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O MESSIAS SERVIDOR E SEUS DISCÍPULOS
BORTOLINE, José - Roteiros Homiléticos Anos A, B, C Festas e Solenidades - Paulus, 2007
* LIÇÃO DA SÉRIE: LECIONÁRIO DOMINICAL *
ANO: B – TEMPO LITÚRGICO: 25° DOM. COMUM - COR: VERDE
INTRODUÇÃO GERAL
1. O messianismo de Jesus se traduz em serviço até a doação da
própria vida. Celebrar a Eucaristia é fazer memória da ação do
Cristo, procurando vivenciá-la em nossa prática cristã. Por isso,
ser cristão, discípulo de Jesus, é tomar posição dentro dos confli-
tos sociais, promovendo o direito e a justiça (1ª leitura Sb
2,12a.17-20); é colocar-se a serviço de todos, particularmente dos
marginalizados, sem ambicionar títulos, postos ou honrarias; é
colocar como centro de atenção e dedicação os carentes, cientes
de neles estar acolhendo o Messias servidor (evangelho Mc 9,30-
37). Quem age dessa forma é sábio segundo a sabedoria que vem
do alto, pois a raiz de todos os males é a ganância (2ª leitura Tg
3,16-4,3).
COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS
1ªleitura (Sb 2,12a.17-20): Os injustos não suportam a prática
do justo
2. O cap. 2 do livro da Sabedoria apresenta o discurso dos
injustos. O texto revela os conflitos existentes na comunidade
judaica de Alexandria (Egito) no século I a.C. Quem são os injus-
tos e o que fazem? Deixemos que o próprio texto os apresente a
partir de suas ações: eles oprimem o justo empobrecido, não
poupam a viúva, nem respeitam o velho (2,10). Fazem isso por-
que manipularam a Lei, que protegia essas pessoas. Pela força e
violência impuseram a injustiça como norma que regula as rela-
ções sociais (v. 11). Eles e sua injustiça tornaram-se a lei. Quem
pode se opor?
3. A oposição é feita pelo justo que os incomoda, critica o que
fazem, censura-lhes as transgressões da Lei, acusando-os de falta
de educação e de bom-senso (v. 12). O justo, portanto, é a pedra
no sapato dos injustos (como, no passado, o profeta encarnava a
denúncia contra a arbitrariedade e impunidade dos poderosos
opressores). Mas não se trata unicamente de crítica. O justo se
lhes opõe sobretudo por um comportamento diferente (v. 15).
Rompe com eles, a ponto de considerá-los impuros (v. 16). Não
quer ter nada em comum com eles. E para sua defesa chama em
causa o próprio Deus, garantindo que a bem-aventurança pertence
aos justos, que têm Deus do seu lado (v. 16). O capítulo 2 da
Sabedoria, portanto, mostra o conflito aberto entre a prática da
justiça e a injustiça que se tornou norma regedora das relações
sociais. O texto dá a impressão de que o justo está sozinho contra
os injustos (como acontece em muitos salmos), o que aumenta a
dramaticidade, fortalecendo a arrogância dos injustos.
4. Uma sociedade baseada na mentira e na injustiça não suporta
que haja pessoas que a critiquem. Por isso os injustos vão ao
ataque contra os defensores da justiça: armam contra o justo
ciladas mortais (v. 12a). Mediante difamação, procuram desmora-
lizá-lo, mostrando-o como alguém estranho, esquisito e excêntri-
co (hoje em dia, além da difamação, os que lutam pela justiça são
acusados de baderneiros, inimigos da ordem, subversivos, agita-
dores etc.).
5. O conflito entre injustos e justo aumenta, passando pela
tortura, para chegar à morte sem apelação, sem que haja alguém
disposto a defender-lhe a causa (v. 20).
6. A eliminação de pessoas que lutam pela justiça levanta uma
questão importante: Onde Deus se posiciona dentro desse confli-
to? Na ótica dos injustos, Deus não existe ou, se existe, não se
intromete nessas questões. E parece ser este o grande drama de
quantos sonham com uma sociedade justa e lutam por ela: Por
que Deus não intervém? Os ímpios tripudiam em cima disso: “De
fato, se o justo é filho de Deus, Deus o defenderá e o livrará dos
seus inimigos” (v. 18). Tornando-se eles mesmos a lei, crêem que
o mundo inteiro esteja à sua disposição, sem que haja um socorro
para o justo (v. 20). Matando-o, acreditam ter matado o próprio
Deus!
7. Porém, na ótica do livro da Sabedoria a perspectiva é dife-
rente: “Deus não fez a morte, nem tem prazer em destruir os
viventes. Tudo criou para que subsista; as criaturas do mundo são
todas saudáveis: nelas não há veneno de morte, e a região dos
mortos não reina sobre a terra. Porque a justiça é imortal” (1,13-
15).
8. O tema do justo perseguido e conduzido à morte, presente
nesta leitura, serve de ponto de partida para entendermos o evan-
gelho deste domingo: “O Filho do Homem vai ser entregue nas
mãos dos homens, e eles o matarão. Mas, três dias após sua mor-
te, ele ressuscitará” (Mc 9,31b; cf. evangelho).
Evangelho (Mc 9,30-37): Jesus, o Messias servidor
9. O Evangelho de Marcos compõe-se de duas partes. O início
da segunda parte se encontra em 8,31, onde temos novo início. O
ponto alto da primeira parte é a declaração de Pedro que, repre-
sentando os demais discípulos, reconhece Jesus como o Messias
(8,29). Na segunda parte, Jesus se dedica mais intensamente à
instrução dos discípulos, mostrando-lhes aos poucos, em palavras
e atos, em que consiste seu messianismo. A segunda parte culmi-
na com a declaração do centurião: “Verdadeiramente este homem
era filho de Deus” (15,39).
a. O Messias vai ser morto e ressuscitar (vv. 30-32)
10. Jesus está a caminho de Jerusalém, atravessando a Galiléia,
lugar onde desenvolveu sua atividade libertadora (v. 30). O pró-
prio evangelista explica o motivo por que ele não queria ser nota-
do pelo povo: estava ensinando a seus discípulos (v. 31). O con-
teúdo desse ensinamento é o que se costuma chamar de segundo
anúncio da paixão.
11. Marcos registrou em seu evangelho três anúncios da paixão
de Jesus. Isso denota a importância da catequese sobre o ser cris-
tão (o Evangelho de Mc foi, provavelmente, o primeiro texto de
catequese das comunidades primitivas): o Mestre tem consciência
dos conflitos que deverá enfrentar para realizar seu messianismo.
Aquele que pretende segui-lo deverá tomar consciência e posicio-
nar-se corajosamente.
12. Jesus afirma que “o Filho do Homem vai ser entregue nas
mãos dos homens, e eles o matarão” (v. 31). Como o justo nas
mãos dos injustos (cf. 1ª leitura), ele será condenado à morte. A
expressão passiva “ser entregue” pode ser entendida de dois mo-
dos: o primeiro reflete uma teologia tradicional e hoje abandona-
da por quase todos; o segundo depende de uma nova compreensão
de tudo o que Jesus disse e fez. 1. Sendo esse evangelho um texto
de catequese, era compreensível que os catecúmenos se pergun-
tassem: “Era de fato necessário que Jesus, para realizar seu mes-
sianismo, tivesse de passar pela cruz? Por que um Messias cruci-
ficado?” Marcos mostra que a paixão de Jesus está dentro do
plano do Pai. É ele quem “entrega” seu Filho para salvar a huma-
nidade. Deus entrega o Justo para salvar os pecadores. Porém a
morte não terá a última palavra sobre o destino de Jesus: “três
dias após sua morte, ele ressuscitará” (v. 31). Essa visão esbarra
num imagem estranha de Deus. 2. Jesus será denunciado e traído
por um de seus discípulos, e será morto por aqueles que sua práti-
ca de vida incomodou. Judas, um de seus discípulos, se torna
traidor do projeto de Jesus, colaborando com o sistema de morte.
Marcos não menciona aqui quem será responsável pela morte de
Jesus. Para o discípulo não restam mais dúvidas. Para quem lê o
Evangelho de Marcos com atenção também não, pois desde 3,6 já
se decretara a morte dele (cf. também o primeiro anúncio da
paixão, 8,31-33).
b. Medo do compromisso (v. 32)
13. Em cada um dos três anúncios da paixão encontramos uma
reação oposta por parte dos discípulos. No primeiro anúncio
(8,31-33) é Pedro quem se opõe terminantemente, apresentando
condições (evangelho do 24º domingo comum). No segundo
(9,30-32) os discípulos não compreendem e têm medo de fazer
perguntas; têm medo do compromisso. No terceiro (10,32-34 29º
domingo comum) a reação é de susto e, a seguir, os filhos de
Zebedeu ambicionam postos de honra. A reação negativa dos
discípulos serve de motivo para que Marcos insira aí um ensina-
mento de Jesus, contrastando com a atitude dos discípulos.
14. No texto que nos interessa, “os discípulos não compreendiam
suas palavras e tinham medo de perguntar” (v. 32). O tema da
incompreensão dos discípulos é uma constante no Evangelho de
Marcos. Associado ao medo de fazer perguntas, denota que eles,
acima de tudo, não querem compreender o messianismo de Jesus
porque temem um compromisso maior (compare com 4,12).
c. O maior é aquele que serve (vv. 33-35)
15. A cena situa Jesus e seus discípulos em casa (v. 33). Pelo
caminho houve uma discussão sobre quem seria o maior dentro
do grupo (v. 34). Isso denota que os discípulos ainda imaginam a
comunidade dividida em categorias e classes, onde uns são privi-
legiados em detrimento de outros. O silêncio dos discípulos diante
da pergunta do Mestre prepara a “aula particular” de Jesus que,
sentado, ensina como Mestre que traz a novidade. O ensinamento
de Jesus mostra que o maior é o último em importância: “Se
alguém quer ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele
que serve a todos” (v. 35). A lição tem como ponto de referência
a própria ação do Mestre (cf. Fl 2,7-8: “Ele assumiu a condição de
servo... humilhou-se e foi obediente até a morte e morte de
cruz!”).
d. Ser o maior é acolher os pequenos (vv. 36-37)
16. A cena seguinte é marcada por uma criança no centro do
grupo. É o próprio Jesus quem a coloca aí, abraçando-a (v. 36).
Criança é sinônimo de pessoa necessitada e dependente. Jesus a
coloca como centro de atenção dos discípulos. E para ela tem um
gesto de carinho e de acolhida: o abraço (notar que no Evangelho
de Marcos Jesus abraça só crianças; cf. 10,16). Portanto, com esse
gesto Jesus está mostrando o que é ser seu discípulo, o que signi-
fica ser o maior dentro da comunidade: maior é aquele que acolhe
os carentes, marginalizados, oprimidos, injustiçados e por eles se
interessa, dedicando-lhes tempo e vida. E acolher essa gente é
acolher Jesus e o Pai, que o enviou (v. 37).
17. O episódio pode ter outra conotação. É que a palavra grega
paidion – normalmente traduzida por “criança” – pode significar
também o menor que trabalha (como tantos menores trabalhado-
res do nosso país) e está a serviço. Essa hipótese é confirmada
também pelo aramaico, em que talya pode significar tanto criança
quanto servo. Nesse sentido, esse menor que está a serviço lembra
o próprio Jesus, que se identifica com ele, abraçando-o. Jesus é o
menor de todos, pois se fez servo em sentido pleno: até dar sua
vida. Ser discípulo dele é acolhê-lo como o Messias servidor que
enfrenta a morte para comunicar vida para todos. Mas o caminho
do discípulo não termina aí. Há de passar, também ele, pelo servi-
ço até o fim, até a cruz, pois a diaconia do Mestre se prolonga nas
ações da comunidade cristã.
2ª leitura (Tg 3,16-4,3): A verdadeira sabedoria se expressa
pela conduta
18. O trecho da carta de Tiago que lemos como segunda leitura
deste domingo nos apresenta uma comunidade gravemente divi-
dida. Dentro dela há grandes conflitos, a ponto de seus membros
se matarem uns aos outros (4,2). A carta já revelara a opressão
dos ricos sobre os pobres. Agora tem-se a impressão de que há
outros focos de conflito, não menos graves que os anteriores.
19. Os versículos escolhidos para este dia relacionam-se estrei-
tamente com o que antecede. A tônica desse trecho é a sabedoria
cristã, que não depende de erudição acadêmica, mas do bom-
senso com que as pessoas se relacionam comunitariamente. De
fato, tem-se a impressão de que Tiago esteja recriminando os
falsos mestres: amparados por sua “sabedoria”, cometiam as
maiores injustiças dentro da comunidade, podendo ser compara-
dos com os injustos da 1ª leitura.
20. Tiago distingue dois tipos de sabedoria: a que é dada por
Deus e se traduz no bom-senso, e a que se aprende nas escolas.
Uma é boa e conduz a relações fraternas e justas; a outra se per-
verteu, e serve de suporte para que sejam cometidas injustiças.
21. O Autor descreve a “sabedoria que vem do alto” com sete
qualidades: pura, pacífica, indulgente, conciliadora, cheia de
misericórdia e bons frutos, sem parcialidade, sem fingimento (v.
17).Temos aí o retrato da pessoa sábia: não é quem estudou, mas
quem possui bom-senso nas relações entre as pessoas. Sábia é a
pessoa autêntica e leal, que promove a paz, é indulgente, procura
conciliar, bondosa, imparcial e transparente, sem duas caras.
Quem semeia discórdia na comunidade não é pessoa sábia, pois
está semeando vento para colher tempestade (cf. v. 18).
22. Nos primeiros versículos do cap. 4 Tiago ajuda a comunida-
de a descobrir as raízes das divisões comunitárias. Por que são
assim desunidos? Onde está a causa disso tudo? (4,1). A ganância
é a fonte de todos os males da comunidade. Por causa dela as
pessoas matam e se entregam à luta e à guerra. A ganância gera a
cobiça e esta, por sua vez, mata para possuir, sem se saciar (cf. v.
2).
23. Isso tudo acontecia dentro de comunidades cristãs às quais a
carta se dirige. Note-se que são comunidades que rezam (v. 3).
Mas Deus não as atende porque os pedidos são interesseiros,
feitos “com a finalidade de esbanjarem nos seus prazeres”. Deus
não freqüenta comunidades insensatas, nem as atende, porque sua
prática nega a sinceridade de suas preces.
PISTAS PARA REFLEXÃO
24. Comparar nossa sociedade com a sociedade de Alexandria do I séc. a.C. (1ª leitura).
Lá como cá há perseguição aos que lutam pela justiça. Parece ser uma luta desigual. De
que lado está Deus? Como e onde descobri-lo hoje nas lutas do povo pela justiça?
25. Jesus é o Messias servidor. Seus discípulos freqüentemente se perdem atrás de car-
gos, títulos e honrarias (evangelho Mc 9,30-37). Quem nossa comunidade deveria pôr,
hoje, no centro da celebração? A quem deveríamos dar hoje nosso abraço para nos com-
prometermos como discípulos de Jesus?
26. Por que há divisões em nossa comunidade? Onde está a raiz de tudo? O que sig-
nifica ser sábio em nossos dias? (2ª leitura Tg 3,16-4,3).

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O Messias servidor e seus discípulos

  • 1. O MESSIAS SERVIDOR E SEUS DISCÍPULOS BORTOLINE, José - Roteiros Homiléticos Anos A, B, C Festas e Solenidades - Paulus, 2007 * LIÇÃO DA SÉRIE: LECIONÁRIO DOMINICAL * ANO: B – TEMPO LITÚRGICO: 25° DOM. COMUM - COR: VERDE INTRODUÇÃO GERAL 1. O messianismo de Jesus se traduz em serviço até a doação da própria vida. Celebrar a Eucaristia é fazer memória da ação do Cristo, procurando vivenciá-la em nossa prática cristã. Por isso, ser cristão, discípulo de Jesus, é tomar posição dentro dos confli- tos sociais, promovendo o direito e a justiça (1ª leitura Sb 2,12a.17-20); é colocar-se a serviço de todos, particularmente dos marginalizados, sem ambicionar títulos, postos ou honrarias; é colocar como centro de atenção e dedicação os carentes, cientes de neles estar acolhendo o Messias servidor (evangelho Mc 9,30- 37). Quem age dessa forma é sábio segundo a sabedoria que vem do alto, pois a raiz de todos os males é a ganância (2ª leitura Tg 3,16-4,3). COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS 1ªleitura (Sb 2,12a.17-20): Os injustos não suportam a prática do justo 2. O cap. 2 do livro da Sabedoria apresenta o discurso dos injustos. O texto revela os conflitos existentes na comunidade judaica de Alexandria (Egito) no século I a.C. Quem são os injus- tos e o que fazem? Deixemos que o próprio texto os apresente a partir de suas ações: eles oprimem o justo empobrecido, não poupam a viúva, nem respeitam o velho (2,10). Fazem isso por- que manipularam a Lei, que protegia essas pessoas. Pela força e violência impuseram a injustiça como norma que regula as rela- ções sociais (v. 11). Eles e sua injustiça tornaram-se a lei. Quem pode se opor? 3. A oposição é feita pelo justo que os incomoda, critica o que fazem, censura-lhes as transgressões da Lei, acusando-os de falta de educação e de bom-senso (v. 12). O justo, portanto, é a pedra no sapato dos injustos (como, no passado, o profeta encarnava a denúncia contra a arbitrariedade e impunidade dos poderosos opressores). Mas não se trata unicamente de crítica. O justo se lhes opõe sobretudo por um comportamento diferente (v. 15). Rompe com eles, a ponto de considerá-los impuros (v. 16). Não quer ter nada em comum com eles. E para sua defesa chama em causa o próprio Deus, garantindo que a bem-aventurança pertence aos justos, que têm Deus do seu lado (v. 16). O capítulo 2 da Sabedoria, portanto, mostra o conflito aberto entre a prática da justiça e a injustiça que se tornou norma regedora das relações sociais. O texto dá a impressão de que o justo está sozinho contra os injustos (como acontece em muitos salmos), o que aumenta a dramaticidade, fortalecendo a arrogância dos injustos. 4. Uma sociedade baseada na mentira e na injustiça não suporta que haja pessoas que a critiquem. Por isso os injustos vão ao ataque contra os defensores da justiça: armam contra o justo ciladas mortais (v. 12a). Mediante difamação, procuram desmora- lizá-lo, mostrando-o como alguém estranho, esquisito e excêntri- co (hoje em dia, além da difamação, os que lutam pela justiça são acusados de baderneiros, inimigos da ordem, subversivos, agita- dores etc.). 5. O conflito entre injustos e justo aumenta, passando pela tortura, para chegar à morte sem apelação, sem que haja alguém disposto a defender-lhe a causa (v. 20). 6. A eliminação de pessoas que lutam pela justiça levanta uma questão importante: Onde Deus se posiciona dentro desse confli- to? Na ótica dos injustos, Deus não existe ou, se existe, não se intromete nessas questões. E parece ser este o grande drama de quantos sonham com uma sociedade justa e lutam por ela: Por que Deus não intervém? Os ímpios tripudiam em cima disso: “De fato, se o justo é filho de Deus, Deus o defenderá e o livrará dos seus inimigos” (v. 18). Tornando-se eles mesmos a lei, crêem que o mundo inteiro esteja à sua disposição, sem que haja um socorro para o justo (v. 20). Matando-o, acreditam ter matado o próprio Deus! 7. Porém, na ótica do livro da Sabedoria a perspectiva é dife- rente: “Deus não fez a morte, nem tem prazer em destruir os viventes. Tudo criou para que subsista; as criaturas do mundo são todas saudáveis: nelas não há veneno de morte, e a região dos mortos não reina sobre a terra. Porque a justiça é imortal” (1,13- 15). 8. O tema do justo perseguido e conduzido à morte, presente nesta leitura, serve de ponto de partida para entendermos o evan- gelho deste domingo: “O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens, e eles o matarão. Mas, três dias após sua mor- te, ele ressuscitará” (Mc 9,31b; cf. evangelho). Evangelho (Mc 9,30-37): Jesus, o Messias servidor 9. O Evangelho de Marcos compõe-se de duas partes. O início da segunda parte se encontra em 8,31, onde temos novo início. O ponto alto da primeira parte é a declaração de Pedro que, repre- sentando os demais discípulos, reconhece Jesus como o Messias (8,29). Na segunda parte, Jesus se dedica mais intensamente à instrução dos discípulos, mostrando-lhes aos poucos, em palavras e atos, em que consiste seu messianismo. A segunda parte culmi- na com a declaração do centurião: “Verdadeiramente este homem era filho de Deus” (15,39). a. O Messias vai ser morto e ressuscitar (vv. 30-32) 10. Jesus está a caminho de Jerusalém, atravessando a Galiléia, lugar onde desenvolveu sua atividade libertadora (v. 30). O pró- prio evangelista explica o motivo por que ele não queria ser nota- do pelo povo: estava ensinando a seus discípulos (v. 31). O con- teúdo desse ensinamento é o que se costuma chamar de segundo anúncio da paixão. 11. Marcos registrou em seu evangelho três anúncios da paixão de Jesus. Isso denota a importância da catequese sobre o ser cris- tão (o Evangelho de Mc foi, provavelmente, o primeiro texto de catequese das comunidades primitivas): o Mestre tem consciência dos conflitos que deverá enfrentar para realizar seu messianismo. Aquele que pretende segui-lo deverá tomar consciência e posicio- nar-se corajosamente. 12. Jesus afirma que “o Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens, e eles o matarão” (v. 31). Como o justo nas mãos dos injustos (cf. 1ª leitura), ele será condenado à morte. A expressão passiva “ser entregue” pode ser entendida de dois mo- dos: o primeiro reflete uma teologia tradicional e hoje abandona- da por quase todos; o segundo depende de uma nova compreensão de tudo o que Jesus disse e fez. 1. Sendo esse evangelho um texto de catequese, era compreensível que os catecúmenos se pergun- tassem: “Era de fato necessário que Jesus, para realizar seu mes- sianismo, tivesse de passar pela cruz? Por que um Messias cruci- ficado?” Marcos mostra que a paixão de Jesus está dentro do plano do Pai. É ele quem “entrega” seu Filho para salvar a huma- nidade. Deus entrega o Justo para salvar os pecadores. Porém a morte não terá a última palavra sobre o destino de Jesus: “três dias após sua morte, ele ressuscitará” (v. 31). Essa visão esbarra num imagem estranha de Deus. 2. Jesus será denunciado e traído por um de seus discípulos, e será morto por aqueles que sua práti- ca de vida incomodou. Judas, um de seus discípulos, se torna traidor do projeto de Jesus, colaborando com o sistema de morte. Marcos não menciona aqui quem será responsável pela morte de Jesus. Para o discípulo não restam mais dúvidas. Para quem lê o Evangelho de Marcos com atenção também não, pois desde 3,6 já se decretara a morte dele (cf. também o primeiro anúncio da paixão, 8,31-33).
  • 2. b. Medo do compromisso (v. 32) 13. Em cada um dos três anúncios da paixão encontramos uma reação oposta por parte dos discípulos. No primeiro anúncio (8,31-33) é Pedro quem se opõe terminantemente, apresentando condições (evangelho do 24º domingo comum). No segundo (9,30-32) os discípulos não compreendem e têm medo de fazer perguntas; têm medo do compromisso. No terceiro (10,32-34 29º domingo comum) a reação é de susto e, a seguir, os filhos de Zebedeu ambicionam postos de honra. A reação negativa dos discípulos serve de motivo para que Marcos insira aí um ensina- mento de Jesus, contrastando com a atitude dos discípulos. 14. No texto que nos interessa, “os discípulos não compreendiam suas palavras e tinham medo de perguntar” (v. 32). O tema da incompreensão dos discípulos é uma constante no Evangelho de Marcos. Associado ao medo de fazer perguntas, denota que eles, acima de tudo, não querem compreender o messianismo de Jesus porque temem um compromisso maior (compare com 4,12). c. O maior é aquele que serve (vv. 33-35) 15. A cena situa Jesus e seus discípulos em casa (v. 33). Pelo caminho houve uma discussão sobre quem seria o maior dentro do grupo (v. 34). Isso denota que os discípulos ainda imaginam a comunidade dividida em categorias e classes, onde uns são privi- legiados em detrimento de outros. O silêncio dos discípulos diante da pergunta do Mestre prepara a “aula particular” de Jesus que, sentado, ensina como Mestre que traz a novidade. O ensinamento de Jesus mostra que o maior é o último em importância: “Se alguém quer ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos” (v. 35). A lição tem como ponto de referência a própria ação do Mestre (cf. Fl 2,7-8: “Ele assumiu a condição de servo... humilhou-se e foi obediente até a morte e morte de cruz!”). d. Ser o maior é acolher os pequenos (vv. 36-37) 16. A cena seguinte é marcada por uma criança no centro do grupo. É o próprio Jesus quem a coloca aí, abraçando-a (v. 36). Criança é sinônimo de pessoa necessitada e dependente. Jesus a coloca como centro de atenção dos discípulos. E para ela tem um gesto de carinho e de acolhida: o abraço (notar que no Evangelho de Marcos Jesus abraça só crianças; cf. 10,16). Portanto, com esse gesto Jesus está mostrando o que é ser seu discípulo, o que signi- fica ser o maior dentro da comunidade: maior é aquele que acolhe os carentes, marginalizados, oprimidos, injustiçados e por eles se interessa, dedicando-lhes tempo e vida. E acolher essa gente é acolher Jesus e o Pai, que o enviou (v. 37). 17. O episódio pode ter outra conotação. É que a palavra grega paidion – normalmente traduzida por “criança” – pode significar também o menor que trabalha (como tantos menores trabalhado- res do nosso país) e está a serviço. Essa hipótese é confirmada também pelo aramaico, em que talya pode significar tanto criança quanto servo. Nesse sentido, esse menor que está a serviço lembra o próprio Jesus, que se identifica com ele, abraçando-o. Jesus é o menor de todos, pois se fez servo em sentido pleno: até dar sua vida. Ser discípulo dele é acolhê-lo como o Messias servidor que enfrenta a morte para comunicar vida para todos. Mas o caminho do discípulo não termina aí. Há de passar, também ele, pelo servi- ço até o fim, até a cruz, pois a diaconia do Mestre se prolonga nas ações da comunidade cristã. 2ª leitura (Tg 3,16-4,3): A verdadeira sabedoria se expressa pela conduta 18. O trecho da carta de Tiago que lemos como segunda leitura deste domingo nos apresenta uma comunidade gravemente divi- dida. Dentro dela há grandes conflitos, a ponto de seus membros se matarem uns aos outros (4,2). A carta já revelara a opressão dos ricos sobre os pobres. Agora tem-se a impressão de que há outros focos de conflito, não menos graves que os anteriores. 19. Os versículos escolhidos para este dia relacionam-se estrei- tamente com o que antecede. A tônica desse trecho é a sabedoria cristã, que não depende de erudição acadêmica, mas do bom- senso com que as pessoas se relacionam comunitariamente. De fato, tem-se a impressão de que Tiago esteja recriminando os falsos mestres: amparados por sua “sabedoria”, cometiam as maiores injustiças dentro da comunidade, podendo ser compara- dos com os injustos da 1ª leitura. 20. Tiago distingue dois tipos de sabedoria: a que é dada por Deus e se traduz no bom-senso, e a que se aprende nas escolas. Uma é boa e conduz a relações fraternas e justas; a outra se per- verteu, e serve de suporte para que sejam cometidas injustiças. 21. O Autor descreve a “sabedoria que vem do alto” com sete qualidades: pura, pacífica, indulgente, conciliadora, cheia de misericórdia e bons frutos, sem parcialidade, sem fingimento (v. 17).Temos aí o retrato da pessoa sábia: não é quem estudou, mas quem possui bom-senso nas relações entre as pessoas. Sábia é a pessoa autêntica e leal, que promove a paz, é indulgente, procura conciliar, bondosa, imparcial e transparente, sem duas caras. Quem semeia discórdia na comunidade não é pessoa sábia, pois está semeando vento para colher tempestade (cf. v. 18). 22. Nos primeiros versículos do cap. 4 Tiago ajuda a comunida- de a descobrir as raízes das divisões comunitárias. Por que são assim desunidos? Onde está a causa disso tudo? (4,1). A ganância é a fonte de todos os males da comunidade. Por causa dela as pessoas matam e se entregam à luta e à guerra. A ganância gera a cobiça e esta, por sua vez, mata para possuir, sem se saciar (cf. v. 2). 23. Isso tudo acontecia dentro de comunidades cristãs às quais a carta se dirige. Note-se que são comunidades que rezam (v. 3). Mas Deus não as atende porque os pedidos são interesseiros, feitos “com a finalidade de esbanjarem nos seus prazeres”. Deus não freqüenta comunidades insensatas, nem as atende, porque sua prática nega a sinceridade de suas preces. PISTAS PARA REFLEXÃO 24. Comparar nossa sociedade com a sociedade de Alexandria do I séc. a.C. (1ª leitura). Lá como cá há perseguição aos que lutam pela justiça. Parece ser uma luta desigual. De que lado está Deus? Como e onde descobri-lo hoje nas lutas do povo pela justiça? 25. Jesus é o Messias servidor. Seus discípulos freqüentemente se perdem atrás de car- gos, títulos e honrarias (evangelho Mc 9,30-37). Quem nossa comunidade deveria pôr, hoje, no centro da celebração? A quem deveríamos dar hoje nosso abraço para nos com- prometermos como discípulos de Jesus? 26. Por que há divisões em nossa comunidade? Onde está a raiz de tudo? O que sig- nifica ser sábio em nossos dias? (2ª leitura Tg 3,16-4,3).