O documento discute a importância da literatura africana no ensino de história em escolas com alunos quilombolas. Ele apresenta a lei que torna obrigatória a inclusão da cultura afro-brasileira no currículo e sugere atividades com o livro "Amkoullel, o menino fula" para desenvolver um novo olhar e combater o racismo.
2. INTRODUÇÃO
O desejo de realizar essa pesquisa, surge das vivências da professora na
instituição nucleada urbana, denominada: Escola Municipal Professora Alice
Maria, da cidade de Malhada-BA, que recebe alunos da Comunidade
Remanescente Quilombola Tomé Nunes.
Indagações: O Ensino de história, ofertado na referida escola, atende as
especificidades das leis 10.639/03 e 11.645/08 ?
Apresentar a literatura africana analisando a oralidade presente no livro
Amkoullel- o menino fula de Hampaté Bâ e a importância das narrativas
para os povos de tradição africana. O trabalho dialoga também com
pesquisadores: Chinua Achebe, Vanzina, Ramos, Silva, Caimi, Krausz e
propõe atividades para a comunidade escolar conhecer a literatura africana.
3. OBJETIVOS
Geral
• Levantar reflexões sobre o Ensino de História, utilizando a literatura
africana, especialmente a obra autobibliográfica, Hampaté Bâ para
fortalecer as relações étnico-raciais.
Específicos
• Discutir as Leis 10.639/2003 e 11.645/2008.
• Apresentar a literatura africana e uma proposta de atividade, na Escola
Municipal Professora Alice Maria, analisando a oralidade presente no
livro Amkoullel- o menino fula de Hampaté Bâ.
4. METODOLOGIA
Pesquisa qualitativa de cunho bibliográfico e a sugestão de proposta de
atividade para as aulas de História e demais áreas, nas turmas do Ensino
Fundamental II , da Escola Municipal Professora Alice Maria de Malhada-
Bahia que atende alunos do campo e alunos quilombolas da Comunidade de
Tomé Nunes.
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
1.1 A importância da Literatura Africana nas aulas de História
A educação é um fenômeno observado em todas as sociedades que
ocorre em diversos espaços e dimensões da vida humana CITRON(1990),
FONSECA(2011),RUSSEN(2001).
As Leis 10.639/03 e 11.645/08, implementadas no Brasil, a partir da luta e
pressão dos movimentos sociais e negros, torna obrigatória, a inclusão da
Cultura e história afro brasileira e indígena, no currículo oficial da educação
1.2 A literatura negra: aspectos relevantes
Segundo RAMOS (2015), o trabalho com a literatura negra em sala
de aula cria novas representações da figura do negro, que questiona, revisa e
reclama do seu papel e lugar na sociedade brasileira...
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Existem produções da literatura africana que devem ser trabalhados em
todos os âmbitos da educação básica, levando os leitores desenvolver um
novo olhar, combater racismos desconstruir o lugar da subalternidade.
1.3 Amkoullel, o menino fula: história e memória
Analisar as representações da África,a partir do autor africano Hampaté Bâ.
As civilizações africanas em sua grande maioria valorizavam a
oralidade(VANZINA,2010).
1.4 Costurando memórias: uma proposta metodológica
Com a leitura de Amkoullel, o menino fula, surge a proposta
metodológica para ser trabalhada nas séries finais de Ensino Fundamental II,
embasadas em CAIMI(2015) e KRAUZ(2011).
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Existe uma infinidade de textos da literatura africana, a espera de leitores
reflexivos para se conectarem com a cultura e a história de um povo
histórico tão marcado pelo preconceito e pelo racismo.
É possível realizar um trabalho interdisciplinar, divulgando e refletindo os
clássicos da literatura africana, amparados nas leis: 10.639/2003 e
11.645/08,proporcionando aos educandos a oportunidade de conhecer textos
literários de um continente que necessita ter maior divulgação, tornando a
aprendizagem mais significativa, com a participação ativa dos educandos.
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BÂ, Hampâté. Amkoullel, o menino fula. São Paulo: Pallas,2003.
BRASIL. Lei N° 10.639, de 09 de janeiro de 2003. BRASÌLIA, MEC. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2003/L10.639.htm. Acesso em 20 de janeiro de 2023.
BRASIL. Lei 11.645, de 10 de marco de 2008. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm. Acesso em: 20 de janeiro de 2023.
CAIMI, F. E. (2015). O que precisa saber um professor de história? História & Ensino, 21(2), 105–124. Londrina/PR. Disponível
em: https://doi.org/10.5433/2238-3018.2015v21n2p105. Acesso em 10 de dezembro de 2022.
CITRON, Suzanne. Ensinar historia hoje: a memória perdida reencontrada. Lisboa: Livros Horizonte, 1990.
FONSECA, Thaís Nivia de Lima. História e ensino de História. 3ª ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2011.
KRAUSZ, Monica. Onde as disciplinas se encontram. Revista Ensino Superior, setembro de 2011. Disponível em:
https://revistaensinosuperior.com.br/onde-as-disciplinas-se-encontram. Acesso em janeiro de 2023.
RAMOS, Lissandra. Por que trabalhar com Literatura negra em sala de aula.Geledés:2015.Disponível em:
https://www.geledes.org.br/por-que-trabalhar-com-literatura-negra-em-sala-de-aula. Acesso em dezembro de 2022.
RÜSEN, J.A razão histórica: os fundamentos da ciências histórica. Brasília: Ed. UnB, 2001.
VANSINA, Jan. A tradição oral e a sua metodologia. In: KI-ZERBO,J.(coord.)História Geral da África Negra I- Metodologia e
História Geral da África. Paris: UNESCO, 2010(ed.revista).