1. Clarinete
Clarinete
Surgiu no final do século XVII, a partir do aperfeiçoamento da charamela, levado a cabo por
Johann Christopher Denner, conhecido fabricante de flautas de Niremberg. No século seguinte,
passou a integrar a orquestra sinfônica. Por volta de 1840, atingiu sua estrutura definitiva, com
a introdução do sistema de chaves de Theobald Boehm, que já havia sido aplicado com sucesso
na flauta.
Ao logo dos tempos, foram criados clarinetes de dimensões e timbres variados. Há cinco
modelos ainda em uso:
– em mi bemol – o soprano da família, também denominado “requinta”;
– em dó – de timbre brilhante;
– em si bemol – o mais usado na atualidade;
– em lá – de pouco uso;
– clarinete-baixo em si bemol – uma oitava abaixo do outro de mesma tonalidade.
Constitui-se de um tubo cilíndrico dividido em 4 partes: pavilhão, corpo inferior, corpo superior
e barrilete. Neste está embutida a boquilha, na qual se adapta uma palheta simples.
Mozart foi um dos primeiros compositores a explorar o clarinete como instrumento solista,
compondo um concerto e várias peças de câmara. A sua escrita para o clarinete, favorecendo a
beleza do registro grave do instrumento e um equilíbrio e fluência em toda a sua ampla
tessitura, faz-nos pensar na escrita vocal e não é difícil imaginar tratar-se por vezes de uma voz
de soprano. O uso do clarinete obbligato como “dramatis persona” em La Clemenza di Tito
encontra-se na linha de uma tradição vienense do início do séc. XVIII, na qual se inscrevem
múltiplas óperas, evidenciando uma relação estreita entre a voz e o chalumeau que, tomado
como objeto significante, é associado a sentimentos específicos de caráter amoroso ou pastoral.
Criado em 1810, o clarinete-baixo ou clarone também é utilizado na orquestra sinfônica,embora
com menor frequência. Distingue-se do clarinete propriamente dito, pelo pavilhão recurvado e
pelo diapasão mais grave.