Como ainda se pensa a política a partir do clientelismo e do privatismo do poder...

1. Cadê Zazá – Zá – Zá – Zá – Zá?
Oba! A farra das passagens aéreas...
E nquanto o povo brasileiro anda com a cabeça nas nuvens, em meio à tele-novelas,
futebol e receitas culinárias... Dr. Spoke, Darth Vader e os cavaleiros de “Jedais” do
Congresso Nacional fazem a maior festa, nos céus, com o dinheiro público! E olha que o
absurdo de compras excessivas de passagens aéreas é apenas o check-in dessa jornada
de corrupção que vai até às estrelas!
Para quem não lembra, explico: houve uma tele-novela na qual a protagonista Zazá
vivia voando porque era rica e filha de Santos Dumont... Já na vida real da política
brasileira cujos parlamentares votam em segredo e a sua prestação de contas é
voluntária, os gastos em passagens aéreas excessivas – para políticos e seus familiares –
e em todo tipo de luxo geram despesas que ultrapassam a estratosfera do orçamento
público e a Enterprise chamada Brasília viaja incólume, no cosmos da depravação
política, frente a qualquer ameaça de investigação...
Navegar é preciso! Dizem os nossos intrépidos viajantes! Paris, Miami, China...
Parece que a vida parlamentar é mesmo um lindo roteiro de turismo, cheio de aventuras e
emoções, totalmente compreensível, haja visto que eles não estão nem aí para a opinião
pública que afinal de contas está tão envolvida com o emagrecimento do “Fenômeno”
Ronaldo, atacante do “Curíntia”; com a nova moda indiana e com os bolinhos de maçã de
José Serra (PSDB-SP)... ufa! Não sobra tempo mesmo para mais nada!
Nessa festa de arromba, todo o Congresso Nacional se esbalda a tal ponto que se
chega a vender créditos de vôo, aquelas famosas “milhas”, para terceiros num dos muitos
esquemas de desvio e lavagem de dinheiro público. Os comissários de bordo mais afoitos
se manifestaram: o Deputado Federal Sílvio Costa (PMN-PE), de início disse que era
normal e ficou “chateado”, depois percebeu o tamanho da repercussão e desconversou; o
maior malandro do Ceará, o Deputado Federal Ciro Gomes (PSB) – aquele que faz
especulação política para presidente, em toda eleição, e depois leva um ministério como
“cala-boca” para apoiar o majoritário – disse que é assim mesmo; até o Senador Eduardo
Suplicy (PT-SP) “levou a dele”...
Ah, não é à toa que Brasília tem a forma de avião e por lá já passaram tantas
Zazás, e em meio à mil escândalos diários, lembrem-se: o Presidente Lula prefere “voar”
em mais esse caso de corrupção, como da outra vez! Cadê Dirceu, cadê Palocci e cadê a
(es)quadrilha da fumaça?
O Hebreo