O documento discute a soberania de Deus e a responsabilidade humana na salvação segundo o capítulo 9 de Romanos. Apresenta o paradoxo de que Deus é soberano na salvação, porém também é necessário que os homens preguem o evangelho, pois sem a pregação as pessoas não podem se converter. Manter ambos os lados da questão é importante para não cair em extremismos que enfraqueçam a oração ou o impulso missionário.
2. INTRODUÇÃO A ROMANOS
1. Autoria: Paulo (1:1)
Fatos históricos
• Desejo de ir a Roma (1:15, 15:24)
• Coleta feita para os irmãos de Jerusalém (15:
26-33), Auto referência - ser apóstolo entre
os gentios (cf. 15: 16; Ef 3:7,8; Cl 1:27; Gal
1:16).
• Referências a pessoas de conhecimento
comum: Febe, Priscila e Áquila e Timóteo,
que se tornam elo importante entre o
escritor e os destinatários.”
3. INTRODUÇÃO A ROMANOS
2) Época da Produção da Epístola
– Durante o inverno de 56-57 A. D., no tempo
em que ele passou em Corinto, na casa de
Gaio.
– Foi ditada a seu amigo Tércio
4. INTRODUÇÃO A ROMANOS
3) Destinatários
Paulo planeja ampliar seu trabalho de
evangelização. Não querendo “edificar sobre
fundamento alheio” (Rm 15:20), decidiu ir à
Espanha, a mais antiga colônia romana do
Ocidente. Mas a ida à Espanha também lhe
daria a oportunidade de conhecer Roma, sendo
cidadão romano, por direito de nascença (At.
22:28), julgou que seria apropriado passar por
Roma
6. UM BREVE PANORAMA DE ROMANOS
1. A IRA DE DEUS (1:18 – 3:20)
A revelação da Justiça de Deus é necessária em
virtude de sua ira contra toda injustiça (1:18)
A raça humana dividida em 3 grupos:
- A sociedade gentílica depravada (1: 18-32)
- Os críticos moralistas (2: 1-6)
- Os judeus instruídos e autoconfiantes (3:9-20)
7. UM BREVE PANORAMA DE ROMANOS
2. A Graça de Deus (3:21 – 8:39)
• Mas agora... Brilhou a luz do evangelho
(Propiciação, redenção e justificação)
• Duas comunidades são tratadas, uma
caracterizada pelo pecado e pela culpa
encabeçada por Adão, e outra é caracterizada
pela graça e pela fé, sendo o seu cabeça Cristo.
(5:12-21)
• Referência a Lei (Moisés) (7:1-13)
• A Constante e penosa luta moral interior (7:14-
25)
• Referência ao Espírito Santo (8)
8. UM BREVE PANORAMA DE ROMANOS
3) O Plano de Deus para judeus e para gentios (9-
11)
• O fracasso de Israel (9:1-33): O propósito da
eleição de Deus
• A culpa de Israel (10:1-21): O desapontamento
de Deus com a desobediência de seu povo.
• O futuro de Israel (11:1-32): O desígnio eterno
de Deus
• Doxologia (11:33-36): A sabedoria e a
generosidade de Deus.
9. UM BREVE PANORAMA DE ROMANOS
4) A vontade de Deus (12:1 – 15:13)
– Implicações nos nossos relacionamentos
transformados pelo evangelho (12:1-16)
– Relacionamento com nossos inimigos e
malfeitores (17-21)
– Relacionamento com as autoridades (13:1-7)
– Relacionamento com os fracos 14:1 – 15:13)
– Paulo descreve seu ministério de apóstolo dos
gentios.
10. O problema da Soberania e
Responsabilidade Humana na
evangelização e missões
• Fazemos da evangelização uma
empreitada humana do começo ao fim
• Ou não a fazemos de modo algum.
• Se Deus controla todas as coisas, por que
evangelizar? A soberania de Deus
enfraquece a Evangelização?
11. A Soberania e a Salvação
• Em Rm 9, vemos um tratado de Paulo sobre a Soberania de
Deus
• Afirma ainda que Deus odiou Esaú, antes dele ter nascido,
“para que, o propósito de Deus quanto à eleição,
prevalecesse” (Rm 9.11).
• Afirma que não depende de quem quer, nem de quem corre,
mas de Deus usar sua misericórdia. (Rm 9.16)
• Estas afirmações são fortes e soam agressivas para o homem.
• No capítulo 10, o mesmo Paulo que fala tão seriamente da
escolha de Deus, está orando pela conversão dos judeus (Rm
10.1), e afirma que é necessário pregar, pois sem a pregação
do Evangelho, o homem não pode se converter e ser salvo.
Por isto é necessário pregar (Rm 10.11-14).
12. A Soberania e a Salvação
J.I. Packer afirma que trata-se de um
antinômio da revelação de Deus contida na
Bíblia.
Antinomia: “Uma contradição entre
conclusões que parecem igualmente lógicas,
razoáveis, ou necessárias”.
Naturalmente trata-se de uma contradição
aparente, e há razões para se crer tanto
numa quanto na outra.
13. A Soberania e a Salvação
Antinomia é diferente de Paradoxo. No
paradoxo, não são os fatos que dão ideia de
contradição, mas as palavras.
Exemplos de paradoxos:
– “Sou livre, quando sou escravo”
– “Entristecidos, mas sempre alegres”
– “Nada tendo, mas possuindo tudo”.
• Para Packer, a contradição é verbal, não
real
14. A Soberania e a Salvação
• No antinômio, precisamos aceitá-lo como
ele é, e aprender a viver com ele. É algo
que não compreendemos no presente,
mas que são complementares.
• Considere, portanto, dois atributos de
Deus: Ele é ao mesmo tempo juiz e rei.
15. A Soberania e a Salvação
• Como juiz, o ser humano torna-se
responsável pelas escolhas morais que faz
e é julgado por elas.
• Como rei, Deus é soberano: Ele ordena,
governa e controla todas as coisas, e nada
acontece sem sua ordem, inclusive no
plano da salvação, já que ele escolhe e
predestina para a salvação.
16. A Soberania e a Salvação
A Bíblia trata as duas coisas de forma simultânea,
sem nenhuma crise.
• Se o homem não reconhecer Jesus como Filho de
Deus, Salvador, está eternamente perdido (Jo 3.18),
• mas ao mesmo tempo a Palavra de Deus nos afirma
que são salvos todos aqueles que foram “destinados à
vida eterna” (At 13.48).
No entanto, precisamos manter com igual ênfase as
duas verdades aparentemente conflitantes. Deus é juiz
soberano, as pessoas serão condenadas se não
obedecerem ao que Ele diz. Serão condenadas porque
rejeitaram a salvação, por meio de Jesus, que Ele nos
ofereceu.
17. A Soberania e a Salvação
Você crê na soberania de Deus?
• Packer afirma que cremos, por duas razões:
1. Deus é soberano no mundo por ele criado. É por
isso que oramos porque sabemos que Deus é
soberano. Se não entendermos que Deus controla
todas as coisas, não faz sentido orar.
2. Deus é soberano na salvação. Você dá graças por
sua salvação? Você ora pela salvação dos outros?
18. A Soberania e a Salvação
• Estas duas atitudes naturais do homem de
fé indicam que de fato cremos que Deus é
soberano.
• Deus é soberano no mundo por ele criado,
por isso oramos.
• Deus é soberano na salvação, por isto
agradecemos a salvação.
19. A Soberania e Salvação
Dois perigos quando não consideramos estes dois lados da
questão:
1 – Preocupação exclusiva com a responsabilidade
humana:
Afirmamos que os homens são responsáveis e nos
esquecemos que o homem sem Cristo está morto, incapaz de se
inclinar para Deus, e que somente com o toque do Espírito Santo
ele poderá se voltar a Deus. E somente através da graça de Deus
ele poderá reviver espiritualmente.
Precisamos sempre lembrar que usamos nossos dons e
talentos, evangelizamos, mas somos apenas instrumentos:
• At 13.48; 2Tm 2.10; Tt 1.1;
20. A Soberania e Salvação
2 – Preocupação exclusiva com a soberania de Deus.
Os resultados negativos surgem e imediatamente:
• Enfraquecimento da oração – Se Deus é quem faz,
por que orar?
• Perda do impulso evangelístico – Não sinto a
responsabilidade de pregar
• Perda da sensibilidade com o próximo - Não me
aproximo do pecador para lhe compartilhar as
boas novas. Torno-me passível em relação ao
mandato missionário.
21. A Soberania e Salvação
Ilustração 1:
• Certo fazendeiro calvinista se aproximou do
seu vizinho metodista, que estava com uma
lavoura muito bonita e lhe disse: “É meu
irmão, Deus é realmente soberano e bom,
veja como está sua plantação. A soja está
bonita... Deus manda chuva no tempo certo e
controla todas as coisas”. O arminiano
respondeu: “Você precisava ver isto aqui
quando só Deus cuidava”
22. A Soberania e Salvação
Outra resposta possível do metodista
• “É... eu sei que Deus é bom, mas não fosse
a gente arrancar o mato, tirar os cupins,
semear e cultivar a semente, acho que não
teríamos esta lavoura bonita que temos
aqui...”
23. A Soberania e Salvação
Ilustração 2:
Willian Carey procurou o diretor da
fraternidade de ministros da Inglaterra para
falar do seu chamado missionário. A
resposta foi: “Quando Deus quiser converter
os pagãos, ele o fará sem a sua ajuda ou a
minha”.
24. A Soberania e Salvação
O calvinismo fatalista, não leva em
consideração todos os lados da salvação,
que inclui a eleição divina e a
responsabilidade humana.