O documento discute 10 maneiras como a reciclagem pode prejudicar o meio ambiente, incluindo a propagação de contaminação, poluição atmosférica contínua por caminhões de coleta, e lodo tóxico gerado no processo de reciclagem de papel. Além disso, a maioria dos plásticos e métodos atuais de reciclagem não são efetivos, e a reciclagem pode dar falsas promessas sobre sustentabilidade.
2. 10 – Espalhando contaminação
A contaminação é um dos maiores
obstáculos enfrentados pela indústria
da reciclagem, atualmente. Se
houverem contaminantes ou toxinas
no material original, como por
exemplo chumbo em uma lata de
tinta feita de alumínio, o
contaminante pode passar pelo
processo de reciclagem e aparecer
no produto final.
O pior problema é que algumas vezes
nem sabemos que algo está
contaminado até ser tarde demais.
Um exemplo foi o de centenas de
edifícios de Taiwan que foram feitos
de aço reciclado, que estavam
envenenando as pessoas com
radiação gama nos últimos doze anos.
Havia uma contaminação por
Cobalto-60.
3. 9 – Poluição atmosférica continua
sendo problema
O processo de reciclagem
também produz poluentes, na
forma da fumaça dos
caminhões que carregam os
produtos a serem reciclados.
Em 2009 haviam, só nos EUA,
179.000 caminhões coletando
e transportando lixo e material
reciclável nas estradas, 91%
deles movidos a diesel, e a
maioria veículos velhos. Os
gases emitidos por estes
veículos contêm mais de 30
toxinas aerotransportadas.
E isto sem considerar a
poluição produzida pelas
plantas de reciclagem. Uma
planta de reciclagem no
estado de Washington, EUA,
produz mais emissões
tóxicas que qualquer outra
fábrica na região. E os três
maiores poluidores depois dela
são também plantas de
reciclagem.
4. 8 – Lodo do papel é nojento
Quando o papel é reciclado, ele é
misturado em uma polpa. A polpa
é lavada e então prensada para
fazer novas folhas de papel.
Durante este processo, rejeitos
como fibras de papel, tintas,
químicos usados na limpeza, e
corantes são filtrados e formam um
pudim conhecido como lodo ou
lama do papel. Esta lama é então
queimada ou enviada a um aterro,
onde pode liberar dezenas de
químicos tóxicos e metais pesados
em lençóis freáticos.
Há uma lei nos EUA contra este tipo
de maneira de se livrar da lama de
papel, mas também há uma
maneira de contorná-la: misturando
qualquer coisa ao lodo, ele deixa
de ser lixo, tornando-se um produto.
E não há lei contra jogar toneladas
de produtos em um aterro. Nos sites
que tratam de reciclagem de
papel no Brasil, não foi encontrada
referência a esta lama e a seu
destino.
5. 7 – A maioria dos plásticos não
pode ser reciclado
Existem cerca de sete tipos
de plásticos comuns no dia-
a-dia, e só dois deles são
recicláveis. Se você colocar
o plástico não reciclável na
cesta de material a reciclar,
ele será coletado,
processado, separado e
jogado fora em um aterro.
Até mesmo a tentativa de
reciclar algumas coisas,
como o plástico que
envolve aparelhos
eletrônicos, representa um
desperdício destes recursos.
E as coisas podem ficar
piores. O plástico é
separado
automaticamente em
algumas plantas de
reciclagem, mas o processo
não é perfeito. O resultado
é que alguns tipos de
plásticos não recicláveis
acabam onde não
deveriam ir, e você acaba
com produtos químicos
como o BPA em produtos
que não deveriam tê-lo.
6. 6 – Os métodos atuais não são
efetivos
O plástico é um produto
cheio de truques, mas,
com toda sinceridade,
não sabemos o que fazer
com ele. Por exemplo, as
sacolas de plástico de
lojas e mercados. Estima-
se que menos de 1% delas
é reciclada, e uma das
razões é que é muito caro.
Nos EUA, custa US$
4.000,00 (cerca de R$
8.000,00) para reciclar
uma tonelada de sacos
plásticos, e esta tonelada
pode ser vendida por US$
32,00 (cerca de R$ 64,00).
O resultado é que, só lá,
cerca de 300.000
toneladas destes sacos
vão para os aterros a
cada ano.
7. 5 – O refino de óleo cria produtos
químicos tóxicos
É óbvio que o óleo é um dos
maiores poluentes – basta notar
a preocupação em torno dos
vazamentos oceânicos. Faz
sentido, então, reciclar o óleo
usado de forma a obter algo útil
dele. Mas a reciclagem de óleo
geralmente cria mais produtos
tóxicos.
A maioria dos centros de
tratamento de óleo de pequena
escala usa algo conhecido
como o processo de argila
ácida. Ela retira as impurezas do
óleo, mas deixa para trás uma
lama tóxica contendo impurezas
e produtos perigosos, como o
ácido hidroclorídrico. E o que
estas plantas fazem com este lixo
tóxico? Queimam, jugando
produtos como o óxido nítrico e
dióxido de enxofre no ar. Pior:
este é o método oficial de lidar
com tal lixo. Como se jogar uma
pessoa em um lago a salvasse
do afogamento.
8. 4 – A reciclagem mal toca a
demanda
A demanda por produtos
reciclados está crescendo
muito mais rápido que a
capacidade da reciclagem
de produzi-los. O alumínio é
uma dificuldade em
especial, visto que sua
demanda tem crescido 10%
ao ano. Sem contar que não
pode ser usado para certas
coisas (por exemplo, reciclar
latas de refrigerante não
fornece a qualidade
necessária para construir um
aeroplano).
Mesmo se as latas pudessem
voltar a ser latas, isto não
seria suficiente. O americano
médio bebe 2,5 latas por dia,
o que dá 778 milhões de
latas. Com a capacidade de
reciclagem de 100.000 latas
por minuto, ainda assim
faltariam 600 milhões de latas
– em um único dia.
9. 3 – Alguns produtos são melhores
sem reciclagem
O desmatamento é um dos
principais argumentos pela
reciclagem. Imagine acres e acres
de floresta temperada, com
animaizinhos felizes, uma tribo
nativa ou duas, todos sendo
destruídos. Só que não é isto que
acontece. Cerca de 87% do papel
novo vem de florestas plantadas
apenas para a produção de papel.
O EUA derruba cerca de 15 milhões
de acres de florestas cada ano,
mas planta 22 milhões – cada ano
surgem sete milhões de acres a
mais de florestas. Aumentar a
reciclagem irá reduzir a demanda
para estas florestas.
E há também o vidro, que vem da
areia, o recurso mais abundante do
planeta. O processo de reciclagem
de vidro é mais prejudicial que o
processo de criação de vidro
virgem.
10. 2 – A reciclagem “tudo-em-um” é
ineficiente
Uma das tendências recentes em
reciclagem é a reciclagem “tudo-
em-um”. Todo o rejeito de papel,
plástico, vidro e metal vai em uma
única lata de reciclagem, que é
separada na fábrica. O argumento
para este processo é que são
necessários menos caminhões para
fazer a coleta. Mas a
contrapartida é pior – toda a
separação extra custa milhões de
dólares na forma de novos
equipamentos, e a poluição é
apenas transferida para as fábricas
que tem que construir este
equipamento.
E também há o problema da
quantidade versus a qualidade.
Centros de reciclagem “tudo-em-
um” focam em velocidade, que
acaba servindo para aumentar o
problema da contaminação.
11. 1 – A reciclagem dá falsas
promessas
A maior razão pela qual a
reciclagem prejudica o ambiente
não tem a ver com seu processo
tecnológico, mas com a
mentalidade que cria nas
pessoas. A ideia de colocar
materiais no cesto de reciclagem
ou adquirir produtos reciclados
nos faz acreditar que estamos
salvando o meio ambiente
(quando muito mais coisa precisa
ser feita), ou até nos deixar mais
relaxados quanto a poluição.
Apenas nos EUA, são produzidas
anualmente 250 milhões de
toneladas de lixo por ano.
O maior impacto da reciclagem é
convencer que está tudo bem
desperdiçar em outras áreas, já
que estamos compensando na
reciclagem. Ela encoraja o
consumo, em vez de apontar
formas de reduzir o mesmo.
FONTE: HypeScience