os planos curri- culares devem considerar esta perspetiva interdisciplinar e integra- dora dos conhecimentos socioambientais (Matos et al, 2015). Uma abordagem horizontal das questões ambientais, segundo Abraham e Vitarelli (2015), para além de permitir congregar conhe- cimentos de diferentes áreas do saber, possibilita aos estudantes e professores a aprendizagem de novos conteúdos e novos métodos de abordagem. Esta visão holística da EA é fundamental para en- volver os estudantes no desenvolvimento de projetos que reclamem a participação de toda a comunidade académica e que propiciem a criação de parcerias com a comunidade local (Abraham & Vitarelli, 2015; Matos et al, 2015). De acordo com Abraham e Vitarelli (2015), com a implementação de projetos comunitários, é possível concreti- zar simultaneamente uma intenção pedagógica de melhorar a qua- lidade da aprendizagem e uma intenção solidária de oferecer uma
  • 4. II Congresso Internacional - Educação, Ambiente e Desenvolvimento 211 resposta participativa a uma necessidade social. Com efeito, através da metodologia de projeto, os estudantes adquirem conhecimentos, aplicam-nos para atender às necessidades reais de uma comunida- de e desenvolvem valores de solidariedade e participação democrá- tica não somente a partir de teoria, mas, principalmente, da ação (Abraham & Vitarelli, 2015). Em suma, os projetos de intervenção social centrados na resolução de problemas ambientais estimulam a aplicação das aprendizagens em contextos reais, encorajam a parti- cipação de toda a comunidade educativa e permitem a colaboração com organizações de solidariedade e desenvolvimento local. Nos últimos anos, diversos autores (Abraham & Vitarelli, 2015; Ojeda-Barceló, Gutiérrez-Pérez & Perales-Palacio, 2009) têm enal- tecido o potencial da articulação entre a EA e as TIC, na medida em que as tecnologias, como um recurso de ensino, facilitam a pesquisa, a comunicação, a participação e a expressão das ques- tões ambientais, e, para além disso, promovem uma nova forma de aprender, facilitando a construção de uma consciência ambiental e de projetos de intervenção comunitária. A integração de Estatística com a EA tem também sido apontada por diversos autores (Sabino, Lage & Almeida, 2014; Turkman, 2013), enfatizando a importância de utilização de metodologias de recolha e análise de dados, con- cebidas pela disciplina de Estatística, no planeamento, conceção, implementação e avaliação de investigação estatísticas sobre temas ambientais. Uma experiência interdisciplinar Este artigo relata uma experiência realizada desde 2011, na ESES, resultante da articulação entre as UC de EA, Estatística e TIC. Pro- curou-se tirar partido do facto de as três UC integrarem o 1.º ano (2.º semestre) do plano curricular da Licenciatura em Educação So- cial e dos programas curriculares apresentarem alguma convergên- cia em termos de conteúdos, objetivos e metodologias. Atendendo a que os educadores sociais, como agentes educativos promotores da evolução da relação entre o indivíduo e o seu ambiente, devem con- tribuir para a melhoria das condições de vida da sua comunidade, procurou-se desenvolver nos estudantes capacidades para planifi- carem e realizarem ações que visem a tomada de consciência dos cidadãos da possibilidade de participarem ativamente, refletindo e agindo sobre o ambiente. Através desta colaboração interdiscipli- nar pretendia-se que os estudantes fossem capazes de: • Adquirir, desenvolver e aprofundar conhecimentos e capacida- des de compreensão relativos a conteúdos e práticas de EA; • Planificar, implementar e avaliar atividades de EA para diferen- tes públicos-alvo; • Utilizar conhecimentos de estatística para planear, recolher, or- ganizar e analisar dados de modo a possibilitar o estudo mais apro-
  • 5. II Congresso Internacional - Educação, Ambiente e Desenvolvimento 212 Figura 1 Ação de limpeza dos espaços exteriores da ESES fundado de uma temática de EA; • Desenvolver, com recurso às TIC e às ferramentas web based, meios de divulgação e apresentação dos projetos de EA; • Construir diversos meios de divulgação e apresentação dos pro- jetos de EA, nomeadamente websites, cartazes, infografias, vídeos animados e apresentações dinâmicas. A par com a consecução dos objetivos de aprendizagem elencados anteriormente, o trabalho de projeto interdisciplinar apresentava como metas: o envolvimento dos estudantes nas iniciativas (não só através da participação, mas também na conceção e implementação de projetos próprios); a articulação com a comunidade envolvente (criação de parcerias com outras instituições, envolvimento da co- munidade local); e a alteração de comportamentos ambientalmente sustentáveis na comunidade escolar. Para além das razões evocadas para o surgimento desta colabora- ção interdisciplinar, a convivência diária com problemas ambientais nos espaços da ESES, nomeadamente o elevado volume observado de resíduos abandonados nos espaços exteriores das instalações (Correia & Linhares, 2013), demonstra a pertinência de uma ação concertada. As diversas iniciativas de sensibilização ambiental, como é disso exemplo uma ação de recolha de resíduos nos espa- ços exteriores da ESES (Figura 1), e os diagnósticos de necessidades realizados (Correia & Linhares, 2013) revelam: a falta de conheci- mentos evidenciada pelos estudantes sobre o impacto do consumo desenfreado, os processos de tratamento de resíduos existentes e a problemática do desperdício alimentar; a falta de hábitos sustentá- veis no que toca a separação de resíduos, ao consumo energético e ao consumo de água; a fraca preservação e utilização dos espaços verdes exteriores da ESES.
  • 6. II Congresso Internacional - Educação, Ambiente e Desenvolvimento 213 Figura 2 Conferência “Incêndios Florestais - Estratégias de Prevenção” Figura 3 Divulgação do projeto “SOS Alvie- la” nos media. Aolongodos5anosdestaarticulaçãointerdisciplinar,muitospro- jetos foram desenvolvidos pelos estudantes, entre os quais destaca- mos alguns. Por exemplo, assinalando o Dia Mundial do Ambiente, a Conferência “Incêndios Florestais - Estratégias de Prevenção” no âmbito de um projeto desenvolvido por um grupo de estudantes em parceria com a Proteção Civil de Santarém, que visava sensibilizar a comunidade para os impactes ambientais dos incêndios florestais (Figura 2). O Projeto “SOS Alviela”, desenvolvido em parceira com a Guarda Nacional Republicana - Comando Distrital da GNR de Santarém, mereceu algum destaque na comunicação social a nível regional (Figura 3) por aludir a um tema inserido no contexto local. Com efeito, este projeto pretendia sensibilizar a comunidade para a reso- lução dos problemas de poluição que afetam o rio Alviela. O grupo responsável pela dinamização do projeto organizou a conferência “SOS Alviela”, que contou com a participação do Serviço de Prote- ção da Natureza e do Ambiente - GNR e de Cristina Branquinho da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Esta investigado- ra apresentou o “Projeto UE - sustentabilidade e uso eficiente dos recursos: inquérito, debates e disseminação”, com o qual a ESES colaborou. Na data em que se comemora o Dia Mundial da Terra na ESES, realizou-se a conferência “Planeta Terra: Que futuro?”. O evento, organizado pelos estudantes, contou com a presença de quatro con- vidados de associações que fomentam a mobilização cidadã e a ino- vação e o empreendedorismo social (Figura 4).
  • 7. II Congresso Internacional - Educação, Ambiente e Desenvolvimento 214 Figura 4 Cartaz de divulgação da conferên- cia “Planeta Terra: Que futuro?” Figura 5 Frigorífico “EDA” colocado no bar da ESES Os conferencistas representavam entidades parceiras de alguns projetos desenvolvidos pelos estudantes, designadamente a Refood - Santarém que apoiou o projeto “Evite o Desperdício Alimentar”, que tinha como propósito demonstrar a correta arrumação do frigo- rifico e, assim, contribuir para uma boa conservação dos alimentos (http://eviteodesperdicioalimentar.weebly.com/) (Figura 5). A MOMS - Associação “Miúdos Optimistas, Miúdos Saudáveis” colaborou com um grupo de estudantes na realização da recolha de
  • 8. II Congresso Internacional - Educação, Ambiente e Desenvolvimento 215 Figura 6 Frigorífico “EDA” colocado no bar da ESES Figura 7 Site relativo ao projeto “AlertaTejo” escovas de dentes, com a dupla finalidade de sensibilizar para a im- portância da reciclagem de escovas de dentes e dos hábitos da higie- ne oral (http://ecoescovinhas.weebly.com/) (Figura 6). O projeto “AlertaTejo” desenvolvido por outro grupo de estudan- tes de Educação Social, surgiu da análise de um questionário com o objetivo de compreender o nível de conhecimentos que a comunida- de escolar detinha acerca da problemática da poluição no rio Tejo. A falta de conhecimentos evidenciada pelos estudantes, levou-as a construir um site e um vídeo de sensibilização (http://alertatejo. weebly.com) (Figura 7). Posteriormente, convidaram a associação Movimento Protejo a integrar o painel da conferência organizada.
  • 9. II Congresso Internacional - Educação, Ambiente e Desenvolvimento 216 Figura 8 Cartaz de divulgação da iniciativa “Partilhar é cuidar” Figura 9 Site relativo ao projeto “BIKE PARK” O projeto “Partilhar é cuidar” (http://partilharecuidar.weebly. com), que consistiu na recolha de roupas, material escolar e brin- quedos na ESES em parceria com Cruz Vermelha de Santarém, apresentou um elevado nível de sucesso com a angariação, em pou- co mais de um mês, de cerca de 200 artigos entregues aquela insti- tuição (Figura 8). A constatação que muitos estudantes da ESES utilizam veículos próprios para se deslocarem para as aulas, motivou um grupo de estudantes a sensibilizar a comunidade escolar para a utilização de transportes públicos e do uso de bicicletas (http://mobilidadesus- tentavel.weebly.com/) (Figura 9). Este grupo realizou várias inicia- tivas junto da direção da ESES, no sentido de instalar um parquea- mento de bicicletas no espaço exterior da instituição. A proposta foi aceite e colocou-se um parqueamento junto à entrada (Figura 10).
  • 10. II Congresso Internacional - Educação, Ambiente e Desenvolvimento 217 Figura 10 Parqueamento de bicicletas colo- cado na ESES Figura 11 Apresentação pública dos projetos desenvolvidos pelos estudantes no ano letivo 2015/2016 Esta articulação interdisciplinar culmina com a realização de uma aula aberta de apresentação de projetos de EA desenvolvidos pelos estudantes de Educação Social sob a orientação das docentes de EA (Marisa Correia), Estatística (Raquel Santos) e TIC II (Ana Loureiro) (Figura 11). Os estudantes têm vindo a desenvolver diver- sos projetos através dos quais pretenderam sensibilizar a comuni- dade escolar para diversas problemáticas ambientais. No final do 2.º semestre do ano letivo 2015/2016 foi aplicado um questionário com o intuito de compreender o grau de satisfação dos estudantes relativamente à articulação entre as três UC. O questio- nário elaborado era composto maioritariamente por perguntas de resposta fechada e ainda algumas de caráter aberto, o que, de acor- do com Hill e Hill (2008), “é útil quando se pretende obter informa- ção qualitativa para complementar e contextualizar a informação quantitativa obtida pelas outras variáveis” (p. 95). Para a análise das respostas às questões abertas recorreu-se à análise de conteúdo (Bardin, 2008). As questões de resposta fechada, relativas aos tópicos – objeti- vos, conteúdos, expetativas e métodos de avaliação, apresentavam uma escala de 1 a 4 (1 – Discordo totalmente; 2 – Discordo; 3 – Concordo; 4 – Concordo totalmente), que permitia ao estudante se- lecionar a resposta que correspondia ao seu grau de concordância relativamente às afirmações disponibilizadas. A análise das respos- tas dos estudantes indica que a maioria considerou que os objetivos foram apresentados de forma clara, os conteúdos são adequados à área do curso, as suas expetativas foram concretizadas e o método
  • 11. II Congresso Internacional - Educação, Ambiente e Desenvolvimento 218 de avaliação de cada UC foi adequado. No que toca às vantagens, quase todos destacaram a articulação entre os conhecimentos desenvolvidos em cada UC. Alguns salien- taram ainda o contributo para uma melhor gestão do tempo, para uma melhor aprendizagem e para despertar o interesse pelos temas abordados. Quando questionados sobre as principais dificuldades sentidas ao longo do desenvolvimento do projeto interdisciplinar, cerca de metade dos estudantes referiu a gestão do tempo. A segunda dificul- dade mais apontada pelos estudantes prende-se com a planificação das atividades. Alguns estudantes referem ainda outras opções de resposta, como a dificuldade na concretização das atividades e a di- ficuldade de trabalhar em grupo. Contudo, todos afirmaram terem ultrapassado as dificuldades mencionadas. No que concerne às fases do projeto em que os estudantes senti- ram mais dificuldades, a maioria das respostas obtidas centraram- -se na planificação e concretização das atividades. Os estudantes apresentaram também dificuldades relativamente à conceção e aplicação dos questionários, e, sobretudo, no tratamento e análise das respostas. Dificuldades relacionadas com o uso das TIC foram menos focados, ainda assim revelaram-se dificuldades na pesquisa sobre o tema, na construção de ferramentas digitais e na divulgação dos projetos. Em seguida, era solicitado aos estudantes que justi- ficassem estas opções e, mais uma vez, se constatou que as razões evocadas se relacionavam com a conceção e concretização das ações, nomeadamente, a pouca informação sobre o tema, a dificuldade em estabelecer parcerias e a adesão do público-alvo. Globalmente, os estudantes revelaram elevada satisfação com a participação nestes projetos interdisciplinares, aspeto que foi refor- çado ao responderem maioritariamente de forma afirmativa à pos- sibilidade de existirem mais articulações entre UC no seu curso. Considerações finais Os resultados demonstram o envolvimento dos estudantes nas iniciativas, não só através da participação, mas também na conce- ção e implementação de projetos próprios. A integração de conheci- mentos e recursos de cada UC, para além de estar em sintonia com o caráter interdisciplinar que a EA deve assumir, facilitou o desen- volvimento e implementação dos projetos e promoveu um maior envolvimento dos estudantes. A articulação entre as 3 UC potencia a construção do conhecimento como um todo e não como elemen- tos compartimentados. Assim, tanto a UC de Estatística como a de TIC ajudam no aprofundamento e na divulgação das temáticas am- bientais. O trabalho de colaboração entre estas docentes na área do am- biente tem-se estendido cada vez mais a outros docentes da ESES
  • 12. II Congresso Internacional - Educação, Ambiente e Desenvolvimento 219 e tem desbravado caminho para o surgimento de outros projetos. Um desses projetos foi o IPSantarem.verde, que foi alargado a todo o Instituto Politécnico de Santarém (IPS), com integração de estu- dantes das várias escolas do IPS. Este passa por consciencializar a comunidade educativa e local para problemáticas ambientais e en- contrar algumas soluções para problemas ambientais identificados na instituição, passando pelo estabelecimento de protocolos/parce- rias com outras instituições públicas e privadas. Iniciativas como as aqui descritas contribuíram também para o alargamento da oferta formativa do IPS na vertente ambiental. Re- centemente, o IPS apostou em dois cursos com orientação para as questões ambientais, o TESP em Animação Sociocultural Aplicada ao Ecoturismo (ministrado pela ESES) e a Licenciatura em Educa- ção Ambiental e Turismo de Natureza, que resulta de uma parceria entre a ESES, a Escola Superior Agrária e a Escola Superior de Des- porto. Acreditamos, por isso, que apesar do ainda longo caminho a per- correr no sentido da mudança de mentalidades sobre o ambiente e sobre a importância da interdisciplinaridade no ensino superior, a nossa experiência positiva neste domínio demonstra a relevância na continuidade destes projetos e da sua replicação noutros cursos, escolas e instituições do país. Referências bibliográficas Abraham, P., & Vitarelli, M. (2015). La enseñanza del ambiente y las TIC en proyectos educativos del nivel secundario en San Luis. In J. Asenjo, O. & J. C. Toscano (Eds.), Memorias del Congreso Iberoamericano de Ciencia, Tecnología, Innovación y Educación. Buenos Aires, Argentina: OEI. Recuperado de http://www.oei. es/historico/cienciayuniversidad/spip.php?article6280 Almeida, A. (2007). Educação Ambiental. A importância da Dimen são Ética. Lisboa: Livros Horizonte. Balbino, M., & Oliveira, L. (2014). A interdisciplinaridade na Educa ção Ambiental e sua aplicação no ensino superior. Âmbito Jurí dico - Ambiental, XVII(123). Recuperado de http://www.ambi to-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_ leitura&artigo_id=14062 Bardin, L. (2008). Análise de Conteúdo (4.ª ed.). Lisboa: Edições 70. Correia, M., & Linhares, E. (2013). Um Projeto Ambiental no En sino Superior: Fase de Diagnóstico Ambiental. Revista da UIIPS, 3(1), 138-153. Hill, M., & Hill, A. (2008). Investigação por Questionário (2.ª ed.). Lisboa: Edições Sílabo. Loughland, T., Reid, A., & Petocz, P. (2002). Young People’s Con ceptions of Environment: a phenomenographic analysis. Envi
  • 13. II Congresso Internacional - Educação, Ambiente e Desenvolvimento 220 ronmental Education Research, 8(2), 187−197. Matos, A., Cabo, P., Ribeiro, M., & Fernandes, A. (2015). As Institui ções de Ensino Superior Perante a Problemática Ambiental. EDUSER: revista de educação, 7(2), 13-40. Pombo, O. (2004). Epistemologia da Interdisciplinaridade. In Pi menta, C. (coord.), Interdisciplinaridade, Humanismo, Universi dade (pp. 93-124). Porto: Campo das Letras. Ojeda-Barceló, F., Gutiérrez-Pérez, J., & Perales-Palacios, F. J. (2009). ¿Qué herramientas proporcionan las tecnologías de la información y la comunicación a la educación ambiental? Revis ta Eureka sobre Enseñanza y Divulgación de las Ciencias, 6(3), 318-344. Sabino, C., Lage, L., & Almeida, K. (2014). Uso de métodos esta tísticos robustos na análise ambiental. Engenharia Sanitária e Ambiental, 87-94. Recuperado de http://www.scielo.br/pdf/ esa/v19nspe/1413-4152-esa-19-spe-0087.pdf Stevenson, R. (2007). Schooling and Environmental Education: contradictions in purpose and practice. Environmental Educa tion Research, 13(2), 139-153. Turkman, K. (2013). A Estatística e o Ambiente. Recupera do de https://ciencias.ulisboa.pt/pt/noticia/28-06-2013/ estat%C3%ADstica-e-o-ambiente Vilches, A. & Pérez, D. (2007). Emergencia planetaria: Necesidad de un planteamiento global. Educatio Siglo XXI, 25, 19-49.