Não apenas a Finlândia se destaca entre os países mais bem sucedidos no âmbito da educação como procuramos demonstrar em nosso artigo Finlândia: paradigma da educação no mundo publicado no website <http:fernando.alcoforado.zip.net>. A Coreia do Sul e o Japão estão também bem situados no ranking mundial da educação em nível de excelência.
Bases do sucesso da educação na coreia do sul e no japão
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BASES DO SUCESSO DA EDUCAÇÃO NA COREIA DO SUL E NO JAPÃO
Fernando Alcoforado*
Não apenas a Finlândia se destaca entre os países mais bem sucedidos no âmbito da
educação como procuramos demonstrar em nosso artigo Finlândia: paradigma da
educação no mundo publicado no website <http:fernando.alcoforado.zip.net>. A Coreia
do Sul e o Japão estão também bem situados no ranking mundial da educação.
A educação na Coreia do Sul
A Coreia do Sul é admirada mundialmente ao ocupar lugar de destaque no PISA
(Programme for International Student Assessment, ou Programa de Avaliação
Internacional de Alunos) realizado em 2010 por sua educação de qualidade. Em sua
última edição, a Coreia do Sul conquistou a 5ª posição na classificação geral que testou
seus conhecimentos em matemática, ciências e leitura (Ver o artigo PISA - Coreia do
Sul, campeã em Educação de Cynthia Costa publicado em 04/12/2013 no website
<http://educarparacrescer.abril.com.br/indicadores/coreia-do-sul-pisa-762270.shtml>).
Enquanto isto, o Brasil ficou em 58º entre os 65 países avaliados. Este resultado é fruto
de muito esforço por parte do governo, dos pais, dos estudantes e, principalmente, dos
professores os quais enfrentam uma formação exigente e provas difíceis para ingressar
na carreira.
O elevado patamar de qualidade em educação obtido pela Coreia do Sul foi atingido
graças a um maciço investimento (em 2009, segundo o Banco Mundial, esse
investimento foi de 5% do PIB, ou seja, US$ 47,1 bilhões) – principalmente na
formação dos professores, no investimento em material de apoio e na melhoria da
estrutura e funcionamento das escolas – combinado com a cultura asiática de disciplina
e valorização do ensino. O desenvolvimento da educação na Coreia do Sul foi um dos
fatores responsáveis pelo rápido crescimento econômico do país. Logo após a Guerra da
Coreia (1950-1953), o PIB per capita do país no período era de US$ 883. Em 2004, seu
PIB ultrapassou US$ 1 trilhão e, atualmente, o país figura como a 15ª economia do
mundo, sendo exportadora de tecnologia de ponta (Ver o artigo Investimento e disciplina
fizeram da Coreia do Sul uma campeã em educação de Bruna Carvalho publicado em
05/06/2013 no website <http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2013-06-
05/investimento-e-disciplina-fizeram-da-coreia-do-sul-uma-campea-em-
educacao.html>).
Na Coreia do Sul, o sistema priorizou primeiramente a educação primária. Só quando
esta se tornou universal, o governo passou a destinar recursos para o segundo e terceiro
graus. Além de um plano de carreira consolidado, os professores sul-coreanos recebem
altos salários e há investimentos e valorização de seus meios de trabalhos. Ser professor
na Coreia do Sul, de acordo com especialistas, é ter uma carreira de prestígio.
Professores são vistos pelas autoridades como cruciais para o projeto nacional de
desenvolvimento, os quais são extremamente capacitados mesmo antes de começar a
ensinar.
Como outros países asiáticos, a Coreia do Sul realiza exames públicos competitivos
para a seleção e para a mobilidade social, com a entrada em uma boa escola ou
universidade dependendo unicamente do desempenho nas provas. As aulas das crianças
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na Coreia do Sul começam às 7h30 e terminam às 17h. Às 18h, todos vão para uma
escola privada, paga por seus pais, nas quais há aulas até tarde da noite. O alto grau de
dedicação ao ensino pelos estudantes tem, entretanto, um aspecto negativo. Segundo
dados do Ministério da Educação, 146 estudantes cometeram suicídio, incluindo 53 no
ensino médio e três no fundamental, em 2010 no país. As crianças na Coreia do Sul se
queixam da privação de sono, da falta de tempo, da pressão. Há preocupações de que
um sistema como o da Coreia do Sul, muito concentrado no resultado de provas e testes,
prejudique o pensamento crítico e a criatividade dos alunos.
A educação no Japão
Os artigos Educação no Japão publicado no website
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_no_Jap%C3%A3o>,
Educação no Japão publicado no website
<http://www.infoescola.com/educacao/educacao-no-japao/> e Sistema educacional
japonês publicado no website <http://www.por-toyohashi.jp/vida/pages.php?p=72>
informam sobre as características da educação no Japão na atualidade cuja síntese está
apresentada nos parágrafos a seguir.
O atual sistema educacional japonês foi estabelecido pelo governo dos Estados Unidos,
baseado em seu próprio sistema, após a 2ª Guerra mundial. Ele consiste em 6 anos de
escola elementar, 3 anos de ginásio, 3 anos de colégio, e mais 2 anos de ensino técnico
superior, ou 4 anos de universidade. No Japão, desde 1947, a educação obrigatória no
Japão inclui a educação infantil e o ensino fundamental o qual dura nove anos (dos seis
aos 15 anos). Cerca de 75,9% dos formandos do ensino secundário cursam
a Universidade e a educação profissional ou outros cursos pós-secundários. O currículo
de cada série é determinado pelo Ministério da Educação, Cultura, Esportes, Ciência e
Tecnologia.
A formação educacional é gratuita e compulsória para todos os que estejam na faixa
etária localizada entre os seis e 15 anos. O material pedagógico é constantemente
submetido a análises e apreciações. Ao mudar de instituição escolar, os alunos precisam
prestar exames para entrar em ginásios, colégios e universidades. No caso de escolas
públicas e de universidades, os alunos sempre têm de fazer exames de admissão. O
exame de saúde é realizado para todas as crianças que vão ingressar na escola primária.
Este exame serve para se conhecer as condições da saúde física e mental da criança e
para o aconselhamento adequado durante o curso escolar.
Estima-se que 99% das escolas do país sejam públicas. A escola primária começa aos 6
anos de idade cujo currículo acadêmico padrão inclui lingua japonesa, estudos sociais,
aritmética e ciências completadas com outras matérias como educação moral, artes,
artesanato, música, trabalhos domésticos, educação física e lingua inglesa. A escola
secundária começa aos 12 anos de idade. Estima-se que 95% das escolas médias sejam
publicas com a média de 38 alunos por classe. Ao contrário da escola primária, na
escola média os estudantes têm diferentes professores para diferentes matérias. O
currículo da escola secundária inclui lingua japonesa, estudos sociais, aritmética,
ciências, música, artes, saúde e educação física. Também existem aulas de trabalhos
domésticos e industriais, junto com educação moral e de cidadania. Também existem
grupos de atividades especiais nas escolas.
No Japão, aproximadamente 94% dos estudantes da escola secundária vão para o ensino
superior. O ensino superior é pago, inclusive as públicas que representam
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aproximadamente 76% dos estudantes. O currículo do ensino superior inclui disciplinas
acadêmicas como lingua japonesa, matemática, ciências e inglês, história, geografia,
atividades cívicas e economia doméstica, mais as disciplinas para áreas específicas,
sendo as áreas econômicas e industriais as mais procuradas. A educação japonesa prima
também por uma disciplina radical e uma tradição acirrada, fatores já responsabilizados
várias vezes pelo alto índice de suicídios entre adolescentes e jovens, os quais são
psicologicamente pressionados pelas famílias e por este sistema educacional altamente
exigente.
* Fernando Alcoforado, 75, membro da Academia Baiana de Educação, engenheiro e doutor em
Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor
universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento
regional e planejamento de sistemas energéticos, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São
Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo,
1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do
desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,
http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel,
São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era
Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social
Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG,
Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (P&A Gráfica e Editora,
Salvador, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global
(Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do
Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012) e Energia no Mundo e no Brasil-
Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015).