Este documento apresenta resumos de mitos da criação e narrativas sobre o dilúvio de várias culturas e tradições ao redor do mundo, incluindo Suméria, Maias, Astecas, Índia, China e tribos africanas. Muitos destes mitos compartilham elementos como a destruição da humanidade por meio de um grande dilúvio e a sobrevivência de um herói ou família que repovoa a terra. O documento também discute semelhanças entre esses mitos antigos encontrados em culturas dispersas.
Origens do Mundo: Mitos da Criação e Narrativas do Dilúvio em Diferentes Culturas
1.
2. Criação universo (cap.1)
Criação da humanidade (cap.2)
Jardim no Éden e o Pecado (cap.3)
Caim e Abel (cap.4)
Dilúvio (cap.6-10)
Torre de Babel (cap.11)
Tais narrativas deveriam aparecer em nas culturas
que surgiram após a dispersão de Babel?
3.
4.
5. O que está na Bíblia é verdade.
O que não está pode ser verdade!!
Schliemann e o caso de Tróia
6. O Mito como reflexo da realidade
Conceito do Mito como mito.
Um olhar evolucionista sobre os “primitivos”.
O que há por trás dos mitos?
7. A Bíblia e os Mitos
Gênesis 1-11 e a História Universal.
Distorções proporcionais ao deslocamento tempo-espaço.
Quanto mais nos aprofundamos no tempo, maior é a evidência de um começo comum.
Mitos adaptam-se à realidade de quem os conta.
8.
9.
10. O Senhor de todos,
depois de passar a existir,
disse: Eu sou aquele que
passou a existir como
Quepri (aquele que se
transformou). Quando eu
passei a existir, aí vocês
passaram a existir, e todos
os seres passaram a
existir. Depois que eu vim
a ser, muitos são aqueles
que vieram a ser, que
saíram da minha boca
(palavra). Antes do céu
existir, a terra não existia.
Nem gatos, nem cobras
existiam neste lugar.
Em estado de tédio eu
me encontrava, atado a
eles no abismo das Águas
(Nun). Eu não encontrava
lugar onde ficar de pé. Eu
pensava em meu coração e
sozinho no meu pensa-
mento fiz todas as formas.
Antes de eu cuspir qual-
quer outro que estava em
mim para que viesse a
existir, planejei tudo em
meu coração. E muitas for-
mas de seres passaram a
existir. Fui eu quem os
criou. E o meu olho os aco-
mpanhava enquanto eles se
distanciavam de mim.
Água Primordial
Sol
ar seco - a umidade e as nuvens
Terra – Céu
11. ”Livro da comunidade”, livro da cultura maia, cujo tema é a criação do mundo.
Só havia o mar imóvel e o céu que se estende por
cima... A Face da Terra ainda não existia para ser
vista. Só o Mar sereno e a vastidão dos céus. Nada
ainda se formara em um corpo. Nada se unira a
nada. Não havia equilíbrio nem sussurro. Nada
havia em posição vertical no mar, solitário dentro
dos seus limites pois até então nada existia.
Só havia imobilidade e silêncio na escuridão da
noite. Sozinhos estavam o Criador, o Autor Tepeu,
o Senhor e Gucumatz, a serpente Emplumada.
Aqueles que geram, sozinhos sobre as águas como
uma luz...
Esta é a história do tempo em que tudo estava
em suspensão, calmo e silencioso, tudo estava
imóvel e o céu estava vazio. Esta é a primeira
palavra, a primeira narrativa: não havia homens,
nem animais, pássaros, peixes, lagostas, árvores,
pedras, cavernas, barrancos moitas ou Florestas.
Só havia o céu. Em lado algum se via a terra;
todo o mar se espalhava no céu; nenhum corpo
existia; nada havia terminado no céu; nada se
movia; era tudo absorção; era tudo imobilidade
quando o céu ficou terminado. Nada emergiu.
12. TÁBUA I
”Quando lá no alto”, Suméria, narra a criação
do mundo.
Quando no alto,
• o céu não era mencionado, (lit. não tinha nome)
• e a terra em baixo ainda não tinha nome,
Nada havia senão o primitivo Apsu, que os criou,
Tiamat, a mãe de todos, as suas águas misturaram
umas com as outras (Apsu eTiamat),
• e nenhum campo fora formado
• e não se via nenhum pântano;
• e quando nenhum dos deuses havia sido
chamado à existência,
• e nenhum (deles) alcançado um nome,
• e os destinos ainda não tinham sido ordenados;
Primordial Apsu
Tiamat
Lahmu, Lahamu
Anshar, Kishar
Anu
Então foram criados os deuses no meio dos céus,
Lahmu e Lahamu foram chamados à existência…
As eras (ou épocas) aumentaram durante muito tempo.
EntãoAnshar e Kishar foram criados, e dominaram-nos…
Passaram-se muitos dias, então eles trouxeram à
existência… Anu, o seu filho,
13. 1. No começo, nem o não-Ser nem o Ser eram.
Também não havia o espaço obscuro nem a
abóbada luminosa. O que se ocultava? Onde? Sob
que protecção? O que era a água? E o Abismo
profundo?
2. No começo, não havia nem morte nem
imortalidade. Não havia nenhum signo distintivo da
noite ou do dia. O Uno respirava, sem agitação e
se sustentava a si próprio. Nenhum outro estava
para além dele.
3. No começo, as trevas estavam escondidas
pelas trevas; sem nenhum traço distintivo tudo era
um fluir indistinto. Aquele princípio vital, aquele fluir
envolto na obscuridade, surgiu finalmente através
do poder do calor.
4. No começo, o desejo intenso surgiu
tornando-se a primeira semente do pensamento.
Poetas sábios que procuraram mentalmente no
seu coração descobriram a unidade do ser e do
não-ser.
5. O raio de luz que estava estendido nas trevas;
Mas o que é que estava em cima e o que estava
em baixo? Poderes seminais tornavam férteis
forças poderosas; Por baixo estava a força e em
cima a infinita extensão.
6. Mas, afinal, quem sabe? Quem o pode
assegurar donde é que tudo veio? Como a criação
se deu? Os próprios deuses surgiram depois da
criação! Quem sabe realmente de onde tudo
surgiu?
Rig Veda 10.129
14. Hesíodo
"Certamente, muito antes de
tudo, existia Caos. Somente depois
surgiram: Geia (Terra), de amplo
seio, sólido sustento de todos os
imortais que habitam o cume
nevado do Olimpo, o tenebroso
Tártaro, (“Inferno”) nas
profundezas da terra, de vastos
caminhos, e Eros (desejo), o mais
belo dos deuses imortais, aquele
que enfraquece os membros,
dominando o espírito e a vontade
prudente no íntimo de todos os
deuses e de todos os mortais.
Também de Caos nasceram Érebo e
a negra Nix. Então por sua vez, de
Nix nasceram Éter e Hêmera, aos
quais ela concebeu e pariu após sua
união amorosa com Érebo".
Nascimento dos
deuses
15. Taoismo - China
No princípio era o Caos. E do Caos
veio a pura luz que construiu o Céu.
As partes mais concentradas
juntaram-se para formar a Terra.
Céu e Terra deram vida às 10 mil
criações [Natureza], o começo, que
contêm em si o crescimento, usando
sempre o Céu e a Terra como seu
modelo.
16. Elementos
Jardim
Árvore
Fruto
Serpente
Promessa
Banimento
Longevidade
de Era
DILMUN
Era uma vez, não havia cobras, não havia escorpiões. Não
havia hienas, não havia leões, não havia cães selvagens, não
havia lobos. Não havia medo nem terror, o Homem não tinha
rival. Era uma vez as terras Shubur e Hamazi, a Suméria de
língua harmoniosa, a grande terra das divinas leis dos
principados, Uri, a grande terra que tem tudo o que é próprio,
A terra Martu, que descansa em segurança,
Mito sumério "O Encanto de Enki:
17.
18. MITOLOGIA
e o DILÚVIO
“ Ao todo no mundo tais lendas sobre o Dilúvio são
conhecidas mais de 500. Pesquisando 86 delas (20
asiáticas, 3 europeias, 7 africanas, 46 americanas e 10
da Austrália e Oceania), o doutor Richard Andrew
chegou à conclusão que 62 são completamente
independentes das variáveis mesopotâmicas e
hebraicas. "
(Graham Hancock, “As Digitais dos deuses”)
“Quase em todas as culturas do mundo
existem lendas sobre o dilúvio que são
impressionantemente parecidas uma com as
outras”.
19. Oriente Médio/África: Egito, Palestina, Sumérios, tribos
africanas
Américas: Incas, maias/astecas, indígenas
Europa: Escandinávia, Celtas, gregos
Ásia: Índia, China, Japão, Ilhas do Pacífico
MITOLOGIA
e o DILÚVIO
20. ORIENTE MÉDIO E ÁFRICA:
Egito, Palestina, Sumérios, tribos africanas
21. Rá, o Deus-Sol, enviou Sekhmet para destruir os humanos
que conspiravam contra ele. No texto “Extermínio dos
homens"refere-se à forma como a deusa Sekhmet começou
a destruir a raça humana por seus pecados. O deus-sol Rá
salvou as pessoas, inundando a terra com cerveja: "E, em
seguida, os quatro cantos do campo foram preenchidos com
a umidade, a pedido do majestoso deus." A terrível deusa
destruidora de pessoas, começou a beber a cerveja, e seu
coração se tornou doce. E ela ficou bêbada e não reconhecia
mais as pessoas. "
Na cidade de Heliopolis, no delta do Nilo, o deus Atum, rival
de Rá, é mencionado nos "Textos da Pirâmide” inundando
com águas do oceano toda a terra, e só puderam ser salvos
aqueles que estavam com ele num barco ...
22. Na tradição suméria, o homem foi dizimado por incomodar aos
deuses (barulho). Segundo este mito, o deus Ea, por meio de um
sonho, apareceu a Utanapistim e lhe revelou as pretensões dos
deuses de exterminar os humanos através de um dilúvio. Ea
pede a Utanapistim que renuncie aos bens materiais e conserve
o coração puro. Utanapistim, então, reúne sua família e constrói
a embarcação que lhe foi ordenada por Ea. O dilúvio durou 7
dias. Aqui um trecho de tal história:
"Eu percebi que havia grande silêncio,
não havia um só ser humano vivo além
de nós, no barco. Ao barro, ao lodo
haviam retornado. A água se estendia
plana como um telhado, então eu da
janela chorei, pois as águas haviam
encoberto o mundo todo. Em vão
procurei por terra, somente consegui
descobrir uma montanha, o Monte Nisir,
onde encalhamos e ali ficamos por sete
dias, retidos. Resolvi soltar uma pomba,
que voou para longe, não encontrando
local para pouso retornou (…) Então
soltei um corvo, este voou para longe
encontrou alimento e não retornou." 3
Na busca pela imortalidade, Gilgamesh encontra Utnapishtim,
sobrevivente de um grande dilúvio que acabara com toda a
humanidade. Esta parte da história, é baseada no antigo
épico acádio Atrahasis.
23. Olokun, dono dos oceanos, e Olorun, dona dos céus, eram casados e
criaram tudo. Mas se separaram numa disputa de poder e viveram em
guerra. Olorun encarregou Obatalá de criar a terra sobre as águas
primordiais de Olokun. Certa vez, Olokun invadiu a Terra para
reassumir seu território perdido e consequentemente destruir a
humanidade demonstrando seu poder através de um grande Dilúvio.
Olorun salvou parte da humanidade lançando uma corrente para os
homens subirem. Com essa mesma corrente, Olorun atou Olokun ao
fundo do mar.
25. Dilúvio maia
Os maias criam na existência de um dilúvio enviado pelo deus
Huracán. Segundo o Popol Vuh, os deuses criaram os seres
humanos, moldados em barro. Porém, eles não eram resistentes
ao clima e à chuva e logo se desfizeram em lama.
Então, os deuses criaram o segundo tipo de seres humanos, a partir de madeira.
Essa, ao contrário da primeira, prosperou e rapidamente se multiplicou em muitos
povos e cidades. Mas eles não agradaram aos deuses por serem secos, não temerem
aos deuses e não terem sangue. Se tornaram arrogantes e não
praticavam sacrifícios aos seus criadores. Então, os deuses decidem exterminá-los
com um dilúvio. Nenhum indivíduo foi poupado. Após a catástrofe, a matéria prima
utilizada para moldar os novos seres humanos foi o milho. Foram criados quatro
casais, que são considerados os oito primeiros índios.
Dilúvio asteca
No manuscrito asteca denominado como Codex Borgia, há a história
do mundo dividido em idades, das quais a última terminou com um
grande dilúvio produzido pela deusa Chalchihuitlicue.
26. Viracocha destruiu os gigantes com uma grande
inundação, e duas pessoas repovoaram a Terra (Manco
Capac e Mama Ocllo mais dois irmãos que
sobreviveram).
Segundo as narrativas incas, Viracocha procurava um
homem que o venerasse e fosse pregador de seus
conhecimentos, mas não se achava quem o
obedecesse, e então o deus inca acaba punindo-os com
um grande dilúvio:
Mas, como entre eles nasceram vícios de
soberba e ganância, eles transgrediram o
mandamento de Viracocha Pachayachachi.
Em sua indignação Ele os deixou confundidos
e amaldiçoados. E, em seguida, foram
transformados em pedras e alguns foram
tragados pela terra e outros pelo mar. Em
especial, os enviou um dilúvio geral, o que
eles chamam de Uñu pachacuti, que significa
"água que transtornou a terra." E eles dizem
que choveu 60 dias e sessenta noites e que
foi inundada toda a criação. Apenas alguns
sinais daqueles que foram convertidos em
pedras ficaram como memória do evento e
como exemplo para a posteridade. Estes são
os edifícios que se encontram distantes
sessenta léguas de Cuzco.
27. Athabaskans (Região polar EUA e Canadá):
Durante um inverno rigoroso, as pessoas roubaram de um urso, “senhor do céu”, um saco no qual
se armazenava o calor, e trouxeram-no para a terra. Na fuga, um rato fura o saco e faz com que o
calor escape. Assim a neve derreteu e imediatamente se transformou em água, inundando a terra
inteira. Logo apenas os topos das montanhas não estavam inundados. Um sábio chamado Etsy
sabia sobre o desastre iminente e avisou a sua tribo. “Vamos construir um grande barco onde
todos possamos ser salvos", - disse ele. As pessoas não ouviram o velho e morreram como
resultado das inundações. Etsy construiu um barco e nele pôs um par de diferentes animais. E
graças a ele na Terra se multiplicou a raça humana outra vez.
Outras lendas de várias tribos indígenas do EUA e Canadá: Sioux, Cheyennes, Cherokee, Algonquin (o
“Noé” deles - Monipozo – é salvo do dilúvio em uma alta montanha, como o herói de "Epopéia de
Gilgamesh" , Utnapishtim).
Para as tribos do Norte da Ásia e da Noroeste da América o personagem-herói dos mitos é o corvo, que
salva o mundo do Dilúvio.
28. Tribos Brasil:
Uma tribo que vivia em Cabo Frio (séc. XVI) conta que após a briga de 2 irmãos, a terra se fendeu e
água jorrou dela, cobrindo toda a Terra e matando todas as pessoas, exceto os 2 irmãos e suas
esposas, que se salvaram subindo numa alta árvore.
Tribo indígena Kaingang (RS), conta sobre uma inundação que cobriu toda a terra, exceto uma
montanha no topo da Serra do Mar. O povo de três tribos indígenas - Kaingang, kayurukr e Cameo -
navegaram com tochas acesas, fazendo o seu caminho para as montanhas. Mas os índios das últimas
duas tribos, cansados acabaram se afogando, e suas almas se instalaram no coração das montanhas.
Quem conseguiu chegar no local, subiu nas altas árvores. Ficaram lá até perderem a esperança,
quando de repente umas saracuras (aves) trazem uma cesta com terra, mostrando que a terra estava
novamente secando lá em baixo.
Os nativos de Terra do Fogo, no extremo sul da América do Sul, contam uma lenda sobre o dilúvio: o sol
afundou no mar e as águas com o muito barulho levantaram, e toda a terra foi inundada, com a exceção
de uma montanha muito alta, onde se salvaram um pequeno número de pessoas ..
Livro “Folclore do Antigo Testamento”
30. Encontramos o relato de um dilúvio causado por Poseidon que por ordem de Zeus
havia decidido pôr fim à existência humana. Deucalion, que com sua mulher Pirra,
puderam salvar-se desta catástrofe construindo uma Arca e colocando dentro dela
um casal de cada espécie de animal existente.
32. As pessoas eram profanas, e Tse-gu-dzih (patriarca
divinizado) enviou a eles um mensageiro, que pediu para
dar-lhe um pouco de carne e sangue dos mortais. Mas
ninguém queria dar, exceto um só homem chamado Du-
mu. Em seguida, o enfurecido Tse-gu-dzih mandou chuvas
e as águas subiram até o céu. Du-um salvou-se
juntamente com seus 4 filhos ( e esposas), numa árvora
(barco) que levou ainda muitos animais.. Deste todos
dessendemos, homens e animais.
• Nas escrituras védicas da Índia
encontramos um rei chamado Svayambhuva
Manu, que foi avisado sobre o dilúvio por
uma encarnação de Vishnu(Matsya Avatar).
Matsya arrastou o barco de Manu e lhe
salvou da destruição.
33. MITOLOGIA
Transgressões
Destruição divina
Família favorecida
Arca
Destruição por água
Humanos salvos
Animais salvos
Destruição universal
Encalhar numa montanha
Pássaros enviados
Adoração dos salvos
Favor divino
Assírio-babilônico1
Assírio-babilônico
Pérsia
Síria
ÁsiaMenor
Grécia
Egito
Itália
Lituânia
Rússia
China
Índia
Canadá
EUA
México
Astecas
Peru
IlhasLeeward
Fiji
Havaí
Parcial com a Bíblia
Total com a Bíblia
34. MITOLOGIA
Traços em comum:
Desagrado dos deuses em relação aos homens.
Julgamento por parte da divindade.
1 homem (casal, família) é diferente do restante e recebe misericórdia da divindade.
Construção de um barco (árvore, caverna, montanha).
Dilúvio que destrói toda a Terra.
Animais são salvos.
Pássaros enviados
Sacrifícios oferecidos após o dilúvio numa montanha.
Etc.
Conclusões:
Muitas “coincidências”.
Histórias se adaptam ao ambiente onde estão sendo narradas.
Uma catástrofe de tamanha proporção deve invariavelmente deixar marcas profundas nas
pessoas.