O documento discute a música no século XIX, especificamente o período romântico. Aborda figuras centrais como Beethoven e Rossini e como eles influenciaram o desenvolvimento do romantismo musical, com Beethoven trazendo uma abordagem mais expressiva e individual e Rossini dominando a ópera italiana da época. Também discute o surgimento do bel canto e como compositores como Bellini e Donizetti o levaram adiante.
1. HM II – 2º Semestre
Música no Século XIX
✓ Séc XVIII até começo do Séc. XX -> Romantismo
A origem do termo «Romântico»
➢ Tem base na literatura contemporânea e não em gerações
passadas.
A sombra de Beethoven
➢ A Música como Arte Maior
➢ O paralelismo com a Literatura
❖ O prestígio e o poder da Literatura estendem-se agora à
música.
Beethoven (o herdeiro de Haydn)
➢ 1º Músico autossuficiente
➢ O espírito revolucionário, livre, impulsivo, misterioso
➢ A concepção subjacente da música como auto-expressão
3º períodos
1º -> Período de formação do artista:
Obras demasiado pessoais.
2º -> escrita das obras mais influentes
o Quartetos Rasumovsky/sinfonias 5, 6 e 7/ sonatas
3º -> Sinfonia nº 9, últimas sonatas e sinfonias
2. ➢ na charneira da História
❖ A simbiose entre o Artista e o seu período
➢ Nasce em Bona em 16/12/1770
➢ Família de músicos de Corte, de origem flamenga
➢ Criança prodígio (piano)
➢ Aos 12 anos nomeado assistente do organista de Corte
➢ Aos 18 encarrega-se de alguns dos deveres do Pai como cantor e
instrumentista
➢ Aos 19 anos primeiras obras importantes
❖ 2 cantatas (morte e coroação dos imperadores Austro-
húngaros)
o Aparentemente nunca tocadas
o Aprovadas por Haydn na sua passagem para Londres
(1790)
➢ No regresso de Haydn (1792) é decidido que vá estudar com ele em
Viena (Contraponto)
➢ Haydn regressa a Inglaterra (1794) e passa a estudar com Johann
Georg Albrechtsberger (1736-1809), Kapellmeister de St. Estevão, e
possivelmente Antonio Salieri (1750-1825), Kapellmeister da Corte
Imperial.
➢ Torna-se um pianista procurado campeão da cidade de Viena
o Replicando (mesmo ultrapassando) o sucesso de Mozart
➢ Em 1795 (data do regresso de Haydn) já é presença habitual nas
principais casas nobres melómanas de Viena.
➢ 1º grande sucesso em Concerto
o Concerto para Piano em Sí bemol Maior (futuro nº 2, Op. 19)
➢ Publica o seu Op. 1
o Trios para Piano, Violino e Violoncelo
❖ Dedicados a um dos seus patronos, Príncipe Karl von
Lichnowsky
❖ A crítica de Haydn ao 3º Trio, na sombria tonalidade de Dóm
• Beethoven recusa-se a identificar-se como seu aluno na
Op.2
• Auto-estima sincera e autopromoção calculada:
componentes do mito “Beethoven”
➢ 1796 bem-sucedidas tournées concertísticas em terras germânicas
3. o Escutado pelo compositor Vaclav Tomásek (1774-1850) em
Praga em 1798, considera-o “o maior pianista que tinha
escutado”
➢ 1800, 2/4, concerto em seu benefício com obras de Haydn, Mozart
e dele próprio (concerto para Piano) e improvisações, afirmam-no
como o maior compositor da sua geração.
o E ainda o Septeto para Sopros e Cordas, Op. 20
❖ Uma das suas obras mais populares
o Sinfonia nº 1, Op. 21
❖ O “território” de Haydn e Mozart
O estilo da Música Romântica
A originalidade como valor absoluto
➢ Muitas das ideias que usamos hoje vem do período romântico.
A flexibilidade rítmica
➢ O ritmo rubato, o gosto pela indefinição
O desenvolvimento melódico
➢ A era do tonalismo
➢ Maior emoção e efusão
➢ Expressão
➢ Maior irregularidade em termos rítmicos e frásicos
➢ Ilusão da espontaneidade
A expansão harmónica
➢ Maior complexidade, cromatismo
Expansão da paleta sonora
➢ O timbre, a melodia e a forma musical passam a ter a mesma
importância
➢ Desenvolvimento dos instrumentos (pianos com mais 8ªs)
➢ Expansão da orquestra, aparecimento do maestro (Igor Stravinsky)
e da batuta
➢ Novas combinações instrumentai
4. A questão da forma na música romântica
• O romper com a herança do Classicismo
➢ O uso menos estrito das formas
➢ Fusão dos temas, cadenciação menos marcada
➢ O miniatural vs o monumental
❖ Composições miniaturas (Lied de Schubert) vs Composições
monumentais (dramas musicais e Wagner com um mínimo de
3h)
• O princípio da unidade temática
❖ A forma cíclica, com o mesmo tema ocorrendo nos vários
andamentos.
❖ A transformação temática, com novas versões de um meso
tema.
• O Romantismo na Música
✓ Começa no último quartel do Século XIX
▪ Beethoven
✓ 2º terço do Séc. XIX
▪ Uma corrente entre várias
❖ Nacionalismo
o Próximo
❖ Realismo
o Oposto
• A «explosão» da cena musical
✓ Urbanização
✓ Industrialização
✓ Disseminação massiva da música
❖ Impressão de partituras
❖ Enormes salas de concerto
❖ Tournées
5. ❖ Empresários
❖ Periódicos musicais
❖ A música como disciplina académica
❖ Historiografia musical
Beethoven e a (escassa) relação com a Ópera -> transição do classicismo
para o romantismo
Figura central da música, em parte por ser alemão.
Compõe uma única ópera -> Fidélio (1814)
Pouco impacto no mundo operático
Estilo - “ópera de resgate”
❖ A Revolução Francesa
❖ Gréty (1741-1813)
❖ Méhul (1763-1817)
❖ Cherubini (1760-1842)
• Espanha, Leonore (a esposa), Rocco (o carcereiro), Don Florestan
(o marido), Don Pizarro (o vilão), Don Fernando (o superior
hierárquico)
• Leonore, o fracasso inicial (1805/1806)
O papel da música na Ópera
✓ Metáfora da acção e emoção representada
❖ A emoção e a acção representam uma metáfora da
força vital subjacente, da qual a música é a mais fiel
encarnação que s epode experimentar na vida.
❖ A perspectiva Romântica/Germânica
❖ Preenche a mente oitocentista
❖ Coroa a música instrumental
❖ Beethoven e a sua expressão maior
6. A dominação italiana
✓ Rossini (1792-1868)
❖ A antítese Beethoveniana
o Da época de Beethoven até à época de
Beethoven e Rossini: sensualidade vs
espiritualidade
❖ O herdeiro da herança mozartiana
o O seu assumido modelo (Mozart).
o A centralidade da Ópera no contexto da época.
❖ O modelo de produção operática italiano
o Cantores (a prima donna), empresários, público e
compositor.
o A “obra” é o resultado da performance
o A música como ofício (e não desígnio)
o “Uma òpera Italiana na 1ª metade do Séc. XIX era
tratada como um conjunto de unidades individuais que
podiam ser rearranjadas, substituídas e omitidas de
acordo com as condições de apresentação, gosto ou
capricho locais”.
Os Sucessos
Tancredi (1813)
✓ Ópera Séria -> 1º sucesso internacional
O Barbeiro de Sevilha (1816)
✓ Escrito entre c.12/1815 e 26/2/1816 (escrever, copiar, encenar e
ensaiar)
✓ O “maior compositor da sua época”
❖ Ópera cómica e Ópera Séria
✓ Guillaume Tell, Paris (1829)
❖ Última ópera que Rossini compõe
❖ Reforma dourada
❖ Desuso do cravo para o recitativo a “seco2 e utilizado aqui o
recitativo acompanhado
7. Depois da reforma ainda escreve obras como:
❖ Péchés de vieillesse
❖ Stabat Mater
❖ Petite Messe Solennelle
o O estilo da música religiosa indistinto do operático
o Banido em 1903 (Pio X e a recuperação do Canto
Gregoriano)
O «Código Rossini»
• Beethoven, o Romântico vs Rossini, o Pré-Romântico
• Transgressão, Superação vs o herdeiro da tradição
• Põe em prática modelos já existentes e estabelece a base para o
futuro.
➢ A Abertura em “Barbeiro de Sevilha”
❖ Mais elaborada devida à orquestração e à invenção
melódica
❖ Ausência de “desenvolvimento temático” e “drama
harmónico” simbólico
❖ Introdução lenta e codetta (repetição da mesma parte
em várias secções da música
❖ O crescente Rossiniano
➢ O Ensemble
❖ Surgem em todas as ocasiões e crescem em escala
❖ Em strepitoso – strepitosissimo
❖ Final do 1º acto L’italiana in Alger (1813)
➢ A «Aria»
❖ “Largo al factótum” e “La calunnia e un venticello”
❖ A Ópera cómica atinge o seu auge e fim.
➢ A Ópera Séria
❖ A Aria bipartida: cantabile (lírica) e Cabaleta (brilhante)
8. Rossini – a biografia escrita por Stendahl
➢ Divisão do mundo musical: ópera italiana, música
instrumental germânica, estética de base nacional e uma
crescente rivalidade.
➢ O abandono dos castrati em 1830
➢ Surgem as mezzo-soprano (a confidente) como complemento
à Prima-Donna.
O Bel Canto: apogeu e decadência
✓ Surge da ópera veneziana em 1630 e é uma designação
retrospectiva
✓ Rossini falando das obras dos seus sucessores diz que depois delas
se perde:
▪ O instrumento (a voz)
❖ Construídos (Castrados) depois cultivados
❖ Regime estrito de contrações guturais
❖ Depois igualdade de timbre ao longo de todo o registo
❖ A Técnica
✓ Trabalhava-se através de exercícios de canto
(vocalizos)
✓ Correta colocação das vogais e agilidade
✓ Facilitavam os Gruppetti, Roulades, Trilos, etc.
✓ O Estilo
9. Os sucessores de Rossini:
Vincenzo Bellini
✓ Neto e filho de compositores
✓ 10 Óperas
✓ 4 permanecem no repertório: Capuleti e i Montechi (1830), I
puritani (1835), La sonnambula (1831) e Norma (1831)
Gaetano Donizetti
✓ 66 Óperas, das quais 3 cómicas ficaram no repertório: L’ elisir
d’amour (1832), La fille du régiment (1840) e Don Pasquale (1843).
✓ A utilização de narrativas em vez de obras dramáticas, como base
para Libretos Lucia de Lammermoor (1835).
A peça de carácter Romântica
A questão da verdade e onde está ela – uma das grandes questões
levantadas pelos Românticos.
✓ A Revelação (religião), a autoridade (hierarquia social), moral
intrínseca (Kant)
✓ Segundo os enciclopedistas era externa e universal, deduzida
através do exercício da razão - objectiva
✓ Para os Românticos a verdade é uma questão individual:
❖ Rejeição da noção de universalismo
❖ O refúgio no esteticismo
❖ ou
❖ O Nacionalismo (língua, religião, história partilhada,
Etnicidade, Raça)
❖ A “Comunidade Imaginada”
❖ O “Eu” e o “Nós” (o “Eu” colectivo)
❖ “A pública exibição da privacidade”
10. ❖ A Música doméstica
o A edição musical
o Produção maciça de pianos e outros instrumentos
domésticos
o Canções sem palavras
o A ligação entre Literatura e Música
o A solidão do Artista (exibida) como representando a
Verdade artística
o A “Arte pela Arte” (o “desinteresse”)
O Piano
✓ A Sobre dominante abaixada, o colorido cordal Romântico por
excelência (6ªm passa a ser uma possibilidade de modulação)
✓ Marca a fronteira entre experiência exterior e interior e a entrada
nesta
✓ Esta modulação com o mesmo efeito da aria operática: suspensão
do tempo
✓ A presença de Field na Rússia um dos catalisadores da Música
erudita Russa – o Salon
✓ O espaço para este repertório “doméstico” – romântico”
✓ Espaço para o patrocínio artístico
✓ Encontro entre as elites sociais e artísticas (e de confirmação
daquelas)
• Os músicos arranjavam alunos(as) endinheirados
❖ Era disto que Field vivia
O Salão e as questões de género
✓ O “caracter efeminado” do Noturno
✓ É na 1ª metade do Século que o estigma sexual do Artista se afirma
o Efeminado ou libertino
✓ Contra uma sociedade cada vez mais moralista (Victoriana)
✓ O aburguesamento do Salão contribuindo finalmente para a sua
banalização
✓ O repertório trivial (muito usado)
11. Franz Schubert (1797-1828)
✓ Um compositor “interior”
✓ Uma existência anónima
✓ Aos 19 anos já tem uma produção muito significativa
• Algumas obras-primas absolutas
✓ No Outono de 1817 ouve Rossini pela 1ª vez
o Experiência Libertadora
o Até aí condicionado pelo “Espero fazer algo de mim próprio,
mas quem pode fazer o que quer que seja depois de
Beethoven”
o As suas obras mostram um novo carácter
❖ Longas melodias que distendem a estrutura
❖ Um carácter mais discursivo (“amplitude celestial”,
Schumann)
✓ 1821, começam a acumular-se obras de grandes dimensões
• A 1ª doença séria (Sífilis)
✓ 1823, pensa-se que vai morrer
• Escreve uma das suas obras-primas: o ciclo “A Bela Moleira”
(“Die Schone Mullerin)
• Até ao fim da vida tem uma saúde precária
✓ Durante os cerca de 18 anos de actividade composicional escreveu
c. de 998 obras (Deutsch)
• Apenas c. de 200 publicadas em vida (das quais 134 eram
canções)
• Por altura da sua morte era tido como compositor de música
maioritariamente utilitária, sociável e doméstica
(Biedermeier)
❖ Danças, música para coros masculinos
▪ A sua produção de maior fôlego (quartetos e sinfonias) ainda
ignorada
▪ As Schubertíadas, o ambiente de eleição para a sua música
▪ Até as obras de maior fôlego são dominadas pelo ambiente
de instrospecção lírica, de privacidade
▪ As suas duas últimas Sinfonias (apresentadas primeiramente
nas décadas de 1850 e 1860) vão ter uma influência
extraordinária nas gerações seguintes
12. Os Impromptus de Schubert
✓ Jan Vaclav Vorisek (1791-1825) introduz a estrutura ternária (aba)
✓ Improviso escrito tendo em conta o exponencial do campo
harmónico
✓ Schubert escreve 8 todos em 1827
✓ Sendo um deles em Mib M, Op. 90, nº 2
✓ Mistura a modulação da Sobredominante abaixada com a “mistura
modal”
✓ O conceito de Eb envolve agora o M e o m e todas as constituintes
harmónicas dos dois modos colocados à disposição, a qualquer
instante e de forma arbitária
Os Moments musicaux (6)
✓ Uma peça em tempo de aria, i.e fora do tempo
✓ A ideia do momento e a indução do transe musical
✓ O sair do ciclo de 5ªs p/regiões de 6ªs, interrompendo a progressão
normal
✓ Transformação de acordes que pedem resolução em harmonia
estável (6ªs napolitanas)
✓ O nº 6 /D.780)
(…)
Música Coral e o seu significado
✓ Regressa com o Romantismo e estende-se por toda a Europa no séc.
XIX
✓ As sociedades corais, os ecos dos coros universais na revolução
francesa
✓ A Nação e a arte sacralizadas
O Renascimento da Oratória
✓ Na sequência da derrota Napolitana, assiste-se ao “Renascimento
de Bach”
✓ Influência da oratória Handeliana
13. ✓ “Nação” e não “religião”, Paulus de Mendelssohn, compositor +
importante e bem-sucedido do séc. XIX
✓ O Nacionalismo toma novas formas
▪ Mendelssohn como alvo
(…)
A Ópera Romântica na Alemanha
✓ Weber, Freischütz
o O papel da recepção na projecção da obra
o Símbolo da Alemanha
o As suas melodias vão ser assumidas como sendo de origem
popular
❖ Volkslied
A Ópera Romântica na França
✓ Eugêne Scribe (1791-1861), o Libretista
✓ A “Grand Ópera”
o Fundamental para a compreensão de Wagner e Verdi
o Cruzando História (e Política) e história (Romance)
o A influência judaica na cultura europeia
o Jacques Fromental Halévy (1799-1862)
❖ La Juive (1835)
✓ E sobretudo
✓ Giacomo Meyerbeer (1791-1864)
✓ Meyerbeer também vítima das críticas de Wagner
o Um Romantismo que é anti moderno e reacionário começa a
afirmar-se contra o cosmopolitismo que Meyerbeer
representa.
o As diatribes de Wagner contra Meyerbeer projectando-se
pelo Século XX
14. ✓ O estado subsidiando a Ópera
o A Salle Peletier
❖ Grande
❖ Na vanguarda da tecnologia
Uso de iluminação a gás em vez de velas (1822)
Utilização de holofotes (c.1830)
Utilização de energia eléctrica (1849?)
✓ “Modernização e popularização de uma arte antiga e aristocrática”
✓ A Monarquia de Julho (1830-38), a Académie Royale e os
espectáculos de Ópera mais colossais alguma vez vistos
o A mania das grandezas do Estado centralizado
A Ópera Romântica na Rússia
✓ O país com a maior consciência da “semiose” musical
✓ 1836, Glinka (1804-57) e uma vida pelo Czar
o A 1ª que era verdadeiramente uma Ópera (ocidental)
❖ Com recitativos
❖ Nºs vocais virtuisísticos, ensembles e finais
monumentais
❖ I.e., o domínio do “Código Rossini”, a completa
panóplia de convenções italianas
❖ Mas também francesa, com temas recorrente, coros e
carácter popular
❖ Finalmente germânica na sua complexidade harmónica
e riqueza tímbrica
✓ A incorporação de “artefactos naturais” das culturas camponesas
envolventes
✓ O Nacionalismo russo como um aspecto da sua “ocidentalização”
✓ O caso marcante envolvendo a relação da música com a ideia de
Nação
15. Os Virtuosos
Niccolò Paganini (1782-1840)
✓ A sua influência sobre gerações posteriores
o Escreveram variações sobre o tema do Capricho 24:
❖ Liszt
❖ Schumann
❖ Brahms
❖ Rachmaninoff
❖ Lutoslavski
✓ A chamar a atenção para o virtuosismo como um elemento da arte
✓ Os 24 Caprichos (1805, publicados em 1820)
✓ A partir de 1828 atravessa os Alpes (apenas durante 6 anos)
✓ Arrasa
✓ Schubert, Goethe, Schumann, Berlioz, Liszt
✓ O seu aspecto, o mito romântico do virtuoso como sobrehumano
Franz Liszt
✓ O encontro com Paganini
o “Quel Homme, quel violin, quel artiste!”
o A necessidade de submeter a um teste de endurance
o A reclusão
❖ Reinventa a sua técnica de alto a baixo
✓ Estudou com Carl Czerny (1791-1857)
✓ Dá o 1º Concerto em 1822
✓ As suas 1ªs composições cultivam o style brillant (ligeiro e alegre)
dos virtuosos da época
✓ A Arte como instrumento de transformação social
o Saint-Simonismo, socialismo religioso utópico, combinando
religião tradicional com a ciência moderna
o O novo estatuto do virtuosismo musical
16. o Um último tributo a Paganini: Études d’execution
transcendante d’aprés Paganini (1838)
✓ Invenção do Recital sozinho: 1º concerto a 08/04/1842 – Piano a
solo com Todos os elementos de um concerto.
✓ Organicidade: música como um organismo, ligações de todas as
transições e ligações motívicas
✓ Fosso entre a vanguarda («virtuoso criativo») e uma facção mais
conservadora
o Uma situação que se mantém até hoje
o Os Conservatórios
o O período clássico (1836) e a teoria da Forma Sonata (1824-
47)
o O fim da improvisação e a ideia de que as partituras são
textos invioláveis
Os críticos
✓ O aparecimento do crítico musical
o Mediador entre a arte e o público não professional
(especializado)
o A imprensa Musical
❖ O crítico “porta palavra do público”
❖ O crítico “conselheiro do público”
❖ A fundação da crítica musical moderna com o
Allgemeine musikalische Zeitung (1798)
❖ (…)
✓ Músicos e Críticos
o César Cui
o Hugo Wolf
o Liszt
o Hector Berlioz
❖ Journal des débats
❖ Modo de subsistência
17. Robert Schumann
➢ Funda a Neve Zeitschrift fur Musik
➢ Alternativa ao Allgemaine
➢ O combate ao filistinismo
▪ Davidsbund
o Florestan (impetuoso e resistente, id), Eusebius
(moderado, ego) e Meister Raro ( Friedrich Wieck,
reprovador, alter ego)
o As suas críticas não eram directas mas conversas entre
os membros da Lida de David
o Buscar na Música o prazer da Literatura, a “Música
como Literatura”, a Música com substância intelectual
▪ A influência de Schubert
o A nuance e ambiguidade harmónica
o Com o avançar da carreira a sua música torna-se
tecnicamente mais consumada, mas também conforme
as expectativas do público: uma inclinação para o
“Classicismo”
o Concerto em Lá m, Op. 54
➢ Contudo unidade temática e compressão num só
andamento (com muitos contrastes de
andamento) – antecipando as inovações de Liszt.
Hector Berlioz
✓ Crítico
✓ Cresce em contexto francês
✓ Composição e Direcção de Orquestra na Alemanha
✓ Pois o seu trabalho não é apreciado em França
✓ Música cívica cerimonial: Grand Messe des morts (1837), Grand
Symphonie fúnebre et triomphale (1839)
✓ Symphonie Fantastique em 5 partes
✓ A obra mais destacada. Paixão por Harriet Smithson, o programa
✓ A Música Programática -> a música que tem por objetivo evocar
ideias ou imagens extra-musicais na mente do ouvinte
18. ✓ o tema inicial do 1º Allegro, a ideé fixe, aparecendo em todos os
andamentos (dando unidade à obra).
Chopin
✓ Estudos, baladas e rondós.
✓ Prelúdios
✓ Danças
Chopin em Paris
✓ Sua Obra é símbolo de: Génio, sofrimento romântico, perfeição
artística, doentio e afeminado, Nacionalismo, Exotismo,
Universalidade
✓ Revolução de 1848 leva à quebra de tradição e formas de ganhar
dinheiro e Chopin parte para Londres.
Chopin como interprete
✓ Tempo Rubato: Chopin é um dos 1ºs a usar o termo como
orientação p/a interpretação;
✓ Em vez das habituais indicações de mudança de tempo
✓ Não é uma alteração geral do tempo, mas uma dilatação de melodia
sobre um acompanhamento regular
✓ Sonatas: peças que ultrapassam fronteiras do “normal” e não
obedecem por completo os cânones oitocentistas
✓ Baladas: lado mais sério do nacionalismo polaco. “Baladas” sem
palavras. Sonata numa fase posterior.
✓ Orientalismos e Exotismos -> representar o outro como
autoafirmação
✓ Tradição que vem dos turcos
✓ Chopin foi também um profundo conhecedor e admirador da obra
de Bach e Mozart. A audácia das harmonias, o sentido da cor ou a
inspiração nos ritmos e melodias polacas, mas também no bel
canto da ópera italiana, são elementos exteriores, resultantes do
estudo ou da simples contaminação, que convergem também para
o estilo peculiar e único do compositor.