Olá,
Compartilho aqui os slides que preparei para aula 44 da Escola de Aprendizes do Evagelho. Devo dizer que essa aula, sem dúvida alguma, é uma das aulas mais impactantes que já preparei. Já ministrei ela muitas vezes e em todas eu aprendo algo novo e me emociono, e isso costuma acontecer com alguns alunos que assitem a essa aula também.
Meu objetivo com o compartilhamento desses slides é unicamente buscar, de alguma forma, ajudar no estudo e na divulgação do legado do Cristo Jesus sob a ótica da Doutrina Espírita.
Naturalmente esses slides não exaurem o tema "O Calvário" e também não tem a pretensão de impor nenhuma crença ou regra, mas tão somente gerar crítica e talvez o despertamento para que você continue seus estudos da forma que julgar melhor.
Um abraço fraterno,
Lilian
2. OBJETIVO
Refletir sobre o desfecho da tarefa de Jesus enquanto encarnado no nosso planeta,
lembrando que talvez nós ainda não consigamos entender a grandeza deste amor.
Muitas vezes, nós só conseguimos entender a dor material e é por isso que ela ainda
nos é tão impactante.
Nessa aula, além da dor de quem foi modelo de vida, veremos também o
desprendimento e o sacrifício de quem nos ama por demais e quis cravar em nossos
corações a sua passagem, para que ela não fosse em vão e se perpetuasse por
toda a nossa existência.
3. BIBLIOGRAFIA
• Bíblia – Novo Testamento – Paulinas;
• Redentor – Edgar Armond;
• Sabedoria do Evangelho – Carlos Torres Pastorino – Volumes VII. E VIII;
• Revista Época – Globo – O Julgamento
(http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG63178-6014,00.html)
• O Sublime Peregrino – Ramatis;
• Estudos Espíritas do Evangelho – Therezinha de Oliveira;
• Emoções que curam – Ermance Dufaux
• www.espirito.org.br
4. REFLEXÃO INICIAL
No livro O Sublime Peregrino, Ramatis explica que o sacrifício supremo de Jesus nunca poderia
ter sido a morte na cruz. O Mestre sabia do fim que o aguardava na Terra. E sua consciência
angélica jamais consideraria aquilo uma tragédia, mas coisa normal e esperada.
O autor diz que o grande sacrifício do Senhor foi sua descida vibratória, por cerca de 1000 anos
terrestres, para poder reencarnar. Jesus teve de reconstituir seus antiquíssimos corpos astrais,
cada vez mais densos, como se estivesse voltando ao passado.
5. DEFINIÇÃO DE CALVÁRIO OU GÓLGOTA
substantivo masculino
1. Lugar de crucificações (Gólgota ou monte Calvário) situado nos arredores de Jerusalém,
onde Jesus Cristo foi martirizado e morto.
2. POR EXT Elevação de terreno, outeiro, em que se planta uma cruz para representar esse
lugar.
3. Qualquer elevação de terreno, de difícil ascensão, em cujo topo se erguem capelas ou
igrejas, e em que, na Quaresma, são representados os passos da Paixão de Cristo.
4. LITURG, CATOL Altar em que se expõe uma cruz e a imagem de Maria, durante as
representações da Paixão de Cristo.
5. REL, PINT, ESCULT Qualquer representação da cena da crucificação de Jesus, em pintura ou
escultura.
6. FIG Sofrimento contínuo, sem descanso; martírio, tormento, tortura.
7. FIG, COLOQ Trabalho difícil, acompanhado de muito esforço e grande aflição.
6. MONTE GÓLGOTA
Calvário ou Gólgota é o nome dado à colina na
qual Jesus foi crucificado e que, na época de
Cristo, ficava fora da cidade de Jerusalém. O
termo “Gólgota” significa "caveira", referindo-se a
uma colina ou platô que contém uma pilha de
crânios ou a um acidente geográfico que se
assemelha a um crânio.
7. A CRUCIFICAÇÃO NO MUNDO ANTIGO
A crucificação como pena era muito difundida na antiguidade. Aparece sob várias formas entre
numerosos povos do mundo antigo, mesmo entre os gregos. (...) Era uma punição política e
militar.
Entre os romanos era aplicada sobretudo às classes inferiores, isto é, escravos, criminosos
violentos e rebeldes. Os romanos faziam a crucificação em 3 fases: flagellation (flagelação),
crucifixion (colocação na cruz) e crurifragium (ato de quebrar as pernas para acelerar a morte).
Através da humilhação extrema, com a exibição pública da vítima nua em um lugar
proeminente, como cruzamentos, teatro ou em elevações no local do crime, os romanos
desejavam intimidar o povo pelo exemplo e medo.
O judeu em particular era muito ciente disso. (...) A crucificação era agravada ainda mais pelo
fato de que com muita frequência suas vítimas nunca eram enterradas.
A vítima crucificada servia de alimento para animais selvagens e pássaros predadores. Desse
modo, a desgraça era tornada completa. O significado para um homem, na antiguidade, de ter
recusado o seu sepultamento e a desonra que vinha com isso, dificilmente pode ser avaliado
pelo homem moderno.
8. A CRUZ
Não era alta e imponente como imaginaram os
pintores renascentistas e os cineastas americanos.
Era baixa, acanhada, quase insignificante em sua
crueldade.
Fabricada a partir de uma árvore de pequeno
porte, a oliveira palestinense, a cruz não excedia
a altura de um homem. Para acomodar-se nela, a
vítima em geral devia ser pregada com os joelhos
dobrados.
9. A única vítima da
crucificação já
descoberta tinha um
prego no seu
calcanhar.
Fonte: https://www.nationalgeographic.com/magazine/2017/12/jesus-tomb-archaeology/
Pegros de ferro eram raros
e valiosos, de modo que os
romanos usavam cordas
com mais frequência do
que pregos.
A tradição da igreja
diz que o apóstolo
Pedro foi crucificado
de cabeça para
baixo.
Jesus é
tradicionalmente
retratado com os pés
e mãos pregados na
Cruz.
Forma muito dolorosa.
O apoio de pé prolonga
a morte por asfixia.
10. A FLAGELAÇÃO
A flagelação era considerada o segundo pior castigo,
perdia apenas para a crucificação.
Nela o réu era despido de suas vestes e homens
treinados o chicoteavam com chicotes especiais
conhecidos como flagerum.
Geralmente o resultado era que o réu desmaiava de
dor. Eles “acordavam-no" para continuar com o
tormento. O chicote abria profundos rasgos no corpo, o
que gerava perda de sangue e o deixava em “carne
viva”. Muitas vezes os golpes certeiros dados em uma
mesma área provocavam a laceração dos músculos.
Áreas sensíveis como o fígado, artérias do pescoço e
coração podiam sofrer danos irreversíveis, o que podia
provocar a morte do réu. Porém, o objetivo não era
matar, mas torturar para facilitar a morte, por isso não
era qualquer um podia chicotear. William Adolphe Bouguereau
Curisidade: na série Outlander (NETFLIX) há uma cena
que retrata com realismo como seria uma flagelação
feita por um soldado com conhecimento.
12. AGRAVANTES NA FLAGELAÇÃO DE JESUS
a) Os mercenários que compunham o exército romano na região eram originários
principalmente da Síria, da Samária e de outras regiões próximas. Em comum eles tinham o
ódio pelos judeus. Portanto, quando eles tiveram que flagelar o “rei dos Judeus” eles devem
ter feito isto com uma violência especial.
b) O fato deles terem colocado a coroa de espinhos em Jesus demonstra o quanto eles
queriam que ele sofresse.
c) O fato de Jesus não ter conseguido carregar a cruz, caindo várias vezes, demonstra o
quanto sua saúde já estava comprometida. Entre as várias causas desta fraqueza se
destaca a flagelação.
13. ALGUNS DADOS DA CRUCIFICAÇÃO
a) Dia da crucificação: O consenso entre os estudiosos modernos é de que os relatos do Novo
Testamento representam a crucificação ocorrendo numa sexta-feira, mas datas de quinta
ou quarta já foram propostas.
b) Hora da morte: Em Marcos 15:25, afirma-se que a crucificação ocorreu na hora terceira (9
da manhã) e que a morte de Jesus ocorreu na hora nona (3 da tarde). Porém, em João
19:14, Jesus ainda está perante Pilatos na hora sexta. O impasse permanece.
c) O Véu de Verônica: Diz a lenda que uma mulher piedosa de Jerusalém, ao ver o sofrimento
de Jesus carregando sua cruz rumo ao monte Gólgota, teria lhe dado seu véu para que ele
limpasse a testa e o rosto. Tadavia, não existem referências à essa história nos evangelhos
canônicos e todo o relato deriva de séculos de tradição.
d) O Santo Sudário: Uma peça de linho que mostra a imagem de um homem que
aparentemente sofreu traumatismos físicos de maneira consistente com a crucificação.
Alguns cristãos acreditam que seja o pano com que José de Arimatéria teria supostamente
coberto o corpo já felecido de Jesus. Nota: o Sudário está guardado na Catedral de Turim,
na Itália, desde o século XIV, mas raramente é exibida em público, a última exposição foi
em 2010 e atraiu mais de 50 mil fiéis.
e) Taça com fel: O fel agia como um anestésico mas Jesus não aceitou. Sofreu de cara limpa.
15. JESUS DIRIGE-SE À DEUS, EM NOSSO FAVOR:
“PAI, PERDOA-LHES,
PORQUE NÃO SABEM
O QUE FAZEM”
(Lucas 23:34)
16. “PAI, PERDOA-LHES, PORQUE NÃO SABEM O
QUE FAZEM”
o O que é compaixão para você?
o Como você tem lidado com as mágoas?
o Você já se sentiu injustiçado? Como foi? O que fez a respeito?
o Alguém já te humilhou publicamente? Como você se sentiu? O que
fez a respeito?
o Você tem praticado o autoperdão?
(Lucas 23:34)
17. JESUS CONSOLA E DÁ ESPERANÇA AO BOM
LADRÃO:
“EM VERDADE TE DIGO:
HOJE ESTARÁS COMIGO
NO PARAÍSO”
(Lucas 23:43)
18. “EM VERDADE TE DIGO: HOJE ESTARÁS COMIGO
NO PARAÍSO”
o Em momentos de dificuldades, você consegue dar atenção ou
consolo aos outros?
o Você já é capaz de prestar ajuda ou caridade sem julgamentos?
o Um ladrão no paraíso? Isso é possível? Como? Tente pensar como
Jesus.
(Lucas 23:43)
19. JESUS DIRIGE-SE A SUA MÃE E AO DISCÍPULO
AMADO:
“MULHER EIS AI O TEU FILHO,
HOMEM, EIS AI A TUA MÃE”
(João 19:26,27)
20. “MULHER EIS AI O TEU FILHO, HOMEM, EIS AI A
TUA MÃE”
o Quais são os seus maiores medos na vida? Como você tem lidado
com eles?
o De que forma você tem fortalecido a sua fé diante das incertezas,
das dores, dos desafios e, especialmente, das perdas?
(João 19:26,27)
21. JESUS DIZ (E RENDE SEU ESPÍRITO):
“TENHO SEDE” (...)
“TUDO ESTÁ CONSUMADO”
(João 19:28,30)
22. “TENHO SEDE” (...) “TUDO ESTÁ CONSUMADO”
o Bem-aventurados os que tem fome e sede de justiça porque serão
saciados. Como você entende essa colocação do Cristo?
o Você tem buscado o “pão nosso de cada dia”?
o De que forma você “alimenta” a sua confiança e a sua fé?
(João 19:28,30)
23. JESUS EXCLAMA EM VOZ FORTE:
“ELOÍ, ELOÍ,
LAMÁ SABACTÂNI?”
(Mateus 27:45 e Marcos 15:34)
24. “ELOÍ, ELOÍ, LAMÁ SABACTÂNI?”
o “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste”? O que você acha
desse expressão do Cristo?
o Eventualmente você se sente sozinho, abandonado ou rejeitado?
Como age nesses casos?
o De que forma você tem desenvolvido a sua intimidade com Deus?
(Mateus 27:45 e Marcos 15:34)
25. UMA REFLEXÃO SOBRE: A SOLIDÃO E OS VÍCIOS
Se não estivermos dispostos a superar o medo da rejeição, sempre nos sentiremos sós. [...]
Por não querermos assumir os riscos da intimidade, tentamos preencher o vazio criado pela
falta dela em nossas vidas. Daí nascem os vícios.
Alguns tentam preencher o vazio com a comida ou o álcool; uns com compras; outros com
drogas. Muitos irão preenche-lo com uma série interminável de relacionamentos fúteis e de
curta duração, e um número cada vez maior de pessoas tenta preencher o vazio com
experiências sexuais. O resultado é um vazio cada vez maior. Todos esses vícios são apenas
tentativas ilusórias de preencher o vazio criado pela falta da intimidade verdadeira.
Os vícios, apesar de nos enganar e desconectar da realidade, nos atraem fortamente e a
razão para isso é que eles mudam o modo como pensamos sobre nós mesmos. Enquanto a
intimidade nos leva à partilha com os outros (liberdade), os vícios nos empurram cada vez
mais em direção à solidão de nossos mundos imaginários (prisão).
Do livro "Os Sete Níveis da Intimidade"
26. JESUS DEU UM GRANDE BRADO E DISSE:
“PAI, NAS TUAS
MÃOS ENTREGO O
MEU ESPÍRITO”
(Lucas 23:46)
27. “PAI, NAS TUAS MÃOS ENTREGO O MEU
ESPÍRITO”
o Você ainda carrega dúvidas sobre a existência de Deus e do plano
espiritual?
o Quantas vezes durante o dia você se lembra que é um ser imortal,
milenar, que está nesse plano material apenas de passagem, que
seu tempo aqui é limitado e que a verdadeira vida e felicidade não
são desse mundo?
(Lucas 23:46)
28. E (JESUS) EXPIROU (E ENTREGOU SUA
ALMA): (Lucas 23:46 e Mateus 27:49)
29. E EXPIROU (E ENTREGOU SUA ALMA):
o Se nesse momento te fosse revelado que você teria apenas mais 2
horas de vida encarnado, o que faria antes de partir?
o Qual teria deixando algum legado?
o O que acha que seus colegas de trabalho, escola ou vizinhos
falariam de você? E os seus familiares? Reflita e aja.
(Lucas 23:46 e Mateus 27:49)
30. O DESENCARNE E SEPULTAMENTO DE
JESUS
a) Jesus morreu antes dos outros dois crucificados e isso se deve aos espancamentos
terríveis (flagelação), a desidratação, ao stress e ao jejum a que foi submetido.
b) Como vimos anteriormente, o costume dos romanos era deixar os corpos na cruz
após estarem mortos para que fossem vistos e servissem de exemplo. Neste caso,
porém, a crucificação se deu numa época muito especial para os Judeus
(páscoa), que pediram para que os corpos fosse retirados antes do sábado mais
sagrado do ano.
c) Assim, “os soldados foram e quebraram as pernas de um e depois do outro, que
estavam crucificados com Jesus. E se aproximaram de Jesus. Vendo que já
estava morto, não Lhe quebraram as pernas, mas um soldado Lhe atravessou o
lado com uma lança e imediatamente saiu sangue e água.” (João 19:31,34)
31. e) José de Arimatéia, membro ilustre do Sinédrio e discípulo secreto de Jesus, foi
quem procurou Pilatos (ocultamente porque temia represálias) para pedir-lhe o
corpo de Jesus.
f) O corpo de Jesus foi envolvido em lençóis de linho (sudário) com aromas, como
era o costume entre os Judeus, e colocado num sepulcro, escavado na rocha,
onde ninguém ainda havia sido depositado.
g) No dia seguinte, logo depois da preparação da Páscoa, sacerdotes e fariseus
procuraram Pilatos para pedir-lhe proteção do sepulcro de Jesus porque se
lembraram da promessa feita de que Ele ressuscitaria em 3 dias. Em razão disso,
temiam que os discípulos de Jesus violassem seu túmulo, roubassem o corpo para
então dizer ao povo que Jesus havia ressusitado. Pilatos concedou soldados para
a guarda do túmulo.
O DESENCARNE E SEPULTAMENTO DE
JESUS
32. Se alguém te fere e apedreja,
Lançando-te fel à taça,
Não te detenhas na queixa,
Ajuda, perdoa e passa.
Escárnio? Provocação?
Disputa, sombra, arruaça?
Não te canses de servir...
Ajuda, perdoa e passa.
Se o ridículo te expõe
À aleivosia da praça,
Cultiva o bem com fervor,
Ajuda, perdoa e passa.
Quando a aflição te visite
Na injúria que te ameaça,
Trabalha e espera o futuro,
Ajuda, perdoa e passa.
Ante as fogueiras que surgem,
Quando o ódio sai à caça,
No silêncio da oração,
Ajuda, perdoa e passa.
Se a calúnia te persegue,
Na lama com que te enlaça,
Desculpa incessantemente,
Ajuda, perdoa e passa.
O culto da caridade
É a nossa eterna couraça.
Vencendo perturbações,
Ajuda, perdoa e passa.
Aos obreiros do Evangelho
A treva nunca embaraça.
Quem segue com Jesus Cristo
Ajuda, perdoa e passa.
REFLEXÃO FINAL
Casimiro da Cunha