1) O documento discute o abuso de animais selvagens em circos, incluindo elefantes, ursos e tigres, que sofrem maus-tratos nos treinos e transporte para forçá-los a realizar truques.
2) Os animais vivem em condições estressantes e pouco higiênicas, confinados em jaulas por longos períodos, e alguns já morreram devido a temperaturas extremas durante o transporte.
3) O documento defende que os circos podem ser divertidos sem o uso de anim
1. Abuso de Animais no Circo
OS ELEFANTES NUNCA ESQUECEM
Ana Rita Nascimento – nº31941
Docente: Alda Correia
Método de Trabalho Científico – 2010/2011
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Abuso de animais selvagens existe realmente na nossa sociedade e, todos os dias, esses
animais são maltratados. Não queremos acreditar que os animais sejam maltratados para que
façam todos os truques que vemos com as nossas famílias quando visitamos os circos que, todos
os anos, se instalam nas nossas cidades. Apenas vemos o que querem que vejamos, escondendo
de todos nós, o que se passa nos locais de treino destes indefesos animais, como são tratados e
ao que são submetidos quando são obrigados a aprender certos e determinados exercícios para
mostrar ao público no espectáculo seguinte.
A violência e a intimidação fazem parte da vida de todos os animais que vemos actuar no
circo. Ursos, elefantes, tigres e outros animais não actuam por sua própria vontade mas por
medo do que lhes pode acontecer se não obedecerem à voz do seu treinador1
. Quando actuam,
alguns animais ficam feridos, como é o caso dos leões ou tigres que saltam por entre um arco
em chamas. Esses animais chegam a ficar com queimaduras no seu corpo e, a maioria deles, não
tem sequer assistência veterinária. Durante os treinos, os treinadores sustêm arpões e colocam
nos animais coleiras de metal apertadas, usando muitas vezes choques eléctricos quando o
animal não cede aos seus mandos. Tal é o maltrato que os animais chegam a sangrar em pleno
treino. Mas não é apenas nos treinos diários que estes infelizes animais sofrem. A vida de um
circo é uma vida nómada. Um circo apenas pára para dar espectáculos em certo local e, dias
depois, estará de novo de volta à estrada, em caminho de outro local. Durante as
transportações, os animais estão confinados a jaulas nas quais mal de posem mexer e é lá que
comem, dormem e defecam. Tudo no mesmo local, não deixando de referir que muitos deles
são submetidos a altíssimas (ou baixíssimas) temperaturas durante as viagens e nunca são soltos
para poderem ter uns minutos de liberdade da sua jaula. Estes são obrigados a ficar presos
durante horas. Muitos animais já morreram devido a altas ou baixas temperaturas durante a sua
transportação. Todas estas más condições para os animais leva os próprios a situações de stress,
que poderão descarregar nos seus treinadores durante um qualquer espectáculo, altura em que
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“Circuses.” Peta. 23 de Novembro de 2010.
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se podem mover. Devido a essa sobrecarga de stress, em Agosto de 1994 no Havai, um
treinador de elefantes foi morto durante um espectáculo, em frente a dezenas de espectadores
que assistiam. O elefante acabou por fugir do recinto circense, correndo pelas ruas da cidade de
Honolulu, até ser sido abatida pela polícia com quase cem balas2
.
Os circos são perigosos tanto para os animais como para as pessoas que assistem uma vez
que mesmo as pequenas voltas que as crianças dão em cima dos elefantes, durante os intervalos
do espectáculo, as põe em alto risco.
Desde 1985, mais de 150 pessoas foram mortas ou ficaram brutalmente
feridas por elefantes em cativeiro que quebraram as suas correntes ou
escaparam dos seus treinadores3
.
Para além do stress causado nestes animais, o circo quebra as leis da Natureza, ao separar,
por exemplo, os elefantes, criaturas estas que vivem socialmente na sua vida selvagem, das suas
pequenas crias. Os elefantes caminham vários quilómetros em grupo todos os dias fora de
cativeiro mas, nos circos, os elefantes têm duas das suas patas acorrentadas sem sequer
poderem dar um passo em frente, apenas o podem fazer durante os espectáculos.
Felizmente, este assunto ganhou importância ao longo dos anos mas, mesmo assim, há
animais que continuam a ser torturados para o nosso próprio prazer4
.
O circo pode ser também divertido sem o uso de animais nos espectáculos. Podemos ver os
casos de famosos circos como o Cirque du Soleil e o Cirque Éloize5
. Os seus espectáculos são
apenas constituídos de actuações com acrobatas, contorcionistas, palhaços, malabaristas,
equilibristas, trapezistas, entre outros. A sociedade pode achar que um circo sem animais é um
circo sem toda aquela alma de que estão habituados a ver desde a sua infância. Mas preferimos
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“Circuses: Three Rings of Abuse”. Mercy For Animals
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“The Circus: It’s modern slavery”. Idausa
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Ibdem.
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“Circuses.” Peta. 23 de Novembro de 2010.
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nós assistir a espectáculos circenses em que sabemos que aqueles animais que fazem todos
aqueles fantásticos truques são maltratados pelos seus treinadores, animais assustados de tudo
o que os rodeia em vez de assistirmos a circos onde a inteligência e capacidade humana é posta
à prova? Os animais não podem dizer “não” ao que são obrigados a fazer. Desta forma,
assistamos nós à sua vontade de viver em liberdade e digamos nós “não” por eles. E teremos de
nós lembrar que “os elefantes não esquecem”, nem perdoam.
Bibliografia
“Circuses: Three Rings of Abuse”. Mercy For Animals < www.mercyforanimals.org/5outrage03.html >
“The Circus: It’s modern slavery”. Idausa. < www.idausa.org/campaigns/animal_ent/circuses/circus.html >
“Circuses.” Peta. < www.peta.org/issues/animals-in-entertainment/Circuses.aspx >
“Circuses: Three Rings of Abuse”. Mercy For Animals < www.mercyforanimals.org/5outrage03.html >
Ojeda, Auriana. The Rights of Animals. San Diego, CA. Greenhaven Press 2004.