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Apresentação
Os acidentes ocasionados por serpentes, escorpiões,
aranhas e abelhas constituem um grave problema de
saúde pública no Brasil. Assim, a disponibilização des-
te guia pretende contribuir para ações de educação em
saúde e para a difusão de informações sobre animais
peçonhentos. Muitas das espécies que você conhecerá
estão envolvidas em acidentes e a sua identificação é
fundamental para o sucesso do tratamento dos enve-
nenamentos. As informações aqui contidas pretendem
facilitar o reconhecimento das espécies mais frequen-
temente encontradas em residências, sítios e fazendas,
especialmente no estado de Minas Gerais. Estão dispo-
níveis também, informações sobre história natural das
espécies e medidas de primeiros socorros em caso de
acidentes.
Nessa primeira edição, homenageamos o sesquicente-
nário do cientista Vital Brazil Mineiro da Campanha,
cujo trabalho determinou o sucesso dos tratamentos de
acidentes causados por animais peçonhentos e salvou
vidas em todo o mundo!
Giselle Agostini Cotta
Coleção Científica de Serpentes
Fundação Ezequiel Dias
Ficha Técnica
Financiamento:
CNPq - Processo: 406053/2013-8
Realização:
Fundação Ezequiel Dias
www.funed.mg.gov.br
Textos:
Danielle de Arruda Carneiro
Esther Margarida Alves Ferreira Bastos
Flávia Capuccio de Resende
Giselle Agostini Cotta
Maria Nelman Antunes Souza
Paula De Souza São Thiago Calaça
Rânia Mara Santana
Fotos:
Afonso Rocha
Alberto Rech
Carolina Eloá Roquete Miranda
Henrique Caldeira Costa
Mario Sacramento
Roberto Murta
Diagramação e arte:
Fabio Neves
Belo Horizonte, Março de 2015 – Edição comemorativa do
sesquicentenário de Vital Brazil Mineiro da Campanha.
ANIMAIS PEÇONHENTOS
Animais peçonhentos são aqueles que possuem
glândulas de veneno que se comunicam com den-
tes, ferrões, ou aguilhões, estruturas por onde o
veneno é injetado. Como exemplo destes animais,
podemos citar as abelhas africanizadas, as ara-
nhas, escorpiões e algumas espécies de serpentes.
Já os animais venenosos, produzem veneno, mas
não possuem um aparelho inoculador. O envene-
namento ocorre por contato, ou compressão. Algu-
mas espécies de sapos e de taturanas são animais
venenosos.
ABELHAS
As abelhas são invertebrados que se diferenciaram
das vespas (marimbondos) por se alimentarem de
pólen e néctar. Pertencentes ao grupo dos insetos,
as abelhas africanizadas, cujo nome científico é
Apis mellifera, são importantes polinizadores, pois
ao visitarem as flores em busca de seu alimento
levam dela os grãos de pólen aderidos a estrutu-
ras específicas para o seu transporte. Quando vi-
sitam as flores em busca de alimento, as abelhas
depositam na parte feminina da flor: os grãos de
pólen carreados em seu corpo, realizando assim a
polinização, garantindo a produção de frutos e se-
mentes. As abelhas africanizadas são resultado do
cruzamento entre abelhas europeias com africanas
que foram trazidas para o Brasil. Elas vivem em
sociedade, sendo a rainha responsável pela repro-
dução e manutenção da colônia unida. As abelhas
operárias são as mais numerosas e responsáveis
pela maior parte das atividades, como: cuidados
com a cria, produção de geleia real, cera, defesa,
coleta de água, nectar e pólen e produção de mel.
Em menor número têm-se ainda os zangões, que
são os machos responsáveis pela fecundação da
rainha.
ARACNÍDEOS
As aranhas e escorpiões são aracnídeos perten-
centes ao grupo dos artrópodes, animais abundan-
tes em todos os ecossistemas. As características
principais desses animais são: pernas articuladas
e corpo formado por uma carapaça externa (exo-
esqueleto), composto por uma substância chama-
da quitina que garante sustentação e proteção. Os
aracnídeos possuem o corpo dividido em duas
partes (cefalotórax e abdômen), quatro pares de
pernas, um par de pedipalpos (com função sensi-
tiva) e um par de quelíceras (com função na ali-
mentação). As aranhas são ovíparas, colocam seus
ovos em uma bolsa produzida a partir de fios de
seda chamada ooteca.
Os escorpiões são vivíparos, seus filhotes já nas-
cem formados. As aranhas e os escorpiões são ani-
mais carnívoros, alimentam-se principalmente de
insetos e utilizam o seu veneno para imobilizar e
matar suas presas. O aparelho inoculador de ve-
neno nas aranhas são as quelíceras, localizadas na
região anterior do cefalotórax. Já o aparelho ino-
culador de veneno dos escorpiões está localizado
no último segmento da cauda chamado de télson.
Apesar das aranhas e dos escorpiões serem ani-
mais peçonhentos, nem todos são capazes de pro-
vocar acidentes graves em humanos. No Brasil,
ocorrem apenas três gêneros de aranhas perigosas:
Phoneutria (aranha armadeira), Loxosceles (ara-
nha marrom) e Latrodectus (aranha viúva). Em
relação aos escorpiões, somente quatro espécies
pertencentes ao gênero Tityus oferecem maiores
riscos aos seres humanos.
SERPENTES
As serpentes são vertebrados, carnívoros, perten-
centes ao grupo dos répteis. São características
destes animais: a ausência de patas, pálpebras e
ouvido externo, a presença de língua bífida ou
bifurcada, e a pele recoberta por escamas. Algu-
mas espécies são peçonhentas, podendo provocar
acidentes graves, entretanto outras, não oferecem
risco aos seres humanos. Existem espécies de ser-
pentes vivíparas, que parem seus filhotes, e outras,
ovíparas, que colocam ovos. As serpentes pos-
suem diferentes tipos de dentição. As cascavéis,
jararacas e surucucu são solenóglifas, ou seja,
possuem grandes presas móveis inoculadores de
veneno, localizadas na região anterior da boca. As
corais verdadeiras são proteróglifas, neste caso, as
presas são pequenas, fixas, e também são localiza-
das na região anterior da boca. Os ofídios também
podem ser opistóglifos ou áglifos. Um exemplo
de serpente opistóglifa é a cobra verde, nela, as
presas são pequenas, fixas e localizadas no fundo
da boca, dificultando a inoculação do veneno. As
jiboias e sucuris são exemplos de cobras áglifas,
onde não há presença de dentes modificados para
injeção de veneno.
ABELHAS
Abelha africanizada- Apis mellifera
Alberto Rech
Tamanho: 2,0 cm em média.
Alimentação: mel e pólen.
Reprodução: Após ser fecundada pelo zangão, a abelha
rainha põe ovos que darão origem às operárias. Quando
uma larva de abelha operária é alimentada com geleia
real por mais de três dias ela se desenvolve em uma
abelha rainha. Os zangões são originados a partir de
ovos não fecundados, por meio de partenogênese.
Hábitat: As abelhas africanizadas adaptaram-se ao cli-
ma da região tropical brasileira, ocorrendo atualmente
em todo o país. Os enxames se instalam nos mais varia-
dos locais, tais como, muros, bueiros, ocos de árvores,
postes, pneus velhos, telhados, caixas de luz.
Características do animal: A cabeça e o tórax têm a cor
preta e os anéis abdominais alternam as cores preta e
amarela.
ARANHAS
Aranha armadeira – Phoneutria spp.
Alberto Rech
Pode causar acidentes graves.
Tamanho: 15 cm em média.
Alimentação: insetos.
Comportamento reprodutivo: após a cópula, a fêmea
produz uma bolsa de ovos achatada, que é protegida
por ela.
Hábitat: encontradas em bananeiras, sob cascas de ár-
vores, tijolos, telhas, entulhos e cupinzeiros.
Características do animal: Animal agressivo. Quando
ameaçada, apoia-se sobre as pernas traseiras e levanta
as pernas dianteiras. Pode saltar mais de 30 cm. Não
produz teias para captura de alimento. A picada é do-
lorosa.
Aranha marrom – Loxosceles spp.
Carolina Eloá Miranda Roquette
Pode causar acidentes graves.
Tamanho: 3 cm em média.
Alimentação: insetos.
Comportamento reprodutivo: após a cópula, a fêmea
produz uma bolsa de ovos arredondada, que fica presa
ao substrato através de teia pegajosa.
Hábitat: na natureza são encontradas em cavernas, sob
cascas de árvores e em cupinzeiros. Nas regiões urba-
nas, abrigam-se em tijolos, telhas, entulhos, em sótãos
e porões.
Características do animal: coloração do corpo predo-
minantemente marrom com uma mancha em formato
de violino no cefalotórax. Abdômen com formato oval.
Não são agressivas. Produzem teias irregulares. A pica-
da, em geral, é indolor.
Viúva marrom – Latrodectus geometricus
Carolina Eloá Miranda Roquette
Pode causar acidentes.
Tamanho: 2 cm em média.
Alimentação: insetos.
Comportamento reprodutivo: após a cópula, a fêmea
produz várias bolsas de ovos globosas com espículas.
Os machos vivem na teia das fêmeas e tem vida curta,
morrendo geralmente após a cópula.
Hábitat: aranha bem adaptada a ambientes urbanos.
Constroem teias irregulares em paredes, janelas, e mó-
veis.
Característica do animal: possui coloração marrom. O
abdômen é globoso com manchas claras no dorso. A
parte ventral do abdômen possui uma mancha alaran-
jada em formato de ampulheta. Não são agressivas. Pi-
cam quando comprimidas contra o corpo.
Viúva negra – Latrodectus curacaviensis
Carolina Eloá Miranda Roquette
Pode causar acidentes graves.
Tamanho: 2 cm em média.
Alimentação: insetos.
Comportamento reprodutivo: após a cópula, a fêmea
produz várias bolsas de ovos globosas. Os machos vi-
vem na teia das fêmeas e tem vida curta, morrendo ge-
ralmente após a cópula.
Hábitat: são encontradas na vegetação arbustiva, em
gramíneas, cupinzeiros, fendas de barracos e mourões
de madeira. Em ambiente domiciliar podem ser encon-
tradas em beiral de telhados, portas, janelas e sob mó-
veis.
Característica do animal: possui coloração preta com
faixas vermelhas no abdômen globoso. A parte ventral
do abdômen possui uma mancha vermelha em formato
de ampulheta. Não são agressivas. Picam quando com-
pridas contra o corpo. Produzem teias irregulares.
Caranguejeira – Mygalomorphae
Alberto Rech
Não causa acidentes graves.
Tamanho: existem espécies de pequeno à grande porte.
Alimentação: insetos e pequenos vertebrados.
Comportamento reprodutivo: após a cópula, a fêmea
produz bolsa de ovos.
Hábitat: São frequentemente encontradas em frestas
em cascas de árvores, barrancos e buracos no solo.
Características do animal: Muitas espécies de caran-
guejeiras possuem o corpo coberto por pelos, que são
lançados no ambiente quando o animal se sente ame-
açado. Os pelos podem causar irritação em possíveis
predadores ou nos seres humanos. Ao contrário do que
muitos acreditam, a maioria das espécies possui veneno
pouco tóxico, podendo causar apenas dor no local da
picada.
Aranha de grama – Lycosa erythrognatha
Roberto Murta
Não causa acidentes graves.
Tamanho: 4,5 cm.
Alimentação: insetos.
Comportamento reprodutivo: após a cópula, a fêmea
produz uma bolsa de ovos que fica presa às fiandeiras.
Os filhotes, ao eclodirem sobem sobre o dorso das fê-
meas.
Hábitat: Não vivem em teias. São frequentemente en-
contradas em pastos, gramados e próximas às residên-
cias.
Características do animal: Possuem coloração amarron-
zada, e um desenho negro em formato de flecha no dor-
so do abdômen. Podem ser confundidas com as aranhas
armadeiras.
ESCORPIÕES
Escorpião amarelo – Tityus serrulatus
Afonso Rocha
Pode causar acidentes graves.
Tamanho: 7 cm em média.
Alimentação: insetos.
Reprodução: As fêmeas se reproduzem por partenogê-
nese, várias vezes ao ano. Espécie vivípara.
Hábitat: Frequentemente encontrados nas regiões urba-
nas, abrigando-se em tijolos, telhas, entulhos e galerias
de esgoto. Na natureza são encontrados debaixo de cas-
cas de árvores e madeiras em decomposição.
Características do animal: pernas e cauda amareladas,
e corpo marrom escuro. Possui serrilhas no 3º e 4º seg-
mentos da cauda.
Escorpião marrom – Tityus bahiensis
Roberto Murta
Pode causar acidentes graves.
Tamanho: 7 cm em média.
Alimentação: insetos.
Reprodução: existem machos e fêmeas desta espécie. A cópu-
la ocorre após ritual de corte. Espécie vivípara.
Hábitat: Encontrados nas regiões urbanas, abrigandose em
tijolos, telhas, entulhos e galerias de esgoto. Na natureza são
encontrados debaixo de cascas de árvores e madeiras em de-
composição.
Características do animal: pernas amareladas com manchas
escuras, corpo marrom escuro, cauda marrom avermelhado.
SERPENTES PEÇONHENTAS
Cascavel – Crotalus durissus
Roberto Murta
Serpente peçonhenta.
Dentição: solenóglifa.
Alimentação: roedores.
Reprodução: vivíparas.
Hábitat: regiões abertas, campos e cerrados.
Comportamentos de defesa: bote e vibração do choca-
lho.
Características do animal: presença de fosseta loreal
(buraco entre o olho e a narina) e chocalho na ponta
da cauda.
Jararaca – Bothrops jararaca
Mario Sacramento
Serpente peçonhenta.
Dentição: solenóglifa.
Alimentação: serpentes adultas: pequenos mamíferos;
serpentes jovens e filhotes: anfíbios e lagartos.
Reprodução: vivíparas.
Hábitat: matas, campos cultivados.
Características do animal: presença de fosseta loreal
(buraco entre o olho e a narina). Animal longilíneo,
manchas triangulares escuras e faixa preta após o olho.
Urutu cruzeiro – Bothrops alternatus
Roberto Murta
Serpente peçonhenta.
Dentição: solenóglifa.
Alimentação: pequenos mamíferos.
Reprodução: vivíparas.
Hábitat: matas, campos cultivados.
Características do animal: presença de fosseta lore-
al (buraco entre o olho e a narina). Animal de porte
médio, manchas em formato de ferradura escuras com
bordas branco-amareladas. Ventre manchado.
Jararaca do rabo branco ou jararaca pintada
Bothrops neuwiedi
Henrique Caldeira Costa
Serpente peçonhenta.
Dentição: solenóglifa.
Alimentação: pequenos mamíferos.
Reprodução: vivíparas.
Hábitat: matas, campos cultivados.
Características do animal: presença de fosseta loreal
(buraco entre o olho e a narina). Animal de pequeno
porte, manchas marrons por todo o corpo, inclusive na
cabeça e no ventre.
Caiçaca – Bothrops moojeni
Roberto Murta
Serpente peçonhenta.
Dentição: solenóglifa.
Alimentação: pequenos mamíferos.
Reprodução: vivíparas.
Hábitat: cerrado, áreas cultivadas.
Características do animal: presença de fosseta loreal
(buraco entre o olho e a narina). Animal de grande por-
te, pele com aspecto aveludado, manchas triangulares
com bordas claras, região da boca com escamas esbran-
quiçadas.
Jararacuçu – Bothrops jararacussu
Roberto Murta
Serpente peçonhenta.
Dentição: solenóglifa.
Alimentação: pequenos mamíferos e anfíbios.
Reprodução: vivíparas.
Hábitat: matas, áreas cultivadas.
Características do animal: presença de fosseta loreal
(buraco entre o olho e a narina). Animal de grande por-
te, manchas em formato de ferradura escuras, interca-
ladas por áreas amareladas nas fêmeas e acinzentadas
nos machos.
Surucucu – Lachesis muta
Roberto Murta
Serpente peçonhenta.
Dentição: solenóglifa.
Alimentação: roedores.
Reprodução: ovíparas.
Hábitat: Mata Atlântica e Floresta Amazônica.
Características do animal: presença de fosseta loreal
(buraco entre o olho e a narina). Animal de grande por-
te, escamas granulares, corpo alaranjado com manchas
negras.
Cobra coral - Micrurus frontalis
Roberto Murta
Serpente peçonhenta.
Dentição: proteróglifa.
Alimentação: anfisbenas e outras serpentes.
Reprodução: ovíparas.
Hábitat: campos e cerrado.
Características do animal: anéis pretos, vermelhos e
brancos ou amarelos, que circulam todo o corpo. Anéis
pretos organizados em tríades (três anéis pretos sepa-
rados por dois brancos ou amarelos). Corpo cilíndrico,
cauda curta e rombuda, cabeça pouco distinta do resto
do corpo. Não é agressiva.
Cobra Cipó ou cobra verde
Philodryas olfersii
Roberto Murta
Serpente peçonhenta.
Dentição: opistóglifa.
Alimentação: anfíbios, roedores e aves.
Reprodução: ovíparas.
Hábitat: florestas e áreas abertas.
Características do animal: corpo longilíneo, coloração
verde e faixa negra após o olho.
SERPENTES NÃO PEÇONHENTAS
Jararaquinha de jardim
Sibynomorphus mikanii
Mario Sacramento
Serpente não peçonhenta.
Dentição: áglifa.
Alimentação: lesmas.
Reprodução: ovíparas.
Hábitat: comumente encontrada em ambientes urbanos
em hortas e jardins.
Características do animal: pequeno porte e apresenta o
corpo com bandas negras separadas por regiões amar-
ronzadas ou acinzentadas.
Jiboia – Boa constrictor
Roberto Murta
Serpente não peçonhenta.
Dentição: áglifa.
Alimentação: aves e pequenos mamíferos.
Reprodução: vivíparas.
Hábitat: florestas, campos.
Características do animal: grande porte, pele com man-
chas marrons sobre fundo claro, cabeça destacada do
corpo.
Falsa coral - Oxyrhopus trigeminus
Roberto Murta
Serpente não peçonhenta.
Dentição: opistóglifa.
Alimentação: pequenos mamíferos e lagartos.
Reprodução: ovíparas.
Hábitat: florestas, cerrado, caatinga.
Características do animal: pequeno porte, anéis verme-
lhos, pretos e brancos desorganizados e incompletos.
Ventre manchado ou amarelado. Cabeça destacada do
corpo. Cauda longa e afilada.
Falsa coral – Erythrolamprus aesculapii
Mario Sacramento
Serpente não peçonhenta.
Dentição: opistóglifa.
Alimentação: serpentes.
Reprodução: ovíparas.
Hábitat: florestas.
Características do animal: pequeno porte, anéis verme-
lhos, pretos e brancos organizados e completos. Anéis
pretos organizados em díades (dois anéis pretos sepa-
rados por um branco ou amarelo). Corpo cilíndrico,
cauda curta e rombuda, cabeça não destacada do resto
do corpo.
Acidentes por Animais Peçonhentos
No Brasil são registrados aproximadamente 110.000
acidentes ocasionados por animais peçonhentos por
ano. De maneira geral, os acidentes são classificados
em leves, moderados ou graves de acordo com os sin-
tomas apresentados. O tratamento varia em função da
gravidade do acidente, e é realizado em ambiente hos-
pitalar com a utilização de soros específicos e outros
medicamentos. A identificação do animal que causou
o acidente é importante para o sucesso do tratamento.
Acidentes ocasionados por abelhas
Abelha africanizada – Apis mellifera
Sintomas: dor, inchaço e vermelhidão no local da pi-
cada.
Complicações: choque anafilático.
Tratamento: anti-histamínicos, analgésicos, corticoides.
Acidentes ocasionados por aranhas
Aranha marrom – Loxosceles spp.
Sintomas: dor discreta, inchaço e lesão da pele. Necro-
se, febre, vômitos, tontura e dor de cabeça.
Complicações: risco de amputação do membro, anemia
e falência renal.
Tratamento: soro antiaracnídico / soro antiloxoscélico.
Aranha Armadeira – Phoneutria spp.
Sintomas: dor forte irradiada pelo membro, inchaço,
sudorese, vômitos, hipertensão e arritmias.
Complicações: insuficiência cardíaca, convulsões, ede-
ma pulmonar e coma.
Tratamento: soro antiaracnídico.
Aranha Viúva Negra – Latrodectus spp.
Sintomas: dor intensa irradiada pelo membro. Dor por
todo corpo, agitação, contrações musculares e sudorese.
Complicações: pressão alta, taquicardia, retenção uri-
nária e choque.
Tratamento: soro antilatrodectus.
Acidente escorpiônico
Escorpiões- Tityus spp.
Sintomas: dor intensa irradiada pelo membro, formi-
gamento e sudorese. Vômitos, tremores, pressão alta,
excesso de salivação.
Complicações: insuficiência cardíaca e edema pulmo-
nar.
Tratamento específico: soro antiescorpiônico.
Acidentes ofídicos
Jararacas (jararaca, urutu, jararacuçu, caiça-
ca, jararaca pintada) – Bothrops spp.
Sintomas: sangramento, dor, inchaço e hematoma no
local da picada. Podem surgir bolhas, sangramentos na
gengiva, nariz e escurecimento da urina. Pressão baixa.
Complicações: infecção local, necrose, risco de ampu-
tação e falência renal.
Tratamento específico: soro antibotrópico, ou antibro-
tópico-crotálico.
Cascavel – Crotalus durissus
Sintomas: leve inchaço, dor, e sensação de formiga-
mento no local da picada. Visão turva, pálpebras caídas,
dificuldade de deglutição, escurecimento da urina.
Complicação: falência renal.
Tratamento específico: soro anticrotálico, ou antibotró-
pico-crotálico.
Corais – Micrurus spp.
Sintomas: dor e sensação de formigamento no local da
picada. Visão turva ou dupla, pálpebras caídas, excesso
de salivação e dificuldade respiratória.
Complicação: insuficiência respiratória aguda.
Tratamento específico: soro antielapídico.
Surucucu – Lachesis muta
Sintomas: dor, inchaço e hematoma no local da picada,
que podem progredir para todo o membro. Sangramen-
tos, sudorese, cólicas abdominais, náuseas, vômitos,
diarreia, pressão baixa.
Complicações: necrose e risco de amputação.
Tratamento específico: soro antilaquético, ou antibotró-
pico-laquético.
O que fazer em caso de acidente
• Lavar o local da picada com água e sabão.
• Manter o membro afetado elevado.
• Procurar atendimento médico imediatamente.
• No caso de acidentes com cobras, aranhas e escorpi-
ões, é importante a captura do animal, vivo ou morto,
para que o mesmo possa ser identificado. Isto agilizará
o tratamento.
• No caso de acidentes com abelhas, retirar o ferrão
com auxílio de lâmina fazendo uma raspagem. Não re-
tirá-lo com pinça para não comprimi-lo, o que poderia
resultar na inoculação do veneno acumulado no ferrão.
A relação das unidades de saúde que realizam trata-
mento de acidentes por animais peçonhentos está dis-
ponível no site da Funed (www.funed.mg.gov.br).
Guia de Bolso Animais Peçonhentos Digital.pdf

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  • 1.
  • 2.
  • 3. Apresentação Os acidentes ocasionados por serpentes, escorpiões, aranhas e abelhas constituem um grave problema de saúde pública no Brasil. Assim, a disponibilização des- te guia pretende contribuir para ações de educação em saúde e para a difusão de informações sobre animais peçonhentos. Muitas das espécies que você conhecerá estão envolvidas em acidentes e a sua identificação é fundamental para o sucesso do tratamento dos enve- nenamentos. As informações aqui contidas pretendem facilitar o reconhecimento das espécies mais frequen- temente encontradas em residências, sítios e fazendas, especialmente no estado de Minas Gerais. Estão dispo- níveis também, informações sobre história natural das espécies e medidas de primeiros socorros em caso de acidentes. Nessa primeira edição, homenageamos o sesquicente- nário do cientista Vital Brazil Mineiro da Campanha, cujo trabalho determinou o sucesso dos tratamentos de acidentes causados por animais peçonhentos e salvou vidas em todo o mundo! Giselle Agostini Cotta Coleção Científica de Serpentes Fundação Ezequiel Dias
  • 4. Ficha Técnica Financiamento: CNPq - Processo: 406053/2013-8 Realização: Fundação Ezequiel Dias www.funed.mg.gov.br Textos: Danielle de Arruda Carneiro Esther Margarida Alves Ferreira Bastos Flávia Capuccio de Resende Giselle Agostini Cotta Maria Nelman Antunes Souza Paula De Souza São Thiago Calaça Rânia Mara Santana Fotos: Afonso Rocha Alberto Rech Carolina Eloá Roquete Miranda Henrique Caldeira Costa Mario Sacramento Roberto Murta Diagramação e arte: Fabio Neves Belo Horizonte, Março de 2015 – Edição comemorativa do sesquicentenário de Vital Brazil Mineiro da Campanha.
  • 5. ANIMAIS PEÇONHENTOS Animais peçonhentos são aqueles que possuem glândulas de veneno que se comunicam com den- tes, ferrões, ou aguilhões, estruturas por onde o veneno é injetado. Como exemplo destes animais, podemos citar as abelhas africanizadas, as ara- nhas, escorpiões e algumas espécies de serpentes. Já os animais venenosos, produzem veneno, mas não possuem um aparelho inoculador. O envene- namento ocorre por contato, ou compressão. Algu- mas espécies de sapos e de taturanas são animais venenosos. ABELHAS As abelhas são invertebrados que se diferenciaram das vespas (marimbondos) por se alimentarem de pólen e néctar. Pertencentes ao grupo dos insetos, as abelhas africanizadas, cujo nome científico é Apis mellifera, são importantes polinizadores, pois ao visitarem as flores em busca de seu alimento levam dela os grãos de pólen aderidos a estrutu- ras específicas para o seu transporte. Quando vi- sitam as flores em busca de alimento, as abelhas depositam na parte feminina da flor: os grãos de pólen carreados em seu corpo, realizando assim a polinização, garantindo a produção de frutos e se-
  • 6. mentes. As abelhas africanizadas são resultado do cruzamento entre abelhas europeias com africanas que foram trazidas para o Brasil. Elas vivem em sociedade, sendo a rainha responsável pela repro- dução e manutenção da colônia unida. As abelhas operárias são as mais numerosas e responsáveis pela maior parte das atividades, como: cuidados com a cria, produção de geleia real, cera, defesa, coleta de água, nectar e pólen e produção de mel. Em menor número têm-se ainda os zangões, que são os machos responsáveis pela fecundação da rainha. ARACNÍDEOS As aranhas e escorpiões são aracnídeos perten- centes ao grupo dos artrópodes, animais abundan- tes em todos os ecossistemas. As características principais desses animais são: pernas articuladas e corpo formado por uma carapaça externa (exo- esqueleto), composto por uma substância chama- da quitina que garante sustentação e proteção. Os aracnídeos possuem o corpo dividido em duas partes (cefalotórax e abdômen), quatro pares de pernas, um par de pedipalpos (com função sensi- tiva) e um par de quelíceras (com função na ali- mentação). As aranhas são ovíparas, colocam seus ovos em uma bolsa produzida a partir de fios de
  • 7. seda chamada ooteca. Os escorpiões são vivíparos, seus filhotes já nas- cem formados. As aranhas e os escorpiões são ani- mais carnívoros, alimentam-se principalmente de insetos e utilizam o seu veneno para imobilizar e matar suas presas. O aparelho inoculador de ve- neno nas aranhas são as quelíceras, localizadas na região anterior do cefalotórax. Já o aparelho ino- culador de veneno dos escorpiões está localizado no último segmento da cauda chamado de télson. Apesar das aranhas e dos escorpiões serem ani- mais peçonhentos, nem todos são capazes de pro- vocar acidentes graves em humanos. No Brasil, ocorrem apenas três gêneros de aranhas perigosas: Phoneutria (aranha armadeira), Loxosceles (ara- nha marrom) e Latrodectus (aranha viúva). Em relação aos escorpiões, somente quatro espécies pertencentes ao gênero Tityus oferecem maiores riscos aos seres humanos. SERPENTES As serpentes são vertebrados, carnívoros, perten- centes ao grupo dos répteis. São características destes animais: a ausência de patas, pálpebras e ouvido externo, a presença de língua bífida ou bifurcada, e a pele recoberta por escamas. Algu-
  • 8. mas espécies são peçonhentas, podendo provocar acidentes graves, entretanto outras, não oferecem risco aos seres humanos. Existem espécies de ser- pentes vivíparas, que parem seus filhotes, e outras, ovíparas, que colocam ovos. As serpentes pos- suem diferentes tipos de dentição. As cascavéis, jararacas e surucucu são solenóglifas, ou seja, possuem grandes presas móveis inoculadores de veneno, localizadas na região anterior da boca. As corais verdadeiras são proteróglifas, neste caso, as presas são pequenas, fixas, e também são localiza- das na região anterior da boca. Os ofídios também podem ser opistóglifos ou áglifos. Um exemplo de serpente opistóglifa é a cobra verde, nela, as presas são pequenas, fixas e localizadas no fundo da boca, dificultando a inoculação do veneno. As jiboias e sucuris são exemplos de cobras áglifas, onde não há presença de dentes modificados para injeção de veneno.
  • 9. ABELHAS Abelha africanizada- Apis mellifera Alberto Rech Tamanho: 2,0 cm em média. Alimentação: mel e pólen. Reprodução: Após ser fecundada pelo zangão, a abelha rainha põe ovos que darão origem às operárias. Quando uma larva de abelha operária é alimentada com geleia real por mais de três dias ela se desenvolve em uma abelha rainha. Os zangões são originados a partir de ovos não fecundados, por meio de partenogênese. Hábitat: As abelhas africanizadas adaptaram-se ao cli- ma da região tropical brasileira, ocorrendo atualmente em todo o país. Os enxames se instalam nos mais varia- dos locais, tais como, muros, bueiros, ocos de árvores, postes, pneus velhos, telhados, caixas de luz. Características do animal: A cabeça e o tórax têm a cor preta e os anéis abdominais alternam as cores preta e amarela.
  • 10. ARANHAS Aranha armadeira – Phoneutria spp. Alberto Rech Pode causar acidentes graves. Tamanho: 15 cm em média. Alimentação: insetos. Comportamento reprodutivo: após a cópula, a fêmea produz uma bolsa de ovos achatada, que é protegida por ela. Hábitat: encontradas em bananeiras, sob cascas de ár- vores, tijolos, telhas, entulhos e cupinzeiros. Características do animal: Animal agressivo. Quando ameaçada, apoia-se sobre as pernas traseiras e levanta as pernas dianteiras. Pode saltar mais de 30 cm. Não produz teias para captura de alimento. A picada é do- lorosa.
  • 11. Aranha marrom – Loxosceles spp. Carolina Eloá Miranda Roquette Pode causar acidentes graves. Tamanho: 3 cm em média. Alimentação: insetos. Comportamento reprodutivo: após a cópula, a fêmea produz uma bolsa de ovos arredondada, que fica presa ao substrato através de teia pegajosa. Hábitat: na natureza são encontradas em cavernas, sob cascas de árvores e em cupinzeiros. Nas regiões urba- nas, abrigam-se em tijolos, telhas, entulhos, em sótãos e porões. Características do animal: coloração do corpo predo- minantemente marrom com uma mancha em formato de violino no cefalotórax. Abdômen com formato oval. Não são agressivas. Produzem teias irregulares. A pica- da, em geral, é indolor.
  • 12. Viúva marrom – Latrodectus geometricus Carolina Eloá Miranda Roquette Pode causar acidentes. Tamanho: 2 cm em média. Alimentação: insetos. Comportamento reprodutivo: após a cópula, a fêmea produz várias bolsas de ovos globosas com espículas. Os machos vivem na teia das fêmeas e tem vida curta, morrendo geralmente após a cópula. Hábitat: aranha bem adaptada a ambientes urbanos. Constroem teias irregulares em paredes, janelas, e mó- veis. Característica do animal: possui coloração marrom. O abdômen é globoso com manchas claras no dorso. A parte ventral do abdômen possui uma mancha alaran- jada em formato de ampulheta. Não são agressivas. Pi- cam quando comprimidas contra o corpo.
  • 13. Viúva negra – Latrodectus curacaviensis Carolina Eloá Miranda Roquette Pode causar acidentes graves. Tamanho: 2 cm em média. Alimentação: insetos. Comportamento reprodutivo: após a cópula, a fêmea produz várias bolsas de ovos globosas. Os machos vi- vem na teia das fêmeas e tem vida curta, morrendo ge- ralmente após a cópula. Hábitat: são encontradas na vegetação arbustiva, em gramíneas, cupinzeiros, fendas de barracos e mourões de madeira. Em ambiente domiciliar podem ser encon- tradas em beiral de telhados, portas, janelas e sob mó- veis. Característica do animal: possui coloração preta com faixas vermelhas no abdômen globoso. A parte ventral do abdômen possui uma mancha vermelha em formato de ampulheta. Não são agressivas. Picam quando com- pridas contra o corpo. Produzem teias irregulares.
  • 14. Caranguejeira – Mygalomorphae Alberto Rech Não causa acidentes graves. Tamanho: existem espécies de pequeno à grande porte. Alimentação: insetos e pequenos vertebrados. Comportamento reprodutivo: após a cópula, a fêmea produz bolsa de ovos. Hábitat: São frequentemente encontradas em frestas em cascas de árvores, barrancos e buracos no solo. Características do animal: Muitas espécies de caran- guejeiras possuem o corpo coberto por pelos, que são lançados no ambiente quando o animal se sente ame- açado. Os pelos podem causar irritação em possíveis predadores ou nos seres humanos. Ao contrário do que muitos acreditam, a maioria das espécies possui veneno pouco tóxico, podendo causar apenas dor no local da picada.
  • 15. Aranha de grama – Lycosa erythrognatha Roberto Murta Não causa acidentes graves. Tamanho: 4,5 cm. Alimentação: insetos. Comportamento reprodutivo: após a cópula, a fêmea produz uma bolsa de ovos que fica presa às fiandeiras. Os filhotes, ao eclodirem sobem sobre o dorso das fê- meas. Hábitat: Não vivem em teias. São frequentemente en- contradas em pastos, gramados e próximas às residên- cias. Características do animal: Possuem coloração amarron- zada, e um desenho negro em formato de flecha no dor- so do abdômen. Podem ser confundidas com as aranhas armadeiras.
  • 16. ESCORPIÕES Escorpião amarelo – Tityus serrulatus Afonso Rocha Pode causar acidentes graves. Tamanho: 7 cm em média. Alimentação: insetos. Reprodução: As fêmeas se reproduzem por partenogê- nese, várias vezes ao ano. Espécie vivípara. Hábitat: Frequentemente encontrados nas regiões urba- nas, abrigando-se em tijolos, telhas, entulhos e galerias de esgoto. Na natureza são encontrados debaixo de cas- cas de árvores e madeiras em decomposição. Características do animal: pernas e cauda amareladas, e corpo marrom escuro. Possui serrilhas no 3º e 4º seg- mentos da cauda.
  • 17. Escorpião marrom – Tityus bahiensis Roberto Murta Pode causar acidentes graves. Tamanho: 7 cm em média. Alimentação: insetos. Reprodução: existem machos e fêmeas desta espécie. A cópu- la ocorre após ritual de corte. Espécie vivípara. Hábitat: Encontrados nas regiões urbanas, abrigandose em tijolos, telhas, entulhos e galerias de esgoto. Na natureza são encontrados debaixo de cascas de árvores e madeiras em de- composição. Características do animal: pernas amareladas com manchas escuras, corpo marrom escuro, cauda marrom avermelhado.
  • 18. SERPENTES PEÇONHENTAS Cascavel – Crotalus durissus Roberto Murta Serpente peçonhenta. Dentição: solenóglifa. Alimentação: roedores. Reprodução: vivíparas. Hábitat: regiões abertas, campos e cerrados. Comportamentos de defesa: bote e vibração do choca- lho. Características do animal: presença de fosseta loreal (buraco entre o olho e a narina) e chocalho na ponta da cauda.
  • 19. Jararaca – Bothrops jararaca Mario Sacramento Serpente peçonhenta. Dentição: solenóglifa. Alimentação: serpentes adultas: pequenos mamíferos; serpentes jovens e filhotes: anfíbios e lagartos. Reprodução: vivíparas. Hábitat: matas, campos cultivados. Características do animal: presença de fosseta loreal (buraco entre o olho e a narina). Animal longilíneo, manchas triangulares escuras e faixa preta após o olho.
  • 20. Urutu cruzeiro – Bothrops alternatus Roberto Murta Serpente peçonhenta. Dentição: solenóglifa. Alimentação: pequenos mamíferos. Reprodução: vivíparas. Hábitat: matas, campos cultivados. Características do animal: presença de fosseta lore- al (buraco entre o olho e a narina). Animal de porte médio, manchas em formato de ferradura escuras com bordas branco-amareladas. Ventre manchado.
  • 21. Jararaca do rabo branco ou jararaca pintada Bothrops neuwiedi Henrique Caldeira Costa Serpente peçonhenta. Dentição: solenóglifa. Alimentação: pequenos mamíferos. Reprodução: vivíparas. Hábitat: matas, campos cultivados. Características do animal: presença de fosseta loreal (buraco entre o olho e a narina). Animal de pequeno porte, manchas marrons por todo o corpo, inclusive na cabeça e no ventre.
  • 22. Caiçaca – Bothrops moojeni Roberto Murta Serpente peçonhenta. Dentição: solenóglifa. Alimentação: pequenos mamíferos. Reprodução: vivíparas. Hábitat: cerrado, áreas cultivadas. Características do animal: presença de fosseta loreal (buraco entre o olho e a narina). Animal de grande por- te, pele com aspecto aveludado, manchas triangulares com bordas claras, região da boca com escamas esbran- quiçadas.
  • 23. Jararacuçu – Bothrops jararacussu Roberto Murta Serpente peçonhenta. Dentição: solenóglifa. Alimentação: pequenos mamíferos e anfíbios. Reprodução: vivíparas. Hábitat: matas, áreas cultivadas. Características do animal: presença de fosseta loreal (buraco entre o olho e a narina). Animal de grande por- te, manchas em formato de ferradura escuras, interca- ladas por áreas amareladas nas fêmeas e acinzentadas nos machos.
  • 24. Surucucu – Lachesis muta Roberto Murta Serpente peçonhenta. Dentição: solenóglifa. Alimentação: roedores. Reprodução: ovíparas. Hábitat: Mata Atlântica e Floresta Amazônica. Características do animal: presença de fosseta loreal (buraco entre o olho e a narina). Animal de grande por- te, escamas granulares, corpo alaranjado com manchas negras.
  • 25. Cobra coral - Micrurus frontalis Roberto Murta Serpente peçonhenta. Dentição: proteróglifa. Alimentação: anfisbenas e outras serpentes. Reprodução: ovíparas. Hábitat: campos e cerrado. Características do animal: anéis pretos, vermelhos e brancos ou amarelos, que circulam todo o corpo. Anéis pretos organizados em tríades (três anéis pretos sepa- rados por dois brancos ou amarelos). Corpo cilíndrico, cauda curta e rombuda, cabeça pouco distinta do resto do corpo. Não é agressiva.
  • 26. Cobra Cipó ou cobra verde Philodryas olfersii Roberto Murta Serpente peçonhenta. Dentição: opistóglifa. Alimentação: anfíbios, roedores e aves. Reprodução: ovíparas. Hábitat: florestas e áreas abertas. Características do animal: corpo longilíneo, coloração verde e faixa negra após o olho.
  • 27. SERPENTES NÃO PEÇONHENTAS Jararaquinha de jardim Sibynomorphus mikanii Mario Sacramento Serpente não peçonhenta. Dentição: áglifa. Alimentação: lesmas. Reprodução: ovíparas. Hábitat: comumente encontrada em ambientes urbanos em hortas e jardins. Características do animal: pequeno porte e apresenta o corpo com bandas negras separadas por regiões amar- ronzadas ou acinzentadas.
  • 28. Jiboia – Boa constrictor Roberto Murta Serpente não peçonhenta. Dentição: áglifa. Alimentação: aves e pequenos mamíferos. Reprodução: vivíparas. Hábitat: florestas, campos. Características do animal: grande porte, pele com man- chas marrons sobre fundo claro, cabeça destacada do corpo.
  • 29. Falsa coral - Oxyrhopus trigeminus Roberto Murta Serpente não peçonhenta. Dentição: opistóglifa. Alimentação: pequenos mamíferos e lagartos. Reprodução: ovíparas. Hábitat: florestas, cerrado, caatinga. Características do animal: pequeno porte, anéis verme- lhos, pretos e brancos desorganizados e incompletos. Ventre manchado ou amarelado. Cabeça destacada do corpo. Cauda longa e afilada.
  • 30. Falsa coral – Erythrolamprus aesculapii Mario Sacramento Serpente não peçonhenta. Dentição: opistóglifa. Alimentação: serpentes. Reprodução: ovíparas. Hábitat: florestas. Características do animal: pequeno porte, anéis verme- lhos, pretos e brancos organizados e completos. Anéis pretos organizados em díades (dois anéis pretos sepa- rados por um branco ou amarelo). Corpo cilíndrico, cauda curta e rombuda, cabeça não destacada do resto do corpo.
  • 31. Acidentes por Animais Peçonhentos No Brasil são registrados aproximadamente 110.000 acidentes ocasionados por animais peçonhentos por ano. De maneira geral, os acidentes são classificados em leves, moderados ou graves de acordo com os sin- tomas apresentados. O tratamento varia em função da gravidade do acidente, e é realizado em ambiente hos- pitalar com a utilização de soros específicos e outros medicamentos. A identificação do animal que causou o acidente é importante para o sucesso do tratamento. Acidentes ocasionados por abelhas Abelha africanizada – Apis mellifera Sintomas: dor, inchaço e vermelhidão no local da pi- cada. Complicações: choque anafilático. Tratamento: anti-histamínicos, analgésicos, corticoides.
  • 32. Acidentes ocasionados por aranhas Aranha marrom – Loxosceles spp. Sintomas: dor discreta, inchaço e lesão da pele. Necro- se, febre, vômitos, tontura e dor de cabeça. Complicações: risco de amputação do membro, anemia e falência renal. Tratamento: soro antiaracnídico / soro antiloxoscélico. Aranha Armadeira – Phoneutria spp. Sintomas: dor forte irradiada pelo membro, inchaço, sudorese, vômitos, hipertensão e arritmias. Complicações: insuficiência cardíaca, convulsões, ede- ma pulmonar e coma. Tratamento: soro antiaracnídico. Aranha Viúva Negra – Latrodectus spp. Sintomas: dor intensa irradiada pelo membro. Dor por todo corpo, agitação, contrações musculares e sudorese. Complicações: pressão alta, taquicardia, retenção uri- nária e choque. Tratamento: soro antilatrodectus.
  • 33. Acidente escorpiônico Escorpiões- Tityus spp. Sintomas: dor intensa irradiada pelo membro, formi- gamento e sudorese. Vômitos, tremores, pressão alta, excesso de salivação. Complicações: insuficiência cardíaca e edema pulmo- nar. Tratamento específico: soro antiescorpiônico. Acidentes ofídicos Jararacas (jararaca, urutu, jararacuçu, caiça- ca, jararaca pintada) – Bothrops spp. Sintomas: sangramento, dor, inchaço e hematoma no local da picada. Podem surgir bolhas, sangramentos na gengiva, nariz e escurecimento da urina. Pressão baixa. Complicações: infecção local, necrose, risco de ampu- tação e falência renal. Tratamento específico: soro antibotrópico, ou antibro- tópico-crotálico.
  • 34. Cascavel – Crotalus durissus Sintomas: leve inchaço, dor, e sensação de formiga- mento no local da picada. Visão turva, pálpebras caídas, dificuldade de deglutição, escurecimento da urina. Complicação: falência renal. Tratamento específico: soro anticrotálico, ou antibotró- pico-crotálico. Corais – Micrurus spp. Sintomas: dor e sensação de formigamento no local da picada. Visão turva ou dupla, pálpebras caídas, excesso de salivação e dificuldade respiratória. Complicação: insuficiência respiratória aguda. Tratamento específico: soro antielapídico. Surucucu – Lachesis muta Sintomas: dor, inchaço e hematoma no local da picada, que podem progredir para todo o membro. Sangramen- tos, sudorese, cólicas abdominais, náuseas, vômitos, diarreia, pressão baixa. Complicações: necrose e risco de amputação. Tratamento específico: soro antilaquético, ou antibotró- pico-laquético.
  • 35. O que fazer em caso de acidente • Lavar o local da picada com água e sabão. • Manter o membro afetado elevado. • Procurar atendimento médico imediatamente. • No caso de acidentes com cobras, aranhas e escorpi- ões, é importante a captura do animal, vivo ou morto, para que o mesmo possa ser identificado. Isto agilizará o tratamento. • No caso de acidentes com abelhas, retirar o ferrão com auxílio de lâmina fazendo uma raspagem. Não re- tirá-lo com pinça para não comprimi-lo, o que poderia resultar na inoculação do veneno acumulado no ferrão. A relação das unidades de saúde que realizam trata- mento de acidentes por animais peçonhentos está dis- ponível no site da Funed (www.funed.mg.gov.br).