SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 34
MED SUTURE
Do Básico ao Avançado
2
#2 – Manejo e Avaliação de
Feridas
Traumatismos superficiais –
ferimentos
Do ponto de vista orgânico entende-se por traumatismo
as lesões sofridas por qualquer tecido dentro da sua
integridade anatômica. Pode ser superficial ou
profundo.
Superficial: quando o agente causador atinge a pele,
tecido celular subcutâneo ou mesmo as aponeuroses e
músculos.
3
Profundo: comprometimento de estruturas nobres ou
profundas (nervos, tendões, vasos, ossos ou vísceras) o
traumatismo é considerado profundo.
4
Conceitos
As feridas são consequências de uma agressão por um
agente ao tecido vivo. Podem ser classificadas de várias
maneiras:
• Tipo de agente causal
• Grau de contaminação
• Tempo do traumatismo
• Profundidade das lesões
1. Quanto ao agente causal
1.1 Incisas ou cortantes: são provadas por
agentes cortantes, como faca, bisturi, lâminas e
outros.
Cortantes: há o predomínio do comprimento sobre
a profundidade, bordas regulares e nítidas,
geralmente retilíneas.
Na ferida incisa o corte geralmente possui
profundidade igual de um extremo à outro da
lesão, e em seu centro mais profundo.
5
2. Corto-contusas
Nesse caso, o agente não tem corte tão acentuado,
sendo que a força do traumatismo é que causa a penetração do
instrumento, tendo como exemplos o machado, a tesoura e os
dentes.
São lesões normalmente graves e determinam uma
variedade de ferimentos, inclusive fraturas.
6
3. Perfurante
São ocasionadas por agentes longos e pontiagudos como
prego, alfinete e outros. Pode ser transfixante quando
atravessa um órgão, estando sua gravidade na importância
deste órgão.
7
4. Perfuro-contusas
São ocasionadas por arma de fogo, podendo
existir dois orifícios, o de entrada e o de saída.
Mnemônico: toda PAF é PC.
8
mnemônico
5. Lácero-contusas
Os mecanismos mais frequentes são a compressão: a pele é
esmagada de encontro ao plano subjacente, ou por tração
(rasgo ou "arrancamento" tecidual).
Exemplo clássico de mordida animal (perda de substâncias,
estreladas).
9
6. Perfuro-incisas **
Provocadas por instrumento perfuro-cortante que possuem
gume e ponta (punhal, faz ferida triangular). Externamente
poderemos ter uma pequena marca na pele, porém
profundamente podemos ter comprometimento de órgãos
importantes.
10
7. Escoriações
A lesão surge tangencialmente à superfície cutânea, com
arrancamento da pele.
11
8. Equimoses e hematomas
Equimose: : mancha escura ou azulada devida a uma
infiltração difusa de sangue no tecido subcutâneo. Na
maior parte dos casos, aparece após um traumatismo,
mas pode também aparecer espontaneamente em
sujeitos que apresentam fragilidade capilar ou uma
coagulopatia.
Hematoma: é o acumulo de sangue em um órgão ou
tecido, geralmente bem localizado e definido,
normalmente causado por traumatismo (pancadas) e
alterações sanguíneas. Há aumento da espessura.
12
http://rmfisiodermatofuncional.blogspot.com/2016/05/diferenca-entre-hematoma-e-
equimose.html
13
Quanto ao grau de contaminação
Importante classificação! Mandatória para definição do
tratamento a ser instituído (antibioticoterapia). Fornece a
probabilidade e riscos quanto ao desenvolvimento de
infecções.
1. Limpas: produzidas em ambiente cirúrgico de forma
ELETIVA, não sendo abordado sistema digestório,
respiratório e gênito-urinário obrigatoriamente. Desta
forma, a infecção da ferida é baixa, de 1 a 5%.
2. Limpas-contaminadas ou potencialmente
contaminadas: Há contaminação grosseira, como nas
ocasionadas por faca de cozinha, ou nas situações cirúrgicas
que há abertura dos sistemas. Risco de infecção de 3 a 11%
14
Quanto ao grau de contaminação
3. Contaminadas: há reação inflamatória, pois são as
que tiveram contato com material como terra, fezes,
etc. Também são consideradas contaminadas aquelas
em que já se passou seis horas após o ato que resultou
na ferida. O risco de infecção da ferida já atinge de 10 a
17%.
4. Infectadas: apresentam sinais nítidos de infecção.
Risco iminente!
15
Vamos fazer um quiz?
16
17
Classifique – Historia 2
18
Classifique – Historia 3
19
Classifique – Historia 4
20
Classifique – Historia
5
21
Classifique – Historia 6
Quanto ao grau de contaminação
Importante classificação! Mandatória para definição do
tratamento a ser instituído (antibioticoterapia). Fornece a
probabilidade e riscos quanto ao desenvolvimento de
infecções.
1. Limpas: produzidas em ambiente cirúrgico de forma
ELETIVA, não sendo abordado sistema digestório,
respiratório e gênito-urinário obrigatoriamente. Desta
forma, a infecção da ferida é baixa, de 1 a 5%.
2. Limpas-contaminadas ou potencialmente
contaminadas: Há contaminação grosseira, como nas
ocasionadas por faca de cozinha, ou nas situações cirúrgicas
que há abertura dos sistemas citados acima. Risco de
infecção de 3 a 11% 22
23
Cicatrização
Fases da Cicatrização
 Fase inflamatória (1-4 dias)
 Fase proliferativa (5-14 dias)
 Fase remodeladora (15º dia a 1-2 anos)
24
Fase Inflamatória
Inicia-se no exato momento da lesão. Envolve a
migração de plaquetas, hemácias e fibrina, selando as bordas
da ferida, ainda sem valor mecânico, mas facilitando as
trocas. O coágulo formado estabelece uma barreira
impermeabilizante que protege da contaminação.
Liberação de histamina, serotinina e bradicinina
(vasodilatação), logo sinais inflamatórios.
25
Fase remodeladora (15º dia a 1-2 anos)
A maturação da ferida após a 3 semana caracteriza-se por
aumento da resistência, porém, sem aumento da
qualidade de colágeno. Equilíbrio de produção e destruição
das fibras de colágeno neste período, por ação da
colagenase.
Fase de maturação dura toda a vida da ferida, força tênsil
e qualidade trófica, após um ano em 70 a 80% da pele
intacta.
26
Resultados indesejados (Inflamatória)
 Observar sinais inflamatórios
 Sítio cirúrgico reepitelizado em 72hs
 Força tênsil é pequena
 Mudança da coloração da incisão
27
Inflamatório
28
Mensuração do
resultado
Resultados
desejados
Resultados
indesejados
Cor da incisão Vermelha, bordas
aproximadas
Vermelha, bordas
aproximadas, mas tensão
evidente na linha de
incisão
Inflamação do
tecido adjacente
Tumefação,
vermelhidão, ou
despigmentação da
pele; calor, dor
Nenhum sinal de
inflamação, pouca dor no
sítio cirúrgico, formação
de hematoma.
Tipo de drenagem Sanguinolenta,
progredindo para
serosa
Não se aplica
Quantidade de
drenagem
De moderada a
mínima
Não se aplica
Material de sutura Presente podem ser
suturas ou grampos
Não se aplica
Novo tecido Presente por volta
do 4 ° dia ao longo
de toda incisão
Ausente ao longo de
toda incisão
Cicatrização das
bordas
Ausente Ausente
Fase proliferativa
Palpação: observa-se halo cicatricial
Diminuição do exsudato
Observar a coloração e palpar o tecido subjacente
Remover os fios de sutura entre o 7° e o 10° dia de PO.
Observar presença de complicações associadas à
cicatrização de feridas, como: sangramentos,
deiscência, evisceração, infecções e formação de
fístulas.
29
Avaliação para retirada de pontos
Critérios: Ausência de sinais flogísticos
Ausência de tensão na linha de sutura
Presença de halo cicatricial pela palpação
Situação clínica do cliente
Localização topográfica e o tamanho da ferida
30
Área do corpo Dias
Tronco 6-14
Membros 10-21
Articulações 14
31
A próxima aula é mais top ainda!
32
Dúvidas?
33
REFERÊNCIAS
• FERREIRA, AM; ANDRADE, D. Sítio cirúrgico:
avaliação e intervenções de enfermagem no pós-
operatório, Arq. Ciênc Saúde 2006 janmarç; 13
(1): 27-33.
• CAMPOS, ACL,BORGES-BRANCO A,GROTH AK.
Cicatrização de feridas. ABCD Arq Bras Cir Dig,
2007; 20 (1): 51-8.
• FERREIRA, AM; ANDRADE, D. Revisão integrativa
da técnica limpa e estéril: consensos e
controvérsias na realização de curativos.
34
Obrigado!

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Aula 02 - Feridas.pptx

26967547 feridas-e-curativos
26967547 feridas-e-curativos26967547 feridas-e-curativos
26967547 feridas-e-curativos
Maria Alves Silva
 
Apostila de enfermagem_-_apostila_tratamento_de_feridas,_cicatrização_e_curat...
Apostila de enfermagem_-_apostila_tratamento_de_feridas,_cicatrização_e_curat...Apostila de enfermagem_-_apostila_tratamento_de_feridas,_cicatrização_e_curat...
Apostila de enfermagem_-_apostila_tratamento_de_feridas,_cicatrização_e_curat...
Claudio Ribeiro
 
Feridas E Curativos
Feridas E CurativosFeridas E Curativos
Feridas E Curativos
tecnicas
 

Semelhante a Aula 02 - Feridas.pptx (20)

aula feridas 1.ppt
aula feridas 1.pptaula feridas 1.ppt
aula feridas 1.ppt
 
AULA - FERIDAS E CURATIVOS.pdf
AULA - FERIDAS E CURATIVOS.pdfAULA - FERIDAS E CURATIVOS.pdf
AULA - FERIDAS E CURATIVOS.pdf
 
Feridas x curativo
Feridas x curativoFeridas x curativo
Feridas x curativo
 
Ps ferimentos db
Ps ferimentos dbPs ferimentos db
Ps ferimentos db
 
Traumatologia Forense
Traumatologia ForenseTraumatologia Forense
Traumatologia Forense
 
Ulcera Por Pressao 1
Ulcera Por Pressao 1Ulcera Por Pressao 1
Ulcera Por Pressao 1
 
26967547 feridas-e-curativos
26967547 feridas-e-curativos26967547 feridas-e-curativos
26967547 feridas-e-curativos
 
Feridas.pdf
Feridas.pdfFeridas.pdf
Feridas.pdf
 
Feridas
FeridasFeridas
Feridas
 
Feridas - FSA
Feridas - FSAFeridas - FSA
Feridas - FSA
 
Tc lesaopressao
Tc lesaopressaoTc lesaopressao
Tc lesaopressao
 
Apostila de enfermagem_-_apostila_tratamento_de_feridas,_cicatrização_e_curat...
Apostila de enfermagem_-_apostila_tratamento_de_feridas,_cicatrização_e_curat...Apostila de enfermagem_-_apostila_tratamento_de_feridas,_cicatrização_e_curat...
Apostila de enfermagem_-_apostila_tratamento_de_feridas,_cicatrização_e_curat...
 
Fraturas Expostas
Fraturas ExpostasFraturas Expostas
Fraturas Expostas
 
Guia feridas
Guia feridasGuia feridas
Guia feridas
 
Guia feridas
Guia feridasGuia feridas
Guia feridas
 
Feridas e Curativos.pptx
Feridas e Curativos.pptxFeridas e Curativos.pptx
Feridas e Curativos.pptx
 
Fratura Exposta Dr Omar Mohamad M. Abdallah
Fratura Exposta Dr Omar Mohamad M. AbdallahFratura Exposta Dr Omar Mohamad M. Abdallah
Fratura Exposta Dr Omar Mohamad M. Abdallah
 
Feridas E Curativos
Feridas E CurativosFeridas E Curativos
Feridas E Curativos
 
Curativo
CurativoCurativo
Curativo
 
Curativos e drenos.ppt
Curativos e drenos.pptCurativos e drenos.ppt
Curativos e drenos.ppt
 

Último

Moxa-tonificação-e-dispersão.pdf medicina tradicional chinesa
Moxa-tonificação-e-dispersão.pdf medicina tradicional chinesaMoxa-tonificação-e-dispersão.pdf medicina tradicional chinesa
Moxa-tonificação-e-dispersão.pdf medicina tradicional chinesa
DeboraMarques55
 
Roda de Conversas: serviço social, saude mental e redes de apoio social
Roda de Conversas: serviço social, saude mental e redes de apoio socialRoda de Conversas: serviço social, saude mental e redes de apoio social
Roda de Conversas: serviço social, saude mental e redes de apoio social
recomecodireccao
 
trabalho de MARIA ALICE PRONTO.pdf saude
trabalho de MARIA ALICE PRONTO.pdf saudetrabalho de MARIA ALICE PRONTO.pdf saude
trabalho de MARIA ALICE PRONTO.pdf saude
Jarley Oliveira
 
trabalho de MARIA ALICE PRONTO.pdfhggghyg
trabalho de MARIA ALICE PRONTO.pdfhggghygtrabalho de MARIA ALICE PRONTO.pdfhggghyg
trabalho de MARIA ALICE PRONTO.pdfhggghyg
Jarley Oliveira
 

Último (17)

Aula 1 - farmacocinética e farmacodinâmica-2.pdf
Aula 1 - farmacocinética e farmacodinâmica-2.pdfAula 1 - farmacocinética e farmacodinâmica-2.pdf
Aula 1 - farmacocinética e farmacodinâmica-2.pdf
 
Doenças preveníveis por vacina no âmbito do sus
Doenças preveníveis por vacina no âmbito do susDoenças preveníveis por vacina no âmbito do sus
Doenças preveníveis por vacina no âmbito do sus
 
Aula 4 Técnica dietética aplicada para ATLETAS.ppt
Aula 4 Técnica dietética aplicada para  ATLETAS.pptAula 4 Técnica dietética aplicada para  ATLETAS.ppt
Aula 4 Técnica dietética aplicada para ATLETAS.ppt
 
Enfermagem em Centro Cirúrgico na prática
Enfermagem em Centro Cirúrgico na práticaEnfermagem em Centro Cirúrgico na prática
Enfermagem em Centro Cirúrgico na prática
 
Aula - Renimação Cardiopulmonar, RCP, PCR.pdf
Aula - Renimação Cardiopulmonar, RCP, PCR.pdfAula - Renimação Cardiopulmonar, RCP, PCR.pdf
Aula - Renimação Cardiopulmonar, RCP, PCR.pdf
 
AULA 5 - Conceitos Gerais da Psicologia Científica e Metodologia de Pesquisa....
AULA 5 - Conceitos Gerais da Psicologia Científica e Metodologia de Pesquisa....AULA 5 - Conceitos Gerais da Psicologia Científica e Metodologia de Pesquisa....
AULA 5 - Conceitos Gerais da Psicologia Científica e Metodologia de Pesquisa....
 
Aula 1 - Enf. em pacientes críticos, conhecendo a UTI e sinais vitais.pdf
Aula 1 - Enf. em pacientes críticos, conhecendo a UTI e sinais vitais.pdfAula 1 - Enf. em pacientes críticos, conhecendo a UTI e sinais vitais.pdf
Aula 1 - Enf. em pacientes críticos, conhecendo a UTI e sinais vitais.pdf
 
Moxa-tonificação-e-dispersão.pdf medicina tradicional chinesa
Moxa-tonificação-e-dispersão.pdf medicina tradicional chinesaMoxa-tonificação-e-dispersão.pdf medicina tradicional chinesa
Moxa-tonificação-e-dispersão.pdf medicina tradicional chinesa
 
Aula 1 - Teorias da Administração para técnicos de enfermagem.pdf
Aula 1 - Teorias da Administração para técnicos de enfermagem.pdfAula 1 - Teorias da Administração para técnicos de enfermagem.pdf
Aula 1 - Teorias da Administração para técnicos de enfermagem.pdf
 
Humanização em enfermagem slides pptx...
Humanização em enfermagem slides pptx...Humanização em enfermagem slides pptx...
Humanização em enfermagem slides pptx...
 
Protozooses.Reino Protista: Protozooses Curso Técnico: Agente Comunitário de ...
Protozooses.Reino Protista: ProtozoosesCurso Técnico: Agente Comunitário de ...Protozooses.Reino Protista: ProtozoosesCurso Técnico: Agente Comunitário de ...
Protozooses.Reino Protista: Protozooses Curso Técnico: Agente Comunitário de ...
 
Roda de Conversas: serviço social, saude mental e redes de apoio social
Roda de Conversas: serviço social, saude mental e redes de apoio socialRoda de Conversas: serviço social, saude mental e redes de apoio social
Roda de Conversas: serviço social, saude mental e redes de apoio social
 
trabalho de MARIA ALICE PRONTO.pdf saude
trabalho de MARIA ALICE PRONTO.pdf saudetrabalho de MARIA ALICE PRONTO.pdf saude
trabalho de MARIA ALICE PRONTO.pdf saude
 
trabalho de MARIA ALICE PRONTO.pdfhggghyg
trabalho de MARIA ALICE PRONTO.pdfhggghygtrabalho de MARIA ALICE PRONTO.pdfhggghyg
trabalho de MARIA ALICE PRONTO.pdfhggghyg
 
Segurança Viária e Transporte de Passageiros em Motocicleta em Quatro Capit...
Segurança Viária e Transporte de Passageiros em Motocicleta em Quatro Capit...Segurança Viária e Transporte de Passageiros em Motocicleta em Quatro Capit...
Segurança Viária e Transporte de Passageiros em Motocicleta em Quatro Capit...
 
Aula 3. Introdução às ligações quimicas.pptx
Aula 3. Introdução às ligações quimicas.pptxAula 3. Introdução às ligações quimicas.pptx
Aula 3. Introdução às ligações quimicas.pptx
 
Aula 1-2 - Farmacologia, posologia, 13 certos, farmacodinamica (1).pdf
Aula 1-2 - Farmacologia, posologia, 13 certos, farmacodinamica (1).pdfAula 1-2 - Farmacologia, posologia, 13 certos, farmacodinamica (1).pdf
Aula 1-2 - Farmacologia, posologia, 13 certos, farmacodinamica (1).pdf
 

Aula 02 - Feridas.pptx

  • 1. MED SUTURE Do Básico ao Avançado
  • 2. 2 #2 – Manejo e Avaliação de Feridas
  • 3. Traumatismos superficiais – ferimentos Do ponto de vista orgânico entende-se por traumatismo as lesões sofridas por qualquer tecido dentro da sua integridade anatômica. Pode ser superficial ou profundo. Superficial: quando o agente causador atinge a pele, tecido celular subcutâneo ou mesmo as aponeuroses e músculos. 3 Profundo: comprometimento de estruturas nobres ou profundas (nervos, tendões, vasos, ossos ou vísceras) o traumatismo é considerado profundo.
  • 4. 4 Conceitos As feridas são consequências de uma agressão por um agente ao tecido vivo. Podem ser classificadas de várias maneiras: • Tipo de agente causal • Grau de contaminação • Tempo do traumatismo • Profundidade das lesões
  • 5. 1. Quanto ao agente causal 1.1 Incisas ou cortantes: são provadas por agentes cortantes, como faca, bisturi, lâminas e outros. Cortantes: há o predomínio do comprimento sobre a profundidade, bordas regulares e nítidas, geralmente retilíneas. Na ferida incisa o corte geralmente possui profundidade igual de um extremo à outro da lesão, e em seu centro mais profundo. 5
  • 6. 2. Corto-contusas Nesse caso, o agente não tem corte tão acentuado, sendo que a força do traumatismo é que causa a penetração do instrumento, tendo como exemplos o machado, a tesoura e os dentes. São lesões normalmente graves e determinam uma variedade de ferimentos, inclusive fraturas. 6
  • 7. 3. Perfurante São ocasionadas por agentes longos e pontiagudos como prego, alfinete e outros. Pode ser transfixante quando atravessa um órgão, estando sua gravidade na importância deste órgão. 7
  • 8. 4. Perfuro-contusas São ocasionadas por arma de fogo, podendo existir dois orifícios, o de entrada e o de saída. Mnemônico: toda PAF é PC. 8 mnemônico
  • 9. 5. Lácero-contusas Os mecanismos mais frequentes são a compressão: a pele é esmagada de encontro ao plano subjacente, ou por tração (rasgo ou "arrancamento" tecidual). Exemplo clássico de mordida animal (perda de substâncias, estreladas). 9
  • 10. 6. Perfuro-incisas ** Provocadas por instrumento perfuro-cortante que possuem gume e ponta (punhal, faz ferida triangular). Externamente poderemos ter uma pequena marca na pele, porém profundamente podemos ter comprometimento de órgãos importantes. 10
  • 11. 7. Escoriações A lesão surge tangencialmente à superfície cutânea, com arrancamento da pele. 11
  • 12. 8. Equimoses e hematomas Equimose: : mancha escura ou azulada devida a uma infiltração difusa de sangue no tecido subcutâneo. Na maior parte dos casos, aparece após um traumatismo, mas pode também aparecer espontaneamente em sujeitos que apresentam fragilidade capilar ou uma coagulopatia. Hematoma: é o acumulo de sangue em um órgão ou tecido, geralmente bem localizado e definido, normalmente causado por traumatismo (pancadas) e alterações sanguíneas. Há aumento da espessura. 12
  • 14. Quanto ao grau de contaminação Importante classificação! Mandatória para definição do tratamento a ser instituído (antibioticoterapia). Fornece a probabilidade e riscos quanto ao desenvolvimento de infecções. 1. Limpas: produzidas em ambiente cirúrgico de forma ELETIVA, não sendo abordado sistema digestório, respiratório e gênito-urinário obrigatoriamente. Desta forma, a infecção da ferida é baixa, de 1 a 5%. 2. Limpas-contaminadas ou potencialmente contaminadas: Há contaminação grosseira, como nas ocasionadas por faca de cozinha, ou nas situações cirúrgicas que há abertura dos sistemas. Risco de infecção de 3 a 11% 14
  • 15. Quanto ao grau de contaminação 3. Contaminadas: há reação inflamatória, pois são as que tiveram contato com material como terra, fezes, etc. Também são consideradas contaminadas aquelas em que já se passou seis horas após o ato que resultou na ferida. O risco de infecção da ferida já atinge de 10 a 17%. 4. Infectadas: apresentam sinais nítidos de infecção. Risco iminente! 15
  • 16. Vamos fazer um quiz? 16
  • 22. Quanto ao grau de contaminação Importante classificação! Mandatória para definição do tratamento a ser instituído (antibioticoterapia). Fornece a probabilidade e riscos quanto ao desenvolvimento de infecções. 1. Limpas: produzidas em ambiente cirúrgico de forma ELETIVA, não sendo abordado sistema digestório, respiratório e gênito-urinário obrigatoriamente. Desta forma, a infecção da ferida é baixa, de 1 a 5%. 2. Limpas-contaminadas ou potencialmente contaminadas: Há contaminação grosseira, como nas ocasionadas por faca de cozinha, ou nas situações cirúrgicas que há abertura dos sistemas citados acima. Risco de infecção de 3 a 11% 22
  • 24. Fases da Cicatrização  Fase inflamatória (1-4 dias)  Fase proliferativa (5-14 dias)  Fase remodeladora (15º dia a 1-2 anos) 24
  • 25. Fase Inflamatória Inicia-se no exato momento da lesão. Envolve a migração de plaquetas, hemácias e fibrina, selando as bordas da ferida, ainda sem valor mecânico, mas facilitando as trocas. O coágulo formado estabelece uma barreira impermeabilizante que protege da contaminação. Liberação de histamina, serotinina e bradicinina (vasodilatação), logo sinais inflamatórios. 25
  • 26. Fase remodeladora (15º dia a 1-2 anos) A maturação da ferida após a 3 semana caracteriza-se por aumento da resistência, porém, sem aumento da qualidade de colágeno. Equilíbrio de produção e destruição das fibras de colágeno neste período, por ação da colagenase. Fase de maturação dura toda a vida da ferida, força tênsil e qualidade trófica, após um ano em 70 a 80% da pele intacta. 26
  • 27. Resultados indesejados (Inflamatória)  Observar sinais inflamatórios  Sítio cirúrgico reepitelizado em 72hs  Força tênsil é pequena  Mudança da coloração da incisão 27
  • 28. Inflamatório 28 Mensuração do resultado Resultados desejados Resultados indesejados Cor da incisão Vermelha, bordas aproximadas Vermelha, bordas aproximadas, mas tensão evidente na linha de incisão Inflamação do tecido adjacente Tumefação, vermelhidão, ou despigmentação da pele; calor, dor Nenhum sinal de inflamação, pouca dor no sítio cirúrgico, formação de hematoma. Tipo de drenagem Sanguinolenta, progredindo para serosa Não se aplica Quantidade de drenagem De moderada a mínima Não se aplica Material de sutura Presente podem ser suturas ou grampos Não se aplica Novo tecido Presente por volta do 4 ° dia ao longo de toda incisão Ausente ao longo de toda incisão Cicatrização das bordas Ausente Ausente
  • 29. Fase proliferativa Palpação: observa-se halo cicatricial Diminuição do exsudato Observar a coloração e palpar o tecido subjacente Remover os fios de sutura entre o 7° e o 10° dia de PO. Observar presença de complicações associadas à cicatrização de feridas, como: sangramentos, deiscência, evisceração, infecções e formação de fístulas. 29
  • 30. Avaliação para retirada de pontos Critérios: Ausência de sinais flogísticos Ausência de tensão na linha de sutura Presença de halo cicatricial pela palpação Situação clínica do cliente Localização topográfica e o tamanho da ferida 30 Área do corpo Dias Tronco 6-14 Membros 10-21 Articulações 14
  • 31. 31 A próxima aula é mais top ainda!
  • 33. 33 REFERÊNCIAS • FERREIRA, AM; ANDRADE, D. Sítio cirúrgico: avaliação e intervenções de enfermagem no pós- operatório, Arq. Ciênc Saúde 2006 janmarç; 13 (1): 27-33. • CAMPOS, ACL,BORGES-BRANCO A,GROTH AK. Cicatrização de feridas. ABCD Arq Bras Cir Dig, 2007; 20 (1): 51-8. • FERREIRA, AM; ANDRADE, D. Revisão integrativa da técnica limpa e estéril: consensos e controvérsias na realização de curativos.

Notas do Editor

  1. A equimose ocorre quando o sangue extravasado se infiltra e coagula nas malhas do tecido, já o hematoma são coleções sanguíneas produzidas pelo sangue derramado que descola da pele.
  2. Perfurante
  3. Lacero-contusa
  4. Perfuro-incisa
  5. Corto-contusa ou perfurante
  6. Perfuro-incisa