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FAP é adiado para 2010

O Fator Acidentário de Prevenção (FAP) não entrará mais em vigor em janeiro
de 2009, mas sim em janeiro de 2010. O adiamento de um ano foi anunciado
pelo ministro José Pimentel, no dia 24 de setembro, durante a abertura da
reunião do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS). Segundo o
ministro, o mecanismo que irá calcular e definir as alíquotas de contribuição
das empresas ao Seguro de Acidente de Trabalho (SAT), necessita de um
aperfeiçoamento nas regras de sua metodologia. Além disso, Pimentel
ressaltou que o adiamento também foi decidido para aguardar a finalização dos
trabalhos da Comissão Tripartite de Saúde e Segurança no Trabalho, criada
em maio deste ano, e para expandir as discussões nas demais comissões
pertinentes. Com estes debates, a Previdência Social acredita que terá
condições de estabelecer um marco legal para definir as políticas de redução
dos índices de acidentes e doenças do trabalho no país. A divulgação do FAP
de cada empresa, que deveria ter ocorrido no dia 1º de setembro, também foi
adiada, sendo que uma nova data ainda não foi anunciada pelo governo. Os
dados do Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário (NTEP) serão a base
para este reenquadramento das alíquotas a serem pagas pelas empresas,
como previsto no Decreto 6.042/07.

Carta

O adiamento e a revisão das normas de adoção do FAP vêm ao encontro das
solicitações da Confederação Nacional da Indústria (CNI), e de demais
entidades empresariais. “A sociedade patronal encaminhou uma carta ao
Ministério da Previdência Social, pedindo a prorrogação do FAP. A
inconsistência na metodologia do cálculo deixou as empresas inseguras
quanto à cobrança das alíquotas. Acredito que as informações foram mal
divulgadas, o que culminou neste estranhamento da nova sistemática”, destaca
o analista de Políticas e Indústria da Confederação Nacional da Indústria (CNI),
Clovis Veloso de Queiroz Neto. A decisão foi bem vista pelo analista, que
considera válida uma reavaliação da metodologia para adequá-la à sociedade.
“Num claro e evidente bom senso, a Previdência adiou o FAP para não implicar
em equívocos de interpretação. Mas o FAP de cada empresa deveria ter sido
divulgado, até como orientação para o empresário. Ele saberia como se sairia
caso a implantação ocorresse em janeiro”, comenta.

Modificações

Para o médico do Trabalho e vice-presidente da Anamt (Associação Nacional
de Medicina do Trabalho), Mário Bonciani, o adiamento é coerente e justificado.
“Realizamos uma Convenção no ano passado, sobre o FAP e o NTEP, e
percebemos a necessidade de uma readequação do projeto. Ele precisa de
modificações, ajustes e melhorias. Há muitos pontos que não estão
devidamente contextualizados”, comenta Bonciani. A aplicação do sistema
bônus malus é aguardada há décadas pelos profissionais ligados à área de
Saúde e Segurança do trabalhador. Na opinião do médico do Trabalho,
valorizar o empregador que acidenta menos com uma tributação menor, e vice-
versa, é um antigo sonho da categoria. “Apesar de justificada, esta decisão
pode gerar apreensão entre os prevencionistas e comprometer a eficiência do
governo. Mas vamos aguardar os próximos meses. O governo terá que se
manifestar em breve sobre os procedimentos que irá adotar para melhorar a
compreensão do FAP. Caso contrário, suas justificativas serão infundadas”,
reforça Bonciani. A notícia do adiamento deixou o engenheiro de segurança e
diretor da Anest (Associação Nacional dos Engenheiros de Segurança do
Trabalho), Nelson Burille, surpreso, pois até então não havia ouvido nenhuma
menção sobre esta possibilidade. “Considerei imprópria esta decisão. Ela
causa um descrédito quanto às ações do governo, principalmente por ter sido
comunicada de última hora. Inclusive, os procedimentos administrativos
necessários para a entrada em vigor do FAP (Instrução Normativa nº 31) já
tinham sido aprovados e publicados (11 de setembro de 2008)”, salienta Burille.
Em sua opinião, o FAP deveria ser implantado no início do ano de 2009
independente dos ajustes. “Uma revisão poderia ser feita após a entrada em
vigor do FAP, e ser apresentada mais tarde. No momento era mais importante
implantá-lo de uma vez por todas”, afirma. O secretário de saúde do
CONTRAF/CUT, Plínio Pavão, avalia o adiamento sob a mesma ótica. “Este
aperfeiçoamento foi um pretexto do governo. Todo instrumento normativo tem
falhas, e não seria diferente com o FAP. Acho importante discutir, mas antes
vamos analisar como ele se sairá na prática”, explica. A pressão dos
empresários para que a metodologia não entre em vigor é vista por Pavão
como o verdadeiro motivo deste segundo adiamento. “Acredito que as duas
ações de inconstitucionalidade movidas pelos empresários influenciaram nesta
decisão, que pode colocar em risco a adoção do FAP no futuro”.

O Ministro da Previdência José Pimentel foi procurado pela Redação de
Proteção para esclarecer sobre o adiamento do FAP, mas afirmou por meio de
sua assessoria que não teria tempo disponível para manifestar-se sobre o
assunto.

Fonte: Revista Proteção – www.protecao.com.br

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  • 2. pode gerar apreensão entre os prevencionistas e comprometer a eficiência do governo. Mas vamos aguardar os próximos meses. O governo terá que se manifestar em breve sobre os procedimentos que irá adotar para melhorar a compreensão do FAP. Caso contrário, suas justificativas serão infundadas”, reforça Bonciani. A notícia do adiamento deixou o engenheiro de segurança e diretor da Anest (Associação Nacional dos Engenheiros de Segurança do Trabalho), Nelson Burille, surpreso, pois até então não havia ouvido nenhuma menção sobre esta possibilidade. “Considerei imprópria esta decisão. Ela causa um descrédito quanto às ações do governo, principalmente por ter sido comunicada de última hora. Inclusive, os procedimentos administrativos necessários para a entrada em vigor do FAP (Instrução Normativa nº 31) já tinham sido aprovados e publicados (11 de setembro de 2008)”, salienta Burille. Em sua opinião, o FAP deveria ser implantado no início do ano de 2009 independente dos ajustes. “Uma revisão poderia ser feita após a entrada em vigor do FAP, e ser apresentada mais tarde. No momento era mais importante implantá-lo de uma vez por todas”, afirma. O secretário de saúde do CONTRAF/CUT, Plínio Pavão, avalia o adiamento sob a mesma ótica. “Este aperfeiçoamento foi um pretexto do governo. Todo instrumento normativo tem falhas, e não seria diferente com o FAP. Acho importante discutir, mas antes vamos analisar como ele se sairá na prática”, explica. A pressão dos empresários para que a metodologia não entre em vigor é vista por Pavão como o verdadeiro motivo deste segundo adiamento. “Acredito que as duas ações de inconstitucionalidade movidas pelos empresários influenciaram nesta decisão, que pode colocar em risco a adoção do FAP no futuro”. O Ministro da Previdência José Pimentel foi procurado pela Redação de Proteção para esclarecer sobre o adiamento do FAP, mas afirmou por meio de sua assessoria que não teria tempo disponível para manifestar-se sobre o assunto. Fonte: Revista Proteção – www.protecao.com.br