O documento discute a importância do acolhimento nas Escolas Bíblicas Dominicais e fornece diretrizes para professores. Ele enfatiza que o acolhimento é essencial para ajudar os alunos a crescerem espiritualmente e que professores devem se preparar espiritualmente, teologicamente, academicamente e pedagogicamente. O documento também discute estratégias de ensino eficazes como comunicação, dinâmicas de grupo e questionamentos reflexivos.
2. A Importância do Acolhimento nas
Escolas Bíblicas
• Para o dicionário, acolhimento é ato ou efeito de
acolher; acolhida; maneira de receber ou de ser
recebido; recepção, consideração. [E acolher é]
oferecer ou obter refúgio, proteção ou conforto físico;
abrigar. Dar ou receber hospitalidade; hospedar.
• A educação cristã, assim como a educação secular,
precisa trabalhar o homem em todas as esferas de sua
existência para que esse indivíduo cresça em todos os
aspectos da sua vida. O instrumento mais poderoso de
educação e crescimento do cristão em seus vários
níveis são, sem dúvida, as escolas bíblicas.
2
3. É também nas escolas bíblicas que a Igreja pode cumprir integralmente suas funções principais (Mt.
28.19-20), isto é, evangelizar enquanto ensina e ensinar enquanto evangeliza.
Só é possível ter um trabalho cristão produtivo – não estéril – se qualidades cristãs como amor, fé,
piedade, paciência e temperança estiverem abundando nossos corações. A Introdução aos
Parâmetros Curriculares Nacionais (os PCN’s), documento oficial do Governo Federal, também se
preocupa com o lugar do acolhimento nas escolas de ensino fundamental e médio no país. Segundo
esse documento:
A postura de acolhimento envolve tanto a valorização dos conhecimentos e da forma de
expressão de cada aluno como o processo de socialização [...] contribuir para o processo de
acolhimento dos alunos não é tarefa simples, pois envolve lidar com emoções, motivações,
valores e atitudes do sujeito em relação ao outro, sua responsabilidade e compromisso.
(BRASIL/MEC, 1998, p. 42)
3
4. Desprezar o acolhimento é desprezar
uma das maiores tarefas da Educação
Cristã: ajudar outros a crescerem na
graça e no conhecimento de si e das
Sagradas Letras. Pensar, praticar e
aperfeiçoar o acolhimento em escolas
bíblicas é não apenas uma
possibilidade é uma responsabilidade.
Francikley Vito
4
5. A Preparação do Professor
Com o chamado para o ensino, o professor deve
se preparar para que exerça a tarefa que lhe foi
dada, pois esta nobre atividade requer
dedicação, conforme lemos em Romanos 12:7:
"... se é ensinar, haja dedicação ao ensino”. Este
texto trata da preparação do professor da Escola
Bíblica Dominical em 04 níveis: espiritual,
teológico, secular e pedagógico.
5
6. 1 – Preparação Espiritual
• O professor da EBD deve se preparar espiritualmente,
através da oração, do jejum e da leitura bíblica de
forma sistemática. Veja alguns exemplos do mestre
Jesus
• “... Assentai-vos aqui, enquanto vou além orar...” Mt
26.36
• “E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites...”
Mt 4. 1 e 2
• É bom ressaltar que no momento de oração, o
professor deve orar também por seus alunos. Ao
preparar a aula peça ajuda ao Espírito Santo.
6
7. 2 – Preparação Teológica
É muito importante a preparação teológica.
Professor, prepara-se para dar aula! Leia pelo
menos duas vezes a lição e em seguida procure
aprofundar o tema da aula em livros, periódicos
e sites confiáveis, para que você se sinta seguro
para ministrar o assunto.
7
8. 3 – Preparação Secular
• O preparo secular é outro ponto que o professor não pode
negligenciar. Estude sempre, cultive o hábito de ler. Mantenha-se
informado sobre os acontecimentos ocorridos na sua cidade, no seu
estado, no Brasil e no mundo e procure contextualizá-los com o
tema da lição ou com o tipo de aluno que você ensina.
• “Persiste em lê...” I Tm 4.13
• “Examinai tudo. Retende o bem”. I Ts 5.21
• Enfatizo a importância do preparo pedagógico, para que você possa
compartilhar de forma adequada os conhecimentos referentes a
cada lição. Escolha métodos de ensino variados, utilize dinâmicas,
leia bons livros pedagógicos, planeje a aula, não improvise,
dinamize o ensino, procure envolver os alunos com a aula,
mantenha vínculos com os alunos.
8
9. A Aula como um Ato Comunicativo
• A comunicação interpessoal [é] um processo dinâmico, em que a fonte ou
emissor (educador cristão), com suas ideias e com suas emoções, elabora
a mensagem de fé que comunica ao receptor (educando), o qual, por sua
vez, processará o significado dessa mensagem (decodificação), adquirindo
novas formas de pensar e de agir (comportamento esperado).
• Para conseguir essa interação, o professor faz uso da linguagem oral e
corporal que, por seu turno, resultará em um ato comunicativo, em
comunicação. Daí a necessidade de pensarmos o que é comunicação e
quais os mecanismos para torná-la cada vez mais eficaz em sala de aula.
• Podemos dizer, então, que no ato da comunicação professor e aluno
colocam-se num processo interacional em que o professor compartilha
com o aluno, e este com aquele, de seus conhecimentos para que ambos,
por meio desse compartilhar de conhecimentos, tomem posse de novas
formas de pensar para, em seguida, remodelar seu agir.
9
10. O educador cristão deve fazer a si mesmo, segundo
Carvalho (2006, p.74), as seguintes perguntas:
1) O que desejo, de fato, comunicar aos meus alunos?
2) Que tipo de educando (aluno) devo atingir com
minha comunicação?
3) Quais os meios de que disponho para a comunicação?
4) Que espero de meus alunos depois da comunicação?
Quando respondida cada uma dessas questões, o
professor estará em melhor condições de se comunicar
com o seu aluno, além de estar melhor capacitado para
identificar quais são os “ruídos” que estão fazendo com
que sua comunicação em sala de aula não esteja
alcançando os efeitos desejados.
10
11. OS DEZ MANDAMENTOS DA BOA
COMUNICAÇÃO
1 - Procure tornar suas ideias claras antes de comunicar-se;
2 - Examine o verdadeiro propósito de cada comunicação que tiver que fazer;
3 - Considere todos os aspectos físicos e humanos envolvido em sua
comunicação;
4 - Ao planejar sua comunicação, consulte outras pessoas, quando necessário;
5 - Lembre-se, ao fazer sua comunicação, de verificar o conteúdo básico de
sua mensagem;
6 - Aproveite a oportunidade da comunicação, transmitindo algo de útil para
orientar o receptor;
7 - Controle sua comunicação, acompanhando-a em suas várias etapas;
8 - Comunique hoje, tendo em vista o futuro;
9 - Faça com que suas ações confirmem suas comunicações;
10 - Finalmente, procure não só compreender, como também, e
principalmente, ser compreendido.
11
12. Regras Básicas Para o Bom Desempenho de um
Professor de EBD
Com boa vontade e dedicação, é possível superar
obstáculos e obter um bom aproveitamento
observando e colocando em prática pequenos detalhes
que, embora pareçam pequenos, fazem grande
diferença. Vejamos alguns deles:
Sobre Profetas e Professores
O professor cristão precisa compreender que foi
chamado para falar a um povo em uma época
específica, com todas as suas mazelas, intempéries e
desafios.
12
13. Essa mesma consciência e construção de significado
podem ser percebidas na dinâmica da revelação que
Deus, na Bíblia Hebraica, dava aos seus profetas. Para
que observemos como essa consciência de realidade, da
qual o profeta necessitava para fazer uma leitura correta
do seu tempo e do seu ofício, bem como dos propósitos
de Deus para aquela realidade, vejamos o exemplo do
profeta Jeremias, que profetizou para o seu povo e para
as outras nações por mais de quarenta anos:
E veio a mim a palavra do Senhor segunda vez, dizendo:
Que é que vês? E eu disse: Vejo uma panela a ferver, cuja
face está para o lado do norte. E disse-me o Senhor: Do
norte se descobrirá o mal sobre todos os habitantes da
terra.
13
14. Porque eis que eu convoco todas as famílias dos reinos do
norte, diz o Senhor; e virão, e cada um porá o seu trono à
entrada das portas de Jerusalém, e contra todos os seus
muros em redor, e contra todas as cidades de Judá. E eu
pronunciarei contra eles os meus juízos, por causa de toda
a sua malícia; pois me deixaram, e queimaram incenso a
deuses estranhos, e se encurvaram diante das obras das
suas mãos. Tu, pois, cinge os teus lombos, e levanta-te, e
dize-lhes tudo quanto eu te mandar; não te espantes
diante deles, para que eu não te envergonhe diante
deles. (Jeremias 1.13-17)
A consciência de quem somos nos coloca onde devemos
estar e nos encoraja a fazer aquilo que é necessário para
melhor desenvolver nossas funções como mediadores do
conhecimento em uma época e lugar específico. 14
15. Quebrando Paradigmas Do Ensino Na Escola Bíblica
Dominical
Assim como a “escola secular”, a Escola Dominical precisa
descobrir (ou redescobrir) a sua vocação transformadora.
Sendo a Bíblia a Palavra de Deus que tem papel
transformador, seria natural que a postura daqueles que
fazem a Escola Dominical, e a natureza do seu ensino
fossem transformador.
É em Jesus, o Mestre dos mestres, que vamos encontrar o
nosso referencial de educador cristão e de ensino
transformador, que assim como nós, enfrentou a dura
realidade de um sistema de ensino reprodutor das mazelas
da sociedade de seu tempo.
15
16. A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA DE JESUS
A sociedade judaica onde Jesus nasceu e foi educado, era
caracterizada pelo formalismo e centrada numa religiosidade
mecânica, ritualística e excludente. Observemos alguns fatos e retratos
deste quadro caótico nos evangelhos, e o posicionamento de Jesus
diante desta realidade de seu tempo:
- O rito se tornou mais importante do que o motivo (Mt 6.7)
- A tradição se tornou mais importante do que a Escritura (Mt 15.1-
3ss)
- O cargo se tornou mais importante do que o serviço (Mt 20.20-21ss)
- O símbolo se tornou mais importante do que a coisa em si (Mt 23.-
16-22)
- A aparência se tornou mais importante do que a essência (Mt 23.25-
28)
- A instituição se tornou mais importante do que as pessoas (Jo 19.24-
34ss) 16
17. Como fica claro, Jesus não se conformou, nem silenciou
diante dos grandes desafios da sociedade e do sistema
religioso falido de sua época, antes criticou, contestou e
partiu para uma ação transformadora.
Acontece, que em qualquer tempo e lugar, a única forma de
não incomodar o sistema e não ser pelo sistema perseguido
é ficando quieto, inerte, omisso e calado.
Não há meio termo. Adotaremos a postura de Jesus ou a
dos escribas e doutores da lei, conformistas e hipócritas,
que temiam a perda de cargos e privilégios? Negociaremos
com a nossa consciência ou ela será, junto com o poder do
Espírito, a nossa força de ação?
Pr. Altair Germano17