SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 4
Baixar para ler offline
1
O MUNDO EM 2016 RUMO À DEPRESSÃO E AO TOTALITARISMO
Fernando Alcoforado*
Segundo a teoria dos sistemas mundiais desenvolvida pelo sociólogo norte-americano
Immanuel Wallerstein e pelo historiador francês Fernand Braudel, o mundo possui um
centro que é a área de grande desenvolvimento tecnológico que produz produtos
complexos, a periferia que é a área que fornece matérias-primas, produtos agrícolas e
força de trabalho barata para o centro e a semiperiferia que se trata de uma região de
desenvolvimento intermediário que funciona como um centro para a periferia e uma
periferia para o centro como é o caso do Brasil. Pelos dados da OCDE (Organização
para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), organização internacional de 35
países que procura fornecer uma plataforma para comparar políticas econômicas,
solucionar problemas comuns e coordenar políticas domésticas e internacionais, as
perspectivas da Economia- Mundo Capitalista para 2016 são bastante desanimadoras
(Ver o artigo OCDE rebaixa perspectivas de crescimento para 2016 para economia mundial
disponível no website <http://economia.uol.com.br/noticias/efe/2015/09/16/ocde-rebaixa-
perspectivas-de-crescimento-para-2016-para-economia-mundial.htm>).
Segundo a OECD, entre os principais países capitalistas centrais, os Estados Unidos
terão crescimento de 3%, enquanto a União Europeia (1,6%) e o Japão (1,7%) terão
menor crescimento. Austrália que teve crescimento do PIB de 0,9% e a Nova Zelândia
que cresceu o PIB 2,3% em 2015 não apresentam perspectivas de maior crescimento em
2016. Nem mesmo a poderosa Alemanha consegue crescer economicamente como antes
em uma União Europeia estagnada. A âncora cambial, representada pelo Euro causa
enormes perdas às economias mais frágeis como Grécia, Espanha, Portugal, além de
punir fortemente a Itália em eterna paralisia. De 2008 até 2014, apenas Alemanha e
França mantiveram crescimento positivo do PIB com baixíssimo índice de crescimento,
uma queda comum em 2009 e uma recuperação moderada a partir de 2011. Na outra
ponta, a Grécia vive com uma economia que corresponde a 72% do que era em 2008, a
Itália com 82%, Espanha e Portugal com 85%.
Entre os países semiperiféricos, destacam-se os países integrantes do BRICS (Brasil,
Rússia, Índia, China e África do Sul) que começam a enfrentar forte turbulência com a
desaceleração da China e os problemas econômicos da Rússia. Considerando a
depressão mundial na qual continuamos a viver, e a baixa probabilidade de haver uma
recuperação significativa da economia mundial na próxima década, Immanuel
Wallerstein afirma que o futuro dos países do BRICS é bastante duvidoso. Tal como o
próprio conceito da globalização, os BRICS podem se revelar como um fenômeno
passageiro (Ver o artigo Qual o futuro dos BRICS? Disponível no website
<http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Internacional/Qual-o-futuro-dos-BRICS-
/6/27813>). Para os países periféricos e semiperiféricos, as perspectivas são de baixo
crescimento econômico, sendo alguns deles negativo como é o caso do Brasil, à exceção
da China (6,5%) e da Índia (7,3%) que continuarão crescendo com taxas elevadas
inferiores, entretanto, às obtidas em anos recentes. A situação mais desesperadora entre
os países semiperiféricos é a do Brasil e da Rússia, países fortemente dependentes das
exportações de matérias-primas, cujos preços caíram vertiginosamente e já estão
sofrendo recessões. Pelo exposto, o único país que se salva deste cenário de piora entre
os países semiperiféricos é a Índia.
2
A desaceleração econômica da China indica que sua economia, “Chão de Fábrica”
mundial na era contemporânea, se esgotou. A queda da produção e da produtividade do
trabalho na manufatura chinesa é o resultado de corrosiva superacumulação de capital e
correspondente queda da taxa geral de lucro. O FDI (Investimentos Externos Diretos) na
indústria de manufaturas caiu 14.26% no período janeiro-julho 2014. No mesmo
período, os capitalistas japoneses cortaram 45.4% dos seus investimentos na China e os
dos Estados Unidos e da União Europeia cortaram 17.4% e 17.5%,
respectivamente. Após a crise econômica mundial de 2008 que eclodiu nos Estados
Unidos, muitos analistas econômicos previram que a retomada do crescimento da
economia mundial apenas se poderia concretizar com o crescimento das economias
emergentes do planeta, com particular destaque para a China. No entanto, neste
momento, o cenário que se assiste é diferente haja vista que o dinamismo da economia
chinesa se esgotou.
Na tentativa de salvar a economia-mundo capitalista do colapso que se avizinha estão
sendo estruturados três acordos globais de comércio, negociados em sigilo, que
ameaçam direitos sociais, o meio ambiente e a própria democracia. Trata-se da nova
etapa da globalização mais ampliada do que a levada avante na década de 1990. À
margem de qualquer debate democrático e da própria Organização Mundial do
Comércio (OMC), três grandes acordos sobre trocas internacionais estão em
implementação, em fóruns restritos, neste momento. Seu principal motor é o governo
dos Estados Unidos (Ver o artigo O fantasma do ultra-capitalismo disponível no website
<http://www.cartacapital.com.br/blogs/outras-palavras/o-fantasma-do-ultra-capitalismo-
8987.html>). O primeiro desses acordos é o Acordo Comercial Transpacífico (TTP, ou
Transpacific Trade Partnership, em inglês) que, se aprovado, terá a participação dos
Estados Unidos e dez países asiáticos (entre eles, Japão e Coreia do Sul), quatro latino-
americanos (México, Chile, Peru e Colômbia), mais Austrália e Nova Zelândia. A
China, hoje a nação que mais movimenta o comércio internacional, está propositalmente
excluída.
O segundo acordo é o Acordo Transatlântico de Comércio e Investimentos (TTIP, ou
Transatlantic Trade and Investiments Partnership) que reúne a nata do capitalismo
mundial (Estados Unidos e União Europeia). Finalmente, o terceiro acordo é o Acordo
sobre Comércio de Serviços (TiSA, ou Trade in Services Agreement) que é o mais
abrangente e perigoso de todos, incluindo 53 países (Estados Unidos, toda a União
Europeia, a maior parte dos membros do TTP, inclusive Japão e Coreia do Sul, mais
nações como Turquia, Paquistão, Suíça e, surpreendentemente, Uruguai). O acordo
encarna abertamente cláusulas de bloqueio à democracia. Nenhum membro dos BRICS
foi convidado. Qual o conteúdo e o sentido político dos acordos? Fala-se em facilitar
circulação de riquezas e conhecimentos. Mas impõe-se um preço amargo: o
favorecimento das grandes corporações transnacionais, restrição severa da democracia
com bloqueio da capacidade das sociedades e Estados para definir suas próprias leis e
ataques aos direitos sociais e ao meio ambiente.
TTIP, TTP e TiSA tratam, todos, do comércio de serviços – daí sua abrangência e
alcance. É, há décadas, em praticamente todo o mundo, o setor mais vasto das
economias: 80% do PIB, nos Estados Unidos e União Europeia; 65% no Brasil; 46,8%
na própria fábrica do mundo – a China, onde superou pela primeira vez, em 2013, a
indústria. Ao contrário da agricultura e atividade fabril, aqui não se produzem bens
materiais, mas relações sociais, isto é, Conhecimento, Cultura, Comunicação, Afetos.
Um universo amplo de atividades cada vez mais central em todas as economias, que
3
inclui o projeto de engenharia, a canção, o programa de computador, o atendimento
psicanalítico, a campanha publicitária, o corte de cabelo, o restabelecimento de uma
rede elétrica ou hidráulica, etc. Por sua natureza imaterial e relacional, este vasto
arquipélago foi menos atingido, até agora, pela globalização e ultra-concentração
empresarial.
Quebrar as defesas que protegem o setor de serviços e abrir às corporações
internacionais a imensa economia do imaterial são os objetivos declarados dos três
acordos. Os acordos TTIP, TTP e TiSA não buscam apenas abrir, em todo o mundo, o
setor de serviços às corporações multinacionais. Um segundo objetivo é padronizar as
legislações dos países signatários sobre temas cruciais como sistema financeiro,
seguridade social, produção e circulação do conhecimento, liberdade na internet,
segurança alimentar. Adotada a pretexto de facilitar a “livre circulação” de serviços,
esta uniformização atende a reivindicações das transnacionais e atinge direitos sociais e
o meio ambiente que ficaria menos protegido. No âmbito da chamada “propriedade
intelectual”, sacrifica-se também o direito à livre circulação de cultura e produções
artísticas. Tenta-se exigir dos países envolvidos nas negociações que inscrevam, em
suas legislações nacionais, medidas ainda mais duras contra quem compartilhar, via
internet, música, filmes, vídeos, livros, artigos ou outros bens culturais.
Em todos os novos acordos, seções especiais são consagradas ao sistema financeiro. Os
bancos e instituições financeiras são, provavelmente, o setor mais favorecido pelo
acordo e o que ganha mais poderes para confrontar sociedades e governos. Os Estados
nacionais ficam proibidos de estabelecer qualquer restrição ou exigência aos grupos
financeiros internacionais que desejem instalar-se em seu território. Não podem limitar
seu tamanho. Não podem, sequer, controlar os fluxos de capital privando-se, portanto,
de um instrumento decisivo contra ataques especulativos a suas moedas. Perdem o
direito de impedir a entrada e saída de recursos para “instituições offshore” ou paraísos
fiscais. Esses acordos permitem que empresas (tratadas como “investidores”) processem
Estados Nacionais sempre que julgarem que uma nova decisão política provocou
redução de lucros mesmo que não tenha atingido nenhum direito adquirido. Segundo os
novos acordos, o julgamento das ações judiciais movidas não se faria nos tribunais
nacionais, mas sim em tribunais de exceção. Trata-se de “tribunais arbitrais”, onde os
processos não são públicos e os “juízes” são, frequentemente, advogados de grandes
empresas.
No artigo Libre-échange, version Pacifique publicado no Le Monde Diplomatique de
novembro de 2014, Martine Bulard afirma que a própria geografia das três áreas de
“livre” comércio estabelecidas pelos acordos expõe o interesse e a ação norte-
americana, expressa em dois grandes movimentos. O primeiro consiste em ocupar o
centro do cenário, na negociação de três tratados, que terão importância capital para o
capitalismo do século XXI. Não é à toa que os Estados Unidos são, além de principais
impulsionadores do TTIP, TTP e TiSA, o único país presente ao mesmo tempo nas três
negociações. O segundo movimento ligado ao anterior, porém mais específico, consiste
em isolar a China. Com o TTIP, Washington reforça sua aliança secular com a Europa
Ocidental. Mas tanto TTP quanto TiSA visam reforçar o objetivo geopolítico e militar
central acalentado pelos Estados Unidos nos últimos anos que implica deslocar-se do
Oriente Médio para a Ásia, onde, consideram os estrategistas norte-americanos, que vai
se dar a disputa crucial pela hegemonia planetária no século XXI. Os novos tratados são
também, portanto, elementos de uma nova “Guerra Fria”. Como frisa Michel Löwy no
4
seu artigo Löwy: quando Capitalismo não rima com Democracia publicado no website
<http://outraspalavras.net/posts/lowy-quando-capitalismo-nao-rima-com-democracia/>
e como mostra o que vimos até agora, vivemos um tempo em que o capitalismo procura
livrar-se da democracia. No século XXI, na era contemporânea de globalização
econômica e financeira, surge o totalitarismo moderno, abarcando todo o planeta.
* Fernando Alcoforado, 76, membro da Academia Baiana de Educação, engenheiro e doutor em
Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor
universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento
regional e planejamento de sistemas energéticos, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São
Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo,
1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do
desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,
http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel,
São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era
Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social
Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG,
Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (P&A Gráfica e Editora,
Salvador, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global
(Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do
Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012) e Energia no Mundo e no Brasil-
Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015).

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Geo globalização 9º
Geo  globalização 9ºGeo  globalização 9º
Geo globalização 9ºprofgilvano
 
Perspectivas de Negócios Brasil-China
Perspectivas de Negócios Brasil-ChinaPerspectivas de Negócios Brasil-China
Perspectivas de Negócios Brasil-ChinaHenry Quaresma
 
O Brasil na economia global
O Brasil na economia globalO Brasil na economia global
O Brasil na economia globalEstude Mais
 
E.j.a prova setembro escola de ensino médio raultavares cavalcante 2
E.j.a prova setembro escola de ensino médio raultavares cavalcante 2E.j.a prova setembro escola de ensino médio raultavares cavalcante 2
E.j.a prova setembro escola de ensino médio raultavares cavalcante 2Marciano Vieira
 
Avaliação 9 ano globalização
Avaliação 9 ano globalizaçãoAvaliação 9 ano globalização
Avaliação 9 ano globalizaçãoKeila Caetano
 
World Economic Forum on Latin America
World Economic Forum on Latin AmericaWorld Economic Forum on Latin America
World Economic Forum on Latin AmericaPatricia Moore
 
Apostila atualidades 2013 Prof Gesiel de Souza Oliveira
Apostila atualidades 2013 Prof Gesiel de Souza OliveiraApostila atualidades 2013 Prof Gesiel de Souza Oliveira
Apostila atualidades 2013 Prof Gesiel de Souza OliveiraGesiel Oliveira
 
Lista atividades ASSOCIAÇÕES POLÍTICAS
Lista atividades ASSOCIAÇÕES POLÍTICASLista atividades ASSOCIAÇÕES POLÍTICAS
Lista atividades ASSOCIAÇÕES POLÍTICASCADUCOC
 
2014 Brics - potencialidades e desconfianças
2014 Brics - potencialidades e desconfianças2014 Brics - potencialidades e desconfianças
2014 Brics - potencialidades e desconfiançasMARIANO C7S
 
SLIDES DA SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4 - 2º ANO VOL.1
SLIDES DA SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4 - 2º ANO VOL.1SLIDES DA SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4 - 2º ANO VOL.1
SLIDES DA SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4 - 2º ANO VOL.1Tiago Rafael
 

Mais procurados (18)

Geo globalização 9º
Geo  globalização 9ºGeo  globalização 9º
Geo globalização 9º
 
Perspectivas de Negócios Brasil-China
Perspectivas de Negócios Brasil-ChinaPerspectivas de Negócios Brasil-China
Perspectivas de Negócios Brasil-China
 
At recup4 global
At recup4 globalAt recup4 global
At recup4 global
 
O Brasil na economia global
O Brasil na economia globalO Brasil na economia global
O Brasil na economia global
 
E.j.a prova setembro escola de ensino médio raultavares cavalcante 2
E.j.a prova setembro escola de ensino médio raultavares cavalcante 2E.j.a prova setembro escola de ensino médio raultavares cavalcante 2
E.j.a prova setembro escola de ensino médio raultavares cavalcante 2
 
Avaliação 9 ano globalização
Avaliação 9 ano globalizaçãoAvaliação 9 ano globalização
Avaliação 9 ano globalização
 
Países do norte
Países do nortePaíses do norte
Países do norte
 
Atualidades brics
Atualidades   bricsAtualidades   brics
Atualidades brics
 
1 atualidades1
1 atualidades11 atualidades1
1 atualidades1
 
Slide - Trab. Economia Brasileira
Slide - Trab. Economia BrasileiraSlide - Trab. Economia Brasileira
Slide - Trab. Economia Brasileira
 
World Economic Forum on Latin America
World Economic Forum on Latin AmericaWorld Economic Forum on Latin America
World Economic Forum on Latin America
 
Apostila atualidades 2013 Prof Gesiel de Souza Oliveira
Apostila atualidades 2013 Prof Gesiel de Souza OliveiraApostila atualidades 2013 Prof Gesiel de Souza Oliveira
Apostila atualidades 2013 Prof Gesiel de Souza Oliveira
 
Lista atividades ASSOCIAÇÕES POLÍTICAS
Lista atividades ASSOCIAÇÕES POLÍTICASLista atividades ASSOCIAÇÕES POLÍTICAS
Lista atividades ASSOCIAÇÕES POLÍTICAS
 
2014 Brics - potencialidades e desconfianças
2014 Brics - potencialidades e desconfianças2014 Brics - potencialidades e desconfianças
2014 Brics - potencialidades e desconfianças
 
SLIDES DA SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4 - 2º ANO VOL.1
SLIDES DA SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4 - 2º ANO VOL.1SLIDES DA SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4 - 2º ANO VOL.1
SLIDES DA SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4 - 2º ANO VOL.1
 
Industrias
IndustriasIndustrias
Industrias
 
Brics
BricsBrics
Brics
 
PALESTRA DO PROFESSOR ALBERTO BORGES MATHIAS ABIGRAF
PALESTRA DO PROFESSOR ALBERTO BORGES MATHIAS ABIGRAFPALESTRA DO PROFESSOR ALBERTO BORGES MATHIAS ABIGRAF
PALESTRA DO PROFESSOR ALBERTO BORGES MATHIAS ABIGRAF
 

Destaque

Reforma do estado e da administração pública necessária ao brasil
Reforma do estado e da administração pública necessária ao brasilReforma do estado e da administração pública necessária ao brasil
Reforma do estado e da administração pública necessária ao brasilFernando Alcoforado
 
The truth about profit formation in capitalism
The truth about profit formation  in capitalismThe truth about profit formation  in capitalism
The truth about profit formation in capitalismFernando Alcoforado
 
The serpent pit viper lula and the future of brazil
The serpent   pit viper  lula and the future of brazilThe serpent   pit viper  lula and the future of brazil
The serpent pit viper lula and the future of brazilFernando Alcoforado
 
Actions adopted to neutralize downward trend in the rate of profit of the wo...
Actions adopted to neutralize downward trend in the rate of profit of the  wo...Actions adopted to neutralize downward trend in the rate of profit of the  wo...
Actions adopted to neutralize downward trend in the rate of profit of the wo...Fernando Alcoforado
 
Science and advances in knowledge from classical physics to quantum physics
Science and advances in knowledge from classical physics to quantum physicsScience and advances in knowledge from classical physics to quantum physics
Science and advances in knowledge from classical physics to quantum physicsFernando Alcoforado
 
A terrible time of brazil where idiots drive unseeing
A terrible time of brazil where idiots drive unseeingA terrible time of brazil where idiots drive unseeing
A terrible time of brazil where idiots drive unseeingFernando Alcoforado
 
Como reerguer o brasil pós impeachment de dilma rousseff
Como reerguer o brasil pós impeachment de dilma rousseffComo reerguer o brasil pós impeachment de dilma rousseff
Como reerguer o brasil pós impeachment de dilma rousseffFernando Alcoforado
 
A ciência e os avanços no conhecimento sobre o universo
A ciência e os avanços no conhecimento sobre o universoA ciência e os avanços no conhecimento sobre o universo
A ciência e os avanços no conhecimento sobre o universoFernando Alcoforado
 
O brasil não superará a crise atual sem o abandono do modelo econômico neolib...
O brasil não superará a crise atual sem o abandono do modelo econômico neolib...O brasil não superará a crise atual sem o abandono do modelo econômico neolib...
O brasil não superará a crise atual sem o abandono do modelo econômico neolib...Fernando Alcoforado
 
Political conciliation and political confrontation in brazil
Political conciliation and political confrontation in brazilPolitical conciliation and political confrontation in brazil
Political conciliation and political confrontation in brazilFernando Alcoforado
 
The lulopetista fundamentalism and risk of political backspace in brazil
The lulopetista fundamentalism and risk of political backspace in brazilThe lulopetista fundamentalism and risk of political backspace in brazil
The lulopetista fundamentalism and risk of political backspace in brazilFernando Alcoforado
 
Novas fontes de energia e eficiência energética para evitar a catastrófica mu...
Novas fontes de energia e eficiência energética para evitar a catastrófica mu...Novas fontes de energia e eficiência energética para evitar a catastrófica mu...
Novas fontes de energia e eficiência energética para evitar a catastrófica mu...Fernando Alcoforado
 
Um sistema bancário diferente é possível
Um sistema bancário diferente é possívelUm sistema bancário diferente é possível
Um sistema bancário diferente é possívelFernando Alcoforado
 
Destroyed the tripod of governability in brazil
Destroyed the tripod of governability in brazilDestroyed the tripod of governability in brazil
Destroyed the tripod of governability in brazilFernando Alcoforado
 
World capitalist system towards debacle
World capitalist system towards debacleWorld capitalist system towards debacle
World capitalist system towards debacleFernando Alcoforado
 
Pt workers party and demoralization of the left in brazil
Pt  workers party  and demoralization of the left in brazilPt  workers party  and demoralization of the left in brazil
Pt workers party and demoralization of the left in brazilFernando Alcoforado
 

Destaque (17)

Reforma do estado e da administração pública necessária ao brasil
Reforma do estado e da administração pública necessária ao brasilReforma do estado e da administração pública necessária ao brasil
Reforma do estado e da administração pública necessária ao brasil
 
The truth about profit formation in capitalism
The truth about profit formation  in capitalismThe truth about profit formation  in capitalism
The truth about profit formation in capitalism
 
The serpent pit viper lula and the future of brazil
The serpent   pit viper  lula and the future of brazilThe serpent   pit viper  lula and the future of brazil
The serpent pit viper lula and the future of brazil
 
Actions adopted to neutralize downward trend in the rate of profit of the wo...
Actions adopted to neutralize downward trend in the rate of profit of the  wo...Actions adopted to neutralize downward trend in the rate of profit of the  wo...
Actions adopted to neutralize downward trend in the rate of profit of the wo...
 
Science and advances in knowledge from classical physics to quantum physics
Science and advances in knowledge from classical physics to quantum physicsScience and advances in knowledge from classical physics to quantum physics
Science and advances in knowledge from classical physics to quantum physics
 
A terrible time of brazil where idiots drive unseeing
A terrible time of brazil where idiots drive unseeingA terrible time of brazil where idiots drive unseeing
A terrible time of brazil where idiots drive unseeing
 
Como reerguer o brasil pós impeachment de dilma rousseff
Como reerguer o brasil pós impeachment de dilma rousseffComo reerguer o brasil pós impeachment de dilma rousseff
Como reerguer o brasil pós impeachment de dilma rousseff
 
A ciência e os avanços no conhecimento sobre o universo
A ciência e os avanços no conhecimento sobre o universoA ciência e os avanços no conhecimento sobre o universo
A ciência e os avanços no conhecimento sobre o universo
 
Como reerguer a petrobras
Como reerguer a petrobrasComo reerguer a petrobras
Como reerguer a petrobras
 
O brasil não superará a crise atual sem o abandono do modelo econômico neolib...
O brasil não superará a crise atual sem o abandono do modelo econômico neolib...O brasil não superará a crise atual sem o abandono do modelo econômico neolib...
O brasil não superará a crise atual sem o abandono do modelo econômico neolib...
 
Political conciliation and political confrontation in brazil
Political conciliation and political confrontation in brazilPolitical conciliation and political confrontation in brazil
Political conciliation and political confrontation in brazil
 
The lulopetista fundamentalism and risk of political backspace in brazil
The lulopetista fundamentalism and risk of political backspace in brazilThe lulopetista fundamentalism and risk of political backspace in brazil
The lulopetista fundamentalism and risk of political backspace in brazil
 
Novas fontes de energia e eficiência energética para evitar a catastrófica mu...
Novas fontes de energia e eficiência energética para evitar a catastrófica mu...Novas fontes de energia e eficiência energética para evitar a catastrófica mu...
Novas fontes de energia e eficiência energética para evitar a catastrófica mu...
 
Um sistema bancário diferente é possível
Um sistema bancário diferente é possívelUm sistema bancário diferente é possível
Um sistema bancário diferente é possível
 
Destroyed the tripod of governability in brazil
Destroyed the tripod of governability in brazilDestroyed the tripod of governability in brazil
Destroyed the tripod of governability in brazil
 
World capitalist system towards debacle
World capitalist system towards debacleWorld capitalist system towards debacle
World capitalist system towards debacle
 
Pt workers party and demoralization of the left in brazil
Pt  workers party  and demoralization of the left in brazilPt  workers party  and demoralization of the left in brazil
Pt workers party and demoralization of the left in brazil
 

Semelhante a MUNDO RUMO À DEPRESSÃO E TOTALITARISMO COM ACORDOS COMERCIAIS SECRET OS

Introdução a geopolitica
Introdução a geopoliticaIntrodução a geopolitica
Introdução a geopoliticaBruna Azevedo
 
E.j.a provas globalização
E.j.a provas globalizaçãoE.j.a provas globalização
E.j.a provas globalizaçãoMarciano Vieira
 
Geo globalização 9º
Geo  globalização 9ºGeo  globalização 9º
Geo globalização 9ºAna Wronski
 
Lições a tirar da crise econômica internacional
Lições a tirar da crise econômica internacionalLições a tirar da crise econômica internacional
Lições a tirar da crise econômica internacionalLucas Barbosa Pelissari
 
Globalizacao da economia
Globalizacao da economiaGlobalizacao da economia
Globalizacao da economiaEstude Mais
 
Apostila dir internacional i
Apostila dir internacional iApostila dir internacional i
Apostila dir internacional ijoicianepmw
 
Atps desenvolvimento economico
Atps desenvolvimento economicoAtps desenvolvimento economico
Atps desenvolvimento economicoLiousMarths
 
Globalização e identidade cultural
Globalização e identidade culturalGlobalização e identidade cultural
Globalização e identidade culturalFernando Alcoforado
 
Economia Aplicada e Cenários Econômicos Globais_Simão Davi Silber_2014
Economia Aplicada e Cenários Econômicos Globais_Simão Davi Silber_2014Economia Aplicada e Cenários Econômicos Globais_Simão Davi Silber_2014
Economia Aplicada e Cenários Econômicos Globais_Simão Davi Silber_2014Moises Bagagi
 
Capitalismo e desenvolvimento nacional
Capitalismo e desenvolvimento nacionalCapitalismo e desenvolvimento nacional
Capitalismo e desenvolvimento nacionalFernando Alcoforado
 
Neoliberalismo globalização (resumo)
Neoliberalismo globalização (resumo)Neoliberalismo globalização (resumo)
Neoliberalismo globalização (resumo)Edilene Ruth Pereira
 
O brasil em um mundo globalizado
O brasil em um mundo globalizadoO brasil em um mundo globalizado
O brasil em um mundo globalizadototonhodemorais
 
Globalização, comercio mundial e blocos econômicos
Globalização, comercio mundial e blocos econômicosGlobalização, comercio mundial e blocos econômicos
Globalização, comercio mundial e blocos econômicosWander Junior
 
O mundo diante de uma crise econômica insolúvel
O mundo diante de uma crise econômica insolúvelO mundo diante de uma crise econômica insolúvel
O mundo diante de uma crise econômica insolúvelFernando Alcoforado
 
O Brasil a globalização e os blocos econômicos
O Brasil a globalização e os blocos econômicosO Brasil a globalização e os blocos econômicos
O Brasil a globalização e os blocos econômicosColégio Nova Geração COC
 
2201 a precariedade suprema no capitalismo do século xxi
2201   a precariedade suprema no capitalismo do século xxi2201   a precariedade suprema no capitalismo do século xxi
2201 a precariedade suprema no capitalismo do século xxiGRAZIA TANTA
 
Novos centros de poder
Novos centros de poderNovos centros de poder
Novos centros de poderluisapint
 
Novos centros de poder
Novos centros de poderNovos centros de poder
Novos centros de poderssuser92608c
 

Semelhante a MUNDO RUMO À DEPRESSÃO E TOTALITARISMO COM ACORDOS COMERCIAIS SECRET OS (20)

Introdução a geopolitica
Introdução a geopoliticaIntrodução a geopolitica
Introdução a geopolitica
 
E.j.a provas globalização
E.j.a provas globalizaçãoE.j.a provas globalização
E.j.a provas globalização
 
Geo globalização 9º
Geo  globalização 9ºGeo  globalização 9º
Geo globalização 9º
 
Lições a tirar da crise econômica internacional
Lições a tirar da crise econômica internacionalLições a tirar da crise econômica internacional
Lições a tirar da crise econômica internacional
 
Globalizacao da economia
Globalizacao da economiaGlobalizacao da economia
Globalizacao da economia
 
Apostila dir internacional i
Apostila dir internacional iApostila dir internacional i
Apostila dir internacional i
 
01
0101
01
 
Atps desenvolvimento economico
Atps desenvolvimento economicoAtps desenvolvimento economico
Atps desenvolvimento economico
 
Globalização e identidade cultural
Globalização e identidade culturalGlobalização e identidade cultural
Globalização e identidade cultural
 
Economia Aplicada e Cenários Econômicos Globais_Simão Davi Silber_2014
Economia Aplicada e Cenários Econômicos Globais_Simão Davi Silber_2014Economia Aplicada e Cenários Econômicos Globais_Simão Davi Silber_2014
Economia Aplicada e Cenários Econômicos Globais_Simão Davi Silber_2014
 
Capitalismo e desenvolvimento nacional
Capitalismo e desenvolvimento nacionalCapitalismo e desenvolvimento nacional
Capitalismo e desenvolvimento nacional
 
Neoliberalismo globalização (resumo)
Neoliberalismo globalização (resumo)Neoliberalismo globalização (resumo)
Neoliberalismo globalização (resumo)
 
O brasil em um mundo globalizado
O brasil em um mundo globalizadoO brasil em um mundo globalizado
O brasil em um mundo globalizado
 
Globalização, comercio mundial e blocos econômicos
Globalização, comercio mundial e blocos econômicosGlobalização, comercio mundial e blocos econômicos
Globalização, comercio mundial e blocos econômicos
 
O mundo diante de uma crise econômica insolúvel
O mundo diante de uma crise econômica insolúvelO mundo diante de uma crise econômica insolúvel
O mundo diante de uma crise econômica insolúvel
 
O Brasil a globalização e os blocos econômicos
O Brasil a globalização e os blocos econômicosO Brasil a globalização e os blocos econômicos
O Brasil a globalização e os blocos econômicos
 
Unidade 3 geral
Unidade 3  geralUnidade 3  geral
Unidade 3 geral
 
2201 a precariedade suprema no capitalismo do século xxi
2201   a precariedade suprema no capitalismo do século xxi2201   a precariedade suprema no capitalismo do século xxi
2201 a precariedade suprema no capitalismo do século xxi
 
Novos centros de poder
Novos centros de poderNovos centros de poder
Novos centros de poder
 
Novos centros de poder
Novos centros de poderNovos centros de poder
Novos centros de poder
 

Mais de Fernando Alcoforado

O INFERNO DAS CATÁSTROFES SOFRIDAS PELO POVO BRASILEIRO
O INFERNO DAS CATÁSTROFES SOFRIDAS PELO POVO BRASILEIRO   O INFERNO DAS CATÁSTROFES SOFRIDAS PELO POVO BRASILEIRO
O INFERNO DAS CATÁSTROFES SOFRIDAS PELO POVO BRASILEIRO Fernando Alcoforado
 
L'ENFER DES CATASTROPHES SUBIS PAR LE PEUPLE BRÉSILIEN
L'ENFER DES CATASTROPHES SUBIS PAR LE PEUPLE BRÉSILIENL'ENFER DES CATASTROPHES SUBIS PAR LE PEUPLE BRÉSILIEN
L'ENFER DES CATASTROPHES SUBIS PAR LE PEUPLE BRÉSILIENFernando Alcoforado
 
LE MONDE VERS UNE CATASTROPHE CLIMATIQUE?
LE MONDE VERS UNE CATASTROPHE CLIMATIQUE?LE MONDE VERS UNE CATASTROPHE CLIMATIQUE?
LE MONDE VERS UNE CATASTROPHE CLIMATIQUE?Fernando Alcoforado
 
AQUECIMENTO GLOBAL, MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E SEUS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HU...
AQUECIMENTO GLOBAL, MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E SEUS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HU...AQUECIMENTO GLOBAL, MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E SEUS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HU...
AQUECIMENTO GLOBAL, MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E SEUS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HU...Fernando Alcoforado
 
GLOBAL WARMING, GLOBAL CLIMATE CHANGE AND ITS IMPACTS ON HUMAN HEALTH
GLOBAL WARMING, GLOBAL CLIMATE CHANGE AND ITS IMPACTS ON HUMAN HEALTHGLOBAL WARMING, GLOBAL CLIMATE CHANGE AND ITS IMPACTS ON HUMAN HEALTH
GLOBAL WARMING, GLOBAL CLIMATE CHANGE AND ITS IMPACTS ON HUMAN HEALTHFernando Alcoforado
 
LE RÉCHAUFFEMENT CLIMATIQUE, LE CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL ET SES IMPACTS ...
LE RÉCHAUFFEMENT CLIMATIQUE, LE CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL ET SES IMPACTS ...LE RÉCHAUFFEMENT CLIMATIQUE, LE CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL ET SES IMPACTS ...
LE RÉCHAUFFEMENT CLIMATIQUE, LE CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL ET SES IMPACTS ...Fernando Alcoforado
 
INONDATIONS DES VILLES ET CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL
INONDATIONS DES VILLES ET CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIALINONDATIONS DES VILLES ET CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL
INONDATIONS DES VILLES ET CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIALFernando Alcoforado
 
CITY FLOODS AND GLOBAL CLIMATE CHANGE
CITY FLOODS AND GLOBAL CLIMATE CHANGECITY FLOODS AND GLOBAL CLIMATE CHANGE
CITY FLOODS AND GLOBAL CLIMATE CHANGEFernando Alcoforado
 
INUNDAÇÕES DAS CIDADES E MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL
INUNDAÇÕES DAS CIDADES E MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBALINUNDAÇÕES DAS CIDADES E MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL
INUNDAÇÕES DAS CIDADES E MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBALFernando Alcoforado
 
CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE SÃO AS ESCOLHAS DO POVO BRASILEIRO NAS ELEIÇÕES DE 2022
CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE SÃO AS ESCOLHAS DO POVO BRASILEIRO NAS ELEIÇÕES DE 2022 CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE SÃO AS ESCOLHAS DO POVO BRASILEIRO NAS ELEIÇÕES DE 2022
CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE SÃO AS ESCOLHAS DO POVO BRASILEIRO NAS ELEIÇÕES DE 2022 Fernando Alcoforado
 
CIVILISATION OU BARBARIE SONT LES CHOIX DU PEUPLE BRÉSILIEN AUX ÉLECTIONS DE ...
CIVILISATION OU BARBARIE SONT LES CHOIX DU PEUPLE BRÉSILIEN AUX ÉLECTIONS DE ...CIVILISATION OU BARBARIE SONT LES CHOIX DU PEUPLE BRÉSILIEN AUX ÉLECTIONS DE ...
CIVILISATION OU BARBARIE SONT LES CHOIX DU PEUPLE BRÉSILIEN AUX ÉLECTIONS DE ...Fernando Alcoforado
 
CIVILIZATION OR BARBARISM ARE THE CHOICES OF THE BRAZILIAN PEOPLE IN THE 2022...
CIVILIZATION OR BARBARISM ARE THE CHOICES OF THE BRAZILIAN PEOPLE IN THE 2022...CIVILIZATION OR BARBARISM ARE THE CHOICES OF THE BRAZILIAN PEOPLE IN THE 2022...
CIVILIZATION OR BARBARISM ARE THE CHOICES OF THE BRAZILIAN PEOPLE IN THE 2022...Fernando Alcoforado
 
COMO EVITAR A PREVISÃO DE STEPHEN HAWKING DE QUE A HUMANIDADE SÓ TEM MAIS 100...
COMO EVITAR A PREVISÃO DE STEPHEN HAWKING DE QUE A HUMANIDADE SÓ TEM MAIS 100...COMO EVITAR A PREVISÃO DE STEPHEN HAWKING DE QUE A HUMANIDADE SÓ TEM MAIS 100...
COMO EVITAR A PREVISÃO DE STEPHEN HAWKING DE QUE A HUMANIDADE SÓ TEM MAIS 100...Fernando Alcoforado
 
COMMENT ÉVITER LA PRÉVISION DE STEPHEN HAWKING QUE L'HUMANITÉ N'A QUE 100 ANS...
COMMENT ÉVITER LA PRÉVISION DE STEPHEN HAWKING QUE L'HUMANITÉ N'A QUE 100 ANS...COMMENT ÉVITER LA PRÉVISION DE STEPHEN HAWKING QUE L'HUMANITÉ N'A QUE 100 ANS...
COMMENT ÉVITER LA PRÉVISION DE STEPHEN HAWKING QUE L'HUMANITÉ N'A QUE 100 ANS...Fernando Alcoforado
 
THE GREAT FRENCH REVOLUTION THAT CHANGED THE WORLD
THE GREAT FRENCH REVOLUTION THAT CHANGED THE WORLDTHE GREAT FRENCH REVOLUTION THAT CHANGED THE WORLD
THE GREAT FRENCH REVOLUTION THAT CHANGED THE WORLDFernando Alcoforado
 
LA GRANDE RÉVOLUTION FRANÇAISE QUI A CHANGÉ LE MONDE
LA GRANDE RÉVOLUTION FRANÇAISE QUI A CHANGÉ LE MONDE LA GRANDE RÉVOLUTION FRANÇAISE QUI A CHANGÉ LE MONDE
LA GRANDE RÉVOLUTION FRANÇAISE QUI A CHANGÉ LE MONDE Fernando Alcoforado
 
A GRANDE REVOLUÇÃO FRANCESA QUE MUDOU O MUNDO
A GRANDE REVOLUÇÃO FRANCESA QUE MUDOU O MUNDOA GRANDE REVOLUÇÃO FRANCESA QUE MUDOU O MUNDO
A GRANDE REVOLUÇÃO FRANCESA QUE MUDOU O MUNDOFernando Alcoforado
 
O TARIFAÇO DE ENERGIA É SINAL DE INCOMPETÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL NO PLANEJAM...
O TARIFAÇO DE ENERGIA É SINAL DE INCOMPETÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL NO PLANEJAM...O TARIFAÇO DE ENERGIA É SINAL DE INCOMPETÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL NO PLANEJAM...
O TARIFAÇO DE ENERGIA É SINAL DE INCOMPETÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL NO PLANEJAM...Fernando Alcoforado
 
LES RÉVOLUTIONS SOCIALES, LEURS FACTEURS DÉCLENCHEURS ET LE BRÉSIL ACTUEL
LES RÉVOLUTIONS SOCIALES, LEURS FACTEURS DÉCLENCHEURS ET LE BRÉSIL ACTUELLES RÉVOLUTIONS SOCIALES, LEURS FACTEURS DÉCLENCHEURS ET LE BRÉSIL ACTUEL
LES RÉVOLUTIONS SOCIALES, LEURS FACTEURS DÉCLENCHEURS ET LE BRÉSIL ACTUELFernando Alcoforado
 
SOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZIL
SOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZILSOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZIL
SOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZILFernando Alcoforado
 

Mais de Fernando Alcoforado (20)

O INFERNO DAS CATÁSTROFES SOFRIDAS PELO POVO BRASILEIRO
O INFERNO DAS CATÁSTROFES SOFRIDAS PELO POVO BRASILEIRO   O INFERNO DAS CATÁSTROFES SOFRIDAS PELO POVO BRASILEIRO
O INFERNO DAS CATÁSTROFES SOFRIDAS PELO POVO BRASILEIRO
 
L'ENFER DES CATASTROPHES SUBIS PAR LE PEUPLE BRÉSILIEN
L'ENFER DES CATASTROPHES SUBIS PAR LE PEUPLE BRÉSILIENL'ENFER DES CATASTROPHES SUBIS PAR LE PEUPLE BRÉSILIEN
L'ENFER DES CATASTROPHES SUBIS PAR LE PEUPLE BRÉSILIEN
 
LE MONDE VERS UNE CATASTROPHE CLIMATIQUE?
LE MONDE VERS UNE CATASTROPHE CLIMATIQUE?LE MONDE VERS UNE CATASTROPHE CLIMATIQUE?
LE MONDE VERS UNE CATASTROPHE CLIMATIQUE?
 
AQUECIMENTO GLOBAL, MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E SEUS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HU...
AQUECIMENTO GLOBAL, MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E SEUS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HU...AQUECIMENTO GLOBAL, MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E SEUS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HU...
AQUECIMENTO GLOBAL, MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E SEUS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HU...
 
GLOBAL WARMING, GLOBAL CLIMATE CHANGE AND ITS IMPACTS ON HUMAN HEALTH
GLOBAL WARMING, GLOBAL CLIMATE CHANGE AND ITS IMPACTS ON HUMAN HEALTHGLOBAL WARMING, GLOBAL CLIMATE CHANGE AND ITS IMPACTS ON HUMAN HEALTH
GLOBAL WARMING, GLOBAL CLIMATE CHANGE AND ITS IMPACTS ON HUMAN HEALTH
 
LE RÉCHAUFFEMENT CLIMATIQUE, LE CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL ET SES IMPACTS ...
LE RÉCHAUFFEMENT CLIMATIQUE, LE CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL ET SES IMPACTS ...LE RÉCHAUFFEMENT CLIMATIQUE, LE CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL ET SES IMPACTS ...
LE RÉCHAUFFEMENT CLIMATIQUE, LE CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL ET SES IMPACTS ...
 
INONDATIONS DES VILLES ET CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL
INONDATIONS DES VILLES ET CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIALINONDATIONS DES VILLES ET CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL
INONDATIONS DES VILLES ET CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL
 
CITY FLOODS AND GLOBAL CLIMATE CHANGE
CITY FLOODS AND GLOBAL CLIMATE CHANGECITY FLOODS AND GLOBAL CLIMATE CHANGE
CITY FLOODS AND GLOBAL CLIMATE CHANGE
 
INUNDAÇÕES DAS CIDADES E MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL
INUNDAÇÕES DAS CIDADES E MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBALINUNDAÇÕES DAS CIDADES E MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL
INUNDAÇÕES DAS CIDADES E MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL
 
CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE SÃO AS ESCOLHAS DO POVO BRASILEIRO NAS ELEIÇÕES DE 2022
CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE SÃO AS ESCOLHAS DO POVO BRASILEIRO NAS ELEIÇÕES DE 2022 CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE SÃO AS ESCOLHAS DO POVO BRASILEIRO NAS ELEIÇÕES DE 2022
CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE SÃO AS ESCOLHAS DO POVO BRASILEIRO NAS ELEIÇÕES DE 2022
 
CIVILISATION OU BARBARIE SONT LES CHOIX DU PEUPLE BRÉSILIEN AUX ÉLECTIONS DE ...
CIVILISATION OU BARBARIE SONT LES CHOIX DU PEUPLE BRÉSILIEN AUX ÉLECTIONS DE ...CIVILISATION OU BARBARIE SONT LES CHOIX DU PEUPLE BRÉSILIEN AUX ÉLECTIONS DE ...
CIVILISATION OU BARBARIE SONT LES CHOIX DU PEUPLE BRÉSILIEN AUX ÉLECTIONS DE ...
 
CIVILIZATION OR BARBARISM ARE THE CHOICES OF THE BRAZILIAN PEOPLE IN THE 2022...
CIVILIZATION OR BARBARISM ARE THE CHOICES OF THE BRAZILIAN PEOPLE IN THE 2022...CIVILIZATION OR BARBARISM ARE THE CHOICES OF THE BRAZILIAN PEOPLE IN THE 2022...
CIVILIZATION OR BARBARISM ARE THE CHOICES OF THE BRAZILIAN PEOPLE IN THE 2022...
 
COMO EVITAR A PREVISÃO DE STEPHEN HAWKING DE QUE A HUMANIDADE SÓ TEM MAIS 100...
COMO EVITAR A PREVISÃO DE STEPHEN HAWKING DE QUE A HUMANIDADE SÓ TEM MAIS 100...COMO EVITAR A PREVISÃO DE STEPHEN HAWKING DE QUE A HUMANIDADE SÓ TEM MAIS 100...
COMO EVITAR A PREVISÃO DE STEPHEN HAWKING DE QUE A HUMANIDADE SÓ TEM MAIS 100...
 
COMMENT ÉVITER LA PRÉVISION DE STEPHEN HAWKING QUE L'HUMANITÉ N'A QUE 100 ANS...
COMMENT ÉVITER LA PRÉVISION DE STEPHEN HAWKING QUE L'HUMANITÉ N'A QUE 100 ANS...COMMENT ÉVITER LA PRÉVISION DE STEPHEN HAWKING QUE L'HUMANITÉ N'A QUE 100 ANS...
COMMENT ÉVITER LA PRÉVISION DE STEPHEN HAWKING QUE L'HUMANITÉ N'A QUE 100 ANS...
 
THE GREAT FRENCH REVOLUTION THAT CHANGED THE WORLD
THE GREAT FRENCH REVOLUTION THAT CHANGED THE WORLDTHE GREAT FRENCH REVOLUTION THAT CHANGED THE WORLD
THE GREAT FRENCH REVOLUTION THAT CHANGED THE WORLD
 
LA GRANDE RÉVOLUTION FRANÇAISE QUI A CHANGÉ LE MONDE
LA GRANDE RÉVOLUTION FRANÇAISE QUI A CHANGÉ LE MONDE LA GRANDE RÉVOLUTION FRANÇAISE QUI A CHANGÉ LE MONDE
LA GRANDE RÉVOLUTION FRANÇAISE QUI A CHANGÉ LE MONDE
 
A GRANDE REVOLUÇÃO FRANCESA QUE MUDOU O MUNDO
A GRANDE REVOLUÇÃO FRANCESA QUE MUDOU O MUNDOA GRANDE REVOLUÇÃO FRANCESA QUE MUDOU O MUNDO
A GRANDE REVOLUÇÃO FRANCESA QUE MUDOU O MUNDO
 
O TARIFAÇO DE ENERGIA É SINAL DE INCOMPETÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL NO PLANEJAM...
O TARIFAÇO DE ENERGIA É SINAL DE INCOMPETÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL NO PLANEJAM...O TARIFAÇO DE ENERGIA É SINAL DE INCOMPETÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL NO PLANEJAM...
O TARIFAÇO DE ENERGIA É SINAL DE INCOMPETÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL NO PLANEJAM...
 
LES RÉVOLUTIONS SOCIALES, LEURS FACTEURS DÉCLENCHEURS ET LE BRÉSIL ACTUEL
LES RÉVOLUTIONS SOCIALES, LEURS FACTEURS DÉCLENCHEURS ET LE BRÉSIL ACTUELLES RÉVOLUTIONS SOCIALES, LEURS FACTEURS DÉCLENCHEURS ET LE BRÉSIL ACTUEL
LES RÉVOLUTIONS SOCIALES, LEURS FACTEURS DÉCLENCHEURS ET LE BRÉSIL ACTUEL
 
SOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZIL
SOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZILSOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZIL
SOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZIL
 

MUNDO RUMO À DEPRESSÃO E TOTALITARISMO COM ACORDOS COMERCIAIS SECRET OS

  • 1. 1 O MUNDO EM 2016 RUMO À DEPRESSÃO E AO TOTALITARISMO Fernando Alcoforado* Segundo a teoria dos sistemas mundiais desenvolvida pelo sociólogo norte-americano Immanuel Wallerstein e pelo historiador francês Fernand Braudel, o mundo possui um centro que é a área de grande desenvolvimento tecnológico que produz produtos complexos, a periferia que é a área que fornece matérias-primas, produtos agrícolas e força de trabalho barata para o centro e a semiperiferia que se trata de uma região de desenvolvimento intermediário que funciona como um centro para a periferia e uma periferia para o centro como é o caso do Brasil. Pelos dados da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), organização internacional de 35 países que procura fornecer uma plataforma para comparar políticas econômicas, solucionar problemas comuns e coordenar políticas domésticas e internacionais, as perspectivas da Economia- Mundo Capitalista para 2016 são bastante desanimadoras (Ver o artigo OCDE rebaixa perspectivas de crescimento para 2016 para economia mundial disponível no website <http://economia.uol.com.br/noticias/efe/2015/09/16/ocde-rebaixa- perspectivas-de-crescimento-para-2016-para-economia-mundial.htm>). Segundo a OECD, entre os principais países capitalistas centrais, os Estados Unidos terão crescimento de 3%, enquanto a União Europeia (1,6%) e o Japão (1,7%) terão menor crescimento. Austrália que teve crescimento do PIB de 0,9% e a Nova Zelândia que cresceu o PIB 2,3% em 2015 não apresentam perspectivas de maior crescimento em 2016. Nem mesmo a poderosa Alemanha consegue crescer economicamente como antes em uma União Europeia estagnada. A âncora cambial, representada pelo Euro causa enormes perdas às economias mais frágeis como Grécia, Espanha, Portugal, além de punir fortemente a Itália em eterna paralisia. De 2008 até 2014, apenas Alemanha e França mantiveram crescimento positivo do PIB com baixíssimo índice de crescimento, uma queda comum em 2009 e uma recuperação moderada a partir de 2011. Na outra ponta, a Grécia vive com uma economia que corresponde a 72% do que era em 2008, a Itália com 82%, Espanha e Portugal com 85%. Entre os países semiperiféricos, destacam-se os países integrantes do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) que começam a enfrentar forte turbulência com a desaceleração da China e os problemas econômicos da Rússia. Considerando a depressão mundial na qual continuamos a viver, e a baixa probabilidade de haver uma recuperação significativa da economia mundial na próxima década, Immanuel Wallerstein afirma que o futuro dos países do BRICS é bastante duvidoso. Tal como o próprio conceito da globalização, os BRICS podem se revelar como um fenômeno passageiro (Ver o artigo Qual o futuro dos BRICS? Disponível no website <http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Internacional/Qual-o-futuro-dos-BRICS- /6/27813>). Para os países periféricos e semiperiféricos, as perspectivas são de baixo crescimento econômico, sendo alguns deles negativo como é o caso do Brasil, à exceção da China (6,5%) e da Índia (7,3%) que continuarão crescendo com taxas elevadas inferiores, entretanto, às obtidas em anos recentes. A situação mais desesperadora entre os países semiperiféricos é a do Brasil e da Rússia, países fortemente dependentes das exportações de matérias-primas, cujos preços caíram vertiginosamente e já estão sofrendo recessões. Pelo exposto, o único país que se salva deste cenário de piora entre os países semiperiféricos é a Índia.
  • 2. 2 A desaceleração econômica da China indica que sua economia, “Chão de Fábrica” mundial na era contemporânea, se esgotou. A queda da produção e da produtividade do trabalho na manufatura chinesa é o resultado de corrosiva superacumulação de capital e correspondente queda da taxa geral de lucro. O FDI (Investimentos Externos Diretos) na indústria de manufaturas caiu 14.26% no período janeiro-julho 2014. No mesmo período, os capitalistas japoneses cortaram 45.4% dos seus investimentos na China e os dos Estados Unidos e da União Europeia cortaram 17.4% e 17.5%, respectivamente. Após a crise econômica mundial de 2008 que eclodiu nos Estados Unidos, muitos analistas econômicos previram que a retomada do crescimento da economia mundial apenas se poderia concretizar com o crescimento das economias emergentes do planeta, com particular destaque para a China. No entanto, neste momento, o cenário que se assiste é diferente haja vista que o dinamismo da economia chinesa se esgotou. Na tentativa de salvar a economia-mundo capitalista do colapso que se avizinha estão sendo estruturados três acordos globais de comércio, negociados em sigilo, que ameaçam direitos sociais, o meio ambiente e a própria democracia. Trata-se da nova etapa da globalização mais ampliada do que a levada avante na década de 1990. À margem de qualquer debate democrático e da própria Organização Mundial do Comércio (OMC), três grandes acordos sobre trocas internacionais estão em implementação, em fóruns restritos, neste momento. Seu principal motor é o governo dos Estados Unidos (Ver o artigo O fantasma do ultra-capitalismo disponível no website <http://www.cartacapital.com.br/blogs/outras-palavras/o-fantasma-do-ultra-capitalismo- 8987.html>). O primeiro desses acordos é o Acordo Comercial Transpacífico (TTP, ou Transpacific Trade Partnership, em inglês) que, se aprovado, terá a participação dos Estados Unidos e dez países asiáticos (entre eles, Japão e Coreia do Sul), quatro latino- americanos (México, Chile, Peru e Colômbia), mais Austrália e Nova Zelândia. A China, hoje a nação que mais movimenta o comércio internacional, está propositalmente excluída. O segundo acordo é o Acordo Transatlântico de Comércio e Investimentos (TTIP, ou Transatlantic Trade and Investiments Partnership) que reúne a nata do capitalismo mundial (Estados Unidos e União Europeia). Finalmente, o terceiro acordo é o Acordo sobre Comércio de Serviços (TiSA, ou Trade in Services Agreement) que é o mais abrangente e perigoso de todos, incluindo 53 países (Estados Unidos, toda a União Europeia, a maior parte dos membros do TTP, inclusive Japão e Coreia do Sul, mais nações como Turquia, Paquistão, Suíça e, surpreendentemente, Uruguai). O acordo encarna abertamente cláusulas de bloqueio à democracia. Nenhum membro dos BRICS foi convidado. Qual o conteúdo e o sentido político dos acordos? Fala-se em facilitar circulação de riquezas e conhecimentos. Mas impõe-se um preço amargo: o favorecimento das grandes corporações transnacionais, restrição severa da democracia com bloqueio da capacidade das sociedades e Estados para definir suas próprias leis e ataques aos direitos sociais e ao meio ambiente. TTIP, TTP e TiSA tratam, todos, do comércio de serviços – daí sua abrangência e alcance. É, há décadas, em praticamente todo o mundo, o setor mais vasto das economias: 80% do PIB, nos Estados Unidos e União Europeia; 65% no Brasil; 46,8% na própria fábrica do mundo – a China, onde superou pela primeira vez, em 2013, a indústria. Ao contrário da agricultura e atividade fabril, aqui não se produzem bens materiais, mas relações sociais, isto é, Conhecimento, Cultura, Comunicação, Afetos. Um universo amplo de atividades cada vez mais central em todas as economias, que
  • 3. 3 inclui o projeto de engenharia, a canção, o programa de computador, o atendimento psicanalítico, a campanha publicitária, o corte de cabelo, o restabelecimento de uma rede elétrica ou hidráulica, etc. Por sua natureza imaterial e relacional, este vasto arquipélago foi menos atingido, até agora, pela globalização e ultra-concentração empresarial. Quebrar as defesas que protegem o setor de serviços e abrir às corporações internacionais a imensa economia do imaterial são os objetivos declarados dos três acordos. Os acordos TTIP, TTP e TiSA não buscam apenas abrir, em todo o mundo, o setor de serviços às corporações multinacionais. Um segundo objetivo é padronizar as legislações dos países signatários sobre temas cruciais como sistema financeiro, seguridade social, produção e circulação do conhecimento, liberdade na internet, segurança alimentar. Adotada a pretexto de facilitar a “livre circulação” de serviços, esta uniformização atende a reivindicações das transnacionais e atinge direitos sociais e o meio ambiente que ficaria menos protegido. No âmbito da chamada “propriedade intelectual”, sacrifica-se também o direito à livre circulação de cultura e produções artísticas. Tenta-se exigir dos países envolvidos nas negociações que inscrevam, em suas legislações nacionais, medidas ainda mais duras contra quem compartilhar, via internet, música, filmes, vídeos, livros, artigos ou outros bens culturais. Em todos os novos acordos, seções especiais são consagradas ao sistema financeiro. Os bancos e instituições financeiras são, provavelmente, o setor mais favorecido pelo acordo e o que ganha mais poderes para confrontar sociedades e governos. Os Estados nacionais ficam proibidos de estabelecer qualquer restrição ou exigência aos grupos financeiros internacionais que desejem instalar-se em seu território. Não podem limitar seu tamanho. Não podem, sequer, controlar os fluxos de capital privando-se, portanto, de um instrumento decisivo contra ataques especulativos a suas moedas. Perdem o direito de impedir a entrada e saída de recursos para “instituições offshore” ou paraísos fiscais. Esses acordos permitem que empresas (tratadas como “investidores”) processem Estados Nacionais sempre que julgarem que uma nova decisão política provocou redução de lucros mesmo que não tenha atingido nenhum direito adquirido. Segundo os novos acordos, o julgamento das ações judiciais movidas não se faria nos tribunais nacionais, mas sim em tribunais de exceção. Trata-se de “tribunais arbitrais”, onde os processos não são públicos e os “juízes” são, frequentemente, advogados de grandes empresas. No artigo Libre-échange, version Pacifique publicado no Le Monde Diplomatique de novembro de 2014, Martine Bulard afirma que a própria geografia das três áreas de “livre” comércio estabelecidas pelos acordos expõe o interesse e a ação norte- americana, expressa em dois grandes movimentos. O primeiro consiste em ocupar o centro do cenário, na negociação de três tratados, que terão importância capital para o capitalismo do século XXI. Não é à toa que os Estados Unidos são, além de principais impulsionadores do TTIP, TTP e TiSA, o único país presente ao mesmo tempo nas três negociações. O segundo movimento ligado ao anterior, porém mais específico, consiste em isolar a China. Com o TTIP, Washington reforça sua aliança secular com a Europa Ocidental. Mas tanto TTP quanto TiSA visam reforçar o objetivo geopolítico e militar central acalentado pelos Estados Unidos nos últimos anos que implica deslocar-se do Oriente Médio para a Ásia, onde, consideram os estrategistas norte-americanos, que vai se dar a disputa crucial pela hegemonia planetária no século XXI. Os novos tratados são também, portanto, elementos de uma nova “Guerra Fria”. Como frisa Michel Löwy no
  • 4. 4 seu artigo Löwy: quando Capitalismo não rima com Democracia publicado no website <http://outraspalavras.net/posts/lowy-quando-capitalismo-nao-rima-com-democracia/> e como mostra o que vimos até agora, vivemos um tempo em que o capitalismo procura livrar-se da democracia. No século XXI, na era contemporânea de globalização econômica e financeira, surge o totalitarismo moderno, abarcando todo o planeta. * Fernando Alcoforado, 76, membro da Academia Baiana de Educação, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona, http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (P&A Gráfica e Editora, Salvador, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012) e Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015).