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Touros de Morte - a mistificação
(texto - Jorge Macieira; desenhos - Martinez de León) atual. Maio 2019
Circula pela Internet um Power Point que também pode ser encontrado em vídeo no You
Tube (www.youtube.com/watch?v=geGiexlyluM).
O texto desse Power Point, que infra reproduzo e comento é uma amálgama de falsidades.
Fruto de ignorância ou de má-fé constitui parte de uma campanha de desinformação a nível
mundial destinada a enganar a maioria dos que nada entendem de toureio ou do Touro pela
apresentação de imagens com sangue, muito sangue, tentando confundir a percepção dos
leitores lançando mão de uma falácia, que consiste na confusão de sangue com dor e
sofrimento, o que não corresponde à verdade. Sangue é sangue, liquido natural que corre
nas veias e artérias de todos os animais e que tem como função o transporte - de oxigénio a
distribuir pelos orgãos, por um lado, de impurezas a eliminar através do sistema urinário por
outro. Para que saia do seu conduto natural é forçoso que as paredes dessas veias e artérias
se rompam, é certo, mas a dor, como sistema de alarme natural, pode não estar presente
aquando desse rompimento e não ocorrer qualquer sofrimento (ver comentário mais abaixo)
ou, pelo menos, sofrimento físico como descrevem os autores do texto. Do sofrimento
psíquico não cuido agora porque não é o que é posto em causa e, sinceramente, acho que
sabemos bem pouco dele. O mais que podemos é especular sobre o que imaginamos que
possa ser ou conforme o que queremos que seja. É certo que a lide de um touro envolve
sangue. Porém esse sangue é um aspecto meramente secundário. Ninguém vai a uma
corrida de touros para ver sangue.
O que ainda não percebi é porque, sustentando os ditos "amigos" dos animais uma causa
nobre (mal dirigida mas, em tese, nobre), na defesa dessa causa recorrem à mentira, à
trafulhice, à mistificação, à mais pura aldrabice para atingir os seus fins. O que me leva à
conclusão de que, ou não são tão nobres assim ou são simplesmente ignorantes e palermas.
Quem, com real vontade de saber, se quiser informar sobre o Touro e o toureio tem amplos
recursos disponíveis, tanto na internet como na biblioteca.
O touro é idolatrado pelos aficionados da Festa Brava. A nossa admiração é real e enorme.
Ele simboliza o poder, a força, a beleza e, in extremis, a morte. E é essa morte que o
toureiro enfrenta na arena. É essa morte (e o medo dela) que ele vence. E vence-o
cumprindo regras técnicas estritas muito exigentes e produzindo um efeito estético de
superior beleza.
Para os que tenham curiosidade e vontade de saber algo sobre o touro e a Festa:
Ganaderia Palha
https://www.youtube.com/watch?v=0nVj1nvuX5M
Toros en Canal Sur
http://www.canalsur.es/television/programas/toros-en-canal-sur/detalle/158.html
Toros en Castilla-La Mancha Media
http://www.cmmedia.es/programas/tv/toros/videos/
Toros para todos
http://www.canalsur.es/television/programas/toros-para-todos/detalle/64.html
Tendido cero
http://www.rtve.es/alacarta/videos/tendido-cero/
La Tierra del Toro
https://www.youtube.com/channel/UC0IfUW2QfdLp5JhEPE38RZQ/videos
Tiempo de toros
http://www.cmmedia.es/programas/tv/tiempo-de-toros/videos/
Los Toros
http://www.cmmedia.es/programas/tv/los-toros/videos/
Encierros desde Guadalajara
http://www.cmmedia.es/programas/tv/encierros-de-guadalajara/videos/
San Fermines online
http://www.rtve.es/alacarta/videos/sanfermines/
«PRAÇA DE TOIROS CALAFIA
Um dia fui lá, e fiquei muito assombrado com tudo aquilo que vi»
Comento: Trata-se de uma praça de touros de menor importância, no México. Podem
verificá-la no Google Earth - 32º38'26.46"N 115º28'20.02"W
Não sei porque a escolheram para exemplo. Eu preferiria a Monumental de Las Ventas em
Madrid ou a Monumental do México, nessa cidade ou mesmo a de Nimes (43.834906,
4.359941) ou Arles (43.67775,4.630941), em França, antigos circos romanos.
«CORRIDA DE TOIROS
PARA MIM, É MATAR POR DIVERSÃO…
Talvez já tenhas ouvido dizer que a festa de touros é uma arte, mas não é…
É uma ciência... A Ciência da Tortura. E nada na festa brava é genuíno, excepto a dor.»
Comento: porque contra factos não há argumentos, leiam o texto científico do Prof. Juan
Carlos Illera del Portal, director do Departamento de Fisiología Animal de la Facultad de
Veterinaria de la Universidad Complutense de Madrid de acordo com o qual o touro, durante
a ide, liberta inibidores da dor em grau suficiente para lhe embotar essa mensagem:
http://toroderegalo.blogspot.com/2011/04/un-estudio-revela-por-que-el-toro-no.html?spref=fb
https://revistas.ucm.es/index.php/RCCV/article/view/RCCV0707330001A/22583
Mais do que os humanos, que no calor de uma refrega ou de uma prova desportiva também
libertam substâncias que inibem a dor, ao ponto de a não sentir, os touros não sentem a dor
que é apregoada pelos anti-taurinos. E que a não sentem podemos testemunhar em cada
corrida de touros, verificando as reacções do animal. Quando o animal sente dor, os sinais
são inequívocos. Sucede quando não está interessado na peleia, quando, na terminologia
taurina, é manso e não bravo. E o normal é não dar esses sinais.
«Eles acreditam ser muito valentes… mas não o são.
Porque, desde pelo menos 24 horas antes de entrar na arena, o touro é mantido numa
prisão às escuras, para que ao soltarem-no, a luz e os gritos dos espectadores o assustem e
ele tente fugir, saltando as barreiras, o que produz no público a ilusão de que o touro é
feroz, mas a condição natural do touro é fugir, NÃO é atacar.
Cortam-lhe os cornos para proteger o toureiro. Põem-lhe às costas sacos de areia, durante
horas. Batem-lhe nos testículos e nos rins, provocam-lhe diarreia, deitando sulfatos na água
que bebe, para que chegue fraco e desorientado à arena. Untam-lhe os olhos com gordura
para lhe dificultar a visão e deitam-lhe nas patas uma substância que lhe produz ardor e o
impede de ficar quieto, para fazer reluzir a actuação do toureiro.»
Comento: puro disparate, absolutamente falso. O touro é mimado e tratado nas palminhas
até entrar na praça. O único animal que serve para ser lidado é o touro bravo, com casta e
trapio e na plena posse das suas faculdades. Um touro diminuído é rechaçado pelo público
(e pela lei que tem critérios muito exigentes). Desde que nasce até que entra na arena, os
contactos com os humanos são mantidos no mínimo possível a fim de preservar a sua
bravura, a sua natureza selvagem, a sua ferocidade. Apenas um touro integro e na plena
posse das suas faculdades serve ao espectáculo. Diminuir-lhe alguma das suas
características resultaria demasiado perigoso porque não se saberia como reagiria.
Compreendamos o seguinte: os touros, como as pessoas, são da mesma espécie mas são
todos diferentes, no temperamento, no carácter, na forma de abordar os desafios. Os
criadores tentam, através da manipulação genética (pela escolha dos pais) produzir um
touro com bravura e poder físico mas, até que saia à praça nunca se sabe como reagirá o
animal. Ainda assim, há comportamentos comuns e é da sua observação que o toureiro
pode compreender o que tem pela frente a dar ao animal a lide que exige. Desorientar o
animal, diminui-lo, causar-lhe ardores, tudo isso alteraria o que se conhece do animal e
obliteraria a base conhecida do touro para algo imprevisível. Ninguém saberia o que fazer.
Além de que seria indigno.
Ao contrário do que é afirmado, a condição natural do touro é acometer, atacar, não fugir.
Espalhar este tipo de mentira pode ser perigoso e já revelou ser fatal para a malograda
Vicky Moore (https://www.youtube.com/watch?v=bfgoiOK-WY8). Ao sair à praça, ela é toda dele, todo aquele
terreno lhe pertence. Ao longo da lide ele será dominado pelo Homem e, no fim, morre já
sem terrenos, que passaram para o domínio do toureiro.
Das condições em que o touro é tratado podem aferir se acederem aos corrais da Praça de
Madrid pelo Google Earth (+40° 25' 55.65", -3° 39' 47.83") ou através de um browser no
Google Maps ourecorrendo aos milhares de vídeos publicados na internet:
https://www.youtube.com/watch?v=hilYGfeNClI
https://www.youtube.com/watch?v=67ixLRes39M
Não há escuridão, não há falta de espaço, antes conforto, protecção. Nada lhes sucede até
que saem à praça, a não ser a aposição da divisa da ganadaria, em pleno morrilho, quando
estão já no corredor de acesso à arena.
«Os cavalos dos picadores
Escolhem-se cavalos que já não têm valor comercial, porque o animal morre em 3 ou 4
corridas no máximo. É muito comum que o animal sofra múltiplas quebras de costelas ou
várias perfurações. Coloca-se-lhe uma capa a simular que esta o protege, mas na realidade
é para que o público não veja as feridas do cavalo que, com frequência, apresentam vísceras
expostas.»
Comento:
O disparate é tanto que nem sei que diga. É verdade que os cavalos dos picadores não são
puros sangue mas têm valor comercial e não morrem em 3 ou 4 corridas, antes vão de Feira
em Feira (em Espanha as Feiras Taurinas mais importantes festejam-se consecutivamente,
de Março a Outubro) sendo preservados pela sua utilidade e saber. Não sofrem perfurações,
não estão feridos nem têm as vísceras expostas. Não sofrem quebra de costelas pelos
acometidas do touro. Podem ser feridos, eventualmente, se o touro os virar e cornear
nalguma parte não protegida pelos peitos (uma espécie de avental em material
imperfurável) mas isso é muito raro, não é suposto acontecer e todos os envolvidos tentam
evitá-lo, tal como a qualquer outro percalço de qualquer dos envolvidos.
https://www.youtube.com/watch?v=DrAkgEMid-c
«O trabalho do picador, para mim é degradante…
Se o toureiro percebe que o touro investe com muita energia, ordena ao picador que faça o
seu trabalho: Consiste em sangrar o touro para o debilitar, cravando-lhe no lombo uma lança
que destrói alguns músculos ( trapézio, romboideu, espinal e semiespinal, serráteis e
transversos laterais) e, além disso, lesiona vasos sanguíneos e nervos. Tudo isto para que o
toureiro possa brindar com a sua expressão artística, que se supõe este espectáculo dever
ter. Um único golpe forte poderia destroçar imediatamente o touro, por isso, é feito em três
tempos, “para maior deleite dos aficionados”.»
Comento:
A lide divide-se em três sortes - de varas, bandarilhas e morte. Toda a lide é conduzida
tendo como fio a lide e a morte do animal. O primeiro tércio inicia-se quando o touro sai à
praça. A partir do primeiro momento ele é estudado nas suas reacções pelo matador que o
lidará. Para tal ele é chamado a cada um dos três burladeros de sombra - passagens dos
toureiros da trincheira para a arena, abertas entre as tábuas e protegidas por um conjunto
de tábuas mais adiantadas que impedem que o touro por aí passe - anotando-se como
investe (ou não) a cada um. De seguida o toureiro, armado apenas de uma capa (o capote)
chama-o e fá-lo passar por um e outro piton (corno) não apenas medindo a sua investida
como ensinando-o a investir como se pretende.
Após algumas passagens, que podem ser já de grande beleza estética se o toureiro
conseguir já tourear (tourear é parar, mandar e templar, como já explicarei) são chamados
os picadores com seus cavalos, em número de dois, um de serviço e outro subalterno.
O de serviço coloca-se na área em que deverá picar, para cá da linha dos tércios, na de
tábuas enquanto o touro é colocado para lá da linha de médios (aquelas linhas brancas
circulares pintadas na arena). Essa é a distância mínima regulamentar. Haverá o touro de ir
duas ou três vezes ao cavalo. Para que serve ? Para medir a bravura do touro e para corrigir
a sua investida (não diminuir a sua força) ao mesmo tempo que, sangrando-o um pouco
(não, não são os dez litros que já li por aí mas um ou dois dos trinta e seis que o touro
tem). Se o touro investe com franqueza e humilhando (baixando a cabeça), é bravo. Se o
touro continua a investir ao sentir o castigo, é bravo. Se o touro repete, investindo 2ª e 3ª
vez ao cavalo, apesar de saber que será castigado, ele é bravo. Se a sorte de varas for bem
executada o touro sai em bom estado para ser lidado. A vara do picador tem na ponta uma
"puia" de 5 cm, que é parte que pica o touro, não se enterrando mais porque uma cruzeta o
impede. O local a atingir é o morrilho, a parte mais protuberante do cachaço, com menos
terminações nervosas, onde provoca, aliás, menos danos que noutra parte qualquer. Nada
de destruir músculos que são necessários a que o touro se mantenha em pé e capaz de
aguentar a lide que se segue.
«E o das Bandarilhas ainda é pior…
As bandarilhas asseguram que a hemorragia continue, por isso, tentam colocá-las
justamente no sítio já picado com os ganchos metálicos. O gancho move-se dentro da ferida
a cada movimento do touro e com o roçar da muleta, o peso das bandarilhas tem
precisamente essa função. Algumas têm um arpão de 8 cm a que chamam "de castigo", que
lhe cravam se conseguiu desviar-se da lança do picador. As bandarilhas prolongam o
agravamento e aprofundamento das feridas internas. Não há limite para o número de
bandarilhas: tantas quantas forem necessárias para destroçar os tecidos e a pele do touro…»
Comento:
Não asseguram hemorragia nenhuma e só por ignorância se pode pretender que seja mais
nefasta que a puia. Não têm mais de 4 cm de arpão. As "de castigo" são tão raras que, em
trinta anos nunca vi nenhumas. Não têm outra importância que devolver ao touro, que saiu
consciente de uma derrota no cavalo, alguma alegria na investida. O toureiro investe a corpo
nu para o touro e espeta-lhe as bandarilhas no cachaço (o talsítio onde tem menos
sensibilidade). Colocadas aos pares, num máximo de três.
https://www.youtube.com/watch?v=fTVF_oRFCII
«Tal como está Demonstrado, é tudo dum Grande Valor…
A perda de sangue e as feridas na espinha dorsal impedem que o touro levante a cabeça de
maneira normal, e é quando o toureiro pode aproximar-se mais. Com o touro já próximo do
esgotamento, o toureiro já não se preocupa com o perigo e pode até dar-se ao luxo de virar
as costas ao touro, depois de um passe especialmente artístico, atirando o peito para fora e
pavoneando-se para receber os aplausos do público em histeria. Quando o touro atinge este
estado lastimável, o matador entra na arena numa celebração de bravura e de machismo,
enfrentando um touro exausto, moribundo e confuso.»
Comento:
Continua o disparate. Não há feridas na espinha dorsal. Se a espinha for atingida o touro
morre. A perda de sangue, antes pelo contrário, descongestionou o touro. É verdade que o
touro muda de estado mas não está esgotado, antes está pronto para a fase seguinte, a lide
de muleta (o pano mais pequeno). Já referi que tourear é parar, templar e mandar e explico.
Parar é aguentar a acometida do animal. Desde o momento em que, em cada passe, cita o
touro e este acomete, o toureiro não mexe mais os pés, não rectifica o seu terreno.
Templar é ao mesmo tempo coordenar a velocidade do engano com a do touro tentando
condicionar a velocidade do animal com a que se imprime à muleta, o mais lenta possível.
Mandar significa obrigar o touro a seguir um caminho determinado. Ele, que investiria a
direito, é levado a investir à volta do toureiro em círculos. Os touros são animais tanto
poderosos como perigosos e, quanto mais cansados, mais perigosos (qualquer fera é mais
perigosa quando encurralada e o cansaço leva o touro a não investir senão de muito perto,
pelo seguro e de forma áspera). A beleza do toureio reside no casamento perfeito da
transmissão ao público do perigo com o domínio do animal pelo homem e a estética dos
movimentos.
Exemplo de um terceiro tércio de sonho: http://www.youtube.com/watch?v=MhCdGK9GDRI
«E falta ainda a famosa Espada!
O touro é atravessado por uma ESPADA de 80 cm de comprido, que pode destroçar-lhe o
fígado, os pulmões, a pleura, etc., segundo o lugar por onde penetre no corpo do animal. De
facto, quando destroça a grande artéria, o touro agoniza com enormes vómitos de sangue.
Na hora de matar, se o touro tiver um pouco de sorte, morre duma estocada, mas não como
se pensa duma estocada no coração, porque a espada
penetra pulmões e diafragma, por vezes uma artéria maior, daí a hemorragia ser mais
visível. Por vezes morrem afogados no seu próprio sangue…»
Comento:
O estoque deverá ter um máximo de 88 cm de lâmina. É com ele que se mata o touro,
devendo a lâmina ser introduzida na cruz, ou seja no centro superior das agulhas,
imediatamente a seguir ao morrilho pelo terceiro ou quarto espaços intercostais. Deve ser
introduzido direito em relação à espinha dorsal e num angulo de 45º quanto à
perpendicularidade das patas dianteiras. Desta maneira tocará algum dos vasos principais do
espaço interpulmonar, aorta posterior, veia cava e a morte sobrevirá em instantes. Se ficar
atravessada pode tocar os pulmões, provocando as golfadas de sangue descritas, mas não é
isto que se pretende.
Para matar o touro o toureiro coloca-se à sua frente, ergue a espada à altura dos seus olhos,
fazendo pontaria à cruz, provoca a investida e avança também (ou espera a investida,
recebendo, ou avança com o touro imóvel), cravando-lhe a espada.
«E a Tortura continua...
O touro, numa tentativa desesperada por sobreviver, resiste a cair, e tenta caminhar
penosamente até à porta por onde o fizeram entrar, procurando uma saída a tanto maltrato
e dor. Mas então apunhalam-no na nuca com o DESCABELLO, uma outra espada que termina
numa lâmina de 10 cm. Apesar destes terríveis tormentos, o animal não consegue morrer de
imediato pela sua grande força, mas finalmente cai ao solo, porque a espada foi destruindo
os seus órgãos internos…»
Comento:
Se o touro, ferido de morte, se mantém em pé, deve ser descabellado, isto é, deve ser-lhe
seccionada a espinal medula introduzindo a ponta de um estoque provido de uma cruzeta na
extrema entre as primeiras vértebras cervicais. Assim se garante uma morte pronta e sem
sofrimento. O touro deverá estar imóvel e oferecer a nuca ao toureiro, baixando a cabeça.
Com este golpe a morte é imediata. Tudo o mais é fantasia histérica.
«Mestres? Artistas? Valentes?
Ou antes, Ignorantes, Assassinos e Cobardes…
E prossegue…
Rematam com a PUNTILLA de 10 cm, com a qual lhe tentam seccionar a espinal-medula, ao
nível das vértebras atlas e axis. O touro fica assim paralisado, sem poder sequer realizar
movimentos com os músculos respiratórios, pelo que morre por asfixia, muitas vezes
afogado no seu próprio sangue, que lhe sai em grandes golfadas pela boca e pelo nariz.»
Comento: caso não tenha sido descabellado nem tenha morrido fulminado, ao dobrar as
mãos antes de morrer, efectua-se a mesma operação de seccionamento da espinal medula
com um punhal de nome puntilla, assegurando a morte imediata do touro. Não há mais
nada, nem golfadas nem afogamentos nem qualquer outro disparate.
«O Arrasto…
Após lhe terem destroçado as vértebras, o touro perde o controlo sobre o seu corpo desde o
pescoço para baixo. No entanto, a cabeça mantém-se intacta, pelo que está consciente de
todo o horror que lhe está a acontecer e de como está a ser arrastado para fora da arena.»
Comento:
Sem comentários, a ignorância é total, a demagogia impera, já que pretensamente, o
animal, apesar de morto, afogado no seu próprio sangue afinal está vivo. Não há pachorra.
«NÃO SEJAS INDIFERENTE À SUA DOR…
Consegues ver a lágrima que lhe escorre pela face?
Não participes nestes eventos. As corridas de touros são uma tradição cruel que nos denigre
como seres humanos.»
Comento:
A lágrima é o toque final e demonstra ou a suma ignorância ou a patetice total. Os bovinos,
como muitos outros animais, não choram (no sentido de produção de lágrimas) de dor. A
sua demonstração exterior de dor é sonora (mugindo com certa entoação) e/ou corporal
(contorcendo-se). Dispõem de glândulas lacrimais que têm uma função lubrificante e
higiénica do olho.
• Antonio Gala, ex-toureiro, nascido em 1937, escreveu na crónica dominical do “El País”, a
30 de Julho de 1995, um artigo no qual confessava a sua "conversão" a anti-taurino: “E de
repente [o touro] olhou para mim. Com a inocência de todos os animais reflectida nos olhos,
mas também implorando. Era a revolta contra a injustiça inexplicável, a súplica face à
crueldade desnecessária...”
Comento: Este é um exemplo da mistificação que corre a nível interplanetário, já tendo
encontrado esta pseudo-citação em vários sites. A verdade é que António Gala nunca foi
toureiro e não é, seguramente um anti-taurino. Trata-se de um dos mais proeminentes
escritores espanhois. Poeta, dramaturgo, ensaista podem descobri-lo em:
http://en.wikipedia.org/wiki/Antonio_Gala
http://www.antoniogala.es
Há alguns anos entrevistou um grande Toureiro, Morante de La Puebla, num encontro que
ficou histórico e de que retiro apenas a citação "Yo llevo el toreo dentro de mí. Es la creación
de la belleza." Para anti-taurino, não está mal.
(https://elpais.com/diario/2006/08/15/ultima/1155592801_850215.html)
«Reflecte, tal como eu…
“A comiseração com os animais está tão intimamente unida com a bondade de carácter, que
se pode afirmar que quem é cruel com os animais não pode ser boa pessoa.”
Schopenhauer
Só os psicopatas gozam com o sofrimento doutros! Tu és um deles? Reflecte! Rejeita-a!!!
Esta é uma tradição degradante que NÃO deve continuar…»
Comento: Adolf Hitler, vegano, tratava muito bem os animais. Era boa pessoa ?
«Como podes Ajudar?
• Não assistas a corridas de touros; • Não apoies políticos, artistas e comunicadores
associados a esta crueldade;
• Não consumas produtos de empresas que as patrocinem;
• E o mais importante: Ensina os teus filhos a respeitarem os seres vivos…»
Comento: Pensa pela tua cabeça, informa-te até dominares o tema e depois decide
conforme achares que deve ser.
«Se tudo isto te tocou ao menos um pouco o
Coração, une-te a mim!!!
E, difundindo estas imagens, farás com que quem desfruta destas festas selvagens tome
consciência do que faz…
Recorda que por cada e-mail que envies podes fazer mudar a maneira de pensar de muita
gente…»
Comento: Une-te a quem quiseres, difunde o que quiseres mas fá-lo com conhecimento de
causa. Não vás em xaropadas só porque és boa pessoa e parece que têm razão.

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Touros de Morte - a verdade por detrás da mistificação

  • 1. Touros de Morte - a mistificação (texto - Jorge Macieira; desenhos - Martinez de León) atual. Maio 2019 Circula pela Internet um Power Point que também pode ser encontrado em vídeo no You Tube (www.youtube.com/watch?v=geGiexlyluM). O texto desse Power Point, que infra reproduzo e comento é uma amálgama de falsidades. Fruto de ignorância ou de má-fé constitui parte de uma campanha de desinformação a nível mundial destinada a enganar a maioria dos que nada entendem de toureio ou do Touro pela apresentação de imagens com sangue, muito sangue, tentando confundir a percepção dos leitores lançando mão de uma falácia, que consiste na confusão de sangue com dor e sofrimento, o que não corresponde à verdade. Sangue é sangue, liquido natural que corre nas veias e artérias de todos os animais e que tem como função o transporte - de oxigénio a distribuir pelos orgãos, por um lado, de impurezas a eliminar através do sistema urinário por outro. Para que saia do seu conduto natural é forçoso que as paredes dessas veias e artérias se rompam, é certo, mas a dor, como sistema de alarme natural, pode não estar presente aquando desse rompimento e não ocorrer qualquer sofrimento (ver comentário mais abaixo) ou, pelo menos, sofrimento físico como descrevem os autores do texto. Do sofrimento psíquico não cuido agora porque não é o que é posto em causa e, sinceramente, acho que sabemos bem pouco dele. O mais que podemos é especular sobre o que imaginamos que possa ser ou conforme o que queremos que seja. É certo que a lide de um touro envolve sangue. Porém esse sangue é um aspecto meramente secundário. Ninguém vai a uma corrida de touros para ver sangue. O que ainda não percebi é porque, sustentando os ditos "amigos" dos animais uma causa nobre (mal dirigida mas, em tese, nobre), na defesa dessa causa recorrem à mentira, à trafulhice, à mistificação, à mais pura aldrabice para atingir os seus fins. O que me leva à conclusão de que, ou não são tão nobres assim ou são simplesmente ignorantes e palermas. Quem, com real vontade de saber, se quiser informar sobre o Touro e o toureio tem amplos recursos disponíveis, tanto na internet como na biblioteca. O touro é idolatrado pelos aficionados da Festa Brava. A nossa admiração é real e enorme. Ele simboliza o poder, a força, a beleza e, in extremis, a morte. E é essa morte que o toureiro enfrenta na arena. É essa morte (e o medo dela) que ele vence. E vence-o cumprindo regras técnicas estritas muito exigentes e produzindo um efeito estético de superior beleza. Para os que tenham curiosidade e vontade de saber algo sobre o touro e a Festa: Ganaderia Palha https://www.youtube.com/watch?v=0nVj1nvuX5M Toros en Canal Sur http://www.canalsur.es/television/programas/toros-en-canal-sur/detalle/158.html Toros en Castilla-La Mancha Media http://www.cmmedia.es/programas/tv/toros/videos/ Toros para todos http://www.canalsur.es/television/programas/toros-para-todos/detalle/64.html Tendido cero http://www.rtve.es/alacarta/videos/tendido-cero/ La Tierra del Toro https://www.youtube.com/channel/UC0IfUW2QfdLp5JhEPE38RZQ/videos Tiempo de toros http://www.cmmedia.es/programas/tv/tiempo-de-toros/videos/ Los Toros http://www.cmmedia.es/programas/tv/los-toros/videos/
  • 2. Encierros desde Guadalajara http://www.cmmedia.es/programas/tv/encierros-de-guadalajara/videos/ San Fermines online http://www.rtve.es/alacarta/videos/sanfermines/ «PRAÇA DE TOIROS CALAFIA Um dia fui lá, e fiquei muito assombrado com tudo aquilo que vi» Comento: Trata-se de uma praça de touros de menor importância, no México. Podem verificá-la no Google Earth - 32º38'26.46"N 115º28'20.02"W Não sei porque a escolheram para exemplo. Eu preferiria a Monumental de Las Ventas em Madrid ou a Monumental do México, nessa cidade ou mesmo a de Nimes (43.834906, 4.359941) ou Arles (43.67775,4.630941), em França, antigos circos romanos. «CORRIDA DE TOIROS PARA MIM, É MATAR POR DIVERSÃO… Talvez já tenhas ouvido dizer que a festa de touros é uma arte, mas não é… É uma ciência... A Ciência da Tortura. E nada na festa brava é genuíno, excepto a dor.» Comento: porque contra factos não há argumentos, leiam o texto científico do Prof. Juan Carlos Illera del Portal, director do Departamento de Fisiología Animal de la Facultad de Veterinaria de la Universidad Complutense de Madrid de acordo com o qual o touro, durante a ide, liberta inibidores da dor em grau suficiente para lhe embotar essa mensagem: http://toroderegalo.blogspot.com/2011/04/un-estudio-revela-por-que-el-toro-no.html?spref=fb https://revistas.ucm.es/index.php/RCCV/article/view/RCCV0707330001A/22583 Mais do que os humanos, que no calor de uma refrega ou de uma prova desportiva também libertam substâncias que inibem a dor, ao ponto de a não sentir, os touros não sentem a dor que é apregoada pelos anti-taurinos. E que a não sentem podemos testemunhar em cada corrida de touros, verificando as reacções do animal. Quando o animal sente dor, os sinais são inequívocos. Sucede quando não está interessado na peleia, quando, na terminologia taurina, é manso e não bravo. E o normal é não dar esses sinais. «Eles acreditam ser muito valentes… mas não o são. Porque, desde pelo menos 24 horas antes de entrar na arena, o touro é mantido numa prisão às escuras, para que ao soltarem-no, a luz e os gritos dos espectadores o assustem e ele tente fugir, saltando as barreiras, o que produz no público a ilusão de que o touro é feroz, mas a condição natural do touro é fugir, NÃO é atacar. Cortam-lhe os cornos para proteger o toureiro. Põem-lhe às costas sacos de areia, durante horas. Batem-lhe nos testículos e nos rins, provocam-lhe diarreia, deitando sulfatos na água que bebe, para que chegue fraco e desorientado à arena. Untam-lhe os olhos com gordura para lhe dificultar a visão e deitam-lhe nas patas uma substância que lhe produz ardor e o impede de ficar quieto, para fazer reluzir a actuação do toureiro.» Comento: puro disparate, absolutamente falso. O touro é mimado e tratado nas palminhas até entrar na praça. O único animal que serve para ser lidado é o touro bravo, com casta e trapio e na plena posse das suas faculdades. Um touro diminuído é rechaçado pelo público (e pela lei que tem critérios muito exigentes). Desde que nasce até que entra na arena, os contactos com os humanos são mantidos no mínimo possível a fim de preservar a sua bravura, a sua natureza selvagem, a sua ferocidade. Apenas um touro integro e na plena posse das suas faculdades serve ao espectáculo. Diminuir-lhe alguma das suas características resultaria demasiado perigoso porque não se saberia como reagiria. Compreendamos o seguinte: os touros, como as pessoas, são da mesma espécie mas são todos diferentes, no temperamento, no carácter, na forma de abordar os desafios. Os
  • 3. criadores tentam, através da manipulação genética (pela escolha dos pais) produzir um touro com bravura e poder físico mas, até que saia à praça nunca se sabe como reagirá o animal. Ainda assim, há comportamentos comuns e é da sua observação que o toureiro pode compreender o que tem pela frente a dar ao animal a lide que exige. Desorientar o animal, diminui-lo, causar-lhe ardores, tudo isso alteraria o que se conhece do animal e obliteraria a base conhecida do touro para algo imprevisível. Ninguém saberia o que fazer. Além de que seria indigno. Ao contrário do que é afirmado, a condição natural do touro é acometer, atacar, não fugir. Espalhar este tipo de mentira pode ser perigoso e já revelou ser fatal para a malograda Vicky Moore (https://www.youtube.com/watch?v=bfgoiOK-WY8). Ao sair à praça, ela é toda dele, todo aquele terreno lhe pertence. Ao longo da lide ele será dominado pelo Homem e, no fim, morre já sem terrenos, que passaram para o domínio do toureiro. Das condições em que o touro é tratado podem aferir se acederem aos corrais da Praça de Madrid pelo Google Earth (+40° 25' 55.65", -3° 39' 47.83") ou através de um browser no Google Maps ourecorrendo aos milhares de vídeos publicados na internet: https://www.youtube.com/watch?v=hilYGfeNClI https://www.youtube.com/watch?v=67ixLRes39M Não há escuridão, não há falta de espaço, antes conforto, protecção. Nada lhes sucede até que saem à praça, a não ser a aposição da divisa da ganadaria, em pleno morrilho, quando estão já no corredor de acesso à arena. «Os cavalos dos picadores Escolhem-se cavalos que já não têm valor comercial, porque o animal morre em 3 ou 4 corridas no máximo. É muito comum que o animal sofra múltiplas quebras de costelas ou várias perfurações. Coloca-se-lhe uma capa a simular que esta o protege, mas na realidade é para que o público não veja as feridas do cavalo que, com frequência, apresentam vísceras expostas.» Comento: O disparate é tanto que nem sei que diga. É verdade que os cavalos dos picadores não são puros sangue mas têm valor comercial e não morrem em 3 ou 4 corridas, antes vão de Feira em Feira (em Espanha as Feiras Taurinas mais importantes festejam-se consecutivamente, de Março a Outubro) sendo preservados pela sua utilidade e saber. Não sofrem perfurações, não estão feridos nem têm as vísceras expostas. Não sofrem quebra de costelas pelos acometidas do touro. Podem ser feridos, eventualmente, se o touro os virar e cornear nalguma parte não protegida pelos peitos (uma espécie de avental em material imperfurável) mas isso é muito raro, não é suposto acontecer e todos os envolvidos tentam evitá-lo, tal como a qualquer outro percalço de qualquer dos envolvidos. https://www.youtube.com/watch?v=DrAkgEMid-c «O trabalho do picador, para mim é degradante… Se o toureiro percebe que o touro investe com muita energia, ordena ao picador que faça o seu trabalho: Consiste em sangrar o touro para o debilitar, cravando-lhe no lombo uma lança que destrói alguns músculos ( trapézio, romboideu, espinal e semiespinal, serráteis e transversos laterais) e, além disso, lesiona vasos sanguíneos e nervos. Tudo isto para que o toureiro possa brindar com a sua expressão artística, que se supõe este espectáculo dever ter. Um único golpe forte poderia destroçar imediatamente o touro, por isso, é feito em três tempos, “para maior deleite dos aficionados”.»
  • 4. Comento: A lide divide-se em três sortes - de varas, bandarilhas e morte. Toda a lide é conduzida tendo como fio a lide e a morte do animal. O primeiro tércio inicia-se quando o touro sai à praça. A partir do primeiro momento ele é estudado nas suas reacções pelo matador que o lidará. Para tal ele é chamado a cada um dos três burladeros de sombra - passagens dos toureiros da trincheira para a arena, abertas entre as tábuas e protegidas por um conjunto de tábuas mais adiantadas que impedem que o touro por aí passe - anotando-se como investe (ou não) a cada um. De seguida o toureiro, armado apenas de uma capa (o capote) chama-o e fá-lo passar por um e outro piton (corno) não apenas medindo a sua investida como ensinando-o a investir como se pretende. Após algumas passagens, que podem ser já de grande beleza estética se o toureiro conseguir já tourear (tourear é parar, mandar e templar, como já explicarei) são chamados os picadores com seus cavalos, em número de dois, um de serviço e outro subalterno.
  • 5. O de serviço coloca-se na área em que deverá picar, para cá da linha dos tércios, na de tábuas enquanto o touro é colocado para lá da linha de médios (aquelas linhas brancas circulares pintadas na arena). Essa é a distância mínima regulamentar. Haverá o touro de ir duas ou três vezes ao cavalo. Para que serve ? Para medir a bravura do touro e para corrigir a sua investida (não diminuir a sua força) ao mesmo tempo que, sangrando-o um pouco (não, não são os dez litros que já li por aí mas um ou dois dos trinta e seis que o touro tem). Se o touro investe com franqueza e humilhando (baixando a cabeça), é bravo. Se o touro continua a investir ao sentir o castigo, é bravo. Se o touro repete, investindo 2ª e 3ª vez ao cavalo, apesar de saber que será castigado, ele é bravo. Se a sorte de varas for bem executada o touro sai em bom estado para ser lidado. A vara do picador tem na ponta uma "puia" de 5 cm, que é parte que pica o touro, não se enterrando mais porque uma cruzeta o impede. O local a atingir é o morrilho, a parte mais protuberante do cachaço, com menos terminações nervosas, onde provoca, aliás, menos danos que noutra parte qualquer. Nada de destruir músculos que são necessários a que o touro se mantenha em pé e capaz de aguentar a lide que se segue. «E o das Bandarilhas ainda é pior… As bandarilhas asseguram que a hemorragia continue, por isso, tentam colocá-las justamente no sítio já picado com os ganchos metálicos. O gancho move-se dentro da ferida
  • 6. a cada movimento do touro e com o roçar da muleta, o peso das bandarilhas tem precisamente essa função. Algumas têm um arpão de 8 cm a que chamam "de castigo", que lhe cravam se conseguiu desviar-se da lança do picador. As bandarilhas prolongam o agravamento e aprofundamento das feridas internas. Não há limite para o número de bandarilhas: tantas quantas forem necessárias para destroçar os tecidos e a pele do touro…» Comento: Não asseguram hemorragia nenhuma e só por ignorância se pode pretender que seja mais nefasta que a puia. Não têm mais de 4 cm de arpão. As "de castigo" são tão raras que, em trinta anos nunca vi nenhumas. Não têm outra importância que devolver ao touro, que saiu consciente de uma derrota no cavalo, alguma alegria na investida. O toureiro investe a corpo nu para o touro e espeta-lhe as bandarilhas no cachaço (o talsítio onde tem menos sensibilidade). Colocadas aos pares, num máximo de três. https://www.youtube.com/watch?v=fTVF_oRFCII «Tal como está Demonstrado, é tudo dum Grande Valor… A perda de sangue e as feridas na espinha dorsal impedem que o touro levante a cabeça de maneira normal, e é quando o toureiro pode aproximar-se mais. Com o touro já próximo do esgotamento, o toureiro já não se preocupa com o perigo e pode até dar-se ao luxo de virar as costas ao touro, depois de um passe especialmente artístico, atirando o peito para fora e pavoneando-se para receber os aplausos do público em histeria. Quando o touro atinge este estado lastimável, o matador entra na arena numa celebração de bravura e de machismo, enfrentando um touro exausto, moribundo e confuso.»
  • 7. Comento: Continua o disparate. Não há feridas na espinha dorsal. Se a espinha for atingida o touro morre. A perda de sangue, antes pelo contrário, descongestionou o touro. É verdade que o touro muda de estado mas não está esgotado, antes está pronto para a fase seguinte, a lide de muleta (o pano mais pequeno). Já referi que tourear é parar, templar e mandar e explico. Parar é aguentar a acometida do animal. Desde o momento em que, em cada passe, cita o touro e este acomete, o toureiro não mexe mais os pés, não rectifica o seu terreno. Templar é ao mesmo tempo coordenar a velocidade do engano com a do touro tentando condicionar a velocidade do animal com a que se imprime à muleta, o mais lenta possível. Mandar significa obrigar o touro a seguir um caminho determinado. Ele, que investiria a direito, é levado a investir à volta do toureiro em círculos. Os touros são animais tanto poderosos como perigosos e, quanto mais cansados, mais perigosos (qualquer fera é mais perigosa quando encurralada e o cansaço leva o touro a não investir senão de muito perto, pelo seguro e de forma áspera). A beleza do toureio reside no casamento perfeito da transmissão ao público do perigo com o domínio do animal pelo homem e a estética dos movimentos. Exemplo de um terceiro tércio de sonho: http://www.youtube.com/watch?v=MhCdGK9GDRI
  • 8. «E falta ainda a famosa Espada! O touro é atravessado por uma ESPADA de 80 cm de comprido, que pode destroçar-lhe o fígado, os pulmões, a pleura, etc., segundo o lugar por onde penetre no corpo do animal. De facto, quando destroça a grande artéria, o touro agoniza com enormes vómitos de sangue. Na hora de matar, se o touro tiver um pouco de sorte, morre duma estocada, mas não como se pensa duma estocada no coração, porque a espada penetra pulmões e diafragma, por vezes uma artéria maior, daí a hemorragia ser mais visível. Por vezes morrem afogados no seu próprio sangue…» Comento: O estoque deverá ter um máximo de 88 cm de lâmina. É com ele que se mata o touro, devendo a lâmina ser introduzida na cruz, ou seja no centro superior das agulhas, imediatamente a seguir ao morrilho pelo terceiro ou quarto espaços intercostais. Deve ser introduzido direito em relação à espinha dorsal e num angulo de 45º quanto à perpendicularidade das patas dianteiras. Desta maneira tocará algum dos vasos principais do espaço interpulmonar, aorta posterior, veia cava e a morte sobrevirá em instantes. Se ficar atravessada pode tocar os pulmões, provocando as golfadas de sangue descritas, mas não é isto que se pretende. Para matar o touro o toureiro coloca-se à sua frente, ergue a espada à altura dos seus olhos, fazendo pontaria à cruz, provoca a investida e avança também (ou espera a investida, recebendo, ou avança com o touro imóvel), cravando-lhe a espada.
  • 9. «E a Tortura continua... O touro, numa tentativa desesperada por sobreviver, resiste a cair, e tenta caminhar penosamente até à porta por onde o fizeram entrar, procurando uma saída a tanto maltrato e dor. Mas então apunhalam-no na nuca com o DESCABELLO, uma outra espada que termina numa lâmina de 10 cm. Apesar destes terríveis tormentos, o animal não consegue morrer de imediato pela sua grande força, mas finalmente cai ao solo, porque a espada foi destruindo os seus órgãos internos…» Comento: Se o touro, ferido de morte, se mantém em pé, deve ser descabellado, isto é, deve ser-lhe seccionada a espinal medula introduzindo a ponta de um estoque provido de uma cruzeta na extrema entre as primeiras vértebras cervicais. Assim se garante uma morte pronta e sem sofrimento. O touro deverá estar imóvel e oferecer a nuca ao toureiro, baixando a cabeça. Com este golpe a morte é imediata. Tudo o mais é fantasia histérica. «Mestres? Artistas? Valentes? Ou antes, Ignorantes, Assassinos e Cobardes… E prossegue… Rematam com a PUNTILLA de 10 cm, com a qual lhe tentam seccionar a espinal-medula, ao nível das vértebras atlas e axis. O touro fica assim paralisado, sem poder sequer realizar movimentos com os músculos respiratórios, pelo que morre por asfixia, muitas vezes afogado no seu próprio sangue, que lhe sai em grandes golfadas pela boca e pelo nariz.» Comento: caso não tenha sido descabellado nem tenha morrido fulminado, ao dobrar as mãos antes de morrer, efectua-se a mesma operação de seccionamento da espinal medula com um punhal de nome puntilla, assegurando a morte imediata do touro. Não há mais nada, nem golfadas nem afogamentos nem qualquer outro disparate. «O Arrasto… Após lhe terem destroçado as vértebras, o touro perde o controlo sobre o seu corpo desde o
  • 10. pescoço para baixo. No entanto, a cabeça mantém-se intacta, pelo que está consciente de todo o horror que lhe está a acontecer e de como está a ser arrastado para fora da arena.» Comento: Sem comentários, a ignorância é total, a demagogia impera, já que pretensamente, o animal, apesar de morto, afogado no seu próprio sangue afinal está vivo. Não há pachorra. «NÃO SEJAS INDIFERENTE À SUA DOR… Consegues ver a lágrima que lhe escorre pela face? Não participes nestes eventos. As corridas de touros são uma tradição cruel que nos denigre como seres humanos.» Comento: A lágrima é o toque final e demonstra ou a suma ignorância ou a patetice total. Os bovinos, como muitos outros animais, não choram (no sentido de produção de lágrimas) de dor. A sua demonstração exterior de dor é sonora (mugindo com certa entoação) e/ou corporal (contorcendo-se). Dispõem de glândulas lacrimais que têm uma função lubrificante e higiénica do olho. • Antonio Gala, ex-toureiro, nascido em 1937, escreveu na crónica dominical do “El País”, a 30 de Julho de 1995, um artigo no qual confessava a sua "conversão" a anti-taurino: “E de repente [o touro] olhou para mim. Com a inocência de todos os animais reflectida nos olhos, mas também implorando. Era a revolta contra a injustiça inexplicável, a súplica face à crueldade desnecessária...” Comento: Este é um exemplo da mistificação que corre a nível interplanetário, já tendo encontrado esta pseudo-citação em vários sites. A verdade é que António Gala nunca foi toureiro e não é, seguramente um anti-taurino. Trata-se de um dos mais proeminentes escritores espanhois. Poeta, dramaturgo, ensaista podem descobri-lo em: http://en.wikipedia.org/wiki/Antonio_Gala http://www.antoniogala.es Há alguns anos entrevistou um grande Toureiro, Morante de La Puebla, num encontro que ficou histórico e de que retiro apenas a citação "Yo llevo el toreo dentro de mí. Es la creación de la belleza." Para anti-taurino, não está mal. (https://elpais.com/diario/2006/08/15/ultima/1155592801_850215.html) «Reflecte, tal como eu… “A comiseração com os animais está tão intimamente unida com a bondade de carácter, que se pode afirmar que quem é cruel com os animais não pode ser boa pessoa.” Schopenhauer Só os psicopatas gozam com o sofrimento doutros! Tu és um deles? Reflecte! Rejeita-a!!! Esta é uma tradição degradante que NÃO deve continuar…» Comento: Adolf Hitler, vegano, tratava muito bem os animais. Era boa pessoa ? «Como podes Ajudar? • Não assistas a corridas de touros; • Não apoies políticos, artistas e comunicadores associados a esta crueldade; • Não consumas produtos de empresas que as patrocinem; • E o mais importante: Ensina os teus filhos a respeitarem os seres vivos…» Comento: Pensa pela tua cabeça, informa-te até dominares o tema e depois decide conforme achares que deve ser.
  • 11. «Se tudo isto te tocou ao menos um pouco o Coração, une-te a mim!!! E, difundindo estas imagens, farás com que quem desfruta destas festas selvagens tome consciência do que faz… Recorda que por cada e-mail que envies podes fazer mudar a maneira de pensar de muita gente…» Comento: Une-te a quem quiseres, difunde o que quiseres mas fá-lo com conhecimento de causa. Não vás em xaropadas só porque és boa pessoa e parece que têm razão.