O documento resume os resultados preliminares de uma pesquisa sobre doações no Brasil. A pesquisa teve como objetivos conhecer as atitudes da população brasileira sobre filantropia e identificar barreiras para doações. Foram realizados grupos de discussão em três cidades com doadores e não doadores de diferentes classes sociais. A pesquisa encontrou que o governo é visto como responsável por ações sociais, mas ineficiente, e que doadores acreditam em um papel individual na ajuda ao próximo.
3. Objetivos Gerais da Pesquisa Doação Brasil
Conhecer o que a população brasileira pensa sobre Filantropia, qual sua
atitude e como se comporta em relação a doações.
Identificar as principais barreiras que impedem um volume maior de doadores
e de doações.
Chegar a uma estimativa (volume) de recursos financeiros doados
anualmente pela população.
4. Metodologia
10 Grupos de Discussão
(entre 15 e 28 de outubro)
Recife
São Paulo
Porto Alegre
Doadores e não doadores
Classes A, B, C e D
Homens e Mulheres
Entre 18 e 50 anos
5. Situação Social do País
O governo é percebido como o principal agente responsável pela justiça social no país.
Existe uma visão generalizada de inadequação da ação governamental no que se refere ao
bem estar social ou mais diretamente ao apoio à população necessitada.
Ao governo se associa corrupção e falta de eficiência, afetando diretamente setores como
saúde, educação e geração de empregos.
Na omissão do governo outros agentes da sociedade devem participar das ações sociais.
oportunidade
6. Agentes para bem estar social
Os não doadores são mais persistentes com o conceito de que o governo é
responsável pelo apoio aos necessitados.
Evitam assumir qualquer parcela de responsabilidade por justiça social ou
quando assumem utilizam razões evasivas para sua falta de ação.
Já para doadores existe uma visão de que o ser humano (mais do que o
cidadão) tem um papel importante na ajuda ao próximo.
Junta-se a esta visão dos doadores a resignação com relação à
incapacidade de ação governamental e uma conscientização sobre a
necessidade de mobilização de empresas e cidadãos para ações de cunho
social.
7. Termos Associados
termo eventualmente citado mas associado com
pessoas ou entidades que tem muito recursos e
fazem doações em dinheiro. Alguns associam com
entidades que fazem trabalho social, mas com um
senso de datação histórica – por exemplo Santa
Casa.
Filantropia
termo que é aceito
com mais
tranquilidade
e identificação.
Caridade
termo aceito mas demostra para alguns uma relação
um pouco depreciativa para quem recebe a doação.
Investimento Social termo não aparece
Solidariedade
8. Avaliação dos modos de doação
Doação pode ser em trabalho voluntário / tempo dedicado; em bens / materiais e alimentos e em dinheiro.
De modo geral apenas a doação de bens / material ou alimentos diretamente aos necessitados é vista como
positiva.
Para a participação voluntária ou a doação em dinheiro é importante uma organização que receba, organize
e direcione os esforços de doação.
Necessitados
Entidades
Grupo de
Indivíduos
Indivíduos
Bens / Material / Alimentos
Voluntariado / Tempo
Dinheiro
O mecanismo de crowdfunding apesar de
praticamente desconhecido pode ter grande
potencial de aceitação se bem planejado
9. Razões para doar
Motivação Sentimento
Consciência
tranquila
Auto gratificação
Prazer
Fazer a diferença
Incômodo com
desigualdade e
situação de
necessidade
Possibilidade de
ajudar
Educação /
Histórico Familiar
Fatores
Concretizadores
Sensibilidade à
causa
Confiança na
Entidade
Disponibilidade
Financeira
Acesso ao
mecanismo de
doação
Sensibilidade
Possibilidade
Exemplo
Importante: doar sem
esperar nada em troca e
sem divulgar.
Existe divisão se o doar
tendo alguma retribuição
(isenção de impostos etc.)
pode macular o ato da
doação, que tem que ser
primordialmente
desinteressada
O conhecimento de
benefícios fiscais para
doação é baixo.
10. Sensibilidade a Causas
Alta sensibilidade
em geral
Dependente de
circunstâncias /
envolvimento / histórico
Baixa sensibilidade
Meio Ambiente
Crianças
Saúde
Calamidades
Idosos
Educação
Dependência Química
Proteção a Animais
Esportes (Sensível para jovens)
11. Construção da confiança
Ser transparente / prestar contas /
mostrar aplicação de recursos
Mostrar resultados e efetividade de
ação
Focar ações tangíveis e específicas
Ser aberta a visitação / conhecer por
dentro / participar
Conhecer alguém atendido /
beneficiado
Conhecer pessoas sérias que
trabalham / participam.
12. Destruição da confiança
Associação com políticos
Associação com governo
Escândalos / histórico negativo
Falta de transparência
Falta de visão de resultados
Insistência na contribuição
13. IDIS
Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social
Tel: +55 11 3037-8238
website: www.idis.org.br
Andréa Wolffenbüttel
(andreaw@idis.org.br)