SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 28
Baixar para ler offline
Debates Teóricos Contemporâneos I
Módulo 2 – Professora Drª Virgínia Ferreira
Análise do texto:
Gender and the Financial Crisis
de
Sylvia Walby
Jarbas Cardoso
Coimbra, 07 de novembro de 2015
Ideia geral do texto
 Abordagem sobre a crise financeira e económica
global, que teve início em 2008;
 Análise das principais políticas adotadas por
diferentes instituições globais, regionais e locais
para combater os efeitos da crise; as quais tem
implicações para os direitos humanos das
mulheres e capacitação dessas em ocupar cargos
de decisões (arquitetura financeira);
 Identifica as causas e consequências ocultas de
género nas políticas de combate a crise e
submete essas à análise, de modo a melhorar a
base de conhecimentos para o desenvolvimento
de políticas.
O artigo está divido em
quatro seções:
 A questão do género na arquitetura
financeira;
 O impacto da crise financeira sobre
géneros/para os géneros;
 A generificação das respostas políticas
à crise;
 Conclusão: avaliação das implicações
de género para crise financeira.
1- A questão do género na
arquitetura financeira
 A crise financeira que iniciou, em 2008, nos EUA:
 atingiu vários países e suas economias reais,
 falência e quase falência de bancos e outras
grandes instituições financeiras;
 colapso no sistema financeiro global, gerando
bolhas especulativas e fortes oscilações nos
valores ligados à habitação, ações,
commodities.
 Teve impacto (desproporcional), em especial,
sobre os pobres e sobre as mulheres.
 Causas da crise:
 A crise financeira é o resultado de uma falha na
governança das finanças.
 Permitiu financiamentos de forma
descontrolada, -capital que não existia-
comparado com a economia real.
 Esse descontrolo na regulação e fiscalização
dos financiamentos foram responsáveis pelo
efeito da crise.
 Isso é uma questão de género. Por quê?
 Formada por instituições globais, regionais e
locais, tais como:
 Banco Mundial, FMI, OMC, Ag.
Qualificadoras de Risco (global);
 Banco Central Europeu (Regional);
 Bancos Centrais, Ministérios de Finanças,
Comitês de Regulamentação
Governamental, conselhos privados de
bancos. (Local).
 Essa estrutura vem sendo repensada, mas com
velhas práticas de transformação.
 A tributação (prática antiga) tem sofrido
mudanças nesse senário global,
 Houve um aumento processo de evasão e
fraude fiscal, tentativa de minimizar o
pagamento do imposto.
 Falta de transparência , operações secretas,
paraísos fiscais, lavagem/branqueamento de
recursos de origem criminosa.
 O processo de evasão e fraude fiscal afeta
combate a pobreza, promove a pobreza e o
bem-estar das pessoas;
 Essa questão fiscal é de género
 A governança da arquitetura financeira é de
género
 a composição dos órgãos sociais é de género,
pois nelas as mulheres tem uma sub-
representação
 Os princípios, objetivos, práticas e
conhecimentos de base que sustentam suas
decisões são de género (maioria homens/olhar
masculino);
 Suas metas priorizam os requisitos do capital
financeiro em detrimento de ajuda às
economias domésticas
 O objetivo dessas instituições poderiam e deveriam
potencializar a igualdade de género. (inclusão das
mulheres)
 A seleção dos objetivos/prioridades dessas
instituições, não são obvias, e sim decisões políticas.
 Para quem é o financiamento? As prioridades são as
mais adequadas? Quais são os fins sociais e
económicos que essas devem ser dirigidas?
 Inclusão/igualdade de género é um princípio
democrático.
 As decisões não podem se limitar aos
financiadores.
 As mulheres incluídas nas tomadas de decisões:
 Irão tomar diferentes prioridades e práticas nas
decisões financeiras;
 Podendo ser vantajoso para o sistema social
como um todo;
 Postura ética, p.ex., em relação à
regulamentação da evasão fiscal e os requisitos
para prestação de serviços públicos.
2- O impacto da crise financeira
sobre géneros/para os géneros;
 Falência de Instituições tais como bancos,
empresas empregadoras, comercio de
exportação;
 Perda de emprego e redução real dos salários,
mudança na composição do emprego
(Empregos mais vulneráveis: informais, agric. de
subsistência, domésticos).
 Índices de desemprego entre homens e
mulheres variam de região para região e de país
para país.
 Diferenças pequenas, dependendo do setor,
ora mais para as mulheres, ora mais para os
homens).
 Aprofundou e gerou mais pobreza daqueles que
já são vulneráveis.
 Efeitos desiguais sobre os homens e as mulheres.
 Nos países em desenvolvimento, há projeção em
ampliar (além dos já projetados 133 -155 milhões)
mais 53 milhões de pessoas vivem a baixo da linha
de pobreza, i.e., com menos $2 dia.
 Influência, por exemplo com os aumentos dos
alimentos e combustível.
 Aprofundou e gerou mais pobreza daqueles que já
são vulneráveis.
 Ameaçam na realização dos Objetivos de
Desenvolvimento do Milénio,
 As mulheres e meninas mais pobres são
vulneráveis em todos os lugares, sobre tudo em
países que já possuem altas taxas de
mortalidade infantil e baixa escolaridade
feminina
 Reduziu os fluxos globais de mercadorias,
serviços e pessoas. Afeta a indústria de
exportação e trabalhadores migrantes que
enviam suas rendas para suas famílias .
 Mulheres: Malásia 78%, Bangladesh 85% (Ind.
Têxtil);
 Filipinas mais de 50% (área electrónica);
 Uganda 85%, Equador 75% e Tailândia 80%
(flores de corte).
 Com o declínio na renda das mulheres (mais do
que o dos homens) tende afetar mais o bem-estar
das famílias, é mais provável que a renda das
mulheres seja gasta com as crianças
 Redução em investimentos e oferta de serviços de
cuidado com a saúde reprodutiva;
 Em países já com baixas taxas de escolarização
feminina, as meninas são mais afetadas e
susceptíveis de serem retiradas da escola, quando
as famílias sofrem queda na renda.( ajudar em
casa)
3 - A questão de género e
as respostas políticas à crise
 As respostas políticas foram de curto e médio
prazo, incluem instituições globais e regionais e
nacionais.
 Existem vários tipos de políticas em resposta a
crise, tais como:
 Ajuda e suporte para bancos e instituições
financeiras;
 Políticas fiscais e monetárias;
 Suporte para grandes empregadores;
 Fundos para apoiar os pobres e vulneráveis.
 Há também a questão de saber se existe um
estímulo fiscal pelo Estado, ou se a crise será
feita na prática através de medidas de
austeridade.
 Incluem também a questão de género
 Comissão sobre o Status da Mulher;
 Aproveitamento de experiências de crises
financeiras e econômicas de outros momentos.
 O banco mundial considera que:
 “Boas políticas devem fornecer a curto prazo
assistência contra queda/choque de renda,
facilitar o ajustamento económico, e nutrir os
investimentos em capital humano e físico
para minimizar os custos de crise a longo
prazo”.
 Apoio ao rendimento das famílias através de
transferências de renda públicas, tais como:
 intervenção no mercado de trabalho para criar
empregos e rendimentos:
isenção de imposto da folha de pagamento e
de salários de férias, subsídios salariais
programas de obras públicas e geração de
emprego no setor público;
redução nas taxas de remessa de
transferências privadas
apoio a investimentos domésticos de capital
humano: mantendo serviços público em saúde
e educação de formas acessíveis.
 Todas as respostas políticas, sejam elas selecionadas
para mulheres e aos pobres, são de género. Tanto a
curto ou a longo prazo.
 Exemplos:
 Primeiro: quando é feito uma ação de suporte para
salvar os grandes bancos e instituições financeiras,
da falência, através de repasse de grandes fluxos
de fundos públicos, em diferentes formas, esses são
recursos que vem dos contribuintes, e por mais que
sejam esses na maioria homens, há também
mulheres contribuintes, no entanto, esses recursos
são transferidos em benefício e nas mãos de
instituições que são predominantemente
constituídas por homens, os quais ocupam os
cargos de diretoria, ou os demais cargos de ponta
e de alta remuneração.
 Segundo: essas políticas de ajuda as grandes
instituições e bancos, poderiam ser
acompanhadas de ações que condicionam e
promovam a igualdade de gênero:
 na forma de composição em igualdade nos
cargos dos conselhos de administração, ou em
demais cargos superiores de tais instituições.
 Que sejam estabelecidos princípios de
igualdades entre géneros nas metas das
corporação.
 Nas políticas monetárias e fiscal:
 Exemplo (como as políticas afetam as mulheres):
 P.ex., quando em medidas de austeridade o Estado
desenvolvidas resposta à turbulência financeira, as
mulheres (e as crianças) surgem sempre como as
maiorias perdedoras, pois sofrem com os cortes e
ajustes em programas sociais, de educação e saúde,
precisando as mulheres carregar o fardo do trabalho de
outras maneiras.
 Na questão tributária
Imposto é uma forma de redistribuição de fundos
efectuados pelos organismos governamentais em
apoio as despesas para os cidadãos. No entanto,
quando há evasão fiscal ou isenção, por parte do
estado, em apoia à empresas, são as mulheres
desproporcionalmente as perdedoras quando o
imposto não é recolhido.
 Despesas de IR é uma questão de género. P.ex.,
na ajuda do Estado através do salário
complementar à uma senhora idosa, ou p’ uma
mãe solteira incapaz manter um filho.
 Um corte na cobrança de IR é claramente em
benefícios dos homens, na média ganham mais,
logo pagam mais, com o corte do IR, quem se
beneficia são os homens.
 Políticas de emprego: suporte para os principais
empregadores (Lobby, Montadores constituídas em
grande maioria por trabalhadores homens);
 Na área da educação há uma segregação dessas
das mulheres na educação profissional;
 Enfim, há outras formas de políticas para ajudar a
questão da crise, mas essas sempre serão uma
questão de género. Onde decisões são tomadas
em benefícios de alguns e perda de outros.
3.1- Critica à ONU
 A Comissão da ONU de Peritos sobre as reformas do
sistema monetário e financeiro internacional fez uma
série de recomendações, em especial aos países em
desenvolvimento, para melhorias da questão social;
 a inclusão;
 a impacto negativo sobre os pobres, e o papel
adverso da desigualdade de renda;
 ao conceito de "trabalho decente”;
 importância dos princípios democráticos,
participação no processo de tomada de decisão;
 Questão da pobreza, desnutrição e educação,
 Mas não colocou em suas recomendações
referências às relações de gênero, especificamente
sobre as mulheres, ao termo feminino. Não houve um
olhar generificado, ou de outros grupos minoritários.
Conclusão
 As crises financeira e económica são de gênero,
pois seus impactos, por mais que tenham variações
de região para região, acabam sempre afetando os
mais pobres e as mulheres, em alguns lugares, as
mulheres são significativamente bem mais
prejudicadas.
 Na Arquitetura financeira as mulheres são
segregadas: tanto no trabalho, nas práticas e nas
decisões financeiras.
 É preciso aumentar a participação das mulheres na
arquitetura financeira;
 A crise é de género porque o que gerou a crise
foram as tomadas de decisões, estas por suas vez,
foram tomadas pelos homens.
Conclusão
 A definição de respostas políticas á crise
depende em parte da sociedade política e civil.
E existem muitas fontes de variação na resposta
de política e os seus resultados para o
desenvolvimento de políticas. Essas dependem,
em parte, do desenvolvimento de alianças e
coligações a nível local, regional e global.
 Os movimentos de mulheres e defensores dos
direitos da mulher têm respondido de forma
diferente as crise.
 Em alguns lugares existe um repensar da
orientação para o mercado das políticas sociais.
 Em alguns lugares há as respostas políticas
envolvem as questões de justiça global e o
desenvolvimento sustentável e o cruzamento de
género com pobreza, classe, etnia, migração e
questões de direitos humanos.
“os homens não se põem num canto a conspirar
contra as mulheres. As coisas aparecem-lhes como
naturais e, por isso, nomeiam-se uns aos outros [...].
Acontece porque é o funcionamento da sociedade,
mas esse tem de ser quebrado e as quotas quebram
essas redes naturais. A questão da igualdade tem de
estar nas cabeças dos homens”.
Anália Torres.
• De bate sobre direitos e igualdade de género juntou deputadas, juíza e socióloga.
• Fonte: Jornal Público.

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Análise de Gênero da Crise Financeira Global

As políticas sociais compensatórias e os governos de esquerda da américa latina
As políticas sociais compensatórias e os governos de esquerda da américa latinaAs políticas sociais compensatórias e os governos de esquerda da américa latina
As políticas sociais compensatórias e os governos de esquerda da américa latinaFabricio Rocha
 
Apresentação coegemas 22 08-2013
Apresentação coegemas 22 08-2013 Apresentação coegemas 22 08-2013
Apresentação coegemas 22 08-2013 Pedro Ponto Ponto
 
A justiça social, pilar da sociedade
A justiça social, pilar da sociedadeA justiça social, pilar da sociedade
A justiça social, pilar da sociedadeAdilson P Motta Motta
 
Trabalho de maria alice
Trabalho de maria aliceTrabalho de maria alice
Trabalho de maria aliceLeonelrbl
 
A Atuação do assistente social na SEMCAS
A Atuação do assistente social na SEMCASA Atuação do assistente social na SEMCAS
A Atuação do assistente social na SEMCASKristin Melo
 
Entrevista Dilma Rousseff 1
Entrevista  Dilma Rousseff 1Entrevista  Dilma Rousseff 1
Entrevista Dilma Rousseff 1guest6f3978
 
Aula 04 - A desigualdade social e econômica no mundo globalizado
Aula 04 - A desigualdade social e econômica no mundo globalizadoAula 04 - A desigualdade social e econômica no mundo globalizado
Aula 04 - A desigualdade social e econômica no mundo globalizadoClaudio Henrique Ramos Sales
 
Voluntariado no Brasil: Avanços e Desafios
Voluntariado no Brasil: Avanços e DesafiosVoluntariado no Brasil: Avanços e Desafios
Voluntariado no Brasil: Avanços e DesafiosInstituto Unibanco
 

Semelhante a Análise de Gênero da Crise Financeira Global (20)

Welfare state
Welfare stateWelfare state
Welfare state
 
As políticas sociais compensatórias e os governos de esquerda da américa latina
As políticas sociais compensatórias e os governos de esquerda da américa latinaAs políticas sociais compensatórias e os governos de esquerda da américa latina
As políticas sociais compensatórias e os governos de esquerda da américa latina
 
1 administrador
1   administrador1   administrador
1 administrador
 
Apresentação coegemas 22 08-2013
Apresentação coegemas 22 08-2013 Apresentação coegemas 22 08-2013
Apresentação coegemas 22 08-2013
 
Palestra: Os Aposentados do Brasil
Palestra: Os Aposentados do BrasilPalestra: Os Aposentados do Brasil
Palestra: Os Aposentados do Brasil
 
Contrastes
ContrastesContrastes
Contrastes
 
A justiça social, pilar da sociedade
A justiça social, pilar da sociedadeA justiça social, pilar da sociedade
A justiça social, pilar da sociedade
 
Trabalho de maria alice
Trabalho de maria aliceTrabalho de maria alice
Trabalho de maria alice
 
Economia, motor do progresso
Economia, motor do progressoEconomia, motor do progresso
Economia, motor do progresso
 
Christine lagarde
Christine lagardeChristine lagarde
Christine lagarde
 
A Atuação do assistente social na SEMCAS
A Atuação do assistente social na SEMCASA Atuação do assistente social na SEMCAS
A Atuação do assistente social na SEMCAS
 
Cadernos de Estudos nº 17: Desenvolvimento Social em Debate
Cadernos de Estudos nº 17: Desenvolvimento Social em DebateCadernos de Estudos nº 17: Desenvolvimento Social em Debate
Cadernos de Estudos nº 17: Desenvolvimento Social em Debate
 
Agenda5
Agenda5Agenda5
Agenda5
 
Entrevista Dilma Rousseff 1
Entrevista  Dilma Rousseff 1Entrevista  Dilma Rousseff 1
Entrevista Dilma Rousseff 1
 
Cart fecop[1]
Cart fecop[1]Cart fecop[1]
Cart fecop[1]
 
Fecop
FecopFecop
Fecop
 
Cart fecop
Cart fecopCart fecop
Cart fecop
 
Aula 04 - A desigualdade social e econômica no mundo globalizado
Aula 04 - A desigualdade social e econômica no mundo globalizadoAula 04 - A desigualdade social e econômica no mundo globalizado
Aula 04 - A desigualdade social e econômica no mundo globalizado
 
Atualidades 2012 parte 1 3°ano
Atualidades 2012 parte 1 3°anoAtualidades 2012 parte 1 3°ano
Atualidades 2012 parte 1 3°ano
 
Voluntariado no Brasil: Avanços e Desafios
Voluntariado no Brasil: Avanços e DesafiosVoluntariado no Brasil: Avanços e Desafios
Voluntariado no Brasil: Avanços e Desafios
 

Mais de University of Coimbra

Entre as revoluções burguesas e o século XX.pptx
Entre as revoluções burguesas e o século XX.pptxEntre as revoluções burguesas e o século XX.pptx
Entre as revoluções burguesas e o século XX.pptxUniversity of Coimbra
 
Revista mistérios da psique, nº2, mensagens subliminares, Por Jarbas Cardoso
Revista mistérios da psique, nº2, mensagens subliminares, Por Jarbas CardosoRevista mistérios da psique, nº2, mensagens subliminares, Por Jarbas Cardoso
Revista mistérios da psique, nº2, mensagens subliminares, Por Jarbas CardosoUniversity of Coimbra
 
Economia solidária como formas alternativas de economia
Economia solidária como formas alternativas de economiaEconomia solidária como formas alternativas de economia
Economia solidária como formas alternativas de economiaUniversity of Coimbra
 
Ensaio dtc i os ultimos charruas - matheus estevan barancelli
Ensaio dtc i   os ultimos charruas - matheus estevan barancelliEnsaio dtc i   os ultimos charruas - matheus estevan barancelli
Ensaio dtc i os ultimos charruas - matheus estevan barancelliUniversity of Coimbra
 

Mais de University of Coimbra (6)

Entre as revoluções burguesas e o século XX.pptx
Entre as revoluções burguesas e o século XX.pptxEntre as revoluções burguesas e o século XX.pptx
Entre as revoluções burguesas e o século XX.pptx
 
Revista mistérios da psique, nº2, mensagens subliminares, Por Jarbas Cardoso
Revista mistérios da psique, nº2, mensagens subliminares, Por Jarbas CardosoRevista mistérios da psique, nº2, mensagens subliminares, Por Jarbas Cardoso
Revista mistérios da psique, nº2, mensagens subliminares, Por Jarbas Cardoso
 
Projeto Riscos
Projeto Riscos Projeto Riscos
Projeto Riscos
 
Economia solidária como formas alternativas de economia
Economia solidária como formas alternativas de economiaEconomia solidária como formas alternativas de economia
Economia solidária como formas alternativas de economia
 
Trabalho ameixoeira criativa
Trabalho ameixoeira criativa   Trabalho ameixoeira criativa
Trabalho ameixoeira criativa
 
Ensaio dtc i os ultimos charruas - matheus estevan barancelli
Ensaio dtc i   os ultimos charruas - matheus estevan barancelliEnsaio dtc i   os ultimos charruas - matheus estevan barancelli
Ensaio dtc i os ultimos charruas - matheus estevan barancelli
 

Último

Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdflucassilva721057
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdfAna Lemos
 
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptxVARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptxMarlene Cunhada
 
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFicha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFtimaMoreira35
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...licinioBorges
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptMaiteFerreira4
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfMarianaMoraesMathias
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOFASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOAulasgravadas3
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....LuizHenriquedeAlmeid6
 
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamentalAntônia marta Silvestre da Silva
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdfGEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdfElianeElika
 

Último (20)

Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
 
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptxVARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFicha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOFASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
 
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdfGEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
 

Análise de Gênero da Crise Financeira Global

  • 1. Debates Teóricos Contemporâneos I Módulo 2 – Professora Drª Virgínia Ferreira Análise do texto: Gender and the Financial Crisis de Sylvia Walby Jarbas Cardoso Coimbra, 07 de novembro de 2015
  • 2. Ideia geral do texto  Abordagem sobre a crise financeira e económica global, que teve início em 2008;  Análise das principais políticas adotadas por diferentes instituições globais, regionais e locais para combater os efeitos da crise; as quais tem implicações para os direitos humanos das mulheres e capacitação dessas em ocupar cargos de decisões (arquitetura financeira);  Identifica as causas e consequências ocultas de género nas políticas de combate a crise e submete essas à análise, de modo a melhorar a base de conhecimentos para o desenvolvimento de políticas.
  • 3. O artigo está divido em quatro seções:  A questão do género na arquitetura financeira;  O impacto da crise financeira sobre géneros/para os géneros;  A generificação das respostas políticas à crise;  Conclusão: avaliação das implicações de género para crise financeira.
  • 4. 1- A questão do género na arquitetura financeira  A crise financeira que iniciou, em 2008, nos EUA:  atingiu vários países e suas economias reais,  falência e quase falência de bancos e outras grandes instituições financeiras;  colapso no sistema financeiro global, gerando bolhas especulativas e fortes oscilações nos valores ligados à habitação, ações, commodities.  Teve impacto (desproporcional), em especial, sobre os pobres e sobre as mulheres.
  • 5.  Causas da crise:  A crise financeira é o resultado de uma falha na governança das finanças.  Permitiu financiamentos de forma descontrolada, -capital que não existia- comparado com a economia real.  Esse descontrolo na regulação e fiscalização dos financiamentos foram responsáveis pelo efeito da crise.  Isso é uma questão de género. Por quê?
  • 6.  Formada por instituições globais, regionais e locais, tais como:  Banco Mundial, FMI, OMC, Ag. Qualificadoras de Risco (global);  Banco Central Europeu (Regional);  Bancos Centrais, Ministérios de Finanças, Comitês de Regulamentação Governamental, conselhos privados de bancos. (Local).  Essa estrutura vem sendo repensada, mas com velhas práticas de transformação.
  • 7.  A tributação (prática antiga) tem sofrido mudanças nesse senário global,  Houve um aumento processo de evasão e fraude fiscal, tentativa de minimizar o pagamento do imposto.  Falta de transparência , operações secretas, paraísos fiscais, lavagem/branqueamento de recursos de origem criminosa.  O processo de evasão e fraude fiscal afeta combate a pobreza, promove a pobreza e o bem-estar das pessoas;  Essa questão fiscal é de género
  • 8.  A governança da arquitetura financeira é de género  a composição dos órgãos sociais é de género, pois nelas as mulheres tem uma sub- representação  Os princípios, objetivos, práticas e conhecimentos de base que sustentam suas decisões são de género (maioria homens/olhar masculino);  Suas metas priorizam os requisitos do capital financeiro em detrimento de ajuda às economias domésticas
  • 9.  O objetivo dessas instituições poderiam e deveriam potencializar a igualdade de género. (inclusão das mulheres)  A seleção dos objetivos/prioridades dessas instituições, não são obvias, e sim decisões políticas.  Para quem é o financiamento? As prioridades são as mais adequadas? Quais são os fins sociais e económicos que essas devem ser dirigidas?
  • 10.  Inclusão/igualdade de género é um princípio democrático.  As decisões não podem se limitar aos financiadores.  As mulheres incluídas nas tomadas de decisões:  Irão tomar diferentes prioridades e práticas nas decisões financeiras;  Podendo ser vantajoso para o sistema social como um todo;  Postura ética, p.ex., em relação à regulamentação da evasão fiscal e os requisitos para prestação de serviços públicos.
  • 11. 2- O impacto da crise financeira sobre géneros/para os géneros;  Falência de Instituições tais como bancos, empresas empregadoras, comercio de exportação;  Perda de emprego e redução real dos salários, mudança na composição do emprego (Empregos mais vulneráveis: informais, agric. de subsistência, domésticos).  Índices de desemprego entre homens e mulheres variam de região para região e de país para país.  Diferenças pequenas, dependendo do setor, ora mais para as mulheres, ora mais para os homens).  Aprofundou e gerou mais pobreza daqueles que já são vulneráveis.
  • 12.  Efeitos desiguais sobre os homens e as mulheres.  Nos países em desenvolvimento, há projeção em ampliar (além dos já projetados 133 -155 milhões) mais 53 milhões de pessoas vivem a baixo da linha de pobreza, i.e., com menos $2 dia.  Influência, por exemplo com os aumentos dos alimentos e combustível.  Aprofundou e gerou mais pobreza daqueles que já são vulneráveis.
  • 13.  Ameaçam na realização dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio,  As mulheres e meninas mais pobres são vulneráveis em todos os lugares, sobre tudo em países que já possuem altas taxas de mortalidade infantil e baixa escolaridade feminina  Reduziu os fluxos globais de mercadorias, serviços e pessoas. Afeta a indústria de exportação e trabalhadores migrantes que enviam suas rendas para suas famílias .  Mulheres: Malásia 78%, Bangladesh 85% (Ind. Têxtil);  Filipinas mais de 50% (área electrónica);  Uganda 85%, Equador 75% e Tailândia 80% (flores de corte).
  • 14.  Com o declínio na renda das mulheres (mais do que o dos homens) tende afetar mais o bem-estar das famílias, é mais provável que a renda das mulheres seja gasta com as crianças  Redução em investimentos e oferta de serviços de cuidado com a saúde reprodutiva;  Em países já com baixas taxas de escolarização feminina, as meninas são mais afetadas e susceptíveis de serem retiradas da escola, quando as famílias sofrem queda na renda.( ajudar em casa)
  • 15. 3 - A questão de género e as respostas políticas à crise  As respostas políticas foram de curto e médio prazo, incluem instituições globais e regionais e nacionais.  Existem vários tipos de políticas em resposta a crise, tais como:  Ajuda e suporte para bancos e instituições financeiras;  Políticas fiscais e monetárias;  Suporte para grandes empregadores;  Fundos para apoiar os pobres e vulneráveis.
  • 16.  Há também a questão de saber se existe um estímulo fiscal pelo Estado, ou se a crise será feita na prática através de medidas de austeridade.  Incluem também a questão de género  Comissão sobre o Status da Mulher;  Aproveitamento de experiências de crises financeiras e econômicas de outros momentos.
  • 17.  O banco mundial considera que:  “Boas políticas devem fornecer a curto prazo assistência contra queda/choque de renda, facilitar o ajustamento económico, e nutrir os investimentos em capital humano e físico para minimizar os custos de crise a longo prazo”.
  • 18.  Apoio ao rendimento das famílias através de transferências de renda públicas, tais como:  intervenção no mercado de trabalho para criar empregos e rendimentos: isenção de imposto da folha de pagamento e de salários de férias, subsídios salariais programas de obras públicas e geração de emprego no setor público; redução nas taxas de remessa de transferências privadas apoio a investimentos domésticos de capital humano: mantendo serviços público em saúde e educação de formas acessíveis.
  • 19.  Todas as respostas políticas, sejam elas selecionadas para mulheres e aos pobres, são de género. Tanto a curto ou a longo prazo.  Exemplos:  Primeiro: quando é feito uma ação de suporte para salvar os grandes bancos e instituições financeiras, da falência, através de repasse de grandes fluxos de fundos públicos, em diferentes formas, esses são recursos que vem dos contribuintes, e por mais que sejam esses na maioria homens, há também mulheres contribuintes, no entanto, esses recursos são transferidos em benefício e nas mãos de instituições que são predominantemente constituídas por homens, os quais ocupam os cargos de diretoria, ou os demais cargos de ponta e de alta remuneração.
  • 20.  Segundo: essas políticas de ajuda as grandes instituições e bancos, poderiam ser acompanhadas de ações que condicionam e promovam a igualdade de gênero:  na forma de composição em igualdade nos cargos dos conselhos de administração, ou em demais cargos superiores de tais instituições.  Que sejam estabelecidos princípios de igualdades entre géneros nas metas das corporação.
  • 21.  Nas políticas monetárias e fiscal:  Exemplo (como as políticas afetam as mulheres):  P.ex., quando em medidas de austeridade o Estado desenvolvidas resposta à turbulência financeira, as mulheres (e as crianças) surgem sempre como as maiorias perdedoras, pois sofrem com os cortes e ajustes em programas sociais, de educação e saúde, precisando as mulheres carregar o fardo do trabalho de outras maneiras.  Na questão tributária Imposto é uma forma de redistribuição de fundos efectuados pelos organismos governamentais em apoio as despesas para os cidadãos. No entanto, quando há evasão fiscal ou isenção, por parte do estado, em apoia à empresas, são as mulheres desproporcionalmente as perdedoras quando o imposto não é recolhido.
  • 22.  Despesas de IR é uma questão de género. P.ex., na ajuda do Estado através do salário complementar à uma senhora idosa, ou p’ uma mãe solteira incapaz manter um filho.  Um corte na cobrança de IR é claramente em benefícios dos homens, na média ganham mais, logo pagam mais, com o corte do IR, quem se beneficia são os homens.
  • 23.  Políticas de emprego: suporte para os principais empregadores (Lobby, Montadores constituídas em grande maioria por trabalhadores homens);  Na área da educação há uma segregação dessas das mulheres na educação profissional;  Enfim, há outras formas de políticas para ajudar a questão da crise, mas essas sempre serão uma questão de género. Onde decisões são tomadas em benefícios de alguns e perda de outros.
  • 24. 3.1- Critica à ONU  A Comissão da ONU de Peritos sobre as reformas do sistema monetário e financeiro internacional fez uma série de recomendações, em especial aos países em desenvolvimento, para melhorias da questão social;  a inclusão;  a impacto negativo sobre os pobres, e o papel adverso da desigualdade de renda;  ao conceito de "trabalho decente”;  importância dos princípios democráticos, participação no processo de tomada de decisão;  Questão da pobreza, desnutrição e educação,  Mas não colocou em suas recomendações referências às relações de gênero, especificamente sobre as mulheres, ao termo feminino. Não houve um olhar generificado, ou de outros grupos minoritários.
  • 25. Conclusão  As crises financeira e económica são de gênero, pois seus impactos, por mais que tenham variações de região para região, acabam sempre afetando os mais pobres e as mulheres, em alguns lugares, as mulheres são significativamente bem mais prejudicadas.  Na Arquitetura financeira as mulheres são segregadas: tanto no trabalho, nas práticas e nas decisões financeiras.  É preciso aumentar a participação das mulheres na arquitetura financeira;  A crise é de género porque o que gerou a crise foram as tomadas de decisões, estas por suas vez, foram tomadas pelos homens.
  • 26. Conclusão  A definição de respostas políticas á crise depende em parte da sociedade política e civil. E existem muitas fontes de variação na resposta de política e os seus resultados para o desenvolvimento de políticas. Essas dependem, em parte, do desenvolvimento de alianças e coligações a nível local, regional e global.
  • 27.  Os movimentos de mulheres e defensores dos direitos da mulher têm respondido de forma diferente as crise.  Em alguns lugares existe um repensar da orientação para o mercado das políticas sociais.  Em alguns lugares há as respostas políticas envolvem as questões de justiça global e o desenvolvimento sustentável e o cruzamento de género com pobreza, classe, etnia, migração e questões de direitos humanos.
  • 28. “os homens não se põem num canto a conspirar contra as mulheres. As coisas aparecem-lhes como naturais e, por isso, nomeiam-se uns aos outros [...]. Acontece porque é o funcionamento da sociedade, mas esse tem de ser quebrado e as quotas quebram essas redes naturais. A questão da igualdade tem de estar nas cabeças dos homens”. Anália Torres. • De bate sobre direitos e igualdade de género juntou deputadas, juíza e socióloga. • Fonte: Jornal Público.