O documento discute os perigos da suspensão da descrença sobre o funcionamento do universo online e da internet se tornar um fetiche. Critica mitos de democracia, neutralidade e abertura na internet, e argumenta que é necessário profissionalizar diletantes para se defenderem da ingenuidade estimulada por empresas da Web 2.0.
6. Frases do livro “O culto do amador” de Andrew Keen. Na Web se encontram
muitas entrevistas com o autor, confirmando assim que não se proporciona o
regresso a uma cultura pré-digital mas que é perigoso suspender a descrença
sobre o funcionamento do universo on line.
http://andrewkeen.typepad.com/
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7. “O pedaço de carne suculento” tem muitas facetas. O que se questiona não é
que ele possa ser “gostoso”, ele é bem-vindo! O que se questiona é que ele
se torne um fetiche, e que hajam ladrões que se aproveitam disso para outros
interesses.
http://networkcultures.org/wpmu/portal/publications/geert-lovink-publications/
zero-comments/
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11. Os alvos concretos desta crítica são muitos, mas o que é importante sublinhar
é que não existe nenhuma equivalência entre potencialidade tecnológica e
real efetuação dum poder horizontal, dentro e fora da Rede. Aliás, acaba por
ser mais difícil individuar (e eventualmente criticar) os dispositivos de
valorização dos conteúdos e as formas de “agenda setting” num panorama
aparentemente gerido apenas por algoritmos e processos informáticos. Neste
sentido uma Sociologia não se pode reduzir numa mediologia.
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13. Mais um mito de democracia, neutralidade e abertura a ser desmentido:
Apple, AT&T, majors da industria cultural…iTunes; Facebook….são lugares
que ambicionam a substituir-se à Rede. Os seus serviços são sempre mais
centrípetos e excludentes. Por exdmplo, quando a Apple vende um seu
produto (iPhone, iPade..) vende ao mesmo tempo um acordo com outras
empresas que trabalham para fechar e solidificar os seus confins com um
conjunto específico de serviços e conteúdos. Também esta é a lógica do
“Pedaço de carne suculento”.
http://timwu.org/
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16. Como no caso dos programas criados pela Microsoft: com Windows, uma vez
constituído um nicho de mercado que partilha a mesma tecnologia intervém o
dispositivo do lock in. Não se pensa numa outra forma alternativa de sistema
operativo
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17. Neste sentido vai também a (arrependida) critica de Sherry Turkle: por ela, no
livro Alone Together, a cultura digital acabou por desafiar a ilusão que os
computers sejam pessoas e que as pessoas sejam máquinas de carne.
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18. Invés que expandir a voz do verbo “todos jornalistas, todos criativos, todos
intelectuais”, seria necessário expandir outra convicção: a de profissionalizar
e organizar os diletantes para se defenderem da ingenuidade estimulada
pelas companhias Web.2.0
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19. Como já sabido, por McLuhan os media são ambientes complexos que
afectam em profundidade os indivíduos, no corpo e na psique. Se a técnica
alfabética inscreveu no homem moderno uma atitude individualista, um
pensamento sequencial e abstracto, uma separação entre racionalidade e
emotividade, ao contrario os meios eléctricos impulsionaram uma mentalidade
empática, emocional e comunitária.
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